FUNDAMENTOS DO
TURISMO 1
FT1X1
AULAS 05, 06 e 07:
HISTÓRIA DO TURISMO
Idade Média à Idade Contemporânea
IDADE MÉDIA
• A queda do Império Romano (476 d.c.) criou enormes
dificuldades para as viagens.
• Os deslocamentos tornaram-se perigosos e difíceis.
• A ordem e a segurança deixou de existir, especialmente
com a invasão bárbara. Muitas estradas foram
destruídas.
• Além disso, a sociedade desenvolveu-se com algumas
características inibidoras das viagens:
• Fixação do homem à terra, com predomínio da atividade agrícola
• Autosuficiência dos feudos
• Ausência do comércio desenvolvido
• Religião sobrepondo-se às artes e à filosofia.
IDADE MÉDIA
• Neste modelo societário não haviam margens financeiras
•
•
•
•
que permitissem o luxo das viagens e dos lazeres.
No início do período, os poucos deslocamentos eram
ligados às feiras e às peregrinações.
As feiras, inclusive, eram raras e ligadas a celebrações
religiosas.
Nas peregrinações religiosas a devoção religiosa era o
grande chamariz.
A classe média praticamente desaparece, especialmente
na primeira metade da Idade Média.
IDADE MÉDIA
• Contudo, a partir do ano 1000 d.c. aproximadamente,
•
•
•
•
alguns fatores fizeram com que as viagens voltassem a
ser valorizadas.
A primeira delas por conta da própria Igreja Católica, a
partir da construção de grandes templos, atraindo
visitantes (ex. Igreja de Notre Dame, em Paris).
Muitas abadias e mosteiros acolhiam e alimentavam
peregrinos, fazendo surgir, inclusive, rotas religiosas,
como a de Santiago de Compostela (Espanha/França).
Como retribuição, os peregrinos faziam doações, muitas
vezes como forma de sacrifício por um pecado
(indulgência).
Criou-se, inclusive, um mercado de pequenos itens
ligados à religião, os chamados souvenires.
IDADE MÉDIA
• Mas foi com o Movimento das Cruzadas que o modelo de
sociedade foi se transformando na Europa Ocidental.
• As Cruzadas eram longas jornadas de caráter religioso,
mas que tinham como pano de fundo a exploração
econômica de outros povos e o intercâmbio cultural e
comercial.
• A consequência disso foi o surgimento de novas formas
de Cristianismo, cujo símbolo principal é o
Protestantismo.
• Neste, a lógica capitalista mercantil se une a lógica da
libertação pela fé. Possuir bens não era pecado, mas sim
um sinal de espiritualidade, dando margem, entre outros
aspectos, ao aumento da competição, a formação de
núcleos urbanos e a expansão do comércio.
IDADE MÉDIA
• A mentalidade medieval, portanto, entra em colapso,
especialmente porque, além dos itens citados, viu-se na
Europa epidemias que devastaram mais da metade da
população e a formação de Reinos, em substituição aos
feudos.
• Por fim, a expansão marítima, iniciada no século XIV por
Portugal e Espanha, foram o prenúncio de uma era mais
ligada à tecnologia, ao comércio, as disputas políticas e
econômicas, ao intercâmbio comercial.
IDADE MODERNA
• Em 1453 d.c. Constantinopla é invadida pelos turco-
otomanos, simbolizando o fim da Idade Média.
• Viria surgir o Renascimento, com a retomada dos valores
greco-romanos, o que incluía a revalorização dos centros
urbanos, a efervescência cultural, o homem sendo mais
importante que a religião e a retomada da importância
das viagens e dos lazeres.
• Surgiram grandes universidades no período como Oxford,
Paris, Salamanca e Bolonha. Isso incentivou o
intercâmbio de conhecimento e a consolidação de um
pensamento mais científico, racional.
IDADE MODERNA
• Neste contexto, a Inglaterra, país protestante que
buscava a vanguarda tecnológica e cultural do Ocidente,
incentivou o desenvolvimento de um hábito de viagem
entre os filhos de sua elite: o chamado Grand Tour.
• O Grand Tour, desenvolvido nos séculos XVI e XVII, tinha
uma duração longa, de até 03 anos, permitindo que
jovens tivessem uma vivência cultural plena e
realizassem intercâmbios políticos, econômicos e sociais
de diferentes natureza, de modo a prepará-los para a
supremacia britânica que se desenhara.
• Eles eram acompanhados por tutores, entre os quais
esteve presente nomes como Adam Smith (que
encontrou, em um desses roteiros, pensadores como
Rousseau e Voltaire).
IDADE MODERNA
• Um dos pontos altos da viagem eram conhecer a Itália,
especialmente as artes, a filosofia e o repertório cultural
de Roma, Florença, Nápoles e Veneza, em ebulição na
época do Renascimento.
• Outro destino relevante era a França. O interessante é
que França e Itália são, até hoje, 02 dos principais
destinos turísticos mundiais, se destacando pelo seu
patrimônio cultural.
• Esta modalidade de viagem foi bruscamente interrompida
com a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas
que vieram na sequência.
