A Percepção da Ética dos Discentes de Graduação que Atuam na Área Contábil
ENEAS PAULO SILVA DE OLIVEIRA
Centro Universitário Adventista de São Paulo
SHEILA DA SILVA BORGES
Centro Universitário Adventista de São Paulo
LUIS FERNANDO DA ROCHA
Centro Universitário Adventista de São Paulo
RESUMO
A ética caraterizada como um conjunto de valores e culturas, presente atualmente na
sociedade e nas organizações, e quando não aplicada impacta em constrangimentos e
punições. Dentro da organização a não aplicação da ética se deve aos três fatores: Individual,
cultural e organizacional. Ao analisar o comportamento ético de alunos profissionais, de
graduação, do curso de ciências contábeis, que são atuantes na área, e desenvolvem suas
funções utilizando o código de ética e tendo em vista que, a profissão de contador sofre
atualização com bastante frequência e por ser, uma profissão que deve ser acompanhada de
acordo com as normas e princípios contábeis. O presente artigo se propôs a identificar se os
alunos profissionais ao desempenharem sua função podem ser influenciados pelas
organizações a agirem de maneira não ética, ou seja, quebrando normas e princípios
contábeis. Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica
fundamentada e uma pesquisa de campo no qual foi aplicado um questionário que continha 15
questões entre aberta e fechadas para que os discentes explanassem o que realmente acontece
no seu cotidiano dentro de organizações e uma pesquisa exploratória para conhecer com mais
profundidade o assunto para identificar e observar o comportamento dos discentes. No
passado, no presente e no futuro a ética, sempre estará presente, principalmente para garantir
uma conduta aceitável, tanto para a organização, como para o indivíduo ou para a sociedade
como um todo. Nos tempos atuais as pesquisas e artigos como este, mostram que os
indivíduos ainda sim são influenciados no seu ambiente de trabalho mesmo tendo
conhecimento do que é certo, por motivos de insegurança optam pela preservação do
emprego, e acabam ferindo princípios e valores de lhe foram agregados. O principal resultado
demonstrado no presente trabalho foi que, dentre os alunos analisados a maioria são
influenciados, mas em contrapartida a minoria dos discentes optou por preservar seus valores
e culturas e não foram corrompidos optando até mesmo, pelo desligamento da organização.
Palavra-Chave: Ética profissional, discentes e contabilidade.
1 INTRODUÇÃO
Todas as pessoas do mundo têm sua conduta incorporada nas suas raízes, ou seja,
está atrelada a sua criação que servem como guia, para cada pessoa identificar o que é bom ou
ruim, entre o certo e o errado. Valores são incorporados na cultura dos seres humanos e são
expressas por meio de suas ações que tem o poder de influenciar o meio ambiente ou pessoas
que estão a sua volta. Quando se trata de valores, cultura e de influência mencionam a ética na
vida dos seres humanos e o que nela está implícita sobre o conceito de melhorar a sua
conduta, seja para a sobrevivência ou para alcançar seus objetivos (MIRANDA, 2004).
1
A ética é um conjunto de regras, valores e princípios ou maneira de pensar, que
guiam a uma determinada ação pessoal ou em um coletivo de pessoas, podendo ser benéfico
para si próprio ou para a sociedade como um todo, que expressa uma teoria ética que é
movida pelo utilitarismo, pois toda ação refere-se a uma utilidade que está atrelada entre
decisões e fatos (BENJAMIM; HABERMAS; HORKHEIMER e ADORNO, 1983).
O benefício em prol de um indivíduo sem finalidade para o coletivo de pessoas, ou
seja, a falta de utilitarismo é o que não traz sucesso e que independente de forçado ou não há
fazerem coisas erradas, muitos indivíduos deveriam preferir a morte a se submeterem ao
errado e muitos não sentem remorso e nem sabe diferenciar o que é certo do que é errado
(ARISTOTELES, 1984).
No ambiente profissional, a ética é essencial e reflete em deveres e obrigações
perante a organização em que a ação do profissional é produzir bens e serviços, de forma
correta e coerente, que de um lado se exige a deontologia, ou seja, o estudo dos deveres
específicos que orientam o agir do profissional, e do outro lado se exige a diceologia, que é o
estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades (PONCHIROLLI, 2009).
No caso do contador, existe um princípio moral geral que é o Código de Ética do
profissional contabilista, e o outro decorrente da moral particular, ou individual, que é de
natureza comportamental. Nesse caso existe um código de ética a ser obedecido e outro que é
regido pelo caráter, pelos princípios e pelos valores do profissional como pessoa e como
indivíduo.
O código de ética é um dos meios de regulamentação do profissional contábil, porém
não é o único formulador deste profissional, pois se tratando de pessoas envolvem muito o
contexto social por exemplos: sua raiz, criação e cultura. Deve-se levar em conta o caráter, o
comportamento e o principal, agir de acordo com o benefício voltado para o bem de todos e
nunca com o individual (BARROS, 2010).
