Câmara Municipal de Guaxupé
Estado de Minas Gerais
CNPJ: 19.092.303/0001-00
Poder Legislativo Municipal - A Casa do Povo
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 14 / 2011
que dispõe sobre
DENOMINAÇÃO DO PRONTO SOCORRO
OS DR. SYLVIO RIBEIRO DO VALLE
Os vereadores Tânia Maria Nobile Rolim, Ari Cardoso e Levi Baltazar Valderramos propõem o
seguinte PROJETO DE LEI:
A Câmara Municipal de Guaxupé propõe e aprova e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé passará a
denominar-se oficialmente "PS DR. SYLVIO RIBEIRO DO VALLE".
Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
Sala das Sessões, Maria Gabriela Monteiro Melo da Câmara Municipal de Guaxupé.
EM 03 de JUNHO de 2011.
DURVALINO GÔNGORA DE JESUS
Presidente
Exercício 2011/2012
Avenida Conde Ribeiro do Valle, 113 - Centro - Guaxupé - MG
CEP: 37800-000 - Fone Fax: 35 3551 7426 - E-mail: [email protected]
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JUSTIFICATIVA
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 14/2011
que dispõe sobre
DENOMINAÇÃO DO PRONTO SOCORRO
OS DR. SYLVIO RIBEIRO DO VALLE
DATA NASCIMENTO
:
DATA DE FALECIMENTO
:
25/04/2011
NATURALIDADE
:
Guaxupé – MG
NOME DO PAI
:
Dr. Mário Ribeiro do Valle
NOME DA MÃE
/06/1935
Mariana Carolina Magalhães do Valle
CASADO COM
:
DATA CASAMENTO
:
NOME DOS FILHOS
:
Selma Perocco Ribeiro do Valle
Mário Guilherme Perocco Ribeiro do Valle
Cristiane Perocco Ribeiro do Valle
PROFISSÃO
:
Médico
Dr. Sylvio Ribeiro do Valle, exemplo de médico humanitarista que exerceu sua profissão com
dignidade e imenso respeito à vida humana. Como conseqüência, além de um homem de sucesso,
tornou-se um médico de valor. Era um dos poucos que conhecia com exatidão a história da Santa
Casa de Misericórdia de Guaxupé. Dr. Sylvio Ribeiro do Valle era filho e neto de médicos, sendo seu
pai o Dr. Mário Ribeiro do Valle e seu avô, Dr. João Carlos Magalhães Gomes os quais muito
contribuíram com o hospital nas primeiras décadas de sua existência.
Dr. Sylvio Ribeiro do Valle se formou médico Clínico Geral pela Faculdade de Medicina da
Universidade de Minas Gerais, com residência no Hospital das Clínicas da mesma faculdade. Após
retornou a Guaxupé, onde atuou como médico durante toda a sua vida. Mesmo aposentado ainda
trabalhava. Sempre dizia que o médico é o profissional que se doa inteiramente à profissão e jamais
se aposenta.
Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé e muito trabalhou e contribuiu com o
seu desenvolvimento.
Médico renomado, reconhecidamente bom, admirado e procurado por muitos.
Pai exemplar, homem de caráter, competente e muito querido por todos, merece essa singela
homenagem.
Os autores pedem o apoio de todos os colegas vereadores.
Sala das Sessões, Maria Gabriela Monteiro Melo da Câmara Municipal de Guaxupé.
EM 03 de JUNHO de 2011.
DURVALINO GÔNGORA DE JESUS
Presidente
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REPORTAGENS DA INTERNET
SOBRE O HOMENAGEADO
DR. SYLVIO RIBEIRO DO VALLE
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segunda-feira, 2 de maio de 2011
Dr. Sylvio
Gostaria que Dr. Sylvio pudesse ler sua história reescrita por mim. Quando foi publicada, em junho de 2008, na
3ª pessoa, continha muitos erros gramaticais. Nesta edição, corrigi erros e coloquei o texto na 1ª pessoa, uma dica
preciosa da dona Maria Abrão que conferiu um novo ritmo aos textos dos entrevistados. Afinal, a busca pela
perfeição é nossa luta constante. Ou, pelo menos, deveria ser. Mas a perfeição é um conceito abstrato, não é?
