FUNDAMENTOS DO TURISMO 1 FT1X1 AULAS 05, 06 e 07: HISTÓRIA DO TURISMO Idade Média à Idade Contemporânea IDADE MÉDIA • A queda do Império Romano (476 d.c.) criou enormes dificuldades para as viagens. • Os deslocamentos tornaram-se perigosos e difíceis. • A ordem e a segurança deixou de existir, especialmente com a invasão bárbara. Muitas estradas foram destruídas. • Além disso, a sociedade desenvolveu-se com algumas características inibidoras das viagens: • Fixação do homem à terra, com predomínio da atividade agrícola • Autosuficiência dos feudos • Ausência do comércio desenvolvido • Religião sobrepondo-se às artes e à filosofia. IDADE MÉDIA • Neste modelo societário não haviam margens financeiras • • • • que permitissem o luxo das viagens e dos lazeres. No início do período, os poucos deslocamentos eram ligados às feiras e às peregrinações. As feiras, inclusive, eram raras e ligadas a celebrações religiosas. Nas peregrinações religiosas a devoção religiosa era o grande chamariz. A classe média praticamente desaparece, especialmente na primeira metade da Idade Média. IDADE MÉDIA • Contudo, a partir do ano 1000 d.c. aproximadamente, • • • • alguns fatores fizeram com que as viagens voltassem a ser valorizadas. A primeira delas por conta da própria Igreja Católica, a partir da construção de grandes templos, atraindo visitantes (ex. Igreja de Notre Dame, em Paris). Muitas abadias e mosteiros acolhiam e alimentavam peregrinos, fazendo surgir, inclusive, rotas religiosas, como a de Santiago de Compostela (Espanha/França). Como retribuição, os peregrinos faziam doações, muitas vezes como forma de sacrifício por um pecado (indulgência). Criou-se, inclusive, um mercado de pequenos itens ligados à religião, os chamados souvenires. IDADE MÉDIA • Mas foi com o Movimento das Cruzadas que o modelo de sociedade foi se transformando na Europa Ocidental. • As Cruzadas eram longas jornadas de caráter religioso, mas que tinham como pano de fundo a exploração econômica de outros povos e o intercâmbio cultural e comercial. • A consequência disso foi o surgimento de novas formas de Cristianismo, cujo símbolo principal é o Protestantismo. • Neste, a lógica capitalista mercantil se une a lógica da libertação pela fé. Possuir bens não era pecado, mas sim um sinal de espiritualidade, dando margem, entre outros aspectos, ao aumento da competição, a formação de núcleos urbanos e a expansão do comércio. IDADE MÉDIA • A mentalidade medieval, portanto, entra em colapso, especialmente porque, além dos itens citados, viu-se na Europa epidemias que devastaram mais da metade da população e a formação de Reinos, em substituição aos feudos. • Por fim, a expansão marítima, iniciada no século XIV por Portugal e Espanha, foram o prenúncio de uma era mais ligada à tecnologia, ao comércio, as disputas políticas e econômicas, ao intercâmbio comercial. IDADE MODERNA • Em 1453 d.c. Constantinopla é invadida pelos turco- otomanos, simbolizando o fim da Idade Média. • Viria surgir o Renascimento, com a retomada dos valores greco-romanos, o que incluía a revalorização dos centros urbanos, a efervescência cultural, o homem sendo mais importante que a religião e a retomada da importância das viagens e dos lazeres. • Surgiram grandes universidades no período como Oxford, Paris, Salamanca e Bolonha. Isso incentivou o intercâmbio de conhecimento e a consolidação de um pensamento mais científico, racional. IDADE MODERNA • Neste contexto, a Inglaterra, país protestante que buscava a vanguarda tecnológica e cultural do Ocidente, incentivou o desenvolvimento de um hábito de viagem entre os filhos de sua elite: o chamado Grand Tour. • O Grand Tour, desenvolvido nos séculos XVI e XVII, tinha uma duração longa, de até 03 anos, permitindo que jovens tivessem uma vivência cultural plena e realizassem intercâmbios políticos, econômicos e sociais de diferentes natureza, de modo a prepará-los para a supremacia britânica que se desenhara. • Eles eram acompanhados por tutores, entre os quais esteve presente nomes como Adam Smith (que encontrou, em um desses roteiros, pensadores como Rousseau e Voltaire). IDADE MODERNA • Um dos pontos altos da viagem eram conhecer a Itália, especialmente as artes, a filosofia e o repertório cultural de Roma, Florença, Nápoles e Veneza, em ebulição na época do Renascimento. • Outro destino relevante era a França. O interessante é que França e Itália são, até hoje, 02 dos principais destinos turísticos mundiais, se destacando pelo seu patrimônio cultural. • Esta modalidade de viagem foi bruscamente interrompida com a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas que vieram na sequência. • Novamente a ordem político-ideológica havia se alterado, com a ascensão da burguesia ao poder e a decadência das monarquias absolutistas. IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • Marco Histórico Inicial: 1789 d.c. (Revolução Francesa) • Início da Revolução Industrial (Inglaterra) • Ascensão da burguesia ao poder (novos valores) • Migração do campo para a cidade (urbanização) • Novas