www.revistaoutdoor.pt
nº4 Março/abril 2012
outdoor
Revista
Torna-te fã
Mergulhar
nas berlengas
por José Alberto
fotografia
com Nuno Sá
Banco de Arguim,
o paraíso desconhecido!
por Aurélio Faria
descobrir o oeste
Atividades
em família
BRUNO PAIS
Triatlo uma paixão!
GEOPARQUE AÇORES
9 ilhas, 1 geoparque
Desfruta de uma actividade fantástica e divertida com o teu grupo de amigos…
Para além de sermos das poucas empresas licenciadas para fazer Rafting no Rio Paiva,
garantindo assim a melhor segurança, possuimos também características únicas que fazem
a aventura do Rafting um excelente dia de animação, com uma qualidade inigualável do serviço.
Com 16 anos de experiência conseguimos o serviço com mais qualidade e animação do mercado!
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enquadre com actividades de Desporto Aventura e
Natureza... para [email protected] com o assunto
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2º lugar: Hidrospeed
3º lugar: Bungee Jumping
4º lugar: Bridge Jumping
Notas: - passatempo válido até 31 de Março - o prémio é
individual.
Editorial Ficha técnica
chegou o
número 4!
www.portalaventuras.clix.pt
O
Edição nº4
calor já se faz sentir, assim
como a vontade de sair e partir
à descoberta… com este mote
vem o novo número da Outdoor!
WPG – Web Portals Lda
NPC: 509630472
A palavra crise está na ordem do dia mas, num país fabuloso
como o nosso, ao nível de recursos naturais, ficar em casa não
é a melhor opção! Temos uma costa magnífica, um interior repleto de pequenos paraísos inexplorados e é isso que queremos
desvendar. Venha daí viver e experienciar aqueles pequenos
prazeres que fazem de uma aventura, uma recordação para a
vida.
Capital Social: 10.000,00
Nesta edição, para além das habituais sugestões de atividades
outdoor, partimos à descoberta do Oeste… mergulhámos nas
Berlengas e explorámos a região. Lá fora, encontrámos um
paraíso desconhecido: o Banco de Arguim. Voltando ao nosso
país, estivemos à conversa com grandes atletas e aventureiros
portugueses, aprendemos novas técnicas para conseguir boas
fotografias e deixámo-nos fascinar pelo mundo subaquático.
São mais de 110 páginas de partilha de experiências, sugestões,
dicas e conhecimentos... Aventure-se!
Registo ERC n.º 126085
E, porque a Revista Outdoor é construída para os nossos leitores, convidamo-lo a participar de forma ativa e a partilhar connosco as suas aventuras e sugestões já para o próximo número,
em Maio!
Deixe-se contagiar pelo espírito Outdoor e continue a acompanhar todas as novidades no Portal Aventuras.
Até Maio e … BOAS AVENTURAS!
Nuno Neves
Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide
Telefone: 214702971
Fax: 214702973
Site internet: www.revistaoutdoor.pt
E-mail: [email protected]
Editor e Diretor
Nuno Neves | [email protected]
Marketing, Comunicação e Eventos
Isa Helena | [email protected]
Sofia Carvalho | [email protected]
Revisão
Cláudia Caetano
Colaboraram neste número:
ana lima, Aurélio Faria, bruno pais, Carla
Viveiros ,cláudio silva, Eva Almeida Lima,
João Carlos Nunes, joão melo, josé
alberto, josé antónio fernandes, josé
saleiro, josé xavier, luís dias, Manuel
Paulino Costa, nuno pereira, nuno sá,
paulo quiNTANS, pedro alves, ricardo
mendes, susana muchacho.
Design Editorial
Inês Rosado
Fotografia de capa
nuno sá
Desenvolvimento
Ângelo Santos
4
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Diretrizes
EDITORIAL
04
nº4 Março_Abril
GRANDE REPORTAGEM
Mergulhar nas Berlengas
2012
06
EM FAMÍLIA
ATIVIDADE- Rota do Fresco em Guimarães
14
AVENTURA - Buggy off road & Kartcross
18
06
aventura
DESAFIO — Preparação de uma viagem em autonomia
22
RELATO — Banco de Arguim, o paraíso desconhecido!
28
EVENTO — Triatlo Internacional de Lisboa
34
entrevista
Bruno Pais - Triatlo… Uma paixão!
38
POR TERRA
INDOOR — Preparaçao Indoor para Triatlo
42
CRÓNICA — Pico | Açores | Portugal
44
ATIVIDADE — Bridge Jumping
50
RELATO — Um dia na Natureza
52
POR ÁGUA
ENTREVISTA — Volta Ibérica
58
ar
ATIVIDADE — Paramotor
A ilha da Berlenga e o mergulho apresentma-se como tema principal desta grande
reportagem. No meio do Atlântico, José
Alberto dá-nos a conhecer um paraíso aqui
tão perto, onde o Oeste se pinta de laranja
e todos os segredos de uma saída de mergulho.
62
28
FOTOGRAFIA
TRUQUES E DICAS — Fotografar Ondas - Por João Melo
66
FOTO DO MÊS — Baía de Entre Montes, Faial, Açores
72
PORTFOLIO DO MÊS — Nuno Sá
74
Aplicação para iPhone e iPad — Camera +
82
SOS
Como fazer Fogo
86
DESCOBRIR
GEOPARQUE AÇORES, 9 ilhas, 1 geoparque
90
EVENTO - Milenio Titan Desert By Gaes 2012
94
REGIÃO OESTE - Um paraíso aqui tão perto
98
Pousada de Juventude da Areia Branca
104
LIVRO AVENTURA - Açores Whale Watching
106
receita outdoor - Banana caramelizada e batata recheada
107
kids
Férias da Páscoa com Aventura!
108
ATIVIDADES OUTDOOR
112
Nesta viagem, vamos descobrir os encantos deste paraíso desconhecido na Mauritânia. Aurélio Faria desvenda-nos algumas das curiosidades do Parque Nacional
do Banco de Arguim.
74
DESPORTO ADAPTADO
Salvador aprova “Lord Nelson”
118
ESPAÇO APECATE
122
Turismo Náutico
A fechar
126
Nuno Sá, fotógrafo profissional, especialista em fotografia de vida selvagem de
temas marinhos, mostra-nos o seu portfólio de vida marinha. Entre chachalotes,
tubarões e tartarugas é incrível o poder
do detalhe de cada uma das fotografias.
Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores.
Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.
Grande Reportagem
 Por José Alberto
mergulhar
nas berlengas...
6
Setembro_Outubro
Março_Abril
2012 OUTDOOR
2011 OUTDOOR
Seguimos então viagem a caminho da Reserva Natural das Berlengas
A embarcação “Coris” desliza calmamente
nas águas do porto, respeitando a velocidade limitada até à saída da Barra e é aí
que a aventura propriamente dita começa.
O motor de 300 cavalos faz-se ouvir e o
barco dispara. Curva à direita no fim do
molhe e lá vamos a caminho. Com o mar
calmo, rapidamente atingimos a velocidade
de cruzeiro de 22 nós e em poucos minutos
chegamos ao Cabo Carvoeiro.
As Berlengas têm o mais
antigo estatuto de proteção integral
existente em Portugal, já em 15 de
novembro de 1465, uma carta d’el
Rei D. Afonso V mandatava que “nas
Berlengas do mar pessoa alguma vá
caçar”. A Reserva Natural da Berlenga
propriamente dita foi criada em 3 de
setembro de 1981, inicialmente com
uma área de 1063 ha. Atualmente está
classificada como Reserva da Biosfera da UNESCO, compreende todo
o arquipélago das Berlengas, Estelas
e Farilhões e tem uma área total de
9560 hectares.
A vista aqui é deslumbrante, o cabo moldado por milénios de ventos e tempestades
e o rochedo Nau dos Corvos, resistente
ainda, até que um temporal maior se encarregue de finalmente um dia o vencer
e derrubar. Com uma imagem tão forte
nem nos lembrámos de olhar em frente. A
Berlenga já se nos apresenta com a sua silhueta tão característica e marcante. Agora
é navegar, navegar, mas como já tinhamos
sido informados o nosso destino para já
não é a Berlenga. Nós vamos passar ao lado
dela e seguimos diretos para os Farilhões.
OUTDOOR Março_Abril 2012
7
Grande Reportagem
Mergulhar nas Berlengas
Fotos: José Alberto
O
sol brilha em Peniche, um
dia calmo de outono. As tão
faladas alterações climáticas
também já aqui marcam a sua
posição, os nevoeiros matinais
típicos da Costa de Prata são cada vez mais
raros.
Check-in no centro de mergulho, vestimos
o fato e preparamos um saco com o material necessário para os mergulhos, dizem-nos que as garrafas estão no cais de embarque e será lá que vamos montar o nosso
equipamento. Tomamos um lugar numa
das carrinhas do centro e lá vamos nós para
o porto de Peniche, um instante.
No cais a azáfama é grande, 3 barcos só
do nosso centro estão encostados e a cada
um está destinado um programa diferente.
Curioso o facto de o nosso centro ter tudo
da mesma côr para não haver confusões
com o equipamento de outros centros. Há
garrafas separadas por barco e dentro de
cada barco há diferentes tamanhos e misturas, tudo já preparado na véspera consoante as reservas que cada cliente fez, sistema eficiente. Agarramos nas garrafas que
nos foram atribuídas e montamos o nosso
equipamento de mergulho. Tudo verificado, tudo OK.
Grande Reportagem
Ao passar próximos da Berlenga
conseguimos perceber a sua
cor rosa-alaranjado, o tão famoso maciço granítico que aqui
se formou há já 280 milhões de
anos na mesma altura em que intensos movimentos geológicos deram origem ao
Supercontinente “Pangea”. Curiosamente não há
mais deste tipo de rocha em milhares de Kms em
redor, só mesmo a Berlenga e os ilhéus das Estelas têm esta composição. Já os Farilhões têm
uma história mais recente, 180 milhões de anos,
tendo ficado como resultado da deriva dos continentes, quando da divisão da “Pangea” se formaram a Laurásia e Gonduana. São compostos
por Gneisse e xistos sendo a sua côr predominante o cinzento.
A água que começou por ser verde junto ao
cabo Carvoeiro foi-se tornando azul-turquesa
à medida que nos aproximámos da Berlenga
está agora a tornar-se azul-chumbo, um azul
mais intenso que se deve à maior profundidade e às características das águas já oceânicas em que nos encontramos. De repente,
o barco faz uma mudança rápida de rumo e
há alguma agitação a bordo. O que se passa,
interrogamo-nos? Foi o Skipper que avistou
Golfinhos ( Delphinus delphis) e se dirige para
eles. Nem tem que ter muito trabalho, imediatamente o grupo se acerca da emHá
barcação para brincar na sua proa e
lágrimas de
saltar nas ondas da sua esteira. Os
Golfinhos adoram acompanhar
emoção em alas embarcações. É a histeria
gumas caras e eu não
total dentro do barco. Grita-se,
consigo evitar um nó
assobia-se, acena-se, olha ali, e
ali, e há uma cria, olha olha! Há
na garganta. Não prelágrimas de emoção em algumas
ciso de mais nada por
caras e eu não consigo evitar um
hoje, o meu dia já
nó na garganta. Não preciso de
mais nada por hoje, o meu dia já
está ganho...
está ganho... Mas há mais, muito mais,
vamos continuar. Não estamos a ir bem
na direção dos Farilhões, seguimos um pouco
mais para a direita destes, Estibordo, dizem
nas linguagens de marinheiros.
Mais 10 minutos e estamos a chegar ao nosso
spot de mergulho, 3 Picos, diz-nos o guia. Faz-nos um breafing, verificamos parceiros, tudo
bem, caímos na água, e nadamos para a frente
do barco para descermos pelo cabo do ferro,
como combinado. É quando estamos aí, agarrados ao cabo que temos o primeiro assombro.
Conseguimos ver o fundo! Está a 20 metros de
profundidade e nós conseguimos ver o fundo,
a água tem uma cor linda mas ao mesmo
8
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Corvo marinho de crista
Água-Viva
Peixe-Lua
Vista sobre o carreiro do mosteiro
Tromba do elefante
tempo qualquer coisa está estranha, parece
haver movimento junto ao fundo... Já estamos
todos e o guia dá ordem de descida. Vamos,
então, sempre agarrados ao cabo, como combinado e é à medida que vamos descendo que
percebemos o que se movia. São cardumes de
Carapaus, milhares de carapaus que circulam
à volta destes cabeços, num espetáculo azul e
prata, dança sincronizada conduzida pela mão
de Neptuno, incrível! Seguimos então o Guia
que se desloca calmamente.
O espetáculo é incrível! A parede está coberta
de Gorgóneas Azuis, que se tornam roxas e
depois avermelhadas à medida que nos aproximamos e as iluminamos com as nossas lanternas de mergulho; misturadas com estas há
também Gorgóneas brancas, um espetáculo
que só me faz lembrar das fotos que sempre
vemos de mares tropicais, só que nós estamos
no centro de Portugal, na Europa,Paralelo 39.
Avançamos então até a um canyon e aqui apresenta-se-nos o espetáculo mais impressionante
de todos. Nós estamos a subir, ligeiramente,
a olhar para cima e o número de peixes é absolutamente incrível, descem pelo canyon e
cruzam-se connosco, calmamente, continuamente, de onde virá tanto peixe? Fazemos sinais
uns aos outros, tentamos inventar sinais para
fantástico, assombroso, fazemos simplesmente
muitos OK. Agora o cardume ganhou vida, parece uma chuvada intensa, 10 pequenos atuns
fizeram um ataque e alteraram a harmonia
natural dos carapaus, novamente olhamos uns
para os outros, OK, OK, OK. Nunca tinha visto
nada assim, não resisto a apertar a mão da
minha parceira, estamos felizes. Vamos então
seguir para o cabo para subirmos.
O ambiente em cima do barco é de completo
assombro e satisfação, todos queremos contar
o que vimos, como se não tivéssemos todos
visto... Mas queremos contar na mesma.
Vamos agora seguir para a Berlenga para almoçar, a pequena aragem que corria de manhã
parou de todo e agora o mar está absolutamente parado, espelhado. Cruzamos mais uma
vez a água azul, agora todos com os olhos no
horizonte, à procura dos Golfinhos, mas estes
não aparecem... Já perto da Berlenga, junto ao
Cerro da Velha o Coris imobiliza-se de novo e o
skipper grita Luas! Somos então presenteados
com mais um dos espetáculos das Berlengas,
os cardumes de Peixes-lua que saltam fora de
água ninguém sabe exatamente porquê, talvez
porque como têm muitos parasitas na pele
OUTDOOR Março_Abril 2012
9
Grande Reportagem
Mergulhar nas Berlengas
Vista sobre o carreiro do mosteiro
Grande Reportagem
queiram atrair as Gaivotas para os limparem
ou talvez porque simplesmente se divirtam com
isso.
É fantástico como estes peixes tão pouco ortodoxos, quase anti-naturais conseguem atingir
uma velocidade que lhes permite saltar tão fácilmente fora de água, é também marcante o
brilho da sua pele refletindo a luz solar parecendo assim uns círculos brilhantes.
Encostamos então ao cais da Berlenga, na pequena e acolhedora praia descansam os já
poucos turistas de outono, nós ficamos pelo cais
enquanto calmamente deglutimos o piquenique
que o Centro de Mergulho nos preparou. Aproveitamos para conversar com os mergulhadores
A Berlenga chama o Homem
desde que há registos de civilização. Ainda antes de Cristo a
então chamada ilha de Saturno
era um lugar sagrado onde se
celebrava o culto da Deusa Baal-Mekart.
De marinheiros há vestígios e relatos de Romanos e Vikings, depois de piratas e corsários
ingleses e mouros. Em 1513 fundou-se o Mosteiro da Misericórdia que serviu de retiro aos
monges da Ordem de São Jerónimo durante 35
anos mas os corsários não lhes davam trégua,
inclusive capturando-os para o mercado de escravos do norte de África e o Mosteiro acabou
por ser abandonado.
Dele nada ficou estando agora o Restaurante
Mar e Sol construído sob as suas ruínas. No
reinado de D. João IV erigiu-se a fortaleza de
S.João Batista, palco de inúmeras batalhas
que seguiram nas outras embarcações e partilhar as experiências que tivemos no primeiro
mergulho do dia.
Vamos então dar um passeio pela ilha. Mal saímos do Bairro dos pescadores as Lagartixas
tornam-se o elemento predominante. Típico
dos répteis insulares, as Lagartixas de Bocage,
aqui com uma subespécie endémica (Podarcis
bocagei berlelengensis) são intrinsecamente
confiantes.
Já avisado não deixo de levar um bocadinho de
maçã que faz as delícias destes pequenos répteis
pois tendo poucos lugares onde beber deliciam-se com o suco açucarado e fresco da fruta. Continuamos a subir, vamos contornando a encosta
sendo a mais famosa a do ataque, em 1666, da
Esquadra castelhana composta por 14 Naus e
1 Caravela, comandada por D. Diogo Ibarra, a
que a guarnição de menos de 20 homens, comandada pelo Cabo Avelar Pessoa resistiu durante dois dias, provocando grande número
de mortes aos invasores inclusive afundando
1 Nau e danificando sériamente várias outras,
antes de se render.
Depois a estabilidade das alianças marítimas
tirou-lhe protagonismo até que acabou por ser
abandonada de presença militar em 1847.
Já no sec. XX foi ainda usada como Pousada
mas a crescente exigência do turismo tornou-a obsoleta sendo agora usada como abrigo de
férias para a Associação dos amigos da Berlenga e encontrando-se num estado muito degradado.
Golfinhos
10
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
anualmente grande parte dos seus ovos. Nós
seguimos para o Forte. Disseram-nos que a
vista da descida para o Forte é deslumbrante,
objeto de inúmeras fotografias e quadros. E é,
de facto, uma aproximação fantástica, sempre
a serpentear até chegar à escadaria final, duzentos e não sei quantos degraus, até às pontes
com arcos que nos dão acesso ao maciço sobre
o qual foi erigido o Forte, obra impressionante
de engenharia se nos lembrarmos da época
em que foi feito. O atual aspeto degradado não
deixa de ter uma certa magia e é fácil imaginar
o ambiente de outros tempos, o grito de alerta e
a correria para as ameias e bocas de fogo para
repelir qualquer invasor.
As gaivotas são omnipresentes, tornaram-se o
grande problema da reserva. Pressionam as outras aves, os aparentemente já extintos Sardões
da Berlenga terão sido uma das suas vítimas. A
situação tornou-se de tal modo preocupante que
agora os vigilantes da Natureza tem de partir
Voltamos para o cais de embarque. Quando
chegamos já o barco se encontra completo, só
faltamos nós. Pedimos desculpa aos demais
mas não parece haver quaisquer incómodos,
isto é para ser levado com calma, estamos cá
para nos divertirmos... Constatamos que nos
Lírios
Nudibrânquios
Garoupa
Quanto
mais subimos
mais grandiosa
é a vista, todo um
mar azul que nos
conduz agora o
olhar (...)
OUTDOOR Março_Abril 2012
Polvo
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Grande Reportagem
Mergulhar nas Berlengas
no caminho para o farol. De um lado vemos o
vale do carreiro dos Cações e a pujante vista
para os Farilhões. Quanto mais subimos mais
grandiosa é a vista, todo um mar azul que nos
conduz agora o olhar para o Cabo Carvoeiro,
Peniche, a imponente serra de Montejunto e seguindo a linha do horizonte continuamos até à
Serra de Sintra e ao Cabo da Roca. A ilha está
já bastante seca, reclama as primeiras chuvas
do outono que lhe trarão um novo manto verde
vivo de Urtigas. Por agora são as espécies endémicas mais rústicas e adaptadas como a Armeria
berlenguensis e a Herniaria berlengiana que lhe
mantém algum verde fora da encosta dos invasores Chorões.
Grande Reportagem
subtituiram as garrafas, mais um bom serviço do a elegê-lo como local de nidificação, fortaleza
centro. O grupo decidiu, pela usual maioria, ir inatingível com vista privilegiada para o pôr do
fazer o segundo mergulho num local emblemá- sol.
tico, a Cova-do-Sono. É supostamente uma baía
muito calma, onde se faz um mergulho muito Mas estamos aqui para mergulhar, a água tem
relaxante. OK, emoções fortes já tivemos muitas aqui uma côr totalmente diferente de hoje de
por hoje, vamos lá. No entanto só a simples e manhã, azul-turquesa, lindo, qual postal das Capequena viagem para chegar ao spot
raíbas. É-nos dado o breafing, podemos
de mergulho é toda ela um sobresmergulhar sózinhos se quisermos,
É susalto. Afastamo-nos um pouco do
vamos fazer isso mesmo. Cacais o que nos permite ter uma
ímos na água, aquário multicôr,
postamente
visão privilegiada da costa
peixes, peixes, peixes por todo
uma baía muito
sul da Ilha, toda a rocha reo lado.
calma, onde se faz
flete o calor colorido da luz
um mergulho muito
solar. A fortaleza, vista de
Circulam à nossa volta, carfora, é uma verdadeira joia,
dumes infindáveis de Sarelaxante. OK, emoqual Topázio laranja forte.
lemas e Sargos, Safias que se
ções fortes já tivemos
Corvos-marinhos de Crista
entretêm em composições vimuitas por hoje,
observam-nos dos seus pontos
suais, como se nos apontássem
de repouso, silhuetas de Totem
o caminho a seguir, todos os buvamos lá.
a secar as asas ao sol.
raquinhos nas rochas, tudo está
tapado de vida, esponjas, anémonas,
Avançamos de encontro à ilha, parece
Camarões... Vermelho, laranja, amarelo, se
que vamos mesmo bater nela mas afinal não, Paul Gauguin alguma vez tivésse mergulhado o
entramos por uma gruta dentro, manobra ar- que não teria pintado.
riscada, pensamos, mas não, o skipper governa
o Coris graciosamente através do que afinal é Acercamo-nos de um polvo, testamos a sua
uma passagem, o Furado Grande, passagem se- curiosidade, nunca falha, de pronto lá vem um
creta que, qual portal, nos faz aparecer noutra tentáculo que nos agarra a mão e nos tenta puxar
dimensão, noutra maravilha da Berlenga, a baía para o seu buraco. Por ali ficamos um bocado,
da Cova-do-Sono.
nem todos os dias se faz um amigo... Mas lá nos
resolvemos a seguir, entramos numa pequena
Uma baía mágica com a sua meia-cúpula, de 60 gruta, como indicado, para visitar as enormes
metros de altura. Tão grandiosa é esta abóboda Abróteas, que vão e vêm, curiosas com as nossas
que um casal de Falcões-peregrinos não resistiu luzes. Voltamos a sair, mais um passe de má-
12
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Islândia
gica, a incrível luz azul a sair do furado, milhares de peixinhos juvenis que cintilam à
nossa frente, já são estímulos demais num
só dia, parte destas memórias vão ser perdidas de certeza. Agora é um Choco que se
vem meter com a minha companheira, tentáculos levantados em desafio, um mosaico
de cores iridescentes que não param de
mudar no seu corpo, o que estará a tentar
dizer, ele lá sabe. Mais uma vez voltam as
Salemas, qual Zebras douradas, lantejoulas
a cintilar ao sol. Estamos cercados, somos
nós que estamos no aquário a ser observados... A minha companheira já tem frio,
vamos ter de subir, acabaram-se os mergulhos por hoje, também já estou satisfeito.
Mais uma vez no barco as vozes elevam-se,
todos a contar as suas aventuras, viram o
Polvo, e o Choco?...
Mas agora é hora de ir embora. Vamos
ainda passar junto à Tromba do Elefante,
mais um local emblemático da ilha, sempre
com o seu grupo de Corvos-Marinhos a
apanhar sol. Pena que já não hajam Airos,
as alterações climáticas levaram-nos mais
para norte, já não fazem da Berlenga a sua
base de nidificação. Fica a história dos milhares de casais existentes nos anos 30, fica
também o símbolo para a reserva.
Regressamos a terra, o mar é agora um
espelho, só recortado pelas esteiras dos
barcos que retornam a Peniche, o farol e
a Nau dos Corvos cada vez mais próximos,
a calma tomou conta do barco, há quem
durma. É Morfeu que vem roubar os adoradores de Neptuno. Só acordam com a curva
mais apertada com que o skipper costuma
presentear os mergulhadores ao fim do dia,
ao entrar no porto....
