SUMÁRIO
Prefácio, 9
Maria Margarida M. J. de Carvalho (Magui)
Apresentação, 11
Os organizadores
PARTE I
– Psico-oncologia: conceituação, definições, abrangência do campo, 13
Psico-oncologia: definições e área de atuação, 15
Maria Teresa Veit; Vicente Augusto de Carvalho
PARTE II – Câncer: definições, principais sítios, diagnósticos e formas de tratamento, 21
O aconselhamento genético em câncer, 23
Bernardo Garicochea; Maria Cristina Monteiro de Barros
Biologia do câncer, 32
Ricardo Caponero
Câncer de mama, 40
Alfredo Carlos S. D. Barros
Câncer e gestação, 46
Adriana Tourinho Ferreira Buzaid; Antonio Carlos Buzaid
Câncer de próstata e de testículo, 52
Jorge Hallak; Marcello Cocuzza; William Carlos Nahas
Câncer ginecológico: ovário, útero e vagina, 59
João Carlos Mantese
Câncer de pele, 67
Sergio Henrique Hirata; Fernando Augusto de Almeida; Mauro Y. Enokihara;
Ival Peres Rosa; Guilherme O. Olsen de Almeida
Câncer de cabeça e pescoço, 82
Anói Castro Cordeiro; Elaine Stabenow
Leucemias e linfomas, 92
Nelson Hamerschlak
Câncer gastrointestinal, 100
José Carlos Evangelista
Tumores do parênquima renal, 109
Marcus V. Sadi
Câncer ósseo, 120
Antonio Sérgio Petrilli
Câncer de pulmão, 130
Otavio Gampel
Tumores primários do sistema nervoso central, 134
José Marcus Rotta; Fernando Campos Gomes Pinto
A cirurgia de câncer e suas fronteiras, 145
A. André Magoulas Perdicaris
Radioterapia, 150
João Victor Salvajoli; Maria Leticia Gobo Silva
Quimioterapia, 155
Ricardo Caponero; Luciana M. Lage
Imunoterapia e tratamentos biológicos do câncer, 168
Nise Hitomi Yamaguchi
Transplante de célula-tronco hematopoiética: visão geral, 172
Daniela Carinhanha Setúbal; Maribel Pelaez Dóro
PARTE III – Prevenção do câncer, 187
Prevenção do câncer, 189
Rafael A. Kaliks; Auro Del Giglio
PARTE IV – Psico-oncologia: aspectos psicossociais, 193
Qualidade de vida do enfermo oncológico: um panorama sobre o campo e suas formas de
avaliação, 195
Sebastião Benício da Costa Neto; Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de Araujo
Câncer: recursos de enfrentamento na trajetória da doença, 209
Dóris Lieth Nunes Peçanha
Compreendendo as vivências de adolescentes com câncer: análise fenomenológica do TAT, 218
Adriana Bigheti; Elizabeth Ranier Martins do Valle
Psiconeuroimunologia, 233
Regina Paschoalucci Liberato
PARTE V – Aspectos psiquiátricos do paciente com câncer, 241
Transtornos do humor em psico-oncologia, 243
Karen Mendes Graner; Luiz Teixeira Sperry Cezar; Chei Tung Teng
Transtorno de ansiedade em pacientes com câncer, 257
Vicente Augusto de Carvalho
Reação de ajustamento em oncologia, 271
Pedro Altenfelder Silva; Carolina de Mello-Santos
Outros transtornos psiquiátricos em oncologia, 276
Rodrigo Fonseca Martins Leite; Chei Tung Teng
PARTE VI – Sintomas e seqüelas do câncer e de seus tratamentos: aspectos psicossociais, 285
Dor e câncer, 287
Ana Claudia de Lima Quintana Arantes
Dor: aspectos médicos e psicológicos, 294
Fernanda Rizzo di Lione
Sexualidade e câncer, 303
Rita de Cássia Macieira; Maria Fernanda Maluf
Terapia antiemética em quimioterapia, 316
James Farley Rafael Maciel; Celso Massumoto
Complicações orais do tratamento oncológico, 323
Marcos Martins Curi
PARTE VII – Intervenções psicossociais, 333
Reabilitação psicossocial do paciente com câncer, 335
Angela Damasio da Cunha; Frida Abezgauz Rúmen
Psicoterapia, 341
Regina Paschoalucci Liberato; Vicente Augusto de Carvalho
Terapias integradas à oncologia, 351