tecnologias (no caso das viagens, sua dinâmica foi influenciada principalmente pelos novos meios de transporte, Navio à vapor e Transporte Ferroviário). IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • A partir do século XVIII ocorreram o surgimento, o desenvolvimento e a consolidação do turismo propriamente dito. • Alguns estudiosos denotam o período que se estende em meados do século XIX até o início do século XX de Ascensão do Turismo Moderno. • Neste período houve a implantação e desenvolvimento da atividade turística como um grande negócio, em decorrência de mudanças econômicas, sociais e tecnológicas. • Surgiram novos hábitos de viagem, novos tipos de viajantes, o florescimento e diversificação das empresas turísticas e a organização do setor. IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • Os hábitos de viagem começaram a se alterar, permitindo a ascensão de um novo tipo de viajante. • As viagens da aristocracia, caracterizadas pela longa permanência, até então predominantes, começaram a ser paulatinamente superadas pelo aparecimento de novos e diferentes destinos frequentados pela classe média emergente. • Além disso, a lógica de trabalho urbano estabeleceu a separação de um horário liberado das obrigações, e as lutas trabalhistas fizeram aparecer as condições de viagens aos trabalhadores: férias e décimo-terceiro salário. • Nessa época surgem 02 tendências no âmbito do turismo: Turismo Itinerante e Turismo Residencial. IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • Turismo Itinerante: roteiro que contempla várias destinações. Feito pela burguesia ascendente nos moldes do Grand Tour da Aristocracia Renascentista, isto é, viagens de caráter cultural e busca de conhecimento, também com uma conotação de status. • Turismo de Residência: pessoas abastadas passaram a adquirir residências de férias e descanso em destinações turísticas e/ou próximas a atrativos turísticos ligados a paisagens, montanhas, termas e cassinos. IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • O movimento mais marcante dos séculos XVIII e XIX foi o Termalismo, resgatando, inclusive, destinos utilizados na Idade Antiga e no Renascimento. • As destinações termais passaram a ser chamadas de Balneários. • Além das estâncias termais tradicionais, surgiram os destinos marítimos de viagem a partir da Talassoterapia, que consistia no uso de água salgada para o tratamento de enfermidades. IDADE CONTEMPORÂNEA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • Assim, tanto na zona costeira como nas estâncias hidrominerais do interior da Europa foi se desenvolvimento uma considerável estrutura de hospedagem e, principalmente, de segundas-residência. • As famílias burguesas queriam se recrear (especialmente com cassinos), ver e serem vistos (status) e, eventualmente, tratar de sua saúde. • Com tudo isso, Termalismo (tradicional ou em águas salgadas) e o Cassinismo caminhavam juntos, atraindo um número crescente de visitantes. • Exemplos de destinos termais/balneários: Spafrancoschamps (Bélgica), Monte Carlo (Mônaco), San Sebástian (Espanha), Flórida (EUA), Mar del Plata (Argentina) e Viña del Mar (Chile) IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Emergiram, ainda no século XIX, as modalidades de • • • • turismo ligadas ao Paisagismo e ao Montanhismo. Tratava-se de um meio de imitar as tradições aristocráticas de possuir casas de campo próprias. Os motivos de viagem para tais localidades eram o status, o descanso e o tratamento de saúde para doenças específicas, como a tuberculose. Além disso, movimentos socioculturais como o Romantismo valorizavam o ambiente bucólico e a necessidade de fuga do ambiente urbano. Nas artes, artistas como Goethe criavam um imaginário de belezas e relaxamento a partir de suas obras. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Esse aumento de demanda pelas viagens com um público novo e ávido por novas experiências fez surgir a necessidade de uma organização mais eficiente das viagens. • Obedecendo a lógica industrial de produção em massa, padronizada, surgiu a ideia de um organizador profissional para o turismo: o agente de viagens. • Os pioneiros surgiram em meados do século XIX: Agência Abreu (1840), em Portugal, que organizava os fluxos de trem Lisboa-Porto e tratava dos vistos de saída em navios para emigrantes, especialmente para o Brasil. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • American Express (1850) que prestava serviços de • • • • entregas rápidas envolvendo valores monetários, documentos, encomendas. Mas o personagem principal deste período e símbolo da intermediação de viagens é o inglês Thomas Cook. É considerado o pai do turismo moderno e primeiro operador profissional das viagens. Em 1841 alugou um trem para membros da sua Igreja por um preço mais baixo ao cliente final e oferecendo lanche durante a viagem, entretenimento (possibilidade de jogar críquete e música ao vivo durante o trajeto). Dez anos depois (1851) criou a empresa de agenciamento de viagens chamada Thomas Cook & Son. