UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA“JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O
DESEMPENHO E DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA
FRANGOS DE CORTE.
Fabiana Ramos dos Santos
Zootecnista
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Abril de 2005
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA“JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O
DESEMPENHO E DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA
FRANGOS DE CORTE.
Fabiana Ramos dos Santos
Orientadora: Profa. Dra. Nilva Kazue Sakomura
Dissertação
Agrárias e
Jaboticabal,
obtenção do
Animal).
apresentada à Faculdade de Ciências
Veterinárias – Unesp, Câmpus de
como parte das exigências para a
título de Mestre em Zootecnia (Produção
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Abril de 2005
iii
S237e
Santos, Fabiana Ramos
Efeito da suplementação com fitase sobre o desempenho e
digestibilidade de nutrientes para frangos de corte / Fabiana Ramos dos
Santos. – – Jaboticabal, 2005
xvii, 77 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2005
Orientadora: Nilva Kazue Sakomura
Banca examinadora: Maria Cristina Thomaz, Rafael Neme
Bibliografia
1. Ácido fítico. 2. Redução nutricional. 3. Restauração Nutricional. I.
Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 636.5:636.085.2
v
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
FABIANA RAMOS DOS SANTOS – nasceu em 15 de Junho de 1978 em
Olímpia – SP, Brasil. Iniciou o curso de Graduação em Zootecnia em julho de 1997,
completando o mesmo em Agosto de 2002, pela Universidade Federal de Lavras. No
período de Agosto de 1998 a Dezembro de 2000, foi Bolsista do Programa de Bolsa
Atividade no Laboratório de Medicina Veterinária Preventiva e, após, no Programa de
Iniciação Científica pela FAPEMIG de Janeiro de 2000 a agosto de 2002. Iniciou o
mestrado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Campus Jaboticabal-SP em
março de 2003.
vi
"Tudo aquilo que persistimos em fazer
torna-se fácil. Não por que a natureza do
problema mude, mas porque nossa
capacidade aumenta".
Autor desconhecido
vii
À minha mãe Ergina, que nunca mediu esforços e tanto
batalhou para que eu pudesse chegar até aqui.
À minha irmã Silmara (2a mãe!!), pelo apoio e compreensão
em todos os momentos.
À minha irmã Silvana, pelo amor e incentivo .
Aos meus sobrinhos, Guilherme Henrique e Beatriz, pelo
carinho.
Ao Edmar, pelo companheirismo, incentivo e paciência para
Ouvir-me nos momentos mais difíceis.
Obrigada por fazer parte da minha vida!
Ao meu pai Laureliano (in memorian)
Que de onde quer que esteja, sempre vibrou pela minha vitória.
DEDICO
viii
AGRADECIMENTOS
À Prof.a Dra Nilva Kazue Sakomura pela orientação e por ter confiado em minha
capacidade, concedendo a oportunidade de realização deste trabalho.
Ao CNPq pela bolsa de estudos e a Danisco Animal Nutrition / Marlborough–UK,
pelo financiamento da pesquisa.
Aos funcionários do setor de Avicultura, Seu João, Izildo e Vicente pelo convívio
diário em harmonia, pela amizade e os ensinamentos transmitidos, em especial ao
Robson que sempre esteve presente nos momentos mais difíceis do trabalho,
apoiando, acalmando e divertindo à todos.
Ao Ednardo Rodrigues Freitas, por ser um grande mestre, indicando o caminho
que deveria ser trilhado nesta fase e principalmente pela amizade.
Aos pós-graduandos, companheiros de trabalho, Ney André Barbosa Arruda,
Helen Fukayama e Cézar pelos momentos de alegria e cumplicidade.
`A Simara Márcia Marcato pela amizade e pelos bons momentos vividos dentro e
fora do ambiente de trabalho.
Aos “meninos e meninas da iniciação científica”, Mary Tiemi, Gustavo, Melina e
Íris pelo auxilio no trabalho diário.
Aos amigos “agregados” do setor de avicultura Juliana, Urbano e José Cristani,
pelo auxílio nos dias de trabalho intenso.
As minhas inesquecíveis amigas e companheiras (quase irmãs!) Cristina Maria
Lima Sá Fortes e Michele de Oliveira Mendonça pelo apoio incondicional neste caminho
que compartilhamos juntas. O aprendizado adquirido com vocês será levado por toda a
vida! A amizade adquirida neste pedaço da vida será eterna!
Aos amigos (quase cunhados!) Estevão Marcondes Tosetto e Eduardo Vilella
Villaça pela amizade e em muitos momentos pelas palavras de conforto.
A Deus pelo olhar cuidadoso e atento em todos os momentos.
E a todos que participaram de alguma maneira na execução deste projeto, muito
obriga por tudo!
ix
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................xi
LISTA DE ABREVIAÇÕES ...............................................................................................xiii
RESUMO...........................................................................................................................xiv
SUMMARY.........................................................................................................................xvi
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................1
INTRODUÇÃO .................................................................................................................1
REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................................2
A enzima fitase........................................................................................................ 2
Efeito da suplementação com fitase sobre o desempenho das aves...................... 4
Efeito da suplementação com fitase sobre a digestibilidade de nutrientes ............. 6
REFERÊNCIAS .............................................................................................................11
CAPÍTULO 2 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE A
DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA FRANGOS DE CORTE .........................15
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................16
2. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................17
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................23
3.1. Energia Metabolizável Aparente (EMA) e Energia Digestível (ED) ................ 23
3.2. Coeficientes de digestibilidade ileal da proteína bruta (CDIPB %) ................. 26
3.3. Coeficientes de digestibilidade da Matéria Seca (CDMS %) .......................... 28
3.4. Coeficientes de Digestibilidade de Minerais Determinados com Base na
Análise de Excretas e Digesta Ileal ....................................................................... 30
3.5. Coeficientes de Digestibilidade dos Aminoácidos .......................................... 39
x
4. CONCLUSÕES ..........................................................................................................50
5. REFERENCIAS..........................................................................................................51
CAPÍTULO 3 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O
DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS ÓSSEAS DOS FRANGOS DE CORTE ........54
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................55
2. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................56
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................61
3.1 Desempenho e Características de Carcaça .................................................... 61
3.2. Características ósseas dos frangos de corte aos 42 dias de idade................ 67
3.3. Uniformidade dos pesos dos frangos de corte aos 42 dias de idade e
(%)índice bio-econômico (IBE) das dietas experimentais ..................................... 72
4. CONCLUSÕES ..........................................................................................................74
5- REFERENCIAS .........................................................................................................75
CAPÍTULO 4 – IMPLICAÇÕES .....................................................................................77
xi
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE A
DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA FRANGOS DE CORTE .........................15
Tabela 1. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (14 a 21dias de idade) .............................19
Tabela 2. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (28 a 35 dias de idade)...............................20
Tabela 3. Energia metabolizável aparente (EMA em kcal/kg) e energia digestível (ED
em kcal/kg) dos frangos dos 14 aos 21 e 28 aos 35 dias de idade................24
Tabela 4. Coeficiente de digestibilidade ileal da proteína bruta (CDIPB %) dos frangos
aos 21 dias e 35 dias de idade........................................................................27
Tabela 5. Coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS %) dos frangos dos 14
a 21 e 28 a 35 dias de idade..........................................................................29
Tabela 6. Coeficientes de digestibilidade do P, Ca, Mg, K, Na e Cu dos frangos dos 14
a 21 dias de idade .........................................................................................31
Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade do P e K baseados nosdados de análise da
digesta ileal dos frangos aos 21 dias de idade...............................................32
Tabela 8. Coeficientes de digestibilidade do Ca, Mg e Zn baseados nos dados de
análise da digesta ileal dos frangos aos 21 dias de idade...........................33
Tabela 9. Coeficientes de digestibilidade do P, Ca, Mg, K e Na baseados nos dados de
análise das digesta ileal dos frangos aos 35 dias de idade............................35
Tabela 10. Coeficientes de digestibilidade do Ca e Na baseados nos dados de análise
da digesta ileal dos frangos aos 35 dias de idade .........................................36
Tabela 11. Coeficientes de digestibilidade P, Mg e Zn baseados nos dados de análise
da digesta ileal dos frangos aos 35 dias de idade..........................................37
Tabela 12. Coeficientes de digestibilidade da Val e Isol dos frangos aos 21 dias de
idade...............................................................................................................40
Tabela 13 Coeficientes de digestibilidade da Ala, Tre, Cis, His, e Gli dos frangos aos 21
dias de idade..................................................................................................42
Tabela 14. Coeficientes de digestibilidade da Met, Lis, Arg, AcGlu e AcAsp dos frangos
aos 21 dias de idade......................................................................................43
xii
Tabela 15. Coeficientes de digestibilidade da Leu, Tir, Fen, Ser e Pro dos frangos aos
21 dias de idade.............................................................................................44
Tabela 16. Coeficientes de digestibilidade Ala, AcAsp, AcGLu, Lis, Fen, Arg e Cis dos
frangos aos 35 dias de idade.......................................................................47
Tabela 17. Coeficientes de digestibilidade da His, Met, Leu, Pro, Tre, Tir e Val dos
frangos aos 35 dias de idade.........................................................................48
Tabela 18. Coeficientes de digestibilidade da Gli, Iso e Ser dos frangos aos 35 dias de
idade...............................................................................................................49
CAPÍTULO 3 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O
DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS ÓSSEAS DOS FRANGOS DE CORTE ........55
Tabela 1. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (1 a 21dias de idade)...............................58
Tabela 2. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase de crescimento (22 a 42 dias de idade) ...............59
Tabela 3. Médias semanais das temperaturas e umidades relativas máximas e mínimas
registradas diariamente no galpão experimental............................................61
Tabela 4. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar de frangos de 1 a
21 dias de idade.............................................................................................62
Tabela 5. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar dos frangos de 1 a
42 dias de idade ............................................................................................63
Tabela 6. Rendimento de carcaça (%), rendimento de peito, sobrecoxas, coxas (%) e
percentagem de gordura abdominal (%) dos frangos aos 42 dias de
idade...............................................................................................................66
Tabela 7. Concentração de P (%), Ca (%) e Zn (ppm) nos ossos dos frangos aos 42
dias de idade .................................................................................................67
Tabela 8. Concentração de Mg (%), K (%), Na (ppm) e Cu (ppm) nos ossos dos frangos
aos 42 dias de idade ................................................................................................................69
Tabela 9. Cinzas (%) e resistência óssea dos frangos aos 42 dias de
idade.........................................................................................................71
Tabela 10. Uniformidade (%) dos pesos dos frangos aos 42 dias de idade e Índice Bio Econômico das dietas experimentais..........................................................72
xiii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AcAsp – Ácido Aspártico
AcGlu – Ácido Glutâmico
Ala – Alanina
Arg – Arginina
CD – Coeficiente de Digestibilidade
CDAA – Coeficientes de Digestibilidade dos Aminoácidos
CDIPB – Coeficiente de Digestibilidade Ileal da Proteína Bruta
CDMS – Coeficiente de Digestibilidade da Matéria Seca
Cis – Cistina
CN – Controles Negativos
EMA – Energia Metabolizável Aparente
ED – Energia Digestível
Fen – Fenilanina
Gli – Glicina
His – Histidina
Isol – Isoleucina
Leu – Leucina
Lis – Lisina
Met – Metionina
Pd – Fósforo Disponível
PB – Proteína Bruta
Phy – Phyzime XP 5000G
Pro – Prolina
Ser – Serina
Tir – Tirosina
Tre – Treonina
Val – Valina
xiv
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O DESEMPENHO E
DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA FRANGOS DE CORTE
RESUMO – Dois ensaios metabólicos e um ensaio de desempenho foram conduzidos
para avaliar o efeito da suplementação com fitase (Phyzyme XP 5000G®) em dietas
com redução nos níveis de EMA, PB, Lis, Ca e Pd sobre digestibilidade de nutrientes e
desempenho de frangos de corte. Em todos os ensaios, foi utilizado um delineamento
inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2 (três dietas com redução de
nutrientes (controles negativos (CN), com e sem enzima) e um controle positivo (CP).
Para o ensaio de desempenho foram utilizadas sete repetições de 40 aves por unidade
experimental e para o de digestibilidade, seis repetições de 15 aves cada. A fitase foi
suplementada nos níveis de 500, 750 e 1000 U de fitase nos CN1, CN2 e CN3,
respectivamente. Os ensaios metabólicos foram conduzidos com frangos dos 14 a 21 e
28 a 35 dias de idade. Foram utilizados os métodos: coleta parcial de excretas e digesta
ileal, utilizando-se cinza ácida insolúvel como indicador indigestível. Dos 14 aos 21 dias
de idade, a redução nos níveis nutricionais das dietas resultou em EMA, ED, CDMS e
CDAA (exceto para o CD Val, Iso, Tir, Fen e Leu) inferiores aos obtidos com a dieta CP.
A interação (P<0,05) obtida para ED, CDIPB e CDAA mostrou que a adição de fitase
melhorou estes parâmetros nos CN1 e CN2. Para a fase de crescimento, foram
determinadas EMA e ED menores que os do CP apenas nos CN2 e CN3. O CDAA das
dietas CN sem e com adição de fitase foram superiores aos do CP, exceto para Arg, Cis
e His. Houve interação (P<0,05) para a EMA, ED e CDMS, sendo a fitase eficiente nos
CN2 e CN3. A suplementação com fitase aumentou em média o CDIPB em 5% e o
CDAA em 2,89%. A adição de fitase nos CN aumentou (P<0,05) o CD de todos os
minerais avaliados. Aos 21 e 42 dias de idade, a redução de nutrientes na dieta causou
um efeito negativo sobre o ganho de peso, consumo de ração e rendimento de carcaça.
A adição de fitase aumentou (P<0,05) estes parâmetros, mas, não melhorou (P>0,05) a
conversão alimentar. Mesmo com a adição de fitase, as aves dos CN apresentaram
uniformidade inferior a do CP. As cinzas, resistência óssea, e concentração P, Ca e Zn
xv
nas tíbias das das aves que consumiram os CN foram inferiores aos do CP, entretanto
a adição de fitase melhorou estas características. As dietas com adição de fitase
apresentaram os maiores índices bio-econômicos. Conclui-se que a adição de fitase
nos CN aumentou a digestibilidade dos nutrientes e consequentemente melhorou o
desempenho das aves.
Palavras-chave:
uniformidade
digestibilidade
de
nutrientes,
fitase,
índice
bio-econômico,
xvi
EFFECT OF PHYTASE SUPPLEMENTATION ON THE PERFORMANCE AND
NUTRIENTS DIGESTIBILITY OF BROILERS CHICKENS
SUMMARY – Two digestibility trials and one performance trial were conducted to
study the effect of supplementation of phytase in diets formulated with reduction in
the levels of ME, CP, Lys, Ca and P, on the digestibility of nutrients and performance
of broiler chicks. The treatmeants consisted of a factorial arrangement 3 x 2 (three
levels of nutrient reduction (Negatives Controls – NC), with and without enzyme
supplementation) and one positive control (PC). In the performance trial was utilized
seven replicates of 40 birds per unity experimental and in digestibility trial, six
replicates with 15 birds each. The phytase utilized was the Phyzyme XP 5000 G
supplemented at 500, 750 and 1000 U of phytase in the NC1, NC2 and NC3,
respectively. The digestibility trials were conducted from 14 to 21 and 28 to 35 days
of age. Were utilized the metods of partial excreta and ileal digest collection. The
acid insoluble ash were used as indigestible marker. In 14 to 21 days of age, the
nutritional reduction of diets resulted in lower ME, DE, DCDM and DCAA (except for
of Val, Iso, Tir, Phe and Leu digestibility) compared to PC diet. The interaction
(P<0,05) for DE, DCIC and DCAA showed that the phytase supplementation on the
NC1 and NC2 diets increased these parameters. In the 28 to 35 days, ME and DE
were lower compared to CP only of NC2 and NC3. The DCAA of the NC without and
with phytase supplementation were superior of the diet PC, except for Arg, Cis and
His. There was interaction (P<0,05) for ME, DE, DCDM and the phytase addition on
the NC2 and NC3 diets increased these coefficients. The phytase addition increased
the DCICP at 5 % and DCAA in 2,89%. The phytase supplementation on the NC
increased
the digestibility of the all minerals in study. At 21 and 42 days, the
reduction of nutrients caused a negative effect on weight gain, feed intake and
carcass yield. The phytase supplementation increased (P<0,05) these parameters
but, no improve (P>0,05) feed conversion. Still that with phytase addition, the birds of
xvii
NC presented uniformity lower to PC. The ash, bone resistance and P, Ca and Zn
concentration in the tibia of the birds fed with the NC were lower compared to PC,
however, the phytase supplementation improved these characteristics. The diets with
phytase addition presented the highest (P<0,05) bio-economic index. In conclusion,
the phytase addition in the NC increased the digestibility nutrients and consequentily
improved the performance of the birds.
Key words: nutrients digestibility, phytase, bio-economic index, uniformity
1
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
INTRODUÇÃO
Atualmente, uma das maiores incógnitas da pesquisa em nutrição animal tem sido a
busca pelo melhor aproveitamento de nutrientes da dieta associada a um menor custo
da formulação e impacto ao meio ambiente. Devido ao avanço das técnicas de
biotecnologia, a produção em escala comercial e a utilização de enzimas exógenas
como a fitase tem se tornado cada vez mais viável economicamente.
O ácido fítico é uma molécula presente nos ingredientes de origem vegetal,
composta por grupos fosfatos altamente ionizáveis. A ligação do ácido fítico com um
dado nutriente dá origem à molécula do fitato, sendo esta molécula um potente agente
quelatante de minerais tais como cálcio, cobre, zinco, manganês, ferro e magnésio,
além de se complexar com nutrientes como proteínas, aminoácidos e amido
(RAVINDRAN et al. 1999), e enzimas (SEBASTIAN et al. 1998), formando complexos
insolúveis e prejudicando a digestibilidade destes nutrientes a qual será refletida no
desempenho do animal.