Aprender todo dia é um exercício de humildade. Vamos exercitar para não enferrujar.
MINHA HISTÓRIA
Homenagem ao Dr. Sylvio Ribeiro do Valle, homem de gosto apurado e ótima memória, colecionador de objetos e
histórias das pessoas com as quais conviveu ou apenas passaram por sua vida. Em junho deste ano, ele
completaria 76 anos de vida e 48 anos de Medicina em Guaxupé. Dr. Sylvio faleceu na tarde de 25.04, em São
Paulo.
Um médico para ser lembrado
O guaxupeano Sylvio Ribeiro do Valle nasceu em junho de 1935, terceiro filho de Mário Ribeiro do Valle e Mariana
Carolina Magalhães do Valle. Irmão de Maria Amélia, José Carlos e Marinho. Desde criança, Sylvio adquiriu o gosto
por Literatura e não parou mais, formando uma vasta biblioteca. Apreciador das coisas boas da vida, como
viagens, vinho e gastronomia, encontrou na mulher, Selma Perocco, uma grande companheira. Como ele mesmo
disse, viveu um vidão. Médico formado pela UFMG, o primeiro parto que realizou em Guaxupé, de gêmeos,
aconteceu em junho de 1963. Guardou milhares de fichas de todos que passaram por seu consultório: Sempre
dedicou carinho e atenção especial aos seus clientes.
“Meu pai era médico, foi auxiliar do Dr. Mário Gonçalves durante a primeira operação cesariana que aconteceu na
Santa Casa local, em 17.01.33. A parturiente era esposa do poeta Uriel Tavares, de Muzambinho, um boêmio que
morreu na cadeia pública de Guaxupé, de madrugada, porque passou mal na rua e foi levado para lá. Bigi, taxista,
antes de falecer, me deu de presente um maço de poemas escritos pelo próprio punho deste poeta, uma relíquia.
Minha mãe era uma dona de casa muito culta, falava bem o Francês. Papai, além do Francês, falava o idioma
Italiano. Sempre admirei o trabalho dele, era um profissional fantástico, tinha um senso clínico para desvendar
doenças. Mas a maior herança que meus pais me deixaram foi o amor pela Literatura.
Fiz o primário no Grupo Barão. Por volta dos meus sete anos, fui descansar com meu pai no quarto dele. Na cama,
havia um exemplar da revista Tico-tico. Ao folheá-la, descobri que sabia ler, foi interessantíssimo, não parei mais.
Noutra ocasião, mamãe me colocou de castigo, neste mesmo quarto, onde descobri o livro Os Doze Trabalhos de
Hércules, de Monteiro Lobato. Quando ela disse que poderia sair do castigo, perguntei espantado: ‘Mas eu estava
de castigo?’ O grande herói da minha infância foi o criador do sítio do Pica-pau Amarelo.
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Outra história sobre o mesmo tema aconteceu na Livraria Avenida, do Artur Ferraz Araújo, lugar que eu visitava
com frequência. Por volta dos meus dez anos, um senhor de São Paulo percebeu minha admiração por Lassie, a
Força do Coração, e me ofereceu este livro de presente. Fiquei com vergonha, não aceitei. Depois, o dono da
livraria contou o acontecido para minha mãe, que comprou um exemplar para mim.
Do Grupo Barão passei para o Colégio São Luiz Gonzaga. Com os irmãos lassalistas tomei gosto pelas línguas,
aprendendo diversos idiomas. Só não gostava de Matemática, não tive uma professora boa como dona Selma (rs).
