PESQUISA
Salário mínimo e o mercado do comércio
varejista de Rio Branco/AC
Realização: FECOMERCIO/AC
Coordenação: IFEPAC
Período: 27.01 a 04.02.2011.
Local: Cidade de Rio Branco/AC
Fevereiro/2011
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A PESQUISA
No período de 27 de janeiro a 04 de fevereiro de 2011, a Fecomercio/Ac realizou
pesquisa junto a 256 empresários e representantes do comércio varejista estabelecidos
na Cidade de Rio Branco/AC, com o objetivo de avaliar o impacto do reajuste do salário
mínimo com vigência a partir de 01 de janeiro próximo passado, haja vista que o salário
representa variável de importância para o desempenho das atividades de mercado.
Como as autoridades constituídas demonstram cautela com os rumos da economia
nacional no período vigente, a primeira indagação da pesquisa foi na intenção de avaliar
o entendimento do empresário do comércio acreano, quanto às possibilidades de
demissões ou de melhoria das vendas, a partir do pagamento de folha de pessoal com o
novo salário mínimo. Dos 256 entrevistados, 73% (equivalentes a 186 respostas) vêem a
realidade como um fator de incremento das vendas do comércio local. Enquanto, 15%
consideram a possibilidade de demissões no comércio, considerando que as obrigações
adicionais comprometerem sobremaneira os custos fixos carregados pelas empresas do
setor (figura 01).
Figura 01
Considerando a posição da maioria dos entrevistados quanto aos efeitos do reajuste do
valor do salário mínimo, a pesquisa indagou sobre a disposição das empresas do
comércio local em aplicar reajustes equivalentes sobre os salários da mão-de-obra
empregada. Como resposta, 55% dos empresários se mostraram favoráveis a atualização
na mesma proporção da variação aprovada pelo governo. No entanto, nas convenções
para acordo salarial no comércio, é acordado um adicional de 8% sobre o valor do
salário mínimo oficial, acordo este confirmado o seu cumprimento por 36,3% dos
empresários colaboradores. A pesquisa ressalta que 5% dos empresários abordados, não
demonstram qualquer disposição quanto a reajuste salarial de seu quadro de
empregados. (figura 02).
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Figura 02
Não é novidade que a economia brasileira carrega uma das maiores carga tributária do
planeta, assim, quaisquer gastos adicionais impostos ao governo, imediatamente o
contribuinte é surpreendido por medidas compensatórias. Desta forma, a pesquisa
resolveu verificar a avaliação do empresário do comercio quanto a esta convicção, como
resultado, 62% responderam que o reajuste do salário mínimo implicaria em aumento
sobre a carga tributária e, 37% não acreditam ou têm dúvidas quanto a essa
possibilidade. (figura 03).
Figura 03
Conforme decisão do governo, quando do reajuste do salário mínimo em 2008, a partir
do ano de 2010 o salário mínimo passou a ser reajustado no primeiro dia 1º do mês de
janeiro. Em decorrência do fato, a pesquisa procurou saber a posição dos empresários
quanto à decisão, haja vista que doravante o reajuste do salário mínimo acontece na data
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definida pelo governo. Como resposta, 76% dos empresários avaliam positivamente por
avaliar que o fato aquece as vendas do comércio logo no início do ano. No entanto, 22%
disseram que não ser favorável, pois o índice de reajuste não é divulgado
antecipadamente (figura 04).
Figura 04
Considerando a perspectiva favorável dos empresários quanto ao desempenho do
comércio de varejo no ano de 2011, a pesquisa buscou avaliar, numa escala de 0 a 10, o
crescimento esperado por estes, tendo em vista o reajuste do salário mínimo, vigente a
partir de 1ª de janeiro do ano corrente. As respostas analisadas demonstram que para
59,8%, o crescimento do comércio deve alcançar 10%. Outros 27,8% se mostraram
mais cautelosos, prevendo que o desempenho deve manter-se estável. Apenas 5%
mostraram-se mais otimistas, apostando na capacidade de alcançar crescimento acima
de 10%.
Quanto ao impacto do reajuste do salário mínimo sobre as atividades do comércio, os
empresários consideram bastante significante sobre as respectivas folhas de salários.
Aspecto que demanda maior atenção interna visando ao melhoramento dos sistemas
utilizados para controles do desempenho operacional. Assim, 59,4% demonstram
preocupação quanto ao sistema de vendas operado pela empresa (38,1%), maior
controle sobre os custos operacionais (19,9%) e melhoramento do sistema de crédito e
cobrança praticado (16,4), afora outras atitudes visando melhorias no atendimento a
clientes (8%) e na logística de entrega de bens comercializados (9%), dentre outras
táticas para a melhoria de desempenho da empresa (figura 05)
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Figura 05
Com relação aos fornecedores, 62,7% dos empresários do comércio local avaliam que o
reajuste do salário mínimo não implica em dificuldades operacionais, haja vista que a
concorrência entre eles é grande, e tendem a manter seus preços por mais tempo. Em
contra partida, outros 32,3%, consideram haver problemas decorrentes do imediato
ajuste no custo das mercadorias à disposição do comércio de varejo (figura 06).
Figura 06
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Com relação ao impacto do novo salário mínimo sobre os empregos gerados pelo
comércio, a pesquisa buscou levantar informações pertinentes, desta forma, 61% dos
empresários dizem que seus negócios geram até 5 empregos diretos, 22,7% afirma
empregar entre 5 a 10 pessoas e aproximadamente 11 % afirmam empregar mais de 10
pessoas (figura 07)
Figura 07
Com o propósito de verificar a magnitude do salário mínimo para o ambiente
econômico vivido no Acre, a pesquisa indagou aos empresários quanto a possibilidade
de atendimento das necessidades de uma família composta por duas pessoas adultas e
duas em idades infantis, apenas com o valor de um salário mínimo/mês. Assim, 75,4%
consideram impossível o atendimento das necessidades básicas de forma saudável, de
uma família, mesmo com reduzido número de pessoas, apenas com o valor de um
salário mínimo/mês (figura 08)
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Figura 08
Com este trabalho, a Fecomércio/Ac, busca contribuir para uma avaliação geral sobre o
entendimento dos principais representantes do comércio varejista de Rio Branco/AC,
quanto ao impacto do novo salário mínimo sobre a economia de mercado, haja vista,
que os níveis de consumo desejados pelas atividades econômicas são dimensionados,
basicamente, com relação a essa variável. Da mesma forma, o desemprego não contribui
positivamente para o desempenho desejado, tendo em vista que o salário é decorrente
dele.
Embora a renda do consumidor não seja oriunda apenas do salário, este representa a
variável de maior relevância para o mercado de consumo doméstico, que de certa forma,
caracteriza o mercado do comércio varejista da economia.
(IFEPAC, 02/2011)
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