Conduzo já de volta a Lisboa, mil e uma
imagens e sensações degladiam-se na
minha cabeça. Eu e a companheira revivemos todas as emoções, todas as experiências. Fantásticas as Berlengas, fantástico o
centro de mergulho, e afinal aqui tão perto.
O sol cai já sobre o Atlântico, toda a paisagem do Oeste se pinta de laranja, como
a Berlenga, a mágica Berlenga, onde nós já
só pensamos em voltar. ø
José Alberto
OUTDOOR Março_Abril 2012
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Em Família
 Atividade
rota do fresco
especial guimarães
14
Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR
Em Família
Atividade
Há uma história por contar, por refazer,
de forma inesperada, em monumentos recuados do nosso país: na Rota do Fresco
Especial Guimarães, convidamo-lo a ser o
protagonista da descoberta de património
românico e gótico da região vimaranense;
um património outrora preenchido de frescos quinhentistas e que circunstâncias inimagináveis alteraram por completo. Duvide
do que vê, do que visita e aprenda a reconhecer e utilizar as pistas de uma história
por contar.
A
proveitando não somente a circunstância especialíssima de Guimarães ser, este ano, uma Capital
Europeia da Cultura, mas também as
Festas únicas de Serzedelo e os seus
longos, cheios e coloridos tapetes de flores, propomos uma incursão minhota da Rota do Fresco, deixando, por uma vez, o nosso território de
eleição – o Alentejo.
A Rota do Fresco Especial Guimarães conta a
história, num programa de 4 dias, de um conjunto significativo de edifícios religiosos do período Românico ou no advento do Gótico que,
por circunstâncias diversas, viram as suas paredes, originalmente forradas de pintura mural a
fresco, despedidas deste seu manto colorido. O
que porpomos assim é uma verdadeira reconstituição da história original de há 500 anos atrás
mas, também, daquela que, entre os anos 30 e 70
do século XX, alterou por completo o panorama
visual e a imagem que ainda temos destes edícios, levando-nos a tomar a sua atual aparência
como um dado adquirido.
No primeiro dia do nosso programa, chegados
a Guimarães ao final da manhã, poisamos as
malas no nosso Hotel e vamos merecidamente
almoçar um belíssimo Bacalhau com broa, para
inaugurarmos a preceito… Fazemos a digestão a
pé, até à Igreja do Convento de S. Francisco onde
começamos esta história do património que "afinal não é o que aparentava ser"… No final da
tarde, liberdade total para desvendar o Centro
Histórico e as suas múltiplas lojas de artesanato,
gourmet, e outras coisas boas…À noite, espera-nos um Espectáculo Guimarães 2012 "Il Mestiere dele Armi"…e, por fim, descansamos…
No segundo dia, começamos cedo, com altares
amovíveis na Igreja de S. Salvador do Pinheiro
e, de lanterna em punho, descobrimos o que se
esconde lá por detrás…Continuamos no interior
OUTDOOR Março_Abril 2012
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Em Família
rural do concelho com a semi-perdida Igreja de
Santa Maria de Corvite e paredes repletas de
frescos quinhentistas; avançamos para a Igreja de S. Romão de Arões e refazemos a história
da intervenção neste edifício. Almoçamos já em
Fafe, e descansamos no regresso até Guimarães.
Ao início da tarde, agora sempre a pé, visitamos
o novecentista Paço dos Duques de Guimarães
e terminamos com uma "late visit" ao Museu
Alberto Sampaio e à sua absolutamente única
Sala dos Frescos. Ao cair da noite, subimos à Penha no Teleférico, vemos as vistas, respiramos
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
ar puríssimo, e jantamos repousadamente uns
filetes afamados.
Ao terceiro dia, incorremos noutros territórios
que não apenas vimaranenses e descobrimos
igrejas pintadas por completo no século XVI
mas com diferentes vicissitudes subsequentes:
Igreja de Santa Eulália do Mosteiro de Arnoso
(Vila Nova de Famalicão) e Igreja de S. Paio de
Midões (Barcelos) ocupam-nos a manhã. Almoçamos em Braga e seguimos para a sempre fechada (mas não para nós… ) Capela da Glória da
Sé. Terminamos com a belíssima e imponente
Em Família
Atividade
Igreja românica de Fonte da Arcada (Póvoa do
Lanhoso) com pinturas a cobrir todo uma capela-mor, vendo miraculosamente quer as que
ainda lá estão, quer as que já não estão lá…E,
em jeito de despedida, damos um pé de dança
tradicional com o Rancho Folclórico da Corredoura, em espaço aberto no largo do Santuário
de S. Torcato. A noite é ocupada com uns bem
leves rojões com papas de serrabulho.
Antes de partir, durante a manhã, andamos por
Serzedelo, onde há uma festa única que celebra
a dedicação, a partilha e a comunidade: assistimos à Festa das Cruzes e ao seu infindável tapete
de flores, terminando da melhor forma esta rota
de descoberta por um património desconhecido
pertença de todos nós. A visita à Igreja de Santa Cristina permite-nos juntar todas as peças do
puzzle da nossa história "Rota do Fresco Especial Guimarães". E por fim, um último almoço
minhoto com um perfeito cozido à portuguesa.
No final deste caminho, terá sido cada um dos
visitantes o verdadeiro reconstrutor da história
perdida dos frescos da região de Guimarães. ø
Catarina Valença
Rota do Fresco
ficha técnica
Datas: 3 a 6 de Maio de 2012 pela Festa das Cruzes de Serzedelo
Promotor: Rota do Fresco
Parceiros: Associação “A Muralha”,
Guimarães Turismo
Contactos: [email protected]
OUTDOOR Março_Abrill 2012
17
Em Família
 Aventura
Buggy off road
& Kartcross
U
m passeio que à partida parece ser
apenas indicado para os mais audazes e experientes, releva-se uma
grande surpresa para muitos.
A versatilidade das viaturas de 2 lugares permitem oferecer diferentes tours adequados a
diferentes grupos. No entanto, são as famílias
com crianças que esboçam os maiores sorrisos
18
Março_Abril 2012 OUTDOOR
ao experimentar!
Esta atividade é, sem dúvida, muito direcionada para este público. Quantas vezes ouvimos os
pais e encarregados de educação, a confessarem o quão difícil é encontrar o tempo e a atividade certa que divirta igualmente um adulto
e uma criança de forma segura, pedagógica e
em contato com a natureza e os seus elemen-
Em Família
Aventura
Localizado no Parque
Natural de Sintra
Cascais, a zona do Praia
do Guincho e da Serra de
Sintra está recheada de pontos de interesse e de distração
para todos. Desde os percursos sinuosos em terra e
seus variados obstáculos (...)
tos? Muitas! E, sem
dúvida, as famílias
procuram divertimento
sem dar cabo do orçamento.
de Sintra está recheada de pontos de interesse
e de distração para todos. Desde os percursos
sinuosos em terra e seus variados obstáculos,
às perspetivas sobre o Mar e a Serra de Sintra.
Pois bem, o local onde são realizadas estas
aventuras é reconhecidamente uma jóia da natureza. Localizado no Parque Natural de Sintra
Cascais, a zona da Praia do Guincho e da Serra
Nestes percursos, os mais pequenos, têm a já
rara oportunidade de ver formas tradicionais
de vida como o pastoreio ou a agricultura. Frequentemente irão cruzar-se com rebanhos de
OUTDOOR Março_Abril 2012
19
Em Família
ovelhas e cavalos montados por simpáticos cavaleiros que os cumprimentam à sua passagem.
Se tudo isto não fosse por si só suficiente, surge
a alegria de se sentarem numa divertida viatura, descapotável, rodas largas e conduzida pelo
pai ou mãe, numa mistura de sensações difíceis
de descrever.
A segurança dos participantes é uma óbvia
preocupação, e o facto de até ao dia de hoje não
ter sido contabilizado um único incidente, permite assegurar que pode divertir-se com toda a
20
Março_Abril 2012 OUTDOOR
segurança em família.
O material aconselhado para esta atividade
baseia-se na utilização de capacetes, óculos,
cinto de segurança e cadeirinha que permite
transportar crianças a partir dos 4 anos de idade. A caravana é acompanhada por guias, que
comandam o ritmo e fazem alusão a todos os
pontos de interesse parando sempre para a sessão de fotografias para mais tarde recordar e
partilhar no mural das redes sociais.
É sem dúvida um passeio em família a não perder. ø
Em Família
Aventura
ficha técnica
Dificuldade do Percurso: Baixa
Duração: Cerca de 1 hora - meio dia
Tipo de percurso: Circular
Sugestões: Roupa e calçado adequados à
aventura (poderá envolver lama e pó) protetor solar no verão ou agasalho no inverno.
Promotor: Guincho Adventours
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
21
Aventura
preparação de uma
viagem em autonomia
22
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Aventura
Preparação Viagem
Fotos: Ricardo Mendes
Ricardo Mendes e Filomena Gomes realizaram
no passado mês de dezembro uma expedição
em bicicleta à Patagónia. Após esta experiência,
Ricardo dá-nos alguns conselhos fundamentais
para preparar uma expedição em autonomia.
Preparação
a) Enquadrar o destino à nossa experiência
Os sonhos existem para serem concretizados e
são eles que nos deviam fazer sair da cama para
ir em busca daqueles destinos que muita gente
apenas vê no mapa-mundo de papel. Mas uma
viagem não se mede em distâncias nem em duração, mas sim na intensidade com que se vive e
nem é preciso ir para muito longe.
Tudo começou com pequenos passeios que foram evoluindo naturalmente, porque quando
se começa a pedalar com entusiasmo e perseverança, vive-se uma paixão capaz de nos levar
até ao fim do mundo. Foi assim que percebi que
quando temos uma bicicleta, estamos apenas a
duas rodas de distância de qualquer lugar.
Percorrer a estrada Pan Americana desde o
Alaska até Ushuaia pode demorar algum tempo a ser concretizado, especialmente porque os
seus 25000 quilómetros são uma das variáveis
a ter em conta dependendo dos dias de que dispomos.
b) Converter pedalada em energia positiva
Pedalar na Patagónia com alguns dias de férias
era a realidade à medida de alguém que tem um
sonho e o procura cumprir. No entanto, a Patagónia é um mundo à parte. Lá tudo é desafio que
exige muita experiência, audácia e capacidade
de adaptação. O outro desafio era conseguir mudanças positivas através do envolvimento que a
bicicleta promove junto das pessoas, dando um
sentido solidário a esta viagem.
Estas foram as premissas que nos fizeram escolher a Patagónia como destino e associar esta
nossa expedição à Operação Nariz Vermelho
OUTDOOR Março_Abril 2012
23
Aventura
para angariar 1€ por cada quilómetro através do
financiamento coletivo que a plataforma on-line
Crowdfunding proporcionou.
c) Entender a região
O mundo é muito diverso e fascinante e com
a televisão desligada é muito mais seguro. Em
todo o lado há pessoas dispostas a partilhar, a
ensinar e a confiar em alguém que conheceram
minutos antes.
Nesta latitude, as marcas humanas são pouco visíveis e a área dispersamente povoada conjuntamente com os famosos ventos e frios glaciares
são fatores a ter em conta quando se prepara
uma viagem em autonomia com mais de 2000
quilómetros pelas inóspitas regiões da Patagónia e Terra do Fogo, de forma sustentável e ecológica com o auxílio da bicicleta e do GPS.
Execução
a) Estruturar e planear o itinerário
Importa saber que é preciso muito pouco para
se viajar em bicicleta: não necessita de ser caro,
não obriga a ser um atleta e também não exige
cessar de trabalhar.
Quando temos limitação de tempo ou orçamento, aí sim o planeamento tem de ser mais rigo-
roso porque a bicicleta só nos leva ao destino
enquanto os pedais não pararem de girar. Ela
não tem paredes, nem portas nem janelas mas
se levarmos a tenda e o fogão podemos ainda
ir mais longe, porque há quem diga que quanto
mais gastas, menos viajas.
Quem organiza e planeia o seu destino já está
a viajar desde que começou a delinear o trajeto
recolhendo relatos, histórias e locais para alojamento. Depois só tem de o ajustar às suas preferências e ambições tendo a flexibilidade como
palavra-chave de um bom planeamento. Alguns
dias de descanso intercalados no meio do itinerário são sempre uma salvaguarda para situações não previstas, e não planear ocupar mais
do que 6 a 8horas do dia a pedalar.
(...)
foi o reviver
de varias emoções
e sensações, desta vez
num grupo diferente e
com objectivos distintos,
mas com um espírito de
coesão e de companheirismo excelentes
Durante a nossa viagem, vários episódios alheios
ao planeamento podiam ter comprometido o sucesso da mesma:
• Enquanto o vento e o rípio (quantidades bíblicas de pedras, areia e terra) das estradas nos
prendiam ao solo e por vezes nos fazia andar
a 4km/h, o isolamento e o frio obrigava-nos a
ir buscar conforto a longas distâncias do nosso
ponto inicial. O resultado foi diariamente mais
de 10h em cima do selim e o dobro das quilometragens conjeturadas.
• Quando o barco que faz a travessia do Lago
O´Higgins apenas o faz a um dia da semana e se
descobre que estamos a mais de 600 quilómetros, tudo tem de ser revisto e alterado.
• Depois de 3 dias na Terra do Fogo, no momento em que nos é revelado que a fronteira por
onde íamos passar estava destruída pela chuva
e que tínhamos de voltar para trás pelo mesmo
caminho, não bastava ter de sair dali. Era preciso tempo.
b) A condição física e psíquica
Ter bons hábitos desportivos é essencial para
uma boa resistência cardiovascular. Pedalar vá-
24
c) Organizar e escolher o equipamento
Quando viajamos com a “nossa casa às costas” é fundamental dispensar o luxo sobretudo
quando temos de transportar tudo na bicicleta.
Há material obrigatório e existe todo aquele que
tes de gama média. Convém sempre considerar
levar algum material sobressalente como extra
(desviador, raios, pneu e câmaras ar).
Na tenda e saco-cama devemos investir o melhor que podemos, esta pode ser a nossa casa
durante várias etapas da aventura e onde podemos ser mais independentes e poupar mais dinheiro.
Em suma, nos dias de hoje a variedade para escolher é quase infinita e não devemos pensar
que a escolha acertada passa pela melhor marca
ou pelo produto mais caro. Para isso, bastar estar
mais atento ao feedback de outros aventureiros
sobre aquilo que utilizam do que ao marketing.
O peso e volume são medidas que se devem manter no mínimo, sem nunca descurar o conforto e a
Como
regra de ouro,
devemos pensar na
nossa anterior aventura e
naquilo que levámos. Houve
algo que só usámos 2 ou 3 vezes? Então podemos prescindir
desse material.
Seguir uma check-list de
equipamento ajuda a não
dispersar e a não esquecer de nada.
temos de equacionar muito bem se nos vai fazer falta, porque na altura de encher os alforges,
aparece sempre mais uma justificação. Como
regra de ouro, devemos pensar na nossa anterior aventura e naquilo que levámos. Houve
algo que só usámos 2 ou 3 vezes? Então podemos prescindir desse material.
Seguir uma check-list de equipamento ajuda a
não dispersar e a não esquecer de nada. Quem tem
roupa para 2 dias, para todas as condições e para
qualquer parte do planeta, tem roupa para o tempo que decidir viajar. Importa que seja confortável,
prática e muito versátil, que não ocupe espaço e
se possível que pese pouco. As chamadas roupas
técnicas conseguem atingir todos estes patamares,
e usadas com sabedoria permitem muitas combinações que estão acima das questões estéticas.
Sobre a bicicleta e respetivos componentes, resta dizer que o peso não deve ser o principal fator
de escolha. A fiabilidade e robustez do material
estão na sua maioria presentes em componen-
segurança.
d) Transporte e acondicionamento
Existem inúmeras caixas estanques praticamente inquebráveis onde o material pode ser
transportado em segurança para todo o lado. O
problema reside quando o fim da nossa viagem é
diferente do ponto onde aterramos. Nesta situação
há que considerar as caixas de cartão para bicicleta que a maioria das companhias aéreas facilita ou
então pedir numa loja local. Em último recurso
embrulhar a bicicleta em pelicula aderente.
Em qualquer dos cenários há que minimizar as
partes salientes da bicicleta e retirar os pequenos componentes para evitar que sejam danificados (ex. desviador, discos) e onde por vezes é
difícil arranjar para substituir.
É comum haver um limite de peso para a bagagem do porão (25kg) e também é habitual
que caso haja várias ligações entre voos, a caixa nunca pese o mesmo nos vários check-in.
A grande ginástica aqui é saber o que colocar
OUTDOOR Março_Abril 2012
25
Aventura
Preparação Viagem
rios dias seguidos com alforges, as várias estações do ano a acontecer numa manhã ou tarde e
por vezes não se saber quando o dia vai acabar,
requerem também uma boa preparação psicológica porque nos é exigida uma determinação
mental para continuar.
A combinação destes dois fatores foi preponderante para suportar o que a natureza nos impôs,
fazendo-nos, por força das necessidades, encurtar o planeamento em 7dias relativamente ao
previsto.
Aventura
No caso
de viajarmos
em grupo, toda a
logística fica facilitada.
Nem todos precisam de
levar ferramenta ou pasta de
dentes, se distribuirmos o peso
e o material entre elementos,
no final a média é que vai
interessar para a companhia aérea.
nessa caixa e naquela que nos é permitida levar
como bagagem de mão e onde devemos esgotar o peso permitido entre os 8 e 10kg porque
qualquer quilo extra é extraordinariamente dispendioso. Por exemplo, os artigos higiénicos e
as barras energéticas podem bem chegar a um
quilo, mas se equacionarmos comprar esse material no destino, ainda nos sobra dinheiro.
Com a bicicleta, a caixa de cartão, os artigos
para cozinhar, tenda e pouco mais atingimos rapidamente a primeira fasquia do peso e por isso
resta-nos encaixar aquilo que decidimos dias
antes ser essencial para a nossa viagem. O nosso corpo pode funcionar como “cabide” e desta
forma carregar toda a roupa que conseguirmos
vestir.
No caso de viajarmos em grupo, toda a logística fica facilitada. Nem todos precisam de levar
ferramenta ou pasta de dentes, se distribuirmos
o peso e o material entre elementos, no final a
média é que vai interessar para a companhia aérea.
Desde o dia em que planeamos para depois executamos algo, a única verdade que sabemos é
que um dia a viagem chegará ao fim. As poucas combinações da roupa de lycra vão acabar,
o saco-cama e a tenda vão ficar arrumados até
ao dia em que abrirmos uma porta para estarmos em casa, e quando acharmos que estamos
a ter uma vida normal e que estamos num local
26
Março_Abril 2012 OUTDOOR
de passagem, aí surge o desejo de voltar para
viver aquele pequeno mundo que é preparar a
próxima viagem.
Até lá, continuamos a pedalar e a acumular experiência. ø
Ricardo Mendes
A viagem teve o apoio de:
APP IPHONE
portugal by
Portugal By é a mais recente aplicação que nos mostra uma visão
sobre Portugal através de fotografias tiradas por grandes fotografos portugueses.
Pode descarregar gratuitamente:
www.itunes.apple.com
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
27
Aventura
BANCO DE ARGUIM,
PARAÍSO DESCONHECIDO
28
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Expo, escudo e Tejo são palavras repetidas aos visitantes para recordar as semanas bem passadas na Expo 98 de Lisboa, onde Barek integrou a delegação
da Mauritânia à Exposição Universal organizada pelos portugueses em 1998.
Barek é um dos cem habitantes de Agadir,
a povoação construída à sombra das ruínas
do forte de Arguim que já nada possui do esplendor de outrora e das
sucessivas ocupações de porBarek é um
tugueses, holandeses, indos cem habitangleses, prussianos e franceses. Em pleno século
tes de Agadir, a povoaXXI, o cinquentenário
ção construída à sombra
pescador mantém aindas ruínas do forte de Arda algumas das tradições ancestrais dos
guim que já nada possui do
Imraguen. Entre a coesplendor de outrora e das
munidade de dois mil
sucessivas ocupações de
pescadores-recoletores
portugueses, holandeses,
que habita as nove povoações do Banco de Aringleses, prussianos
guim, a pesca ao tubarão
e franceses.
nas límpidas águas do Atlântico que banha as costas desérticas mauritanas é uma das tradições
que teoricamente faz já parte do passado.
Barek e os outros pescadores aprovaram a
interdição deste tipo de pesca em 2003, e
votaram a medida de proteção ambiental,
uma das muitas que vigora atualmente no
Parque Nacional do Banco de Arguim.
• O português António
«Este é um ecossistema de uma produtividade absolutamente extraordinária: tem as
maiores densidades de aves limícolas no
mundo, em maré baixa, ocupando extensas zonas de vaza e areia vasosa, e tem das
maiores densidades no mundo de peixes e
organismos marinhos que se alimentam
nessas mesmas zonas. São áreas de alimentação extremamente importantes, águas
calmas com muita disponibilidade alimentar; entram também aqui fêmeas da maior
parte das espécies para as posturas porque é
OUTDOOR Março_Abril 2012
29
Aventura
Banco de Arguim
• O pescador de tubarões
Barek, o primeiro pescador de tubarões de
Arguim, abre um sorriso rasgado quando percebe que somos portugueses. Num francês
macarrónico, saúda-nos efusivamente quando desembarcamos da Lancha na ilha onde
Portugal erigiu em meados do século XV a
primeira feitoria da costa ocidental africana.
Aventura
a única zona estuarina com estas características
entre o Mediterrâneo e a África tropical.»
O português António Araújo é atualmente um
dos mais profundos conhecedores desta região
costeira da Mauritânia. O ornitólogo é há 10
anos coordenador do programa da Fundação Internacional do Banco de Arguim. Fundada pelo
patrão do laboratório farmacêutico Hofmman-La Roche, a FIBA financia parcialmente a conservação da primeira área protegida de África,
classificada desde 1989 como património natural da humanidade pela UNESCO. O PNBA foi
criado em 1976, ocupa um terço da costa mauritana e espraia-se por 12 mil quilómetros quadrados, equivalentes à área do Baixo Alentejo.
• A capital das Limícolas
No Banco de Arguim, a ilha de Ner ou Nair é
justamente considerada pelos ornitólogos como
a capital mundial das aves limícolas - do latim
limus, que vivem no limo, lodo ou lama. Muitas
destas aves da Europa, Sibéria e Gronelândia
são conhecidas pelas migrações de milhares de
quilómetros, em alguns casos desde o Ártico até
às paragens austrais.
Alfaiates e pernilongos, ostraceiros, abibes, tarambolas, maçaricos, pilritos, mas também pelicanos e flamingos são facilmente avistados em
numerosos bandos nesta estreita faixa de areia,
assim como nas ilhas de Niroumi, Kijji e Arguim.
«Este é um dos sítios do mundo onde existe a
maior concentração de espécies limícolas do
planeta. Dois milhões destas aves migratórias
que frequentam lagunas e estuários passam o
inverno no Banco de Arguim. Só aqui na ilha
de Ner, temos um dormitório que, na maré alta
tem 500 mil aves, o dobro do que alberga todo o
estuário do Tejo, - e o estuário do Tejo está entre os 10 estuários mais importantes da Europa
para invernada de limícolas!» – explica António
Araújo, que enquadra regularmente as missões
internacionais de ornitólogos que se deslocam
à Mauritânia para estudar as migrações destas
aves.
«Este é um
dos sítios do
mundo onde existe
a maior concentração de espécies
limícolas do planeta.”
30
Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR
Aventura
Banco de Arguim
• Os Imraguen
Longe da observação das aves, nas nove aldeias
do Parque, os imperativos ambientais estão relacionados com o respeito e conservação dos ricos recursos pesqueiros.
Na costa onde o deserto encontra o mar, os
Imraguen - aqueles que escolhem a vida -, mantêm técnicas de pesca encontradas pelos portugueses em Arguim em meados do século XV. A
pesca é apenas permitida à linha, e com motores proibidos, é à vela que navegam as Lanchas,
as velhas embarcações reconvertidas dos pescadores das Canárias que frequentaram a região
até ao século passado.
Ao largo de Arkeiss, Samba pratica ainda a pesca de cerco, e a técnica documentada pela equipa de Costeau na década de 70. Atualmente, e
sem a ajuda de golfinhos, Samba orienta os 2
ajudantes que, num baixio, vão batendo com
um pau na água e “orientando” os peixes para
a rede vertical estendida ao largo da Lancha. A
captura é de apenas alguns peixes, mas dá para
o jantar desse dia…
• As mulheres Imraguen
Em Rgueiba, uma das aldeias mais ativas do
Parque, as mulheres recebem em festa os raros
estrangeiros que por aqui passam…
Apesar da batucada que anima a manhã, as mulheres de Rgueiba estão preocupadas com o desvio dos
homens para a pesca da corvina, e com a paragem
da embarcação destinada à captura da tainha e das
ovas, essenciais para a sobrevivência do projeto
que a FIBA montou na aldeia.