Em Guaxupé, não havia o curso Científico, por este motivo estudei parte do 2º grau em Belo Horizonte.
ara escapar dos dois anos de CPOR – Curso de Preparação de Oficiais da Reserva, me mudei para Passos, onde fiz
nove meses de Tiro de Guerra e, também, o 3º colegial. Ali, aprendi a gostar de Matemática, com o professor
Righetto.
De volta à capital mineira, após um ano de cursinho, passei em dois vestibulares de Medicina: na Universidade de
Minas Gerais e na Católica. Preferi a UMG (a partir de 1965, UFMG). No 4º ano começaram os plantões, foi uma
fase muito dura. Para aprender, tinha que estudar com afinco. Devido à minha dedicação, fui convidado a ser
monitor da clínica médica do Hospital das Clínicas, com direito a salário no fim do mês. Assim, ganhei meu
primeiro dinheirinho.
A partir da esquerda, o cunhado Renato e a irmã, Maria
Amélia, o irmão, Marinho, os pais, Mariana e Mário
segurando o neto Renatinho, o irmão, José Carlos, e
Sylvio.
Na formatura da UMG, em 1962
Um milhão de consultas
Naquele tempo, o médico residente morava no hospital, o 9º andar do HC era só nosso. Recebi o diploma em
1962. Em janeiro do ano seguinte, fui trabalhar como médico residente da Santa Casa de Belo Horizonte, onde
adquiri experiência em partos. Voltei para Guaxupé em 10 de junho de 1963.
Cheguei numa sexta. No domingo, ligaram em casa atrás do meu pai, mas ele não estava e eu o substituí. Fiz
parto de gêmeos.
Aos 73 anos, posso dizer que tenho uma memória privilegiada, coleciono diversos objetos que me ajudam a
resgatar histórias. No consultório tenho arquivadas 25 mil fichas, de todos meus clientes, desde a 1ª vez. Acho que
cheguei a um milhão de consultas.
Faço coleção de canetas, canivetes, relógios, dicionários... Tenho um museu de saca-rolhas do mundo inteiro e
outro de rolhas, nem sei dizer qual começou primeiro. Ganhei o acervo de canivetes do Milo Mantovani. Ele me
enviou embrulhado num pacote, com um bilhete dizendo: ‘Ficam para você, sua coleção é maior’. Também
conservo um monte de discos antigos, daqueles com uma música de cada lado, de 78 rotações.
Outra paixão que cultivo é descobrir livros interessantes em sebos. Meus autores preferidos são os portugueses do
século XIX, como Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, e o brasileiro Machado de Assis.
Sempre tive curiosidade pelas histórias de Portugal, terra natal dos meus ascendentes que vieram para o Brasil no
final do século XVII. Escrevi três livros de genealogia: dos Ribeiro do Valle, dos Magalhães Gomes e dos Perocco.
Cerca de quatro anos atrás, recebi o prêmio Talentos da Maturidade, do Banco Real, com o conto Zé Pedro,
inspirado em fatos reais. Gosto muito de escrever. Sempre a lápis, não consigo usar caneta ou computador em
meus textos. Tenho várias histórias escritas sobre meus familiares e outros personagens guaxupeanos, mas, por
enquanto, não pretendo publicá-las.
Atualmente, mantenho cinco bibliotecas, com oito mil títulos catalogados e outros tantos sem catalogar. Leio tudo
que me cai na mão, mas bula de remédio, só quando necessário. Minha máxima é: Quem só sabe de medicina,
nem medicina sabe.
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Sylvio e Selma entre os filhos, nora e netos
Com a esposa Selma, sua maior paixão
Marido apaixonado
Nas férias de julho do primeiro ano de faculdade, mais precisamente em 13.07.57, conheci minha futura esposa
numa festa ‘junina’, na Fazenda São João, organizada por mim e meus colegas. Fui recepcionar os estudantes de
Guaranésia, nossos convidados. Quando dei a mão para Selma (Perocco) descer do ônibus, meu coração disparou.
Já a conhecia de vista, mas foi a Meire Furlan que nos apresentou, naquele dia. Dançamos juntos a noite inteira.
