ANÁLISE DE CUSTOS RELACIONADOS A DESPERDÍCIOS EM OBRA
E A UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PARA PRODUÇÃO
FERREIRA, Rita Cristina (1); SANTOS, Fabiana Almeida (2);
MELHADO, Silvio Burrattino (3)
(1)
Mestranda do PCC/POLI/USP, Av. Prof. Almeida Prado, trav. 2, n.83 Edifício de Engenharia Civil - Cid. Universitária - São Paulo - SP 05508-900. Email: [email protected]
(2)
Engenheira Civil, Rua Francisco Antônio Furlan, 121 – Limão – São
Paulo/SP, tel.(11)3936-8482, fax (11)3291-6223, e-mail: [email protected]
(3)
Prof. Dr., POLI/USP, Av. Prof. Almeida Prado, trav. 2, n.83 - Edifício de
Engenharia Civil - Cid. Universitária - São Paulo - SP 05508-900. E-mail:
[email protected]
RESUMO
O projeto de vedações tem o potencial de promover a compatibilização entre as vedações e os principais
subsistemas do edifício (estrutura, revestimentos e instalações prediais), uma vez que a análise das interfaces
entre os mesmos, em função da sua natureza construtiva, obriga o projetista a buscar as soluções a eventuais
interferências.
Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de redução de custos de produção a partir da adoção
do projeto para produção de vedações. Utilizou-se como estudo de caso um projeto real, desenvolvido por
um dos autores. O método de pesquisa utilizado foi comparar os custos da solução obtida com a adoção do
projeto de vedações com os custos hipotéticos da execução da obra sem este projeto de produção.
Os resultados desta pesquisa mostram a economia real de custos a partir da solução dos problemas
detectados pelo desenvolvimento de projeto para produção de vedações. A análise de 58% dos problemas
detectados pelo projeto utilizado como estudo de caso apontou um resultado de economia maior que o
investimento direto na contratação deste projeto.
ABSTRACT
The design for production of partition walls has the ability of promoting the compatibility between the main
designed systems of the whole building, i.e. building services, structure, partition walls and rendering, since
that the responsible designer is obliged to analyse and solve interface problems eventually involving these all
systems.
This paper aims to present the results of production costs saving, which came from the adoption of this kind
of design for production of partition walls. A case study involving a real project was conducted by one of the
authors. The research method includes the cost comparison between the design solution obtained from the
adoption of this kind of design, and the hypothetical design solution without the intervention of the same
design.
The research results show a real cost saving due to the problem solving promoted by the design for
production of partition walls. Only considering fifty-eight percent of the problems listed, their cost is higher
than the direct investment of contracting the above-mentioned design.
Palavras-chave: projeto para produção, projeto de vedações, gestão do processo de projeto, construção de
edifícios.
1. INTRODUÇÃO
No início dos anos 90, o mercado imobiliário iniciou um processo de demanda pela gestão da qualidade do
processo de produção. Neste contexto, introduziram-se no mercado empresas de projeto prestadoras de
serviços de “projetos para produção”, especialmente os de vedações. Os “projetos para produção
caracterizam-se por transmitir especificações dos projetos (do produto) para o canteiro de obras através do
detalhamento de suas características e interfaces, da definição das seqüências de produção e da especificação
dos procedimentos padrões que serão empregados em cada obra” (FABRICIO; MELHADO, 1998;
CODINHOTO; FERREIRA, 2004).
Entretanto, além de servir para transmitir a especificação do produto à produção, o processo de
desenvolvimento dos projetos de produção de vedações, em especial, passou a incorporar as funções de
compatibilização entre os diversos subsistemas. Uma das razões para esse fato deu-se em função da
percepção de que a solução da produção das vedações demanda também a perfeita solução das interfaces
com os demais subsistemas.
O presente estudo de caso utilizou como unidade de análise um projeto para produção de vedações,
desenvolvido por uma empresa sediada na cidade de São Paulo. O projeto de vedações neste escritório é
desenvolvido em três fases distintas, a saber:
1. Fase I - Estudos iniciais: que contempla o levantamento inicial das tecnologias a serem adotadas para
a execução das vedações e dos subsistemas com os quais este faz interface;
2. Fase II – Compatibilização e Desenvolvimento do Projeto Pré-Executivo: que consolida as premissas
iniciais e aponta eventuais incompatibilidades entre os diversos subsistemas;
3. Fase III – Consolidação das soluções e finalização do Projeto Executivo: que consolida a solução das
incompatibilidades com as premissas iniciais, resultando no projeto final para execução da obra.