• Novamente a ordem político-ideológica havia se alterado,
com a ascensão da burguesia ao poder e a decadência
das monarquias absolutistas.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Marco Histórico Inicial: 1789 d.c. (Revolução Francesa)
• Início da Revolução Industrial (Inglaterra)
• Ascensão da burguesia ao poder (novos valores)
• Migração do campo para a cidade (urbanização)
• Novas tecnologias (no caso das viagens, sua dinâmica foi
influenciada principalmente pelos novos meios de
transporte, Navio à vapor e Transporte Ferroviário).
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• A partir do século XVIII ocorreram o surgimento, o
desenvolvimento e a consolidação do turismo
propriamente dito.
• Alguns estudiosos denotam o período que se estende em
meados do século XIX até o início do século XX de
Ascensão do Turismo Moderno.
• Neste período houve a implantação e desenvolvimento
da atividade turística como um grande negócio, em
decorrência de mudanças econômicas, sociais e
tecnológicas.
• Surgiram novos hábitos de viagem, novos tipos de
viajantes, o florescimento e diversificação das empresas
turísticas e a organização do setor.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Os hábitos de viagem começaram a se alterar, permitindo
a ascensão de um novo tipo de viajante.
• As viagens da aristocracia, caracterizadas pela longa
permanência, até então predominantes, começaram a ser
paulatinamente superadas pelo aparecimento de novos e
diferentes destinos frequentados pela classe média
emergente.
• Além disso, a lógica de trabalho urbano estabeleceu a
separação de um horário liberado das obrigações, e as
lutas trabalhistas fizeram aparecer as condições de
viagens aos trabalhadores: férias e décimo-terceiro
salário.
• Nessa época surgem 02 tendências no âmbito do
turismo: Turismo Itinerante e Turismo Residencial.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Turismo Itinerante: roteiro que contempla várias
destinações. Feito pela burguesia ascendente nos
moldes do Grand Tour da Aristocracia Renascentista, isto
é, viagens de caráter cultural e busca de conhecimento,
também com uma conotação de status.
• Turismo de Residência: pessoas abastadas passaram a
adquirir residências de férias e descanso em destinações
turísticas e/ou próximas a atrativos turísticos ligados a
paisagens, montanhas, termas e cassinos.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• O movimento mais marcante dos séculos XVIII e XIX foi o
Termalismo, resgatando, inclusive, destinos utilizados na
Idade Antiga e no Renascimento.
• As destinações termais passaram a ser chamadas de
Balneários.
• Além das estâncias termais tradicionais, surgiram os
destinos marítimos de viagem a partir da Talassoterapia,
que consistia no uso de água salgada para o tratamento
de enfermidades.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Assim, tanto na zona costeira como nas estâncias
hidrominerais do interior da Europa foi se
desenvolvimento uma considerável estrutura de
hospedagem e, principalmente, de segundas-residência.
• As famílias burguesas queriam se recrear (especialmente
com cassinos), ver e serem vistos (status) e,
eventualmente, tratar de sua saúde.
• Com tudo isso, Termalismo (tradicional ou em águas
salgadas) e o Cassinismo caminhavam juntos, atraindo
um número crescente de visitantes.
• Exemplos de destinos termais/balneários: Spafrancoschamps (Bélgica), Monte Carlo (Mônaco), San
Sebástian (Espanha), Flórida (EUA), Mar del Plata
(Argentina) e Viña del Mar (Chile)
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Emergiram, ainda no século XIX, as modalidades de
•
•
•
•
turismo ligadas ao Paisagismo e ao Montanhismo.
Tratava-se de um meio de imitar as tradições
aristocráticas de possuir casas de campo próprias.
Os motivos de viagem para tais localidades eram o
status, o descanso e o tratamento de saúde para
doenças específicas, como a tuberculose.
Além disso, movimentos socioculturais como o
Romantismo valorizavam o ambiente bucólico e a
necessidade de fuga do ambiente urbano.
Nas artes, artistas como Goethe criavam um imaginário
de belezas e relaxamento a partir de suas obras.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Esse aumento de demanda pelas viagens com um
público novo e ávido por novas experiências fez surgir a
necessidade de uma organização mais eficiente das
viagens.
• Obedecendo a lógica industrial de produção em massa,
padronizada, surgiu a ideia de um organizador
profissional para o turismo: o agente de viagens.
• Os pioneiros surgiram em meados do século XIX:
Agência Abreu (1840), em Portugal, que organizava os
fluxos de trem Lisboa-Porto e tratava dos vistos de saída
em navios para emigrantes, especialmente para o Brasil.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• American Express (1850) que prestava serviços de
•
•
•
•
entregas rápidas envolvendo valores monetários,
documentos, encomendas.
Mas o personagem principal deste período e símbolo da
intermediação de viagens é o inglês Thomas Cook.
É considerado o pai do turismo moderno e primeiro
operador profissional das viagens.
Em 1841 alugou um trem para membros da sua Igreja por
um preço mais baixo ao cliente final e oferecendo lanche
durante a viagem, entretenimento (possibilidade de jogar
críquete e música ao vivo durante o trajeto).
Dez anos depois (1851) criou a empresa de
agenciamento de viagens chamada Thomas Cook & Son.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Entre os feitos de Thomas Cook tem-se:
• Formatação e operação de roteiros turísticos de lazer para outros
continentes (América, Ásia, Oceania).