Quando a festa acabou, pensei: ‘Esta eu não largo mais’.
Eu morava em BH, Selma em São Paulo. Passamos a nos corresponder por carta. Assim que ela se formou
bacharel em Matemática, nos casamos, em janeiro de 1964. Nosso primogênito, Mário Guilherme (Maé), nasceu
em novembro do mesmo ano. Cristiane, em fevereiro de 66. Meu pai fez o parto dos dois.
Desde o 1º ano de casado, viajo em janeiro com minha família. Médico precisa viajar para ter sossego. O cliente
não entende que a gente também sai de férias. Nossa primeira viagem ao estrangeiro aconteceu em 1975, com
destino a Disney. Não paramos mais, conhecemos 37 países. Viajamos sem empresa de turismo ou guia. Vamos
sozinhos, mas nos informamos previamente sobre nossos destinos.
Portugal, que já conhecia dos livros, visitamos onze vezes. Na Suíça, alugamos um chalé em Ticino, cantão
italiano. Senti vontade de morar lá. Fizemos uma excursão de ônibus por Budapeste. Adorei o Café Hungaria,
comprei até um livro sobre ele. Quero voltar à Hungria só para ver o Rio Danúbio.
Não há lugar que eu não tenha gostado, só aqueles para onde não voltarei. Como a Rússia, por exemplo.
Precisamos contratar um guia, por causa do idioma. Na época, havia muita miséria por lá, não era como
pensávamos.
Atualmente, levo um vidão. Vou ao consultório somente no período da tarde e tenho a jardinagem como hobby.
Plantei um limoeiro em um vaso grande e observo diariamente a planta, esperando o limão crescer. Colho rosas
para enternecer minha mulher. Se a agenda dela permite, assistimos a um filme juntos, gosto muito de cinema.
Aos domingos, sinto prazer em curtir meus filhos, minha nora, Cristina, e meus netos, Ana Beatriz, Guilherme e
Luís Eduardo. Revelo um dos meus segredos de bem-viver. Há 26 anos bebo todas as noites metade de uma
garrafa de vinho, saboreando um bom queijo, hora de conversar e relaxar com minha esposa. Não digo que minha
paixão são os livros, eles vêm em 2º lugar. Minha maior paixão é a Selma.”
Outra máxima que cai bem ao nosso querido doutor, neste momento de despedida: Mais vale qualidade do que
quantidade. Dr. Sylvio soube viver, muito bem, seus setenta e cinco anos de história. Religioso, costumava rezar
um terço, junto com a esposa, no final das tardes, antes de degustarem um vinho.
Certamente, neste momento, está aconchegado num cantão especial do céu. Valeu, Dr. Sylvio!
http://www.papodeviralata.com/2011/05/dr-sylvio.html
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NOTA OFICIAL DE PESAR
Pelo falecimento de Dr. Sylvio Ribeiro do Valle
O Prefeito de Guaxupé, em nome do povo da cidade, manifesta profundo pesar pelo falecimento do Dr. Sylvio
Ribeiro do Valle. Como dizia Bertold Brecht “há pessoas que lutam a vida toda e essas são imprescindíveis”. Dr.
Sylvio era dessas pessoas.
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Sempre destacado pelo profundo senso de cidadania e uma medicina humanitária, deixa seu nome bem escrito nas
páginas da vida. A cidade se despede de seu médico gentil e solidário com as orações para que esteja reconfortado
e acolhido nos braços do Pai.
O Prefeito e todo o seu Secretariado apresentam a Dona Selma e toda família carinho e solidariedade.
Prefeitura de Guaxupé
25 de abril de 2011.
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Vereadores dedicam parte da sessão às
homenagens ao médico guaxupeano
Os vereadores de Guaxupé foram pegos de surpresa no início da noite desta segunda-feira (26), pois a notícia da
morte do médico guaxupeano Sylvio Ribeiro do Valle chegou justamente na abertura da 6ª sessão ordinária da
Câmara Municipal.