Regina Paschoalucci Liberato; Vicente Augusto de Carvalho
A família em psico-oncologia, 358
Maria Helena Pereira Franco
Intervenções em psico-oncologia em instituições, 362
Maria Teresa Veit; Luciana Holtz de Camargo Barros
A psico-oncologia e o atendimento domiciliar em cuidados paliativos, 373
Marco Tullio de Assis Figueiredo; Vera Anita Bifulco
Cuidados paliativos, 382
Maria das Graças Mota Cruz de Assis Figueiredo
Aproximação da morte, 388
Maria Julia Kovács
Trabalho com pessoas enlutadas, 398
Maria Helena Pereira Franco
A comunicação essencial em oncologia, 403
A. André Magoulas Perdicaris; Maria Júlia Paes da Silva
Espiritualidade no enfrentamento do câncer, 414
Regina Paschoalucci Liberato; Rita de Cássia Macieira
PARTE VIII – Especialidades integradas ao tratamento do paciente oncológico, 433
Fisioterapia em câncer, 435
Angela G. Marx; Marcia Colliri Camargo
Abordagem nutricional no tratamento do paciente oncológico, 443
Claudia Cristina Alves; Lilian Mika Horie; Letícia De Nardi; Dan Linetzky Waitzberg
Terapia ocupacional em oncologia, 456
Marilia Bense Othero
Fonoaudiologia em câncer, 465
Lica Arakawa Sugueno; Alessandra Cristina dos Santos Fornari
PARTE IX – Psico-oncologia pediátrica, 475
Oncologia pediátrica, 477
Maria Lydia Mello de Andréa
Efeitos tardios do tratamento do câncer na infância e na adolescência, 496
Elisa Maria Perina; Maria José Mastellaro; Nely Aparecida Guernelli Nucci
O câncer na criança: a difícil trajetória, 505
Elizabeth Ranier Martins do Valle; Mirian Aydar Nascimento Ramalho
A reinserção escolar de crianças com câncer: desenvolvimento de uma proposta
interprofissional de apoio em oncologia pediátrica, 517
Gisele Machado da Silva; Elizabeth Ranier Martins do Valle
PARTE X – Equipe multidisciplinar em psico-oncologia, 529
Serviços de psico-oncologia: configuração e implementação, 531
Maria Teresa Veit
Formação profissional em psico-oncologia, 543
Maria Julia Kovács; Rita de Cássia Macieira; Vicente Augusto de Carvalho
Estresse e síndrome de burnout em equipes que cuidam de pacientes
com câncer: cuidando do cuidador profissional, 556
Regina Paschoalucci Liberato; Vicente Augusto de Carvalho
PARTE XI – Temas especiais, 573
Questões legais e de direito no câncer, 575
Maria Cecília Mazzariol Volpe
Pesquisa em psico-oncologia, 590
Maria Helena Pereira Franco; Maria Julia Kovács
Internet em oncologia: pacientes, 596
Luciana Holtz de Camargo Barros
Internet e câncer: profissionais de saúde, 602
Ricardo Caponero
Programas de educação continuada para pacientes oncológicos, 608
Arli Melo Pedrosa; Maria Jacinta Benites Gomes
Grupos de ajuda mútua a pacientes com câncer, 612
Maria Jacinta Benites Gomes
PARTE XII – Epílogo, 617
A psico-oncologia no Brasil: notas sobre o passado e o presente; aspirações e
estratégias para o futuro, 619
Márcia Maria Alves de Carvalho Stephan
PREFÁCIO
Q
uando fui convidada pelos organizadores para
escrever dois capítulos neste livro, estava com
problemas de saúde, mais especificamente de
visão, e não foi possível aceitar o convite. Por algum tempo fiquei triste, sentindo que algo de muito importante
acontecia na minha área de atuação e eu não estava participando. Meus colegas e amigos estavam reunidos e eu me
via impedida de acompanhá-los nesse processo. A possibilidade de escrever o prefácio agora, no final da elaboração
do livro, trouxe a alegria de volta. Não estarei ausente
nesse novo marco da psicologia no Brasil!