A fitase é uma enzima produzida por muitos grupos de bactérias, fungos e
leveduras e que tem a função de hidrolisar a molécula do ácido fítico, tornando
disponível os nutrientes a ela complexados. A fitase endógena tem baixa atividade no
trato digestivo dos monogástricos, necessitando por este motivo ser adicionada à ração
com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos nutrientes ligados ao fitato e
consequentemente diminuir a excreção dos mesmos para o meio ambiente.
Muitos estudos tem sido conduzidos com o objetivo de avaliar os efeitos da fitase
sobre a disponibilidade de nutrientes presentes em diferentes ingredientes vegetais e
os resultados apontam na maioria dos casos para um incremento na utilização do
fósforo, alguns cátions, aminoácidos e energia (RAVINDRAN, 1999; CONTE, 2002;
VIVEIROS et al. 2002;). Porém, sabe-se que a atuação desta enzima proveniente de
diferentes culturas de microrganismos, sendo a mais comum culturas do fungo
2
Aspergillus sp, pode diferir em função da sua estabilidade e atividade sobre o fitato,
nível de enzima adicionado, nível de nutrientes da ração e concentração de ácido fítico
no ingrediente utilizado entre outros fatores, motivo pelo qual, se fazem necessários
estudos constantes sobre a sua atuação em diferentes substratos
Esta pesquisa teve por objetivos avaliar o efeito da suplementação da enzima
fitase sobre a digestibilidade de nutrientes (proteína bruta, aminoácidos e minerais)
aproveitamento da energia (energia metabolizável e digestível), desempenho,
características de carcaça (rendimento de carcaça e partes) e ósseas (cinzas,
mineralização e resistência à quebra) de frangos de corte alimentados com dietas à
base de milho, farelo de soja e farelo de arroz com reduções nos níveis nutricionais.
REVISÃO DE LITERATURA
A enzima fitase
As plantas, para o seu normal desenvolvimento, retiram seus nutrientes do solo,
ocorrendo na fase de maturação do grão a translocação desses elementos para as
sementes e, no caso do fósforo como fósforo fítico (MUNARO, 1996a).
De acordo com LENHNINGER (1984), fósforo fítico é a denominação dada ao
fósforo que faz parte da molécula do ácido fítico ou hexafosfato de inusitol, o qual é
encontrado somente nos vegetais. Entretanto, devido a inespecificidade da molécula do
ácido fítico, numerosos hexafosfatos de inusitol podem ser encontrados na natureza,
resultando em grande variedade de compostos (MUNARO, 1996b). Dessa forma, os
sais de ácido fítico, também chamados de fitina e fitato são considerados como fatores
antinutricionais por formarem complexos insolúveis no trato digestório e afetarem a
disponibilidade de cátions (SOHAIL & ROLAND, 1999), carboidratos, aminoácidos
(SEBASTIAN et al, 1996), e enzimas como a tripsina e quimiotripsina.
3
As enzimas são proteínas que catalisam reações químicas nos sistemas
biológicos, ou seja, participam de reações de síntese e degradação do metabolismo
animal, sem serem elas próprias alteradas neste processo (CHAMPE & HARVEY,
1989). Sua atividade é específica para determinadas reações e substratos, sendo que
as enzimas digestivas possuem um sítio ativo que permite que elas atuem sobre
determinada ligação química sob condições favoráveis de temperatura, umidade e pH
(PENZ JÚNIOR, 1998).
A fitase é uma fosfatase que catalisa o desdobramento do ácido fosfórico do
inusitol liberando deste modo, o ortofosfato para ser absorvido. A atividade desta
enzima é expressa em FTU ou simplemente U (unidades de fitase ativa) e é definida
como sendo a quantidade de enzima necessária para liberar um micromol de fósforo
inorgânico em um minuto num substrato de sódio fitato, a temperatura de 37o C e pH
5,5 (CONTE, 2000).
As fitases são naturalmente encontradas em vários tipos de sementes e em
fontes microbianas (VIVEIROS et al., 2002). NELSON et al. (1968) foram os primeiros a
utilizar a fitase produzida por culturas do fungo Aspergillus ficum, em dietas de frangos
de corte, obtendo resultados que indicavam os benefícios desta enzima sobre a
hidrólise do fósforo fítico. Apesar disso, somente no final da década de 80, a fitase
atingiu escala de produção industrial, sendo atualmente produzida por diversas
empresas por meio de técnicas de recombinação de DNA (CONTE et al., 2002).
Desde então, pelo fato da fitase endógena apresentar baixa atividade no trato
digestório dos animais monogástricos (PALLAUF, 1994), a suplementação da dieta com
fontes microbianas desta enzima tem se mostrado um método eficaz para aumentar a
hidrólise do fitato e conseqüentemente, melhorar o desempenho das aves (TEJEDOR
et al., 2001, RAVINDRAN et al., 2001, LAN et al., 2002, VIVEIROS et al., 2002,).
4
Efeito da suplementação com fitase sobre o desempenho das aves
Alterar a formulação das dietas para reduzir o custo por tonelada de ração
através da adição de enzimas digestivas tem sido uma das principais formas de
utilização da fitase. Neste caso, as dietas teriam os níveis reduzidos de minerais,
proteína e/ou aminoácidos e energia, e seriam suplementadas com fitase, buscando
obter o mesmo desempenho de uma dieta com os níveis nutricionais normais. Com
base neste raciocínio, se a suplementação enzimática for eficaz, os parâmetros
produtivos seriam os mesmos (ZANELLA, 1998).
Embora com algumas exceções, a literatura demonstra efeito positivo sobre o
desempenho das aves pela adição de fitase em níveis que variam de 250 U/ kg (LAN et
al., 2002) a 1250 U/kg da dieta (CONTE et al., 2000). Esta diferenciação nos níveis
utilizados ocorre em função de inúmeros fatores, entre eles pode-se citar: as culturas de
microrganismos utilizadas para a produção da enzima, sendo que níveis mais altos são
utilizados em enzimas provenientes de culturas microbianas em relação às fungicas,
estabilidade e atividade da enzima sobre o fitato, nível e relação entre os nutrientes da
dieta e concentração de ácido fítico nos ingredientes da ração.
A suplementação com fitase no nível de 600 FTU/ kg em dietas a base de milho
e farelo de soja com reduções nos níveis de lisina, aminoácidos sulfurosos e energia
metabolizável (2%, 1% e 0,5%, respectivamente) resultou em ganho de peso aos 42
dias de idade semelhante ao obtido com aves alimentadas com dieta controle (níveis
normais de nutrientes), embora a conversão alimentar não tenha sido melhorada pela
adição de enzima (ZHANG et al., 1999).
Os resultados de CONTE (2000) indicaram uma efetiva ação de níveis de fitase
mais altos (800 a 1200 U/kg) sobre o desempenho de pintos de corte de 1 a 21 dias de
idade. Este autor observou que a suplementação de fitase em dietas com 0,18% de Pd
proporcionou desempenho semelhante ao das aves que consumiram a dieta com nível
normal deste nutriente (0,45%). Por outro lado, LAN et al. (2002) suplementaram dietas
deficientes em fósforo disponível (0,24% na fase inicial e 0,232% na fase de
crescimento) com 0, 250, 500, 750 e 1000 U de fitase/kg de dieta e observaram que no
5
período total do experimento, a suplementação de 250 U de fitase de / kg da dieta foi o
suficiente para aumentar o ganho de peso em 14,8%.
RAVINDRAN et al. (2001) encontraram melhora no ganho de peso de pintos de 7
a 28 dias alimentados com dieta deficiente em lisina e suplementada com 500 U de
fitase ativa. Para a conversão alimentar, o platô foi atingido com a suplementação de
750 U de fitase, enquanto o consumo de ração não foi afetado pela suplementação
enzimática. Os autores descreveram neste ensaio a equivalência de 500 U de fitase
ativa/kg da dieta a 0,074 % de lisina.
TEJEDOR et al. (2001) trabalharam com dietas formuladas para conter dois
níveis de cálcio e fósforo disponível normal (0,93% Ca e 0,45% de P) e baixo (0,80%
Ca e 0,33% de P) suplementadas com duas fitases diferentes e observaram que
independente do nível de Ca e P utilizado, o ganho de peso e a conversão alimentar
dos pintos aos 21 dias de idade foram melhorados por ambas as fitases.
Por outro lado, VIVEIROS et al. (2002) verificaram influência do nível de Pd da
dieta sobre o desempenho das aves. Os autores relataram que foi possível manter o
desempenho de aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase e com níveis
intermediários de fósforo (0,35 e 0,27% para as idades de 0 a 3 e 3 a 6 semanas,
respectivamente). Entretanto, em um nível muito baixo de fósforo disponível (0,22 e
0,14% para as fases inicial e de crescimento, respectivamente) mesmo suplementando
a dieta com fitase, o desempenho foi significativamente menor.
SEBASTIAN et al. (1996), QUIAN et al. (1997) e LAN et al. (2002) também
observaram melhora no ganho de peso e conversão alimentar de frangos de corte
alimentados com dietas com baixo nível de fósforo e diferentes níveis de fitase,
indicando que a utilização desta enzima em rações de mínimo custo pode ser uma
alternativa para se obter maior lucratividade.
A deficiência prolongada de fósforo ou forte alteração na proporção Ca:P na
dieta animal causa raquitismo nos animais jovens (ossos moles e flexíveis com juntas
dilatadas) e osteoporose (ossos duros, mas esponjosos) nos animais adultos
(MAYNARD et al., 1984). Entretanto, DEMBOW et al. (1998) afirmaram que aves que
consumiram rações com baixos níveis de cálcio e fósforo possuem maior capacidade
6
para hidrolisar o fitato do que aquelas que receberam níveis altos, refletindo esta maior
disponibilidade de minerais em melhora na mineralização óssea.
A suplementação com fitase em dietas deficientes em minerais favorece a
formação da estrutura óssea, e conseqüentemente o desempenho das aves, já que o
bom desenvolvimento muscular é dependente de um bom suporte ósseo. Desta forma,
a mineralização e a resistência óssea, especialmente dos ossos das pernas (tíbia,
fêmur e metatarso) são parâmetros que podem demonstrar a eficiência desta enzima
em hidrolisar o fitato em dietas deficientes em fósforo e outros minerais.
A adição de fitase em dietas com níveis reduzidos de fósforo aumentou a
percentagem de cinzas, assim como a concentração de P, Ca, e Zn nos ossos dos
frangos de corte (LAN et al., 2002; VIVEIROS et al., 2002). Porém, em estudo com
dietas com níveis de cálcio que variavam de 0,40% a 1,16% suplementadas com 500 U
de fitase / kg da dieta, SCHOULTEN et al. (2003) não encontraram qualquer alteração
nas cinzas e nos teores de Ca, P, Zn, Mn e Mg nas tíbias dos frangos de corte aos 42
dias de idade.
Quanto à influência da fitase sobre a resistência óssea existem resultados
controversos. Enquanto DENBOW et al.(1998) observaram aumento na matéria mineral
e resistência óssea das aves alimentadas com dietas contendo 0,20% de fósforo
disponível e suplementada com 400, 800 ou 1200 U de fitase ativa/kg da dieta,
JOHNSTON & SOUTERN (2000) verificaram que mesmo suplementando as dietas
deficientes em fósforo com 600 U de fitase a resistência óssea diminuiu.
Efeito da suplementação com fitase sobre a digestibilidade de nutrientes
Diversos pesquisadores relataram em seus estudos o efeito da fitase
aumentando a disponibilidade do fósforo fítico de ingredientes vegetais para aves
(SIMONS et al., 1990, SEBASTIAN et al., 1996, UM et al., 1999, CONTE et al., 2000,
SANTOS et al., 2001, VIVEIROS et al., 2002, LAN et al., 2002). Entretanto, no que diz
respeito à atividade da fitase sobre a disponibilidade de outros minerais são
7
encontrados dados contraditórios, indicando a necessidade de mais investigações
sobre o assunto.
Em geral, estudos demonstraram que a suplementação com fitase tem um efeito
positivo sobre a disponibilidade de minerais como Ca (QUIAN et al., 1997; TEIXEIRA et
al., 2003), Mg, Fe, Mn, Cu, K (PALLAUF et al., 1994; Erdman, 1979 citado por LAN et
al., 2002) e Zn (SEBASTIAN et al., 1996; LAN et al., 2002). Porém, ROBERSON e
EDWARDS (1994) verificaram que a suplementação com fitase em dietas a base de
milho e farelo de soja não afetou a retenção de zinco e reduziu a utilização de Cu.
De acordo com SEBASTIAN et al. (1998), a atuação da fitase sobre a
disponibilidade do P e de outros minerais está ligada a alguns fatores como espécie, tipo
e idade do animal, nível de cálcio e fósforo inorgânico na ração, vitamina D3, ingredientes
da ração e processamento dos alimentos.
MITCHEL e EDWARS JR (1996) observaram que para uma maior solubilização
do fitato no trato digestório das aves é preciso manter os níveis de Ca e P inorgânicos
nos limites mínimos necessários. A alta concentração de Ca ou a elevação da relação
Ca:P na dieta eleva o pH intestinal, reduzindo a fração solúvel dos minerais e sua
disponibilidade para absorção. Assim, LESSON (1999) afirmou que os níveis de Ca e P
devem ser utilizados em níveis inferiores quando a fitase for incluída durante a
formulação para que não ocorra uma redução acentuada no efeito da fitase.
Outro aspecto importante a considerar é o nível ideal de enzima a ser
adicionado, de acordo com o nível de redução nutricional estabelecido. Isso porque, a
atuação da fitase é dose dependente e aumenta à medida que doses mais altas são
adicionadas à dieta (SHOENER et al., 1993). Em contrapartida, à medida que os níveis
nutricionais são reduzidos abaixo da exigência do animal, ocorre naturalmente, uma
maior retenção do nutriente no organismo para que sejam mantidas as funções
fisiológicas e neste caso, níveis mais altos de fitase podem ser necessários para que
seja expresso o efeito da enzima.
8
SHIRLEY & EDWARDS JR. (2003) verificaram que a suplementação de 1200
U/kg da dieta (acima do recomendado pelo fabricante) melhorou a retenção do P em
157%, a retenção de N em 134% e a energia metabolizável aparente (EMA) em 106%.
Entretanto, não é regra admitir que quanto mais altos os níveis da enzima, maior a
disponibilidade de nutrientes, pois a inter-relação entre os cátions multivalentes
fornecidos em uma dieta pode reprimir a atuação da fitase (POINTLLART et al., 1984).
Em relação a outros nutrientes, pesquisas indicaram que a suplementação com
fitase também apresenta efeito sobre a digestibilidade de proteínas e aminoácidos
(SEBASTIAN et al., 1997) e a utilização de energia das rações (RAVINDRAN, 2001).
A menor utilização de proteínas e aminoácidos, na ausência de fitase na ração
ocorre pelo fato do complexo fitato-proteína tornar indisponível a molécula a ele
aderida. Acredita-se que a interação entre ácido fítico e proteínas é dependente do pH
e está em função da espécie iônica desta proteína, sendo mais susceptíveis à
complexação as espécies com a presença de cátions divalentes (Anderson, 1985 citado
por RAVINDRAN, 1999). Em baixo pH, o ácido fítico forma uma ligação eletrostática
com aminoácidos básicos como arginina, lisina e histidina formando complexos
insolúveis.
Uma outra hipótese, que justifica a menor utilização da proteína, diz respeito à
inibição de algumas enzimas digestivas endógenas (tripsina e pepsina), devido à
natureza inespecífica do complexo fitato-proteína e também, por causa do efeito
quelatante do ácido fítico sobre os íons Ca necessários para a atividade destas
enzimas (COUSINS, 1999).
TEJEDOR et al. (2001) avaliaram duas fontes distintas de fitase: fonte 1, com
500 U/ kg e fonte 2, com 750 U/ kg da dieta e constataram aumento nos coeficientes de
digestibilidade de proteína bruta de 1 e 1,7%, respectivamente para as fontes 1 e 2.
LAN et al. (2002) verificaram que a adição de 250 U de fitase/ kg em uma dieta
deficiente em P disponível foi o suficiente para melhorar a digestibilidade da proteína
bruta em 8,9% em relação à digestibilidade observada nas aves que consumiram dieta
com nível normal de P (0,354%).
9
Ao avaliar a digestibilidade ileal aparente de ingredientes com diferentes
quantidades de ácido fítico para frangos de corte, RAVINDRAN (1999) observou que
independente do ingrediente avaliado a digestibilidade dos aminoácidos foi aumentada
com a adição de 1200 U de fitase. Já BIEHL & BAKER (1997) verificaram que embora
este nível de suplementação tenha melhorado a digestibilidade dos aminoácidos nas
aves alimentadas com dieta a base de farelo de soja, o mesmo não ocorreu naquela à
base de farelo de amendoim. Os autores afirmaram que a eficiência da fitase sobre a
digestibilidade de aminoácidos parece depender não somente do nível de enzima
adicionado, como também da fonte protéica empregada, tendo em vista que, a
localização do fitato nesta fonte, poderá dificultar a atuação da enzima.
RAVINDRAN et al. (2001) trabalharam com frangos de corte aos 28 dias de
idade alimentados com dietas a base de trigo, farelo de soja e sorgo, deficientes em
lisina e verificaram efeito linear positivo dos níveis de fitase (250 a 1000 U/ kg da dieta)
sobre a digestibilidade do nitrogênio e de todos os aminoácidos. KORNEGAY et al.
(1996) observaram em seus estudos aumento de 1,8 e 4,3 % na digestibilidade de
proteínas e aminoácidos, respectivamente, com a adição de 750 U de fitase microbiana
/ kg da dieta.
Em contraste, ZHANG et al.(1999) avaliaram dietas à base de milho e farelo de
soja com níveis normais de nutrientes ou deficientes em lisina, aminoácidos sulfurosos
e energia metabolizável (2, 1 e 0,5% da dieta, respectivamente) suplementadas com
600 U /kg da dieta, e não encontraram diferenças significativas na digestibilidade ileal
da proteína e de aminoácidos de frangos de corte ao 42 dias de idade.
A suplementação com fitase em dietas deficientes ou não em energia
proporciona aumento na utilização da energia metabolizável aparente (NAMKUNG &
LESSON, 1999, ZHANG, 1999, RAVINDRAN et al., 2001).
