COPA DO BRASIL 4 mil amigos, nenhum gol Torcedores de Luziânia comparecem em peso para o jogo entre o time da cidade e o Fortaleza, mas placar fica em branco. No Ceará, Ceilândia luta, porém dá adeus Viola Júnior/Esp. CB/D.A Press » LORRANE MELO s placas à beira da BR-040 convidavam o torcedor para o jogo contra o Fortaleza. E, ao entrar na cidade goiana de Luziânia, notava-se que a partida pela Copa do Brasil era mesmo a principal atração da cidade. A primeira participação do time do estado de Goiás em uma competição nacional deixou as ruas vazias. E do chamado “point”, onde os jovens se reúnem, dava para ouvir a torcida que compareceu em bom número ao Estádio Serra do Lago, mesmo com frio e chuva. Era difícil encontrar um lugar vazio na única arquibancada do local. O placar final em 0 x 0, porém, não agradou tanto o torcedor e frustrou um pouco da festa. Mas a esperança não morre em Luziânia: um empate com gols, na próxima quarta-feira, em Fortaleza, classifica a equipe de Goiás que representa o Distrito Federal. Comandada pela charanga do Ratinho, a animação tomou conta do estádio quando a bola rolou. Os torcedores só paravam de cantar para aplaudir os botes certeiros do goleiro Sucuri. Mas não foram muitos. O Luziânia foi melhor por todo o primeiro tempo. Dominou o jogo, mas pecava nas finalizações. Parecia uma equipe diferente da que disputa o Campeonato Brasiliense, figurando na zona intermediária da tabela. Se antes do confronto o técnico Marquinhos Bahia pedia raça para superarem o líder do Cearense, o que se viu também foi técnica. De pé em pé, o azulino colocava o Fortaleza na roda para agonia de Carlos Júnior Ribeiro. O vigilante trocou o uniforme por um chapéu de couro ao estilo Lampião, mas a camisa que vestia era azul e branca. “Tenho sangue nordestino, mas moro em Luziânia há 20 anos”, explicou, dizendo que tem a obrigação de torcer para a equipe da cidade onde mora. Afinal, não é todo dia que se pode encontrar todos os amigos no estádio. Muito menos em campo. No segundo tempo, o atacante Matias, íntimo de seu Carlos, quase abriu o placar, de cabeça, para os donos da casa, fazendo o torcedor de 43 anos levantar de nervoso e expectativa. O Fortaleza respondia com Assizinho, chegando de surpresa e, novamente, se enrolando no Sucuri. O jogo melhorou ainda mais para o Luziânia quando o time cearense teve Jackson Silva expulso. Com mais espaço, Matias chegou fácil e chutou para fora. Faltava pontaria para o azulino. Lucas A Muita luta, mas pouca produção ofensiva no duelo de ontem entre Luziânia e Fortaleza O que a gente viu O Luziânia se fechou e dificultou muito a nossa vida. Mas, no geral, foi um jogo lá e cá” Ronaldo Angelim, zagueiro do Fortaleza Cabeça com cabeça Aos 22 minutos do segundo tempo, dois jogadores do Luziânia protagonizaram uma cena perigosa. No meio do campo, cabecearam juntos uma bola e ficaram caídos por dois minutos, necessitando de atendimento médico. A dupla seguiu na partida. Placar Luziânia 0 0 Sucuri; Clayton, Perivaldo, Galego, Tiago Piai; Lucas, Glauber, David (Zé Ricarte), Thiago Ferreira; Vitor (Rodrigo Alves) e Matias (Tety) Técnico: Marquinhos Bahia Fortaleza João Carlos; Edson Souza (Everton), Charles, Ronaldo Angelim, Marinho Donizete; Fabrício, Jackson Silva, Esley, Lucio (Jackson Caucaia); Edson Santos e Assizinho (Jucimar) Técnico: Hélio dos Anjos ■ Cartões amarelos: Edson Souza, Vitor ■ Cartões vermelhos: Jackson Silva, Lucas Público: 4.136 pagantes Renda: R$ 58.400 Árbitro: Alicio Pena Júnior (MG) Caravana A Secretaria de Turismo de Luziânia está organizando uma caravana para assistir à partida decisiva em Fortaleza. Os interessados devem procurar Écio Carlos no telefone 9651-3438. também tinha dificuldade em acertar a meta adversária. Nem as substituições feitas resolveram o problema, o que irritou um pouco o técnico Marquinhos Bahia. “Um chute rasteiro talvez tivesse resolvido o nosso problema. Mas a equipe vai motivada para o próximo jogo porque era um adversário difícil. Não vamos mudar a maneira de jogar, vamos no contraataque lá”, avisou o treinador ao fim da partida. Gato Preto quase consegue milagre Na primeira partida de uma equipe do Distrito Federal em um estádio de Copa do Mundo — a Arena Castelão, em Fortaleza —, o Ceilândia viu escapar a vantagem de poder empatar com gols para avançar à segunda fase da Copa do Brasil. Na noite de ontem, o Gato Preto perdeu por 4 x 3 para o Ceará e acabou eliminado. De novo com o artilheiro Dimba no banco, por opção do treinador Adelson de Almeida, o Ceilândia viu o sonho da classificação crescer, aos 9 minutos de jogo, quando o meia Clécio abriu o placar, aproveitando-se de um rebote do goleiro Fernando Henrique. O poder de fogo do Gato Preto no primeiro tempo, porém, encerrou-se aí. O Ceará logo virou a partida, com gols de Lulinha e Magno Alves. Após o intervalo, oVozão manteve o ímpeto. Aos 5 minutos, Potiguar marcou um golaço, de voleio. Aos 13, o lateral-esquerdo Vicente também assinou uma bela pintura. O Ceilândia apostou na entrada dos veteranos Dimba e Rosembrick e as mexidas mudaram o ânimo do atual campeão candango, que marcou duas vezes, com Rodriguinho e Cássius, ambas de fora da área. A luta, no entanto, acabou em derrota.