Recebi o título e o sumário e fiquei agradavelmente
surpresa com a amplitude dos temas, a interação entre oncologia, psicologia e outras áreas, enfim, com o exercício
da multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, anseio
sempre presente na psico-oncologia.
O livro é mais que uma coletânea de textos sobre
temas importantes na área. É uma obra que descreve um
campo de conhecimento, focalizando suas bases técnicas
e seus níveis de atuação. Somos membros de uma área
nova, recente na história das profissões, o que faz de nós
membros de um setor de estudos ainda desconhecido por
muitos. Nesse sentido, o livro focaliza as propostas e os
objetivos da psico-oncologia, costurando suas partes para
esclarecer o conjunto; divulga a importância da compreensão e do amparo psicológico aos pacientes de câncer,
à sua família e aos profissionais de saúde que os têm sob
seus cuidados; acompanha todas as fases da doença, desde a sua prevenção, o diagnóstico temido, os tratamentos
difíceis, muitas vezes mutiladores e agressivos, a cura que
traz alívio, mas também o medo de recidivas, a fase terminal e o luto; enfatiza a importância de cuidar das dores
sofridas no processo de adoecer. São dores de perda – da
saúde, do corpo saudável, de papéis sociais comprometidos – e dores físicas, muitas vezes presentes no paciente
oncológico.
Comecei a seguir o roteiro e a apreciar a seqüência
proposta, a organização dos temas e os títulos dos capítulos. E, lendo alguns textos mais detalhadamente, valorizei
o tratamento científico dado aos temas. Todas as afirmações têm por base pesquisas, conhecimentos aprofundados, informações essenciais. A leitura deste livro corresponde a um curso completo de psico-oncologia, apenas
sem o estágio. Temos, portanto, um roteiro para os cursos
de especialização na área. Júlio de Mello Filho, na citação
inicial de seu livro Identidade médica (São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2007), escreve: “Em medicina e em amor, nem
nunca, nem sempre”. Mas, neste momento, este livro é
um excelente manual, que será refeito e revisto quando as
modificações vierem.
É importante ressaltar a preocupação com o detalhamento das características dos tipos de câncer em função
de sua localização e diferentes formas de tratamento, iniciativa de enorme importância para os profissionais não
médicos da área, bem como para os médicos que atendem
esses pacientes e não são oncologistas – como psiquiatras
e cirurgiões plásticos.
Por outro lado, a obra detalha questões psicológicas
muitas vezes ignoradas por aqueles médicos que tratam
de doenças e não de doentes. Essas questões foram muito
bem elaboradas e apresentadas em vários capítulos, e trazem subsídios para a compreensão psicossomática do ser
humano. No livro Medicina psicossomática (Porto Alegre:
Artes Médicas, 1989), Franz Alexander diz que fenômenos somáticos e psicológicos ocorrem no mesmo organismo e são dois aspectos do mesmo processo – o objeto dos
estudos psicológicos não difere daquele da fisiologia; os
dois diferem apenas na abordagem.
Outro aspecto relevante do livro é a importância
dada aos cuidados paliativos, que devem estar sempre presentes no cuidar, mesmo quando ainda se pode curar. E
especialmente quando não há mais possibilidades de cura,
mas necessidades de cuidados especiais. O atendimento ao
paciente gravemente enfermo, a morte, o morrer e a espiritualidade são partes integrantes e fundamentais na psicooncologia. Sem falar na importância da comunicação adequada – contar ou não contar, o que contar, como contar,
em que momento, quando as notícias não são boas.