Os mecanismos que descrevem os efeitos da enzima sobre a utilização de energia
são desconhecidos. Sabe-se que a melhora na digestibilidade das proteínas é em parte
responsável pelo aumento da energia disponível. Porém, dados de RAVINDRAN et al.
(2000) mostraram que a fitase promove aumento na utilização de energia independente
10
dos efeitos sobre a digestão de aminoácidos. Isso ocorre pelo fato de que no trato
digestório, os minerais complexados com o ácido fítico formam juntamente com os
lipídeos, reações de saponificação, prejudicando desta forma a utilização de lipídeos. A
enzima fitase neste caso age liberando o complexo fitato-mineral e impedindo a formação
destes sabões metálicos, o que possibilita uma melhor utilização da energia derivada dos
lipídeos.
LAN et al. (2002) ao avaliarem os valores de energia metabolizável de rações à
base de milho e farelo de soja observaram que a adição da fitase microbiana nos níveis
de 250 e 500 U/kg em rações com baixo nível de fósforo proporcionou valores de
energia metabolizável aparente (EMA) superiores aos encontrados em uma ração com
nível normal de fósforo e sem suplementação enzimática. Um incremento na utilização
da EMA corrigida para nitrogênio também foi observado por FARREL et al. (1993).
TEJEDOR et al. (2001) verificaram que a adição de dois tipos de enzima a dietas
deficientes em Ca e P, aumentou a energia digestível ileal aparente, não havendo
diferença entre as fontes de fitase.
11
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15
CAPÍTULO 2 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE A
DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES PARA FRANGOS DE CORTE
Efeito da Suplementação com Fitase sobre a Digestibilidade de Nutrientes para
Frangos de Corte
RESUMO – Dois ensaios metabólicos foram conduzidos para avaliar o efeito da
suplementação com fitase em dietas com redução nos níveis de EMA, PB, Lis, Ca e Pd
sobre a digestibilidade de nutrientes para frangos de corte. Utilizou-se o delineamento
inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2 (três dietas com redução de
nutrientes (controles negativos (CN), com e sem enzima) e um controle positivo (CP),
com seis repetições de 15 aves por unidade experimental. A fitase utilizada foi da
marca comercial Phyzyme XP 5000G, suplementada nos níveis de 500, 750 e 1000 U
nos CN1, CN2 e CN3, respectivamente. Foram utilizados frangos dos 14 a 21 e dos 28
a 35 dias de idade. Os métodos utilizados foram: coleta parcial de excretas e digesta
ileal, utilizando-se cinza ácida insolúvel como indicador indigestível. Dos 14 aos 21 dias
de idade, a redução nos níveis nutricionais das dietas resultou em EMA, ED, CDMS e
CDAA (exceto para o CD Val, Iso, Tir, Fen e Leu) inferiores aos obtidos com a dieta CP.
A interação (P<0,05) obtida para ED, CDIPB e CDAA mostrou que a adição de fitase
melhorou estes parâmetros nos CN1 e CN2. Para a fase de crescimento, foram
determinadas EMA e ED menores que os do CP apenas nos CN2). e). CN3. O CDAA
das dietas CN sem e com adição de fitase foram superiores aos do CP, exceto para
Arg, Cis e His. Houve interação (P<0,05) para a EMA, ED, CDMS, sendo a fitase
eficiente nos CN2 e CN3. A suplementação com fitase melhorou em média o CDIPB em
5% e o CDAA em 2,89%. A adição de fitase nos CN aumentou (P<0,05) o CD de todos
os minerais avaliados. Conclui-se que a adição de fitase melhora a digestibilidade dos
nutrientes, restaurando o valor nutricional das mesmas.
Palavras-chave: ácido fítico, digestibilidade de nutrientes, disponibilidade de minerais,
suplementação enzimática
16
1. INTRODUÇÃO
Nos alimentos de origem vegetal, que constituem mais de 90% das dietas de
frangos, o fósforo está em grande parte complexado e indisponível. A utilização do P
destes alimentos pelos animais não-ruminantes está diretamente relacionada com o
conteúdo de fitato, já que o P não é utilizado por esses animais, devido à baixa
concentração da enzima fitase no trato digestório.
A molécula de ácido fítico contém, aproximadamente 28,2% de fósforo e sua
propriedade antinutricional está além do não-aproveitamento do fósforo. Também, é um
potente agente quelatante de nutrientes como, proteínas, aminoácidos, amido e cátions
divalentes (RAVINDRAN et al., 1999), e enzimas, como a pepsina, tripsina e α-amilase
(SEBASTIAN et al., 1998), de modo que a solubilidade e a digestibilidade são reduzidas
pela formação de complexos insolúveis. Ocorre ainda, o efeito indireto desta molécula
sobre o aproveitamento da energia, resultante do menor aproveitamento da proteína e
também em função da formação de reações de saponificação entre os minerais ligados
ao fitato e os lipídeos da dieta (RAVINDRAN et al., 2001).
A fitase atua hidrolisando o fitato, liberando os nutrientes a ele complexados e
melhorando sua assimilação pelo animal (PALLAUF, 1994). Assim, a suplementação
com esta enzima, permite restaurar o valor nutricional de dietas com níveis nutricionais
reduzidos sem afetar o desempenho das aves.
A suplementação de fitase indicada para determinado nível de redução
nutricional é desconhecida, em função de inúmeros fatores que influenciam a atuação
desta enzima sobre o aproveitamento de nutrientes. O nível de enzima adicionado,
nível de nutrientes da ração, concentração de ácido fítico no ingrediente utilizado, a
relação Ca:P da dieta, espécie e a idade do animal entre outros fatores irão determinar
a eficiência da fitase em cada situação.
A indústria afirma que os benefícios da fitase sobre a disponibilidade de
nutrientes estão além do incremento obtido pela suplementação normalmente utilizada
(em torno de 500 U de fitase/kg de dieta). Dessa forma, reduções mais drásticas podem
17
ser aplicadas desde que o nível de suplementação seja aumentado.
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o efeito da suplementação da fitase sobre
a digestibilidade de nutrientes (proteína bruta, aminoácidos e minerais), energia
metabolizável aparente e digestível de frangos de corte alimentados com dietas à base
de milho, farelo de soja e farelo de arroz com reduções nos níveis nutricionais.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram conduzidos dois ensaios metabólicos no Setor de Avicultura do
Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAVUNESP/ Campus de Jaboticabal-SP. Os ensaios foram conduzidos em duas fases: fase
inicial (14 a 21 dias de idade) e fase de crescimento (28 a 35 dias de idade). O período
experimental foi compreendido entre 22 a 29 de janeiro de 2004, para o ensaio da fase
inicial e de cinco a 12 de fevereiro de 2004, para a fase de crescimento.
Para cada ensaio metabólico foram utilizados 630 frangos de corte, machos, da
linhagem Cobb®. As aves foram criadas em galpão convencional e alimentadas com
uma ração basal com o nível mínimo de nutrientes segundo ROSTAGNO et al. (2000),
até a idade do início dos experimentos. Posteriormente, foram alojadas em gaiolas de
arame galvanizado, com dimensões de 0,50 m x 0,40 m x 0,40 m, em número de 5
aves/ gaiola.
A água e a ração foram fornecidas à vontade durante todo o período
experimental, sendo os comedouros supridos de ração duas vezes ao dia, para evitar
desperdício.
Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema
fatorial 3 x 2 (três dietas, com e sem adição de enzima) e um controle positivo com seis
repetições de 15 aves por unidade experimental.
18
Todas as rações foram formuladas à base de milho, farelo de soja e farelo de
arroz integral adicionado ao nível de 5,5% na formulação, com a finalidade de
aumentar a quantidade de ácido fítico na dieta.
Os tratamentos experimentais consistiram em avaliar a suplementação de níveis
crescentes da fitase Phyzime XP 5000G® (Danisco Animal Nutrition) em dietas com
reduções nos níveis de energia metabolizável (EM), proteína bruta (PB), lisina (Lis),
cálcio (Ca) e fósforo disponível (Pd) comparadas ao controle positivo (ração formulada
com níveis normais de nutrientes).
Para a formulação das dietas foram considerados os incrementos na
disponibilidade de EM, PB, Lis, Ca e Pd obtidos para cada aumento de suplementação
com
fitase.
Dessa
forma,
os
teores
desses
nutrientes
foram
reduzidos
progressivamente nos controles negativos um, dois e três e a essas dietas foram
adicionados os níveis de fitase de 500, 750 e 1000 U / kg da dieta, respectivamente.
Assim foram constituídos os tratamentos: 1.Controle Positivo (CP); 2.Controle Negativo
1 (CN1); 3.CN1 + 500U fitase; 4. Controle Negativo 2 (CN2); 5. CN2 + 750U de fitase;
6.Controle Negativo 3 (CN3); 7. CN3 + 1000U de fitase.
A composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (14 a 21) e de crescimento (28 a 35 dias de idade) são
apresentados na Tabelas 1 e 2, respectivamente.
A digestibilidade dos nutrientes foi determinada utilizando-se dois métodos: a
coleta parcial de excretas e a digestibilidade ileal. Celite®, uma fonte de sílica, foi
adicionado à todas as dietas experimentais em nível de 1% (SCOTT e BOLDAJI, 1997)
como indicador indigestível.
Para a coleta das amostras de excretas, as aves permaneceram em adaptação
às dietas experimentais por cinco dias. O período de coleta foi de dois dias.
Sob cada gaiola foi instalada uma bandeja de alumínio, da qual selecionou-se
seis locais para coleta de excretas. Foram coletadas quatro amostras de excretas, as
8:00 h e 16:00 h, em cada dia. As excretas foram acondicionados em sacos plásticos,
devidamente identificados por repetição e congeladas para posterior análise.
19
Tabela 1. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (14 a 21dias de idade)
Ingredientes
Milho
Farelo de Arroz
Farelo de Soja
Óleo de Soja
L-lisina HCl (78,4 %)
DL-Metionina (99 %)
Bicarbonato de sódio
Sal
Calcário Calcítico
Fosfato bicálcico
Suplemento vitamínico/mineral *
Phyzyme XP 5000G
Areia Lavada
TOTAL
Níveis nuticionais1
Proténa Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/kg)
Lisina(%)
Lisina disponível (%)
Cálcio (%)
Fósforo Total (%)
Fósforo Disponível (%)
Relação Ca:Pd
Fósforo fítico (%)
CP
CN1
NC2
NC3
52,230
5,500
34,300
3,400
0,089
0,220
0,200
0,300
1,010
1,550
0,200
0,000
1,000
100,00
55,010
5,500
33,500
2,000
0,094
0,219
0,200
0,300
1,180
0,790
0,200
0,0/0,010
1,000
100,00
56,399
5,500
33,100
1,300
0,097
0,219
0,200
0,300
1,260
0,410
0,200
0,0/0,015
1,000
100,00
57,386
5,500
32,700
0,700
0,100
0,219
0,200
0,300
1,340
0,350
0,200
0,0/0,020
1,000
100,00
21,70
3047
1,25
1,06
0,90
0,72
0,37
2,43
0,31
21,60
2995
1,24
1,05
0,78
0,59
0,26
3,00
0,31
21,50
2968
1,23
1,04
0,72
0,52
0,21
3,43
0,31
21,40
2942
1,22
1,03
0,66
0,45
0,15
4,40
0,31
* Suplemento vitamínico e mineral ( M. Cassab Ltda, São Paulo) Cada quilograma do produto contém: Vit A 5.500
MUI, Vit D3 1.000 MUI, Vit E 8.000 mg, Vit K3 750 mg ,Vit B1 600 mg, Vit B2 2.250 mg, Vit B6 1.000 mg, Vit B12 8.000
mg , Ácido Pantotênico 5.000 mg, Ácido Fólico 200 mg, Biotina 30mg, Colina 130.5 g, Niaciana 17.500 mg, Ácido
fólico 200 mg, Ferro 15.000 mg, Cobre 4.500 mg, Manganês 30.000 mg, Zinco 30.000 mg, Iodo 500 mg, Selênio 125
mg, Bacitracina de zinco, 25.020 mg, Monensina 35.000 mg, Nicarbazina 25.000 mg, Olaquindox 24.500, Veículo
q.s.p 1000g.
1
Níveis Calculados
20
Tabela 2. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase de crescimento (28 a 35 dias de idade)
Ingredientes
Milho
Farelo de Arroz
Farelo de Soja
Óleo de Soja
L-lisina HCl (78,4 %)
DL-Metionina (99 %)
Bicarbonato de sódio
Sal
Calcário Calcítico
Fosfato bicálcico
Suplemento vitamínico/mineral *
Phyzyme XP 5000G
Areia Lavada
TOTAL
Níveis nuticionais1
Proténa Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/kg)
Lisina(%)
Lisina disponível (%)
Cálcio (%)
Fósforo Total (%)
Fósforo Disponível (%)
Relação Ca:Pd
Fósforo fítico (%)
CP
CN1
NC2
NC3
59,120
5,500
27,400
4,000
0,010
0,182
0,200
0,200
1,040
1,150
0,200
0,000
1,000
100,00
61,881
5,500
26,600
2,600
0,017
0,182
0,200
0,200
1,210
0,400
0,200
0,0/0,010
1,000
100,00
63,180
5,500
26,200
2,000
0,020
0,182
0,200
0,200
1,290
0,018
0,200
0,0/0,015
1,000
100,00
64,330
5,500
25,800
1,400
0,022
0,182
0,200
0,200
1,150
0,000
0,200
0,0/0,020
1,000
100,00
18,90
3155
1,00
0,83
0,80
0,63
0,30
2,67
0,29
18,70
3102
0,99
0,82
0,68
0,49
0,19
3,58
0,29
18,60
3076
0,98
0,81
0,62
0,42
0,14
4,43
0,29
18,50
3050
0,97
0,80
0,56
0,42
0,136
4,12
0,29
* Suplemento vitamínico e mineral ( M. Cassab Ltda, São Paulo) Cada quilograma do produto contém: Vit A 4.500
MUI, Vit D3 8 00 MUI, Vit E 7.000 mg, Vit K3 750 mg ,Vit B1 500 mg, Vit B2 2.000 mg, Vit B6 900 mg, Vit B12 6.000
mg , Ácido Pantotênico 4.500 mg, Ácido Fólico 150 mg, Biotina 25 mg, Colina 109.620 g, Niaciana 15.000 mg, Ácido
fólico 150 mg, Ferro 15.000 mg, Cobre 4.500 mg, Manganês 30.000 mg, Zinco 30.000 mg, Iodo 500 mg, Selênio 125
mg, Bacitracina de zinco, 22.500 mg, Olaquindox 24.500, Salinomicina, 33.000 mg Veículo q.s.p 1000g.
1
Níveis Calculados
Para a coleta da digesta ileal, as aves foram submetidas a sete dias de
adaptação às gaiolas e às dietas experimentais. Aos 21 dias de idade no primeiro
ensaio, e aos 35 dias no segundo, todas as aves de cada parcela experimental foram
abatidas por deslocamento cervical. Imediatamente após o abate, o íleo foi exposto por
incisão abdominal e um segmento de 20 cm terminando a 4 cm da junção íleo-cecal foi
21
removido e o seu conteúdo recolhido em recipiente plástico devidamente identificado
por tratamento e repetição.
Duas horas antes do abate, os frangos foram estimulados a consumir ração,
para evitar que o segmento do íleo coletado apresentasse pouco conteúdo intestinal.
Após a coleta, as excretas e digestas foram congeladas para posterior análise.
O descongelamento procedeu-se à temperatura ambiente. Tanto as excretas
como as digestas foram homogeneizadas e submetidas à secagem. As amostras de
excreta foram secas em estufa de ventilação forçada a 55oC, por 72 horas. As digestas
foram secas por liofilização a vácuo a uma temperatura de -40oC, também por 72
horas. A seguir, as amostras de digesta e excreta foram moídas em moinho tipo faca,
com peneira de 1 mm e junto com as amostras das rações experimentais, foram
encaminhadas ao laboratório.
Em todas as amostras, foram determinados os teores de matéria seca, energia
bruta, nitrogênio, aminoácidos, minerais (P, Ca, Cu, Zn, Na e K) e cinza ácida insolúvel.
Os aminogramas das amostras de rações e digesta foram realizados no laboratório
Sciantec Analytical Services, em Thirsk/North Yorkshire, UK.
A matéria seca (secagem definitiva), foi determinada segundo SILVA e QUEIROZ
(2002). Para a determinação da energia bruta, as amostras foram peletizadas, e
submetidas à combustão em bomba calorimétrica (1281, PARR, Instruments, EUA).
A determinação dos teores de fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio
(K), sódio (Na), cobre (Cu) e zinco (Zn) nas dietas, excretas e digesta ileal, foi realizada
pelo método Hach através de digestão sulfúrica em aparelho Dijesdhal. A concentração
de fósforo foi obtida através do método colorimétrico (espectrofotometria). A
concentração dos demais minerais foi determinada por absorção atômica utilizando-se
lâmpadas especificas para cada elemento.
A proteína bruta foi analisada pelo método Kjeldahl de acordo com a metodologia
descrita por SILVA e QUEIROZ (2002). Entretanto, a etapa da digestão sulfúrica foi
realizada em aparelho Dijesdhal (Destilador de nitrogênio, MA-036, MARCONI, São
Paulo).
22
A cinza ácida insolúvel, fração indigerível presente nas dietas, excretas e digestas
foi determinada através de uma adaptação da metodologia utilizada na University of
Arkansas. Utilizou-se aproximadamente 0,75g de amostra pré-seca, pesadas em tubos
cônico de borossilicato com capacidade para 15ml. As amostras permaneceram em
estufa de secagem por convecção a 80oC durante 12 horas e então foram encaminhadas
ao forno mufla com temperatura de 500oC por 8 horas. Após esfriar, foi adicionado a cada
amostra, 5ml de ácido clorídrico (4 molL-1) e estas foram levadas ao bloco digestor a
125oC, permanecendo nesta temperatura por 30 minutos. As amostras permaneceram
em descanso até o completo esfriamento e então, foram centrifugadas por 10 minutos a
1500 rpm. O ácido foi descartado e em cada amostra foi adicionado aproximadamente
3ml de água destilada-desionizada, agitadas em aparelho vortex e novamente
centrifugadas pelo mesmo tempo e rotação. O procedimento de lavagem com a água foi
repetido por três vezes consecutivas e após todas as amostras passarem por este
procedimento, voltaram à estufa de secagem por convecção a 80oC por 12 horas.