Entre as regras e as pressões ambientais num dos
países mais pobres de África, o PNBA tenta incentivar uma economia sustentável que passa também
por atrair turistas interessados na beleza natural da
região.
OUTDOOR Março_Abril 2012
31
Aventura
• O futuro
Para chegar ao Banco de Arguim a partir da capital mauritana Nouakchott, é preciso espírito
aventureiro para umas férias espartanas e uma
viatura 4x4 capaz de percorrer as pistas de areia
frequentadas à noite pelos coiotes e que desembocam nas aldeias do Banco de Arguim.
Em Techkott, Beni Hamdin , que foi pescador
da Companhia Portuguesa de pesca durante 4
anos, resolveu mudar de vida aos 50 anos, e inscreveu-se na formação de guia turístico.
Nas aulas, Beni e outras duas dezenas de alunos
e alunas aprendem francês, regras da conservação da Natureza e as peculiaridades de pelicanos, caranguejos violinistas, peixes do mangal
e outras espécies com habitat no Banco de Arguim.
Nas imediações, na escola de ensino básico o futuro começou já a ser trabalhado nas salas de
aula. Os alunos mantêm uma geminação com
uma escola francesa e trocam regularmente
correspondência sobre as preocupações quotidianas.
À pergunta de adulto «Que queres ser quando
fores grande?», Said responde: «Político!» E porquê? «Para não ser pescador, e poder melhorar
a minha vida e da minha família!» - responde
o miúdo de 10 anos, habitante do Banco de Arguim, onde a sobrevivência tradicional tem ainda origem no mar e na riqueza proporcionada
por um dos maiores parques marinhos do mundo. ø
Aurélio Faria
32
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Aventura
Ainda vai a tempo de participar, inspire-se!
Triatlo Internacional
de Lisboa
A
prova de Lisboa é única no mundo
do triatlo e em particular, na distância “Half Ironman”.
Além de se desenrolar num local
único, a altura do ano é ideal para
começar a temporada e preparar provas e desafios mais longos.
clismo e quatro na corrida, fazendo com que os
participantes passem pelos familiares, público e
amigos 10 vezes, criando assim diversas oportunidades para excelentes fotos e palavras de incentivo, ao mesmo tempo que o evento se transforma num espetáculo constante durante toda a
competição.
A temperatura média nos últimos seis anos tem
sido de 26 graus exterior e 19 graus na água,
Doca dos Olivais (Lago Artificial do Oceanário).
Outro ponto forte do Triatlo de Lisboa é a altimetria do percurso, quase totalmente plano, fazendo com que a prova seja muito rápida, pode
esperar bater aqui o seu recorde pessoal!
Em 2012 a organização lançou novos compromissos e desafios.
O percurso é num formato em circuito fechado
único nesta distância e 100% fechado ao trânsito. Na natação são duas voltas, quatro no ci-
Os atletas podem assim ajudar o ambiente e
transmitir ao público uma imagem adequada da
modalidade, atirando o seu lixo para os vários
34
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Responsabilidade ambiental
A organização procura minimizar o impacto associado ao evento, criando para isso o TARGET
PRACTICE.
Avemtura
Lisboa Triathlon
pontos do percurso sinalizado com TARGET
PRACTICE.
Operação Nariz Vermelho.
Você ou a sua equipa têm até ao fim da prova de
Sábado para entregar na feira do evento, diretamente à instituição, o valor angariado. A todas
as doações é entregue um recibo ao abrigo da
Lei do Mecenato no valor doado.
O vencedor (s) será anunciado na cerimónia de entrega de prémios no
Casino Lisboa onde receberá o
Este prémio
prémio surpresa.
será entregue à
OU AINDA
Compre um “nariz
pessoa ou equipa que
Vermelho” e demonstre o seu
conseguir angariar
apoio usando o nariz quando
os atletas que vão competir
mais fundos para a
pela instituição chegarem à
Operação Nariz
meta.
Se vier assistir ao evento contribua, não passando simplesmente por algum objeto que encontre no chão, mas antes praticado a sua pontaria
nos muitos alvos que vamos dispor para
o efeito.
Responsabilidade social
Temos o prazer de anunciar a
parceria com a Operação Nariz Vermelho para alcançar o
compromisso a que nos propomos.
Como Envolver-se
Ao inscrever-se na corrida comprometa-se também angariar fundos para esta causa!
Vermelho.
Envolva os seus amigos nesta missão, use as redes sociais, mobilize os amigos e família e participe na competição do “Prémio Doutor Palhaço”.
Este prémio será entregue à pessoa ou equipa
que conseguir angariar mais fundos para a
Como Nós Vamos Ajudar
O Lisboa Triathlon criou o RELAY
DIVISION CELEBRITY CHALLENGE
com o objetivo de angariar fundos para a Nariz
Vermelho.
Esta é uma divisão onde as celebridades convidadas irão participar na prova, mas em formato
de estafeta, ou seja, cada equipa de celebridades
OUTDOOR Março_Abril 2012
35
Aventura
é composta por três elementos, um faz o percurso da natação, o outro faz o percurso do ciclismo
e o terceiro fará o percurso da corrida.
O valor correspondente à inscrição nesta divisão (300€ p/equipa - a suportar pelo evento) será
entregue inteiramente à Operação Nariz Vermelho, no dia da prova, na festa de encerramento
que se segue no Casino Lisboa (programa no
site).
inscrição, caso deseje, escolha a opção CEO DIVISION.
No ato da inscrição deve indicar o nome da sua
empresa e o seu cargo. Os participantes serão
premiados com troféus do 1º ao 3º lugar. Todos
os que terminarem a prova, recebem, como
qualquer participante, uma medalha de finisher
desde que terminem a prova dentro do tempo
limite.
Em 2012, foram criadas novas divisões para facilitar a todos a primeira experiência na modalidade através da participação nesta prova. As
grandes novidades são a aposta no setor empresarial, com a criação das seguintes divisões:
Corporate Challenge Lisboa Triathlon
Ponha a sua empresa no pódio!
O CORPORATE CHALLENGE é uma divisão
“especial” dedicada às empresas dentro do Lisboa International Triathlon.
CEO Division Lisboa Triathlon
O CEO DIVISION é uma divisão “especial” de- Esta divisão está apenas aberta na categoria de
dicada a CEO’S, CFO’S, donos de empresas,
estafetas e tem as mesmas regras desta,
Diretores Gerais e outros altos cargos
por isso, quando efetuar a sua inscrique desejem participar numa divição, caso deseje, escolha a opção
O
são própria.
CORPORATE CHALLENGE.
Esta divisão tem o mesmo valor
e regras da divisão individual,
por isso, quando efetuar a sua
36
CORPORATE CHALLENGE
é uma divisão “especial” dedicada às
empresas dentro do
Lisboa International Triathlon.
Março_Abril 2012 OUTDOOR
No ato da inscrição deve indicar a empresa que irá representar na prova e que irá com-
Avemtura
Lisboa Triathlon
petir pelo Corporate Challenge Awards.
Ainda vai a tempo de participar, quer na divisão
individual, nas várias opções, quer nas divisões
de estafetas. As estafetas podem ter um número
máximo de três elementos, um por segmento,
e um número mínimo de dois elementos, neste
caso, um dos participantes teria que completar
dois segmentos.
Para mais informações consulte o site da prova,
www.lisboatriathlon.com
Junte dois amigos e participe!!
You know you can!! ø
APP
trail
Trail é uma aplicação gratuita baseada
num mapa GPS em que pela primeira
vez vai permitir gravar, exportar, e importar trails diretamente para o seu iPhone! Com esta aplicação pode preparar
e planear as suas aventuras ao ar livre.
Toda a informação irá estar disponível no
seu smartphone.
Preço: $3.99
Para fazer o download da aplicação basta
aceder a www.itunes.apple.com
OUTDOOR Março_Abril 2012
37
Entrevista
 Bruno Pais
triatlo... uma paixão!
38
Março_Abril 2012 OUTDOOR
!
por Isa Helena
Outdoor: sabemos que desde novo, o seu
meio de transporte era a bicicleta… Foi
desta forma que surgiu a paixão pelo desporto?
Bruno Pais: A paixão foi aos poucos, as voltas
de bicicleta com os amigos e mais tarde a entrar
em provas de BTT…
Em que modalidade se iniciou
Só fui para a Alna competição? Que idade
deia Olímpica depois
tinha?
Iniciei-me no BTT, em que
da minha competição e
aí é que me apercebi mais cheguei a competir em provas da Taça de Portugal de
da grandeza que é estar
XC e Campeonato Nacional.
numa competição destas.
Tinha os meus 14 anos.
É muito bom depois de 4
Depois do Ciclismo, pasanos de luta pela presou para competições de
sença. (...)”
Duatlo. Como foi a transição para o Triatlo?
Comecei a nadar num estágio da Seleção Nacional (em que fui como Triatleta) e
depois a ir nadar 3x por semana para a Covilhã
(porque no Fundão ainda não havia piscina).
Foi assim que comecei a competir no triatlo.
Qual foi, para si, a maior dificuldade que
encontrou no Triatlo?
Foi mesmo a natação, já que só nadava no verão
e era muito pouco (antes de ir para o Duatlo).
Enquanto triatleta, quais as características que mais valoriza numa bicicleta?
Bem, eu valorizo toda a bicicleta, mas o quadro,
grupo e rodas é o mais importante de todos…
A sua carreira é recheada de sucessos
… para si, qual foi o ponto alto da carreira?
Foi a ida aos Jogos Olímpicos, mas também o
4ºlugar na Taça do Mundo em Madrid em que
estavam todos os melhores Triatletas do Mundo.
Consegue descrever-nos a sensação de
estar presente nos Jogos Olímpicos?
Eu já estava habituado a competir com os atletas
que competiram nos Jogos Olímpicos, e eu quis
OUTDOOR Março_Abril 2012
39
Entrevista
Bruno Pais
Bruno Pais dispensa apresentações! O Triatleta
português esteve à conversa com a Outdoor e
contou-nos a sua história… Um exemplo para os
já muitos fãs da modalidade no nosso País!
Entrevista
pensar que era mais uma competição de Taça do
Mundo. Penso que é mais stressante a qualificação para os Jogos Olímpicos.
Só fui para a Aldeia Olímpica depois da minha
competição e aí é que me apercebi mais da
grandeza que é estar numa competição destas.
É muito bom depois de 4 anos de luta pela presença.
Como é o dia a dia de um triatleta?
O meu dia é de 2 a 4 treinos diários.
Começa por volta das 7h30 e acaba por volta das
19h ou 20h. Onde inclui os treinos, descanso e
refeições (Costumo dizer que 1dia devia ter mais
de 24h). Treino natação todos os dias, menos ao
Domingo, e há dias que é Bidiário. Ando de bicicleta 4 a 5x por semana e corrida praticamente
todos os dias. Ginásio 2 vezes por semana.
Na altura de provas,como é feita a preparação?
Os treinos baixam o volume e sobe a intensidade, começo andar mais rápido para habituar o
corpo andar a velocidades de prova.
Treino menos horas.
A modalidade acarreta muito esforço e
treinos intensivos…a utilização de roupa
de compressão tem impacto na recuperação das provas?
Sim, claro. É muito importante recuperar após
os treinos e competições, para estar o melhor
possível para o treino ou competição seguinte.
Para este ano, quais são os seus objetivos?
O objetivo é a qualificação para os Jogos Olímpicos... O principal objetivo são mesmo os J.O.
O Triatlo é uma modalidade em expansão
no nosso país, adquirindo cada vez mais
adeptos. Tem alguma sugestão para os
jovens que se pretendem iniciar na modalidade?
Se quiserem começar a praticar, procurem na
vossa zona um clube em que tenha Triatlo, assim vão ser muito melhor acompanhados e terão todos os apoios necessários para a prática da
modalidade. Se não houver nenhum clube, contactem a Federação de Triatlo que encontram a
solução. ø
Saiba mais sobre Bruno Pais em:
www.brunopais.net
semana tipo de treino
de bruno pais
NATAÇÃO
Sessões - 6
Horas/Km - 8h/35 Km
Locais - Estádio Nacional, Jamor
CICLISMO
Sessões - 4
Horas/Km - 7h/250 Km
Locais - Cascais, Sintra, Monsanto
CORRIDA
Sessões - 6
Horas/Km - 7h/70 Km
Locais - Estádio Nacional, Jamor
Momentos altos da carreira:
Entrevista
Bruno Pais
- 17º NOS JOGOS OLÍMPICOS DE BEIJING
2008
- CAMPEÃO DA EUROPA DE TRIATLO OLÍMPICO SUB-23 (Tiszouvarus, Hungria 2004)
- MEDALHADO NUMA TAÇA DO MUNDO DE
TRIATLO (Corner Book 2005; Aqaba 2006;
Huatulco 2011)
- HEXACAMPEÃO NACIONAL ABSOLUTO
DE TRIATLO OLÍMPICO (2004 a 2009)
- CAMPEÃO NACIONAL DE TRIATLO LONGO ABSOLUTO (2009)
- CAMPEÃO NACIONAL DE DUATLO (2009)
OUTDOOR Março_Abril 2012
41
Por Terra
 Indoor
PREPARAÇÃO
Indoor para
Triatlo
Por Cláudio Silva
Coordenador de treino personalizado
Aquafitness Clube Tejo
T
riatlo é uma palavra grega que
designa 3 modalidades desportivas praticadas sem interrupção.
Atualmente esta palavra está intimamente
ligada às modalidades de natação, ciclismo
e corrida.
O triatlo moderno surgiu na década de 1970
no San Diego Trek Club, nos EUA e popularizou-se ainda mais através da mítica prova
Ironman.
A modalidade torna-se olímpica a partir de
2000, em Sidney, e regulamentada pela ITU
( international Triathlon Association ), fundada em 1989.
1
Elevação dos joelhos com TRX- Ajuda na corrida e no ciclismo3 semana 3x 20 repetições
Treinar triatlo exige, tempo, dedicação, esforço, amor e muito, muito empenho.
São 3 modalidades e normalmente 2 treinos
por dia durante a semana e 3 ao sábado. São
longas horas em cima da bicicleta, dentro
de água e a correr. Se há disponibilidade,
vontade ou curiosidade, vale mesmo a pena
experimentar.
Mas nem só de treino específico deverá
viver um triatleta, neste sentido, o treino
complementar de ginásio é fundamental.
TRX, Kettlebell, TRX RIP, bolas suíças, pesos, alongamentos, como pilates e yoga, deverá fazer parte da rotina de treino de um
triatleta. ø
www.aquafitness.pt
2
Agachamentos em Knesis.
3 x semana 3x 25 repetiçõess
42
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Por Terra
Indoor
3
Trabalho peitoral com halteres.
3X Semana 3 séries de 15 repetições
Corrida na passadeira 4 x semana 1h
por dia
4
Pracha lateral com TRX. 3X semana
Agradecimento: Professor Bruno Brito e modelo Pedro Lourenço.
6
5
Trabalho para membros superiores e trabalho de força e resistencia muscular.
3xsemana 3 series 15 repetições
Por terra
pico | açores | Portugal
 Crónica
E
u e os meus amigos encontrávamo-nos no arquipélago dos Açores, na
famosa ilha do Pico. Ao quarto dia
de estada surgiu a tão esperada “janela” de tempo para podermos fazer
em segurança a ascensão, a dormida na cratera e a descida na manhã seguinte. “Hoje podem
subir a qualquer hora. Está previsto o tempo
piorar, mas é só a partir das 13h00 de amanhã.”
Afirmou o responsável de serviço na Casa da
Montanha. Com uma declaração tão categórica,
vinda de um homem com um rosto tão firme e
decidido, ficámos convencidos. Regressámos à
vila, fizemos umas compras rápidas de víveres
para complementar os mantimentos que tínhamos e voltámos ao apartamento para preparar
as mochilas.
44
Março_Abril 2012 OUTDOOR
A Casa da Montanha é um edifício moderno,
bem integrado na envolvente natural da ilha. Inclui uma receção aos visitantes e aos caminheiros, uma sala com painéis explicativos da evolução geológica da ilha e a lista das boas práticas
a ter no Parque, uma cafetaria, um espaço com
cacifos e no piso inferior uma sala polivalente e
instalações sanitárias. A melhor parte do edifício quando se inicia a ascensão é o lanço de escadas que nos transporta do “mundo civilizado”,
rasga a terra num golpe a direito e nos envia
para o mundo de pedra e de vegetação rasteira
da montanha.
Só dois do grupo iam fazer a ascensão. A subida principiou suave, por um trilho de terra
preta bem delineado. Flores pequeninas acom-
Respirei fundo e voltei a subir com energia redobrada. Os postes numerados estavam agora
mais próximos uns dos outros. O trilho de terra
preta tinha desaparecido e dado lugar a um caminho rochoso menos visível, mas ainda assim
fácil de seguir. A inclinação tornou-se maior, a
tarde foi-se adiantando, um casal estrangeiro
ultrapassou-nos com passadas de pernas de girafa (porque é que tenho de ter um metro e sessenta de altura!), mas a vida continuava simples
e eu permanecia feliz apesar da vicissitude das
minhas pernas curtas.
Pouco depois do poste número trinta e seis
levantou-se nevoeiro. Nada sério, mas é
preciso estar vigilante em ambientes de
montanha, pois o nevoeiro aparece sem
pré-aviso e pode provocar acidentes
graves. Nesta fase da ascensão os postes estavam mais perto uns dos outros.
Além do mais, a inclinação era bastante
acentuada, o que indicava que deveríamos encontrar-nos perto da parede exterior da cratera. Calculei que não demoraria
muito mais tempo a chegar ao poste quarenta e
cinco, ainda a tempo de montar a tenda antes do
nevoeiro fechar por completo.
Só dois do
grupo iam fazer
a ascensão. A subida principiou suave,
por um trilho de
terra preta bem
delineado.
panhavam o caminho. O Sol
estava no auge, a temperatura
estava morna, o objetivo era muito
claro, enfim, a vida era simples e eu sentia-me
feliz. Caminhava devagar, sem pressas, observando a paisagem e olhando para trás uma vez
por outra, na tentativa de avistar as outras ilhas
do grupo central do arquipélago. Lá em baixo,
a Casa da Montanha tornava-se demasiado pequena para ser apreciada. No entanto, os carros
estacionados sem coerência à sua direita eram o
espinho encravado na integração do projeto arquitetónico, pelos menos daquela vista superior.
Deveriam ter encontrado uma melhor solução
para o estacionamento.
Em frente, o Atlântico em todo o seu esplendor.
Assim aconteceu. Chegados ao topo da parede
da cratera a vista era bonita, mas limitada. Uma
taça enorme de rocha negra informe prolongava-se sob os nossos olhos. A meia distância, o
Piquinho envolto em nevoeiro do topo à base. Ao
fundo, a continuação da cratera só imaginada,
escondida pela neblina que aqui era muito mais
cerrada que na encosta.
Principiámos a descida da parede interior da
cratera, abandonando o poste quarenta e cinco.
Havia um pequeno trilho que seguia para a esOUTDOOR Março_Abril 2012
45
Por terra
Ascensão ao Pico
Fotos: Susana Muchacho
Entre o mar e o céu, uma névoa encobria a linha
do horizonte. Voltei-me para a frente e continuei
a subir. “Não têm como se enganar; é sempre a
subir e é só seguir os postes numerados.” Outra
declaração peremptória do mesmo funcionário,
na parte da manhã. Segundo ele, existiam quarenta e cinco postes de madeira, pintados com
tinta fluorescente, até ao topo da cratera. A certa
altura, voltei a virar-me para o mar em busca
das outras ilhas e sobressaltei-me. Estava literalmente nas nuvens! Aos meus pés estendia-se
um manto de nuvens brancas e fofas até ao infinito. O edredão mais leve e suave do mundo
inteiro, só para mim. Que vertigem. As nuvens
cobriam as outras ilhas, é verdade, não sendo
possível apreciá-las ali de cima, mas aquela visão quase aeronáutica era maravilhosa.
Por terra
querda onde se via um breve clarão vermelho.
Era o Sol que descia para o mar, espetáculo que
fazia parte dos nossos objetivos do dia, mas que
teve de ser adiado para nova oportunidade. Vi
outro clarão vermelho, mais pequeno e trémulo
e uma mancha cor de vinho naquela taça gigante de rocha negra. Dirigimo-nos para lá.
A mancha cor de vinho era a tenda do casal estrangeiro. Após uma breve troca de palavras,
descobrimos que eram o Stefan e a Miriam, um
alemão, outro austríaco, não percebemos qual
era qual. Seguimos pelo meio das pedras, até ao
foco de luz trémula. Uma fogueira de lenha ardia confortável e calorosamente no seio de um
grupo de cinco portugueses que bebiam cervejas minis. Voltámos a dar dois dedos de conversa, alargando os temas corriqueiros não tanto
por simpatia, mas para aproveitar aquele calor
que nos aquecia os corpos suados do esforço físico e gelados do frio do nevoeiro. Além do mais,
estava boquiaberta com a dupla infração cometida naquele Parque Natural: primeira infração:
fazer lume; segunda infração: usar embalagens
de vidro. Resignámo-nos em abdicar do calor
proibido e fomos montar a tenda.
Enquanto comíamos as sanduíches de alface e
tomate e os sumos que tínhamos para o jantar,
ouvíamos as risotas e as conversas dos Cinco
à roda da fogueira. Na nossa tenda o ambiente podia ser menos alegre, ou pelo menos não
tão efusivo, mas pulsava da energia, da emoção
mais básica ao Ser Humano: sonhar, querer,
acreditar, conseguir. Como explicar?
A vida é simples nas caminhadas. Como na vida,
na caminhada temos de traçar objetivos. Iniciei-me com objetivos do tipo “hoje vou andar
10km”. Agora estava a subir ao ponto mais alto
de Portugal. É fácil nesta área aumentar a dificuldade dos objetivos e ter sucesso. É natural
que encontremos obstáculos: subidas íngremes,
descidas escorregadias, ribeiros, encostas rochosas, os elementos agrestes, uma árvore caída que tapa o caminho. Dependemos apenas da
nossa coragem, da nossa persistência, da nossa
resistência física e mental e dos nossos conhecimentos e técnica para transformar esses obstáculos em desafios conquistados. O que não controlamos é a meteorologia e a vida selvagem; só
nos podemos prevenir delas. Nesta equação não
há terceiros a desequilibrar o esquema.
A partir daqui, da compreensão, da aceitação
e da vivência plena destas premissas, o mundo
torna-se um local mais aprazível, onde tudo parece ser mais puro e despretensioso. Prestamos
atenção a pequenas coisas, como a uma flor que
46
Março_Abril 2012 OUTDOOR
ouvi dois tilintares. Desconfiei que se tivessem
soltado algumas espias da tenda. Sem coragem
para sair do saco cama e enfrentar a tempestade, enrosquei-me ainda mais, de olhos fechados,
parecendo um ouriço-cacheiro. Tentei ignorar
os elementos em fúria, culpando em silêncio o
funcionário da Casa da Montanha pela previsão
meteorológica errada.
No interior da tenda, montada na cratera do vul- Evitava a todo o custo a realidade, dizendo para
cão extinto da montanha do Pico, as sanduíches mim própria “Isto já passa; quando o Sol naspodiam não ser grande refeição, mas sabiam a cer, isto amaina”. Queria ficar ali dentro até o
vitória. Fomos persistentes, mas apesar de al- Sol nascer e afastar a tempestade com o seu cagumas dúvidas conseguimos conquistar os de- lor, no entanto, fui forçada a sair do saco cama
safios. Estávamos cansados, molhados e suados, e da tenda a cem à hora e ir descalça até onde
mas mais que felizes. Superámo-nos. A nossa não me vissem (e não me veriam mesmo que
mente estava límpida, os pensamentos eram estivesse a cinquenta centímetros de alguém) e
articulados com facilidade. Um trocar de olha- baixar as calças à pressa para urinar.
res bastava para nos entendermos. Um abraço
apertado era tudo o que conseguíamos
Voltei para a tenda, mas antes confirdizer, mas era tudo o que bastava.
mei que as espias tinham saltado.