• Criação do voucher (documento que permitia o uso de meios de
hospedagem para o pagamento do serviços contratados na
agência).
• Criação do primeiro modelo de traveller-check, forma segura de
pagamento aceito em vários estabelecimentos comerciais e
turísticos.
• Levou 75 mil pessoas para visitar a Feira Mundial de Paris (1875)
• Morreu com 85 agências, 84 escritório e 1700 funcionários.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Na segunda metade do século XIX o setor de transportes
dá um salto com o surgimento dos Trens de Luxo e dos
Cruzeiros Marítimos.
• George Pullman criou nos EUA em 1860 o conceito de
vagão-dormitório e vagão-salão nos trens. Depois institui
vagões-restaurante e exclusivos para fumantes.
• Outro ícone das viagens ferroviárias é o surgimento do
Orient Express (Expresso do Oriente) – 1883, que ligava
Londres a Istambul e que estabelecia conexões à Sibéria
e ao Egito.
• Seus vagões sao decorados em estilo turco e
acarpetados, alem de ter serviços de alimentação e
chuveiro de água quente.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Os navios à vapor passaram a se dirigir para a América e
Extremo Oriente em 1838, com viagens organizadas pela
P&O e Cunard.
• Fenômenos como a abertura do Canal de Suez, a
abertura comercial do Japão, a formação dos estados
nacionais da Alemanha e da Itália e as Conferências
Internacionais para acordos comerciais marítimos
impulsionaram este promissor segmento de viagem.
• As artes colaboravam com o incremento do turismo: as
obras literárias de Agatha Christie sobre o Expresso do
Oriente ou de Júlio Verne narrando a Volta ao Mundo em
80 Dias aguçava o desejo pelas viagens no século
vindouro, o XX.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Na transição dos séculos XIX e XX, os setores de
entretenimento e hospedagem também foram
incrementados e profissionalizados.
• Surgiram, inicialmente, os terminus hotels (hotéis de
terminais ferroviários).
• Ficavam próximos às estações de trem, dando mais
conforto aos viajantes que precisavam de uma breve
estada.
• Com o aumento da iluminação artificial, seja ela à gás ou
elétrica, estimulou-se a criação de cabarés de luxo, como
por exemplo o Moulin Rouge (Moinho Vermelho), na
França.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Com tudo isso, houve também o desenvolvimento da
atividade gastronômica e hoteleira.
• César Ritz,considerado o “pai da hotelaria moderna”,
especialmente a de luxo, melhorou os serviços dos
hotéis, modernizou as instalações e criou um novo
conceito de administração e serviço hoteleiro, criando,
por exemplo, a figura do sommelier, além de introduzir
banheiros nas unidades habitacionais, criando as
primeiras suítes.
• Chegou a dirigir 12 hotéis ao mesmo tempo, entre eles o
Ritz Paris (1889) e o Carlton Londres (1889).
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• Já os guias de viagens usados pela aristocracia, foram
substituídos por publicações que podiam ser levadas no
bolso.
• Karl Baedeker era filho de editores alemães. Tendo
viajado muito quando jovem, ele então percebeu a
importância e o interesse que teriam os guias de viagens
para os emergentes turistas. Seu primeiro guia foi editado
em 1829, intitulado Rheinlande.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO
• A partir de então grupos de turistas começaram a se
organizar de acordo com os interesses específicos,
destacando assim o surgimento de clubes.
• Esses clubes organizavam cursos para guias, realizavam
estudos, construíam meios de hospedagem, e
elaboravam guias e mapas.
• Em 1875, surge o Camping Club de Londres. Depois
viriam associações como o Rotary e o Lions, presentes
em diversas partes do mundo.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉCULO
XIX:
ASCENSÃO
DO
TURISMO
• Por fim, o setor de eventos também se estruturaria
profissionalmente, atingindo patamares sem precedentes.
• Os destaques do final do século XIX e início do século XX
entre os acontecimentos programados foram as Feiras
Mundiais e a retomada dos Jogos Olímpicos.
• As Feiras Mundiais abrigavam diversas atrações ligadas
às artes e aos avanços tecnológicos dos países. A
primeira edição ocorreu em Londres (1851) e suas sedes
desde então são itinerantes.
• Já os Jogos Olímpicos inauguram um período histórico
de valorização de atividades físicas (educação física e
recreação dirigida surgiram na época), aliada a invenção
de esportes como o Rugby, o Futebol e de equipamentos
como a Bicicleta.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• No século XX, finalmente, as Eras mais recentes do
•
•
•
•
Turismo são divididas em pequenos períodos históricos:
Pré I Guerra Mundial (1900-1914): crescimento do
turismo com as tendências assinaladas no final do século
XIX.
I Guerra Mundial (1914-1919): interrupção do fluxo,
especialmente na Europa, por conta dos conflitos.
Período Entre Guerras (1919-1939): nova ascensão do
turismo, interrompida parcialmente com a depressão
econômica dos EUA em 1929.