Em momento sincero de comoção, pois dr. Sylvio era realmente muito querido na cidade, falaram Tânia Rolin, Levi
Valderramos, Pica Pau, Sérgio Faria, Didinho e o presidente Durvalino Gôngora de Jesus. Após o minuto de silêncio,
todos assinaram uma moção de pesar que foi encaminhada à família do médico.
Tags: Dr.Sylvio Ribeiro do Valle, Guaxupé, morte
http://www.gxp.com.br/2011/04/26/vereadores-dedicam-parte-da-sessao-as-homenagens-aomedico-guaxupeano/
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Vereadores prestam homenagem à memória do
médico Sylvio Ribeiro do Valle
Ter, 26 de Abril de 2011 10:03 Carlos Alberto
Os vereadores homenagearam na noite de ontem, durante a sessão da Câmara, a memória do médico Sylvio
Ribeiro do Valle, falecido na tarde desta segunda-feira, 25 de abril, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde
lutava contra problemas de saúde. Respeitado pela competência e o carisma com que tratou seus pacientes, dr.
Sylvio está sendo velado na capela do Lar São Vicente, em Guaxupé. Seu sepultamento está previsto para às 13h
desta terça-feira.
A homenagem dos parlamentares foi representada por um minuto de silêncio, proposto pela vereadora Tânia Maria
Nobile Rolim. “Dr. Sylvio foi um grande profissional, empresário de visão e homem de muita fibra. Então, ficará
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uma grande saudade de sua pessoa. Por isto, que os anjos estejam com ele e que Deus conforte sua família”,
desejou ela.
Após o gesto, os vereadores Luiz Donizetti Ribeiro (Picapau), Levi Baltazar Valderramos, Sérgio Luiz Faria dos
Santos, Luiz Smargiassi Filho (Didinho) e Durvalino Gôngora de Jesus (Nico) teceram palavras saudosas sobre o
médico falecido. Junto a isto, assinaram uma moção de pesar, em sinal de apoio à dor da família. Dr. Sylvio deixa
a esposa Selma Perocco Ribeiro do Valle, além dos filhos Mário Guilherme (Maé) e Cristiane, assim como nora e
netos.
Prefeito divulga nota de pesar
“O Prefeito de Guaxupé, em nome do povo da cidade, manifesta profundo pesar pelo falecimento do Dr. Sylvio
Ribeiro do Valle. Como dizia Bertold Brecht “há pessoas que lutam a vida toda e essas são imprescindíveis”. Dr.
Sylvio era dessas pessoas. Sempre destacado pelo profundo senso de cidadania e uma medicina humanitária,
deixa seu nome bem escrito nas páginas da vida. A cidade se despede de seu médico gentil e solidário com as
orações para que esteja reconfortado e acolhido nos braços do Pai. O Prefeito e todo o seu Secretariado
apresentam a Dona Selma e toda família carinho e solidariedade”.
http://www.jornaljogoserio.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=919:verea
dores-prestam-homenagem-a-memoria-do-medico-sylvio-ribeiro-dovalle&catid=82:politicas&Itemid=459
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HOMENAGEM A DR. SYLVIO RIBEIRO DO VALLE
Foto cedida pela Folha do Povo
Por Cairbar Alves de Souza
Oi, Sylvio.
Ontem adormecemos e hoje acordamos tristes com o seu falecimento.
Fecho os olhos e vejo-o com os olhos da alma, no começo da década de 1950, você, jovem ainda, descendo a Rua
Pereira do Nascimento para ir até o Correio antigo buscar o Estadão e correspondências da família na caixa postal.
Eu, com meus 13 anos, acompanhava-o quase todo dia da Bomboniére A Formiguinha.