Na
No interior da tenda sentei-me
montanha
Vestimos roupa seca, enfiámosobre o saco cama. Sentia-me
o vento tem outra
-nos nos sacos cama, proaliviada, mas tinha os pés
gramei o despertador para
encharcados, para não falar
dimensão. Percorre as
antes do nascer do Sol e
das nádegas que tinham essuperfícies com mais rispienroscámo-nos o melhor
tado à chuva. Tentei ouvir
dez, com mais sofreguidão.
possível para dormir. Tímovimentos nas tendas vinhamos perdido o pôr do
zinhas, mas sem sucesso.
Ao mesmo tempo, geme
Sol por razões fora do nosso
Lá fora a escuridão dava
desesperado como quem
controlo, mas não iríamos
lugar a um cinzento fantasprocura algo à presdesistir de tentar ver o semagórico que diluía formas e
gundo momento chave do asabsorvia sons. Depois de outra
sa, mas sem sutro rei.
tentativa infrutífera de ouvir mocesso.
vimentações nas duas tendas penA meio do negrume da noite acordei essei com algum desânimo que o nascer
tremunhada com safanões na tenda. “Mas o que do Sol seria outro espetáculo adiado. Suspirei.
é isto!? Um bando de rinocerontes está a atravessar a cratera do Pico?” Passados uns segun- Com parcimónia, vesti-me e iniciei a arrumação
dos reconheci os safanões típicos de rajadas de da mochila. O nevoeiro, o vento e a chuva trabavento. Espreitei o relógio: passavam pouco mais lhavam em conjunto para atrapalhar qualquer
de trinta minutos das três da manhã. “Mas que tipo de atividade humana na cratera. Farta de
raio… Então o não-sei-quantos não disse que esperar, resolvi ir ter à tenda dos portugueses.
havia uma “janela” até às 13h00? Que o mau Afinal estavam levantados e a bichanar. O ventempo só vinha hoje de tarde?” Tentei abstrair- to e a chuva não deixavam ouvi-los. Perguntei
-me dos safanões da tenda e enrosquei-me para se podíamos fazer a descida na sua companhia.
o outro lado, tapando a cabeça com o topo do Após uns breves olhares entre os Cinco, anuísaco cama.
ram. O casal germânico aproveitou a boleia e
também seguiria connosco.
Na montanha o vento tem outra dimensão. Percorre as superfícies com mais rispidez, com Voltei para a tenda a trote. Acabámos de arrumais sofreguidão. Ao mesmo tempo, geme de- mar as coisas e desfizemos a tenda o mais desesperado como quem procura algo à pressa, pressa que o vento nos deixava.
mas sem sucesso. Com frequência empurra,
arrasta, destrói nessa sua procura infrutífera. A pressa, o nevoeiro e duas rajadas mais fortes
O vento urrava sem parar, os safanões na tenda obrigaram-nos a ser menos ecologistas do que o
eram cada vez mais fortes e seguidos. Um de- normal. A tenda ia voando em direção ao Atlânles levantou parte do chão da tenda, após o qual tico, o que felizmente não aconteceu, mas um
OUTDOOR Março_Abril 2012
47
Por terra
Ascensão ao Pico
nasce entre as pedras; damos mais importância
a coisas que temos por garantidas, como um duche, uma cama ou uma refeição quente. Vivemos
em pleno os sentimentos e os acontecimentos
do dia a dia: chegámos ao “cume” de Portugal?
Dá cá um abraço, suado e malcheiroso sim, mas
emocionado; com a alma, com o coração, com
as tripas, com tudo. Conseguimos juntos!
Por terra
chapéu e três espias perderam-se na imensidão
parda daquela neblina cerradíssima.
São estas ocasiões de “dificuldades técnicas”
que me levam a pensar nas pessoas que teimam
em discutir solas Vibram®, películas Gore Tex®,
Os “hóspedes” da cratera juntaram-se
tecidos Cordura® e mais não sei quê duranperto do líder do grupo português e
te horas a fio enquanto caminham. Não
esperaram pela sua iniciativa. Hasei o que pretendem, mas acredito
O líder
via uma ténue claridade cinzenta,
que nem aproveitam a caminhatinha razão; o
mas muito densa, quase palpáda. É claro que toda esta evoluvel. Em fila indiana seguiam os
ção tecnológica é uma mais vainterior da cratera
Cinco, nós e o casal estrangeiro.
lia para quem faz da caminhada
protegera-nos da
Encostados à parede interior da
um modo de vida. No entanto,
verdadeira intensicratera, o líder português inforAmudsen não tinha botas com
mou para termos cuidado quansolas Vibram® nem casaco imperdade da tempesdo passássemos para o outro lado
meável com Gore Tex®, mas não
tade.
da parede, pois a tempestade estafoi isso que o impediu de chegar ao
ria mais forte. Aqui estávamos proPólo Sul. Eu tinha botas com pelícutegidos no interior da cratera. “Protegila Gore Tex®, mas naquele dia, nem com
dos?!” Pensei para os meus botões. Se aqui está Gore Tex® ou Renex, ou com Pirex® me iria sao vento que está, a chuva que está e o nevoeiro far. Cheguei à mesma à Casa da Montanha tão
que está e ele diz que do outro lado está pior, en- encharcada como todos os outros.
tão nem consigo imaginar. Num tempo inferior
a três minutos encontrei-me do outro lado da Só quem tem astigmatismo é que percebe a diparede e, melhor do que imaginar, experienciei ficuldade de ter as lentes dos óculos molhadas.
a tempestade.
A perceção das distâncias fica distorcida, não se
sabendo se aquela pedra está perto ou longe;
O líder tinha razão; o interior da cratera pro- ao alcance da amplitude da perna ou não. Em
tegera-nos da verdadeira intensidade da tem- consequência, para além do piso molhado e das
pestade. As rajadas de vento faziam-nos dese- rajadas de vento que desequilibravam, estava
quilibrar e a chuva fustigava-nos o rosto. Em sempre a colocar os pés em cima de pedras solconjunto com o nevoeiro, todos os elementos tas e a escorregar; ou então o “chão” era mais
jogavam contra nós. A descida principiou com baixo/alto do que eu percepcionava e tropeçava.
dificuldade, pois as rochas estavam molhadas e Passado pouco mais de uma hora neste ritmo,
escorregadias e todos se desequilibravam pelo estava exausta de tanto cair e levantar-me. Além
trilho abaixo. O líder dos Cinco imprimia mes- do mais começava a ficar ansiosa por ver que
mo assim uma velocidade ferina; os outros “hós- estava a atrasar as outras pessoas. Era imperiopedes”, melhor ou pior, seguiam-no em silêncio. so descer o mais depressa possível, pois aquela
Progressivamente o grupo foi alongando-se até tempestade não iria amainar tão cedo, pelo mese dividir em dois. Os Cinco à frente, autóctones nos àquelas altitudes.
experienciados na montanha, que conheciam o
trilho como a palma da mão; nós e o casal germânico atrás.
Desde que ultrapassei a parede da cratera, que
principiei com “dificuldades técnicas”. Esta “dificuldade técnica” prendia-se única e exclusivamente com os meus óculos graduados para a
miopia e o astigmatismo. Por um lado, a chuva
e o nevoeiro criavam gotas de água no lado de
fora das lentes. Por outro, o meu corpo gerava calor e este embaciava o lado de dentro das
lentes. Ora isto quer dizer que, não bastando o
nevoeiro cerrado, não via nada com os óculos
naquele estado. De início, tentei resolver a situação limpando as lentes com os dedos das mãos.
Só resultou duas vezes. No meio daquele temporal, foi num ápice que ficámos molhados até aos
ossos; mãos, pés, pernas, tronco, tudo! Todos os
materiais têm um limite.
48
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Em esforço e em stress, descia a montanha aos
tropeções, caindo e levantando-me ao ritmo das
batidas do coração. Os outros seguiam, olhando
para trás confirmando que eu os seguia. Passaram três grupos por nós, em direção ao cume.
Trocámos umas palavras rápidas, por cima do
vento, recomendando a descida imediata. Eram
perfeitos inconscientes tentarem subir! Metro
após metro fomos deixando a tempestade para
trás, até que atingimos a parte inferior da massa
de nuvens e conseguimos ver o mar e sentir o
calor nas faces enregeladas.
Nesta fase, a descida foi mais rápida, apesar
de todos estarmos cansados. O trilho era mais
“amigo do caminheiro”, em terra batida, de inclinação suave. Em breve avistámos o parque
de estacionamento e a cobertura da Casa da
Montanha. Já falávamos e riamos, gracejando
da tempestade na montanha. Saltitávamos pelo
trilho, tentando chegar mais depressa à Casa,
mas sem correr. Estávamos cansados, molhados
e esfomeados; não tivéramos tempo de tomar o
pequeno-almoço.
Descemos aquelas escadas com a mesma alegria que as subimos no dia anterior. Contudo, a
expetativa, a antecipação eram diferentes. Entrei na Casa. Consegui! Conseguimos ambos!
Mais um objetivo atingido! Mesmo sem Vibram®
e míope como uma toupeira, sou a pessoa mais
feliz do mundo! Fui corajosa e persistente e consegui. Vi mais caminheiros encharcados até aos
ossos. Caminheiros que tentaram a subida, mas
foram sensatos em a cancelar. Os Cinco lá estavam, sentados na cafetaria em amena cavaqueira. Cumprimentámo-nos. Familiares e amigos
que tinham vindo esperar caminheiros circulavam pouco à vontade. Não compreendiam as
emoções que sentíamos naquele momento. Os
rostos cansados, mas de olhos brilhantes e sorrisos de orelha a orelha.
Era uma energia coletiva, impossível de controlar, que pairava entre a cafetaria e a sala principal. Mochilas pelo chão com equipamento
espalhado, impermeáveis que eram sacudidos
da chuva, caminheiros que trocavam de roupa.
Tagarelices, saltinhos, risotas. Ouviam-se no ar
expressões do género “é pá, não dormi nada por
causa do vento”, “tu viste aquilo? A rajada quase
que me atirou ao chão!”. Mas não eram queixas,
eram gritos de vitória. Todas aquelas pessoas tinham atingido o seu objetivo, ultrapassando os
desafios, superando-se a si próprias.
Quando a excitação foi diminuindo, dirigimo-nos ao balcão da cafetaria e pedimos “uma coisa quente”. “Chá ou sopa?” Com a fome que tínhamos optámos pela sopa. Afinal de contas era
um copo de plástico com um pó que se mistura
em água a ferver e se transforma numa sopa
para beber. Nem hesitámos. Depois do que passámos, soube-nos ao melhor creme de legumes
gourmet. A vida é mesmo simples quando é uma
caminhada. ø
Susana Muchacho
Geosphera
OUTDOOR Março_Abril 2012
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Por terra
Ascensão ao Pico
E se eu tirasse os óculos? É uma pergunta legítima. Ora bem, se eu tirasse os óculos, o mundo
desaparecia por detrás de uma bruma impenetrável, mais densa do que a que protege os
gorilas de montanha no Congo ou a entrada
secreta para Avalon. O meu mundo sem óculos
corresponde a borrões de cores acinzentadas,
onde literalmente só vejo (focado) a um palmo
do nariz. Como tal, o nevoeiro da montanha era
menor do que o das minhas dioptrias.
Por Terra
bridge jumping
salto de 50m de altura
O
Brigde Jumping é certamente uma
das atividades outdoor
mais radicais realizadas no nosso país.
As emoções ficam ao rubro
e o salto de uma ponte com
cerca de 50 metros de altura, apenas com uma corda
especial e um arnês, provoca uma tremenda descarga
de adrenalina.
tensas e iniciam o movimento de pêndulo, passando-o para o outro lado da ponte... depois
só precisa de saltar. O participante fica
a balançar por baixo da ponte de um
lado para o outro, onde pode conatividade
trolar o movimento com o corpo.
A
é assegurada por
profissionais muito experientes. Como material
de segurança é indispensável o arnês integral
e as cordas…
Contrariamente ao Bungee
Jumping, onde a queda é totalmente livre e os elásticos fazem
tudo, aqui o participante pode intervir no desenvolvimento e criatividade do
seu salto.
Após uma ligeira queda vertical as cordas ficam
50
Março_Abril 2012 OUTDOOR
O salto pode ser efetuado de
diversas formas. Uns preferem
de costas para o vazio, com
queda de pé. Outros já se conseguem atirar de cabeça, estilo
mergulho para a piscina, sentindo a emoção ao máximo.
Esta experiência é realizada na Ponte Internacional de Melgaço (sobre o Rio
Minho).
A atividade é assegurada por profissionais muito
experientes. Como material de segurança é in-
Está na hora de equipar e estar numa ponte
a 50m de altura sobre o Rio Minho, com uma
paisagem excecional sobre a região do Alto Minho. É algo que não nos deixa indiferentes…
Mas aí está o segredo! Relaxe, sinta-se confiante
e sobretudo desfrute da sensação… É algo que
nunca vai esquecer!
Cerca de 25% das pessoas não saltam. É necessário deixar os receios de lado e saltar. Sim, porque vai ver e sentir que é o salto da sua vida… ø
O nervoso miudinho tenta apoderar-se de nós.
Nelson Silva
Rafting Atlântico
Testemunhos:
Sofia Raquel
Demais!!!! Fenomenal!!! Parabéns
Vladimiro Lemos
Foi sem dúvida um dia para relembrar… não foi
nada fácil suportar os medos e receios :)
Ana Serrano
É brutal! Adrenalina ao rubro! Fiz há uns anos
e é uma experiência espetacular e inesquecível
:) Adorei!!!
Luís Moutinho
Brutaaaaalll !!!
OUTDOOR Março_Abril 2012
51
Por Terra
Bridge Jumping
dispensável o arnês integral e as cordas…
Preparado?
Por Terra
 Relato
um dia na natureza
52
Setembro_Outubro2012
Janeiro_Fevereiro
2011OUTDOOR
OUTDOOR
Por Terra
Um dia na Natureza
Fotos: Helena Andrade
O
dia promete bom tempo. Para os lados do mar, chega uma brisa fresca
e salgada. Alguns participantes da
caminhada apressam-se nos últimos preparativos, outros conversam entre sorrisos de alegria. O Sol aquece as
dunas da praia do Guincho e o céu pinta-se de
azul. -Vamos ter bom tempo! - Sentencio para
tranquilizar o grupo.
Há vários anos que organizo passeios pedestres: curtos, longos, fáceis ou mesmo difíceis,
até interpretativos e temáticos, também noturnos e com multiactividades. Posso dizer que já
guiei centenas ou mesmo milhares de pessoas
na natureza, já lhes mostrei lugares onde só
chegamos a pé e que a imaginação nunca encontraria. Já percorri serras e florestas, montes
e vales, rios e lagoas. Mas encaro o próximo
passeio como o melhor que farei, como o mais
espetacular. Talvez seja esse o segredo,
mostrar o entusiasmo de quem faz
as coisas pela primeira vez.
O grupo que vai realizar a
Se a sorte provir
caminhada até ao Cabo
do trabalho, das boas
da Roca (um sobe e desce
ideias, da clarividência
vertiginoso de 15 quilómetros) formava um círpara perceber o potencial
culo de expectativa, todos
dos espaços naturais do
sabiam que iria ser um
nosso país, aceito o
desafio e que seriam os
protagonistas dos seus paselogio.
sos nas próximas horas. A
responsabilidade de guiar um
grupo numa caminhada na natureza é tremenda, ainda para mais
num troço como este. Observo os participantes.
Escuto as dúvidas. Aconselho nas dificuldades.
Olho o horizonte à procura de nuvens. Peso as
mochilas e fiscalizo as botas. Motivo os ansiosos.
Antecedo possíveis dificuldades e problemas.
- Que sorte que tens em fazer algo que realmente gostas. - Dizem-me os amigos ao longo
dos anos. Se a sorte provir do trabalho, das boas
ideias, da clarividência para perceber o potencial dos espaços naturais do nosso país, aceito
o elogio. Com efeito, o trabalho de um guia de
passeios pedestres é meticuloso, envolvendo
muito trabalho de campo e prospeção, estudo e
investigação e sobretudo ideias para sensibilizar
um público afastado da natureza, sedentário e
pouco consciencioso do potencial natural e patrimonial do nosso país. Felizmente a situação
atual mudou e cada vez encontramos mais pessoas a passear na natureza, no entanto, ainda
temos um longo caminho a percorrer.
OUTDOOR Março_Abril 2012
53
Por Terra
Medimos o
tempo, procuramos
um passado distante
para percebermos o presente. Risco com o bastão
esquemas e desenhos na
areia molhada para
facilitar uma explicação.
Uma paleta colorida de caminhantes move-se entre passos e vistas para o mar. O areal do
Guincho dança ao sabor do vento, caem as ondas em direção à costa, formam-se dunas douradas, a linha do horizonte alcança o infinito.
Paramos curiosos para observar a paisagem e
imaginamos antigos episódios geológicos. Medimos o tempo, procuramos um passado distante para perceber o presente. Risco com o bastão
esquemas e desenhos na areia molhada para
facilitar uma explicação. Tentamos captar a essência dos lugares, assimilar a sua génese. Praia
do Guincho. Serra de Sintra. Erosão. Sedimentação. Seguimos em fila por trilhos escavados na
rocha. O mar omnipresente. Cada vez mais lon54
Março_Abril 2012 OUTDOOR
acerca da riqueza que existe à nossa volta, muitas vezes, em meios naturais bem perto da nossa
casa.
A marcha continua sinuosa até ao extremo ociPortugal, apesar da sua escala, é constituído dental da parte continental da Europa. Sucepor paisagens de grande beleza, por histórias dem-se arribas de centenas de metros que por
e lendas riquíssimas e por uma biodiversidade trilhos estreitos virados para o mar propiciam
notável. Há lugares perdidos na bruma dos tem- vistas deslumbrantes para o azul do oceano. A
pos, cuja história interessa preservar, torná-la costa escarpada esconde enseadas de praias inapresente, pois só podemos preservar algo se o cessíveis. Ou melhor, inacessíveis para alguns,
conhecermos. Assim, dar a conhecer é uma das pois para este grupo o trilho ou o que resta dele,
leva-nos ao nível do mar, e até molhamos
funções do guia. Chegar a pé por trilhos
os pés, enquanto almoçamos.
antigos a uma aldeia abandonada
para os lados de Mafra que ainda
O sol está a pique e até os mais
mantém a traça da época. VisiA marcha contar um moinho ainda vivo na
habituados a estas aventuras
tinua sinuosa até
Serra da Arrábida ou concomeçam a dar sinais de
ao extremo ocidental
cansaço. – Agora não podetemplar as vistas desde as
mos voltar para trás, resruínas de um castro. Perda parte continental da
pondo a um comentário
correr uma estrada meEuropa. Sucedem-se arribas
de alguém que perguntou
dieval até alcançar um
de centenas de metros que
se ainda falta muito para
castelo ou uma ermida.
por trilhos estreitos virados
o final. Por vezes a queSão vivências que procuro
bra psicológica antecede a
transmitir com o intuito de
para o mar propiciam
física. Se soubermos gerir o
consciencializar as pessoas
vistas deslumbrantes
(...)
OUTDOOR Março_Abril 2012
55
Por Terra
Um dia na Natureza
ge estamos do ponto de partida e mais envoltos
em natureza. – Esta costa é lindíssima!-- Alguém
desabafa de felicidade. Sigo à frente do grupo e
sorrio a pensar no que ainda está para vir…
Por Terra
esforço físico, apreciar a paisagem e quebrar a banais, mas presenciadas diretamente no terreansiedade, chegamos mais longe do que pensa- no transformam-se em experiências únicas. Em
mos e alcançamos objetivos que nunca pensa- resumo, caso o guia consiga que o participante
ríamos conseguir. Quantas vezes me disseram
se sinta o protagonista das experiências vividas,
no final de uma atividade que nunca
consegue fidelizar a pessoa à atividade
imaginariam ter chegado ao fim e
de caminhar num meio natural.
percorrido todos os quilómetros
Ao longo destes
previstos. Com efeito, as coisas
Já vemos ao longe, para lá do
anos, são largos
só são impossíveis antes de as
fim de tarde, o recorte do Cabo
realizarmos.
da Roca. Paramos cada vez
os quilómetros percormais vezes para retemperar
ridos, os lugares visiO trabalho de guia num pasas forças, após cada subida
tados, as histórias conseio pedestre visa também
entre tojos e carrascos voltaa observação da natureza.
mos a descer entre alecrins e
tadas. Muito aprendi
Compreender o meio físico
rosmaninhos. Pelo caminho,
com a soma de
em redor e saber transmitir
visitamos um forte perdido nas
passos que dei.
em doses certas os seus segrearribas e que em tempos defendos aos participantes é a chave
deu a costa de piratas e invasores
para que se sintam em equilíbrio
inimigos. Escutamos o som do mar
com a envolvência. Os passeios pedesem silêncio e na imensidão da paisagem,
tres não teriam sentido se esse não fosse um seguimos rumo ao fim da Europa por trilhos
dos seus objetivos primordiais: aproximar os de pescadores riscados no vértice dos promonparticipantes à natureza através da identifica- tórios. A sensação de liberdade e de conquista
ção dos mesmos com valores e características pessoal está estampada no rosto de cada particidessa mesma natureza. Observar uma rapina a pante. A saudação final em jeito de abraço dado
voar em círculos, identificando uma rara águia- por alguns membros do grupo quase faz mini-de-Bonelli e surpreender uma raposa a caçar mizar o gesto incrédulo de tocar no obelisco do
ou contemplar um céu estrelado numa noite de Cabo da Roca como se duma meta de tratasse.
verão podem ser experiências aparentemente Todos chegaram bem e tenho a certeza que este
56
Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR
partilha e pela alegria. Estou grato aos momentos vividos mas mais ainda pelos que se seguirão. ø
Luís Dias
www.papaleguas.com
OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012
57
Por Terra
Um dia na Natureza
dia será inesquecível para os participantes. Agora sim descanso. Respiro.
Ao longo destes anos, são largos os quilómetros
percorridos, os lugares visitados, as histórias
contadas. Muito aprendi com a soma de passos
que dei. Agradeço a todos pela companhia, pela
Por Água
 Volta Ibérica por Nuno Pereira
Volta Ibérica, uma
expedição com início
marcado para 12 maio de
2012, tem como objetivo
fazer toda a costa da Península Ibérica em kayak
de mar. Nuno Pereira,
autor e coordenador do
projeto, revela-nos na
primeira pessoa como
irá ser esta aventura
e dá-nos a conhecer
alguns pormenores da
viagem.
Por Sofia Carvalho
58
Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR
Quantos membros vão participar na
Volta Ibérica?
No início, o meu objetivo era fazer toda a expedição a solo. Formei uma equipa para me apoiar
em toda a preparação do projeto. Passado algum
tempo, José António, um amigo de longa data
e também um dos membros da minha equipa,
sugeriu acompanhar-me. Nada melhor do que
uma companhia! Assim iremos os dois tentar
concretizar com sucesso esta aventura!
Quantos dias estimam que irá durar a
vossa expedição?
Numa expedição com esta dimensão não é fácil
ter uma uma ideia clara da sua duração. Fizemos um estudo que nos dá uma indicação de 87
etapas, a cumprir em 107 dias, e uma distância
que ronda os 3500km. Se conseguir concluir esta
previsão já me dou por muito contente, mas acima de tudo o objetivo é terminar a Volta Ibérica
independentemente do tempo que possa durar.
Como está a ser feita toda a preparação antes do início do projeto?
Estamos empenhados na angariação de patrocínios, sem eles seria impossível levar toda esta
aventura para a frente devido ao seu alto orçamento. Eu, pessoalmente, estou mais dedicado
aos treinos.
Nesta equipa somos 11 elementos, embora apenas 9 estejam representados no nosso site (os
outros dois preferem manter-se no anonimato),
dividimos tarefas e cada um tem cumprido a sua
parte como pode e da melhor maneira que sabe.
A todos eles quero aqui deixar os meus agradecimentos pelo seu empenho e dedicação e peço-lhes que continuem neste projeto pois eu preciso e vou continuar a contar com eles!
Quais são as maiores dificuldades que
prevêm no percurso?