II Guerra Mundial (1939-1950): paralisação do fluxo
turístico em virtude de conflito maior que o anterior.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Explosão do Turismo (1950-1973): crescimento e
massificação da atividade.
• Crises e Recessões (1973-1989): crise do petróleo,
inflação, recessão econômica, inibiram o crescimento do
turismo.
• Crescimento Contínuo Contemporâneo (1990-2013):
salvo atentado terrorista (2001) e crise econômica
mundial (2008), a atividade cresce continuamente,
tornando-se mais complexa e diversificada.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• A chamada consolidação do fenômeno turístico no século
XX, portanto, é pautada por alguns sobressaltos.
• Graves crises políticas, econômicas, sociais e ambientais
costumam ser os grandes inibidores do turismo.
• Entre 1900 e 1949 viveu-se uma Época de Transição do
Turismo.
• Em um primeiro momento, as tendências assinaladas no
final do século XIX sustentavam o crescimento do
turismo, ainda que em ritmo moderado.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Consolidou-se, por exemplo, uma ampla rede ferroviária no
início do século XX, dando margem, inclusive, para a
construção de meios de hospedagem com ampla estrutura
de lazer e auto-suficientes, os resorts, próximos às estações
de trem.
• Também houve o aumento da competição no mercado
turístico e, com isso, o início do marketing turístico, com o
desenvolvimento de estratégias de promoção, distribuição e
comercialização.
• Surgimento de novos modais de transporte, como o
automóvel e o avião (ainda que este tenha demorado alguns
anos para ser aproveitado em escala comercial).
• Intensificação das viagens marítimas em transatlânticos,
sendo um ícone em termos de estrutura e luxo o Titanic, que
atravessaria o Oceano Atlântico em 1912, acidentando-se.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Porém, a I Grande Guerra, iniciada em 1914,
praticamente aboliu o fluxo de viagens a lazer.
• Hotéis Luxuosos, em balneários tradicionais como Côte
d´Azur (França) se tornaram abrigos e hospitais.
• Após a I Guerra Mundial as disputas ideológicas e
políticas não cessaram, acirrando os ânimos na Europa,
apesar da ascensão dos ônibus e dirigíveis como formas
modernas de transporte e de soberania tecnológica.
• O Turismo continuou patinando e sofreu um duro golpe
em 1929, quando o país mais importante do Ocidente
fora da Europa, os EUA, vivenciou uma imensa crise
econômica com a quebra da Bolsa de Nova Iorque.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Na década de 1930 o turismo deu sinais de recuperação,
uma vez que os transportes se aprimoravam e as
conquistas trabalhistas se expandiam, garantiam renda e
tempo disponíveis para viajar para boa parte da classe
média.
• Alguns destinos se destacaram, como Cannes, Nice,
Riviera Italiana (verão) e Alpes Suíços (inverno). Neste
caso, havia a novidade das estações de esqui,
transformando a neve em atrativo, ao invés de obstáculo.
• Além disso, as capitais políticas e culturais da Europa
consolidaram-se como grandes destinos: Praga, Moscou,
São Petesburgo, Viena, Paris, Roma, Veneza, Florença,
Berlim, Munique, Hamburgo, Londres, Nova Iorque, São
Francisco, Sidney.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Na América Latina, outras estâncias balneárias com
estrutura de cassino emergiram enquanto destinos
turísticos, embora com um fluxo mais regional e com uma
conotação um tanto exótica para visitantes de outros
continentes: Punta del Este, Acapulco, Miami (quase
América Latina), Rio de Janeiro.
• Além desses, Bariloche desponta para o turismo de
inverno, com montanhas e esqui.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Cabe destacar que os EUA se tornaram grande núcleo
emissor e receptor de turistas durante o New Deal, na
década de 1930, graças as suas conquistas em termos
de transporte.
• Para se ter uma ideia, em 1914 a Grã-Bretanha possuía
132 mil automóveis e os EUA, 2 milhões. Seu maior
ícone era a Ford e sua produção em série.
• Vale lembrar que muitos veículos excedentes da guerra
foram adaptados a usos civis, garantindo a expansão dos
ônibus e caminhões.
• O conceito de Motor-home foi criado em 1929 nos EUA.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO
DO
TURISMO
• Os EUA, inclusive, colaboraram para a mudança de
postura dos europeus na forma de lidar com o lazer.
• Muitos ricos jovens norte-americanos passavam as férias
na Europa, especialmente depois que o convés dos
transatlânticos passaram a abrigar cabinas para turistas.
• Esses moços eram considerados grosseiros e
impertinentes na circunspecta sociedade londrina e
parisiense.
• Contudo, ao “invadir” balneários como a Riviera
Francesa, estabeleceram um modo de férias baseado no
aproveitamento da praia durante o dia e restaurantes e
boates à noite, algo que se alastrou por toda a Europa e
ditou, a partir de então, o modo de se aproveitar uma
viagem enquanto se é jovem: liberdade, consumo e
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• O transporte aéreo começa com os Dirigíveis, muito associados a
•
•
•
•
conflitos bélicos posteriormente, sendo inclusive um dos símbolos da
pretensa soberania nazista.
Já os aviões se consolidaram a partir da década de 1920, com o
primeiro voo comercial Londres-Amsterdã, oferecido pela KLM
(Holanda).