Ao final da fase de desenvolvimento do projeto pré-executivo, é gerado um conjunto de registros que
identificam incompatibilidades entre os diversos subsistemas e outras necessidades não previstas no
levantamento inicial. Estes registros são submetidos à Coordenação de Projetos ou diretamente à equipe de
projetos, em geral intermediado pela construtora e incorporadora, quando não há uma coordenação formal. A
identificação e busca de solução destes problemas caracterizam o processo que, no mercado de construção de
edifícios em São Paulo, convencionou-se chamar de “compatibilização”.
2. DESCRIÇÃO DO CASO
A unidade de análise do presente estudo de caso foi um projeto real desenvolvido por uma empresa de
prestação de serviços em projetos para produção de vedações e compatibilização na cidade de São Paulo. O
desenvolvimento do projeto resultou em um relatório com a descrição dos problemas identificados na Fase
II, que fora apresentado à Coordenação de Projetos para as devidas tomadas de decisões.
Tratou-se de um empreendimento residencial vertical, com quatro apartamentos por andar, distribuídos em
18 pavimentos tipo, em que o projeto de vedações fora contratado entre o fim da fase de desenvolvimento
dos projetos pré-executivo e o início do projeto executivo dos demais especialistas.
O total de problemas identificados durante a Fase II de compatibilização foi de 50 itens. Destes 50
problemas, alguns tinham características difíceis de medir o custo, pois as variáveis não podiam ser
suficientemente previsíveis. Estes foram os casos de problemas relacionados a produto, a exemplo do que
poderia ou não causar satisfação ao cliente.
Outros problemas que não puderam ser utilizados para medir o custo de produção foram aqueles
relacionados à falta de informação durante o processo de projeto, mas que diziam respeito apenas ao
fornecimento da informação para o desenvolvimento do projeto específico de vedações. Foi o caso, por
exemplo, da falta do projeto de fôrma de escada. O projeto não tinha chegado no momento da necessidade do
projetista de vedações, mas esta informação estaria disponível necessariamente para a obra.
3. ORÇAMENTO DA OBRA
3.1
Composições de preços unitários de serviços
Considerou-se a composição de preços unitários constituída pela definição da especificação do serviço a ser
executado, da sua unidade de medida e da identificação dos componentes a serem utilizados, ou seja,
insumos (materiais, mão-de-obra e equipamentos) necessários à sua execução, associados às respectivas
unidades e coeficientes de consumo, para executar uma quantidade unitária de serviço.
De modo geral, os coeficientes de consumo são obtidos através de apropriações em canteiro de obras e
procuram refletir as médias de consumos dos componentes utilizados, considerando as perdas que os
materiais estão sujeitos durante a aplicação, no corte, no transporte horizontal e vertical, bem como em
função do rendimento dos equipamentos utilizados e a produtividade da mão-de-obra.
No caso deste trabalho os coeficientes utilizados não reproduzem exatamente a produtividade da empresa
estudada, porém refletem a média de produção do Brasil, definidos pelas Tabelas de Composições de Preços
para Orçamento (PINI, 2000) e leva em consideração tudo o que foi exposto.
A metodologia de composição de custos adotada inclui ainda aplicação da taxa de Leis Sociais e Riscos do
Trabalho sobre o total da mão-de-obra operacional e a taxa de BDI – Benefício e Despesas Indiretas sobre o
custo da composição, exclusive os itens de Depreciação e Juros do Capital, obtendo-se o preço final.
A taxa de BDI em geral é um índice que varia de acordo com os critérios de ganho que a empresa adota,
optou-se por não adotar esse valor adicional neste trabalho. Portanto, foram aplicadas apenas as Leis sociais,
tendo como resultado um valor inferior ao real a ser praticado pelas empresas.
3.2
Estrutura de aquisição de material e serviços
Cada empresa construtora utiliza a sua própria forma de aquisição de materiais, levando-se em conta a
quantidade, o preço, o prazo de entrega e o peso que o insumo representa na curva ABC da obra. Tomandose como exemplo insumo do tipo esquadrias metálicas, pode-se considerar que a construtora compre um lote
inteiro de esquadrias, sendo a sua entrega em partes, conforme a necessidade da obra não ocupando o espaço
destinado a canteiro e/ou armazenamento de materiais. As características deste tipo de custo, portanto, estão
incorporadas na curva ABC.
Já para os serviços de empreitada, ou seja, aqueles nos quais são contratadas empresas que fornecem mãode-obra e materiais, não se tem a preocupação de fechar contratos de materiais, pois geralmente o preço deste
tipo de serviço é global, embutido no custo do subempreiteiro a aquisição do material.