O pior serão os dias em que o mar se altera de
repente e nós estamos lá. Embora sigamos sempre as previsões, elas por vezes falham. Depois
teremos de passar em locais que poderão ser
muito difíceis de navegar, como por exemplo
dobrar os cabos e, a norte da península, a zona
do golfo da biscaia, muito fustigada pelo vento e
OUTDOOR Março_Abril 2012
59
Por Água
Volta Ibérica
Outdoor: Como surgiu este projeto?
nuno pereira: Comecei a ser praticante de
kayak de mar em 2008, e ao longo deste tempo
tenho feito várias expedições. De cada vez que
consigo superar um desafio, proponho-me logo
enfrentar outro, subindo sempre a fasquia quer
na duração, quer na exigência, e assim cheguei
a este projeto!
Por Água
mar de norte.
Já alguma vez tinham feito alguma expedição como esta?
Já tinha feito um projeto de grandes dimensões,
a par com Rui Calado - a volta a portugal. Foi
um projeto que durou 26 dias, com 21 etapas e
cerca de 850km.
Foi uma aventura que adorei, mas esta é bem
maior, onde as dificuldades serão imensas mas
eu não quero deixar de tentar, e com muita sorte
à mistura espero conseguir!
derão também seguir a nossa localização em
direto, via satélite, numa das páginas do site
www.voltaiberica.com/p/spot-online.html.
Qual o feedback que tem recebido?
Excelente. Temos recebido muitas frases e e-mails de apoio, de mais de 20 países em todo o
mundo, em especial das Canárias e do México,
o que nos deixa muito felizes.
Como tem sido o apoio que têm recebido
para o projeto?
Tem sido muito bom. Os nossos patrocinadores
têm sido muito generosos, mas ainda assim continuamos muito abaixo do orçamento necessário para toda a expedição.
Vamos continuar a trabalhar para que se consiga tudo o que for preciso para a concretização
com sucesso desta aventura.
Durante a expedição “Volta Ibérica” terão algum apoio em terra?
Apoio propiamente dito não, mas ao longo de
toda esta aventura seremos muitas vezes visitados por familiares, amigos e até mesmo muitos
seguidores, que nos acabam por trazer alimentos e água.
Ao longo da viagem também vamos passando
por várias localidades e fazendo novos conhecimentos, onde acabará sempre por surgir algum
apoio.
Existe alguma forma de se poder acompanhar esta vossa aventura?
Temos o nosso site www.voltaiberica.com, onde
iremos ter reportagens diárias sobre as etapas, com videos, fotos e o nosso dia a dia. Po-
Qual o material indispensável que poderão levar no vosso kayak?
Essencialmente equipamento de segurança,
para que em alguma emergência estejamos bem
equipados. Depois para além de todo o vestuá-
60
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Como foi pensada a distribuição das
etapas?
Para todo o mediterrâneo e costa sul de Portugal
foram pensadas etapas com uma média entre os
40km a 50km diários. Depois, já na nossa costa
atlântica, fazemos a ligação de porto a porto, por
uma questão de maior segurança.
Por essa mesma razão poderemos ter de fazer
etapas que chegarão aos 70km. Quase dois meses e meio depois de começar, já a norte de Espanha, no golfo da biscaia reduzimos as distâncias para uma media de 35 km diários, devido
não só ao nosso possível cansaço mas também
por ser uma zona de maior dificuldade de navegação.
Qual o grande objetivo desta expedição?
Acima de tudo concluir um projeto (por mim
idealizado) nunca antes feito por um português.
cio da expedição?
Gostaria de cumprir todo este projeto durante
o verão. Comecei por fazer um estudo da distância e das etapas que acho necessitar para
concluir toda esta aventura, depois tendo como
objetivo terminar até ao final de setembro, calculei que em maio seria uma boa altura.
Caso não consiga terminar até ao final de agosto, tenho mais um mês pela frente para tentar
pelo menos terminar, que é o nosso principal
objetivo.
Quais as perspetivas futuras depois
desta expedição?
Em primeiro lugar, para que possa ter prespetivas relacionadas a este projeto terei de o
conseguir concluir na totalidade, mas gostaria
imenso de escrever um livro sobre esta aventura e possivelmente um dia voltar a pensar num
outro projeto... que será sem dúvida mais difícil,
ou não fosse sempre essa a minha postura. ø
Saiba mais sobre aVolta Ibérica em:
www.voltaiberica.com
Quais os critérios de decisão para o iní-
OUTDOOR Março_Abril 2012
61
Por Água
Volta Ibérica
rio e material de campismo, teremos de ter sempre comida e água no mínimo para quatro dias.
Nunca sabemos por quanto tempo podemos ficar parados em algum local sem abastecimento.
Por ar
paramotor
62
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Talvez a razão que mais contribui para o grande
sucesso do parapente e do paramotor será o facto de ser uma forma economicamente acessível
de voar e ao mesmo tempo muito prática em termos de transporte e mobilidade, pois cabe em
qualquer bagageira de automóvel.
forço físico mas tem como contrapartida o maior
custo financeiro e a logística necessária ao seu
transporte.
Existem paramotores de maiores dimensões
que, aliados também a motores mais potentes,
permitem transportar um passageiro sem qualquer tipo de experiência ou formação de voo,
sendo necessário apenas uma explicação prévia
de 10 minutos. Assim, o parapente e o paramotor
conseguem proporcionar batismos de voo com
sensações verdadeiramente invulgares e puras,
porque o passageiro olha em redor e para baixo e não tem qualquer estrutura ou carenagem
entre si e o ar que o rodeia e lhe bate no rosto; é
uma visão 100% limpa e ampla para onde quer
que se olhe. Como diz um ditado nosso: “só estas
pessoas é que sabem porque é que os pássaros
cantam”.
Ao contrário do que se pensa, o verão e os
Os paramotores estão classificados em
dias quentes não são os mais indicaduas categorias, quanto à forma
dos para voar de paramotor, com
de descolagem: a pé ou em triexceção de alguns locais junto
Talvez a razão
ke. Nos primeiros a estrutura é
ao mar.
que mais contribui
bem mais leve e simples mas
exige uma breve corrida a
O sol intenso aquece de
para o grande sucesso
pé para ganhar a velocidaforma diferente as várias
do parapente e do parade suficiente necessária à
superfícies da terra (esmotor será o facto de ser
criação de sustentação da
tradas, aglomerados de
uma forma economicaasa e consequente descolaárvores, terras lavradas,
gem. Nos paramotores em
espelhos
de água) e estas
mente acessível de voar e
trike (pequena estrutura muassimetrias de temperatura
ao mesmo tempo muinida de rodas onde o piloto vai
provocam correntes vertito prática (...)
sentado) a descolagem é mais
cais de ar ascendentes e descómoda porque não carece de escendentes, invisíveis a olho nu,
OUTDOOR Março_Abril 2012
63
Por ar
Paramotor
O
paramotor é uma aeronave em tudo
parecido com o parapente, mas
com um motor acoplado às costas
do piloto através de um arnês próprio. Tem a valência de não necessitar de um local elevado com a saída alinhada
com o vento para conseguir descolar, como no
parapente. Um qualquer local plano (com um
tamanho aproximado de um campo de futebol)
com espaço para uma pequena corrida alinhada com o vento permite ao paramotor descolar,
graças ao impulso gerado pela força do motor e
do hélice.
Por ar
que tornam os voos instáveis e desagradáveis
ou mesmo perigosos.
O facto de a asa, responsável pela sustentação,
ser bastante flexível (lembre-se que é uma aeronave de asa não rígida) representa a maior
desvantagem em segurança porque poderá não
conseguir manter a sua eficiente rigidez voando
em camadas de ar tão instáveis como aquelas
provocadas pelas turbulências térmicas.
A intensidade do vento tem muita influência na
determinação das condições atmosféricas ideais
para o parapente e paramotor. Para conseguir
descolar é necessário sustentação e esta é gerada pela passagem do ar pela asa, da mesma forma que num avião. A velocidade do ar a passar
na asa é determinada pela soma da velocidade
do vento (obrigatório descolar e aterrar sempre
contra o vento) mais a velocidade de corrida do
piloto.
Assim e imaginando que necessitamos de vento frontal a 20 km/h para gerar a sustentação
necessária para descolar, teremos de correr até
atingir esses mesmos 20 km/h se o vento estiver
nulo, ou correr apenas até aos 8 km/h se a intensidade do vento for de 12 km/h. ø
Nuno Avelar de Sousa
Sniper
Sabia que?
É importante também saber analisar e prever
as condições atmosféricas e a sua possível alteração a curtíssimo prazo para evitar situações
inesperadas e desagradáveis. Os pilotos têm
uma máxima que diz: “é preferível estar em
terra com vontade de subir, do que estar lá em
cima com vontade de descer”.
64
Março_Abril 2012 OUTDOOR
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OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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RNAAT: 20/2003
RNAVT: 3007
65
Fotografia
 Truques&Dicas por João Melo
fotografar ONDAS
66
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Fotografia
Truques e dicas
Forte de São Julião da Barra, Praia de Carcavelos
f/9 - /640
OUTDOOR Março_Abril 2012
67
Fotografia
C
om uma costa tão vasta e pejada de material, uma lente zoom 75-300mm (as mais
praias, baías ou apenas lajes trian- comuns) já chega para o que pretendemos e o
gulares, é normal que Portugal seja uso de tripé é aconselhável para não termos surum país rico e com uma oferta muito presas e ao revermos as fotografias, não enconvariada de ondas. Há-as de todos os trarmos um céu na diagonal.
tipos, pequenas, grandes, umas mais redondas, A melhor altura do dia para fotografar Ondas
outras quadradas, e ainda umas que por serem será de manhã. Como temos uma costa virada
tão diferentes, não as conseguimos classificar. principalmente a Oeste, durante o período maQuem nunca foi à praia num passeio de inver- nha vamos encontrar o sol nas nossas costas, o
no e não ficou maravilhado com aquelas pare- que irá fazer com que as cores variem entre os
des de água a enrolarem-se sucessivamente até dourados do nascer do sol e comecem a ficar
à areia e ficou hipnotizado pelas suas belezas, mais vivas à medida que vão passando as horas.
formas e cores. De certo, todos já tiramos foto- Durante esta altura as sombras ainda são basgrafias a ondas e por qualquer motivo, nunca tante suaves o que retira das imagens um excessivo grau de contraste entre altas luzes e
conseguimos transportar para a imagem
sombras. Durante a hora a que o sol
toda aquela beleza que nos fez dispafica a “pique” e durante a tarde,
rar o obturador.
A melhor
as dificuldades aumentam poraltura do dia
que deparamo-nos agora com
Existem certos aspetos muito
para fotografar
contrastes elevados, altas luimportantes a ter em conta
zes e brilhos constantes do
quando queremos fotograondas será de manhã.
reflexo do sol. Uma solução
far ondas. O local onde estaComo temos uma costa
para esta situação é usarmos
mos, o enquadramento que
virada principalmente
um pára-sol para reduzir o
queremos dar à imagem e as
efeito “flare” nas imagens. O
condições climáticas que esa Oeste, durante o
uso
de um polarizador tamtão no momento. Em relação a
período manhã
(...)
Zicatela, Puerto Esvondido, México
f/10 - 1/800
68
Março_Abril 2012 OUTDOOR
cia até vir a onda que queremos. É um processo
que demora alguns minutos, mas é fundamental para conseguir uma boa imagem. A partir
deste momento, tudo o que temos que fazer é
ir brincando com as composições de imagem e
com diferentes zooms até termos a imagem que
queremos.
Em termos técnicos de velocidade de obturação/
diafragma, se queremos uma imagem nítida e
sem arrastamentos, teremos sempre que usar
uma velocidade superior a 1/800. Para ajudar na
focagem e não termos sempre um plano focado o
valor de f/ terá que ser, preferencialmente, sempre superior a f/8. Para obtermos melhores resultados a máquina deverá estar com prioridade
ao diafragma, sempre com valores superiores a
f/8 e para obtermos uma velocidade superior a
1/800 devemos ir compensando com o ISO .
É um
processo que
demora alguns
minutos, mas é fundamental para conseguir uma boa
imagem.
Ericeira
f/11 - 1/3200
Praia da Empa, Ericeira
f/8 - 1/800
OUTDOOR Março_Abril 2012
69
Fotografia
Truques e dicas
bém ajuda a diminuir os reflexos e brilhos que
encontramos.
Nesta altura do dia, também podemos colocar-nos numa zona mais lateral em relação à onda
de modo a fotografa-la de outro ângulo para minimizar os efeitos da luz.
Em relação ao enquadramento, e para não cairmos na banalidade de querer fotografar de muito perto a onda, a primeira fotografia que devemos fazer será sempre uma geral da onda e do
local onde estamos. Por elementos em primeiro
plano, sejam eles um banco, arbustos ou mesmo pessoas, acaba por ser uma boa ideia no que
diz a composição de imagem. Desviar a onda do
centro da fotografia também pode ser uma boa
opção.
Depois te termos escolhido todos os elementos a
enquadrar, só precisamos de ter alguma paciên-
Fotografia
Gnarallo Point. Austrália
f/5.6 - 1/800
O ponto focal também é bastante importante e deverá estar fixo na onda, seja ao centro ou noutro ponto qualquer, dependendo
sempre do enquadramento que estamos a
fazer.
Ao fim do dia, e quando temos pouca luz,
podemos usar o sol baixo como um aliado,
usando-o para fazer imagens com os tons
quentes do sol por trás ou apenas imagens
com silhuetas e recortes de ondas. Se nos
posicionarmos também num ponto mais
baixo rente ao chão e conseguirmos posicionar o sol por detrás da parede da onda,
conseguimos imagens com a luz solar a
passar na transparência da onda produzindo uma palete de cores diferentes com
tons a variar entre o verde e azul e amarelo. Quando já trabalhamos mesmo com
pouca luz, podemos usar velocidades baixas para fazer pannings ou deixar apenas
o tempo passar e fazer fotografias que mais
se assemelham a verdadeiros quadros pelos arrastamentos que a onda produz.
Para este tipo de imagens um tripé é fundamental e um disparador pode minimizar a
nossa vibração quando tiramos a foto.
Boas Fotos. ø
João Melo
70
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
SÃO PEDRO
DE SINTRA
1.ABRIL.2012
08H30
35/75
KM EM
MONTANHA.
www.maratonadesintra.com
Parceiro institucional:
Apoios:
Parceiro media:
Organização:
Foto: Magali Tarouca
Fotografia do mês
“baía de Entre Montes,
Faial, AÇORES”
72
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Este é um local de excelência para batismos
de mergulho. A zona apresenta pouca corrente, não é muito profunda e está localizada
muito perto da marina da Horta.
Aqui, conseguimos encontrar uma enorme
riqueza de fauna marinha, onde se verifica uma zona rochosa e outra de areia. Podemos observar várias espécies de peixes
(como rascassos, salmonetes, vejas, sargos,
moreias, solhas...), estrelas do mar, ouriços,
polvos, caranguejos-eremitas, anémonas, entre outros. Para alcançarmos o local, a descida é feita junto à parede do Monte da Guia.
Neste dia, a saída de mergulho foi combinada
com três amigos e foi extremamente divertido. A visibilidade estava excelente e foi possível avistar muitos animais e tirar imensas
fotografias.
O peixe que se encontra junto a mim chama-se rascasso. Com o nome científico Scorpaena maderensis , o rascasso é um peixe solitário e de hábitos noturnos, que passa o dia
praticamente imóvel, disfarçado entre rochas
e algas. Quando perturbado, ergue a barbatana dorsal, de modo a exibir os seus fortes e
ameaçadores espinhos venenosos.
Foto: Marco Medeiros
Este por sua vez, encontrava-se muito sociável, ao aproximarmo-nos cautelosamente ele
não se intimidou com a nossa presença e esteve durante muito tempo imóvel, o que nos
permitiu tirar várias fotografias mesmo estando muito perto”.
Foram 50 minutos de mergulho que passaram
num instante. A constante presença e diversidade da vida marinha deixou-me com imensa
vontade de repetir brevemente! ø
Ana Sofia Mendonça
Bióloga Marinha
OUTDOOR Março_Abril 2012
73
Fotografia
Foto do Mês
E
sta imagem foi captada numa saída de mergulho na baía de Entre-Montes (ilha do Faial, Açores)
que fica junto ao Monte da Guia
por detrás da praia de Porto Pim.
Fotografia
 Portfólio do mês — Nuno Sá
74
Tartaruga boba, Açores
Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR
poderei conhecer a todos. Mas o objectivo mantêm-se: mostrar a todos os portugueses o porquê
de me ter apaixonado pela nossa incrível vida
marinha, desde o maior peixe do mundo (o tubarão baleia), à maior população de cavalos marinhos do nosso planeta (na Ria Formosa), à foca
mais rara (a Foca monge) e ao maior animal do
mundo (a baleia azul). Este é o nosso património e o nosso mar, que todos temos a obrigação
de preservar... e o privilégio de viver. ø
Publica os seus trabalhos em:
www.photonunosa.com
Fotos: Nuno Sá
Cachalotes, Açores
“Carrasqueira Sunset”,
Comporta 2011
OUTDOOR Novembro_Dezembro
75
Jamantas,2011
Santa Maria, Açores
Fotografia
Portfólio
F
oi no já longínquo ano de ano de
1997 que pela primeira vez visitei e
me apaixonei pelos Açores. Quatro
anos depois, desistia de uma carreira
de advogado para perseguir o meu sonho de viver uma vida em contacto com o mar.
No fundo da minha mente crescia uma ideia...
de um dia me tornar fotografo de vida selvagem,
neste Oásis no meio do vasto Oceano Atlântico e
desvendar os seus segredos.
Dez anos volvidos desta decisão vivo o meu sonho mas cai por terra a ilusão, os segredos do
mar são tantos e tão profundos que nunca os
Fotografia
Cavalo Marinho
Ria Formosa
Vista Aérea
Ria Formosa,
São Jorge, Açores
76
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
Anthia, Santa Maria, Açores
Golfinhos Comuns,
Açores 2011
“Path”, Guincho
OUTDOOR Março_Abril 2012
77
Fotografia
Tubarão Frade, Açores
Quem é
o Nuno sá?
Fotógrafo profissional desde 2004, especializou-se em fotografia de vida selvagem de temas marinhos. Conta com 6 livros editados, e
é colaborador regular de várias revistas Nacionais e Internacionais, entre elas a National Geographic Portugal. Já expôs imagens
em alguns dos maiores museus de história
natural do mundo tais como London Natural History Museum e Smithsonian National
Museum of Natural History, em Washington.
Conta com cerca de uma dezena de distinções em alguns dos principais concursos internacionais de fotografia de natureza, sendo
hoje o mais premiado fotógrafo de natureza
a nível Nacional. Entre vários outros desta-
78
Março_Abril 2012 OUTDOOR
cam-se duas imagens premiadas no Wildlife Photographer of the Year, o maior e mais
prestigiante concurso de fotografia de vida
selvagem a nível mundial, bem como uma
imagem vencedora da categoria Oceanos no
maior concurso de fotografia de natureza
dos EUA – Windland Smith Rice Internacional Awards.
Membro da International Environment
Photographers Association (IEPA), Nuno Sá
faz presentemente parte da equipa do Wild
Wonders of Europe, a maior iniciativa de fotografia de natureza alguma vez realizada a
nível mundial tendo como parceiro privilegiado a National Geographic Society.
Fotografia
Portfólio
Orcas, São Miguel, Açores
Ilha do Corvo, Açores
Ilha do Corvo, Açores
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
79
Fotografia
Anémona Gigante, Madeira
Tubarão Azul, Faial, Açores
80
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
Peixe Rainha, Ilhéus das Fomigas, Açores
Tubarão Baleia, Santa Maria, Açores
OUTDOOR Março_Abril 2012
81
Fotografia
 APP IPhone
CÂmera +
Câmera + é uma aplicação da Inventive, Inc
onde conseguimos guardar o momento ou local
em que nos encontramos, editar a imagem para
conseguirmos dar-lhe a expressividade que
pretendemos e partilhar com os nossos amigos
através das redes sociais e/ou por email e/ou
sms, tudo isto de maneira fácil e rápida. Acima
de tudo, não é preciso ser um expert para se
conseguir fotografias bastante interessantes.
Existem inúmeras aplicações
para iPhone e muitas delas
oferecem-nos várias opções de
edição de imagem. Este vasto
leque de opções torna a escolha
da melhor aplicação uma tarefa
muito complicada. Por isso, vou
vos falar da aplicação que, até
ao momento, mostrou ser a que
proporciona a melhor experiência no que diz respeito ao momento de tirar a fotografia e ao
workflow de edição.
qualquer do ecrã.
É uma ferramenta muito prática, principalmente em fotografias de paisagens, pois nem sempre
o local onde queremos focar é onde conseguimos a melhor luz.
A aplicação tem dois modos: Câmera e Lightbox
Modo Câmera:
O processo inicia-se, como todos sabemos, tirando a fotografia (também é possível carregar
fotografias já tiradas com a aplicação do iPhone). A aplicação oferece-nos várias ferramentas para conseguirmos o mais perto possível
daquilo que pretendemos.
O flash é uma ferramenta fundamental para se
conseguir captar imagens em locais com pouca luz e a aplicação permite escolher 3 modos
de flash: Auto, On e Contínuo. Temos também
disponível 4 modos de disparo: Normal, Estabilizador de imagem, Temporizador e o Burst
(Disparo contínuo). Também podemos usar o
zoom digital que vai até 6.0x.
O que distingue esta aplicação de todas as outras é a ferramenta que nos permite focar a
imagem num ponto e medir a luz noutro ponto
82
Março_Abril 2012 OUTDOOR
No menu da aplicação é possível desligar o som
da câmera, o zoom digital, a grelha e o Geotagging.
É ainda possível controlar onde são guardadas
as fotografias (Lightbox, Camera Roll ou ambos), a qualidade (Full ou Optimized para maior
rapidez a guardar e partilhar as imagens) e ainda inserir os dados de login para as redes socias
(Facebook, Twitter e Flickr).
A primeira opção é o controlo de balanço de
brancos / contraste onde nos apresenta “cenários” pré-programados onde apenas podemos
controlar a intensidade do “cenário” que escolhemos. Temos os seguintes cenários para
escolher: Clarity, Auto, Flash, Backlit, Darken,
Cloudy, Shade, Fluorescent, Sunset, Night, Portrait, Beach, Scenery, Concert, Foot e Text.
Modo Lightbox:
Estes cenários servem para nos ajudar a modificar o balance de brancos / contaste das fotografias que tiramos, segundo as condições em que
as tiramos, mas nem sempre o “cenário” que a
aplicação julga ser o mais indicado é aquele que
consegue dar o resultado que pretendemos, por
isso o meu conselho é:
Experimentem os cenários todos até encontrarem o que vos agrada mais.
Depois de tirarmos a fotografia, esta nem semOUTDOOR Março_Abril 2012
83
Fotografia
APP Iphone
pre está exactamente como queremos. Umas
vezes porque somos demasiado exigentes e a
fotografia não ficou como queríamos (isto acontece-me sempre), outras porque queremos dar
um expressão diferente à imagem para conseguirmos transmitir o que nos fez captar aquele
momento. Para isso, a Câmera + oferecemos um
leque de opções bastante rico.
Fotografia
A quarta opção oferece-nos efeitos especiais (FX
Effects) que estão agrupados em 4 categorias:
Color, Retro, Special e I ♥ Analog (opção paga à
parte - 0,79€).
A segunda opção permite-nos controlar a posição da fotografia (landscape ou portrait) e inverter a imagem vertical e horizontalmente.
A terceira opção permite-nos fazer crop da imagem e oferece-nos 10 modos de crop. Além do
modo Freeform que nos dá liberdade para recortar a imagem como bem pretendemos temos
disponíveis 9 modos com medidas pré-definidas: Original (conserva as dimensões originais
da imagem), Golden, Square, 3x2, 4x3, 4x6, 5x7,
8x10 e 16x9 (medida clássica de panorâmica).
A quinta e última opção oferece-nos várias opções para molduras separadas em duas categorias: Simple e Styled.
A Simple resume-se a opções de bordas em preto
ou branco mudando apenas na grossura da moldura e cantos arredondados e ainda a opção de
vinhetagem muito conhecida e usada no mundo
da fotografia. A categoria Styled oferece tipos de
molduras mais estilizadas dentro das quais se
destaca a Film que reproduz o filme de 35 mm.
Podemos ainda ver a informação da imagem no
modo Lightbox onde conseguimos ver a data e
hora a que foi tirada a fotografia, exif, localização geográfica, assim como as opções que foram
utilizadas no processo de edição da imagem.
Info sobre
a aplicação:
Preço: 1,59 €
Disponível para: iPhone, iPod Touch e iPad
Requisitos: iOS 4.0 ou superior
Site: Campl.us
© taptaptap.com
84
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Bons disparos!