Em 1929 foi realizada a Convenção de Varsóvia, a fim de estipular as
regras mundiais da aviação comercial.
Rapidamente surgiram serviços de atendimento durante os voos
como enfermeiras e aeromoças, que prestavam informações e
ofereciam alimentação.
Após a II Guerra Mundial, os modelos DC (Douglas Aircraft Company
– EUA) passaram a oferecer isolamento acústico, ar condicionado,
assentos reclináveis, serviço de cozinha e piloto automático.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Voltando à década de 1920 percebe-se uma mobilização
dos trabalhadores em organizar suas viagens, emergindo
assim o chamado Turismo Social.
• Havia preconceito dos mais abastados na recepção deste
tipo de público em algumas destinações, o que fez com
que se configurasse uma nova modalidade de viagens.
• Esta era feita, invariavelmente, em ônibus de excursão,
com curto tempo de permanência e para localidades
próximas do núcleo emissor, ocupando-se formas mais
simples de hospedagem e estimulando a construção de
centros de lazer popular, como as colônias de férias.
• Este conceito de turismo existe até hoje, vinculada à
classe trabalhadora, o que pode ser observado no SESC
e nas colônias de férias do litoral paulista, por exemplo.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Na hotelaria percebe-se um distanciamento entre a
filosofia europeia e norte-americana de hospedar.
• Na primeira, as tradições, os rituais, o legado da
hospitalidade acolhedora e do luxo serviam de base, sob
inspiração de Ritz, sem a preocupação central nos
custos.
• Já nos EUA, emergia uma noção mais pragmática e
democrática dos meios de hospedagem, baseada na
eficiência dos serviços, com preços baixos e menos
preocupação com amenidades de conforto.
• A ampliação das estradas e veículos rodoviários
transformou a indústria hoteleira, fazendo emergir os
Motéis (Motor + Hotel) nas rodovias dos EUA.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Nos anos 1930, surgem as primeiras cadeias hoteleiras
nos EUA, como o Hilton e o Sheraton, massificando e
padronizando as experiências de hospedagem.
• As agências de viagem observam a expansão norteamericana, a partir da fusão da Cook (Inglaterra) com a
Wagon-lit (EUA).
• No setor de entretenimento, destacaram-se também nos
EUA o modelo de drive in (alimentação + entretenimento)
sempre prática e padronizada, simbolizada pelo fast-food
(especialmente após a Depressão de 1929).
• Apesar das unidades de conservação terem surgido no
final do século XIX, elas se expandem no início do século
XX, preservando a natureza e a cultura de determinados
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Com tudo isso, as primeiras décadas do século XX viram
o surgimento de entidades representativas, públicas e
privadas.
• Haviam organismos nacionais de turismo como o Office
National du Tourisme – França (1910) e associações
representativas de setores privados do turismo, como a
Associação dos Albergues da Juventude (Hostelling
International) (1909).
• O Turismo, pela sua crescente importância, passa a ser
encarado como área de conhecimento científico,
passando a fazer parte de cursos universitários,
especialmente na Alemanha, Inglaterra, França, Suiça,
Itália, Espanha e EUA.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Durante a década de 1940, mesmo com a interrupção do
•
•
•
•
•
turismo em boa parte do mundo pela II Guerra Mundial,
surgiram entidades emblemáticas como:
IATA – International Air Transport Association (1945)
AIH – Associação Internacional de Hotelaria (1949)
IUOTO – International Union of Official Travel
Organizations (precursora da Organização Mundial do
Turismo) (1947)
Fundamentos Gerais do Turismo – estudo acadêmico de
Hunziker e Krapf (Alemanha – 1942)
AIEST – Associação Internacional dos Especialistas em
Turismo (1949)
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• De 1950 a 1973 houve a consolidação do Turismo de
Massa.
• O que proporcionou esta expansão de oferta e de
demanda pelas viagens foi:
• Estabilidade política na Europa e nos EUA.
• Aumento do tempo livre para a maioria dos trabalhadores.
• Consolidação da classe média em países ocidentais.
• Interesse maior por educação e cultura.
• Desejo de evasão do estresse cotidiano e de contato com a
natureza.
• Avanços tecnológicos que diminuíram custos, principalmente de
transportes.
• Desenvolvimento de técnicas de marketing e promoção.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Com tudo isso, a mentalidade industrial de produção
•
•
•
•
padronizada, em larga escala, barateada e eficaz passou
a ditar as regras da atividade turística mundial.
O símbolo máximo deste período é a disseminação dos
pacotes turísticos de férias.
O turismo passou a ser visto como fonte de renda,
inclusive para recuperação econômica dos países
envolvidos em guerras.
As lideranças políticas passaram a defender o turismo
como dínamo econômico e social, facilitando a geração
de emprego e renda.
Contudo, deixaram de considerar seus impactos
negativos, principalmente na esfera ambiental e cultural,
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Khatchikian (2000) afirma que a partir de 1950 a
sociedade desenvolveu novos parâmetros culturais, em
que a recreação e o lazer tiveram impacto determinante
na formação de uma moral coletiva orientada ao prazer
(ainda que, muitas vezes, vivenciado de modo fugaz e
individualista).
