Os museus do sistema Sphan/FNpM1
Cêça Guimaraens2
Apresentação
O trabalho que se apresenta a seguir foi realizado com base em registros do Boletim
Sphan/FNpM, e faz parte da pesquisa sobre a rede de museus do MinC/Iphan. O Boletim
FNpM, periódico editado entre 1979 e 1988, difundia as idéias dos componentes do sistema
federal de preservação em breves notícias e reportagens, editoriais e pequenos ensaios.
Naquela época, O Boletim manteve periodicidade constante e, no que diz respeito à
promoção das atividades da Sphan/FNpM, substituiu a Revista do Patrimônio registrando
fatos e atos da gestão de Aloísio Magalhães e das equipes que o sucederam.3
Até hoje o Boletim — com cerca de 42 edições ou números — permanece inexplorada
fonte para o entendimento da geração de preservacionistas que, liderada por Aloísio
Magalhães, criou o Centro Nacional de Referência Cultural em 1975 e consolidou-o
durante a Nova República.
Os registros pesquisados demonstram que a FNpM reorganizou o espaço “do social”
em pequenos museus no Brasil, transformando um programa arquitetônico que, entre 1950
e 1964, estava politicamente agregado ao tipo "Centro Cultural Polivalente". Portanto, na
fase estertorante da ditadura militar, demandando esforço intelectual e, ao mesmo tempo,
cooptação política4, os espaços museológicos da FNpM foram lugares especialmente
voltados para a aplicação dos embrionários ideais de integração dos espaços culturais.
1
Iphan é a sigla da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e FNpM corresponde à Fundação
Nacional próMemória.
2
PROARQ/FAU-UFRJ. Email: [email protected]
3
Na fase de consolidação da Fundação Nacional pró-Memória, a atividade de restaurar edifícios para a
finalidade museológica estabeleceu o momento singular de renovação e fusão das expressões tradicionais e
modernistas no campo da preservação do patrimônio cultural. A ênfase que cercava o trabalho didático e
difusor dos museus era uma das bases da política que priorizava as parcerias com as comunidades.
4
“O termo “cooptar”, no sentido de se apoderar malandramente, dominar absorvendo ou modificar
adaptando, é relativamente recente. Começou em linguagem de suplemento para descrever como qualquer
movimento cultural novo acabava sendo domesticado e integrado à cultura mediana. Um fenômeno da era da
2
Com base na leitura de Londres Fonseca (1996-97), é possível delinear, no Boletim
Iphan/FNpM, a tese contemporânea de que, naquela época, a consciência da necessidade de
reconstruir a infra-estrutura, redefinir e atualizar os padrões conceituais e formais envolveu
positivamente instituições governamentais e privadas, lucrativas ou não. Verifica-se, ainda
nessas mesmas edições que, sob a liderança da FNpM em 1988, outras Fundações e
organizações profissionais do campo da arte e do entretenimento construíram a trilha das
reconceituações constitucionais da cultura.
Finalmente, procura-se também compreender o movimento de conectar “em rede” os
espaços museológicos do Rio de Janeiro. Essa estratégia gestora, iniciada na década de
1970, ou seja, na fase de renovação da Sphan, consolida pouco a pouco os projetos de
requalificar o Centro que, hoje, reproduzem-se nas principais cidades do país.
Tópicos fundamentais
No século XIX, as arquiteturas dos edifícios das exposições internacionais,
promovidas pelas empresas e pelos governos com o principal objetivo de ampliar o
mercado e o comércio internacional, foram símbolos de grande impacto. Os líderes dos
setores produtivos consideravam que os diversos resultados dos processos de transformação
da natureza deveriam ser expostos lado a lado. Portanto, os produtos mais característicos
das culturas artísticas e folclóricas dos países participantes eram expostos espetacularmente
ao lado das invenções da indústria e das experiências tecnológicas. Desse modo, a
imaterialidade da cultura patrimonial imprimia grande significado à produção material, pois
os produtores também consideravam a cultura e a tradição integradas aos aspectos
econômicos e vice-versa.5
O nível de crescimento da indústria cultural, na economia de mercado mundializada e
massificada, transformou-se em um dos eixos motores da reabilitação urbana e certos
lugares passam a conter significados e a representar os desejos agora fixados na condição
de “bem (ou coisa) com identidade cultural”. Com a atividade de produzir e proteger o
publicidade e da obsolescência instantânea, em que a vanguarda de um dia vira o corriqueiro do outro e tudo
feito para espantar os burgueses, os burgueses adoram. E adotam.” (VERÍSSIMO:2004).