José António Fernandes
www.joseantoniofernandes.com
Facebook
Antes
Depois
OUTDOOR Março_Abril 2012
85
Fotografia
APP Iphone
No fim, quando conseguimos iluminar e
recortar a imagem, dar o efeito pretendido e colocar a moldura desejada, podemos guardar a imagem só para nós ou
partilhar com o mundo através das redes
sociais. Para partilhar no Facebook, além
da legenda que queremos colocar, é possível escolher qual o álbum em que queremos publicar (algo que nem todas as
aplicações nos permitem). ø
S.O.S.
. . . como fazer fogo
E se estiver perdido no
meio do mato, e sem fósforos ou isqueiros à mão?
A
ssim como a água, também o lume
é essencial para se conseguir sobreviver em terras inabitáveis. O fogo
permite:
dade para fazer uma fogueira quando e onde
necessária.
Acompanhe as nossas sugestões e parta à aventura em segurança.
• Aquecer e mantê-lo seco;
• Purificar a água pela fervura;
• Secar as roupas;
• Confecionar alimentos:
• Assegurar segurança e conforto;
• Sinalizar as equipas de resgate;
• Derreter o gelo e a neve e obter água potável;
• Espantar animais perigosos;
• Fornecer iluminação;
Em casos extremos, o tempo de sobrevivência
aumenta ou diminui em função da sua capaci-
Como e onde posso fazer uma fogueira?
86
Março_Abril 2012 OUTDOOR
A escolha de um bom local é imprescindível no
momento de se fazer uma fogueira. O primeiro
passo para uma boa fogueira é estudar o terreno
para escolher o melhor local. Conheça algumas
das características que deve ter em conta:
• Solo seco;
• Superfície lisa;
• Ter em conta a direção do vento;
Para atear o lume, use acendalhas produzam
uma boa chama inicial e corte a madeira seca
em aparas antes de tentar pegar-lhe fogo. Controle a combustão, adequadamente, e mantenha
as brasas protegidas do vento. E não se esqueça,
dá menos trabalho manter uma fogueira do que
fazer outra.
FAZER LUME SEM FÓSFOROS?
Comece por preparar um pouco de mecha seca
e proteja-a do vento e da humidade, criando
uma base ou plataforma elevada e virando as
costas ao vento Para uso futuro, não se esqueça
de a guardar num recipiente à prova de água.
Aqui ficam algumas das técnicas:
Este é o método mais eficaz de fazer lume, sem
o auxílio de fósforos, uma vez que funciona
mesmo encharcado. Use a pederneira que em
certos equipamentos vem fixada ao fundo da
caixa de fósforos impermeável. Segure a pederneira perto da mecha e raspe com a lâmina
de uma navalha ou outra pequena peça de aço.
Quando a mecha começar a arder, abane-a e
sopre até fazer chama. Gradualmente, acrescente combustível à mecha. Se não conseguir
uma faísca com a primeira pedra, experimente
com outra.
POR FRICÇÃO DE MADEIRA
COM SOL E UMA LENTE
Foto: Escola do Mato
Foto: José Luís Santos
Existem vários métodos para se fazer uma fogueira sem utilizar fósforos ou isqueiro. Alguns
são mais fáceis do que outros, mas todos requerem alguma prática. Estas ideias podem-no
ajudar a sobreviver na natureza e pode experimentá-las por mero lazer, é divertido!
S.O.S.
Como Fazer Fogo
Como combustível pode utilizar madeira morta
em pé, ou seja, ainda agarrada ao tronco (sem
partes verdes e com um “snap” característico
quando parte) ou pendurada de modo a não ter
contato com o chão. Quase todas as madeiras
podem ser utilizadas para fazer fogueiras, no
entanto, tenha cuidado para não queimar nenhuma planta venenosa, pois os seus fumos
podem ser tóxicos.
PEDERNEIRA DE AÇO
Foto: Equinócio
• Acesso à lenha;
• Estar próximo a uma fonte de água.
Uma lente de uma máquina fotográfica, uma
lente convexa de um binóculo ou uma lente de
um óculo ou foco luminoso podem ser usadas,
para concentrar os raios solares sobre a mecha.
Este é um método difícil e por isso, se não tem
muita prática, não é aconselhável que o guarde
como recurso e tenha sempre alternativa.
São vários os métodos de produzir fogo pelo
atrito (com arco de pua, com uma correia, por
fricção de dois paus. No entanto, todos estes métodos requerem prática e se os conhece bem,
não deixe de usá-los, mas não se esqueça que a
pederneira (pedra dura) e o aço lhe vão dar os
mesmos bons resultados, com menos trabalho.
Nos dias de hoje, saber fazer uma fogueira com
OUTDOOR Março_Abril 2012
87
S.O.S.
ou sem fósforos é uma condição indispensável
para os mais aventureiros!
KIT DE EMERGÊNCIA
Se é adepto de aventuras deve ter sempre
consigo um kit de emergência na sua mochila. Vai precisar de algo que crie a primeira
chama, como acendalhas químicas (daquelas
de acender o churrasco lá de casa), acendalhas
caseiras de algodão, parafina, resina, vaselina
ou outro material inflamável. São materiais que
são facilmente acesos por uma faísca ou uma
pequena chama.
Um pedaço de câmara de ar de bicicleta também
é leve e arde durante um período de tempo considerável, mesmo quando molhado.
Fotos: Equinócio
CONSELHOS ÚTEIS
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
• Não desperdice fósforos ao tentar acender uma
fogueira mal preparada;
• Economize combustível e utilize apenas o que
for necessário para manter a fogueira acesa;
• Proteja a fogueira do vento com um para-vento
ou refletor que estes vão orientar o calor para a
direção desejada;
• Faça a fogueira num local apropriado para evitar a propagação do fogo às matas;
• Quando abandonar o local do acampamento,
apague cuidadosamente a fogueira. ø
Revista Outdoor
S.O.S.
Como Fazer Fogo
Foto: José Luís Santos
sabia que...
• Os fósforos podem ser postos à prova de
água cobrindo-os com parafina líquida ou
com verniz das unhas?
• A melhor acendalha é qualquer tipo de erva
seca?
• No gelo polar ou nas áreas onde não há outros combustíveis, a gordura animal é uma
fonte de combustível?
OUTDOOR Março_Abril 2012
89
Descobrir
GEOPARQUE AÇORES
9 ilhas, 1 geoparque
P
orque se formou o arquipélago dos
Açores em pleno Oceano Atlântico?
Porque são as 9 ilhas açorianas tão diferentes se são todas de origem vulcânica?
Porque é que desde o povoamento das ilhas, no
século XV, a sua beleza natural tem cativado a
atenção de diversos visitantes, naturalistas e estudiosos?
Aventure-se e venha descobrir bonitas geopaisagens, com grandes vulcões, lagoas, fumarolas,
cordilheiras vulcânicas, águas termais, cavidades vulcânicas e fajãs, que fazem parte do património geológico açoriano e desfrute das diversas atividades de natureza que estas ilhas têm
para oferecer.
Desde o povoamento, os açorianos aprenderam
a viver com os seus vulcões e sismos, tirando
partido dos solos férteis, recursos geológicos
disponíveis (como as rochas, geotermia e água)
e suas bonitas paisagens para promoção do seu
desenvolvimento socioeconómico. Como tal, os
vulcões açorianos marcam o quotidiano da sua
90
Março_Abril 2012 OUTDOOR
sociedade, condicionando a arquitetura regional (popular, religiosa e militar), a cultura (arte
e gastronomia), a etnografia (costumes e tradições) e o próprio património imaterial (histórias
e lendas), para além da grande influência na
biodiversidade das ilhas.
No arquipélago existem diversas ofertas ao nível
do Turismo de Natureza, Ecoturismo e Turismo
de Aventura, que incluem o pedestrianismo, rotas motorizadas (todo o terreno, moto-quatro),
ciclismo, geocaching atividades náuticas (pesca,
mergulho e observação de cetáceos), observação de aves, escalada e montanhismo, entre outras.
O geoturismo é um produto turístico recente nos
Açores, encarado como um turismo de natureza
ativo, pois envolve aprendizagem, exploração e
descoberta e lida com experiências, emoções e
sensações. A este nível existem alguns produtos
e serviços, como percursos pedestres que passam por geopaisagens ou geossítios, visitas a cavidades vulcânicas, onde se pode aventurar no
interior de antigos vulcões e percorrer mundos
Foto: Paulo Garcia
subterrâneos (Gruta do Carvão na ilha de São
Miguel, Algar do Carvão e Gruta do Natal na ilha
Terceira, Furna do Enxofre na ilha Graciosa e
Gruta das Torres na ilha do Pico), roteiros geoturísticos motorizados (geotours ou geosafaris) e a
utilização de alguns geossítios como agradáveis
zonas balneares (como por exemplo o Ilhéu de
Vila Franca do Campo, ao largo da costa Sul da
ilha de São Miguel ou a Praia Formosa na ilha de
Santa Maria). A tudo isto acrescenta-se um vasto
mundo geológico submerso por descobrir, com
vulcões submarinos, zonas hidrotermais, grutas
e arcos submarinos.
Existem, ainda, diversas infraestruturas e equipamentos que, dadas as suas características,
constituem um importante apoio à prática do
geoturismo. É o caso da rede regional de percursos pedestres homologados, dos centros de
interpretação geológica e ambiental e dos observatórios de ciência (nas áreas do ambiente,
do mar, astronomia, vulcanologia e geotermia).
Estão enraizadas entre a população açoriana
Um geoparque é uma área com expressão territorial e limites bem
definidos, onde a existência de um
Património Geológico de exceção é a
base de uma estratégia que promove o bem estar das populações, mantendo o máximo respeito pelo ambiente.
Um geoparque promove: a geoconservação (preservação da geodiversidade e dos geossítios); a educação e sensibilização ambiental; e o desenvolvimento
sustentável (estimulando a socioeconomia através do
geoturismo).
O arquipélago dos Açores apresenta uma grande variedade de formas, rochas e estruturas geológicas,
na sua maioria de origem vulcânica, correspondendo
alguns a importantes geossítios com relevância internacional e com interesse turístico, pedagógico e
científico.
Dado o caráter arquipelágico da Região, o Geoparque
Açores assenta numa rede de cerca de 120 geossítios, dispersos pelas nove ilhas e zona marinha envolvente.
Atualmente a candidatura do Geoparque Açores para
integrar as Redes Europeia e Global de Geoparques
está em apreciação.
diversas práticas de usufruto das manifestações
de vulcanismo secundário, igualmente aproveitadas na perspetiva da Saúde e Bem-estar,
como: banhos em piscinas de águas termais;
talassoterapia em zonas termais litorais, ingestão de águas mineralizadas e gasocarbónicas de
reconhecidas propriedades terapêuticas; utilização de lamas como pelóides; degustação da gastronomia cozinhada no vapor das fumarolas do
vulcão das Furnas.
Em algumas paisagens açorianas coexistem aspetos geológicos e culturais com elevado valor
patrimonial, entre os quais se incluem os lajidos
(extensos campos de lava), com as suas "rilheiras" (marcas na superfície da rocha basáltica
deixadas pelas rodas de veículos de animais de
tração), as paisagens vinícolas e vitivinícolas
(com os “currais” de vinha e de figueira feitos
em muros de pedra), os "maroiços" (pirâmides
de rochas basálticas efetuadas para limpeza dos
terrenos agrícolas), campos agrícolas com rendilhado de muros de pedra seca, fortificações
OUTDOOR Março_Abril 2012
91
Descobrir
Geoparque Açores
Lagoa do Fogo, São Miguel
Descobrir
“Os arpões foram
trocados por
máquinas fotográficas
e os cetáceos, maravilhas
dos nossos mares, são agora
protegidos com agressividade
tanto pelos visitantes, mas,
quase enigmaticamente,
pelos outrora caçadores.”
É o caso dos "geo-vinhos" açorianos rotulados
com designações vulcânicas como "Terras de
Lava, Magma, Basalto, Lajido, Pedras Brancas";
ou o "geo-cozido" conhecido como "cozido das
Furnas", cozinhado nos solos do campo fumarólico do vulcão das Furnas; ou do "geo-banho"
termal açoriano que é possível desfrutar em diversas instalações termais existentes nas ilhas
92
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Foto: Eva Lima
O turismo de natureza nos Açores assenta, ainda, em várias rotas geoturísticas: Rota das Cavidades Vulcânicas, para “descobrir o mundo subterrâneo das ilhas”; Rota dos Miradouros, para
“descobrir, de carro, as geopaisagens dos Açores”; Rota dos Trilhos Pedestres, para “descobrir, a pé, os geossítios dos Açores”; Rota do Termalismo, para “descobrir a força do vulcanismo
dos Açores”; Rota dos Centros de Interpretação e
de Ciência, para melhor “conhecer e interpretar
os fenómenos vulcânicos dos Açores”.
O Geoparque Açores permite criar uma nova
marca para o turismo dos Açores e contribui
para a valorização do artesanato, dos produtos
genuínos e de qualidade e das atividades tradicionais espalhadas por todas as ilhas. Alguns
destes produtos, bem conhecidos pela população açoriana e visitantes, podem ser considerados "geo-produtos”.
Montanha, Pico
Barreira da Faneca, Santa Maria
Foto: Diogo Caetano
militares construídas com rochas locais e diverso património imóvel (antigos solares, mosteiros e igrejas) ornamentado com rochas vulcânicas de cantaria (ignimbrito, basalto, traquito e
piroclastos ou bagacina soldada). Alguns destes
elementos geológico-culturais potenciam a exploração de itinerários geoturísticos em centros
urbanos.
Foto: Eva Lima
Cordilheira Vulcânica Central, São Jorge
Foto: Eva Lima
Descobrir
Geoparque Açores
Caldeira Velha, São Miguel
Foto: Eva Lima
Levada, São Miguel
Lagoa do Fogo, São Miguel
de São Miguel ou Graciosa, uma boa oportunidade para sentir a força e o calor do vulcanismo açoriano.Também a toponímia das ilhas dos
Açores tem a marca da génese vulcânica, com
"geo-nomes" como lajido, lajes, lajedo, furnas,
caldeirão, barro branco, etc.
Os vulcões dos Açores marcaram, sem dúvida,
o Homem açoriano, como está bem expresso no
"geo-poema" que acompanha a música regional
“Ilhas de Bruma” (de José Ferreira):
"(…) É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.”
Percorrer trilhos por vulcões e lagoas, aventurar-se no interior de grutas e algares vulcânicos,
conhecer as únicas plantações de chá da Europa, observar cetáceos, mergulhar no oceano
azul, degustar o “cozido das Furnas”, a doçaria
regional e os vinhos regionais e apreciar o artesanato açoriano, são algumas sugestões para
desfrutar no arquipélago.
Venha, pois, conhecer os vulcões dos Açores e
desfrute de uma Erupção de Sabores, Aromas e
Experiências! ø
Foto: Eva Lima
www.azoresgeopark.com
[email protected]
Associação Geoparque Açores
Centro de Empresas da Horta
Rua do Pasteleiro s/n – Angústias
9900-069 Horta
Eva Almeida Lima, João Carlos Nunes, Manuel
Paulino Costa e Carla Viveiros
OUTDOOR Março_Abril 2012
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Descobrir
 Evento
MILENIO TITAN
DESERT by gaes 2012
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Julho_Agosto 2011 OUTDOOR
OUTDOOR Julho_Agosto 2011
Fotos: Orgaização Titan Desert e Tiago Tomás
95
Descobrir
Titan Desert
Descobrir
N
o dia 2 de março de 2012, Granada
foi novamente o palco da grande
apresentação daquela que é já considerada uma das melhores provas
de BTT do mundo, e sem dúvida a
melhor prova de BTT no Deserto.
Em Granada estiveram presentes alguns dos nomes sonantes que irão integrar um pelotão com
mais de 500 bttistas, entre eles Roberto Heras,
Milton Ramos, Israel Nuñes, Igor Murgoitio, Antonio Ortiz e Marc Coma que transita das 2 rodas
com motor para as 2 rodas a pedal.
De Portugal temos a presença do campeão Luís
Leão Pinto agora a representar as cores da Esteve, entre outros ilustres bttistas Lusitanos.
A Titan Desert 2012 vai voltar às suas origens e
levar-nos a todos para os locais mais inóspitos,
mas ao mesmo tempo fantásticos.
Fiel ao lema do Milénio Titan Desert by Gaes
2012 “A lenda volta ao deserto”, a organização
anunciou oficialmente que a próxima edição
será realizada totalmente no deserto e inteira-
mente em Marrocos. As seis etapas da prova irão
passar por uma das zonas mais áridas, ásperas
e difíceis do deserto, representando assim um
desafio ainda maior para todos os participantes.
Falámos com Manu Tajada que no fecho desta
edição se encontra em Marrocos a fazer o reconhecimento final desta edição de 2012, para poder terminar os “Road books” e as coordenadas
de GPS que nos guiarão a todos pelas dunas,
oásis e montanhas do Sahara.
Milénio Titan Desert Gaes, que se realizará de
29 de abril a 4 de maio terá um percurso de mais
de 600 km de deserto marroquino em seis etapas difíceis onde o calor, areia e pedras testará
os inscritos nesta sétima edição da prova.
As inscrições para a Titan Desert 2012 vão estar
abertas até 16 de março.
A Outdoor estará presente nesta aventura para
vos contar detalhadamente etapa a etapa as dificuldades, as alegrias e as aventuras dos participantes Portugueses… ø
Paulo Quintans
Fotos: Olivier Blanchet
“As inscrições
para a Titan Desert 2012 estarão
abertas até 16 de
março.”
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
97
Descobrir
Região OESTE
um paraíso aqui tão perto
A
Percorrer o
Oeste é descobrir a
cada passo um ponto
de interesse. Rica em
zona Oeste é uma
ponto de interesse. Rica em rerecursos naturais,
das mais belas de
cursos naturais, esta região tem
esta região tem
Portugal com paisamuito para oferecer. Recantos
gens magníficas e dinão faltam para descansar a vista
muito para ofeversificadas. É uma ree renovar o espírito, e as paisagens
recer.
gião de luminosidade intensa e com
um clima muito ameno na qual o campo
e a costa marítima se fundem de forma harmoniosa.
Percorrer o Oeste é descobrir a cada passo um
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
deslumbrantes conseguem arrancar
suspiros a qualquer um.
Aproveite para passar nas excelentes praias e
relaxar um pouco ao som das ondas. Recuperada a energia, pode praticar os diversos despor-
res mais exigentes.
A proximidade a Lisboa permite um
acesso ao Oeste extremamente fácil e rápido e transformam qualquer deslocação
à região num passeio cómodo e agradável.
Foto: Haliotis
Se escolher o fim do dia para abandonar
este paraíso e voltar à realidade, esperaA herança gastronómica do Oeste é -o, certamente, uma paisagem única
rica e variada e passa por pratos como para mais tarde recordar.
caldeiradas e mariscos de excelente Descubra o Oeste com a Revista Outdoor. ø
qualidade, que conquistam os palada-
OUTDOOR Março_Abril 2012
99
Descobrir
Região Oeste
tos ou, se preferir, deixe-se enfeitiçar
com o verde de um dos muitos campos
de golfe prontos a recebê-lo.
A diversidade da oferta cultural, a vivência rural bem preservada e a maravilhosa paisagem, deslumbram o
visitante, fazendo-o ansiar por um regresso.
Descobrir
área protegida
berlengas
O pequeno arquipélago das Berlengas, situado a
cerca de 10km a oeste de Peniche, é constituído
pela ilha da Berlenga Grande e recifes adjacentes, as Estelas e os Farilhões-Forcados, estando
classificado como Reserva Natural desde 3 de
Setembro de 1981.
A Reserva Natural da Berlenga é um local único devido à transparência das suas águas e espólio sub-aquático. É uma reserva marinha e
está classificada como “Reserva da Biosfera”
pelo Conselho da Europa e desde 2011 “Reserva
Mundial da Biosfera”, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO).
O arquipélago é constituído por uma ilha, Berlenga Grande e por alguns ilhéus graníticos e
rochedos (Estelas e Farilhões) e fica a 7 milhas
do Cabo Carvoeiro a noroeste de Peniche. A Ber-
100
Março_Abril 2012 OUTDOOR
lenga Grande avista-se do território continental
quando não há neblina. Podemos encontrar aqui
espécies endémicas de flora, além de ser local
de eleição para a nidificação de aves marinhas.
Na Berlenga sobre o ilhéu, ergue-se o Forte de
São João Baptista, fortaleza militar manuelina,
datada de 1502 e ligada à ilha por uma pequena ponte.As pequenas praias de águas transparentes são muito bonitas e ideais para uns bons
mergulhos.
O acesso à ilha é feito por barco, o Cabo Avelar Pessoa, que se pode apanhar no porto de Peniche. Demora cerca de 30 minutos a chegar à
Berlenga Grande. Poderá regressar ao final da
tarde ou pernoitar na fortaleza, existindo também um restaurante na ilha.
Baleal Surf Camp
O alojamento em Hostel é a opção mais Cool. É
a oportunidade de conhecer e interagir com hóspedes de toda a Europa e resto do mundo.
O alojamento em apartamentos ou vivenda é a
nossa opção mais privada, sendo ideal para casais, famílias e grupos de amigos.
A poucos metros da praia, de vários surf spots do
Baleal e da zona comercial, os nossos alojamentos são uma excelente escolha para umas férias
tranquilas junto das ondas de Peniche, na praia
do Baleal.
Dispõe:
• 32 camas - Apartamentos e Vivendas desde T1
a T4.
• Serviços: Wi-Fi, cacifos individuais, self-catering com cozinha totalmente equipada, TV Meo
com DVD, Suporte para pranchas, fatos de surf
e outros equipamentos, e terraços amplos com
muita exposição solar.
Concessionário de praia com praia vigiada, bar/
discoteca, escola de surf, aluguer de equipamento, Wi-Fi, WC, Vestiários, Duche, surf shop.
Rua Amigos do Baleal nº 2
2520-052 Ferrel
Peniche – Portugal
Telefone: ( +351 ) 275 319 120
Fax: ( +351 ) 275 319 124
Email: [email protected]
Site: Baleal SurfCamp
forte são joão baptista
O Forte de São João Baptista está localizado numa das mais belas
regiões de Portugal, a ilha da Berlenga. A poucos quilómetros de
Peniche encontra um local calmo para pernoitar e onde impera a
paz, a calma e a tranquilidade. O forte dispõe de 20 quartos com
capacidade total de 50 pessoas funcionando como casa abrigo.
Se pretende ficar alojado no forte, não se esqueça de levar roupa
de cama e fique desde já informado que é possível cozinhar nas
próprias instalações.
A entidade responsável por este alojamento é a Associação dos
Amigos das Berlengas. Todos os contatos para reservas e visitas
terão de ser préviamente agendadas com a mesma.
Forte São João Baptista
Reservas:
Associação “Amigos da Berlenga”
Tel: (351) 262 750 244
E-mail:[email protected]
[email protected]
Já se imaginou acordar em pleno Oceano Atlântico, numa noite de lua cheia e poder desfrutar de uma paisagem de cortar a
respiração? Este é o local ideal. A sua estadia poderá se complementada com atividades subaquáticas, passeios de barco em
torno da ilha, caminhadas, e muito mais!
Venha desfrutar Natureza no seu máximo esplendor!
OUTDOOR Março_Abril 2012
101
Descobrir
Região Oeste
Alojamento
Descobrir
Foto: Time Travellers
Atividades outdoor
Passeios Arqueológicos
Viaje no tempo e descubra a vida dos nossos antepassados com passeios arqueológicos feitos
à medida dos amantes do outdoor e da melhor
gastronomia regional!
Sinta-se um verdadeiro guerreiro lusitano e descubra os castros da Região Oeste, com uma visita a locais emblemáticos da Pré-História, como o
Castro do Zambujal ou a Vila Nova de São Pedro.
Se preferir, junte-se a D. João I e Nuno Álvares
Pereira e venha descobrir as paisagens e as personagens da grande Batalha de Aljubarrota!
Preço: 74€ (desde 3 pax)
Dificuldade: Fácil-médio.
Inclui: transporte, seguros, almoço
Mais Informações: Time Travellers
Foto: Experience Sport
1808 Cultural Bike Tour . Vimeiro
O Vimeiro é uma aldeia situada no coração do
Oeste e reconhecida pela sua ligação à história das
Invasões Francesas em 1808. O 1808 Cultural Bike
Tour é um passeio de bicicleta guiado pelos caminhos da Batalha do Vimeiro, com visita ao centro
de interpretação da Batalha do Vimeiro, ao Campo
de Batalha no Vimeiro, com passagem pelas rotas
das tropas Anglo Saxónicas e vista à Praia de Porto Novo, local de desembarque das tropas aliadas.