• Surgiram verdadeiras Ilhas da Fantasia, como os
Parques Temáticos (Disney – 1955) e consolidaram-se
destinos e atrativos libertários como Cancún, Ibiza, entre
outros.
• O certo é que, em pouco mais de 02 décadas, o fluxo de
chegadas internacionais nos aeroportos do mundo saltou
de 25 milhões de passageiros (1950) para 198 milhões
(1973). A maioria no eixo Atlântico Norte.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• A dimensão e a dinâmica do turismo tornaram-se tão
•
•
•
•
complexas que a tecnologia teve que se desenvolver
rapidamente.
Nos anos 1960 foram criados os primeiros sistemas de
reservas de passagens aéreas (Sabre – American
Airlines).
Foram incorporadas técnicas de marketing ao turismo,
mudando seu enfoque de comercialização.
Surgiu o conceito de produto turístico e, com este, a
padronização da oferta, impulsionando seu crescimento.
O McDonald´s, em termos de alimentação, é um símbolo
deste fenômeno.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• As Operadoras de Viagem passaram a fretar aviões (voos
charters) de forma a garantir melhores preços e expandir
seus negócios a praticamente todo o globo.
• Surgiram nos EUA os hotéis de categoria econômica,
focados essencialmente nas classes médias, o que
mobilizou a hotelaria europeia a se adaptar aos novos
tempos.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Foram planejados novos centros turísticos, como a Costa
Brava (Espanha), Costa do Sol (Espanha), propagados
para outros países.
• Também emergiram destinos “exóticos”, para turistas
“diferenciados” e “saturados” dos destinos “tradicionais”.
• Assim, desde a década de 1950 emergiram
turisticamente países como Cuba, Marrocos, Colômbia,
Iugoslávia, África do Sul, Austrália, Brasil, entre outros.
• Mais recentemente a leva de destinos exóticos de
expandiu, atingindo rincões como Nova Zelândia,
Jamaica, Tanzânia, Vietnã, Nepal, Tailândia, entre outros.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• A partir dos anos 1970, com a crise do Petróleo, aumento
da poluição mundial e conflitos ideológicos, políticos e
econômicos emergiram as bases de uma visão pósindustrial do turismo.
• Assim, mesmo considerando a influência dos valores
industriais como predominantes, alguns movimentos de
contracultura e de crítica social emergiram, com reflexos
no turismo.
• Movimentos como o feminismo, socialismo e
ambientalismo mostraram novas formas de encarar o
mundo.
• A produção científica em turismo passou a questionar os
impactos da atividade, bem como o conflito de interesses
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• A massificação trouxe uma velocidade sem precedentes
nas transformações dos destinos, estruturas e serviços.
• A competição se acirrou, fazendo emergir a super
especialização das viagens, com diversos novos
segmentos, alguns deles mais brandos que o tradicional
turismo de sol e praia.
• EXERCÍCIO: QUAIS FORAM AS MUDANÇAS NA
DINÂMICA DO TURISMO NÃO COMENTADAS QUE
OCORRERAM NOS ÚLTIMOS 40 ANOS.
SÉCULO XX:
CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO
• Espetacularização dos atrativos (eventos, encenações,
•
•
•
•
•
•
•
etc.)
Aumento das facilidades (aluguel de veículos e
equipamentos de apoio turístico em geral)
Acesso quase ilimitado a informações de viagem
(internet)
Ampliação do conflito global x local, inovação x tradição
Consolidação das regiões turísticas (ex. Caribe), de
forma a competir com mais força no mercado
Preocupação com pesquisa e planejamento turístico
Valorização da criatividade
Nova dimensão do tempo e do espaço
SÉCULO XXI: TENDÊNCIAS
• Cabe conhecer algumas alterações, inovações e
•
•
•
•
•
•
tendências do turismo na transição dos séculos XX e
XXI:
Implemento de meios de transporte ainda mais velozes
(ex. Aviões Supersônicos);
Desregulamentação do transporte aéreo nos EUA,
barateando as viagens;
Consolidação dos voos charters;
Recuperação e expansão da malha rodoviária em países
ricos e emergentes;
Ampliação da malha viária e incentivo ao aluguel de
veículos para viagem;
Expansão dos cruzeiros marítimos;
SÉCULO XXI: TENDÊNCIAS
• Aumento do uso do espaço virtual por produtores,
distribuidores e consumidores turísticos;
• Valorização da segmentação de viagens, especialmente
ligadas ao meio ambiente e a cultura, em detrimento da
ideia de massificação e elitização;
• Desenvolvimento de ferramentas de gestão, incluindo
projetos de pesquisa e planejamento e a criação de
softwares;
• Nova configuração do “Mapa Turístico Mundial”,
desconcentrando-se do eixo Atlântico Norte, com forte
recepção e emissão da China, Sudeste Asiático, Leste
Europeu, América Central e Parte do Oriente Médio.
E NO BRASIL
• http://www.ivanpinho.com.br/downloads/fundamentos_turi
smo/17417_Fundamentos_do_Turismo_Aula_04_Vol_1.p
df
• Durante o período colonial, o Brasil era formado de matas
fechadas e florestas.