5
Destaca-se, dessa época, o fato de a invenção da indústria turística ter propiciado a freqüência de público
numeroso àquelas fantásticas mostras de bens e serviços.
3
patrimônio globalizada, este constituiu-se, de forma explícita, matéria de interesse
econômico-financeiro.6
A promoção das atividades culturais tornou-se fortemente ligada às condições de
tratamento e gestão dos elementos constitutivos de ambientes e paisagens, fossem estes
fabricados ou originais. Portanto, ao reforçar a condição da paisagem urbana como sujeito e
objeto do poder, foi na cidade do capital internacional que a manipulação mercantil,
concebida sobre o patrimônio edificado, ampliou a aliança entre os setores que garantiam a
sustentabilidade e o reconhecimento da atividade preservacionista.
Vistas deste panorama, a cidade e sua idéia — territórios urbanizados e paisagens
propícias para a invenção dos conteúdos material e imaterial das muitas nacionalidades —
são certamente, dentre todos os bens ofertados no mercado, o produto cultural de maior
consistência. Para as populações que vivem e sobrevivem em áreas- patrimônio,7 a
ambiência e o universo citadino, em tempos de capitalismo ascendente, são, muitas vezes,
os lugares da atividade econômica produtiva única. 8
Entre 1970 e 1990, a melhoria da qualidade de vida das populações e a integração
com o meio ambiente foram os pontos essenciais da política preservacionista brasileira;
portanto, o lema era: crescimento e desenvolvimento compatíveis com a preservação das
cidades históricas. O turismo era entendido como uma alternativa de revitalização para
aqueles núcleos, desde que as necessidades de desenvolvimento das comunidades fossem
integradas às medidas de preservação dos acervos culturais e naturais.
Os planos para a então denominada “auto-suficiência” — hoje, gongoricamente,
sustentabilidade — visavam “desencadear ações e mecanismos indutores capazes de
6
Com base no trabalho de alguns estudiosos do uso da produção cultural é possível afirmar que a tarefa de
proteção aos bens culturais é, antes de tudo, política; desse ponto de vista, a difusão e a institucionalização do
ato de monumentalizar e sacralizar as coisas patrimoniais brasileiras no período Vargas seriam consideradas
as mais negativas marcas de autoritarismo gravadas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
7
No Boletim verificamos que os vocábulos, conceitos e definições que abrangem o “ambiente urbano” são so
mesmos utilizados para “centro, núcleo, conjunto ou cidade”, os quais, por sua vez, são também considerados
“íntegros ou fragmentados”. Para delimitar esses lugares, seja em razão da economia dinâmica, seja em
virtude da integridade ou homogeneidade da arquitetura remanescente e representativa de tempos vários, os
urbanistas e gestores preservacionistas relacionam de modo complexo história, arqueologia, paisagem,
etnografia e arte — onde se inclui a arquitetura e o urbanismo — para configurar a imagem do nacional, e,
também, para criar o roteiro das cidades turísticas.
4
estimular processos de desenvolvimento sócio-econômico e cultural, adequando esses
elementos ao contexto real das cidades nas quais se inserem”. (Boletim, nº 11, p. 16). Dessa
maneira, o ente cidade, sob variadas formas, assume o lugar de eixo gerador do novo e
“jovem” nacionalismo patrimonial.
No início do século 21, a necessidade de geração de maiores aportes financeiros
prioriza as revisões conceituais e amplia as responsabilidades das políticas que privilegiam
as atividades de reabilitação dos objetos patrimoniais. As operações de “salvamento” se
fixam em bens materiais, embora, paradoxalmente, consolidem a idéia de imaterialidade.
Assim, os lugares da “memória e das culturas” ainda ancoram os principais programas e
políticas de governo. Esses programas, apoiados pela iniciativa privada, parecem destinarse à geração de emprego, renda e oportunidades de desenvolvimento. Portanto, na cidade e
para a cidade, o culto ao monumento e o esquecimento das “coisas” materiais e imateriais
se mantém, transformando e reverenciando, ao mesmo tempo, pretensas mudanças.
Entretanto, a eficácia das respostas ao desafio de conciliar interesses políticomercadológicos e conflitos conservacionistas torna-se, também, a condição básica para a
sobrevivência de grande parte ou, às vezes, da maior parte, dos habitantes de pequenos
centros urbanos. Alguns desses núcleos, situados em médias ou pequenas cidades, são
conjuntos e sítios históricos tombados que existem apenas porque são ‘contenedores’ de
bens patrimoniais, ou seja, museus urbanos em formação. 9
As janelas da promoção cultural
Desde os passos colonizadores iniciais, na época da invasão holandesa, as medidas
preservacionistas priorizavam os edifícios e seus acervos.10 O século 19 reproduziu em
nosso país o surto museístico europeu sendo o museu Real criado em 1818 para, segundo
palavras de d. João VI, difundir as Ciências Naturais no Reino do Brasil. O museu
encerrava, de acordo com o mesmo rei, “os objetos dignos de observação e exame e que
8
O emprego em cidades turísticas de médio porte é superior à média brasileira. Segundo Jorge Wertheim, “O
percentual de pessoas empregadas em comércio, turismo, alimentação transporte e comunicação (...) em
Tiradentes é de 42,15% e em Paraty de 51%”.