Passeio ideal para famílias e pequenos grupos.
Preço: Desde 20€ /pessoa (mínimo 4 pessoas)
Inclui: Passeio guiado com a duração de 2h30,
Guia, bicicleta, capacete e seguro de responsabilidade civil e de acidentes pessoais.
Extra: Prova de Licor Batalha do Vimeiro + 3€
por pessoa
Dificuldade: Fácil-médio.
Duração: 2h30 horas
Mais Informações: Experience Sport
Foto: SupXcape
paddleboarding na lagoa de óbidos
A calma Lagoa de Óbidos é o local ideal para se
aventurar pela primeira vez no Stand Up Paddleboarding. Nesta experiência começamos com
o básico em terra, onde daremos informações de
segurança e técnicas básicas de remo. Quando
o participante se sentir confortável, partimos
para aventura na lagoa. A aprendizagem é feita
gradualmente, de acordo com as capacidades do
participante.
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
Preço: 35€ por pessoa.
Dificuldade: Fácil-médio.
Inclui: transporte, seguros, material.
Mais Informações: SupXcape
Descobrir
Região Oeste
Foto: Haliotis
batismo mergulho no mar
Programa que permite de forma supervisionada e
descontraída, experimentar o mergulho com escafandro autónomo.
Explicação resumida dos conceitos básicos do
mergulho, equipamentos e técnicas de mergulho.
Uma sessão teórico-prática onde são introduzidos
alguns conceitos teóricos seguida de dois mergulhos no mar. Também tem a opção de realizar apenas um mergulho e depois fazer um passeio pelas
Berlengas. As aulas de mar são feitas nas Berlengas.
Preço: 100€
Duração: Um dia, podendo ser durante o fim se
semana ou durante a semana.
Inclui: Todo o equipamento necessário e refeição
ligeira entre mergulhos, seguro.
Mais Informações: Haliotis
PR1 “Rota dos Dinossauros”
O PR1 “Rota dos Dinossauros” inicia-se junto ao
Museu da Lourinhã, que integra umaPR1 - Rota
dos Dinossauros valiosa ala de paleontologia,
terminando no Forte Paimogo.
Tipo de percurso: Rota por caminha rurais.
Duração: Cerca de 3 horas.
Nível de Dificuldade: Fácil.
Época aconselhada: Todo o ano.
Mais Informações: CM Lourinhã
Foto: CM Lourinhã
Ao longo de 9.900 metros, o caminhante pode visitar outros pontos de interesse histórico, como
o Convento de Santo António, a Igreja da Misericórdia e a Igreja do Castelo e deslumbrar-se
com belas paisagens naturais, com especial destaque para as praias de Areia Branca, Vale Frades, Caniçal e Paimogo.
Preço: Desde 25€ /pessoa (mínimo 4 pessoas)
Inclui: Passeio guiado com a duração de 2h30,
Canoa, colete, pagaia e seguro de responsabilidade civil e de acidentes pessoais.
Dificuldade: Fácil-médio.
Duração: 2h30 horas
Local: Lagoa de Óbidos
Mais Informações: Experience Sport
Foto: Experience Sport
Passeio de Canoa Lagoa de Óbidos
Passeio de canoa pela Lagoa de Óbidos, o sistema
lagunar costeiro mais extenso da costa Portuguesa. A sua fauna é constituída por espécies piscícolas . A comunidade avifaunística é o grupo que, ao
nível da fauna, representa o papel ecológico mais
relevante no ecossistema. Passeio ideal para famílias e pequenos grupos.
OUTDOOR Março_Abril 2012
103
Descobrir
Pousada de
Juventude
da AREIA BRANCA
Um destino de férias pouco divulgado, onde
tens praia, campo e dinossauros à mistura!
Um spot que promete fazer as delícias dos
mais exigentes: surf, bodyboard, pesca, mergulho e um sem número de atividades podem
ser aqui praticadas nas melhores condições.
Se a temperatura descer, nada como uma espreitadela ao Museu da Lourinhã que nos conta como tem evoluído a vida na região desde
há... 150 milhões de anos.
S
ituada no litoral da Região Oeste, a
cerca de 65 quilómetros de Lisboa, a
Praia da Areia Branca é um ponto de
referência no turismo da região. As
suas condições naturais convidam à
aprendizagem e prática de diversos desportos
náuticos, pesca desportiva, caça submarina, fotografia subaquática, surf ou bodyboard.
A Pousada de Juventude é do melhor que há,
esta situa-se em plena Praia da Areia Branca
com uma vista para o mar de cortar a respiração!
Sendo a mais conhecida do concelho da Lourinhã, esta é também a praia mais animada devido aos numerosos bares e restaurantes situados no passeio marítimo existente ao longo do
extenso areal, sendo, por tal, o local ideal para
quem procura animação e diversão.
Se o tempo não ajudar, aproveita para passear a
pé ou de BTT à beira mar, ou então, pelos campos que encontras ao longo da costa. Se gostas
de acelerar, lembra-te que os karts do Bombarral só estão a 20 quilómetros de distância!
Outra alternativa é dares um passeio pela vila da
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
Características
Preços
Época Baixa (01/01 a 15/02, 01/10 a 27/12)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 11,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 32,00€
Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 26,00 €
Apartamento – 60,00 €
Época Média (16/02 a 04/04, 09/04 a 28/06, 02/09
a 30/09)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 13,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 35,00 €
Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 29,00 €
Apartamento – 64,00 €
Época Alta (05/04 a 08/04, 29/06 a 01/09, 28/12 a
31/12)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 16,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 45,00 €
Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 38,00 €
Apartamento – 85,00 €
Com Cartão Jovem ou Cartão LD<30 tens desconto
nas Pousadas de Juventude em Portugal Continental. Mas, se quiseres dormir numa pousada, e não
tiveres nenhum destes cartões, tens de possuir o
Cartão Pousadas de Juventude, que te dá acesso às
Pousadas de Juventude em todo o mundo e é válido
por um ano (www.hihostels.com). Podes obter o
Cartão Pousadas de Juventude numa Pousada de Juventude ou nas lojas Ponto Já (Delegações Regionais
do Instituto Português da Juventude).
■■ 79 camas distribuídas por :
■■ - 8 Quartos Duplos c/ WC (um adaptado a pessoas com mobilidade condicionada);
■■ - 6 Quartos Duplos s/ WC;
■■ - 1 Quarto Múltiplo c/ 3 camas;
■■ - 5 Quartos Múltiplos c/ 4 camas;
■■ - 4 Quartos Múltiplos c/ 6 camas;
■■ - 1 Apartamento c/ camas e Kitchenette.
■■ Horário: das 8h00 às 24h00 (recepção)
■■ 24 horas (funcionamento)
■■ Serviços: Refeitório; Bar; Esplanada;
Sala de Convívio; Jogos de Entretenimento; Sala de Reunião; Internet; Parque de Estacionamento.
Contatos
Pousada de Juventude da Areia Branca
Praia da Areia Branca – Largo João Soldado
2530-213 Lourinhã
Tel. +351 261 422 127 / Fax. +351 261 471 054
E-mail: [email protected]
Site: www.pousadasjuventude.pt
Como efetuar a reserva
Podes reservar alojamento em qualquer Pousada de Juventude, ou através da Internet em
www.pousadasjuventude.pt. Para tal, basta escolheres a Pousada, indicar o número de pessoas, o
tipo de quarto, datas de entrada e saída… depois é só pagar. Se preferires, telefona para o 707
23 32 33 ou envia um e-mail para [email protected]. Também podes efetuar a tua
reserva nas lojas Ponto Já ou diretamente na Pousada que escolheres.
OUTDOOR Março_Abril 2012
105
Descobrir
Pousadas
Lourinhã, muito próximo da Areia Branmuito “antiga”. Sabias que a região da
ca e detentora de algum património
Lourinhã é das mais ricas de todo o
religioso interessante que merece
mundo em vestígios arqueológicos
Sabias que
a pena a visita. Os moinhos de
de dinossauros? Se este tema te
a região da
vento têm especial representainteressa, então tens que visitar
ção no concelho da Lourinhã
o Museu da Lourinhã, que posLourinhã é das
que, apesar de já não constitusui uma secção muito especial
mais ricas de todo o
írem a atividade económica de
onde é exibida a maior coleção
mundo em vestígios
outros tempos, são, sem dúvida,
ibérica de fósseis de dinossauarqueológicos de
um importante testemunho das
ros do Jurássico Superior.
tradições centenárias do nosso
dinossauros?
povo.
Agora, tem é cuidado quando andares pelo campo, pois podes tropePor último, reservamos uma surpresa
çar... numa pegada! ø
Descobrir
 Livro Aventura por Nuno Sá
SINOPSE
Os Açores, nove pontos verdes na
imensidão do Oceano Atlântico, são
hoje considerados um dos melhores
destinos para a observação de cetáceos a nível mundial.
As límpidas águas dos seus mares,
abundância de alimento, ausência
de poluição à larga escala e a proteção legal dada aos cetáceos, tornam
os Açores num verdadeiro santuário para 24 diferentes espécies.
Da autoria do fotógrafo de vida selvagem Nuno Sá, uma edição da editora Ver Açor - editores, este livro
conta com 166 fotografias, várias
ilustrações científicas e a descrição
detalhada das principais espécies
de cetáceos avistadas nos Açores. ø
ISNB: 989-93141-4-4
Editor: Editora VeraÇor
Número de Páginas: 104
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
Receitas Outdoor
batata
recheada
Ingredientes para 1 pessoa:
Partilha as tuas receitas Outdoor preferidas!
Envia-nos um email para [email protected]
e poderás ver a tua receita na próxima edição da
Revista Outdoor e no Portal Aventuras.
■■ Batatas médias/grandes
■■ Ovos
■■ Queijo
■■ Fiambre
Nesta edição da Revista Outdoor desafiámos
os nossos leitores a partilharem as suas receitas. José Xavier aceitou o nosso desafio e
revelou-nos duas receitas deliciosas e energéticas que podem ser realizadas em pleno
campo. Nós experimentámos e adorámos...
■■ Sal q.b
■■ Salsa
Outro Material:
■■ Papel de alumínio
■■ Palitos
Como Preparar:
banana
caramelizada
Preparar o recheio da batata batendo os
ovos e misturar o fiambre ou o queijo.
Nas batatas cortar um dos cantos como
se fosse uma tampa e guardar, com a
ajuda de uma colher e ou uma faca retirar o miolo da batata (cuidado para não
deixar a casca da batata muito fina).
Ingredientes para 1 pessoa:
■■ Bananas
■■ Açúcar
Outro Material:
■■ Papel de alumínio
■■ Palitos
Encher a batata com o recheio mas não
até cima pois o ovo vai crescer. Colocar a
“tampa” e prender com palitos.
Como Preparar:
Embrulhar em papel de alumínio e colocar as mesmas nas brasas de uma fogueira e retirar quando a batata estiver
assada. ø
Passar as bananas em açúcar , enrolar
em papel de alumínio e levar ás brasas
de uma fogueira por poucos minutos
pois num instante o caramelo fica feito.
Bom apetite!
Fotos: Sofia Carvalho
Bom apetite!
OUTDOOR Março_Abril 2012
107
Receitas Outdoor

Uma rubrica destinada à partilha
de receitas e sugestões
de Cozinha Outdoor.
Kids
Para os mais novos as tão esperadas
férias da páscoa estão a chegar!
Reunimos neste espaço algumas sugestões de Campos de Férias recheados de animação, desporto e aventura!
Já escolhes-te as tuas férias de sonho?
PROGRAMA
formação bodyboard
equinócio
Uma forma ativa e divertida de aproveitares as tuas férias a
treinar as técnicas deste desporto! Formação Intensiva em
Bodyboard para jovens com mais de 8 anos que pretendem
iniciar a modalidade ou que pretendam melhorar a sua
performance. O material está todo incluído. A formação é
dada por um professor federado, tendo uma componente
teórica e prática.
Esta ação de formação decorrerá de forma contínua, com
base no reconhecimento da evolução individual de cada
formando.
Onde: Lisboa e arredores
Idade mínima: 6 anos
Datas: de 26 a 30 de março.
Duração: Uma semana
Preços: 5 manhãs: 196,80€ p/ Criança - 4 manhãs: 170,00€
p/ Criança
Preços especiais para irmãos.
Sujeito a inscrição.
Um Programa: Equinócio
Contactos
website: www.equinocio.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 210 155 139 + 351 912 220 204
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Março_Abril 2012 OUTDOOR
Kids
Campos de Férias
PROGRAMA
clínica intensiva de surf
pocean surf academy
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
A Escola de Surf - Pocean Surf Academy todos os anos organiza durante os períodos de
férias escolares (Natal, Páscoa e Verão) clínicas intensivas de Surf.
O local de realização das mesmas será na
praia de Ribeira d’Ilhas na Ericeira, praia
onde nos encontramos o ano inteiro. Estas clínicas destinam-se essencialmente a
crianças e adolescentes que já façam Surf,
ou que ainda não tenham tido qualquer contacto com a modalidade e que normalmente
nesta altura do ano estão de férias, as quais
nem sempre coincidem com as férias dos
pais.
Assim, durante uma ou mais semanas, poderá proporcionar aos seus miúdos umas
férias diferentes na praia, com um contacto
directo com a natureza que eles jamais irão
esquecer.
No final de cada semana, será entregue um
Diploma e uma foto de grupo, para mais tarde recordar com os amigos e familiares.
De salientar que estas aulas de surf incluem
toda a parte de treino teórico, treino físico
e técnico, regras de segurança, bem como
a adaptação ao meio aquático em crianças
que não saibam nadar.
Todo o material está incluído na realização das aulas, e as mesmas são dadas sob
a orientação de treinadores experientes e
credenciados pela Federação Portuguesa de
Surf.
Onde: Ericeira, Praia de Ribeira d´Ilhas
Idade mínima: 6 anos
Duração: Uma semana
Preços: Sob consulta.
Um Programa: Pocean Surf Academy
Contactos
website: www.pocean.pt
e-mail: [email protected]
Telef: +351 910056620 / +351 915134006
OUTDOOR Março_Abril 2012
109
Kids
PROGRAMA
Campo de Férias
Rota do Fresco
Depois do Natal, do madeiro e do Cante ao Deus Menino, eis-nos prontos para a Páscoa. Neste campo de férias,
pretende-se levar as crianças a descobrirem outra forma
de estar - a forma de estar rural e alentejana, a relacionarem-se com o património existente, a experimentarem
tradições rurais, a conhecerem as atividades económicas
(comércio, agricultura), a participarem em jogos tradicionais, a interagir com crianças do campo. Tudo num
ambiente saudável, seguro, divertido, instrutivo e personalizado.
Atividades: Ateliers de folares e de lagartos; peddy-paper de ovos da Páscoa; borrego, pois está claro, e a aprendizagem, a diversão e o bom ambiente do costume: todo
o campo, toda a luz, todo o sol do Alentejo, agora em
dois locais em simultâneo, adicionando Beja ao campo
de Alvito. Ateliers de poesia, visitas a montes agrícolas,
geocaching no montado, pic-nic, rota do fresco ao luar
com caça-ao-tesouro, movie & popcorn night... E ainda
muito mais!
Alimentação: Inclui Pequeno Almoço, Bucha a meio da
manhã, Almoço, Lanche, Jantar e Ceia. A ementa é cuidadosamente elaborada, procurando conciliar os gostos das
crianças com os pratos típicos do Alentejor, correspondendo sempre a uma alimentação equilibrada e saudável.
Onde: Vila de Alvito, Baixo Alentejo
Quando: 25 a 30 de março de 2012
Destinatários:Todas as crianças com vontade de ter experiências novas, entre os 6 e 12 anos.
Preço: 245€ por participante
Temos condições especiais para irmãos e grupo de amigos.
Sujeito a inscrição.
Um Programa: Rota do Fresco
Contactos
website. www.campopatrimonio.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 284 475 413/ + 351 913 417 599
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Julho_Agosto 2011 OUTDOOR
PROGRAMA
Kids
Campos de Férias
Campo de Férias
Roda viva
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Desafiamos os Participantes a fazerem a mochila e
partirem à aventura com a Roda Viva para passarem umas Férias ativas e divertidas numa verdadeira Roda Viva de atividades!
O leque das atividades que dinamizam os Campos
de Férias incluem Jogos tradicionais, de coesão,
de destreza, de orientação, de pista, aquáticos,
noturnos; percurso de obstáculos; gincanas; caça
ao tesouro; assalto ao Castelo; variantes de paint-ball (“Fisg’ó-paint” e “Sering’ó-paint”); torneios de
futebol e de outros jogos de equipa; idas à praia;
caminhadas; foot-papers na Praia das Maçãs ou
Cascais; cluedo; mini-disco; noite de acampamento; ateliers “Rapa Tacho”, “Pinceladas”, “Eco-Viva”
e “Viv’a Terra”; actividades radicais de arborismo.
Opcionais: surf ou body-board e equitação.
Todas as actividades radicais são orientadas por
profissionais especializados, contratados para esse
efeito.
Os participantes são incentivados a colaborar em
algumas tarefas do Campo, com o intuito de cultivar a entreajuda, a responsabilidade, a persistência
e o respeito pelos outros.
Local: A 45 minutos de Lisboa, a escassos minutos, a pé, da Praia Grande, muito perto da serra de
Sintra, rodeada por um anel de vilas riquíssimas
em património e curiosidades, inserida num hectare de pinhal, a Casa da Praia Grande tem uma
situação privilegiada, que permite um leque variadíssimo de atividades ao ar livre. Propriedade da
Repsol Portuguesa, foi concebida de raiz para receber crianças em férias, com espaços amplos que
a redecoração da Roda Viva tornou muito alegre e
acolhedora, transmitindo um saudável clima de vivacidade e descontração.
Destinatários: 6-10 / 10-13 / 14-17
Datas: 1º Turno: 25 a 31/março | 2º Turno: 01 a 05
/Abril
Valor: Participantes Particulares - 240 €/1º Turno;
170€/2º Turno - Inclui alojameto, alimentação, atividades, acompanhamento 24h e seguro. Iva não
incluído. Realizado por marcação.
Contactos
website. www.rodaviva.web.pt
e-mail: [email protected]
Telef: +351 96 504 03 74
OUTDOOR Março_Abril 2012
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crista do risco
canoagem albufeira
Passeio que sobe à Serra do Risco, a escarpa calcária mais alta da
Europa Continental.Realizado por
Canoagem na Lagoa onde se observa inúmeras espécies de aves
marcação.
Preço: 15€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Vertente Natural
Onde: Lagoa de Albufeira
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Vertente Natural
escalada e rappel
sintra
fantasmagórica
Venha conhecer a Serra de Sintra
por ângulos únicos. Realizado por
marcação.
Onde: Serra de Sintra
Preço: Desde 25€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Equinócio
costa flores
O passeio percorre sinuosos carreiros atlânticos, que nos levam
ao ponto mais ocidental da Europa.
Preço: 12,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Papa-Léguas
Esta caminhada pretende desafiá-lo a superar possíveis superstições. O encontro será fantasmagórico!
Preço: 20,30€ / pax
Um Programa: Equinócio
redescobrir
monsanto
Verá que há, em Monsanto, locais
extremamente aprazíveis para se
caminhar e merendar.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Papa-Léguas
slackline
gps paper
Iniciação à modalidade de Slackline. Nunca experimentou?
Venha conhecer a Serra de Sintra
através de um GPS. Realizado por
Não perca esta oportunidade!
marcação.
Preço: 10€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: MuitAventura
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Trilhos
paintball
Bobcat
E que tal um jogo entre os seus
Quantas vezes já se imaginou a
amigos de paintball?
conduzir uma destas máquinas?
Onde: Parque Aventura Sniper;
Preço: 17,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Sniper
Onde: Parque Aventura Sniper;
Preço: 12,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Sniper
cultural bike tour
trekking sintra cascais
Venha conhecer a zona do Oeste
duma forma diferente. Através de
um bike tour levamo-lo a conhecer esta zona lindíssima!
Preço: Desde 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Experience Sport
112
limícolas.
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Conheça o Parque Natural Sintra
Cascais num trekking fabuloso.
Preço: Sintra/Cascais
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
OUTDOOR Até 25€
Atividades Outdoor
Bungee jumping
Saltar de uma ponte com cerca de
50 metros de altura, apenas com
Pouco ou nada eleva a adrenalina
como um salto de bungee jumping. Realizado por marcação.
uma corda especial e um arnês.
Onde: Minho
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Rafting Atlântico
Local: Minho.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Rafting Atlântico
bike tour
Batismo surf
Venha desfrutar de um passeio de
btt pelas mais bonitas paisagens
de Sintra.
E que tal um batismo de surf na
praia da Ericeira. Realizado por
Onde: Guincho
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Guincho Adventours
marcação.
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: Pocean Surf Academy
caminho do abade
btt lagoa são joão
Caminhada em Ribeira de Pena,
com a presença de um guia interprete.
Passeio de BTT numa das cotas
mais elevadas da Serra de Montemuro, São Cristóvão.
Onde: Ribeira de Pena
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil/Média
Um Programa: Nicho Verde
Onde: Serra Montemuro
Preço: 12,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Nicho Verde
Canoagem no Rio Alva
invasões francesas
Venha conhecer esta modalidade
no Rio Alva e emocione-se com
esta descida!
A zona das Linhas de Torres,
marcadamente rural, mantém vivas as memórias de há duzentos
anos.
Preço: 10€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Geosphera
Realizado por marcação.
Preço: 21,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Transserrano
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
113
Atividades Outdoor
bridge jumping
rota aldeias xisto
soft rafting
Percurso com cerca de 10 Km,
circular, com alguns declives
acentuados e de médio grau de
dificuldade
Onde: Lousã
Preço: 10€ / pax
Um Programa: Transerrano
O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale
protegido do vento, descendo por
umas águas tranquilas e limpidas.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
kayak aventura
canoagem óbidos
Em kayak com início em Vilar de
Mouros e chegada junto a plataforma de embarque do rio Coura.
Um passeio em plena Lagoa de
Óbidos onde desfrutará de paisagens magníficas.
Preço: Lagoa de Óbidos
Preço: Desde 25€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Experience Sport
Onde: Rio Coura
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Minha Aventura
passeio aldeias xisto
Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro
são aldeias cravadas na serra da
Lousã.
percurso ajuda
grande
O percurso pretende associar ao
local de interesse histórico, ou
Onde: Lousã
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Fácil/Média
Um Programa: Javsport
seja, o forte da Ajuda Grande
Preço: 12,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Sniper
carros elétricos
canoagem no zêzere
Venha conhecer a cidade de Évora de uma forma diferente. Aventure-se nos carros eléctricos.
A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa
são fatores que o levarão a descer
este Rio.
.Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Aventur
Realizado por marcação.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Rota do Fresco
Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
OUTDOOR Até 25€
Atividades Outdoor
Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso
e técnico de Portugal continental.
canyoning
rio bestança
Preço: Rio Poio
Preço: A partir de 40€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Nicho Verde
Considerado um dos rios mais
limpos da Europa, o Rio Bestança apresenta-se com uma
envolvente única.
Preço: A partir de 40€ / pax
Um Programa: Nicho Verde
Confronto Laser +
Aventura 3
Passeio a cavalo por
terras do Vez
Tenha um fim de semana em
cheio!
Onde: Parque Aventura Sniper
Preço: Desde 35€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Sniper
kayak tour
O percurso disponível em Cascais,
o kayak tour leva-te a conhecer a
baía de Cascais de uma perspectiva totalmente diferente.
Preço: 35€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Guincho Adventours
Venha e divirta-se!
Onde: Serra de Sintra
Preço:75€ / pax
Dificuldade: Fácil/médio
Um Programa: Oficina da Natureza
fim de semana
aventura
Reúna um grupo de amigos e
venha experimentar um fim de
semana repleto de aventura.
Onde: Parque Aventura Sniper
Preço: A partir de 48€ / pax
Um Programa: Sniper
rafting no minho
workshop de licores
Este é um rio para um contato
inicial para a modalidade de
Rafting.
Venha aprender como se confecionam os licores e as compotas
de forma tradicional.