• As viagens dos desbravadores e bandeirantes em busca
de ouro e pedras preciosas abriram caminho e
expandiram o território para o interior.
• As formas mais rudimentares de transporte eram em
lombos de burro, e as acomodações eram realizadas nos
chamados ranchos, que hospedavam e alimentavam os
viajantes e seus animais, de forma bastante precária.
E NO BRASIL
• Durante o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e o ciclo
do ouro em Minas Gerais (Séc XVI a XVIII), as famílias
ricas já praticavam o que hoje chamamos de turismo
cultural, ao enviarem seus filhos para estudarem na
Universidade de Coimbra, em Portugal, e posteriormente
em outras universidades da Europa.
• Com a vinda da família real para o Brasil (Séc. XIX), a
colônia se transformou para atender às necessidades dos
novos habitantes.
• Não existia hospedagem com conforto para a numerosa
corte que acompanhou a família real portuguesa, bem
como para os tantos visitantes e comerciantes que
começaram a chegar.
E NO BRASIL
• A corte portuguesa trouxe para o Brasil hábitos de lazer e
veraneio que foram rapidamente absorvidos por toda a
colônia.
• O hábito de banhar-se no mar foi trazido para o Brasil e
provocou grandes transformações na vida e no cotidiano
das pessoas.
• O banho de mar tornou-se uma tendência e uma
necessidade, a princípio para se protegerem das doenças
causadas pelas péssimas condições sanitárias em que se
encontravam as primeiras aglomerações na colônia, e,
mais tarde, uma modalidade de lazer e turismo.
E NO BRASIL
• Uma outra modalidade de termalismo observada no
Brasil foi a criação de estâncias climáticas.
• A família imperial, fugindo das altas temperaturas na
cidade do Rio de Janeiro, construiu a cidade de
Petrópolis, que hoje é considerada a primeira estância
climática e o berço do turismo no Brasil.
• . A partir disso, a cidade de Petrópolis passou a receber
várias pessoas que queriam acompanhar os hábitos da
corte, considerada a elite da época, especialmente após
a construção da primeira estrada de ferro, que ligava o
Rio de Janeiro a Petrópolis.
• No Sul de Minas Gerais, estâncias hidrominerais também
se desenvolveram, como Caxambú e São Lourenço,
consolidando uma modalidade de turismo de origem
europeia.
E NO BRASIL
• No século XIX, o ciclo do café produzia a riqueza, e a
aristocracia brasileira adquiriu o hábito de viajar para a
Europa, tanto para estudos quanto para passar férias,
como sinal de status.
• No início do século XX, os ideais desenvolvimentistas
oriundos da industrialização propiciaram a uma parcela
da população um novo modo de vida que inseriu outros
padrões de consumo, entre os quais, as viagens de férias
e as atividades de lazer.
• A expansão da publicidade e a popularização do cinema
tiveram um papel preponderante no desenvolvimento do
turismo, divulgando lugares e modos de vida que
incentivavam o deslocamento e o consumo de bens e
serviços.
E NO BRASIL
• Assim, as segundas residências de férias e lazer
começam a se popularizar, ainda restritas as classes
mais altas da sociedade, com construções de casas de
veraneio no litoral e em regiões próximas aos centros
urbanos.
• Também como manifestação de culto à saúde e ao corpo,
a expansão das estâncias hidrominerais, climáticas e
termais deu um novo impulso para o crescimento da
atividade turística, geralmente associadas ao cassinismo.
• Nas primeiras décadas do século XX surgiram hotéiscassino que marcaram época: Quitandinha (Petrópolis);
Parque Balneário e o Atlântico (Santos); Quisissana
(Poços de Caldas); Grande Hotel (São Pedro); Grande
Hotel (Araxá) e Copacabana Palace (Rio de Janeiro).
E NO BRASIL
• No setor de transportes surgem as primeiras companhias
aéreas brasileiras, como a Varig (1927), Panair (1930) e
Vasp (1933), ligadas ao estado e a nova mentalidade
desenvolvimentista industrial, ainda que em seu estágio
inicial.
• Mesmo assim, percebe-se uma considerável expansão
da malha viária (em detrimento das linhas férreas), ainda
que com estrutura precária e o aumento de veículos
particulares de transporte (automóveis), que eram usados
pelos mais ricos em viagens de curta distância (e, mesmo
assim, longa duração de deslocamento).
• Em 1925, por exemplo, começaram a fabricar automóveis
GM no Brasil, que levavam 06 dias para cruzar o trajeto
SP-RJ. Já em 1926 surge o Touring Club do Brasil.
E
NO
BRASIL
• Contudo, em 1946 a expansão turística hoteleira ligada
aos cassinos sofreu duro golpe, com a proibição dessa
modalidade de entretenimento.
• Além disso, o avanço da medicina e a valorização do
veraneio fizeram o turismo em estâncias termais e
hidrominerais declinar.
• Em seguida, consolidou-se o processo de
industrialização, que provocou o aumento da população
urbana a partir dos anos 1950, a qual se mantinha
informada, agora, através dos novos veículos de
comunicação como a televisão.