3.3
Método de Quantificação de Materiais e Serviços
O levantamento quantitativo foi realizado seguindo o caderno de encargos, considerando os serviços que
poderiam ser gerados independentemente da contratação de projetos para produção de alvenaria.
Foram selecionados os casos em que só houvesse problemas de interferência direta na obra, ou seja, que
gerassem dificuldade de construção, demora na execução ou mesmo o retrabalho. Os problemas relacionados
ao produto não foram considerados. Também não foi levado em consideração o custo do tempo para a
solução do problema durante a execução da obra, bem como o custo relacionado à produtividade, como
medida para simulação do custo de produção. As entrevistas com profissionais do setor demonstraram que na
prática não é comum a medição de produtividade em obra. Algumas razões estão relacionadas à forma de
contratação (por subempreitada de preço global). Do mesmo modo, não foi possível fazer uma simulação em
que levasse em consideração, além do desperdício de materiais, o desperdício de tempo da execução.
Para a elaboração do orçamento utilizaram-se os índices da TCPO 2000, pois são considerados como uma
média entre as empresas brasileiras e são consagrados e utilizados como referência de custos da construção
de edifícios em todo o país. Os preços utilizados para a composição financeira do orçamento têm como mês
base julho do ano de 2004.
Tabela 1 – Composição de custo do item 21 – Projeto não resolvido
Item 21 - Estrutura/Esquadria - Interferência entre sistemas
Unidades
Caixilho de alumínio 152,50x211
m²
Caixilho de alumínio 154x211
m²
Argamassa de assentamento 1:2:8
m³
Cimento Portland
kg
Areia média
m³
Pedreiro
h
Servente
h
Índices
R$ Material
3,25
0,004
1,55
6,30
0,25
0,02
26,88
6,09
4,06
-
Total unitário materiais
Total unitário MDO
Leis Sociais
BDI
Total Unitário
Quantidade
Total geral
R$ MDO
2,48
1,82
2,01
22,50
127%
53,09
32,00
1.698,90
Tabela 2 – Composição de custo do item 21 – Projeto resolvido
Item 21 - Estrutura/Esquadria - Interferência entre sistemas
Unidades
Caixilho de alumínio 152,20x211
m²
Caixilho de alumínio 154x211
m²
Argamassa de assentamento 1:2:8
m³
Cimento Portland
kg
Areia média
m³
Pedreiro
h
Servente
h
Índices
R$ Material
3,21
0,00
1,55
6,22
0,25
0,02
26,88
4,81
3,21
-
Total unitário materiais
Total unitário MDO
Leis Sociais
BDI
Total Unitário
Quantidade
Total geral
R$ MDO
2,48
1,82
1,98
17,77
127%
42,31
32,00
1.354,01
4. MÉTODO DE PESQUISA
4.1
Simulação da execução
Inicialmente, a equipe de pesquisa, baseada na experiência de dois de seus pesquisadores, fez uma simulação
de como determinados problemas identificados pelo projeto seriam conduzidos. Foi feita uma simulação para
a situação resolvida e outra para a situação caso não fosse resolvida, e o engenheiro tivesse que a enfrentar o
problema detectado em obra.
Durante as discussões internas pela equipe, surgiram dúvidas sobre a validade das simulações propostas.
Alguns dados, nesta primeira simulação, apareceram exageradamente distorcidos. Um exemplo foi a
identificação de um caixilho que, conforme especificado pelo projeto de arquitetura (descrito a seguir no
item 2 de Resultados Obtidos), poderia não caber no espaço disponível entre uma alvenaria e um pilar. A
equipe de pesquisa sugeriu uma simulação cujos dados resultaram em custos excessivamente elevados, no
caso descrito, o que levou ao questionamento sobre a validade dos resultados.
Nesse momento, optou-se pela elaboração de entrevistas semi-estruturadas junto a profissionais diretamente
relacionados à obra (engenheiros de obra). Nas entrevistas, a pesquisadora solicitou que os engenheiros
descrevessem a solução que dariam frente aos problemas. O objetivo geral foi colher novas evidências para o
ajuste das simulações propostas.
Estas entrevistas foram conduzidas de maneira que os engenheiros ouviam a descrição das questões
relacionadas aos problemas levantados e davam sugestões de como resolvê-los quando detectados em obra.
As duas entrevistas foram feitas separadamente e depois redigidas por uma das pesquisadoras. Pode-se notar
que as respostas foram bastante semelhantes para os dois entrevistados, dando soluções muitas vezes iguais
para o mesmo problema. Durante a entrevista percebeu-se a preocupação dos engenheiros em manter o
máximo possível o que foi previsto em projeto.