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Entre os feitos de Thomas Cook tem-se: • Formatação e operação de roteiros turísticos de lazer para outros continentes (América, Ásia, Oceania). • Criação do voucher (documento que permitia o uso de meios de hospedagem para o pagamento do serviços contratados na agência). • Criação do primeiro modelo de traveller-check, forma segura de pagamento aceito em vários estabelecimentos comerciais e turísticos. • Levou 75 mil pessoas para visitar a Feira Mundial de Paris (1875) • Morreu com 85 agências, 84 escritório e 1700 funcionários. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Na segunda metade do século XIX o setor de transportes dá um salto com o surgimento dos Trens de Luxo e dos Cruzeiros Marítimos. • George Pullman criou nos EUA em 1860 o conceito de vagão-dormitório e vagão-salão nos trens. Depois institui vagões-restaurante e exclusivos para fumantes. • Outro ícone das viagens ferroviárias é o surgimento do Orient Express (Expresso do Oriente) – 1883, que ligava Londres a Istambul e que estabelecia conexões à Sibéria e ao Egito. • Seus vagões sao decorados em estilo turco e acarpetados, alem de ter serviços de alimentação e chuveiro de água quente. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Os navios à vapor passaram a se dirigir para a América e Extremo Oriente em 1838, com viagens organizadas pela P&O e Cunard. • Fenômenos como a abertura do Canal de Suez, a abertura comercial do Japão, a formação dos estados nacionais da Alemanha e da Itália e as Conferências Internacionais para acordos comerciais marítimos impulsionaram este promissor segmento de viagem. • As artes colaboravam com o incremento do turismo: as obras literárias de Agatha Christie sobre o Expresso do Oriente ou de Júlio Verne narrando a Volta ao Mundo em 80 Dias aguçava o desejo pelas viagens no século vindouro, o XX. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Na transição dos séculos XIX e XX, os setores de entretenimento e hospedagem também foram incrementados e profissionalizados. • Surgiram, inicialmente, os terminus hotels (hotéis de terminais ferroviários). • Ficavam próximos às estações de trem, dando mais conforto aos viajantes que precisavam de uma breve estada. • Com o aumento da iluminação artificial, seja ela à gás ou elétrica, estimulou-se a criação de cabarés de luxo, como por exemplo o Moulin Rouge (Moinho Vermelho), na França. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Com tudo isso, houve também o desenvolvimento da atividade gastronômica e hoteleira. • César Ritz,considerado o “pai da hotelaria moderna”, especialmente a de luxo, melhorou os serviços dos hotéis, modernizou as instalações e criou um novo conceito de administração e serviço hoteleiro, criando, por exemplo, a figura do sommelier, além de introduzir banheiros nas unidades habitacionais, criando as primeiras suítes. • Chegou a dirigir 12 hotéis ao mesmo tempo, entre eles o Ritz Paris (1889) e o Carlton Londres (1889). IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Já os guias de viagens usados pela aristocracia, foram substituídos por publicações que podiam ser levadas no bolso. • Karl Baedeker era filho de editores alemães. Tendo viajado muito quando jovem, ele então percebeu a importância e o interesse que teriam os guias de viagens para os emergentes turistas. Seu primeiro guia foi editado em 1829, intitulado Rheinlande. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • A partir de então grupos de turistas começaram a se organizar de acordo com os interesses específicos, destacando assim o surgimento de clubes. • Esses clubes organizavam cursos para guias, realizavam estudos, construíam meios de hospedagem, e elaboravam guias e mapas. • Em 1875, surge o Camping Club de Londres. Depois viriam associações como o Rotary e o Lions, presentes em diversas partes do mundo. IDADE CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX: ASCENSÃO DO TURISMO • Por fim, o setor de eventos também se estruturaria profissionalmente, atingindo patamares sem precedentes. • Os destaques do final do século XIX e início do século XX entre os acontecimentos programados foram as Feiras Mundiais e a retomada dos Jogos Olímpicos. • As Feiras Mundiais abrigavam diversas atrações ligadas às artes e aos avanços tecnológicos dos países. A primeira edição ocorreu em Londres (1851) e suas sedes desde então são itinerantes. • Já os Jogos Olímpicos inauguram um período histórico de valorização de atividades físicas (educação física e recreação dirigida surgiram na época), aliada a invenção de esportes como o Rugby, o Futebol e de equipamentos como a Bicicleta. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • No século XX, finalmente, as Eras mais recentes do • • • • Turismo são divididas em pequenos períodos históricos: Pré I Guerra Mundial (1900-1914): crescimento do turismo com as tendências assinaladas no final do século XIX. I Guerra Mundial (1914-1919): interrupção do fluxo, especialmente na Europa, por conta dos conflitos. Período Entre Guerras (1919-1939): nova ascensão do turismo, interrompida parcialmente com a depressão econômica dos EUA em 1929. II Guerra Mundial (1939-1950): paralisação do fluxo turístico em virtude de conflito maior que o anterior. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Explosão do Turismo (1950-1973): crescimento e massificação da atividade. • Crises e Recessões (1973-1989): crise do petróleo, inflação, recessão econômica, inibiram o crescimento do turismo. • Crescimento Contínuo Contemporâneo (1990-2013): salvo atentado terrorista (2001) e crise econômica mundial (2008), a atividade cresce continuamente, tornando-se mais complexa e diversificada. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • A chamada consolidação do fenômeno turístico no século XX, portanto, é pautada por alguns sobressaltos. • Graves crises políticas, econômicas, sociais e ambientais costumam ser os grandes inibidores do turismo. • Entre 1900 e 1949 viveu-se uma Época de Transição do Turismo. • Em um primeiro momento, as tendências assinaladas no final do século XIX sustentavam o crescimento do turismo, ainda que em ritmo moderado. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Consolidou-se, por exemplo, uma ampla rede ferroviária no início do século XX, dando margem, inclusive, para a construção de meios de hospedagem com ampla estrutura de lazer e auto-suficientes, os resorts, próximos às estações de trem. • Também houve o aumento da competição no mercado turístico e, com isso, o início do marketing turístico, com o desenvolvimento de estratégias de promoção, distribuição e comercialização. • Surgimento de novos modais de transporte, como o automóvel e o avião (ainda que este tenha demorado alguns anos para ser aproveitado em escala comercial). • Intensificação das viagens marítimas em transatlânticos, sendo um ícone em termos de estrutura e luxo o Titanic, que atravessaria o Oceano Atlântico em 1912, acidentando-se. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Porém, a I Grande Guerra, iniciada em 1914, praticamente aboliu o fluxo de viagens a lazer. • Hotéis Luxuosos, em balneários tradicionais como Côte d´Azur (França) se tornaram abrigos e hospitais. • Após a I Guerra Mundial as disputas ideológicas e políticas não cessaram, acirrando os ânimos na Europa, apesar da ascensão dos ônibus e dirigíveis como formas modernas de transporte e de soberania tecnológica. • O Turismo continuou patinando e sofreu um duro golpe em 1929, quando o país mais importante do Ocidente fora da Europa, os EUA, vivenciou uma imensa crise econômica com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Na década de 1930 o turismo deu sinais de recuperação, uma vez que os transportes se aprimoravam e as conquistas trabalhistas se expandiam, garantiam renda e tempo disponíveis para viajar para boa parte da classe média. • Alguns destinos se destacaram, como Cannes, Nice, Riviera Italiana (verão) e Alpes Suíços (inverno). Neste caso, havia a novidade das estações de esqui, transformando a neve em atrativo, ao invés de obstáculo. • Além disso, as capitais políticas e culturais da Europa consolidaram-se como grandes destinos: Praga, Moscou, São Petesburgo, Viena, Paris, Roma, Veneza, Florença, Berlim, Munique, Hamburgo, Londres, Nova Iorque, São Francisco, Sidney. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Na América Latina, outras estâncias balneárias com estrutura de cassino emergiram enquanto destinos turísticos, embora com um fluxo mais regional e com uma conotação um tanto exótica para visitantes de outros continentes: Punta del Este, Acapulco, Miami (quase América Latina), Rio de Janeiro. • Além desses, Bariloche desponta para o turismo de inverno, com montanhas e esqui. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Cabe destacar que os EUA se tornaram grande núcleo emissor e receptor de turistas durante o New Deal, na década de 1930, graças as suas conquistas em termos de transporte. • Para se ter uma ideia, em 1914 a Grã-Bretanha possuía 132 mil automóveis e os EUA, 2 milhões. Seu maior ícone era a Ford e sua produção em série. • Vale lembrar que muitos veículos excedentes da guerra foram adaptados a usos civis, garantindo a expansão dos ônibus e caminhões. • O conceito de Motor-home foi criado em 1929 nos EUA. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Os EUA, inclusive, colaboraram para a mudança de postura dos europeus na forma de lidar com o lazer. • Muitos ricos jovens norte-americanos passavam as férias na Europa, especialmente depois que o convés dos transatlânticos passaram a abrigar cabinas para turistas. • Esses moços eram considerados grosseiros e impertinentes na circunspecta sociedade londrina e parisiense. • Contudo, ao “invadir” balneários como a Riviera Francesa, estabeleceram um modo de férias baseado no aproveitamento da praia durante o dia e restaurantes e boates à noite, algo que se alastrou por toda a Europa e ditou, a partir de então, o modo de se aproveitar uma viagem enquanto se é jovem: liberdade, consumo e SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • O transporte aéreo começa com os Dirigíveis, muito associados a • • • • conflitos bélicos posteriormente, sendo inclusive um dos símbolos da pretensa soberania nazista. Já os aviões se consolidaram a partir da década de 1920, com o primeiro voo comercial Londres-Amsterdã, oferecido pela KLM (Holanda). Em 1929 foi realizada a Convenção de Varsóvia, a fim de estipular as regras mundiais da aviação comercial. Rapidamente surgiram serviços de atendimento durante os voos como enfermeiras e aeromoças, que prestavam informações e ofereciam alimentação. Após a II Guerra Mundial, os modelos DC (Douglas Aircraft Company – EUA) passaram a oferecer isolamento acústico, ar condicionado, assentos reclináveis, serviço de cozinha e piloto automático. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Voltando à década de 1920 percebe-se uma mobilização dos trabalhadores em organizar suas viagens, emergindo assim o chamado Turismo Social. • Havia preconceito dos mais abastados na recepção deste tipo de público em algumas destinações, o que fez com que se configurasse uma nova modalidade de viagens. • Esta era feita, invariavelmente, em ônibus de excursão, com curto tempo de permanência e para localidades próximas do núcleo emissor, ocupando-se formas mais simples de hospedagem e estimulando a construção de centros de lazer popular, como as colônias de férias. • Este conceito de turismo existe até hoje, vinculada à classe trabalhadora, o que pode ser observado no SESC e nas colônias de férias do litoral paulista, por exemplo. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Na hotelaria percebe-se um distanciamento entre a filosofia europeia e norte-americana de hospedar. • Na primeira, as tradições, os rituais, o legado da hospitalidade acolhedora e do luxo serviam de base, sob inspiração de Ritz, sem a preocupação central nos custos. • Já nos EUA, emergia uma noção mais pragmática e democrática dos meios de hospedagem, baseada na eficiência dos serviços, com preços baixos e menos preocupação com amenidades de conforto. • A ampliação das estradas e veículos rodoviários transformou a indústria hoteleira, fazendo emergir os Motéis (Motor + Hotel) nas rodovias dos EUA. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Nos anos 1930, surgem as primeiras cadeias hoteleiras nos EUA, como o Hilton e o Sheraton, massificando e padronizando as experiências de hospedagem. • As agências de viagem observam a expansão norteamericana, a partir da fusão da Cook (Inglaterra) com a Wagon-lit (EUA). • No setor de entretenimento, destacaram-se também nos EUA o modelo de drive in (alimentação + entretenimento) sempre prática e padronizada, simbolizada pelo fast-food (especialmente após a Depressão de 1929). • Apesar das unidades de conservação terem surgido no final do século XIX, elas se expandem no início do século XX, preservando a natureza e a cultura de determinados SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Com tudo isso, as primeiras décadas do século XX viram o surgimento de entidades representativas, públicas e privadas. • Haviam organismos nacionais de turismo como o Office National du Tourisme – França (1910) e associações representativas de setores privados do turismo, como a Associação dos Albergues da Juventude (Hostelling International) (1909). • O Turismo, pela sua crescente importância, passa a ser encarado como área de conhecimento científico, passando a fazer parte de cursos universitários, especialmente na Alemanha, Inglaterra, França, Suiça, Itália, Espanha e EUA. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Durante a década de 1940, mesmo com a interrupção do • • • • • turismo em boa parte do mundo pela II Guerra Mundial, surgiram entidades emblemáticas como: IATA – International Air Transport Association (1945) AIH – Associação Internacional de Hotelaria (1949) IUOTO – International Union of Official Travel Organizations (precursora da Organização Mundial do Turismo) (1947) Fundamentos Gerais do Turismo – estudo acadêmico de Hunziker e Krapf (Alemanha – 1942) AIEST – Associação Internacional dos Especialistas em Turismo (1949) SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • De 1950 a 1973 houve a consolidação do Turismo de Massa. • O que proporcionou esta expansão de oferta e de demanda pelas viagens foi: • Estabilidade política na Europa e nos EUA. • Aumento do tempo livre para a maioria dos trabalhadores. • Consolidação da classe média em países ocidentais. • Interesse maior por educação e cultura. • Desejo de evasão do estresse cotidiano e de contato com a natureza. • Avanços tecnológicos que diminuíram custos, principalmente de transportes. • Desenvolvimento de técnicas de marketing e promoção. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Com tudo isso, a mentalidade industrial de produção • • • • padronizada, em larga escala, barateada e eficaz passou a ditar as regras da atividade turística mundial. O símbolo máximo deste período é a disseminação dos pacotes turísticos de férias. O turismo passou a ser visto como fonte de renda, inclusive para recuperação econômica dos países envolvidos em guerras. As lideranças políticas passaram a defender o turismo como dínamo econômico e social, facilitando a geração de emprego e renda. Contudo, deixaram de considerar seus impactos negativos, principalmente na esfera ambiental e cultural, SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Khatchikian (2000) afirma que a partir de 1950 a sociedade desenvolveu novos parâmetros culturais, em que a recreação e o lazer tiveram impacto determinante na formação de uma moral coletiva orientada ao prazer (ainda que, muitas vezes, vivenciado de modo fugaz e individualista). • Surgiram verdadeiras Ilhas da Fantasia, como os Parques Temáticos (Disney – 1955) e consolidaram-se destinos e atrativos libertários como Cancún, Ibiza, entre outros. • O certo é que, em pouco mais de 02 décadas, o fluxo de chegadas internacionais nos aeroportos do mundo saltou de 25 milhões de passageiros (1950) para 198 milhões (1973). A maioria no eixo Atlântico Norte. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • A dimensão e a dinâmica do turismo tornaram-se tão • • • • complexas que a tecnologia teve que se desenvolver rapidamente. Nos anos 1960 foram criados os primeiros sistemas de reservas de passagens aéreas (Sabre – American Airlines). Foram incorporadas técnicas de marketing ao turismo, mudando seu enfoque de comercialização. Surgiu o conceito de produto turístico e, com este, a padronização da oferta, impulsionando seu crescimento. O McDonald´s, em termos de alimentação, é um símbolo deste fenômeno. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • As Operadoras de Viagem passaram a fretar aviões (voos charters) de forma a garantir melhores preços e expandir seus negócios a praticamente todo o globo. • Surgiram nos EUA os hotéis de categoria econômica, focados essencialmente nas classes médias, o que mobilizou a hotelaria europeia a se adaptar aos novos tempos. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Foram planejados novos centros turísticos, como a Costa Brava (Espanha), Costa do Sol (Espanha), propagados para outros países. • Também emergiram destinos “exóticos”, para turistas “diferenciados” e “saturados” dos destinos “tradicionais”. • Assim, desde a década de 1950 emergiram turisticamente países como Cuba, Marrocos, Colômbia, Iugoslávia, África do Sul, Austrália, Brasil, entre outros. • Mais recentemente a leva de destinos exóticos de expandiu, atingindo rincões como Nova Zelândia, Jamaica, Tanzânia, Vietnã, Nepal, Tailândia, entre outros. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • A partir dos anos 1970, com a crise do Petróleo, aumento da poluição mundial e conflitos ideológicos, políticos e econômicos emergiram as bases de uma visão pósindustrial do turismo. • Assim, mesmo considerando a influência dos valores industriais como predominantes, alguns movimentos de contracultura e de crítica social emergiram, com reflexos no turismo. • Movimentos como o feminismo, socialismo e ambientalismo mostraram novas formas de encarar o mundo. • A produção científica em turismo passou a questionar os impactos da atividade, bem como o conflito de interesses SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • A massificação trouxe uma velocidade sem precedentes nas transformações dos destinos, estruturas e serviços. • A competição se acirrou, fazendo emergir a super especialização das viagens, com diversos novos segmentos, alguns deles mais brandos que o tradicional turismo de sol e praia. • EXERCÍCIO: QUAIS FORAM AS MUDANÇAS NA DINÂMICA DO TURISMO NÃO COMENTADAS QUE OCORRERAM NOS ÚLTIMOS 40 ANOS. SÉCULO XX: CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO • Espetacularização dos atrativos (eventos, encenações, • • • • • • • etc.) Aumento das facilidades (aluguel de veículos e equipamentos de apoio turístico em geral) Acesso quase ilimitado a informações de viagem (internet) Ampliação do conflito global x local, inovação x tradição Consolidação das regiões turísticas (ex. Caribe), de forma a competir com mais força no mercado Preocupação com pesquisa e planejamento turístico Valorização da criatividade Nova dimensão do tempo e do espaço SÉCULO XXI: TENDÊNCIAS • Cabe conhecer algumas alterações, inovações e • • • • • • tendências do turismo na transição dos séculos XX e XXI: Implemento de meios de transporte ainda mais velozes (ex. Aviões Supersônicos); Desregulamentação do transporte aéreo nos EUA, barateando as viagens; Consolidação dos voos charters; Recuperação e expansão da malha rodoviária em países ricos e emergentes; Ampliação da malha viária e incentivo ao aluguel de veículos para viagem; Expansão dos cruzeiros marítimos; SÉCULO XXI: TENDÊNCIAS • Aumento do uso do espaço virtual por produtores, distribuidores e consumidores turísticos; • Valorização da segmentação de viagens, especialmente ligadas ao meio ambiente e a cultura, em detrimento da ideia de massificação e elitização; • Desenvolvimento de ferramentas de gestão, incluindo projetos de pesquisa e