Onde: Rio Minho
Preço: Desde 37,5€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
Local: Ponte de Lima
Preço: 48€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Oficina da Natureza
rafting rio paiva
lapa da furada
Venha sentir a adrenalina do Rio
Paiva e desfrutar de um momento
de aventura
Onde: Castelo de Paiva
Preço: 62,50€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Equinócio
A gruta da Lapa da Furada situa-se em pleno Parque Natural da
Arrábida e apresenta vestígios de
ocupação humana.
Preço: 28€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Vertente Natural
coasteering mula
buggy ou moto4
O Coasteering é uma atividade
onde se percorre a linha de costa, através de vários desportos.
Onde: Sesimbra
Preço: 30€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Vertente Natural
Desafiamos-te à diversão num
dos nossos automáticos Moto 4
ou Buggy todo o terreno.
Onde: Sintra
Preço: 75€ /para duas pessoas.
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
OUTDOOR Março_Abril 2012
115
Atividades Outdoor
OUTDOOR Até 75€
canyoning rio poio
OUTDOOR Até 75€
batismo surf praia
sta rita
Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso
e técnico de Portugal continental.
Preço: Desde 30,70€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Experience Sport
canyoning ribeira de
quelhas
batismo de parapente
Desfrute de voos de Parapente
nas bonitas praias de Sintra.
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Preço: Sob consulta
Dificuldade: Fácil/médio
Um Programa: Muitaventura
golfinhos do sado
pé da Ribeira das Quelhas.
Viagem de barco à descoberta dos
golfinhos do Sado, partilhando as
belezas do estuário e da costa da
Onde: Ribeira de Quelhas, Lousã
Preço: 40€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Transerrano
Arrábida. Venha e divirta-se!
Preço:Sob Consulta.
Dificuldade: Fácil/médio
Um Programa: Muitaventura
Atividade que envolve a descida a
OUTDOOR mais de 75€
passeio pelos trilhos
do lobo
-lo a cavalo.
Preço: Sob Consulta.
Um Programa: Oficina da Natureza
Venha descobrir a espetacular linha de costa de Lagos a Sagres,
com as suas falésias, enseadas de
agua cristalina...
Preço: Sob Consulta
Um Programa: Caminhos da Natureza
canyoning rio arado
tour aéreo
Venha sentir a adrenalina do Rio
Paiva e desfrutar de um momento
de aventura
Onde: Terras de Bouro
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Médio
Um Programa: Equinócio
Saboreie a maravilhosa perspectiva de uma ave, através de uma
inovadora forma de turismo, realizada em passeios aéreos, sobre
o concelho de Sintra e Cascais.
Preço: Sob consulta
Um Programa: Guincho Adventours
lisboa madrid btt
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de Lisboa a Sagres em 4 dias bem
cheios do mais puro BTT.
Preço: Desde 230€ / pax
Dificuldade: Médio/Alto
Um Programa: Caminhos da Natureza
Venha burricar na Costa Vicentina... vamos descobrir belas
paisagens campestres e falésias
fantásticas!
Preço: Sob consulta.
Um Programa: Caminhos da Na-
Uma forma diferente de conhecer
o Parque Nacional da Peneda-Gerês tem para oferecer é descobri-
116
travessia pedestre
Março_Abril 2012 OUTDOOR
tureza
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Atividades Outdoor
Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso
e técnico de Portugal continental.
Preço: Desde 80€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
Rota dos antepassados em Buggy
a fóia marafada
Não fique aí, venha à descoberta
do Algarve verdadeiro! Atividade não recomendada a principiantes.
Locais: Sagres a Monchique.
Preço: A partir de 40€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Geosphera
paramotor
buggy
Preço: 105€ (inclui entrada e
vista ao Convento dos Capuchos)
Um Programa: Guincho Adventours
Alguma vez experimentou essa
sensação (voos comerciais não
contam...)?
Locais: Local a definir
Preço: 79,90€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Sniper
curso essencial de
bushcraft
sob e sobre o montado
alentejano
Bushcraft é a arte de prosperar no mato, ou uma extensão
a longo prazo das técnicas de
A aldeia do Lousal funcionou
como uma aldeia mineira até
aos anos 80 do século XX.
sobrevivência.
Preço: 116,85€ / pax
Um Programa: Equinócio
Dificuldade: Médio/Alto.
Preço: Sob consulta.
Um Programa: Geosphera
workshop espeleo
caminho del rey
Este Workshop desenvolve-se inteiramente no maciço calcário da
serra da Arrábida e é destinado a
quem pretende iniciar-se na prá-
El Caminito del Rey é uma passagem na garganta do El Chorro e
Gaitanejo, a norte de Málaga, na
Conheça Cascais e Sintra em
tica da espeleologia.
Preço: Desde 170€ / pax
Um Programa: Vertente Natural
léguas douro internacional
Espanha.
Preço:140€ / pax
Dificuldade: Alto
Um Programa: Vertente Natural
léguas em marvão
Sob um céu azul, o Planalto Mirandês pinta-se de tons de ocre
quente e a rama o seu ondulado
em miradas a perder de vista.
Preço: 200€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
A gruta da Lapa da Furada situa-se em pleno Parque Natural da
Arrábida e apresenta vestígios de
ocupação humana.
Preço: 170€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Papa-Léguas
aulas surf
formação bodyboard
Venha aprender a modalidade
na praia da reserva de surf portuguesa
Onde: Praia de Ribeira d´Ilhas
Preço: 100€ /pack de 10 aulas
Um Programa: Pocean Surf Academy
5 manhãs de aprendizagem que o
leverão a aprender a modalidade.
Não perca esta atividade.
Onde: Praia de Carcavelos
Preço: 196,80€ /pax.
Dificuldade: Iniciação.
Um Programa: Equinócio
OUTDOOR Março_Abril 2012
117
Atividades Outdoor
OUTDOOR mais de 75€
workshop trekking
em autonomia
Desporto Adaptado
salvador aprova
“lord nelson”
Veleiro britânico esteve em Portugal antes das
“The Tall Ships Races Lisboa 2012”
O
Grande Veleiro “Lord Nelson” esteve no último mês de dezembro em
Lisboa. A embarcação vai estar presente este ano nas “The Tall Ships
Races Lisboa 2012” e esta incursão
pelas águas lusas foi uma forma de divulgação
do evento e das características especiais do veleiro.
O “Lord Nelson” é uma embarcação desenhada
propositadamente para facilitar o acesso a pessoas com limitações físicas e foi por isso que a
APORVELA – Associação Portuguesa de Treino
de Vela decidiu convidar a Associação Salvador
a embarcar.
Salvador Mendes de Almeida, fundador da instituição, atestou todas as especificidades do ve118
Março_Abril 2012 OUTDOOR
leiro que tem como grande destaque o convés.
Aquele espaço da embarcação tem uma barra
mais saliente para os deficientes visuais saberem onde estão e assim se poderem orientar.
Toda a mastreação está também colocada a um
nível mais baixo para os tripulantes de cadeira
de rodas terem acesso a todo o equipamento.
Para uma maior segurança a bordo cada pessoa
portadora de deficiência é acompanhada por
outro velejador mais experiente.
“Podemos receber até oito pessoas em cadeira
de rodas, para além de pessoas portadoras de
outras deficiências, porque o veleiro é totalmente adaptado.
Foi um grande desafio adaptar este veleiro de
modo a satisfazer qualquer necessidade para
qualquer pessoa. Até 1996 não havia nenhum
veleiro para pessoas com deficiência. Foi muito
Desporto Adpatado
Associação Salvador
Fotos: Aporvela
desafiante conseguir adaptar todos os pormenores necessários. Colin Mudie, o designer do veleiro, teve que pensar em todos os pormenores.
Temos que ter um sistema de evacuação adaptado para os vários tipos de deficiência que recebemos a bordo, por exemplo, quando o alarme
dispara, algumas das camas também vibram,
para o caso de termos pessoas surdas entre a
tripulação”, explica John Ethridge, Capitão do
“Lord Nelson”.
venham passar uns dias a bordo ou visitar o barco que consigam fazer tudo, independentemente de serem ou não portadoras de deficiência”,
resumiu ao mesmo tempo que se mostrava marcado pela experiência vivida na Doca de Alcântara.
A Associação Salvador tem como missão promover a integração das pessoas com deficiência motora na sociedade e melhorar a
sua qualidade de vida. Os projetos
Salvador Mendes de Almeida foi
desenvolvidos baseiam-se na
Foi um grano grande protagonista de uma
promoção da inclusão social
de desafio adaptar
visita ao grande veleiro. Emodas pessoas com mobilidade
cionado, o fundador da aslimitada e desenvolvem-se
este veleiro de modo
sociação com o seu nome,
em quatro áreas de atuação:
a satisfazer qualquer
atestou todas as condições
Integração Social, Acessibilinecessidade para qualque a embarcação prodades, Prevenção Rodoviária
porciona: “Há uma grane Investigação e Tecnologia.
quer pessoa. Até 1996 não
de preocupação a bordo do
havia nenhum veleiro
“Lord Nelson” que é poder
Marta Lobato, manager do
para pessoas com
incluir na tripulação pessoas
projeto Tall Ships Races Lisboa
deficiência.
portadores de deficiência, inde2012, revelou na vinda do “Lord
pendentemente da deficiência. É
Nelson” à capital portuguesa que
perfeitamente adaptado para cadeieste será um dos Grandes Veleiros
ras de rodas, que pode ser considerada a
que vai voltar a velejar em águas portudeficiência mais limitadora, mas é igualmente guesas aquando da realização do evento: “Este
adaptado para pessoas cegas. Este veleiro devia veleiro já está inscrito para as Tall Ships Races
ser exemplo para tantas outras áreas onde este 2012 e está aqui para nos mostrar as suas catipo de inclusão e adaptação falha. É um ótimo racterísticas muito raras e também para nos dar
exemplo para outras coisas que podem estar em força para conseguirmos embarcar mais jovens
falta no nosso país”, explica.
em veleiros como este. O “Lord Nelson” vai esSalvador adianta que um dos objetivos do capi- tar presente em Lisboa, outra vez, em julho de
tão da embarcação “é que todas as pessoas que 2012 e esperamos que toda a gente acompanhe
OUTDOOR Março_Abril 2012
119
Desporto Adaptado
o evento. Apesar de já termos vários barcos inscritos nas Tall Ships Races, termos também um
barco com estas características fantásticas é ótimo porque é uma realidade haver pessoas portadoras de deficiência que se vêem mais limitadas por não conseguirem fazer parte de uma
tripulação. Isto dá-nos força para trabalharmos
mais, para conseguirmos mais jovens a bordo.”
A responsável da APORVELA disse ainda ter sido
“muito gratificante receber o Salvador”. “Temos,
em teoria, todas as informações do veleiro, todas as suas características e adaptações, mas foi
fundamental ter cá vindo uma pessoa portadora
de deficiência, como o Salvador que pôs as coisas em perspetiva e confirmou que, na prática, o
veleiro está realmente bem adaptado”, concluiu.
A bordo do “Lord Nelson”, de Inglaterra até Portugal, de Southamptom a Lisboa, viajou António Rodrigues. Foi o único tripulante luso numa
aventura marcante. O convite surgiu e o instrutor de vela não hesitou em aceitar: “Esta viagem
foi uma aventura total, devido ao trabalho que
faço em Inglaterra, onde sou instrutor de vela,
e surgiu a oportunidade de embarcar no grande veleiro “Lord Nelson”. Nunca tinha feito uma
viagem marítima mas foi interessante, uma ex-
periência diferente, dar-me com pessoas diferentes e trabalhar no barco, aprender algumas
coisas como: leftside, rightside, portside. A viagem não foi muito tranquila, apanhámos ventos
muito fortes, nos primeiros dias estive de cama,
mas logo me fui habituando e integrando. Foi
muito giro entrarmos no porto de Leixões e seguir até Lisboa sempre pela costa. Nós saímos
no dia 1 de dezembro de Southamptom, é uma
viagem um bocado demorada, mas muito interessante”, sublinhou. ø
Ana Lima, Comunicação
Grande veleiro
“lord nelson”
É um dos Veleiros de Classe A confirmados nas “The
Tall Ships Races Lisboa 2012” e é a primeira embarcação desenhada propositadamente para acolher no
seio da tripulação pessoas portadoras de deficiências
motoras.
Colin Mudie, designer do veleiro, projetou esta ideia e
colocou como condição que metade da tripulação pudesse ser portadora de deficiências físicas, razão por
que a embarcação tem acessos variados para cadeiras
de rodas em todos os espaços.
As características do “Lord Nelson” são únicas com todos os pormenores da embarcação pensados e desenhados com o objetivo de proporcionar a quem tem
deficiências físicas a possibilidade de embarcar. Todas
as divisões do Grande Veleiro estão acessíveis a quem,
por infortúnio, está “preso” a uma cadeira de rodas.
No verão de 1984 foram angariados fundos suficientes
para dar início à construção nº 342 do design de Colin
Mudie. Dois anos depois, no dia 17 de outubro, “Lord
Nelson” rumou a Southamptom com o desafio de mudar a vida de todos aqueles que entrassem a bordo.
Propriedade da Associação Jubilee Sailing Trust, o
“Lord Nelson”, tem 52.42 metros. Com capacidade
para navegar em qualquer mar do mundo, o veleiro
já levou mais de 30 mil pessoas para o mar, incluindo
12 mil com deficiências físicas e cinco mil em cadeiras
de rodas.
O Grande Veleiro é uma homenagem ao famoso almirante e herói britânico Lord Horatio Nelson, conhecido pelas suas vitórias contra os franceses durante as
Guerras Napoleónicas.
120
Março_Abril 2012 OUTDOOR
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
121
Espaço APECATE
O
Foto: Filomena Sá Pinto
turismo náutico
Turismo Náutico é um tema cada
vez mais falado, enquadrado numa
macro visão do desenvolvimento
da economia de mar.
Mas será que tem a capacidade necessária para
se desenvolver?
Portugal encerra no seu território um potencial
único, quer no que concerne a águas interiores,
quer no que diz respeito ao mar. Este potencial
permite que as empresas de animação turística
e os operadores marítimo-turísticos construam
uma oferta de produtos de Turismo Náutico variada e de grande qualidade e avancem para o
mercado turístico europeu com um posicionamento competitivo relativamente a outros des122
Março_Abril 2012 OUTDOOR
tinos de Turismo Náutico, como é o caso de Espanha.
Atualmente a oferta existe, cresceu muito para
além do que existia há uns anos atrás e foram
atingidos os pressupostos de maturidade destas
empresas, que permitem apresentar um elevado nível de profissionalismo e qualidade nos
serviços prestados.
Algumas atividades de Turismo Náutico
Canoagem
Hoje em dia a canoagem já não se limita a simples descidas de rio. Atualmente fazem-se expedições de rio com dois ou mais dias de duração
e canoagem de mar ao longo de costas únicas
e abrigadas descobrindo grutas e praias selva-
centrada principalmente em Cascais e Oeiras
e, sem sombra de dúvida, excelentes condições
para a atividade. Mas há ainda muito para fazer
nesta área e temos de olhar para os países que
já o fizeram, como é o caso da Croácia, Grécia
e Espanha, que trabalham o charter náutico de
forma eficaz.
Canyoning
O Canyoning é uma atividade que nos últimos
anos tem centrando grande parte da sua oferta
em alguns rios do Norte de Portugal, como é o
caso do Teixeira, do Poio ou do Frades, que são
já bastante conhecidos.
Mas existe mais a explorar em Portugal continental, como é o caso das várias ribeiras do
Parque Nacional da Peneda Gerês. Nas ilhas, a
Madeira tem vários locais de grande qualidade
para esta atividade e, nos Açores, corremos o
“risco” de ser um dos melhores lugares do mundo para a prática do Canyoning. Na verdade já o
somos, mas poucos sabem.
Observação de Cetáceos
Nesta modalidade, todos pensamos de imediato
nos Açores! Sem qualquer sombra de dúvida, os
operadores marítimo-turísticos dos Açores souberam colocar as suas ilhas no mapa-mundo do
turismo com este produto. Em Portugal Continental já existe alguma oferta como é o caso
dos Roazes Corvineiros do Estuário do Sado ou
algumas saídas feitas no Algarve.
Surf
Este é sem dúvida um muito recente e bom
exemplo da capacidade de desenvolvimento de
Turismo Náutico. O trabalho levado a cabo na
área de Peniche e Nazaré tem-se revelado num
desenvolvimento exponencial. De um momento para o outro, aquilo que todos os surfistas nacionais conheciam foi organizado como produto turístico e dado a conhecer a todo o mundo.
Hoje, esta é uma das operações turísticas para
a qual se olha com mais alegria. É um pouco
este reflexo dinâmico que gostaríamos de ver
em muitos setores económicos no nosso país. E
parece que este sentimento se está a espalhar
para outras zonas, pois toda a costa vicentina
parece já ter “embarcado” nesta nova viagem
de descobrimentos. Temos um país inteiro banhado por costa atlântica e, ao que parece, os
melhores locais para prática de surf na Europa.
Bom para iniciados e, logo na praia ao lado, excelente para bater records mundiais.
Coasteering
O Coasteering é o “primo” marítimo do Canyoning: recorre a técnicas muito similares, mas
adaptadas ao ambiente marítimo. Permite percorrer uma linha de costa (normalmente escarpada) onde o participante pode efetuar rappel,
slide, escalada (psicobloc), saltos para água, natação e caminhada. Nasceu em 1999 no Reino
Unido, onde já tem milhares de adeptos e até
uma federação própria, praticando-se inclusive
no inverno. Em Portugal tem mais expressão
na costa da Arrábida/Sesimbra, dadas as excelentes condições que a região apresenta, mas
existem outros locais possíveis como a costa do
Cabo Roca, a costa algarvia, entre outros.
Vela
Sempre fomos um povo de navegadores e esta
modalidade do Turismo Náutico ocupa o 1º lugar na atratividade de turistas náuticos a nível
europeu. Temos já alguma oferta nesta área,
Temos capacidade?
Poderia continuar a descrever outras atividades de Turismo Náutico como, por exemplo, o
rafting ou o windsurf e todos os seus potenciais,
mas não posso deixar de voltar à questão inicial: a capacidade para desenvolver o potencial
reconhecido.
Foto: Pocean Surf Academy
Mergulho
O Mergulho é um dos principais motivos de viagem para quem procura Turismo Náutico. Em
Portugal existem excelentes condições para a
prática de mergulho e para se criar uma operação contínua e fora da época balnear, quebrando a sazonalidade. Temos um dos melhores
climas na Europa, costas atlânticas voltadas a
sul (águas calmas), como é o caso da Arrábida
e todo o Algarve, e uma grande biodiversidade
marinha como é exemplo o Parque Marinho
Professor Luis Saldanha. Nas ilhas temos mergulhos com excelentes visibilidades, em naufrágios, com focas ou em locais arqueológicos. A
oferta nesta área é feita por operadores muito
profissionais, tendo alguns cerca de 20 anos de
experiência.
OUTDOOR Março_Abril 2012
123
Espaço APECATE
Turismo Náutico
gens. Podemos dar a volta a uma ilha (Madeira
e Açores) ou navegar ao longo da costa de Portugal continental.
Espaço APECATE
Este espaço é seu
Envie-nos as suas dúvidas e questões sobre
temáticas de Animação Turística, Congressos e Eventos e a APECATE responderá.
Fotos: Vertente Natural
[email protected]
E aqui a alegria é bem menor, pois está quase
tudo por fazer.
Para percebermos um pouco isto, basta olhar
para a nossa vizinha Espanha que, em 1998, se
lançou na implementação do conceito de Estação Náutica.
Estação Náutica é um conceito em tudo similar
a uma estação de ski, onde os serviços se agregam e se padronizam. Trata-se da criação de
uma identidade clara posicionando no mercado
turístico um determinado destino. Espanha tem
hoje cerca de 30 Estações Náuticas e o volume
de negócios cresceu 30% em 2011 (ano de crise!?).
Em 2004 houve 2 milhões e 800 mil viagens na
Europa cuja principal motivação foi o Turismo
Náutico. O crescimento deste produto turístico
é de cerca de 10% ao ano. E poderíamos continuar a olhar para um rol de números que nos
aguçam o gosto económico.
O que nos falta então para transformarmos o
nosso potencial em realidade?
• Falta-nos infraestruturas.
124
Março_Abril 2012 OUTDOOR
Temos marinas e temos portos de Norte a Sul do
país! Sem dúvida que sim. Mas não temos lugar
para os barcos dos operadores marítimo-turísticos e, em muitos casos, não temos lugar para
veleiros em trânsito.
Será que os portugueses têm assim tantos barcos que provoquem uma sobrelotação dos portos e marinas? Na verdade temos um dos rácios
de barcos per capita mais baixos da Europa, 1
para cada 285 habitantes. O rácio da Alemanha
é 1:111 e da Noruega é 1:7.
• Falta-nos legislação e fiscalização adequada.
A atual lei da atividade marítimo-turística foi
criada há cerca de 10 anos e obrigava as empresas a terem um cais de embarque e desembarque, caso contrário não se podiam licenciar. Cais
este, relembre-se, que estava e está dependente
de decisão das administrações portuárias e que
ainda hoje, em grande parte dos casos, não existe. Esta obrigação levou a um deserto de investidores na área do Turismo Náutico, pelo simples
facto de lhes ser negado o licenciamento.
Com o novo enquadramento jurídico dos agentes de Animação Turística, publicado em 2009,
Em 2010, assistimos a um boom de licenciamentos e de oferta de produtos turísticos nesta
área. Mas o decreto-lei 108/2009 não conseguiu
resolver todos os problemas decorrentes do
RAMT (Regulamento da Atividade Marítimo-Turística). Quando todos pensavam que finalmente se ia conseguir dinamizar este setor, “bate-se
de frente” com normas desajustadas que novamente impedem o seu desenvolvimento.
A APECATE, conjuntamente com a ACOMTS,
apresentou recentemente ao governo uma proposta de revisão urgente da atual lei (RAMT)
que, a ser aceite pelas partes envolvidas, poderá
resolver os problemas base da atividade.
No entanto, as dificuldades deste setor não se
fecham aqui: na área da fiscalização, o mar precisa de ser revisto. Verificam-se situações muito
graves e é do conhecimento geral no seio dos
operadores marítimo-turísticos que, se este
tema não for abordado pelo governo num futuro breve, as alterações legislativas terão pouco
efeito na dinamização dum setor com potencial único no país.
Temos então a capacidade? A resposta a esta
pergunta é muito mais complexa do que parece. Tem que ser respondida por todas as entidades envolvidas, privadas e públicas, porque
o Turismo em geral - e a atividade marítimo-turística em particular -, é uma atividade
transversal que exige o encontro de muitas
vontades … e estas vontades são, sem dúvida,
a coesão de que Portugal precisa.
Na APECATE respondemos que sim. Os agentes de Animação Turística têm capacidade para
afirmar o Turismo Náutico e basta-lhes olhar
para a sua própria história para saberem que
o caminho para a estruturação de um setor de
atividade económica promissor nunca é deixar
cair os braços ou chover no molhado: é identificar problemas e propor soluções. ø
José Saleiro, Vertente Natural
OUTDOOR Março_Abril 2012
125
Espaço APECATE
Turismo Náutico
pôs-se fim a este requisito de licenciamento
(estávamos perante uma pescadinha de rabo na
boca: as administrações portuárias não criavam
os cais de embarque porque não havia operadores, os operadores não se licenciavam porque
não havia cais).
A fechar
Fórum Fotografia
O Fórum Fotografia teve início no dia 5 de outubro de 2004 e
tem como objetivo principal o convívio, a partilha, a troca de
ideias e de conhecimentos sobre tudo o que está relacionado
com fotografia e imagem.
Mais Informações
Red Bull Kart Fight
Para uns é a grande escola da velocidade. Para outros é diversão
pura e dura. Uma coisa é certa - o karting não escolhe idades e
continua a seduzir um vasto público. Foi a pensar nos amadores
anónimos dos 13 aos 35 anos que nasceu o Red Bull Kart Fight,
com etapas em todo o país e uma Final que vai projetar o nosso
melhor talento para os palcos internacionais!
Mais Informações
Jovem cego surfa no Havai
Derek Rabelo tomou o gosto pela modalidade de surf há dois anos
e meio. O facto de ser invisual nunca o impediu de lutar para se
tornar num surfista.
Vê o vídeo
ASICS Trail Aventura
Conheça zonas históricas, trilhos escondidos e as belas paisagens de Portugal em 2012 através do circuito ASICS Trail Aventura.
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
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DE VOLTA ÀS
ALDEIAS DO XISTO.
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apoio:
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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