Novamente, as amostras retornaram ao forno mufla a 500oC por 8 horas, sendo
procedida após o esfriamento das amostras a pesagem para a determinação da
porcentagem de cinza ácida insolúvel.
Com os resultados laboratoriais foram determinados os coeficientes de
digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e aminoácidos (base na digesta) e os
valores de energia digestível (ED) e energia metabolizável aparente (EMA).Os
coeficientes de digestibilidade dos minerais foram calculados com base na análise de
excretas e digesta ileal (RAVINDRAN et al., 1999).
Os dados foram analisados pelo SAS (1996) e submetidos à análise de
variância. Para comparação das médias entre os tratamentos, foi utilizado o teste de
Duncan a um nível de significância de 95%. A utilização deste teste foi definida em
função do número de tratamentos experimentais e do erro que se desejou evitar (erro
tipo II).
23
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Energia Metabolizável Aparente (EMA) e Energia Digestível (ED)
Os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e energia digestível (ED)
expressos com base na matéria seca para a fase inicial (14 a 21 dias de idade) e fase
de crescimento (28 a 35 dias de idade) são apresentados na Tabela 3.
Na fase inicial de criação, as aves alimentadas com a dieta controle negativo
apresentaram EMA e ED inferiores à determinada com a dieta CP, entretanto, na fase
de crescimento, foi observado aproveitamento de energia inferior ao CP somente nas
dietas CN2 e CN3.
Com a adição de enzima aos controles negativos, verificou-se aumento na EMA
e ED em ambas as fases de criação. Porém, na fase inicial, resultado semelhante ao
CP foi observado apenas para EMA da dieta CN1 e para ED das dietas CN1 e CN2.
Para a fase de crescimento, constatou-se que a adição de fitase nas dietas CN2 e CN3
proporcionou EMA superior á obtida com o CP, sendo que para a ED esta
superioridade foi mantida nos três níveis de redução nutricional.
Ao analisar os dados em esquema fatorial (dietas versus enzima) não houve
interação (P>0,05) apenas para a EMA na fase inicial, apresentando as aves
alimentadas com as dietas CN2 e CN3 valores inferiores ao determinado com a dieta
CN1. Nesta fase, a adição de fitase melhorou o aproveitamento da EMA pelas aves em
3,33%. Este resultado foi semelhante aos de RAVINDRAN et al. (1999) que
encontraram aumento de 3,5% nos valores de EMA da dieta pela adição de fitase,
porém, NANKUNG & LEESSON (1999) verificaram que melhora proporcionada por esta
enzima sobre a EMAn foi de apenas 1%.
S/Phy
3322
3262
3252
3279 b
0,0003
0,0042
0,0112
0,2934
2,972
C/Phy
3517
3327
3333
3392 a
Média
3419 A
3295 B
3292 B
C/Phy
3459 Aa
3386 Aa
3148 Ba
< 0,0001
0,0009
< 0,0001
< 0,0001
1,140
C/Phy
3455 Ca
3572 Ba
3624 Aa
C/Phy
3579 Aa
3553 Aa
3520 Aa
< 0,0001
0,0001
< 0,0001
0,0205
2,144
S/Phy
3548 Aa
3419 Bb
3310 Cb
28 a 35 dias de idade
EMA (kcal/kg)
ED (kcal/kg)
3503 C
3425 B
3497 C
3548 A
3379 E
3419 B
3429 DE
3310 C
3455 DC
3579 A
3572 B
3553 A
3624 A
3520 A
S/Phy
3497 Aa
3379 Bb
3429 Bb
Probabilidades
< 0,0001
0,0001
< 0,0001
0,0027
3,262
S/Phy
3159 Ab
3187 Ab
3168 Aa
14 a 21 dias de idade
EMA (kcal/kg)
ED (kcal/kg)
3526 A
3347 A
3322 B
3159 B
3262 B
3187 B
3252 B
3168 B
3517 A
3459 A
3327 B
3386 A
3333 B
3148 B
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais Efeitos2
Dietas
CN1
CN2
CN3
Média
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
DxE2
CV (%)
Tabela 3. Energia metabolizável aparente (EMA em kcal/kg) e energia digestível (ED em kcal/kg) dos frangos dos 14
aos 21 e 28 aos 35 dias de idade
24
25
Com o desdobramento da interação (P<0,05) obtida para ED (fase inicial) foram
observados valores semelhantes entre os controles negativos. Na fase de crescimento,
verificou-se que tanto a EMA quanto a ED diminuíram nos CN2 e CN3.
Tanto na fase inicial, quanto na de crescimento foi observada melhora (P<0,05)
no aproveitamento de EMA e ED pela adição de fitase, porém, verificou-se que esta
enzima atuou de forma diferente entre os controles negativos. Enquanto para a fase
inicial, a expressão da fitase sobre a ED ocorreu nas dietas CN1 e CN2, na fase de
crescimento, o efeito sobre a EMA e a ED foi mais acentuado nas dietas CN2 e CN3.
É importante ressaltar que a adição de fitase à dieta não apresentou efeito direto
sobre a disponibilidade de energia, sendo o resultado final, uma somatória dos
incrementos obtidos na digestibilidade de proteínas (NAMKUNG & LEESSON, 1999;
RAVINDRAN et al., 1999), amido (THOMPSON et al., 1984) e lipídeos (RAVINDRAN,
2001). Dessa forma, vários fatores podem interferir na atuação da fitase sobre a
digestibilidade de nutrientes e conseqüentemente no aproveitamento da energia da
dieta, entre eles, pode-se citar: a idade da ave, o nível de enzima adicionado e a
relação Ca : P da dieta (SEBASTIAN et al., 1998).
A deficiência nutricional provocada na dieta CN3 na fase inicial, pode ter sido
excessivamente severa, não sendo a suplementação de 1000 U de fitase suficiente
para garantir melhora na digestibilidade de nutrientes e conseqüentemente no
aproveitamento da energia. Em relação à fase de crescimento, a ineficiência da
suplementação com fitase na dieta CN1 pode ser atribuída ao fato de ocorrer um menor
efeito das enzimas exógenas em aves em idade avançada, em função do sistema
fisiológico estar mais aperfeiçoado em relação às aves jovens, necessitando por este
motivo que doses mais altas de fitase sejam aplicadas para que possa ser expresso o
efeito da enzima (CAMPBELL & BEDFORD, 1992).
Diferente do esperado, os valores de EMA determinadas pela coleta parcial de
excretas tenderam ser maiores que os de ED baseados na digesta ileal. Neste ensaio,
a menor concentração de indicador (cinza ácida insolúvel) e os maiores valores de
energia bruta na digesta ileal pode ter sido indicativo da menor digestibilidade de
26
nutrientes na digesta em relação às excretas. ZANELLA (1998) ao calcular a EMA pelo
método da coleta parcial de excretas, também não encontrou valores de ED superiores
aos de EMA. O autor atribuiu este resultado aos altos valores de energia bruta na
digesta ileal, devido à digestão e absorção incompleta de nutrientes como amido,
gordura e proteínas.
3.2. Coeficientes de digestibilidade ileal da proteína bruta (CDIPB %)
Os coeficientes de digestibilidade ileal da proteína bruta (CDIPB %) para a fase
inicial (21 dias de idade) e fase de crescimento (35 dias de idade) são apresentados na
Tabela 4.
Tanto na fase inicial de criação, como na de crescimento, foram observados
CDIPB semelhantes entre as aves alimentadas com as dietas com redução nos níveis
nutricionais e o CP. A semelhança ao CP pode ser atribuída ao fato da redução em
proteína bruta nas dietas experimentais ter sido leve, não causando deficiências que
poderiam influenciar a digestibilidade deste nutriente.
A suplementação com fitase nas dietas CN1 e CN2 proporcionou CDIPB
estatisticamente superiores (P<0,05) ao obtido com a dieta CP aos 21 e aos 35 dias de
idade.
A melhora no CDIPB, obtida pela adição de fitase nas duas idades das aves,
pode ser explicada pelo fato da fitase hidrolisar os complexos formados pelo ácido fítico
e proteína, assim como liberar enzimas e íons necessários para a quebra destas
proteínas (SEBASTIAN et al. 1997; COUSINS et al. 1999).
Foi observada interação (P< 0,05) aos 21 dias de idade. A adição de fitase
aumentou o CDIPB em 5,61 e 4,36 % nas dietas CN1 e CN2 respectivamente. Diferente
destes resultados, LAN et al. (2002) encontraram para aves aos 20 dias de idade,
alimentadas com dietas deficientes em P disponível e suplementadas com fitase,
27
incrementos menores que os determinados neste ensaio (3,73 e 2,31% para os níveis
de suplementação de 500 e 750 U de fitase/kg da dieta, respectivamente).
Aos 35 dias de idade, a ausência de interação (P>0,05) demonstrou CDIPB
superior para a dieta CN2 e que a suplementação com fitase nos controles negativos
aumentou este parâmetro em 2,99%.
Tabela 4. Coeficiente de digestibilidade ileal da proteína bruta (CDIPB %) dos frangos
aos 21 dias e 35 dias de idade
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais Efeitos2
Dietas
CN1
CN2
CN3
Média
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
DxE2
CV (%)
CDIPB %
21 dias de idade
81,43 B
79,28 B
80,85 B
80,59 B
83,99 A
84,54 A
80,83 B
S/Phy
79,28 Ab
80,85 Ab
80,59 Aa
35dias de idade
82,32 B
83,16 B
83,69 B
81,58 B
84,93 A
87,27 A
83,87 B
C/Phy
83,99 Aa
84,54 Aa
80,83 Ba
< 0,0001
0,0242
< 0,0001
0,0054
2,002
S/Phy
83,16
83,69
81,58
82.81 b
Probabilidades
C/Phy
84,93
87,27
83,87
85,36 a
Média
84,05 AB
85,48 A
82,73 B
< 0,0001
0,0625
0,0145
0,0577
3,281
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
28
3.3. Coeficientes de digestibilidade da Matéria Seca (CDMS %)
Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS %) dos frangos de
corte de 14 a 21 e 28 a 35 dias de idade são apresentados na Tabela 5.
Na fase inicial de criação (14 a 21 dias de idade), a redução nos níveis
nutricionais da dieta proporcionou CDMS inferior (P<0,05) ao determinado com a dieta
CP. O CDMS das aves alimentadas com as dietas suplementadas com fitase não diferiu
do obtido com a dieta CP, embora as dietas CN2+750 e CN3+1000 U de fitase tenham
apresentado resultados intermediários.
Não houve interação (P>0,05) entre os tipos de dieta e a adição de fitase. CDMS
semelhantes foram encontrados nas dietas CN1, CN2 e CN3. A adição de fitase
aumentou (P<0,05) este parâmetro em 5,73%.
No segundo ensaio (28 a 35 dias de idade), diferente da fase inicial, foram
determinados nos controles negativos, CDMS semelhantes ao da dieta CP. Resultados
superiores ao da dieta CP foram encontrados para os CN2+750 e CN3+1000 U de
fitase. Nesta fase de criação, a interação significativa (P<0,05) mostrou que a adição de
fitase aumentou o CDMS nas dietas CN2 e CN3.
O CDMS reflete a digestibilidade dos demais nutrientes, portanto, quanto maior o
CDMS, maior é a absorção dos nutrientes de uma dieta. Com isso, o aumento do
CDMS proporcionado pela adição de fitase é explicado pela melhora na digestibilidade
de nutrientes como proteína bruta e minerais e no aproveitamento da energia,
proporcionados por esta enzima.
Assim como ocorreu neste ensaio, YI et al. (1996) ao trabalharem com patos,
verificaram que a suplementação com fitase (750 U de fitase/kg da dieta) em dietas
deficientes em P e proteína bruta, aumentou o CDMS. Por outro lado, TEJEDOR et al.
(2001) trabalhando com frangos de corte observaram que, embora, a redução nos
níveis de Ca e P da dieta tenha resultado em menor CDMS, este parâmetro, não foi
influenciado pela suplementação com fitase.
29
Tabela 5. Coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS %) dos frangos dos 14
a 21 e 28 a 35 dias de idade
14 a 21 dias de idade
1
Tratamentos
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais Efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Média
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV (%)
28 a 35 dias de idade
CDMS (%)
73,04 A
68,71 B
68,14 B
68,31 B
74,37 A
71,14 AB
71,43 AB
73,44 B
73,12 B
72,09 B
73,40 B
73,44 B
76,30 A
75,97 A
S/Phy
C/Phy
Média
S/Phy
C/Phy
68,71
68,14
68,31
68,39 b
74,37
71,14
71,43
72,31 a
71,54 A
69,64 A
69,87 A
73,12 Aa
72,09 Ab
73,40 Ab
73,44 Ba
76,30 Aa
75,97 Aa
Probabilidades
< 0,0001
0,2833
0,0008
0,5093
4,028
< 0,0001
0,2118
0,0001
0,0012
1,423
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Verificou-se ainda que o CDMS na fase de crescimento foi maior que na fase
inicial, evidenciando a melhora no aproveitamento dos nutrientes à medida que o
sistema fisiológico das aves amadurece.
Com exceção para o CDIPB na fase de crescimento, os coeficientes de
digestibilidade dos nutrientes avaliados diminuíram (P<0,05) com a redução nos níveis
nutricionais da dieta. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por SEBASTIAN
et al. (1996) e TEJEDOR et al. (2001) que também verificaram queda nos coeficientes
de digestibilidade de diferentes nutrientes em dietas com redução nos níveis de Ca e P.
30
3.4. Coeficientes de Digestibilidade de Minerais Determinados com Base na
Análise de Excretas e Digesta Ileal
Na Tabela 6 são apresentados os coeficientes de digestibilidade (CD) do fósforo
(P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), sódio (Na) e cobre (Cu) determinados
com base nas excretas dos frangos de corte de 14 a 21 dias de idade.
Com exceção ao CD do K, os CD do P, Ca, Mg, Na e Cu das aves que
consumiram as dietas com reduções nos níveis nutricionais tenderam ser inferiores aos
do CP. A suplementação com fitase a estas dietas resultou em CD de minerais
semelhantes aos da dieta CP, exceto para o CD do Mg e do Cu nas dietas CN3.
Não houve interação (P>0,05) para nenhum dos minerais estudados nesta fase.
Comparando-se entre os controles negativos, foi observado que CD do P foi menor nas
dietas CN1 e CN2, enquanto que os do Mg e Cu no CN3.
De acordo com UM & PAIK (1999) e RAVINDRAN et al. (2000), as aves
apresentam a capacidade de aumentar a retenção de minerais necessários para manter
as funções fisiológicas à medida que os níveis destes são reduzidos na dieta. Portanto,
diferente do que ocorreu neste ensaio, esperava-se que os CD do Ca e P dos controles
negativos fossem superiores aos obtidos com o CP. Entretanto, sabe-se que a interrelação entre os minerais é fator preponderante na maior ou menor retenção dos
mesmos pelas aves. Assim, os menores CD de minerais obtidos nas dietas CN1, CN2 e
CN3 pode ser atribuído ao fato de que à medida que os níveis nutricionais foram
reduzidos houve um aumento da relação Ca:P, e com isso, segundo SHAFEY, (1993),
pode ter ocorrido uma elevação no pH intestinal reduzindo a fração solúvel dos
minerais, e conseqüentemente, diminuindo a sua digestibilidade.
Outra explicação baseia-se na hipótese de que quando o Ca ou P são fornecidos
na dieta em concentração abaixo da exigida pela ave, é aumentada a mobilização
óssea com o objetivo de manter constante os níveis séricos destes minerais. Dessa
forma, ocorre também a liberação de outros minerais presentes na matriz óssea como o
Mg, K, Mn, Zn e Cu aumentando a excreção e resultando em um menor CD destes
minerais (VIVEIROS et al., 2002).
31
Tabela 6. Coeficientes de digestibilidade do P, Ca, Mg, K, Na e Cu dos frangos dos 14 a
21 dias de idade
1
Tratamentos
Controle Positivo
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais efeitos2
P
65,19 B
57,98 C
56,24 C
67,65 B
62,66 BC
67,34 B
76,74 A
Coeficiente de Digestibilidade %
Ca
Mg
K
62.57 AB
30.96 AB
61.32AB
57.55 B
18.71DC
57.18 B
58.75 B
14.08 D
56.47B
59.20B
16.82 DC
58.46 B
70.23 A
37.48 A
64.96 A
69.15 A
24.76 B
59.95 AB
64.28 AB
19.82 DC
61.25 AB
Na
65,47 A
56,37 BC
54,22 C
60,11 AB
65,19 A
62,01 A
62,30 A
Cu
68,23 A
62,29 AB
48,29 C
57,30 B
63,16 AB
59,95 AB
50,96 B
Dietas
CN1
CN2
CN3
60,32 B
61,79 B
72,19 A
63.89A
63.95 A
61.74 A
28.09 A
19.42 B
18.34 B
61.07A
58.21A
59.86 A
60,78 A
58,12 A
61,46 A
62,73 A
54,12 B
59,13 B
Sem
Com
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV %
60,62 B
68,92 A
58,50 B
67,89 A
57,07 B
63,17 A
55,96 B
61,36 A
0,0001
0,0001
0,0001
0,3671
7,856
0,0089
0,6443
0,0002
0,3564
9,450
16,54 B
57,37 B
27,35 A
62,06 A
Probabilidades
0,0001
0,0203
0,0032
0,2443
0,0001
0,0018
0,0529
0,2846
6,217
27,341
0,0002
0,0001
0,1225
0,0854
6,099
0,0004
0,0079
0,0146
0,1065
9,461
Enzima
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
A adição de fitase aumentou (P<0,05) os CD de todos os minerais avaliados.
Melhora na digestibilidade de minerais pela suplementação com fitase também foi
observada por SHOENER et al. (1993), BROZ et al. (1994), AHMAD et al. (2000) e
VIVEIROS et al. (2002).
