A FAMÍLIA COMO
CONSTRUTORA DE CIDADÃOS
Prof. Dr. Pe. Mário José Filho, css
REALIDADE CULTURAL DO
MUNDO DE HOJE
 CORRENTE MATERIALISTA:
- Você vale pelo que você tem e não pelo o
que você é.
- A sociedade de consumo nos manipula ao
criar novas e crescentes necessidades para
nós.
 CORRENTE UTILITARISTA
- Você vale alguma coisa, se for útil ou
produtivo.
- O fazer predomina sobre o ser.
- Necessidade de estar sempre produzindo.
 CORRENTE HEDONISTA
- Doutrina ética segundo a qual o único bem
é o prazer e o único mal a dor.
- Você tem valor na medida em que se sente
bem, ou em que me faz feliz.
 CORRENTE DO RELATIVISMO
- Hoje em dia nada é absoluto, tudo é relativo,
tudo pode mudar.
- É difícil falar de valores universais.
- Tudo é uma questão de opinião.
 CORRENTE SECULARISTA
- Dualidade entre o Divino e o Terreno.
- Dualidade entre Deus e o Homem.
- Dicotomia entre fé e vida.
 CORRENTE NIILISTA
- Niilismo é uma palavra que provém do latim
“nihil” que significa “nada”.
- Entre o nada e o nada há a matéria e nada
mais.
- O ser humano é visto apenas como um
corpo físico e não como um ser pleno de
dignidade e aberto à transcência.
 CORRENTE DA SUPER MULHER
- Exigências do mundo do trabalho.
- Papéis na configuração familiar (provedor).
- Dupla jornada de trabalho.
- Avanços do movimento feminista.
COMO ENTENDER A FAMÍLIA?
Constituída com base nas relações de parentesco
cultural e historicamente determinadas, a família incluise entre as instituições sociais básicas.
Com o desenvolvimento das ciências sociais, ampla
bibliografia internacional tem analisado suas diversas
configurações e destacado sua centralidade conforme a
reprodução demográfica e social.
A família é apontada como elemento-chave não apenas
para a "sobrevivência" dos indivíduos, mas também
para a proteção e a socialização de seus componentes,
transmissão do capital cultural, do capital econômico e
da propriedade do grupo, bem como das relações de
gênero e de solidariedade entre gerações.
Representando a forma tradicional de viver
e uma instância mediadora entre indivíduo e
sociedade, a família operaria como espaço de
produção e transmissão de regras e práticas
culturais e como organização responsável pela
existência cotidiana de seus integrantes,
produzindo, reunindo e distribuindo recursos
para a satisfação de suas necessidades
básicas.
Ainda que determinados fenômenos
venham suscitando alguns questionamentos
sobre a centralidade e o futuro da família nas
sociedades
contemporâneas,
suas
responsabilidades e suas funções sociais não
parecem ter perdido a relevância, tanto nos
países desenvolvidos, quanto nos que não
chegaram a estabelecer um Estado de BemEstar e um sistema de políticas sociais mais
consistente, como é o caso do Brasil. Essas
funções
e
responsabilidades
seriam
particularmente demandadas nas situações
de adversidade.
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Entre os fenômenos que traduzem as
modificações na estrutura tradicional das famílias
estariam:
- aumento da proporção de domicílios formados
por "não-famílias", não apenas entre os idosos
(viúvos), mas também entre adultos jovens que
expressariam novo "individualismo";
- a redução do tamanho das famílias;
- a fragilização dos laços matrimoniais, com o
crescimento das separações e dos divórcios;
- incremento da proporção de casais maduros
sem filhos; e
- a multiplicação de arranjos que fogem ao padrão
da típica família nuclear, sobretudo de famílias
com apenas um dos pais, e em especial das
chefiadas por mulheres sem cônjuge.
 A diferenciação nos processos de
"modernização" da família alerta para o fato
de que ela não pode ser reduzida aos
efeitos de fenômenos econômicos
(urbanização, entrada da mulher no
mercado de trabalho e outros) ou
demográficos (como a queda das taxas de
fecundidade).
 As estruturas familiares continuam a ser
determinadas também por fatores culturais,
ideológicos e políticos.
Margareth Mead entende que:
 A vida cotidiana de um casal dentro do ambiente familiar;
 A vinda dos filhos e todas as modificações decorrentes;
 A função e obrigações de mãe e esposa dentro do lar;
 O crescimento dos filhos e a reconstrução de uma vida
conjugal entre os dois principais integrantes dessas
relações: homem x mulher;
 O dia a dia da terceira idade, quando o casal está
novamente só passando por um momento de adaptação
a novos ritmos de vida.
A família pode também ser
definida conforme suas
funções a desempenhar na
sociedade:
• Função de ordem biológica e demográfica:
garantem a reprodução e a sobrevivência do ser
humano;
• Função de ordem educadora e socializadora:
transmite conhecimentos, valores, afetos através
de uma comunicação verbal e corpórea tão
importante nas relações interpessoais;
• Função de ordem econômica:
(produtoras e consumidoras) que se dá
no campo do trabalho; função de
seguridade, que cuida da seguridade
física, moral, afetiva, criando uma
dimensão de tranqüilidade .