Mais tarde, nos cruzamos: primeiro, você recém-formado, fazendo o pré-natal de minha esposa Wanda, e fazendo
a primeira cesariana em Guaxupé, acompanhado de seu saudoso pai Dr. Mário. No dia 26 de outubro de 1963,
nascia minha primeira filha, Gláucia, e, por ser a primeira cesariana, você foi seu padrinho de batismo.
Desde então, você fez as cesarianas dos meus outros filhos, Malu e Cacá, afora as centenas de operações que fez
em Guaxupé. Tenho certeza de que alguns médicos que te velaram hoje, vieram por suas mágicas mãos.
Na década de 1960, pertencíamos ao Lions. Por essa época, o Dedé Furlan faleceu em suas mãos e o vimos chorar.
Logo depois, como membro do Conselho Fiscal da Santa Casa, fazíamos várias reuniões e você sempre com a
última palavra sobre os assuntos da Casa e todos o respeitavam. Os seus filhos e os meus frequentavam a Escola
Infantil da Nara e cresceram juntos.
Você nasceu para ser médico. Exemplo disso era a minha sogra, dona Maria, que tinha Deus no céu e o Sylvio na
terra, de tanta paciência que você tinha com ela, bem como todos os seus clientes.
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De certa feita, disse a você que tinha uma frustração, pois nenhum de meus filhos queria fazer medicina. Foi
quando você me consolou, dizendo “Não se frustre por isso, pois minha irmã Maria Amélia faleceu num hospital de
São Paulo, tendo a seu lado o pai, o marido, o filho e o irmão, todos médicos, e de nada adiantou, pois quando
chega a hora nada se pode fazer”.
Chegou a sua hora, como irá chegar a de todos nós. Uma certeza nós temos: a imortalidade da alma. Sendo
assim, a Selma, a Cristiane, o Maé, e todos nós, iremos te encontrar.
Todos somos unânimes em concluir que você nasceu para servir, com suas milagrosas mãos, sua ternura, sua
competência, seu bom senso, seus conselhos. E isto é tanto verdade, que fazemos uma homenagem a você,
pedindo licença para transcrever e dedicar-lhe a poesia de Gabriela Mistral. Que todos espelhemos em seus
exemplos!
O prazer de servir
Toda a natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, servem os vales.
Onde haja uma árvore para planta, planta-a tu;
Onde haja um erro para emendar, emenda-o tu.
Se aquele que afasta a pedra do caminho,
O ódio dos corações e as dificuldades de um problema.
Existe a alegria de ser bom e o prazer de ser justo;
Existe, sobretudo a sublime, a imensa alegria de servir.
Como seria triste o mundo se tudo já estivesse feito;
Se não houvesse um roseiral para plantar,
Uma empresa para iniciar;
Mas não caias no erro de que só se conquistam
méritos,
Com os grandes trabalhos; há pequenos serviços
que são imensos serviços: adornar a mesa, arrumar as
cadeiras,
espanar o pó.
Aquele é o que critica, este é o que destrói;
Se tu, o que serve.
O serviço não é só de seres inferiores.
Deus que dá o fruto e a luz, é o primeiro a servir.
Poder-se-ia chamá-Lo assim: O SERVIDOR.
E Ele que tem os olhos em nossas mãos,
Nos pergunta todo dia: “Serviste hoje? A quem?
À árvore, ao teu amigo ou aos teus familiares?”
Você que sempre serviu, vá em paz, Sylvio.
Que não te atraiam somente os trabalhos fáceis.
É tão belo fazer uma tarefa que outros recusam!
Cairbar – 26/04/2011
http://www.gxp.com.br/2011/04/27/homenagem-a-dr-sylvio-ribeiro-do-valle/
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Cidade | 25/04/2011
Morre em São Paulo Dr. Sylvio Ribeiro do Valle
Morreu em São Paulo na tarde desta segunda-feira (25), o Dr. Sylvio Ribeiro do Valle, cidadão e profissional dos
mais respeitados e queridos de toda a história de nossa cidade. Ele se encontrava internado no Hospital Sírio
Libanês, onde lutava contra a debilitação de sua saúde.