planejamento e a criação de softwares; • Nova configuração do “Mapa Turístico Mundial”, desconcentrando-se do eixo Atlântico Norte, com forte recepção e emissão da China, Sudeste Asiático, Leste Europeu, América Central e Parte do Oriente Médio. E NO BRASIL • http://www.ivanpinho.com.br/downloads/fundamentos_turi smo/17417_Fundamentos_do_Turismo_Aula_04_Vol_1.p df • Durante o período colonial, o Brasil era formado de matas fechadas e florestas. • As viagens dos desbravadores e bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas abriram caminho e expandiram o território para o interior. • As formas mais rudimentares de transporte eram em lombos de burro, e as acomodações eram realizadas nos chamados ranchos, que hospedavam e alimentavam os viajantes e seus animais, de forma bastante precária. E NO BRASIL • Durante o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e o ciclo do ouro em Minas Gerais (Séc XVI a XVIII), as famílias ricas já praticavam o que hoje chamamos de turismo cultural, ao enviarem seus filhos para estudarem na Universidade de Coimbra, em Portugal, e posteriormente em outras universidades da Europa. • Com a vinda da família real para o Brasil (Séc. XIX), a colônia se transformou para atender às necessidades dos novos habitantes. • Não existia hospedagem com conforto para a numerosa corte que acompanhou a família real portuguesa, bem como para os tantos visitantes e comerciantes que começaram a chegar. E NO BRASIL • A corte portuguesa trouxe para o Brasil hábitos de lazer e veraneio que foram rapidamente absorvidos por toda a colônia. • O hábito de banhar-se no mar foi trazido para o Brasil e provocou grandes transformações na vida e no cotidiano das pessoas. • O banho de mar tornou-se uma tendência e uma necessidade, a princípio para se protegerem das doenças causadas pelas péssimas condições sanitárias em que se encontravam as primeiras aglomerações na colônia, e, mais tarde, uma modalidade de lazer e turismo. E NO BRASIL • Uma outra modalidade de termalismo observada no Brasil foi a criação de estâncias climáticas. • A família imperial, fugindo das altas temperaturas na cidade do Rio de Janeiro, construiu a cidade de Petrópolis, que hoje é considerada a primeira estância climática e o berço do turismo no Brasil. • . A partir disso, a cidade de Petrópolis passou a receber várias pessoas que queriam acompanhar os hábitos da corte, considerada a elite da época, especialmente após a construção da primeira estrada de ferro, que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis. • No Sul de Minas Gerais, estâncias hidrominerais também se desenvolveram, como Caxambú e São Lourenço, consolidando uma modalidade de turismo de origem europeia. E NO BRASIL • No século XIX, o ciclo do café produzia a riqueza, e a aristocracia brasileira adquiriu o hábito de viajar para a Europa, tanto para estudos quanto para passar férias, como sinal de status. • No início do século XX, os ideais desenvolvimentistas oriundos da industrialização propiciaram a uma parcela da população um novo modo de vida que inseriu outros padrões de consumo, entre os quais, as viagens de férias e as atividades de lazer. • A expansão da publicidade e a popularização do cinema tiveram um papel preponderante no desenvolvimento do turismo, divulgando lugares e modos de vida que incentivavam o deslocamento e o consumo de bens e serviços. E NO BRASIL • Assim, as segundas residências de férias e lazer começam a se popularizar, ainda restritas as classes mais altas da sociedade, com construções de casas de veraneio no litoral e em regiões próximas aos centros urbanos. • Também como manifestação de culto à saúde e ao corpo, a expansão das estâncias hidrominerais, climáticas e termais deu um novo impulso para o crescimento da atividade turística, geralmente associadas ao cassinismo. • Nas primeiras décadas do século XX surgiram hotéiscassino que marcaram época: Quitandinha (Petrópolis); Parque Balneário e o Atlântico (Santos); Quisissana (Poços de Caldas); Grande Hotel (São Pedro); Grande Hotel (Araxá) e Copacabana Palace (Rio de Janeiro). E NO BRASIL • No setor de transportes surgem as primeiras companhias aéreas brasileiras, como a Varig (1927), Panair (1930) e Vasp (1933), ligadas ao estado e a nova mentalidade desenvolvimentista industrial, ainda que em seu estágio inicial. • Mesmo assim, percebe-se uma considerável expansão da malha viária (em detrimento das linhas férreas), ainda que com estrutura precária e o aumento de veículos particulares de transporte (automóveis), que eram usados pelos mais ricos em viagens de curta distância (e, mesmo assim, longa duração de deslocamento). • Em 1925, por exemplo, começaram a fabricar automóveis GM no Brasil, que levavam 06 dias para cruzar o trajeto SP-RJ. Já em 1926 surge o Touring Club do Brasil. E NO BRASIL • Contudo, em 1946 a expansão turística hoteleira ligada aos cassinos sofreu duro golpe, com a proibição dessa modalidade de entretenimento. • Além disso, o avanço da medicina e a valorização do veraneio fizeram o turismo em estâncias