9
Na Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2001, divulgada em dezembro de 2002 pelo IBGE,
consta que apenas 17% dos municípios brasileiros possuem museus. (FOLHA, 14/12/2003. p. C4)
10
Ver: Proteção e revitalização do patrimônio cultural no Brasil: uma trajetória. Brasília: MEC, 1980.
5
podem ser empregados em benefício do Comércio, da Indústria e das Artes.”11
(LOURENÇO:1999:91).
Nas horas ainda pós-imperiais das primeiras décadas do século 20, quando vigorava
o primário regime democrático inicial, a origem republicana das atribuições de definir,
preservar e promover as expressões da cultura nacional revelava-se na criação, em 1922, do
Museu Histórico e Nacional (MHN). Neste museu, Gustavo Barroso — reconhecido por
suas idéias integralistas —, iniciou os cursos de Conservadores de Museus e dirigiu a
Delegacia dos Monumentos Nacionais, quando nomeou de Monumento Nacional a cidade
de Ouro Preto no ano de 1933.
Instalado no antigo Arsenal de Guerra, o MHN foi também fruto da reunião dos
museus de Artilharia e do Estado Maior do Exército (FONSECA DE CASTRO: 2002:5).
Os artefatos das guerras feitas de feitos da infantaria e cavalaria do século anterior pareciam
correr lado a lado ao desejo irrefreável de progressismo tecnológico. E, (por que não?), a
constituição, no mesmo ano, da rádio oficial, tem muito a dever a este impulso à memória.
Resultado da confrontação de pares opostos, no mesmo sentido em que se contrapõe aos
avanços técnicos, o território da memória era vetor de futuro.
Em O patrimônio histórico e artístico e a missão da Universidade - discurso
pronunciado na UFBa quando, no ano de 1963, recebeu o título de doutor honoris causa -,
Rodrigo Melo Franco de Andrade declarou que:
“A função dos museus, na sociedade contemporânea, adquiriu tal relevo e tem produzido tais benefícios
culturais, que a criação de um deles, com a categoria e as condições desejáveis, constitui realização de mérito
indiscutível. Prova do valor cada vez maior atribuído universalmente a essas instituições é sua multiplicação e
prestígio nos Estados de regime socialista, ao mesmo tempo que nos países mais evoluídos no regime da
democracia representativa.”
Nestor Goulart Reis Filho produziu no Quadro da arquitetura no Brasil, a abordagem
científica do sistema tipológico da arquitetura brasileira, do ponto de vista da estruturação
urbana. Além desse tema, conteúdo principal do livro, o autor delineia, no último capítulo,
(1970: 191-206) a “nova perspectiva” para a conservação de prédios e conjuntos
arquitetônicos que representam o patrimônio de cultura do país. Assim, em 1970, ao
publicar as notas e ensaios escritos a partir de 1962 no Suplemento Literário de O Estado
11
O Museu Real, hoje Museu Nacional da UFRJ, originou-se de uma coleção mineralógica e do patrimônio
de bichos empalhados da Casa dos Pássaros; criada em 1779, a Casa pode ser considerada o primeiro museu
6
de São Paulo, Reis Filho antecipou comentários sobre a importância de uma rede de
museus e centros culturais. Embora precoces, as observações de Goulart foram realizadas
sob a luz de articulações criteriosas tanto do ponto de vista da preservação patrimonial
quanto do turismo e, portanto, resistem até hoje.