• Foi a partir disso que o turismo interno passou a ser mais
divulgado e cobiçado pela classe trabalhadora que havia
adquirido alguns direitos trabalhistas após a criação da
CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
E NO BRASIL
• Assim, terrenos, casas e apartamentos no litoral, sítios e
chácaras de recreio no interior começam a ser adquiridos
pela classe média, fazendo surgir várias localidades
turísticas que conhecemos hoje.
• Em contrapartida, os anos 1960 assistem a disseminação
das casas de veraneio e de campo entre os membros da
elite, urbanizando cidades litorâneas e de clima e
paisagem montanhosa, como Guarujá e Caxias do Sul,
respectivamente.
• A hotelaria também é expandida, especialmente na
década de 1970, seguida de empresas aéreas e da
malha rodoviária, com apoio das primeiras políticas
públicas de desenvolvimento da atividade turística
(Embratur é criada em 1966). .
E NO BRASIL
• Em 1975 instalou-se em São Paulo a primeira cadeia
hoteleira internacional, Hilton, com 400 apartamentos. Em
seguida vieram Holiday Inn, Sheraton, Meridien, Novotel,
Clud Mediterrané.
• Também emergiram formas alternativas de hospedagem,
como campings, albergues e pousadas familiares.
• Na década de 1970 surgem as primeiras faculdades de
turismo do país, sendo as pioneiras a Anhembi Morumbi,
USP e Unibero.
• Entretanto, na década de 1980, o turismo brasileiro passa
por uma significativa estagnação, reflexo das crises do
petróleo, que geraram grandes crises econômicas
mundiais.
E NO BRASIL
• Houve a tentativa de incremento da oferta, como a
inauguração do Aeroporto de Cumbica (1985).
• Contudo, a maioria das viagens era realizada pelo modal
rodoviário, organizado por grandes operadoras de
viagem: Soletur, Viagens Costa e CVC (esta, desde
1972).
• Ocorre ainda a tentativa de expansão do turismo para
além do eixo Sul-Sudeste do país, especialmente com os
programas governamentais de desenvolvimento turístico
em outras regiões, especialmente o Nordeste.
• Nos anos 1990 as políticas governamentais de turismo se
aprimoraram, com o desenvolvimento do Plano Nacional
de Turismo (1992) e Plano Nacional de Municipalização
do Turismo (1994), alinhados com os preceitos da OMT.
E NO BRASIL
• O setor hoteleiro se transforma, com o aumento dos flats
em São Paulo, gerando discordância e desequilíbrio
mercadológico com os meios de hospedagem
tradicionais.
• Além disso, os critérios de classificação de hospedagem
são revisados, para que prevaleça critérios técnicos e
não políticos, como ocorria durante o Regime Militar.
• No Nordeste, nota-se o investimento em resorts e hotéis
de lazer à beira-mar, construídos muitas vezes em
lugarejos simples e desertos, gerando fortes impactos
negativos sociais e ambientais, não raro sob a
coordenação de um empreendedor estrangeiro.
E NO BRASIL
• A estabilização da democracia, da inflação e da moeda
fazem a população brasileira voltar a se preocupar com
viagens.
• Em um primeiro momento, para o exterior, visto que o
real valia mais que o dólar nos primeiros anos do governo
FHC (1994-1998).
• O setor aéreo se transforma, com a ascensão da TAM e a
falência da Vasp e Transbrasil. Contudo, continua com
regulamentação e fiscalização complicadas, o que inibe o
fluxo de viagens doméstica e receptiva internacional.
E NO BRASIL
• Novos destinos, ligados ao ecoturismo, eventos e ao
•
•
•
•
•
turismo de aventura são incentivados e se expandem,
tirando a histórica cultura monotemática do turismo
nacional (focado no Sol e Praia).
Pantanal, Bonito (MS) – ecoturismo
Blumenau (SC), Barretos (SP), Parintins (AM) – eventos
Jericoacoara (CE), Praia da Pipa (RN), Mangue Seco
(BA), Ilhéus (BA) – Sol e Praia + Natureza
Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Tiradentes (MG), Gramado
(RS): Cultura
O Turismo Sexual, outro símbolo velado de nosso
turismo, passa a ser oficialmente combatido pelos órgãos
oficiais de turismo.
E NO BRASIL
• No início do século XXI é criado o Ministério do Turismo
•
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•
(2003).
Este implanta o Programa de Regionalização do Turismo,
incentivando a diversificação da oferta de destinos
turísticos.
Nos anos 2000 são potencializadas:
Linhas de crédito para investimento em turismo;
Empreendedorismo em turismo (SEBRAE);
Trens Turísticos;
Companhias Aéreas de baixo custo (Gol, Webjet)
Ampliação da infraestrutura aeroportuária
Eventos internacionais (ex. Jogos Panamericanos – RJ –
2007)
E NO BRASIL
• Cruzeiros marítimos;
• Eventos científicos de turismo;
• Produção bibliográfica;
• Novos segmentos, destinos e produtos turísticos;
• Pesquisa e Planejamento de destinações e produtos
turísticos;
• Novas formas de comunicação (internet: blogs, redes
sociais);
• Inserção da nova classe média no universo das viagens,
demandando novas formas de comunicação e prestação
de serviços.
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