• Função recreativa: que se traduz em
atividades diversas que rompem o
tédio, as tensões, como as festas em
família (aniversário, casamentos e
outras).
A
família é pois, “construtora” do cidadão.
Entre as principais
características sobre a família
na atualidade, podemos citar:
 o casal se une mediante o ritual do
casamento civil e religioso;
 um dos objetivos desse modelo familiar é o
de servir à procriação;
 ao homem cabe a função de provedor da
família e à mulher, cuidar da educação dos
filhos e da tarefa doméstica, e
 a reciprocidade de amor afetivo e efetivo
entre pais e filhos.
Podemos citar como principais
configurações familiares:
 famílias com base em uniões livres;
 famílias monoparentais, dirigida só pela mulher
ou só pelo homem;
 divorciados gerando novas uniões;
 famílias constituídas por homossexuais;
 mães/adolescentes solteiras que assumem seus
filhos, e
 mulheres que decidem ter filhos através da
“produção independente”, ou seja, sem
companheiro estável.
Christine Collange, em seu
livro "Defina uma família"
(1994) diz
 ..."São tantos, atualmente, os modelos de família, que
se tornou impossível classificar e principalmente
julgar os bons e os maus "planos de família" - como
poderíamos dizer de um "plano de carreira". Alguns
encontram o seu equilíbrio numa relação estável e
fechada, uma célula voltada sobre si mesma que eles
fortificam contra as agressões e mudanças de
qualquer tipo. Eles exigem muito dos seus parentes,
mas em troca se prontificam a dar muito de si
mesmo.
Outros, ao contrário, nada querem
sacrificar da sua aventura pessoal, preferem
uma fórmula de família "personalizada", sem
constrangimentos e sem obrigações, onde os
indivíduos vêm basicamente recarregar as suas
baterias antes de saírem mais uma vez pelo
mundo afora.
Ao juntar a documentação para este livro,
vocês nem podem imaginar o número de
famílias que eu pude catalogar! Fascinados
pela diversificação destes modelos, demógrafos
dão uma demonstração de uma criatividade
inaudita, vejam só: família "casulo", família
"Disneylândia",
família
"clube",
família
"moderna", família "tradição", família "cepa",
família "monoparental",
 família "em kit", família "reconstituída", família "aberta",
família "invisível", família "new-look", família "nuclear", família
"comunitária", família "fragmentada", família "parceira",
família "de fusão"... vou parar por aqui, já temos a nossa
prova: a diversidade de parentesco, a variedade de modos
tornam qualquer classificação impossível.
Lembro-me de uma canção da minha infância que dizia:
" Um amor como o nosso Um amor sem igual
Não é como os outros O nosso é fenomenal..."
É só substituirmos "amor" por "família", aí teremos uma
representação bastante correta da situação atual.
Família como a minha, família como a sua, provavelmente não
há duas iguais..." (p. 64-65).
Considerações finais.
 A família na vida de um indivíduo é o seu ponto de
referência para a vida que terá fora dela, a começar
da escola, que é o segundo passo para sua
socialização e a formação do caráter do adulto que
será um dia.
 Na escola, como lei própria e injustiça social é a
primeira fase que a criança começa a ser selecionada
dentro de seu ambiente de convívio, pela situação
sócio-econômica de sua família, e desta forma vão se
criando grupos de uma mesma natureza ou pelo
menos de uma mesma condição social.
 As famílias das classes populares têm
encontrado muitas dificuldades com
relação às políticas públicas de
assistência pela resistência que há em
empreender a perversidade do sistema
ideológico, uma vez que as diferenças
étnico-culturais não são respeitadas
 A valorização da família, enquanto
produção de identidade social, é
fundamental para a formação de
cidadania ativa e consistente de cada
indivíduo para que ele possa cumprir
seu papel de sujeito principal e criador
de sua história.
 É importante ter-se em mente que de
norte a sul de leste a oeste, ricos e
pobres fazem parte de uma mesma
nação e enquanto tal deve-se de forma
uniforme tentar reconstruir um papel
forte de identidade pessoal dentro de
suas famílias, pois esta é o princípio
de formação da cidadania de qualquer
indivíduo.
DOCUMENTO DE APARECIDA
(2007)
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CAPITULO IX – FAMILIA, PESSOAS E VIDA (p.193)
O matrimonio e a família.
As crianças.
Os adolescentes e jovens.
O bem estar dos idosos.
A dignidade e participação das mulheres.
A responsabilidade do homem e pai de família.
A cultura da vida: sua proclamação e sua defesa.
O cuidado com o meio ambiente.
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A FAMÍLIA COMO CONSTRUTORA DE CIDADÃOS