Dr. Sylvio, que ajudou tanta gente nas horas mais difíceis, deixa – além de sua sempre companheira dona Selma,
dos filhos Cristiane e Maé, netos, familiares e amigos – toda a população de Guaxupé consternada, mas
agradecida. Junto com toda essa gente, ficam as condolências da equipe do Gxp. E, parabéns, Dr. Sylvio, pelo
grande ser humano que o senhor sempre foi.
http://www.gxp.com.br/2011/04/25/morre-em-sao-paulo-dr-sylvio-ribeiro-do-valle/
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26/04/2011 - 08:46 | Silvia Maria Matos de Sá
Mãos de médico, coração de estudante.
O registro e o sentimento do Guaxupé Hoje pelo falecimento ontem, dia 25, em São Paulo, do médico guaxupeano,
Sylvio Ribeiro do Valle.
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Amigos se vão e não há como detê-los quando o cansaço da luta vence não a eles, mas a grande noite que lhes foi
reservada para o sono eterno, acredito que definida de antemão, na hora em que nasceram. Mas como é triste ver
um amigo fechando os olhos para vida que ele tanto amou. A sensação de impotência dói a maior dor que a gente
possa experimentar.
Sylvio se foi, tão cedo ainda. Mas esse entardecer dormindo foi justo com ele para coroar uma vida que ele fez de
amor, que ele espalhou amor, que ele plantou amor e ainda queria mais de si.
Por várias vezes ouvi dele as maravilhas dos “Médicos sem Fronteiras”, um trabalho que ele desejou ardentemente
poder ainda participar, mesmo quando a aposentadoria cronológica e imposta pela doença começava a alquebrar a
possibilidade de ajudar e trazia o ocaso e a troca merecida de ser ajudado. É que ele guardou consigo um eterno
coração de estudante...
Sylvio Ribeiro do Valle, o dr. Sylvio, que ultrapassou os limites da dedicação da medicina para ser mais que
médico, ser absurdamente amigo que se vai sabemos, levando ao mesmo tempo uma história de dever cumprido,
mas almejando ainda querer tirar de si dádivas para continuar repartindo uma escolha de postura que só as almas
maiores chamam para si.
Lembro-me de várias vezes dizer-lhe da conotação equívoca que a palavra “paciente” tinha diante dele e que a
paciência e dedicação, cernes de sua vida, faziam dele não o médico, mas o guardião que tinha uma sala de
“ouvir” e de guardar todos os segredos da legião de amigos que foi fazendo em décadas de medicina competente e
humanitária.
E quem era “paciente” naquele consultório,um pedaço de mundo maravilhoso, cheio de fotos, principalmente de
Selma a companheira que foi talhada para ele numa conjuntura perfeita, confabulada em alguma parte do mundo
que desconheço e que deve servir só para unir criaturas cujo credo e louvor têm o mesmo tom, cor e peso?
E dele ficam Maé e Cristiane. Maé escolheu no casamento com Cristina a maravilha de três netos que cuidarão
certamente de perpetuar o nome que Sylvio e Selma ensinaram a eles através da retidão de espelhos polidos não
só para brilhos, mas para brios. Herança forte.
Para Cristiane, a opção foi do trabalho da mulher liberta com os pés na sua época, para ratificar as pegadas que
recebeu de herança com a condição de não imprimi-las só em areia, mas em solo firme, mesmo que ele contenha
pedras que devem ser respeitadas.
E assim se vai o amigo. Impossível não chorá-lo abertamente, mas impossível também não enxugar as lágrimas
para olhar e agradecer o caminho límpido que ele deixa na mais nobre parte da Medicina, a obstetrícia que dá a luz
à humanidade, onde ele construiu mais que um lugar de descanso e sim um lugar de paz, onde ele está agora. Por
puro mérito.
O corpo de Dr. Sylvio está sendo velado na capela do Lar São Vicente e seu sepultamento será hoje, 26, à 13h.
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