Os CD de minerais baseados na análise da digesta ileal dos frangos de corte aos
21 dias idade são apresentados nas Tabelas 7 e 8.
32
Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade do P e K baseados nos dados de análise da
digesta ileal dos frangos aos 21 dias de idade
Coeficiente de Digestibilidade %
Tratamentos
P
Controle Positivo
55,87 BC
CN1
45,28 D
CN2
53,26 C
CN3
53,32 C
CN1+500 U Phy
61,95 AB
CN2+750 U Phy
65,95 A
CN3+1000 U Phy
58,24BC
Principais efeitos2
Dietas
CN1
53,62 B
CN2
59,60 A
CN3
55,78 AB
Enzima
Sem
50,62 B
Com
62,05 A
Fontes de Variação
Probabilidades
Tratamentos1
0,0001
2
Dietas
0,0571
Enzima2
0,0001
D x E2
0,0614
CV %
10,584
1
K
95,19 A
94,72 AB
93,21 C
93,29 C
95,65 A
94,54 B
94,52 B
95,31 A
93,88 B
93,90 B
93,82 B
94,90 A
0,0001
0,0001
0,0003
0,5689
0,845
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Assim como ocorreu para os dados de excreta, os CD de P e K dos controles
negativos, baseados na análise da digesta tenderam ser inferiores aos do CP.
Resultados semelhantes ao CP foram obtidos nas dietas CN1 + 500 U e CN2 + 750 U
de fitase para o P e somente CN1 + 500 U de fitase para o K (Tabela 7).
Não houve interação (P>0,05) para o CD destes minerais. Enquanto o maior CD
do P foi encontrado na dieta CN2, para o K , CD superior foi determinado na dieta CN1.
A suplementação com fitase aumentou (P<0,05) o CD do P em 22,58% e do K em
1,14%.
33
A melhora na digestibilidade de minerais é esperada porque a fitase quebra o
complexo fitato-mineral, deixando os minerais livres para absorção, diminuindo a sua
excreção e conseqüentemente aumentando a sua digestibilidade (SEBASTIAN et al.
1996).
Tabela 8. Coeficientes de digestibilidade do Ca, Mg e Zn baseados nos dados de
análise da digesta ileal dos frangos aos 21 dias de idade
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais Efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV (%)
Coeficiente de Digestibilidade (CD %)
Ca
Mg
50,098 C
25,32 C
51,86 C
18,34 D
68,39 AB
25,14 C
70,34 A
31,84 BC
63,65 B
38,69 A
71,49 A
35,51 AB
72,74 A
31,92 BC
S/Phy
51,86 Bb
68,39 Aa
70,34 Aa
C/Phy
63,65 Ba
71,49 Aa
72,74 Aa
< 0,0001
0,0001
0,0006
0,0280
S/Phy
C/Phy
18,34 Cb
38,69 Aa
25,14 Bb
35,51 ABa
31,84 Aa
31,92 Ba
Probabilidades
< 0,0001
0,4399
0,0001
0,0001
7,098
18,27
Zn
10,44 C
7,49 C
22,11 B
22,37 B
42,54 A
39,77 A
10,07 C
S/Phy
7,49 Bb
22,11 Ab
22,37 Aa
C/Phy
42,54Aa
39,77 Aa
10,07 Bb
< 0,0001
0,0001
0,0001
0,0001
31,482
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Observou-se na Tabela 8 que os CD do Ca e Zn dos frangos alimentados com as
dietas CN2 e CN3 foram superiores aos determinados com a dieta CP. O CD do Ca foi
superior ao da dieta CP para as aves alimentadas com os CN1, CN2 e CN3
suplementados com fitase, entretanto, para o CD Mg e Zn, a superioridade ao CP foi
obtida apenas nas dietas CN1 + 500 e CN2 + 750 U de fitase.
34
De acordo com a análise em esquema fatorial foi constatada interação (P<0,05)
para o CD do Ca, Mg e Zn. O efeito da fitase foi expresso somente na dieta CN1 para o
CD do Ca. Para os CD do Mg e Zn não houve efeito da enzima apenas para os frangos
alimentados com a dieta CN3+1000 U de fitase.
Na Tabela 9 são apresentados os CD dos minerais baseados na análise de
excretas das aves dos 28 aos 35 dias de idade.
Comparando-se os controles negativos ao CP, foram encontrados CD do P e K
superiores na dieta CN1 e para os CD do Mg nas dietas CN1 e CN3.
Embora a capacidade de hidrolisar o fitato seja aumentada quando as aves
consomem dietas com baixos níveis de Ca e P, esta capacidade é reduzida com a
elevação relação Ca:P (DEMBOW et al., 1998). Assim, os menores CD do Mg e K
obtidos com as aves que consumiram a dieta CN2 podem ser explicados pelo fato de
que nesta fase de criação esta dieta apresentou a maior relação Ca:P (4,43), em
relação às dietas CN1 e CN3 (relação Ca:P igual a 3,58 e 4,12 respectivamente).
Quando as dietas controles negativos foram suplementadas com fitase, os CD
do P, Ca e K das aves alimentadas com os CN2 e CN3 foram superiores aos obtidos
com o CP.Para o CD do Mg a superioridade ao CP foi observada nos três níveis de
redução nutricional, enquanto que para o Na somente na dieta CN3+1000U de fitase.
Houve interação (P<0,05) para os CD de todos os minerais avaliados. A adição
de fitase às dietas aumentou os coeficientes de digestibilidade do P, Mg e K nas dietas
CN2 e CN3 e do Ca e Na somente na dieta CN3.
Tendo em vista que todas a dietas foram formuladas para conter a mesma
quantidade de ácido fítico, pode-se inferir os melhores resultados obtidos nas dietas
3,978
< 0,0001
0,1744
< 0,0001
< 0,0001
50,51 Ba
53,88 Ba
62,57 Aa
50,24 Aa
47,85 Aa
45,01 Ab
13,266
0,6299
0,0034
0,0259
0,0019
C/Phy
S/Phy
49,57 B
50,24 B
47,85B
45,01 B
50,51 B
53,88 AB
62,57 A
C/Phy
14,938
< 0,0001
< 0,0001
0,0005
25,22 Aa 24,83 Ba
15,62 Bb 24,10 Ba
22,57 Ab 36,29 Aa
Probabilidades
< 0,0001
S/Phy
17,35 C
25,22 B
15,62 C
22,57 B
24,83 B
24,10 B
36,29 A
Coeficiente de Digestibilidade (CD %)
Ca
Mg
0,0077
0,0015
0,0041
4,404
C/Phy
61,79 Ba
64,20 Ba
69,31 ABa
< 0,0001
62,29 ABb
63,36 Aa
58,97 Ab
S/Phy
59,61 CD
63,36 BC
58,97 D
62,29 BC
61,79 BC
64,20 B
69,31 A
K
7,731
0,0140
0,0059
0,0035
0,0003
55,63 Aa
49,76 Aa
51,23 Ab
S/Phy
54,58 Ba
52,06 Ba
63,59 Aa
C/Phy
51,53 B
55,63 B
49,76 B
51,23 B
54,58 B
52,06 B
63,59 A
Na
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
CV (%)
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
Tratamentos1
P
CP
66,36 DC
CN1
70,71 AB
CN2
63,62 DE
CN3
62,33 E
CN1+500 U Phy
68,68 BC
CN2+750 U Phy
73,08 A
CN3+1000 U Phy
71,36 AB
2
Principais efeitos
Dietas
S/Phy
C/Phy
CN1
70,71 Aa 68,68 Ba
CN2
63,62 Bb 73,08 Aa
CN3
62,33 Bb 71,36 Aa
Tabela 9. Coeficientes de digestibilidade do P, Ca, Mg, K e Na baseados nos dados de análise das digesta ileal dos
frangos aos 35 dias de idade
35
36
CN2 e CN3 ao maior nível de enzima adicionado a estas dietas, já que a atuação da
fitase é dose dependente (SCHOENER et al.,1993). LAN et al. (2002) também
verificaram que com o aumento do nível de enzima adicionado à dieta ocorre melhora
no CD de minerais das aves alimentadas com dietas contendo baixo nível de P.
Os CD de minerais baseados na análise da digesta ileal dos frangos de corte aos
35 dias idade são apresentados nas Tabelas 10 e 11.
Tabela 10. Coeficientes de digestibilidade do Ca e Na baseados nos dados de análise
da digesta ileal dos frangos aos 35 dias de idade
Coeficiente de Digestibilidade %
Ca
Na
Tratamentos
36,65 D
10,82 D
Controle Positivo
50,62 C
12,54 D
CN1
56,72 B
14,55 DC
CN2
59,50 B
11,03 D
CN3
51,89 C
17,53 AB
CN1+500 U Phy
57,86 B
18,03 A
CN2+750 U Phy
64,61 A
17,59 AB
CN3+1000 U Phy
Principais efeitos2
Dietas
51,26 C
15,04 A
CN1
57,29 B
16,29 A
CN2
62,03
A
14,31 A
CN3
Enzima
Sem
55,60 B
12,71 B
Com
58,12 A
17,72A
Fontes de Variação
Probabilidades
0,0001
0,0266
Tratamentos1
0,0001
0,1546
Dietas2
2
0,0278
0,0001
Enzima
0,2511
0,3287
D x E2
6,107
16,955
CV %
1
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
9,635
K
83,43 C
86,92 AB
86,47 B
85,06 B
85,31 B
87,48 AB
89,75 A
2,713
C/Phy
11,15 Ca
29,12 Ba
34,62 Aa
20,737
<0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
S/Phy
10,27 Ba
12,97 ABb
16,35 Ab
Zn
8,30 E
10,27D
12,97 DC
16,35 C
11,15 DE
29,12 B
34,62 A
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
21,371
C/Phy
S/Phy
C/Phy
22,69 Ba
86,92 Aa
85,31 Ba
20,67 Ba
86,47 Aa
87,48 ABa
37,76 Aa
85,06 Ab
89,75 Aa
Probabilidades
<0,0001
0,0019
0,0005
0,3972
0,0006
0,0895
<0,0001
0,0085
S/Phy
23,81 Aa
19,29 Aa
19,46 Ab
Mg
17,40 B
23,81B
19,29 B
19,46 B
22,69 B
20,67 B
37,76 A
Coeficiente de Digestibilidade (CD %)
C/Phy
56,77 Ba
64,87 ABa
72,09 Aa
CV (%)
S/Phy
56,88 Aa
52,30 ABb
51,36 Bb
<0,0001
0,2037
<0,0001
0,0003
P
57,80 C
56,88 C
52,30 C
51,36 C
56,77 C
64,87 B
72,09 A
Tratamentos
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais Efeitos2
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
DxE2
1
Tabela 11. Coeficientes de digestibilidade P, Mg, K e Zn baseados nos dados de análise da digesta ileal dos frangos aos
35 dias de idade
37
38
Os frangos alimentados com as dietas com reduções nos níveis nutricionais
sem e com a suplementação de fitase apresentaram CD do Ca superiores aos
encontrados na dieta CP (Tabela 10). Para o Na, os maiores CD foram determinados
nas dietas suplementadas com fitase.
Não houve interação (P>0,05) entre as dietas e suplementação enzimática
para os coeficientes de digestibilidade do Ca e Na. O CD do Ca aumentou tanto com
a redução nos níveis nutricionais das dietas, como, com a suplementação de fitase.
Já o CDNa não foi influenciado pelas dietas, apresentando efeito significativo
somente para a suplementação enzimática.
Na Tabela 11 são apresentados os coeficientes de digestibilidade P, Mg, K e
Zn baseados nos dados de análise da digesta ileal dos frangos aos 35 dias de idade.
O CD do K e Zn determinados nas dietas controles negativos foram maiores
(P<0,05) que o do CP, porém, o CD do P e Mg não diferiram do encontrado para a
dieta CP. A adição de fitase nos CN2 e CN3 resultou em CD de P, K e Zn superiores
(P<0,05) aos determinados com a dieta CP.
O desdobramento da interação demonstrou que a adição de enzima
aumentou os CD do P e Zn nas dietas CN2 e CN3 e os CD do Mg e K na dieta CN3.
Com exceção ao CD do K foi observado maiores coeficientes de
digestibilidade de minerais para os dados baseados na análise de excretas.
De acordo com MACARI et al. (2002) a absorção da maioria dos minerais
ocorre ao longo de intestino delgado. Com isso, à medida que a digesta vai
chegando à porção final do intestino, a concentração de minerais vai se tornando
menor, resultando em maior digestibilidade. Com relação ao K, sabe-se que parte da
eliminação deste mineral ocorre através da urina. Dessa forma, em função da
excreção urinária ser associada à das fezes em aves, a maior concentração de K na
excreta justifica o menor coeficiente de digestibilidade deste mineral.
MROZ et al. (1994) declararam haver mais acurácia na avaliação da eficácia
da fitase quando se analisa a digesta em relação à excreta, pois se exclui a
possibilidade de haver degradação do fitato pelos microorganismos do ceco. No
entanto, devido à maior concentração de minerais como Zn, Cu e Na na digesta,
39
foram observados CD negativos, invalidando a utilização destes dados neste
trabalho.
Com exceção ao CD do P, os demais minerais tiveram CD menores aos 35
dias em relação aos determinados aos 21 dias de idade dos frangos de corte. Estes
resultados contradizem os obtidos com a energia, a proteína bruta e a matéria seca,
porém, sabe-se que a disponibilidade dos minerais é altamente sensível a variações
na relação Ca:P, portanto, as maiores relações Ca:P presentes nas idetas da fase
de crescimento podem explicar os menores CD de minerais nesta fase de criação.
3.5. Coeficientes de Digestibilidade dos Aminoácidos (CDAA)
Nas Tabelas 12, 13, 14 e 15 são apresentados os coeficientes de
digestibilidade dos aminoácidos (CDAA) baseados nos dados de análise da digesta
ileal dos frangos de corte aos 21 dias de idade.
Na Tabela 12 são apresentados os resultados obtidos para os CD da Val e Isol.
Para o CD da Val, foi verifcado resultado superior (P<0,05) ao do CP apenas pelas
aves que consumiram as dietas CN1 e CN2 suplementadas com fitase. Com relação
ao CD da Isol, não foi observada diferença (P>0,05) entre as dietas controles
negativos sem e com suplementação com fitase e o CP.
Foram observados CD da Ala, Tre, Cis, His, Gli (Tabela 13) e Met e Lis (Tabela
14) menores (P<0,05) nos CN1, CN2 e CN3 do que os determinados na dieta CP. A
adição de fitase nas dietas CN1 e CN2 proporcionou para estes aminoácidos CD
semelhantes aos das aves que consumiram o CP.
A menor digestibilidade dos aminoácidos observados nas dietas sem adição de
fitase confirma o potencial do fitato em se complexar com proteínas e aminoácidos
em pH baixo a neutro, como sugerido por COSGROVE (1980).
Embora tenha havido uma tendência de redução nos CD, não foi observada
diferença (P>0,05) entre as dietas controles negativos e o CP para os CD da Arg,
AcGlu, AcAsp (Tabela 13) e Leu, Tir e Fen (Tabela 14). A adição de fitase nas dietas
40
CN1 e CN2 proporcionou a estes aminoáciodos CD superiores aos determinados com
as aves que consumiram a dieta CP.
Tabela 12. Coeficientes de digestibilidade da Val e Isol dos frangos aos 21 dias de
idade
Coeficiente de Digestibilidade %
Valina
Isoleucina
Tratamentos1
80,97 C
84,93 A
CP
80,43 C
85,76 A
CN1
80,98 C
87,43 A
CN2
81,55 C
84,73 A
CN3
84,55 AB
85,53 A
CN1+500 U Phy
85,38 A
90,35 A
CN2+750 U Phy
82,21 BC
85,85 A
CN3+1000 U Phy
2
Principais efeitos
Dietas
82,50 A
85,65 B
CN1
83,18 A
88,89 A
CN2
81,88
A
85,29 B
CN3
Enzima
Sem
80,98 B
85,97 A
Com
84,05 A
87,24 A
Fontes de Variação
Probabilidades
0,0018
0,1490
Tratamentos1
2
0,5685
0,0417
Dietas
2
0,0002
0,3065
Enzima
2
0,0858
0,5808
DxE
2,697
4,255
CV %
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
A complexação das proteínas e aminoácidos com o ácido fítico, pode ocorrer por
três formas: pela presença nativa do complexo fitato-proteína nos vegetais; através
da formação de novos complexos em função da variação do pH intestinal e; pela
inibição e ou redução na atividade de enzimas proteolíticas. A inibição na atuação
destas enzimas, é causada pela quelatação dos íons Ca necessários para a atividade
de enzimas como a tripsina e a α-amilase, ou ainda pela interação do fitato com os
substratos destas enzimas (YI et al. 1996).
41
Houve interação (P<0,05) entre controles negativos e a suplementação
enzimática para todos os aminoácidos analisados, com exceção para a valina e
isoleucina. O desdobramento da interação, demonstrou que a suplementação
enzimática nas dietas CN1 e CN2 aumentou (p<0,05) os CDAA. Diferente deste
resultado, RAVINDRAN et al. (2001) verificaram efeito linear sobre o CDAA quando
uma dieta deficiente em lisina foi suplementada com fitase em níveis que variaram
de 0 a 1000 U de fitase/ kg da dieta. A alta relação Ca:P pode ter sido a principal
causa da ineficiência da fitase na dieta CN3 como também observado por QUIAN et
al. (1997).