“A noção contemporânea de museu”, aliada à essência renovadora do processo
cultural, e a “disponibilidade de quadros (..) amplos (...) atuando no campo da cultura” no
Rio, em São Paulo e em outras capitais de importância regional, fizeram Reis Filho, então,
afirmar:
“(....) falta uma rede de centros de cultura a partir dos quais seriam coordenadas, em todas as áreas, as
atividades culturais. Esses centros podem ser instalados em edifícios restaurados ou conservados, obras
arquitetônicas representativas de cada fase, que seriam desse modo, postas em contato permanente com o
público, confirmando e reforçando sua destinação cultural.” (1970: 203)
Ao registrar as inúmeras conexões da trajetória da ação preservacionista com os
museus, a historiografia denota os grupos gerenciadores da legislação na condição de
agentes importantes para a criação e fortalecimento dessas instituições. No século 20, as
Inspetorias de Monumentos e o Serviço do Patrimônio prosseguiram com a mesma política;
e, para não fugir à regra, em 1979, ano de criação da FNpM,12 os edifícios e os objetos
históricos foram também monumentalizados na condição de coisas excepcionais.13
O ‘espírito do Iphan’ pretendeu, a partir de 1970, alargar e dar mais a conhecer aos
cidadãos o imenso e amplo acervo que deveria preservar. Para tanto, a instituição manteve
uma política de preservação que visou, primordialmente, tornar todos os documentos da
formação e da memória nacional acessíveis a todos. Esta atitude se justificou porque,
segundo os maiores colaboradores da FNpM, funda-se, nessas expressões, a idéia de que
de história natural brasileiro.
12
Até hoje, o período de Aloísio Magalhães — o criador da Fundação Nacional pró-Memória, tem grande
importância por ter acontecido em tempos do “Brasil grande”, quando a transição “democrática” ainda era
conduzida veladamente e, portanto, de forma ambígua e, se não, autoritária. Porém, em tempos de início da
crise do “milagre econômico”, o discurso em que se espelhava a estrutura básica da pró-Memória ou FNpM
privilegiava a participação das comunidades e era vivido lateralmente à ampliação da crença de que a variada
realidade brasileira, preservada, se integraria ao processo de desenvolvimento. Na revisão das idéias-matrizes,
aquelas geradas também em outra fase decadente (a do final do governo Vargas), os incluídos seriam os
excluídos, mas com nova roupagem.
13
Na década de 1970, as políticas culturais do governo militar de que participaram, entre outros, Jarbas
Passarinho, Ney Braga, Eduardo Portella e Afonso Arinos de Melo Franco, foram, mais uma vez, expressivas
da consciência dos intelectuais sobre as possibilidades de uso político da cultura. Nessa época, foram criadas
novas oportunidades de ampliação das bases conceituais e das atividades preservacionistas.
7
todo cidadão brasileiro, então travestido em povo e não mais em elite, fixaria e exerceria a
cidadania, com a qual construiria e re-construiria a própria história. (FONSECA, 1997:
153-163)
O início do século 21 parece pródigo em demonstrar a importância econômica dos
museus, ou seja, dos edifícios que guardam a parte mais valiosa da produção das sociedades
humanas. As dificuldades e os problemas que essas instituições atravessam as enquadram
no campo da gestão das coisas públicas e a mídia impressa e visual insiste em expor as
contradições e necessidades de seu gerenciamento ao exibi-los na condição de âncora para
as atividades turísticas das principais cidades. Atualmente, a maioria dos museus existentes
em centros urbanos é composta de edifícios históricos com uso original alterado, o que faz
com que a utilização apropriada e as condições de manutenção sejam pontos
imprescindíveis à conservação dessas expressões arquitetônicas.
No Brasil, as formas de tratamento dos bens culturais sob a guarda institucional da
União são expostas em museus grandes onde se destacam os seguintes: Nacional de Belas
Artes, República, Histórico Nacional e Imperial. Além desses, inúmeros outros de diferente
porte possuem acervos de expressão nacional são do tipo galerias de arte e centros
culturais, como o Paço Imperial; e ainda pequenos museus, tais como: Chácara do Céu e
Açude, Villa-Lobos e Benjamin Constant, situados no Rio de Janeiro; e o museu de
Arqueologia de Itaipu em Niterói, Museu das Bandeiras em Goiás, e do Ouro em Minas
Gerais,
Este conjunto, composto por grandes museus nacionais e mais de cinco dezenas de
casas e pontos difusores de cultura, história e arte, constitui o raio da ação multifacetada do
Iphan na linha das atividades museológicas e documentais. As diferenças regionais abarcam
as ações referentes à dinâmica educativa, o que leva a supor a necessidade de um trabalho
de ordem social. Sob diversos sentidos, no que diz respeito à formação da mentalidade
patrimonial, a atividade educativa é prioridade importante para a formação de público,
futuro gerador de recursos de toda a ordem. Assim, diversa e democraticamente, tanto do
ponto de vista material quanto, algumas vezes, da perspectiva conceitual, tornam-se
acessíveis ao público — em salas de exposição, auditórios, bibliotecas e arquivos, parques e
outros tipos de espaços de arte, pesquisa, cultura e lazer — os objetos que guardam um
variado Brasil.