10
TEMAS EM PSICO-ONCOLOGIA
Cuidar dos sobreviventes do câncer infantil e de todos
os sobreviventes, que vivem com marcas e mudanças, cuidar
do estresse dos cuidadores, formais e informais; cuidar das
questões legais e bioéticas; enfim, muitos são os tópicos
abordados neste livro de imenso valor no trato com o paciente de câncer.
Também se aborda, com muita propriedade, a história da nossa Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia, no
seu pioneirismo e na sua coragem de existir.
Concluo com a certeza de que este é um excelente
livro para todos os profissionais da área da saúde que queiram conhecer a psico-oncologia. Parabéns aos organizadores e a todos os participantes!
Maria Margarida M. J. de Carvalho (Magui)
Professora doutora do Instituto de Psicologia da USP
Sócia honorária da Sociedade Brasileira
de Psico-Oncologia
Prêmio Carmem Prudente em Oncologia 2007
APRESENTAÇÃO
P
sico-oncologia, psicooncologia, oncopsicologia,
oncologia psicossocial... Designações diferentes e
grafias diversas para a mesma idéia: a do melhor
conhecimento teórico e técnico sobre o câncer, seus tratamentos, efeitos colaterais, seqüelas e, acima de tudo, sobre
o cuidado com o paciente, seus familiares e seus cuidadores, sejam estes leigos ou profissionais.
Nas necessidades humanas presentes por todo o trajeto do paciente oncológico se estabeleceu, desde o início,
a base dessa subespecialidade ainda jovem.
Psico-oncologia, a designação oficializada entre nós,
nasceu na Argentina, na década de 1960. A seguir, nos Estados Unidos, a área se instituiu e fortaleceu, assim como
aconteceu na Europa e nos demais continentes.
Entre nós, o interesse pela área surgiu no fim dos anos
1970. De lá para cá muitos passos foram dados. Encontros
e congressos, atividades isoladas de profissionais dedicados,
formação de grupos que se constituíram em verdadeiras
equipes de trabalho e produção acadêmica de qualidade
foram criando o que hoje podemos considerar o corpo de
conhecimento e prática da psico-oncologia brasileira.
Nosso saber repousa sobre a experiência recolhida da
prática clínica, do aprofundamento de estudos e reflexões
que a singularidade de nossa realidade vem suscitando. Foise construindo gradativamente e contou sempre com uma
interação de qualidade entre os profissionais envolvidos.
Em 2005, com a finalização de dois exercícios subseqüentes na diretoria da Sociedade Brasileira de PsicoOncologia, nasceu entre seus integrantes esta idéia: a de
reunir, em uma única obra, os diversos elementos que se
haviam acumulado com a experiência brasileira.
Buscamos, na nova diretoria de nossa Sociedade, o
apoio ao que idealizáramos. E foi assim que ela assumiu a
publicação deste livro, estimulando-nos e acompanhandonos por todo o tempo.
Como coordenadores desse projeto instigante, elaboramos roteiros, buscamos colegas representantes de
especialidades afins, formulamos convites e assumimos a
autoria de alguns capítulos.
Percalços não impediram que levássemos a caminhada até o fim. Aqui estamos hoje, com a obra terminada.
No entanto, estamos cientes de que essa finalização sugere um recomeço, em que lacunas que independeram da
nossa vontade, mas resultaram de impedimentos objetivos
importantes, venham a ser preenchidas. Desde já convidamos colegas autores e todos os leitores a permanecer
conosco nos próximos passos.
Agradecemos aos autores convidados o empenho e a
generosidade com que, ao compartilharem seus saberes,
agregaram brilho e qualidade a este primeiro tratado de
psico-oncologia brasileira.
Os organizadores
PARTE I
PSICO-ONCOLOGIA: CONCEITUAÇÃO, DEFINIÇÕES,
ABRANGÊNCIA DO CAMPO
PSICO-ONCOLOGIA: DEFINIÇÕES E ÁREA DE ATUAÇÃO
M A R I A TE R E S A V E I T ; V I C E N T E A U G U S T O
A
psico-oncologia constitui-se em uma área do conhecimento da psicologia da saúde, aplicada aos
cuidados com o paciente com câncer, sua família
e os profissionais envolvidos no seu tratamento.
