Mostra e livro celebram trabalhos da
bauruense Lairana, com mais de 40 anos
dedicados à arte; abertura da mostra e
lançamento da publicação será nesta quarta
Bauru, domingo, 6 de fevereiro de 2011 - Página 1
Uma artista e suas entranhas
Neide Carlos
Karla Beraldo
“V
ieram das minhas entranhas”, resume a artista Lairana sobre os trabalhos que
expõe em Bauru, quando, também aqui, será lançada uma
publicação que revisita toda
a sua obra. Depois de São
Carlos (SP), “Lairana - Artista Brasileira” chega à cidade nesta quarta-feira, no
espaço É + Art, juntamente a
10 telas produzidas pela bauruense durante o período de
elaboração do livro por Ney
Vilela.
“São obras com muito significado afetivo, que estimo
de maneira muito forte e que,
em princípio, eu guardaria
para mim”, confessa a artista. “A maioria foi produzida
em 2007, ano em que o livro
foi escrito, e guardadas especialmente para o lançamento da publicação em
Bauru”, completa.
Figurativas, as telas exibem os principais temas que
contam a história de Lairana, com mais de 40 anos
dedicados à arte. “São sobre
papoulas, uma das minhas
principais temáticas; têm
campos de girassóis”, adianta.
Feliz com a realização da
mostra e com o lançamento
do livro na cidade - hoje a
Ney Vilela (abaixo) conta a história da artista plástica Lairana em livro que será lançado nesta quarta
Malavolta Jr.
artista divide-se entre Pirassununga (SP) e Bauru, “cidade da qual nunca saí”, como
gosta de frisar -, Lairana afirma que será uma grande oportunidade para os bauruenses
conferirem de perto sua trajetória. “Estou contente em
mostrar a minha história que
muitos acompanham, principalmente pela imprensa”, comemora.
Quanto ao livro, a artista
afirma que ele sintetiza e
apresenta a história de uma
vida dedicada à arte. “O Ney
ficou sensível primeiro com
as obras, as quais pode acompanhar a produção. E também pelas histórias que eu
contava, da adolescência,
das viagens, que sempre viraram temas para as telas”,
comenta sobre o trabalho do
historiador e marido.
De acordo com o autor,
“Lairana - Artista Brasileira” vem para preencher uma
lacuna nos estudos sobre o
fazer artístico no Brasil, que
contemplam somente os artistas que estão nos grandes
centros metropolitanos.
“Existem grandes artistas no
Interior do País que precisam ter a sua obra analisada
e apresentada para o público”, justificada.
Laços afetivos à parte,
Ney afirma que escolheu
Adele crava seu nome no pop moderno
O impacto causado com
“19”, em 2008, tinha a ver, em
parte, com o furacão Amy Winehouse e a onda vintage adotada por novos talentos britânicos na época. Adele estava no
miolo, mas era apenas ‘mais
uma’, ainda que “Chasing Pavements” revelasse um futuro
brilhante. Dois anos depois,
quando a fanfarrona Amy já
não representa nenhuma ameaça, a jovem cantora retorna
com pompa e estilo para cra-
var seu nome na história recente da música pop.
“21” foi talhado para virar
sucesso mundial, com claras
intenções de conquistar a audiência americana, por isso a
inclinação ao country e ao
blues. O peso-pesado Rick
Rubin (Slayer, Beastie Boys
e Johnny Cash) ajudou neste
mergulho sulista. Mais do que
canções certeiras, é a voz
desta singela londrina que deixa qualquer um boquiaberto.
Além de técnica apurada, a
moça possui aquela entrega
apaixonada que só grandes
divas são capazes de transmitir.
Assim, intensa e vulnerável, ela entrega pérolas
como a poderosa “Rolling in
the Deep” ou a suingada “I’ll
Be Waiting”, e surpreende
por fazer de “Lovesong”, do
Cure, uma bossa doce e romântica. (Emanuel Ponciano Bomfim)
Lairana por sua criatividade, qualidade técnica e lastro cultural. “Ela é emblemática, independente do fato
de ser minha mulher, Quem
olha um quadro de Lairana
sabe que ela não precisa de
proteção”.
Para o historiador, com o
passar dos anos, Lairana conseguiu consolidar uma maneira própria de fazer seus
trabalhos. “A ponto de uma
pessoa, independente da temática, olhe para o quadro e
fale ‘é da Lairana’”, comenta. Segundo Ney, o estilo desenvolvido pela artista não
tem, necessariamente, vínculo com os temas das telas.
“Lairana não é a pintora das
bananeiras, das papoulas,
não é a pintora do abstrato
geométrico. Ela é uma pintora de um estilo de pintar
que é dela, que não se prendeu à temática”, finaliza.
Premiada em salões oficiais, com mostras no Japão, África do Sul e países
da América e Europa, Lairana atuou como professora
de desenho e educação artística na rede pública por qua-
se duas décadas. Doutora em
artes pela Universidade de
São Paulo (USP), no ensino
superior atuou como docente, pesquisadora e artista
durante 26 anos junto ao departamento de artes da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac)
da Universidade Estadual
Paulista (Unesp).
Serviço
Lançamento do livro
“Lairana - Artista
Brasileira” nesta quarta,
com abertura de mostra da
artista no É + Art. Evento
é aberto somente para
convidados. Trabalhos irão
seguir expostos no local
para visitação gratuita.
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Adele crava seu nome no pop moderno