Mario Raul de Moraes Andrade
• Mário Raul de Moraes Andrade, foi um
poeta, romancista, crítico de arte,
musicólogo da época do movimento
modernista no Brasil e produziu um grande
impacto na renovação literária e artística
do país, participando ativamente da
Semana de Arte Moderna de 22, além de
se envolver (de 1934 a 37) com a cultura
nacional trabalhando como diretor do
Departamento Municipal de Cultura de São
Paulo.
•
Considerado o escritor mais nacionalista e múltiplo dos
brasileiros, Mário construiu um caráter revolucionário na
literatura brasileira, que se iniciou com Pauliceia
Desvairada, onde analisa a cidade de São Paulo e todos
seus elementos (provincianismo, aristocracia, burguesia,
rio Tietê, Avenida Paulista). Mário também é considerado
um dos primeiros musicólogos do país, e seu maior
interesse era a música, particularmente os ritmos
nordestinos, nos quais tentou pesquisar e valorizar,
assim como fez com a Missão de Pesquisas Folclóricas,
tentando criar um estudo e uma descoberta das raízes
culturais do Brasil. Isso também ocorreu com seu
romance mais famoso, Macunaíma, considerada uma das
obras capitais da narrativa brasileira no século XX.
•
A importância de Mário de Andrade continua sendo
ativamente expressa nos dias atuais, e ainda se fala
sobre sua obra seja para estudo ou para a investigação
do Brasil: o filósofo Leandro Konder considera que talvez
essa atualidade seja resultado pelo destaque que Mário
tinha sobre os outros nomes do modernismo, "pela
amplitude de sua cultura, pela vastidão dos seus
conhecimentos […] [porque] tinha uma visão panorâmica
abrangente [e] dispunha de um quadro de referências
muito mais rico do que todos os outros."
Paulicéia
Desvairada

Publicado em 1922, Paulicéia Desvairada,
cujo Prefácio Interessantíssimo lança as
bases estéticas do Modernismo. Inspirada na
análise da cidade de São Paulo e seu
provincianismo, a obra marca o rompimento
definitivo do autor com todas as estruturas
do passado. É do primeiro livro de poemas
modernista, cuja "confecção tumultuária"
Mário de Andrade descreveria muitos anos
depois na famosa conferência de 1942 sobre
o movimento que transformaria o panorama
das artes no Brasil.


Nessa poética aberta, há afinidades com a
teoria da escrita automática, que os surrealistas
pregavam como forma de liberar as zonas
noturnas do psiquismo, o ditado do
inconsciente. Ao lado dessa entrega lírica às
matizes pré-conscientes da linguagem, o
Prefácio mostra a admiração da experiência
cubista, que, por meio da deformação abstrata,
rompe os moldes pseudoclássicos da arte
acadêmica.
Mário de Andrade aproxima a poesia à música,
como os simbolistas, adotando da teoria musical
as noções de melodia e harmonia. A temática, a
musa das poesias, é a cidade de São Paulo, e
tudo o que é inerente a cidade.
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