A origem da psico-oncologia está associada a fatos relacionados ao desenvolvimento da oncologia e da psicologia.
Do ponto de vista histórico vale lembrar que, desde a
Antigüidade, o câncer tem sido associado a estados emocionais, embora apenas em nossos dias essa associação tenha
adquirido mais clareza, bem como a necessidade de combinar o tratamento do câncer com cuidados psicológicos.
Já Hipócrates (460-370 a.C.), da Escola de Cós, afirmava que a saúde era uma evidência de que o indivíduo havia atingido um estado de harmonia entre instâncias internas, assim como com o meio ambiente. Manter-se saudável
era uma questão de reconhecer esse equilíbrio e respeitálo, vivendo conforme as leis da natureza. Ele estabeleceu
a teoria dos humores, segundo a qual o equilíbrio entre
esses humores (sangue, bile amarela, bile negra e fleuma)
garantia a permanência da saúde. Alguns resquícios dessa
teoria chegaram aos nossos dias, quer em nossa linguagem,
quando se fala de um indivíduo sangüíneo, bilioso ou fleumático, quer por sua concepção dinâmica que prefigura a
abordagem psicossomática.
Séculos mais tarde, Galeno (131-201 d.C.) estabeleceu uma visão mais positivista e mecanicista da medicina, gerando uma inflexão da linha de desenvolvimento
do pensamento médico. Em certo momento observou que
mulheres deprimidas tinham mais tendência ao câncer do
que as mais animadas e bem-dispostas.
No século XVII Descartes (1596-1650) estabeleceu
um sistema dicotômico de pensamento. Em sua concepção
de indivíduo, observa-se a divisão em duas instâncias: res
cogitans e res extensa. Essa forma de ver o ser humano
exerceu grande influência no pensamento ocidental, sendo
responsável pelo significativo desenvolvimento das ciências do qual somos testemunhas. No entanto, dividir o ser
em duas instâncias dificulta a visão integrada dele.
DE
CAR VALHO
O caminho cartesiano foi sendo reforçado pelos estudos médicos desenvolvidos posteriormente, como, por
exemplo, os trabalhos de Koch (1843-1910) e Pasteur
(1822-1895), cujas descobertas contribuíram para a formulação da Teoria da Etiologia Específica, segundo a qual
cada doença teria um agente etiológico próprio.
Outros eventos importantes foram o desenvolvimento da vacina contra a tuberculose, em 1906, e o surgimento de vários medicamentos, como o salvarsan, para
a sífilis, em 1911; a insulina, na década de 1920; a sulfa,
na década de 1930; a penicilina, na década de 1940; e os
neurolépticos e quimioterápicos, na década de 1950.
Paradoxalmente, foi o grande desenvolvimento científico e tecnológico, fruto da dicotomia cartesiana, que
aproximou mente e corpo, descobrindo inter-relações
entre esses dois elementos e fazendo que gradualmente
passássemos a ver o indivíduo como um todo, como o organismo que é.
Trabalhos de vários autores, como Hans Selye, na
década de 1920, na Universidade MacGill (Canadá), descrevendo o fenômeno do estresse; e Walter Cannon, na
década de 1930, na Universidade de Harvard (Estados
Unidos), desenvolvendo experimentos em psiconeurofisiologia e descrevendo o fenômeno da homeostase, muito
contribuíram para o posterior desenvolvimento do que
mais tarde se chamou de medicina psicossomática.
Ainda outras descobertas, como as que levaram ao
detalhamento do funcionamento do sistema imunológico,
acabaram por dar origem a uma nova especialidade médica, a imunologia. A descoberta da inter-relação do sistema
nervoso central com o funcionamento do sistema imunológico ampliou essa especialidade, que passou a ser chamada
de neuroimunologia. Com a percepção de que elementos de
ordem psicológica influíam, por sua vez, no funcionamento desse complexo, a especialidade se tornou ainda mais
abrangente, passando a ser conhecida como psiconeuroimunologia. Finalmente, a inclusão dos conhecimentos da
endocrinologia a transformou em psiconeuroendocrinoi-
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