termais e hidrominerais declinar. • Em seguida, consolidou-se o processo de industrialização, que provocou o aumento da população urbana a partir dos anos 1950, a qual se mantinha informada, agora, através dos novos veículos de comunicação como a televisão. • Foi a partir disso que o turismo interno passou a ser mais divulgado e cobiçado pela classe trabalhadora que havia adquirido alguns direitos trabalhistas após a criação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). E NO BRASIL • Assim, terrenos, casas e apartamentos no litoral, sítios e chácaras de recreio no interior começam a ser adquiridos pela classe média, fazendo surgir várias localidades turísticas que conhecemos hoje. • Em contrapartida, os anos 1960 assistem a disseminação das casas de veraneio e de campo entre os membros da elite, urbanizando cidades litorâneas e de clima e paisagem montanhosa, como Guarujá e Caxias do Sul, respectivamente. • A hotelaria também é expandida, especialmente na década de 1970, seguida de empresas aéreas e da malha rodoviária, com apoio das primeiras políticas públicas de desenvolvimento da atividade turística (Embratur é criada em 1966). . E NO BRASIL • Em 1975 instalou-se em São Paulo a primeira cadeia hoteleira internacional, Hilton, com 400 apartamentos. Em seguida vieram Holiday Inn, Sheraton, Meridien, Novotel, Clud Mediterrané. • Também emergiram formas alternativas de hospedagem, como campings, albergues e pousadas familiares. • Na década de 1970 surgem as primeiras faculdades de turismo do país, sendo as pioneiras a Anhembi Morumbi, USP e Unibero. • Entretanto, na década de 1980, o turismo brasileiro passa por uma significativa estagnação, reflexo das crises do petróleo, que geraram grandes crises econômicas mundiais. E NO BRASIL • Houve a tentativa de incremento da oferta, como a inauguração do Aeroporto de Cumbica (1985). • Contudo, a maioria das viagens era realizada pelo modal rodoviário, organizado por grandes operadoras de viagem: Soletur, Viagens Costa e CVC (esta, desde 1972). • Ocorre ainda a tentativa de expansão do turismo para além do eixo Sul-Sudeste do país, especialmente com os programas governamentais de desenvolvimento turístico em outras regiões, especialmente o Nordeste. • Nos anos 1990 as políticas governamentais de turismo se aprimoraram, com o desenvolvimento do Plano Nacional de Turismo (1992) e Plano Nacional de Municipalização do Turismo (1994), alinhados com os preceitos da OMT. E NO BRASIL • O setor hoteleiro se transforma, com o aumento dos flats em São Paulo, gerando discordância e desequilíbrio mercadológico com os meios de hospedagem tradicionais. • Além disso, os critérios de classificação de hospedagem são revisados, para que prevaleça critérios técnicos e não políticos, como ocorria durante o Regime Militar. • No Nordeste, nota-se o investimento em resorts e hotéis de lazer à beira-mar, construídos muitas vezes em lugarejos simples e desertos, gerando fortes impactos negativos sociais e ambientais, não raro sob a coordenação de um empreendedor estrangeiro. E NO BRASIL • A estabilização da democracia, da inflação e da moeda fazem a população brasileira voltar a se preocupar com viagens. • Em um primeiro momento, para o exterior, visto que o real valia mais que o dólar nos primeiros anos do governo FHC (1994-1998). • O setor aéreo se transforma, com a ascensão da TAM e a falência da Vasp e Transbrasil. Contudo, continua com regulamentação e fiscalização complicadas, o que inibe o fluxo de viagens doméstica e receptiva internacional. E NO BRASIL • Novos destinos, ligados ao ecoturismo, eventos e ao • • • • • turismo de aventura são incentivados e se expandem, tirando a histórica cultura monotemática do turismo nacional (focado no Sol e Praia). Pantanal, Bonito (MS) – ecoturismo Blumenau (SC), Barretos (SP), Parintins (AM) – eventos Jericoacoara (CE), Praia da Pipa (RN), Mangue Seco (BA), Ilhéus (BA) – Sol e Praia + Natureza Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Tiradentes (MG), Gramado (RS): Cultura O Turismo Sexual, outro símbolo velado de nosso turismo, passa a ser oficialmente combatido pelos órgãos oficiais de turismo. E NO BRASIL • No início do século XXI é criado o Ministério do Turismo • • • • • • • • (2003). Este implanta o Programa de Regionalização do Turismo, incentivando a diversificação da oferta de destinos turísticos. Nos anos 2000 são potencializadas: Linhas de crédito para investimento em turismo; Empreendedorismo em turismo (SEBRAE); Trens Turísticos; Companhias Aéreas de baixo custo (Gol, Webjet) Ampliação da infraestrutura aeroportuária Eventos internacionais (ex. Jogos Panamericanos – RJ – 2007) E NO BRASIL • Cruzeiros marítimos; • Eventos científicos de turismo; • Produção bibliográfica; • Novos segmentos, destinos e produtos turísticos; • Pesquisa e Planejamento de destinações e produtos turísticos; • Novas formas de comunicação (internet: blogs, redes sociais); • Inserção da nova classe média no universo das viagens, demandando novas formas de comunicação e prestação de serviços.