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MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO TEOR DE ÓLEO EM ACESSOS
DE BABAÇU E PINHÃO-MANSO
Bárbara Cristina da Silva (Bolsista do PIBITI/CNPq), Mariane Gomes de Lima
(Colaboradora, Pós-Graduação em Química- UFPI), Carla Verônica Rodarte de Moura
(Orientadora, Departamento de Química - UFPI)
INTRODUÇÃO
Grande parte da energia mundial tem sua origem de combustíveis fósseis, como o petróleo,
carvão mineral e gás natural. No entanto esses combustíveis são limitados, necessitando de fontes
alternativas de energia para o suprimento da necessidade do planeta e com isso diminuir a poluição
causada por esses combustíveis. Segundo Lôbo (2009), o biodiesel é uma alternativa muito
favorável, pois não contém enxofre, e não origina poluentes durante sua produção, proporcionando
ótima qualidade nas emissões de gases não tóxicos no processo de combustão. De acordo com
Cordeiro (2011), o biodiesel pode ser produzido através da reação de transesterificação ou alcoólise,
proveniente de óleos vegetais com auxílio de um catalisador, sendo este ácido ou básico, homogêneo
ou heterogêneo. O biodiesel também possui a vantagem de ser adaptável a novas tecnologias como
os veículos movidos a diesel, emitindo uma baixa concentração de gases tóxicos responsáveis pelo
efeito estufa, como o dióxido de carbono e compostos de enxofre.
METODOLOGIA
Realizou-se a extração do óleo de babaçu e pinhão-manso via método soxhlet por 6 e 12
horas, posteriormente a extração fez-se a degomagem dos óleos para retirada das gomas, realizouse o índice de acidez de acordo com Instituto Adolfo Lutz. Determinou-se o índice de saponificação
utilizando o método do Instituto Adolfo Lutz. Para o óleo de pinhão manso, necessitou-se realizar a
neutralização do óleo de pinhão-manso. Para caracterização química dos óleos foi utilizado a técnica
de cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (CG-FID) e infravermelho por
transformada de fourier (FTIR).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para o índice de acidez dos óleos estão de acordo com o estabelecido
pela literatura em que o índice de acidez deve ser inferior a 1 para o preparo do biodiesel. Todos os
resultados estão relacionados ao processo de degomagem. Com relação ao índice de saponificação,
os valores obtidos para as amostras de babaçu foram inferiores ao estabelecido pelo método descrito
no Instituto Adolfo Lutz, e os valores encontrados para as amostras de pinhão-manso apresentaramse superiores. O índice de saponificação encontrado para as amostras de babaçu e pinhão-manso de
6 e 12 horas de extração, mostram que ambas possuem alto teor de material saponificável. Segundo
Araújo (2009), quanto maior for o índice de saponificação menor será o peso molecular do ácido
graxo, pois a média estabelecida é em torno de 135 a 200, e um valor superior a indica uma
deterioração.
De acordo com os espectros obtidos através da espectroscopia no infravermelho do óleo de
babaçu e de pinhão-manso Figura 1 e 2 respectivamente, apresentaram uma banda larga entre 3592-1
3440 cm característica de deformação axial de grupos hidroxila (O-H), em ligações de hidrogênio,
sugerindo presença de água na amostra. Foram observadas bandas de absorção características de
deformação axial intensa do grupo C=O (carbonila) e uma absorção média do C-O (éster) nas regiões
de 1753 cm
-1
e 1220 cm
próxima a 1467 cm
-1
-1
respectivamente. (SANTOS, 2008) Observa-se uma banda de absorção
equivalente à deformação angular simétrica no plano do grupo metileno.
(SILVERSTEIN, 2005)
Figura 1: Espectro de absorção no infravermelho
Figura 2: Espectro de absorção no
do óleo de babaçu
infravermelho do óleo de pinhão-manso
120
100
100
Transmitancia (%)
Transmitancia (%)
80
80
60
40
20
0
4000
60
40
20
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
4000
3500
-1
Numero de onda (cm )
Fonte: arquivo pessoal
3000
2500
2000
1500
1000
500
-1
Numero de onda (cm )
Fonte: arquivo pessoal
Com base nas análises cromatográficas para o óleo de babaçu e pinhão-manso observou-se
que a composição em ácidos graxos do óleo de babaçu e pinhão-manso utilizado estava próxima da
composição teórica. Os perfis cromatográficos obtidos para a composição em ácidos graxos desses
óleos estão expostos nas Figuras 3 e 4. Os resultados demonstraram que as amostras de babaçu
são constituídas por ésteres que são correspondentes aos ácidos graxos que compõem o óleo de
babaçu. Observou-se a predominância dos ácidos graxos saturados mirístico (C14:0), cáprico
(C10:0), láurico (C12:0) e palmítico (C16:0) (SANTOS, 2008). Com relação às análises feitas para o
óleo de pinhão-manso, observou-se a predominância dos ácidos graxos esteárico (C18:0), linoleico
(C18:1), linolênico (C18:2), palmítico (C16:0), palmitoleico (C16:1).
Figura 3: Composição em termos de ácidos
Figura 4: Composição em termos de ácidos
graxos do óleo de babaçu.
graxos do óleo de pinhão-manso
Fonte: arquivo pessoal
Fonte: arquivo pessoal
CONCLUSÃO
O método soxhlet é de grande eficiência na extração de óleo vegetal para uma posterior
produção de biodiesel, pois a utilização do método permitiu que se obteve resultados satisfatórios. O
processo de degomagem é bastante vantajoso, pois com uso deste é possível reduzir quantidade de
fosfatídeos hidratáveis evitando interferências durante a produção de biodiesel. Aplicando o processo
ao óleo de babaçu e pinhão-manso, algumas diferenças puderam ser notadas, principalmente nos
aspectos físico-químicos de ambos os óleos, deixando-os adequados para a obtenção do biodiesel. O
índice de acidez obtido para as amostras de babaçu foi aceitável, pois apresentaram baixo índice de
acidez. As amostras de pinhão-manso apresentaram um alto índice de acidez o que necessitou de
uma neutralização. Com o processo de neutralização, obteve-se um baixo índice de acidez.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Júlio Maria de Andrade; Química de Alimentos: teoria e pratica, Viçosa, 4ª edição, p.
111. 2009.
CORDEIRO, Claudiney Soares; SILVA, Fabiano Rosa da; WYPYCH, Fernando; RAMOS, Luiz
Pereira. Catalisadores heterogêneos para produção de monoésteres graxos (biodiesel). Química
Nova, Paraná, v. 34, n. 3, p. 477-486. 2011.
SANTOS, Joselene Ribeiro de Jesus. Biodiesel de babaçu: avaliação térmica, oxidativa e
misturas binárias. 2008. 103f. Tese (Doutorado)- Universidade Federal da Paraíba, Programa de
Pós-Graduação
em
Química,
João
Pessoa.
Disponível
em:
<
http://www.ppgq.quimica.ufpb.br/teses/Tese_Jose> . Acesso em: 17 de set. 2013.
LUTZ, Instituto Adolfo; Métodos físico-químicos para análise de alimentos, São Paulo: IMESP, p.
600-601. 2008.
LÔBO, Ivo Pinheiro; FERREIRA, Sérgio Luis Costa; CRUZ, Rosenira Serpa da. Biodiesel:
parâmetros de qualidade e métodos analíticos. Química Nova, Bahia, v. 32, n. 6, 1596-1597, 2009.
SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X. Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos, 6ª.
ed. Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000.
Palavras Chave: extração. babaçu. pinhão-manso.
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