Leucometria de Equinos de Concurso Completo
de Equitação em Teste em Esteira de Alta Velocidade
Louisianne Soraia Drumond Alves1, Juliano Martins Santiago1,
Fernando Queiroz de Almeida1
Escola de Equitação do Exército
¹ Instituto de Veterinária - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
²Professor Associado – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Bolsista Pesquisador CNPq
Laboratório de Avaliação do Desempenho de Equinos - LADEq
INTRODUÇÃO
O leucograma varia com a intensidade e duração do exercício,
podendo haver aumentos de 10 a 30%, bem como pode variar com o
grau de estresse a que o equino é submetido. Durante o repouso, a
contagem
de
leucócitos
circulantes
é
baixa,
estando
aproximadamente 50% dos neutrófilos sequestrados pelo baço e
pelos capilares periféricos. Este estudo foi realizado no Laboratório
de Avaliação do Desempenho de Eqüinos, na Escola de Equitação do
Exército, Rio de Janeiro, com o objetivo de avaliar o leucograma de
equinos de Concurso Completo de Equitação, utilizando testes em
esteira de alta velocidade, na fase inicial e final do treinamento.
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1. Contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e
linfócitos dos equinos durante fase inicial (teste I) e final do
treinamento (teste II), com seus respectivos coeficientes de variação
(CV) (n=16).
Teste
6 m/s
7 m/s
8 m/s
15min 30min 60min 120min CV (%)
Leucócitos totais (10³/mm³)
I
7,71Bh
10,34Ab 10,38Aa 10,28Ac
9,16Bd 8,71Ae 8,16Ag
8,44Bf
6,9
II
8,48Ah
10,48Ab 10,41Aa 10,43Ac
9,62Ad 8,98Ae 8,29Ag
9,81Af
Granulócitos (10³/mm³)
I
Foram utilizados 16 equinos, mestiços das raças Hanoveriano, Puro
Sangue Inglês e Brasileiro de Hipismo, na faixa etária de 5 a 17 anos,
machos castrados e fêmeas, com peso corporal entre 420 e 541 kg,
utilizados na disciplina de CCE do Curso de Instrutor de Equitação. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema
de parcelas sub sub-divididas. As parcelas foram constituídas por
quatro grupos experimentais (n=4), utilizando como fontes de
variação a idade e o histórico anterior de treinamento em CCE. O
Grupo I (Novos iniciantes) formado por equinos entre 5 a 7 anos de
idade sem experiência anterior na disciplina CCE; Grupo II (Adultos
iniciantes) formado por equinos entre 12 e 17 anos sem experiência
anterior na disciplina CCE; Grupo III (Novos experientes) formado por
equinos entre 5 e 8 anos que participaram de programas de
treinamento de CCE nos anos anteriores; Grupo IV (Competidores)
formado por equinos entre 8 a 10 anos competidores na modalidade
CCE nos anos anteriores. As sub-parcelas foram constituídas pelos
testes em esteira de alta velocidade: fase inicial do treinamento (teste
I) e fase final do treinamento (teste II). As sub sub-parcelas foram
constituídas pelos tempos de avaliação e coletas em cada teste. A
esteira foi utilizada com a inclinação de quatro graus, seguindo o
protocolo: 3min aquecimento a passo na velocidade de 1,7 m/s e
5min ao trote na velocidade de 4,0 m/s, 5min em galope progressivo,
quando a velocidade foi aumentada em 1 m/s a cada minuto, nas
velocidades de 6, 7, 8, 9 e 10 m/s e 15 minutos de recuperação a
passo na velocidade de 1,7 m/s. Finalizado o teste, foi realizado um
período adicional de recuperação de 15 minutos, sendo o animal
conduzido ao passo na guia. Nos dias dos testes, foi realizada coleta
sanguínea às 04:00 horas (coleta basal), 60 e 120 minutos após os
testes. Durante os testes as coletas sanguíneas foram feitas nos 15
segundos finais de cada minuto de galope e aos 15 e 30 minutos do
período de recuperação. A contagem de leucócitos totais,
granulócitos, monócitos e linfócitos foram determinadas utilizando
contator automático de células ABC-VET (Tabela 1). Na comparação
dos resultados na fase inicial e final do treinamento, foram utilizados
os valores obtidos com os animais em repouso, nos galopes de 6, 7 e
8 m/s e durante o período de recuperação. Os resultados foram
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Scott Knott a 5% de probabilidade.
Basal
5,04Ah
6,78Aa
6,76Ab
6,65Ac
5,76Ae 5,38Ag 5,46Af
6,12Bd
9,4
II
5,76Ah
6,74Aa
6,67Ab
6,58Ac
5,83Ae 5,36Ag 5,44Af
7,49Ad
Monócitos (10³/mm³)
I
0,4Ac
0,6Aa
0,6Ab
0,6Ab
0,6Ab
0,5Ab
0,5Ac
0,5Ac
38,6
II
0,4Ac
0,5Aa
0,5Ab
0,5Ab
0,5Ab
0,5Ab
0,4Ac
0,4Ac
3,05Aa 2,90Aa 2,30Ab
1,75Ac
Linfócitos (10³/mm³)
I
2,20Ab
2,95Aa
3,10Aa
3,25Aa
14,4
II
2,40Ab
3,25Aa
3,35Aa
3,40Aa
3,45Aa 3,10Aa 2,50Ab
2,05Ac
Médias nas colunas, seguidas por letras maiúsculas iguais, não diferem entre
os testes pelo Scott-Knott (p>0,05). Médias nas linhas, seguidas por letras
minúsculas iguais, não diferem entre os tempos pelo Scott-Knott (p>0,05).
Durante o galope de 8m/s foi observado aumento de 28,4% na
contagem de leucócitos totais em relação aos valores de repouso
tanto antes quanto após o treinamento.
Coleta de sangue – Teste em esteira de alta velocidade
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
Não houve diferença (p>0,05) na contagem de leucócitos totais,
granulócitos, monócitos e linfócitos entre os eqüinos dos grupos
experimentais. Não foram observados alterações na contagem de
monócitos e linfócitos após o treinamento. Aumentos na contagem de
leucócitos totais, granúlocitos, monócitos e linfócitos foram
observados durante galope progressivo no teste na esteira, seguido
de redução gradual no período de recuperação em ambos os testes.
O exercício máximo provoca liberação de leucócitos seqüestrados
pelo baço e provenientes do pool marginal. Desta forma, durante
exercícios de alta intensidade a contração esplênica e a mobilização
dos linfócitos marginais levam ao aumento nos valores do
leucograma, não sendo este parâmetro influenciado pelo
treinamento.
XI Conferência Anual da ABRAVEQ – São Paulo - 2010
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