Depois da entrevista, os problemas foram revisados quantitativamente levando-se em conta o que os
entrevistados definiram como solução para a execução e o que poderia ter ocorrido até a percepção do erro
do projeto, ou seja, a compra de materiais, o retrabalho ou desperdício.
5. RESULTADOS OBTIDOS
Após o levantamento de quantitativos e simulação de procedimentos de execução dos problemas levantados,
os dados foram colocados em planilhas e depois comparados através de gráficos.
Para exemplificar as ocorrências levantadas, seguem abaixo a descrição da simulação de dois itens do estudo
de caso. São os que seguem:
Item 1 – Locação de luminária embutida em viga
Neste caso, foi prevista pelo projeto de elétrica uma luminária do tipo embutir embaixo de uma viga
(V9). A solução do projetista implicava em reduzir o pé-direito de 2,60 m para 2,35 m, o que estaria
fora de norma. Identificou-se que esta solução não era possível, resultando no deslocamento da
luminária para fora do eixo do ambiente ou trocá-la por duas arandelas a serem locadas nas paredes
laterais.
Como estas interferências não são percebidas durante o processo de compras, uma vez que o
responsável pelo departamento de suprimentos da empresa não tem a função de verificar projetos, a
empresa compra o material – no caso a luminária. Assim, somente na execução da obra, será
identificada a impossibilidade de colocação do insumo adquirido. Diante desta situação, os engenheiros
descreveram como solução que seria solicitado outro tipo de luminária – arandela – para que se pudesse
dar continuidade ao serviço.
Logo, este problema custaria à empresa o valor de uma luminária de embutir a mais por pavimento, que
não poderia ser utilizada, o que implicaria um custo de R$1.571,58 a mais no orçamento da obra (vide
Tabela 3). Com o projeto resolvido, o custo de comprar uma luminária a mais para cada pavimento não
ocorreria, logo a construtora gastaria apenas o que for necessário para a execução do serviço.
Tabela 3 – Comparativo de custo do item 1
Custo (R$)
Projeto não resolvido
11.419,45
Custo (R$)
Projeto Resolvido
9.847,88
Diferença (R$)
1.571,58
Item 21 – Execução de pilar e colocação de caixilho
O processo de compatibilização do Projeto de Vedações identificou um problema relacionado à
especificação do vão para instalação de caixilhos. O projeto de arquitetura não avaliou adequadamente
eventuais deformações da estrutura que deveriam ser considerados em folgas adicionais para a
instalação do caixilho.
Após entrevista com engenheiro residente de obra, confirmou-se que podem ocorrer deformações do
tipo “embarrigamento”, especialmente se o cimbramento do pilar não for bem executado ou se ocorrer
algum problema durante a concretagem do pilar. Os engenheiros também afirmaram que este risco é
bastante grande e que deveria ser considerado em projeto, em função da velocidade de produção, das
técnicas, da mão de obra e dos materiais utilizados. Este problema levaria ao não encaixe da esquadria
de alumínio no vão previsto.
Da mesma forma que no item anterior, o procedimento de compra não avalia questões construtivas do
projeto ao adquirir produtos e serviços. Assim, o risco de problemas de retrabalho aumenta
significativamente.
A solução deste problema, segundo os engenheiros, seria a demolição do excedente de concreto que o
pilar ficou, para que este voltasse a uma dimensão capaz de encaixar a esquadria no vão. Este problema
não ocorreria se a esquadria prevista fosse pelo menos 2 cm especificado no projeto arquitetônico. Ao
mesmo tempo, o problema pode não ocorrer em todos os pavimentos. Assim, para estudar o quanto a
mais custaria para a construtora considerou-se que, dos 17 andares do pavimento tipo, em 8 andares
poderia ocorrer o problema, ou seja, em pelo menos 45% do caso. Esta conclusão foi obtida em função
das entrevistas junto aos engenheiros, tendo em vista a forma de execução do serviço e o tipo de
cimento utilizado. O orçamento dos dois casos (projeto resolvido e não resolvido) pode ser observado
na Tabela 4.
Tabela 4 - Comparativo de custo do item 21
Custo (R$)
Projeto não resolvido
1698,90
Custo (R$)
Projeto Resolvido
1354,01
Diferença (R$)
344,89
A Tabela 5 mostra os resultados obtidos em todos os itens analisados. Os itens faltantes na seqüência
são aqueles que foram desconsiderados na análise geral dos dados.