8
O Boletim SPHAN e os vários interesses da FNpM
O breve roteiro de temas da historiografia dos museus brasileiros que envolvem
algumas ações do sistema federal de preservação, apresentado a seguir, resulta da pesquisa
do Boletim SPHAN/próMemória que, conforme vimos observando, talvez seja a publicação
com o maior número de edições da área de proteção aos bens culturais no setor federal
preservacionista.
A diversidade de tipos de museu foi incrementada nesse período sendo inúmeros os
registros do Boletim sobre este assunto. Entre outros exemplos dessa variedade, segundo os
registros pesquisados, também tiveram incentivo constante da FNpM os museus de rua —
sem paredes, com o uso de painéis fotográficos —, os museus monográficos e os de
processos semi-industriais situados em pequenas localidades.
O número Zero do periódico tinha o nome de Boletim SPHAN —, sigla da Secretaria
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que então completava 43 anos. A definição
(ou a “antidefinição”) de bem cultural, a urbanização rápida e a integração do PCH e do
CNRC ao Sphan foram os temas inaugurais. Nesse número, a história administrativa,
9
conceitual e operativa, bem como os principais objetivos desses novos grupos institucionais
preservacionistas, que privilegiavam o uso social, a pesquisa, ou reflexão, em paralelo à
busca das referências culturais, foi tratada desde 1973 até 1979. 14
O inicial número Zero foi pródigo em textos e matérias que destacavam um
pensamento renovador identificado com o enfrentamento da desigualdade social e a
participação de todos. Ao revelar que os bens culturais eram a “expressão completa da
qualidade de vida do homem” as idéias expostas incluíam que a “realidade nova e o
conseqüente crescimento turístico alteravam a visão iphaniana” (Boletim SPHAN, nº 0, p.
1-3). Do ponto de vista físico, na cena patrimonial, o conjunto arquitetônico sobrepunha-se
ao monumento único, tornando-se a metáfora da comunidade que substituía o indivíduo na
luta pela proteção dos bens culturais.
O número 1 tratava do ato de formação do Fundo Nacional pró-Memória, onde a
identificação dos bens da Sphan no Patrimônio da União revelaria “um patrimônio rentável,
[que seria] enriquecido por um sistema de captação de recursos privados e outros
provenientes de agências federais de nível federal, estadual e municipal” (Boletim SPHAN
nº 1, p. 1). As notícias sobre o primeiro pedido brasileiro para a inscrição na lista de
Patrimônio Mundial da Unesco, ou seja, a cidade de Ouro Preto, junto com a implantação
do museu ao Ar Livre de Orleans em Santa Catarina15, e o início da restauração do Solar
Grandjean de Montigny da PUC-RJ, são representativas dos assuntos de interesse deste
artigo, constantes desse Boletim nº 1.
Os programas de implantação de circuitos históricos abrangiam as principais regiões
do país. Em matéria do nº 14 (p. 21), a cidade-patrimônio era vista como um museu e os
centros históricos eram áreas com os seguintes predicados:
sociais — porque eram espaços de vida e de trabalho;
culturais — por serem testemunhos da história e identidade;
14
Verifica-se que, tanto na Revista, quanto no Boletim, as obras de restauro detêm a maior quantidade de
referências. Portanto, considero que, embora a sustentabilidade não constituísse objetivo claro, a restauração
dos edifícios tombados e dos bens a estes integrados era o eixo da promoção patrimonial superando, em
número, as outras atividades.
15
O museu ao Ar Livre de Orleans teve o arquiteto Alcides da Rocha Miranda como “consultor para a
distribuição espacial” (Boletim nº 7, p. 1-3).
10
econômicos — pelo fato de abrigarem democraticamente setores de atividades
formais e informais;
urbanísticos — porque eram legítimos exemplos arquitetônicos e de uso do solo; e
ambientais — pelo fato de estarem sujeitas a pressões de ciclos de transformação.
Para as equipes da FNpM, o estabelecimento de itinerários turístico-culturais, aliado
ao processo de desenvolvimento econômico de algumas das cidades capitais e dos
pequenos e médios municípios, calcava-se na intenção de “promover a preservação natural
de modos de viver” (Boletim SPHAN, nº 7, p. 1-3).16
Na década de 1980, a proteção das formas tradicionais de plantio e beneficiamento de
produtos agro-pastoris, em paralelo à reurbanização de monumentos e seus entornos, tinha
como pressuposto o envolvimento das comunidades — principais beneficiárias dos centros
culturais —, com o “turismo de veranistas”. Além de obras de restauração de edifícios
históricos, os documentos e objetos, casas, sobrados, e até anexos de igrejas, foram
restaurados para essa finalidade. As comunidades, “apoiadas” por setores governamentais e
empresas públicas e privadas, garantiram a inclusão de culturas de imigrantes com a
incorporação dessas culturas aos acervos de museus.