2,103
80,65 A
79,99 Aa
74,44 Ba
74,70 Ab
74,58 Ab
75,17 Aa
2,723
< 0,0001
0,0003
< 0,0001
0,0005
C/Phy
S/Phy
83,62 A
78,51 B
79,01 B
79,58 B
83,58 A
82,77 A
78,09 B
Histidina
3,686
3,075
S/Phy
C/Phy
S/Phy
C/Phy
69,75 Ab 78,10 Aa 78,51 Ab
83,58 Aa
70,54 Ab 78,02 Aa 79,01 Ab
82,77 Aa
68,74 Aa 69,59 Ba 79,58 Ba
78,09 Ba
Probabilidades
<0,0001
0,0002
<0,0001
0,0013
<0,0001
0,0038
0,0028
0,0336
Coeficientes de Digestibilidade (CD %)
Treonina
Cistina
75,74
A
78,06 AB
69,75 B
74,70 C
70,54B
74,58 C
68,74 B
75,17 C
78,10 A
80,65 A
78,02 A
79,99 AB
69,59 B
74,44 C
C/Phy
80,10 Aa
79,93 Aa
74,13 Ba
3,231
<0,0001
0,0171
0,0002
0,0029
S/Phy
74,49 Ab
74,40 Ab
75,08 Aa
Glicina
78,13 A
74,49 B
74,40 B
75,08 B
80,10 A
79,93 A
74,13 B
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
CV (%)
Tratamentos
Alanina
CP
84,52 A
CN1
82,25 B
CN2
81,69 B
CN3
81,94 B
CN1+500 U Phy
86,00 A
CN2+750 U Phy
86,33 A
CN3+1000 U Phy
82,28 B
2
Principais efeitos
Dietas
S/Phy
C/Phy
CN1
82,25 Ab 86,00 Aa
CN2
81,69 Ab 86,33 Aa
CN3
81,94 Aa 82,28 Ba
Fontes de Variação
Tratamentos1
<0,0001
2
Dietas
0,0150
2
Enzima
<0,0001
2
DxE
0,0123
1
Tabela 13 Coeficientes de digestibilidade da Ala, Tre, Cis, His e Gli dos frangos aos 21 dias de idade
42
1,011
C/Phy
89,31 Aa
88,16 ABa
86,76 Ba
1,952
0,4791
< 0,0001
0,0104
0,0004
S/Phy
85,14 Ab
85,66 Ab
86,75 Aa
Àcido glutâmico
87,26 BC
85,34 D
85,49 DC
85,90 DC
89,21 A
88,88 A
86,75 DC
1,119
1,641
S/Phy
C/Phy
S/Phy
C/Phy
85,34
Ab
89,21
Aa
88,62 Ab 91,50 Aa
88,88 Aa
88,55 Ab 91,57 Aa 85,49 Ab
85,90
Aa
86,75
Ba
87,54 Aa 90,13 Ba
Probabilidades
< 0,0001
<0,0001
0,0369
0,8522
0,0001
< 0,0001
0,0303
0,0083
Coeficientes de Digestibilidade (CD %)
Lisina
Arginina
87,59 AB
89,71 BC
85,14 C
88,62 BC
85,66 C
88,55 BC
86,75 C
87,54 C
89,31 A
91,50 A
88,16 AB
91,57 A
86,76 BC
90,13 B
C/Phy
85,33 Aa
85,54 Aa
82,11 Aa
1,889
<0,0001
0,2825
<0,0001
0,0008
S/Phy
80,35 Ab
81,11 Ab
82,03 Aa
Acido Aspártico
82,82 B
80,35 BC
81,11BC
82,03 BC
85,33 A
85,54 A
82,11 BC
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
CV (%)
Tratamentos
Metionina
CP
94,21 A
CN1
92,48 B
CN2
90,73 C
CN3
91,79 BC
CN1+500 U Phy
94,62 A
CN2+750 U Phy
94,08 A
CN3+1000 U Phy
92,71 B
2
Principais efeitos
Dietas
S/Phy
C/Phy
CN1
92,48 Ab 94,62 Aa
CN2
90,73Bb
94,08 Aa
CN3
91,79 ABa 92,71 Ba
Fontes de Variação
Tratamentos1
< 0,0001
Dietas2
< 0,0001
2
Enzima
< 0,0001
2
DxE
0,0120
1
Tabela 14. Coeficientes de digestibilidade da Met, Lis, Arg, AcGlu e AcAsp dos frangos aos 21 dias de idade
43
1,738
82,78 Aa
81,66 Aa
76,79 Ba
76,46 Ab
77,14 Ab
76,36 Aa
3,321
0,0065
0,0001
0,0267
0,0002
C/Phy
S/Phy
79,22 BC
76,46 C
77,14 C
76,36 C
82,78 A
81,66 AB
76,79 C
C/Phy
1,960
0,0306
< 0,0001
0,0061
81,25 Ab
86,52 Aa
82,23 Ab
86,35 Aa
82,22 Aa
83,05 Ba
Probabilidades
< 0,0001
S/Phy
83,31 B
81,25 B
82,23 B
82,22 B
86,52 A
86,35 A
83,05 A
Coeficientes de Digestibilidade (CD %)
C fi i
d Di
ibilid d (CD %)
Tirosina
Fenilanina
80,96 A
77,59 AB
75,32 B
Serina
3,767
0,0112
0,0273
0,0175
0,0006
80,96 A
77,59 AB
75,32 B
Serina
80,96 A
77,59 AB
75,32 B
76,38 B
80,97 A
80,51 A
74,59 B
Serina
84,09 Aa
82,33 Aa
80,53 Aa
C/Phy
3,795
0,0188
< 0,0001
0,0066
< 0,0001
73,23 Bb
76,96 Ab
77,91 Aa
S/Phy
80,68 AB
73,23 C
76,96 B
77,91 B
84,09 A
82,33 A
80,53 B
Prolina
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
CV (%)
Tratamentos
Leucina
CP
86,06 BC
CN1
84,54 DC
CN2
83,98 DC
CN3
83,48 DC
CN1+500 U Phy
87,68 AB
CN2+750 U Phy
88,15 A
CN3+1000 U Phy
84,61 DC
2
Principais efeitos
Dietas
S/Phy
C/Phy
CN1
84,54 Ab
87,68 Aa
CN2
83,98 Ab
88,15 Aa
CN3
83,48 Aa
84,61 Ba
Fontes de Variação
Tratamentos1
< 0,0001
Dietas2
0,0037
2
Enzima
< 0,0001
2
DxE
0,0510
1
Tabela 15. Coeficientes de digestibilidade da Leu, Tir, Fen, Ser e Pro dos frangos aos 21 dias de idade
44
45
Nas tabelas 16, 17 e 18 são apresentados os CDAA baseados nos dados de
análise das digestas dos frangos de corte de aos 35 dias de idade.
Diferente do que ocorreu na fase inicial, houve um aumento (P<0,05) na
digestibilidade dos aminoácidos das dietas com reduções nos níveis nutricionais em
comparação à dieta CP, exceto para os CD da Arg e Cis (Tabela 17) e para o CD Isol
(Tabela 18). Para os CD da Pro, Leu, Tir e Val (Tabela 17) a superioridade aos
resultados do CP não foi mantida apenas pelas dietas CN3.
Coeficientes de digestibilidade superiores aos do CP, também foram encontrados
para os CD de alguns minerais determinados através da análise da digesta ileal como o
Ca, K e Zn. Assim, a maior disponibilidade destes minerais pode explicar em parte o
maior CDAA, uma vez que, quando a fitase quebra a ligação dos minerais com o fitato,
são também liberados as proteínas e os aminoácidos complexados, tornando-os livres
para absorção e conseqüentemente aumentando a sua digestão (YI et al., 1996).
Outra possível explicação para estes resultados baseia-se no fato de que com o
avanço da idade da ave, o processo de digestão melhora em função da maturação dos
órgãos que compõe o sistema digestório e do aumento na produção de enzimas
digestivas como a lípase, amilase e proteases (NITSAN et al., 1991). Assim, pode-se
inferir que as aves aos 35 dias de idade apresentaram maior suporte fisiológico para
combater os efeitos negativos da redução nutricional, resultando em maior CDAA nos
controles negativos aos 35 dias do que aos 21 dias de idade.
Não houve interação (P>0,05) entre as dietas e suplementação enzimática, com
exceção para os CD da Gli, Isol e Ser (Tabela 18). O desdobramento da interação
obtida para o CD detes aminoácidos, demonstrou que adição de fitase aumentou os CD
(P<0,05) nas dietas CN1 e CN2 para glicina e serina, não apresentando efeito para a
para isoleucina.
Os acréscimos nos CDAA pela adição de enzima variaram de 0,958 a 5,74%,
resultando em um aumento médio de 2,89 %. Este acréscimo médio é menor do que o
observado por RAVINDRAN et al. (2001) em torno de 3,4% para a suplementação de
46
500 U de fitase/kg da dieta, porém supera os resultados encontrados em outros
estudos, os quais demonstraram que a melhora promovida pela adição de diferentes
níveis de fitase sobre o CDAA varia de 1,3 a 2,3% ( YI et al., 1996, SEBASTIAN et al.,
1997, NAMKUNG & LEESSON, 1999).
83,97 B
87,07 A
0,0001
0,4721
0,0064
0,8250
3,806
84,33 B
86,80 A
0,0001
0,0023
0,0014
0,4175
2,521
84,96 A
86,41 A
85,33 AB
85,50 AB
87,24 A
83,92 B
0,0086
0,5664
0,1966
0,9932
6,019
88,73 B
91,07 A
90,36 A
90,77 A
88,57 B
Ácido Glutamico
79,98 B
89,04 A
89,61 A
87,46 A
91,67 A
91,85 A
89,68 A
0,0001
0,0184
0,0008
0,8227
2,322
87,05 B
89,55 A
89,42 A
88,38 AB
87,02 B
Lisina
83,19 C
88,21 AB
86,83 B
85,95 B
90,63 A
89,92 A
88,08 AB
Coeficientes de Digestibilidade (CD %)
Ácido aspartico
76,84 C
83,61 B
84,43 AB
84,16 B
83,32 AB
88,38 A
86,50 AB
Alanina
80,10 D
84,71 BC
85,34 BC
83,04 C
86,43 B
89,15 A
84,81 BC
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Sem
Com
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV %
Enzima
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais Efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
0,0001
0,1789
0,0004
0,8934
1,945
85,45B
87,63 A
86,44A
87,22 A
85,93A
Fenilanina
81,10 D
85,40 BC
94,95 BC
84,88 C
87,43 AB
88,49 A
86,98 ABC
0,5203
0,7903
0,2863
0,9787
5,047
90,09
91,74
92,68
91,60
90,32
Arginina
87,15 A
91,78 A
90,58 A
89,69 A
91,63 A
92,61 A
90,95 A
0,0026
0,3314
0,0001
0,5793
3,803
77,27 B
81,97 A
80,58 A
79,55 AB
78,22 B
Cistina
78,94 AB
78,86 AB
86,52 B
76,42 B
82,03 A
82,57 A
81,03 A
Tabela 16. Coeficientes de digestibilidade Ala, AcAsp, AcGLu, Lis, Fen, Arg e Cis dos frangos aos 35 dias de idade
47
93,47 B
94,37 A
0,0007
0,0068
0,0661
0,4978
1,527
0,0036
0,8816
0,002
0,5156
2,705
94,40A
94,58 A
92,78 B
86,08 A
85,26 A
85,85 A
84,50 B
87,08 A
91,53 C
94,28 A
94,16 A
91,97 B
94,52 A
95,00 A
93,60 AB
Metionina
82,36 B
84,74 AB
83,65 AB
85,05 AB
87,17 A
87,41 A
86,66 A
Histidina
0,0001
0,0273
0,0001
0,3932
2,687
78,46 B
82,29 A
80,94 A
81,21 A
78,95 B
76,05 C
78,88B
78,75 B
77,69 B
82,99A
83,67 A
80,21 B
Treonina
84,33 A
86,53 A
Probabilidades
0,0008
0,0008
0,1169
0,0748
4,387
89,01 A
85,27 B
82,00 C
81,46 DC
87,50 AB
86,32 AB
79,15 D
90,52A
84,26 BC
84,86 BC
Prolina
Coeficientes de Digestibilidade (CD %)
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Sem
Com
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV %
Enzima
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais Efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Controle Positivo
CN1
CN2
CN3
Tratamentos
1
0,0001
0,0075
0,0066
0,3383
2,562
86,57 B
88,82 A
88,30 A
88,76 A
85,90 B
82,30 B
87,97 A
87,61 A
84,19 B
88,64 A
89,90 A
87,62 A
Leucina
0,0005
0,1664
0,0120
0,9123
3,249
81,47 B
83,88 A
83,29 A
83,33 A
81,43 B
77,26 C
82,41 AB
81,89 AB
80,35 BC
84,18 A
84,77A
82,52 AB
Tirosina
0,0001
0,0001
0,0382
0,1406
3,140
81,44 B
83,28 A
84,63 A
83,48 A
79,03 B
78,19 DC
84,85 A
82,55 AB
77,05 D
84,42 A
84,41 A
81,02 BC
Valina
Tabela 17. Coeficientes de digestibilidade da His, Met, Leu, Pro, Tre, Tir e Val dos frangos aos 35 dias de idade
48
49
Tabela 18. Coeficientes de digestibilidade da Gli, Iso e Ser dos frangos aos 35 dias de
idade
1
Tratamentos
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais Efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV (%)
Coeficientes de Digestibilidade (CD%)
CGlicina
fi i
d Di
ibilid
d (CD%)
Iso-leucina
76,42 E
79,37 C
78,54 D
80,69 B
82,45 AB
84,56 A
81,66 BC
S/Phy
C/Phy
79,37 Ab
78,54 Ab
80,69 Aa
82,45 Ba
84,56 Aa
81,66 Ba
< 0,0001
0,0357
< 0,0001
0,0272
2,726
82,11 B
89,92 A
82,94 B
74,65 C
82,49 B
84,80 B
81,46 B
S/Phy
C/Phy
82,49 Aa
89,91 Ab
82,94 Ba
84,88 Aa
74,65 Ca
81,46 Aa
Probabilidades
< 0,0001
0,0005
0,7749
0,0010
5,193
Serina
77,51 D
81,70 BC
80,20 DC
84,64 A
85,18 A
86,72 A
84,45 AB
S/Phy
C/Phy
81,70 ABb
80,20 Bb
84,64 Aa
85,18 ABa
86,72 Aa
84,45 Ba
< 0,0001
0,0015
0,0002
0,0057
2,866
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
50
4. CONCLUSÕES
A redução nos níveis nutricionais da dieta resultou em menor aproveitamento de
nutrientes aos observados com a dieta formulada com níveis normais, em ambas as fases
de criação.
A suplementação com fitase às dietas com níveis nutricionais reduzidos, aumentou
o aproveitamento de todos os nutrientes avaliados, permitindo a restauração dos níveis
nutricionais destas dietas.
As aves na fase de crescimento tiveram maior aproveitamento da energia e da MS,
PB e AA do que as da fase inicial, excetuando-se os resultados obtidos para os minerais.
Os menores CD dos minerais obtidos com base na digesta ileal com relação aos
determinados com base nas excretas indicaram a possibilidade de haver efeito dos
microorganismos do ceco sobre a disponibilidade destes nutrientes.
51
5. REFERENCIAS
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54
CAPÍTULO 3 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O
DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE
Efeito da Suplementação com Fitase sobre o Desempenho de Frangos de Corte
RESUMO – Um ensaio de desempenho foi conduzido para avaliar o efeito da
suplementação com fitase em dietas com redução nos níveis de EMA, PB, Lis, Ca e Pd
sobre o desempenho, características ósseas, uniformidade dos frangos de corte e
índice bio-econômico das dietas (IBE). Foi utilizado um delineamento inteiramente
casualizado em esquema fatorial (3 x 2) (três dietas com redução de nutrientes
(controles negativos (CN), com e sem enzima) e um controle positivo (CP) com 7
repetições de 40 aves por unidade experimental. A fitase utilizada foi da marca
comercial Phyzyme XP 5000G, suplementada nos níveis de 500, 750 e 1000 U de fitase
CN1, CN2 e CN3 respectivamente. Aos 21 e 42 dias de idade, a redução de nutrientes
na dieta causou um efeito negativo sobre o ganho de peso (GP), consumo de ração
(CR) e rendimento de carcaça. A suplementação com fitase aumentou (P<0,05) o GP e
CR das aves alimentadas com dietas com reduções de nutricionais, mas, não melhorou
(P>0,05) a conversão alimentar. Mesmo com a adição de fitase, as aves que
consumiram os CN apresentaram uniformidade inferior ao do CP. A percentagem de
cinzas, P, Ca e Zn e resistência óssea nas tíbias das aves que receberam os CN1, CN2
e CN3 foram inferiores aos encontrados na dieta CP, entretanto a suplementação com
fitase melhorou estas características. Houve interação (P<0,05) para os níveis de Mg,
Na e K. A adição de fitase na dieta CN1 aumentou a retenção de Mg e Na nos ossos. A
concentração de Cu (ppm) não foi influenciada por nenhum dos parâmetros avaliados.
Devido ao maior custo da ração, o menor (P<0,05) IBE foi obtido na dieta CP. A
suplementação enzimática proporcionou os maiores IBE.
Palavras-chave: avaliação economica, desempenho, fitase, mineralização óssea,
55
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, uma das maiores incógnitas da pesquisa em nutrição animal, tem sido
a busca pelo melhor aproveitamento de nutrientes da dieta, associado a um menor
impacto ao meio ambiente e ao menor custo da formulação.
A relação do fósforo dos ingredientes vegetais com o ácido fítico é bem conhecida.
Entretanto, após anos de estudos verificou-se que o ácido fítico ou ácido fosfórico do
inusitol pode ser considerado um fator antinutricional, pois além do fósforo, complexa
com minerais tais como cálcio, cobre, zinco, manganês, ferro e magnésio (LAN et al.
2002, VIVEIROS et al., 2002), com proteínas, aminoácidos (RAVINDRAN et al. 1999),
enzimas, amido (SEBASTIAN et al, 1996) e atua indiretamente sobre a disponibilidade
de energia da dieta (RAVINDRAN et al.2001).
A ligação do ácido fítico com um dado nutriente dá origem à molécula do fitato.
Dessa forma, são formados complexos insolúveis que prejudicam a digestibilidade dos
nutrientes, refletindo em decréscimo no desempenho animal.
A fitase é uma enzima que hidrolisa a molécula do fitato, tornando disponível os
nutrientes a ela complexados. A maior digestibilidade de nutrientes apresenta relação
positiva com o desempenho das aves. Assim, é possível manter o desempenho das
aves alimentadas com dietas com redução nos níveis nutricionais suplementadas com
esta enzima.