Tabela 5 – Comparativo de custos entre o projeto resolvido (com a utilização do projeto para
produção) e o projeto não resolvido (sem a utilização do projeto para produção) (em reais)
1
Item
1
2
3
7
8
9
11
13
14
15
16
17
18
19
21
23
26
27
28
29
30
31
32
34
37
39
42
47
49
Total
1
Projeto não resolvido
11.419,45
509,10
4.412,52
520,46
808,27
1.210,53
3.484,13
1.165,00
125,06
154,34
865,00
3.621,38
1.510,33
2.237,31
1.698,90
605,56
2.145,87
2.360,34
1.199,42
1.422,58
1.450,47
296,51
1.666,15
331,80
226,70
264,68
2.911,55
2.626,79
2.626,79
53.877,03
Projeto resolvido
9.847,88
278,29
2.760,12
173,49
601,00
3.033,63
1.022,98
132,79
952,16
2.327,11
788,18
1.044,89
1.354,01
1.667,33
1.906,71
1.209,11
1.209,11
1.209,11
268,66
1.666,15
809,73
247,62
2.840,59
1.373,42
1.373,42
40.097,50
Diferença
1.571,58
230,81
1.652,40
346,97
207,26
1.210,53
450,50
142,02
125,06
21,56
(87,16)
1.294,27
722,15
1.192,42
344,89
605,56
478,55
453,63
(9,69)
213,47
241,36
27,85
(477,93)
(20,92)
264,68
70,96
1.253,37
1.253,37
13.779,52
Os itens referem-se à numeração original do Relatório de Compatibilização, fornecido pelo escritório de projeto.
12.000,00
10.000,00
Valores (R$)
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
1 2
3 7
8
9 11 13 14 15 16 17 18 19 21 23 26 27 28 29 30 31 32 34 37 39 42 47 49
Não Resolvido
Itens do Relatório
Resolvido
Gráfico 1 – Valores em R$ por item do relatório.
O investimento feito neste projeto foi de R$ 9.000,00, conforme informado pelo escritório responsável pelo
projeto deste estudo de caso. Diante desta situação, observa-se que o investimento em projeto foi muito
menor do que os problemas resolvidos por este.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se uma grande dificuldade em medir o custo dos itens em que identificaram apenas problemas de
produto. Este tipo de custo, se ocorrer, está associado à reclamação do cliente no período de garantia do
produto. Neste caso, os pesquisadores identificaram a necessidade de se utilizar outra metodologia para
analisar este tipo de custo, especialmente voltado para produtos da construção de edifícios.
Os itens que apresentaram somente problemas de produtividade também não foram levantados, pois não é de
costume em obras o controle da mesma, tendo em vista que a maior parte do mercado da construção civil
trabalha com subempreiteiros, ou seja, serviços de mão-de-obra terceirizada. Esta subcontratação é feita é
por preço global ou preço unitário. Quando por preço unitário, o empreiteiro realiza medições do serviço
executado mensalmente e pode pedir aditivo, se o serviço executado for maior do que o serviço previamente
contratado. Esta solicitação, em geral demanda negociação, que, em caso favorável ao empreiteiro, implica
um aumento do custo de produção. Porém não há uma prática sistemática de levantamento detalhado das
origens desses custos, com o rigor que pudesse ser utilizado neste estudo.
Outra questão que se identificou é a dificuldade em se medir o tempo em que o empreiteiro e ou outros
envolvidos da equipe (inclusive o engenheiro de obra) despenderia para a solução do problema. Há casos em
que a obra não prevê a utilização de alguns insumos, o que prejudicaria o cronograma do serviço e
conseqüentemente o prazo da obra. Neste caso foram levantados somente os custos do insumo e
desconsiderados os custos correlacionados ao atraso da obra ou produtividade da execução dos mesmos.
Os resultados demonstram a extrema complexidade da apropriação de custos na construção civil,
especialmente em função da organização e contratação dos diversos envolvidos (engenheiros, empreiteiros,
mão de obra). Entretanto, o presente estudo apresentou importantes resultados no sentido de possibilitar uma
visão mais abrangente do retorno ao investimento em projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CODINHOTO, Ricardo; FERREIRA, Rita Cristina. Elaboração do Projeto de Vedações Integrada ao
Processo de Compatibilização: Levantamento Quantitativo dos Benefícios Obtidos. IV WBGPPCE 2004
Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios. Anais... Rio de
Janeiro: 2004.
MELHADO, Silvio Burrattino; FABRICIO, Márcio Minto. Projetos da Produção e Projetos para Produção
na Construção de Edifícios: Discussão e Síntese de Conceitos. Anais do VII Encontro Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído. Florianópolis, Brasil: ANTAC/Universidade Federal de Santa
Catarina: 1998. p. 731-737.
TCPO 2000. Pini, São Paulo, 2000.
Download

12. Análise de Custos Relacionados a Desperdícios em