A musealização de objetos patrimoniais artísticos, tais como o adro-escadaria do
Santuário de Congonhas, a agregação do museu acervo do naturalista Alberto Ruschi para
criar o Museu de Biologia Melo Leitão no Espírito Santo, e a reforma de seis praças em
Tiradentes — cujos projetos, desenvolvidos e executados por Burle Marx, tiveram as obras
financiadas pela Embratur —, são diferentes fatos que revelam a visão unitária do turismo
cultural voltado para a massa. Confrontando atos de conservação e fatos originados na
hegemonia da “exigência social”, as ações eram integradas e envolviam educação e
planejamento urbano com a proteção de bens culturais.
A visitação de museus e alguns aspectos que cercam o tema foram tratados na edição
derradeira do Boletim. Esse número 42 foi especial pois trazia matéria sobre o I Seminário
Museus Nacionais: perfil e perspectivas. O Encontro, realizado em junho de 1988 e
organizado pelo sistema Sphan/PróMemória, imprimia ênfase ao termo “sustentabilidade”;
este assunto, embora não estivesse na época tão em voga quanto hoje, era a “menina dos
16
O plano de Museus e Casas Históricas, ao prever a criação de centros culturais sob a gestão do sistema
Sphan/FNpM, também expressava esse objetivo.
11
olhos” dos modelos administrativos então vigentes que prenunciavam as parcerias públicoprivadas, com o enxugamento e a diminuição do Estado. Portanto, de acordo com os
organizadores, a característica principal do Seminário, que abria “a discussão da temática
museológica” à sociedade e priorizava a abordagem interdisciplinar, era “o fato de ter sido
financiado quase que exclusivamente pela iniciativa privada, através da Lei Sarney.”
(Boletim, nº 42, p. 2)
“A que público fala o museu, a quem estão dirigidos os seus serviços”, perguntava-se
o antropólogo Antonio Augusto Arantes, hoje presidente do Iphan. A socióloga Celina
Moreira Franco dizia que “uma casa sem público está morta”. A estas observações, além
das discussões conceituais e soluções expográficas, juntava-se o tema da atualização do
programa arquitetônico em edifícios de museus. Este foi um tópico da palestra da jornalista
Marion Strecker, da Folha de São Paulo, quando afirmava que, para aumentar a freqüência
de público, os museus “precisam ter mais atrativos: uma boa biblioteca, livrarias, lojas,
lanchonetes, shows.”
Por outro lado, a professora e designer Silvia Steinberg acreditava que “o público
apreende muito pouco” durante a visita a uma exposição. Segundo Steinberg e Maria Célia
Moura Santos, o maior problema dos museus não era a falta de público e, sim, a ausência
de postura política que garantisse uma identidade brasileira de fato; ambas confessam que a
museologia brasileira, sem análise ou reflexão, reproduz um pastiche do que existe no
exterior. (Boletim, nº 42, p. 4-7).
A freqüência aos museus, em termos quantitativos, foi abordada por Gilberto Velho,
professor e antropólogo que trabalha no Museu Nacional da UFRJ. Para Velho, o público
de 50 mil pessoas por mês era atraído pelo acervo, composto de múmias e esqueletos de
dinossauros, e pelo fato de o edifício ser o antigo Paço Imperial, onde viveram os
imperadores do Brasil.
Embora o poder de atração, exercido pelo fato da acessibilidade aos objetos reais,
ainda constituísse a “peça de resistência de qualquer mostra”, os aspectos que relacionavam
os veículos de comunicação de massas com a freqüência e formas de visitação foram
enfocados por diversos profissionais do setor televisivo e por museólogas. No entanto, a
unanimidade das opiniões deixou claro que não havia experiências nem resultados
12
satisfatórios e que as fórmulas para ampliar o número de visitantes também não eram
precisas.
Segundo Thomas Seligman, um dos convidados americanos presentes ao Seminário,
existia naquele país “quatro mil museus, jardins botânicos, zoológicos e centros de arte
classificados como de caráter beneficente, isentos de impostos”. A ajuda do setor público
não era suficiente e havia uma ampla faixa de público disposta a colaborar com a
manutenção; além disso, afirmava Seligman, nos Estados Unidos, àquela época, a
quantidade medida pela freqüência era de “cem milhões de pessoas por ano, curiosamente
mais de que todos os eventos esportivos.”
Marketing & auto-suficiência: sustentabilidade?