Devido ao avanço das técnicas de biotecnologia, com a produção em escala
comercial, a utilização de enzimas exógenas como a fitase tem se tornado cada vez
mais viável economicamente. A indústria afirma que os benefícios da fitase sobre a
disponibilidade de nutrientes estão além do incremento obtido pela suplementação
normalmente utilizada (em torno de 500 U de fitase/kg de dieta). Dessa forma, reduções
mais drásticas podem ser aplicadas desde que o nível de suplementação seja
aumentado.
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o efeito da suplementação da enzima
fitase sobre o desempenho e características ósseas (cinzas, mineralização e resistência
56
à quebra) de frangos de corte alimentados com dietas à base de milho, farelo de soja e
farelo de arroz com reduções nos níveis nutricionais.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um ensaio de desempenho com duração de 42 dias, no Setor de
Avicultura do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinária FCAV- UNESP/Jaboticabal-SP, no período de um de dezembro de 2003 a
12 de janeiro de 2004.
Foram utilizados 1960 pintos de corte machos com um dia de idade da linhagem
Cobb®. Para a formação das unidades experimentais, os pintos foram pesados
individualmente, e após agrupados por faixa de peso, de forma que todas as parcelas
apresentassem peso médio semelhante.
As aves foram alojadas em galpão subdividido em boxes. Cada boxe foi
equipado com bebedouro de alumínio tipo copo, colocado sobre um estrado de
madeira e comedouro tubular infantil. Após o 7o dia de idade, os bebedouros e
comedouros iniciais foram substituídos por bebedouros e comedouros tubulares com
capacidade para 25 kg.
As temperaturas e umidade relativas máximas e mínimas foram registradas
diariamente, utilizando-se termohigrometros digitais distribuídos em dois pontos do
galpão. As aves receberam aquecimento por meio de lâmpadas infravermelha durante
os primeiros dias de vida e foram mantidas sob iluminação constante durante todo o
período experimental.
Todas as aves foram vacinadas contra doença de New Castlle e Gumboro aos
sete dias via ocular e aos 18 dias contra Gumboro via água de bebida.
Água e ração foram fornecidos ad libitum durante todo o experimento.
Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema
fatorial 3 x 2 (3 dietas controles negativos, com e sem adição de enzima) e um controle
positivo, com sete repetições de 40 aves por unidade experimental.
57
Os tratamentos experimentais consistiram em avaliar a suplementação de níveis
crescentes da fitase Phyzime XP 5000G (Danisco Animal Nutrition) em dietas com
reduções nos níveis de EMA, PB, Lis, Ca e Pd comparadas ao controle positivo (ração
formulada com níveis normais de nutrientes).
Todas as rações foram formuladas à base de milho e farelo de soja, sendo o
farelo de arroz integral adicionado ao nível de 5,5% da formulação, com a finalidade de
aumentar a quantidade de ácido fítico na dieta.
Para a formulação das dietas foram considerados os incrementos na
disponibilidade de EMA, PB, Lis, Ca e Pd obtidos para cada aumento de
suplementação com fitase. Dessa forma, os teores desses nutrientes foram reduzidos
progressivamente nos controles negativos um, dois e três e a essas dietas foram
adicionados os níveis de fitase de 500, 750 e 1000 U / kg da dieta, respectivamente.
Assim, foram constituídos os tratamentos: 1.Controle Positivo (CP); 2.Controle
Negativo 1 (CN1); 3.CN1 + 500 U fitase; 4. Controle Negativo 2 (CN2); 5. CN2 + 750 U
de fitase; 6.Controle Negativo 3 (CN3); 7. CN3 + 1000 U de fitase.
A composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (1 a 21) e de crescimento (22 a 42 dias de idade) são
apresentados nas Tabela 1 e 2, respectivamente.
Aos 21 e 42 dias de idade, as aves e as rações foram pesadas para determinação
dos parâmetros de desempenho: ganho de peso, consumo médio de ração e conversão
alimentar.
Ao final do experimento, todas as aves foram pesadas individualmente para
determinar a percentagem de uniformidade das mesmas em cada tratamento. Foram
consideradas uniformes as aves cujo peso corporal encontrou-se na faixa de 10% acima
ou abaixo do peso médio obtido para parcela.
Ainda aos 42 dias de idade, foram selecionadas quatro aves em cada parcela
experimental e, após jejum de 12 horas, foram abatidas para avaliar as características de
carcaça: rendimento de carcaça, peito, coxa e sobrecoxa e porcentagem de gordura
abdominal.
58
Tabela 1. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase inicial (1 a 21 dias de idade)
Ingredientes
Milho
Farelo de Arroz
Farelo de Soja
Óleo de Soja
L-lisina HCl (78,4 %)
DL-Metionina (99 %)
Bicarbonato de sódio
Sal
Calcário Calcítico
Fosfato bicálcico
Suplemento vitamínico/mineral *
Phyzyme XP 5000G
Areia Lavada
TOTAL
Níveis nuticionais1
Proténa Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/kg)
Lisina(%)
Lisina disponível (%)
Cálcio (%)
Fósforo Total (%)
Fósforo Disponível (%)
Relação Ca:Pd
Fósforo fítico (%)
CP
CN1
NC2
NC3
52,230
5,500
34,300
3,400
0,089
0,220
0,200
0,300
1,010
1,550
0,200
0,000
1,000
100,00
55,010
5,500
33,500
2,000
0,094
0,219
0,200
0,300
1,180
0,790
0,200
0,0/0,010
1,000
100,00
56,399
5,500
33,100
1,300
0,097
0,219
0,200
0,300
1,260
0,410
0,200
0,0/0,015
1,000
100,00
57,386
5,500
32,700
0,700
0,100
0,219
0,200
0,300
1,340
0,350
0,200
0,0/0,020
1,000
100,00
21,70
3047
1,25
1,06
0,90
0,72
0,37
2,43
0,31
21,60
2995
1,24
1,05
0,78
0,59
0,26
3,00
0,31
21,50
2968
1,23
1,04
0,72
0,52
0,21
3,43
0,31
21,40
2942
1,22
1,03
0,66
0,45
0,15
4,40
0,31
* Suplemento vitamínico e mineral ( M. Cassab Ltda, São Paulo) Cada quilograma do produto contém: Vit A 5.500
MUI, Vit D3 1.000 MUI, Vit E 8.000 mg, Vit K3 750 mg ,Vit B1 600 mg, Vit B2 2.250 mg, Vit B6 1.000 mg, Vit B12 8.000
mg , Ácido Pantotênico 5.000 mg, Ácido Fólico 200 mg, Biotina 30mg, Colina 130.5 g, Niaciana 17.500 mg, Ácido
fólico 200 mg, Ferro 15.000 mg, Cobre 4.500 mg, Manganês 30.000 mg, Zinco 30.000 mg, Iodo 500 mg, Selênio 125
mg, Bacitracina de zinco, 25.020 mg, Monensina 35.000 mg, Nicarbazina 25.000 mg, Olaquindox 24.500, Veículo
q.s.p 1000g.
1
Níveis Calculados
59
Tabela 2. Composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas
experimentais para a fase de crescimento (22 a 42 dias de idade)
Ingredientes
Milho
Farelo de Arroz
Farelo de Soja
Óleo de Soja
L-lisina HCl (78,4 %)
DL-Metionina (99 %)
Bicarbonato de sódio
Sal
Calcário Calcítico
Fosfato bicálcico
Suplemento vitamínico/mineral *
Phyzyme XP 5000G
Areia Lavada
TOTAL
Níveis nuticionais1
Proténa Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/kg)
Lisina(%)
Lisina disponível (%)
Cálcio (%)
Fósforo Total (%)
Fósforo Disponível (%)
Relação Ca:Pd
Fósforo fítico (%)
CP
CN1
NC2
NC3
59,120
5,500
27,400
4,000
0,010
0,182
0,200
0,200
1,040
1,150
0,200
0,000
1,000
100,00
61,881
5,500
26,600
2,600
0,017
0,182
0,200
0,200
1,210
0,400
0,200
0,0/0,010
1,000
100,00
63,180
5,500
26,200
2,000
0,020
0,182
0,200
0,200
1,290
0,018
0,200
0,0/0,015
1,000
100,00
64,330
5,500
25,800
1,400
0,022
0,182
0,200
0,200
1,150
0,000
0,200
0,0/0,020
1,000
100,00
18,90
3155
1,00
0,83
0,80
0,63
0,30
2,67
0,29
18,70
3102
0,99
0,82
0,68
0,49
0,19
3,58
0,29
18,60
3076
0,98
0,81
0,62
0,42
0,14
4,43
0,29
18,50
3050
0,97
0,80
0,56
0,42
0,136
4,12
0,29
* Suplemento vitamínico e mineral ( M. Cassab Ltda, São Paulo) Cada quilograma do produto contém: Vit A 4.500
MUI, Vit D3 8 00 MUI, Vit E 7.000 mg, Vit K3 750 mg ,Vit B1 500 mg, Vit B2 2.000 mg, Vit B6 900 mg, Vit B12 6.000
mg , Ácido Pantotênico 4.500 mg, Ácido Fólico 150 mg, Biotina 25 mg, Colina 109.620 g, Niaciana 15.000 mg, Ácido
fólico 150 mg, Ferro 15.000 mg, Cobre 4.500 mg, Manganês 30.000 mg, Zinco 30.000 mg, Iodo 500 mg, Selênio 125
mg, Bacitracina de zinco, 22.500 mg, Olaquindox 24.500, Salinomicina, 33.000 mg Veículo q.s.p 1000g.
1
Níveis Calculados
Durante o abate foram coletados os ossos da tíbia direita de quatro aves por unidade
experimental para a determinação da percentagem de cinzas e concentração de P, Ca,
Cu, Zn, Na e K. Os ossos da tíbia esquerda foram reservados para a determinação da
resistência óssea utilizando-se o aparelho Instron Modelo 4202, sempre no mesmo ponto
de quebra.
60
As cinzas dos ossos foram obtidas após 6 horas de incineração em forno mufla (Q318S, QUIMIS, São Paulo) a 600 oC. Para a solubilização dos minerais, as cinzas foram
dissolvidas em HCl 5 molL-1, filtradas em papel de filtro quantitativo, transferidas para
balões de 100mL e completado o volume com água destilada-desionizada. A
concentração de fósforo foi obtida através do método colorimétrico (espectrofotometria).
A concentração dos demais minerais foi determinada por absorção atômica utilizandose lâmpadas especificas para cada elemento.
Para avaliar a viabilidade econômica da suplementação com fitase sobre o
desempenho de frangos de corte (um a 42 dias de idade), foi utilizado o Índice BioEconômico (IBE), desenvolvido por GUIDONI et al. (1994).
Os dados foram analisados pelo SAS (1996) e submetidos à análise de
variância. Para comparação das médias entre os tratamentos, foi utilizado o teste de
Duncan a um nível de significância de 95 %. A utilização deste teste foi definida em
função do número de tratamentos experimentais e do erro que se desejou evitar (erro
tipoII).
61
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Desempenho e Características de Carcaça
As médias semanais das temperaturas e umidades relativas máximas e mínimas
registradas durante o período experimental são apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3. Médias semanais das temperaturas e umidades relativas máximas e mínimas
registradas diariamente no galpão experimental
Idade
(Semanas)
Temperaturas (oC)
Umidade (%)
Máxima
Mínima
Máxima
Mínima
1
32,25
24,31
66,00
38,08
2
30,15
22,55
67,71
34,64
3
33,34
22,01
66,50
24,21
4
32,07
21,18
73,14
28,21
5
30,41
21,54
74,41
38,30
6
30,87
22,44
76,42
38,00
Média
31,52
22,34
70,70
33,58
Nas Tabelas 4 e 5 são apresentados os resultados de consumo de ração (CR),
ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de frangos de corte na fase inicial (1 a
21 dias de idade) e período total de criação (1 a 42 dias de idade), respectivamente.
Nos dois períodos experimentais, o CR das aves alimentadas com as dietas
CN1, CN2 e CN3 foram inferiores (P<0,05) ao da dieta CP. A adição de fitase às dietas
com a redução nos níveis nutricionais proporcionou CR semelhante ao obtido com a
dieta CP.
Houve interação (P< 0,05) entre os controles negativos e a suplementação de
enzima para o CR em ambos os períodos de criação. Á medida que os níveis
nutricionais decresceram nos CN1 ao CN3 houve uma queda no CR das aves. A
suplementação com fitase nestas dietas, aumentou (P<0,05) este parâmetro,
produzindo
CR semelhantes entre as dietas CN1, CN2 e CN3 para a fase inicial,
62
entretanto na fase de crescimento, a dieta CN3 + 1000 U de fitase apresentou o menor
CR .
Tabela 4. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar de frangos de 1 a
21 dias de idade
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV (%)
Consumo de Ração (g) Ganho de Peso (g)
1124 A
809 A
1062 B
752 D
933 C
649 E
682 D
504 F
1109 A
793 AB
1091 AB
782 BC
1092 AB
763 DC
2
Principais Efeitos
S/Phy
C/Phy
S/Phy
C/Phy
1062 Ab
1109 Aa
752 Ab
793 Aa
933 Bb
1091 Aa
649 Bb
782 Aa
682 Cb
1092 Aa
504 Cb
763 Ba
Probabilidades
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
2,989
3,116
Conversão Alimentar
1,39 B
1,41 BCD
1,44 D
1,36 A
1,40 BC
1,40 BC
1,43 CD
S/Phy
1,41 Ba
1,44 Ba
1,36 Aa
C/Phy
1,40 Aa
1,40 Aa
1,43 Ab
0,0004
0,2236
0,4773
< 0,0001
2,240
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
Em dietas com redução nos níveis nutricionais, as aves tentam compensar esta
deficiência com uma maior ingestão, entretanto, a deficiência em fósforo (P) provoca
redução no consumo de alimentos (MUNARO, 1996; SEBASTIAN et al.,1996;
VIVEIROS et al., 2002). A adição de fitase em níveis adequados provoca a ruptura do
complexo P-ácido fítico, liberando este mineral para ser absorvido e inativando o efeito
depressor da sua deficiência sobre o consumo de ração.
63
Tabela 5. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar dos frangos de 1 a
42 dias de idade
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV (%)
Consumo de Ração (g)
Ganho de Peso (g)
4587 A
2563 A
4396 B
2445 B
3757 C
2137 C
3039 D
1878 D
4584 A
2560 A
4532 AB
2553 A
4277 AB
2465 B
2
Principais Efeitos
S/Phy
C/Phy
S/Phy
C/Phy
4396 Ab
4584 Aa
2445 Ab
2560 Aa
3757 Bb
4532 ABa
2137 Bb
2553 Aa
3039 Cb
4277 Ba
1878 Cb
2465 Ba
Probabilidades
< 0,0001
< 0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
3,786
3,537
Conversão Alimentar
1,78 B
1,79 B
1,76 B
1,62 A
1,79 B
1,78 B
1,74 B
S/Phy
1,79 Ba
1,76 Ba
1,62 Aa
C/Phy
1,79 Aa
1,78 Aa
1,74 Ab
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
<0,0001
2,996
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
O menor consumo de ração observado na dieta CN3 + 1000 U de fitase na fase
de crescimento, pode ser explicado pelo fato do nível de enzima adicionado à dieta com
severa redução nutricional, não ter disponibilizado P suficiente para satisfazer as reais
necessidades dos animais, o que também foi observado por MUNARO (1996).
O mesmo comportamento obtido para o CR nas dietas controles negativos em
relação ao CP, foi observado para o GP. Entretanto, na fase inicial, apenas as aves
alimentadas com a dieta CN1+500 U de fitase, conseguiram manter GP semelhante ao
obtido com a dieta CP. No período total de criação, a equivalência ao CP foi mantida
pelas aves alimentadas com as dietas CN1 e CN2 suplementadas com fitase nos níveis
de 500 e 750 U, respectivamente.
64
Desdobrando a interação (dietas versus enzima), constatou-se que embora a
adição de fitase tenha se expressado nos três níveis de redução nutricional, GP inferior
foi observado para as aves alimentadas com a dieta CN3+1000 U de fitase.
VIVEIROS et al. (2002) verificaram ganhos de peso semelhantes entre as aves
alimentadas com a dieta controle (níveis normais de nutrientes) em relação às
alimentadas com ração com baixo nível de fósforo disponível (0,35%), suplementadas
com 500 U de fitase. Porém, estes mesmos autores observaram que em nível mais
baixo de fósforo disponível (0,22%), mesmo suplementando a dieta com fitase, o
desempenho foi significativamente afetado, indicando haver limites na atuação desta
enzima em dietas com excessiva redução de nutrientes.
Na fase inicial as dietas CN1, CN2 e CN3+ 1000 U de fitase proporcionaram pior
conversão alimentar (CA) em relação ao tratamento CP, entretanto, nas duas fases de
criação, as aves alimentadas com o mais baixo nível de redução nutricional (CN3)
tiveram sua conversão alimentar significativamente melhorada (P<0,05). Embora as
aves deste tratamento tenham apresentado os melhores valores de CA, este resultado
foi reflexo da severa deficiência de nutrientes desta dieta, que acarretou em menores
consumo de ração (CR) e ganho de peso (GP) destas aves.
O desdobramento da interação (P<0,05) para CA, demonstrou que a adição de
fitase piorou a conversão alimentar da dieta CN3 + 1000U. Isso ocorreu como resultado
dos aumentos simultâneos no ganho de peso e consumo de ração. Estes resultados
foram semelhantes aos obtidos por AHMAD et al. (2000) e VIVEIROS et al. (2002).
Entretanto, RAMA-RAO et al. (2000) e TEJEDOR et al. (2001) observaram melhora na
conversão alimentar pela suplementação com fitase em dietas à base de milho e farelo
de soja.
De acordo com SEBASTIAN et al. (1996), a melhora no desempenho das aves
alimentadas com dietas suplementadas com fitase pode ser explicada por quatro
principais fatores: a liberação dos minerais presentes no complexo fitato-mineral; a
utilização do inusitol (produto final da desfosforalização do ácido fítico) pelos animais;
aumento da digestibilidade do amido e aumento da disponibilidade da proteína. É
65
possível ainda que haja um efeito indireto da suplementação com fitase sobre a energia
disponível através da melhora na digestibilidade de nutrientes impedindo que ocorra
reação de saponificação entre os lipídeos e os minerais do complexo fitato-mineral
(RAVINDRAN et al. 2001).