Em 1988, o termo da moda na área cultural era o marketing. Portanto, um dos
assuntos mais polêmicos no Seminário foi a “possibilidade da utilização de técnicas do
marketing para aprimorar o desempenho dos museus”.
Para Maurício Segall, diretor do Museu Lasar Segall, o museu “não devia integrar a
sociedade de consumo de massa” porque “são foros de resistência” e “assim devem
permanecer.” Para a artista plástica Fayga Ostrower “a freqüência não deve ser
superdesejada, utilizando-se o marketing e o merchadising de forma exagerada”. Ao
referir-se a uma exposição sobre Van Gogh que visitou nos Estados Unidos, Ostrower dizia
que, após percorrerem a mostra, “os visitantes caíam num shopping com todas as peças
promocionais possíveis sobre o pintor — sacolas, bolsas, livros, lenços etc”. E concluía:
“Era isso a tragédia de Van Gogh?”
Entretanto, mais de uma vez, a crítica ao excesso de experimentalismo das ações
destinadas a ampliar o número de visitantes e a conservação dos museus conduziu à
importância do marketing em projetos de modernização porque “resolveria a crise de autosuficiência” ou, se quisermos usar vocábulos mais atuais, ´a questão da sustentabilidade’.
Com base nas discussões sobre o assunto, os mais de mil e duzentos museus
existentes em 1988 tratariam de viabilizar-se economicamente. Para José Carlos Barbosa,
então diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tornando-se “pontos de mídia e
referências culturais para as cidades”, ao atualizar linguagens, ampliar a dinâmica funcional
e, em suma, visar a eficácia utilizando estratégias agressivas de marketing, os museus
superariam a crise de demanda e falta de público.
13
A auto-suficiência resultaria da implantação do modelo, seguido desde 1978 em
alguns museus americanos, que previa: “venda de livros, slides e reproduções do acervo; aluguel
de espaços para encontros de negócios e festas de aniversário; recursos provenientes da iniciativa
privada captados pelo Conselho Curador; trabalho de voluntários; e, principalmente, a contribuição
de associados.” (Boletim, nº 42, p. 11)
O efeito multiplicador, um dos principais atributos da auto-suficiência, deveria ser
resultado das ações voltadas a captar de recursos; desse modo, segundo Ricardo de
Holanda, criavam-se “as condições para o desenvolvimento de uma mentalidade voltada
para o marketing e para o entrosamento com a iniciativa privada.”
A então coordenadora-geral de acervos museológicos do sistema Sphan/próMemória,
Maria de Lourdes Parreiras Horta, atual diretora do Museu Imperial de Petrópolis, afirmava
que, para os americanos, o hábito de freqüentar museus era uma atitude moderna,
“fazia parte do cotidiano (...) assim como ir a um restaurante jantar. Na França, freqüentar museus é ser
francês, é motivo de profundo orgulho da tradição museológica e do patrimônio que está nos museus. Na
Alemanha, de museus moderníssimos, ser intelectual ou artista é freqüentar museu. Bem como freqüentar
museu na Inglaterrra é ser um gentleman. Já no Brasil freqüentar museu não é nada disso. Freqüentar museus
no Brasil é ser exótico, infelizmente.” (Boletim, nº 42, p. 16)
Os museus do Rio em rede
14
A pesquisa do Boletim possibilita ainda a compreensão do processo de decadência do
Rio de Janeiro, que parece perder a condição de centro da cultura de “alto espírito”. Neste
sentido, inicialmente admitimos que o policentrismo urbanístico e a proliferação de
oportunidades no comércio dos bairros recuperaram os diferentes centros para as atividades
de entretenimento e lazer populares. Entretanto, em oposição a este fato, consideramos
também que o forte contraponto estabelecido pela sempre emergente Barra da Tijuca
cristalizou a idéia de centro histórico do Centro do Rio. E, que, até hoje, a antes
progressista Área Central de Negócios não se arrisca a dispensar este significado. Nessa
perspectiva, verifica-se que os edifícios de museus têm papel de importância crescente no
trabalho de requalificação do centro da cidade.17
O Boletim da FNpM, nº 34 do mês de janeiro de 1985, contém matérias sobre a
restauração e nova utilização do Paço Imperial. Transformado em centro cultural e
“devolvido à comunidade”, o edifício, que passava completamente a ser administrado pelo
Iphan, abrigaria “exposições, recitais de música, seminários, projeções de filmes,
encenações teatrais, venda de produtos culturais, além de mostras sobre o edifício e as
descobertas arqueológicas”. Em paralelo, essa mesma edição promovia também a Casa da
Hera, situada em Vassouras, na condição de arquitetura colonial urbana “da época do café”,
administrada pelo Iphan desde 1965.
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A discussão sobre a filial sul-americana do Guggenheim faz emergir, literalmente, a Zona Portuária do
Centro do Rio que, programada para receber moradores de baixa-renda, se vê alçada a níveis estratosféricos
na bolsa de arte internacional.
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O nº 35 registrava a modernização das técnicas do circuito da exposição permanente
do MHN e o projeto de transformação do Sítio Burle Marx em “centro de estudos,
pesquisas, seminários e outras atividades que contribuam para o conhecimento e
valorização do paisagismo”.
Na edição nº 38 do Boletim, mais uma vez o Paço Imperial era citado na condição de
“um dos principais centros culturais do país”; portanto, a previsão do fechamento da rua da
Assembléia e a instalação de cafeteria — considerada projeto inovador em termos de
Brasil, “onde as casas de cultura não têm a tradição de prestar esse tipo de serviço” foram
os destaques da matéria, publicada em maio de 1987.
Prosseguindo, é importante notar que, em julho de 1985, o Boletim nº 37 noticiava
que o museu da Imperial Irmandade de N.S. da Glória era “um museu-piloto no Rio de
Janeiro” porque o processo de revitalização do acervo previa a organização e restauração
das peças, da mesma forma que o uso de equipamentos eletrônicos, adequados a corretos e
científicos modos de acesso e conservação.
A origem e a criação da Casa França-Brasil foram também motivos para promover, na
edição nº 36, a museografia com o emprego da informática, com base na parceria da
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Fundação Roberto Marinho e do Inepac com o Conselho Nacional de Pesquisa Científica
da França. A atuação ‘modernizada’ para o uso do espaço pela comunidade prenunciava-se
também com a “nova filosofia de trabalho” do museu da República que, em junho 1985,
segundo o mesmo nº 36, programava uma atuação mais dinâmica dos núcleos
museológicos.
Tópicos para conclusão
A interpretação dos fatos promotores das atividades museológicas, constantes no
Boletim comprova que, na primeira década perdida, a perspectiva virtual de utilização “em
rede” garantiria a manutenção da estrutura física dos bens culturais. Ao lado das “novas”
formas estéticas de representação do pensamento e da “equilibrada” ação política, o
conjunto de museus da FNpM reinaugurou no Brasil novas estratégias administrativas. Essa
“atitude” foi compulsória, pois resultou da aliança com a transnacional industria cultural
capitalista. Desse modo, as formas de gerenciamento que essas instituições conduziram têm
pontos em comum com as atuais Parcerias-Público-Privadas.
Então, hoje é possível afirmar que apesar (ou seria por causa?) da situação precária e
necessidade constante de modernização da maioria dos seus componentes, a rede de
museus do Iphan possuiria os seguintes atributos:
potencialidade de garantir impacto midiático porque os bens culturais arquitetônicos
gerariam atividades turísticas direta e indireta;
potencialidade sinérgica porque o sucesso de cada um desses bens culturais
dependeria do êxito de outros; e
capacidade de catalisar a conservação dos núcleos históricos porque integraria, com
o objetivo de equilibrar, a distribuição dos investimentos privados e governamentais,
beneficiando as economias em níveis locais, regionais e nacionais.
O contexto atual demonstra que, quando a cultura é um “abre-alas”, os empresários
vêm “atrás fazendo negócios”.18 Neste sentido, é importante ressaltar a proliferação da
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As aspas referem-se às palavras de Edmar Cid Ferreira que foi presidente da Bienal de São Paulo em 1992,
criou a empresa Brasil Connects em 2001, trouxe mega-exposições para o Brasil e “para forjar sua imagem
de mecenas, levou mostras de arte brasileira para Nova York e Pequim e tem três exposições agendadas para
2005 em Paris. Cid Ferreira dizia que era a reencarnação de Assis Chateaubriand, o empresário que criou o
Masp em 1947. Esses personagens podem ser comparados a Roberto Marinho por suas amplas redes de
atividades e negócios ligados à promoção da “cultura do espírito”, tanto para a elite quanto para a população
“em geral”. (FOLHA:2004)
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Associações de Amigos dos museus que abrange as contemporâneas discussões sobre as
Parcerias Público Privadas, destinadas a concretizar as ações para modernização dos
edifícios. Finalmente, destaque-se que a eficaz atuação do binômio Cultura &
Desenvolvimento, conforme se deduz das leituras e referências sobre as políticas de
governos citadas no Boletim, é fruto de investimentos abrangentes em infra-estrutura. E,
ainda mais, envolve a articulação de diversas instâncias governamentais e privadas, além da
participação ativa de ´desinteressados´ componentes de grupos das comunidades.
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