Na tabela 6 são apresentados os resultados de rendimento de carcaça (RC),
rendimento de peito (RP), sobrecoxas (RS), coxas (RCx ) e percentagem de gordura
abdominal (GA) dos frangos de corte aos 42 dias de idade.
As aves alimentadas com a dieta CN3 tiveram RC inferior ao da dieta CP, sendo
este resultado explicado pelo pior desempenho obtido por estas aves. No entanto, com
a adição de 1000 U de fitase ao CN3, esta variável foi melhorada. Estes resultados
estão de acordo com os de AHAMED et al (2004) que verificaram aumento no
rendimento de carcaça das aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase.
As aves alimentadas com as dietas controle negativo sem e com suplementação
com Phyzyme apresentaram menor (P<0,05) acúmulo de GA do que as que
consumiram a dieta CP. Menores percentagens de GA foram observada nas aves
alimentadas com a dietas CN2 e CN3, porém a adição de fitase à estas dietas resultou
em GA semelhante entre este grupo de aves.
O aumento da GA das aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase
foi conseqüência da melhora no desempenho. Isto também é explicado pela maior
disponibilidade da energia da dieta pela adição da fitase, tendo em vista que, um maior
consumo de energia resulta em maior deposição de gordura abdominal (LEESON et al.,
1996). Contradizendo este resultado, AHAMED et al (2004) verificaram diminuição na
porcentagem de gordura abdominal de aves alimentadas com dietas suplementadas
com 0,5, 1,0 e 1,5 g de enzima/ kg de dieta.
O rendimento de peito, sobrecoxas e coxas não foram influenciados por nenhum
dos parâmetros avaliados (P>0,05). BRANDÃO et al. (2002) também não encontraram
diferenças significativas para os parâmetros de carcaça dos frangos de corte
alimentados com duas rações comerciais com ou sem suplementação de 500U de
2
2,077
0,0363
0,0595
0,0618
0,0184
72,63 Aa
72,87 Aa
71,98 Aa
2
2,29 Aa
2,43 Aa
2,61 Aa
C/Phy
13,387
0,0286
< 0,0001
< 0,0001
34,23
34,33
1,056
0,9736
0,6521
0,3450
0,7400
34,00
33,78
Probabilidades
33,43
34,68
S/Phy
C/Phy
34,23 A
33,78 A
34,33 A
34,00 A
33,43 A
34,68 A
Rendimento de
Peito(%)
33,78 A
Principais efeitos
< 0,0001
1,76 Bb
1,86 Bb
2,29 Aa
S/Phy
2,29 B
2,43 B
2,61 AB
1,76 C
1,86 C
2,29 B
Gordura Abdominal
(%)
2,78 A
16,03
15,76
15,97
C/Phy
5,002
0,0850
0,7429
0,4765
0,2933
15,59
16,44
16,44
S/Phy
16,03 A
15,76 A
15,97 A
15,59 A
16,44 A
16,44 A
Rendimento de
Sobrecoxas (%)
16,46 A
15,25
15,06
14,94
C/Phy
3,622
0,7241
0,5749
0,0909
0,1362
15,68
14,98
14,64
S/Phy
15,25 A
15,06 A
14,94 A
15,68 A
14,98 A
14,64 A
Rendimento de
Coxas (%)
14,80 A
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
CV (%)
DxE
2
Enzima
Dietas
2
Tratamentos1
70,63 Bb
CN3
72,63 A
CN3+1000 U Phy
72,08 Aa
72,87 A
CN2+750 U Phy
CN2
71,98 A
CN1+500 U Phy
72,40 Aa
70,63 B
CN3
CN1
72,08 A
CN2
C/Phy
72,40 A
CN1
S/Phy
73,37 A
CP
Dietas
Rendimento de
Carcaça (%)
Tratamentos1
Tabela 6. Rendimento de carcaça (%), rendimento de peito, sobrecoxas, coxas (%) e percentagem de gordura abdominal
(%) dos frangos aos 42 dias de idade
66
67
fitase. Estes resultados indicaram que a fitase tem pouca atuação sobre as
características de carcaça.
3.2. Características ósseas dos frangos de corte aos 42 dias de idade
Na tabela 7 são apresentados os níveis de P, Ca e Mg das tíbias dos frangos de
corte aos 42 dias de idade.
Tabela 7. Concentração de P (%), Ca (%) e Zn (ppm) nos ossos dos frangos aos 42
dias de idade
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
2
Principais efeitos
Dietas
CN1
CN2
CN3
Enzima
Sem
Com
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
2
Enzima
2
DxE
CV %
P (%)
10,86 A
9,80 AB
8,84 B
9,45 AB
10,75 A
9,48 AB
10,91 A
Ca (%)
21,86 AB
20,27 B
20,58 B
21,46 AB
24,24 A
22,21 A
22,44 A
Zn (ppm)
141,2 A
111,4 C
114,4 BC
108,4 C
128,5 ABC
127,8 ABC
134,0 AB
10,28 A
9,16 B
22,25 A
21,39 A
10,18 AB
21,95 A
119,9 A
121,1 A
121,2 A
9,36 B
10,38 A
20,77 B
22,96 A
Probabilidades
0,1554
0,6982
0,0122
0,3168
12,388
0,0234
0,0547
0,0161
0,709
13,119
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
111,4 B
130,1A
0,0054
0,9768
0,001
0,6334
13,952
68
Comparando os tratamentos, foi observado que com a redução nos níveis
nutricionais das dietas, os teores P (%), Ca (%) e Zn (ppm) nas tíbias tenderam ser
inferiores aos encontrados na dieta CP.
Não houve interação significativa para os parâmetros avaliados (P>0,05).
Separando-se os principais efeitos, verificou-se que aos 42 dias de idade a
percentagem de P nas tíbias das aves alimentadas com as dietas CN1, CN2 e CN3
diminuiu em relação ao CP em 5,32, 15,57 e 6,26%, respectivamente. A adição de
enzima melhorou (P<0,05) a deposição de P, Ca e Zn nos ossos em 9,80, 9,54 e
14,41% respectivamente.
Na Tabela 8 são apresentadas as concentrações de Mg, K, Na e Cu nas tíbias
dos frangos de corte aos 42 dias de idade.
Os níveis de Na e Cu não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. Para os níveis
de Mg e K, foi constatada concentração inferior ao CP, somente na dieta CN1.
Houve interação significativa (P<0,05) para a concentração de Mg, K e Na nas
tíbias. Entre os controles negativos, menor concentração de Mg e K foi encontrada na
tíbia das aves que consumiram a dieta CN1. A adição de Phyzyme a esta dieta,
aumentou o teor de Mg em 39,70 % e o de de Na em 12,63%. A suplementação
enzimática não aumentou a retenção de K nas tíbias das aves.
LAN et al. (2002) também observaram redução na concentração de Ca e P nas
tíbias das aves alimentadas com dieta contendo baixo nível de P (0,24%) em relação
aos valores obtidos com a dieta controle (0,354% de P) na fase de crescimento.
De acordo com SHAFEY (1993), não existem explicações óbvias para que a
baixa concentração de P e ou de Ca causem reduções na retenção dos demais
minerais. Uma possível explicação se embasa no fato de que com o aumento da
relação Ca:P há elevação no pH intestinal, reduzindo assim, a fração solúvel dos
minerais, e conseqüentemente a sua deposição nos ossos.
Quanto à atuação da enzima fitase sobre a deposição mineral nos ossos são
encontrados na literatura dados contraditórios. Isto é devido ao fato destes resultados
dependerem de fatores como os níveis de mineral e de enzima adicionados na dieta,
12,110
10,839
K (%)
Na (ppm)
1,94 AB
52,46 A
1,59 C
46,93 A
2,05 A
52,90 A
1,93 AB
53,53 A
1,75 AB
53,71 A
1,79 AB
49,86 A
1,89 AB
50,63 A
2
Principais Efeitos
S/Phy
C/Phy
S/Phy
C/Phy
1,57 Ba
1,75 Aa
46,93Ab
53,71 Aa
2,05 Aa
1,69 Ab
52,90 Aa 49,86 Aa
1,93 Aa
1,89 Aa
53,53 Aa 50,63 Aa
Probabilidades
0,0029
0,2531
0,0160
0,8056
0,2897
0,8711
0,0097
0,0368
C/Phy
2,82
2,10
2,45
30,981
0,2034
0,7378
0,8898
0,0924
S/Phy
2,19
2,01
2,28
Cu (ppm)
2,21 A
2,19 A
2,01 A
2,28 A
2,82 A
2,10 A
2,45 A
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
14,454
CV (%)
C/Phy
0,53 Aa
0,51 Aa
0,52 Aa
< 0,0001
0,0018
< 0,0001
0,0020
S/Phy
0,32 Bb
0,47 Aa
0,46 Aa
Mg (%)
0,39 B
0,32 C
0,47 A
0,46 AB
0,53 A
0,51 A
0,52 A
Dietas
CN1
CN2
CN3
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
DxE2
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Tabela 8. Concentração de Mg (%), K (%), Na (ppm) e Cu (ppm) nos ossos dos frangos aos 42 dias de idade
Médias
69
70
ingredientes da ração, idade da ave, inter-relação entre os minerais presentes na dieta,
entre outros. Assim, é comum encontrar relatos em que a suplementação com fitase
não altera as deposições de Ca e P (SEBASTIAN et al., 1996; AHMAD, 2000,
SHOULTEN et al., 2003), Zn e Cu nos ossos (SEBASTIAN et al., 1996; UM et al.,
1999). Em outros estudos, verificou-se que a suplementação com fitase aumentou as
concentrações de P (CONTE, 2000), Ca (LAN et al., 2002), Zn e Mg (VIVEIROS et al.,
2002) na tíbia de frangos de corte de diferentes idades.
Não foram encontrados na literatura dados sobre o efeito da enzima fitase sobre
a deposição de K e Na nos ossos, entretanto observando-se os resultados obtidos no
presente estudo, pode-se inferir que a fitase teve pouco efeito sobre a retenção destes
minerais nos ossos.
A concentração de Cu (ppm) não foi influenciada (P<0,05) por nenhum dos
parâmetros avaliados. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por
SEBASTIAN et al. (1996). Entretanto, diferiram dos encontrados por UM et al. (1999),
que relataram redução na concentração de Cu na tíbia de galinhas poedeiras com 48
semanas de idade suplementadas com 250 U de fitase/ kg da dieta.
A percentagem de cinzas e resistência óssea (kgf/cm2) determinadas nas tíbias
dos frangos aos 42 dias de idade são apresentados na Tabela 9. Os resultados obtidos
para estes parâmetros refletiram os de mineralização óssea. As aves alimentadas com
as dietas CN1, CN2 e CN3 apresentaram cinzas e resistência óssea inferiores (P<0,05)
quando comparadas com as que se alimentaram com a dieta CP.
Sepando-se os principais efeitos, verificou-se que a menor porcentagem de
cinzas ósseas foi encontrada nas aves que consumiram a dieta CN2, enquanto a menor
resistência foi observada na dieta CN1. A adição de fitase melhorou (P<0,05) estes
parâmetros.
Tendo em vista que o Ca e o P são os minerais mais importantes na estrutura
óssea, a maior disponibilidade destes minerais pela adição da fitase foi, sem dúvida, a
principal causa da melhora na % de cinzas e resistência à quebra. BROZ et al. 1994;
SEBASTIAN et al., 1996; AHMAD et al., 2000; LAN et al., 2002 também verificaram um
aumento nas cinzas ósseas pela suplementação com fitase.
71
DEMBOW et al. 1998 também verificaram efeito da suplementação com fitase
nos níveis de 400, 800 e 1200U/kg sobre a resistência à quebra das tíbias de frangos
de corte aos 21 dias de idade.
Tabela 9. Cinzas (%) e resistência (kgf/cm2) óssea dos frangos aos 42 dias de idade
1
Tratamentos
Controle Positivo
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais efeitos2
Dietas
CN1
CN2
CN3
Enzima
Sem
Com
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
D x E2
CV %
Cinzas (%)
52,64 A
49,39 BC
46,17 D
48,60 DC
52,06 A
51,44 AB
52,64 A
2
Resistência (kgf/ cm )
22,24 A
15,41 C
18,39 B
18,04 B
22,05 A
23,47 A
21,96 A
50,73 A
49,02 B
50,88 A
18,74B
20,93 A
20,00 AB
48,20 B
52,22 A
17,28 B
22,50A
Probabilidades
0,0001
0,0082
0,0488
0,3547
4,240
0,0001
0,0163
0,0001
0,1826
9,535
Médias seguidas de letras diferentes, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
72
3.3. Uniformidade dos pesos dos frangos aos 42 dias de idade e avaliação
econômica das dietas experimentais
Na Tabela 10 são apresentados os resultados da uniformidade das aves aos 42
dias de idade e o índice bio-econômico (IBE) das dietas experimentais.
Tabela 10. Uniformidade (%) dos pesos frangos aos 42 dias de idade e Índice Bio Econômico das dietas experimentais
Tratamentos1
CP
CN1
CN2
CN3
CN1+500 U Phy
CN2+750 U Phy
CN3+1000 U Phy
Principais Efeitos2
Dietas
CN1
CN2
CN3
Média
Fontes de Variação
Tratamentos1
Dietas2
Enzima2
DxE2
CV (%)
IBE*
0,590 C
0,663 B
0,656 B
0,710 AB
0,690 AB
0,751 A
0,740 A
Uniformidade (%)
88,78 A
79,09 B
54,53 C
46,24 D
78,74 B
78,52 B
77,32 B
S/Phy
79,09 Aa
54,53 Bb
46,24 Cb
C/Phy
78,74 Aa
78,52 Aa
77,32 Aa
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
< 0,0001
10,729
S/Phy
0,663
0,656
0,710
0,677 b
Probabilidades
C/Phy
0,690
0,751
0,740
0,725 a
Média
0,676 A
0,704 A
0,725 A
< 0,0001
0,1086
0,0084
0,2456
8,652
Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de Duncan (P<0,05)
CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo
1
Controle Positivo comparado aos demais tratamentos
2
Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima
*
IBE = Ganho de Peso - (Preço da Ração/Preço do Frango)* Consumo de Ração
Foi verificado que a uniformidade diminuiu com a redução dos níveis nutricionais
das dietas em relação ao CP. Embora a adição de fitase tenha melhorado
significativamente a uniformidade das aves nas dietas CN2 e CN3, verificou-se que as
aves alimentadas com as dietas controles negativos foram menos uniformes em relação
73
às alimentadas com a dieta CP. Este resultado indicou que houve variações individuais
em resposta à adição de fitase. Esta variação pode estar em função de uma ineficiente
homogeneização da enzima à dieta, devido à pequena quantidade adicionada à ração e
também às próprias características físicas desta enzima, fazendo-se necessário o
desenvolvimento de tecnologias que aperfeiçoem a mistura e garantam a ingestão da
fitase por todas as aves.
De acordo com ZANELLA (1998) o Índice Bio-Econômico representa o ganho de
peso líquido ocorrido nos diferentes tratamentos, ou seja, excluindo-se os custos com
ração. Dessa forma, o maior índice representa o melhor custo/benefício entre os
tratamentos.
Verificou-se que em função do maior custo da ração, o menor IBE foi obtido para a
dieta CP. A suplementação com fitase melhorou o IBE das dietas CN1 e CN2 com
reduções nos níveis nutricionais, indicando que a adição desta enzima a estas dietas foi
viável economicamente.
74
4. CONCLUSÕES
A redução nos níveis nutricionais da dieta prejudicou o desempenho, a
uniformidade das aves, a mineralização, as cinzas e a resistência óssea. A
suplementação com fitase melhorou estas características, entretanto não alterou a
conversão alimentar. A suplementação de 750U de fitase na dieta CN2 proporcionou
desempenho semelhante ao das aves do CP.
O maior retorno econômico foi proporcionado pelos tratamentos CN2 e CN3
suplementadas com 750 e 1000U de fitase respectivamente.
75
5- REFERENCIAS
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA: 1994, Maringá. Anais... Maringá, 1994. p.
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77
CAPÍTULO 4 – IMPLICAÇÕES
O principal objetivo da utilização de enzimas exógenas como a fitase é aumentar
o aproveitamento dos nutrientes, de forma que, estes possam reduzidos nas dietas sem
que seja prejudicado o desempenho das aves e reduzindo o custo da formulação e a
eliminação destes nutrientes para o meio ambiente.
A atuação da fitase, como de qualquer outra enzima, é dependente de inúmeros
fatores. Os resultados obtidos neste trabalho, demonstraram que a digestibilidade de
nutrientes foi altamente influênciada pelo nível de redução nutricional, pela relação
Ca:P da dieta associados à idade da ave. A redução nutricional proposta para a fase
inicial de criação das aves na dieta CN3, assim como a alta relação Ca:P (igual a 4,40)
foram excessivamente severas tornando nutricionalmente inviável a utilização de 1000
U de fitase/kg da dieta.
O maior aproveitamento de energia, a melhor digestibilidade de minerais,
proteínas e aminoácidos explicam a melhora obtida no desempenho das aves pela
adição de fitase. Da mesma forma, a menor digestibilidade de nutrientes na dieta CN3
na fase inicial justifica o pior desempenho obtido pelas aves alimentadas com esta
dieta.
Pode se afirmar que a suplementação com 750 U de fitase/kg da dieta CN2 (com
redução de 2,6% na EMA, 0,92% de PB, 1,6% de Lis, 20,0% de Ca e 43% de Pd)
atingiu os objetivos inicialmente propostos, permitindo melhora na digestibilidade de
nutrientes e sendo este incremento refletido no desempenho das aves e na melhor
relação custo-benefício da produção. Por outro lado, a menor uniformidade das aves
alimentadas com as dietas suplementadas com fitase indica que outros estudos
precisam ser executados para permitir a recomendação de um determinado nivel de
redução nutricional e suplementação com fitase.
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