O profissional contábil está dentro de um padrão de normas e regras que precisam ser
seguidos, porém as pessoas que buscam o conhecimento do profissional podem agir de má fé,
não dando as informações necessárias com a intenção de manipular resultados. No código de
ética do contabilista, Resolução n° 803/96 capítulos II, dos deveres e das obrigações, art. 2
“São deveres do contabilista: V – Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir
opinião sobre qualquer caso”.
Considerando que a ética na área contábil, está ligada diretamente com o caráter do
indivíduo, levando em conta que a contabilidade, exige responsabilidade e aplicação das
normas vigentes, e diante do não cumprimento do que é correto, são acionadas as normas
regulamentadoras que fiscalizam o profissional que atua de maneira ética ou de má fé. Devido
à necessidade de clareza das informações em qualquer âmbito profissional as informações
fornecidas devem ser as mais corretas possíveis, principalmente quando se trata da área
contábil. Com base nestas informações o estudo propõe-se a responder a seguinte questão:
Qual o comportamento ético dos alunos do curso de graduação em ciências contábeis,
que atuam na área contábil e estudam em uma instituição de ensino superior da zona sul
da cidade de São Paulo?
O objetivo deste trabalho é verificar se os alunos do curso de ciências contábeis
defenderão seus valores éticos e morais diante de fatos ilícitos que possam comprometer sua
imagem profissional perante o código de ética que estabelece regras e normas. Assim
pretende verificar se os alunos irão manter a conduta profissional e individual de seus valores
éticos.
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A ética na profissão contábil é importante, porque o contador dispõe de informações
sigilosas que envolve todo o contexto de uma organização, diante de dados que podem ser
omitidos ou até alterados, por isso o profissional antes de ser um contador, tem que ser
humano ético, integro e de inteira confiança (BARROS, 2010).
Esta verificação é importante, porque o profissional contábil possui informações
privilegiadas e sigilosas de toda a organização. Sendo assim existe uma grande preocupação
na formação do indivíduo em manter seu desempenho profissional as regras e normas
estabelecidas de acordo com o código de ética sem influências imorais e corruptas destruindo
sua imagem.
O ser humano que não possui ética pode causar constrangimentos a uma organização
ou até mesmo a sociedade, esse o comportamento do profissional contábil é justamente de
verificar se o indivíduo que está começando sua carreira profissional possui princípios éticos.
Pois o comportamento ético do indivíduo se divide em três níveis: individual, organizacional
e cultural. No nível individual refere-se aos detalhes do gênero como idade, grau de instrução,
valores morais, as percepções filosóficas. Na organizacional os estudos apontam para o clima
ético da organização; a estrutura do capital e o papel do código de ética. No nível cultural
envolvem e mesclam valores e conhecimentos ao longo da vida e que devem ser adaptados
com as normas e as regras da organização (ALMEIDA, 2007).
São esses três níveis que no mercado global influenciam a continuidade ou
descontinuidade da organização que depende muito do caráter ético do profissional,
independente de qualquer função que ele exerça. Direcionando os olhares a esses
profissionais, no art.1º da Resolução n° 1307/10 da contabilidade, que trata do código de
ética, tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da
Contabilidade, ou seja, tem informações que pode mudar a concepção e orienta-los de forma
justa e correta, produzir prestação de serviços com garantia e qualidade, dentro dos padrões
exigidos pela legislação governamental.
A partir dessas considerações espera-se que o estudo sobre o comportamento dos
alunos do curso de ciências contábeis da universidade de ensino superior da zona sul de São
Paulo-SP, possam agregar valores éticos e que contribuam para o desempenho de futuros
profissionais que colaboram para o crescimento da própria região.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O desenvolvimento da ética
A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o
comportamento humano na sociedade. O termo possui origem etimológica distinta. A palavra
“ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Ética é um conjunto
de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as
regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a
moral e a dimensão da prática da vida humana (FIGUEIREDO, 2008).
Ao escolher se a conduta é certa ou errada conduz ao princípio ético, ou seja, um
princípio de conduta que depende de cada indivíduo e de sua base de criação, a ética é um
saber prático porque não existe uma sociedade ideal, mas sim uma representação ou escolha
certa ou errada de cada indivíduo (CORTELLA e BARROS FILHO, 2014).
O exercício ético implica juízo crítico, algumas condições são essenciais para que se
possa efetivamente tratar sobre ética. Uma condição é a liberdade, mas ela deve ser
acompanhada de responsabilidade. Outras condições também são essenciais: inexistência de
preconceito e de coação; humildade para respeitar o ponto de vista e a opção do outro e
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grandeza para alterar a opção realizada, caso ela não se comprove inadequada (MIRANDA,
2004).
A ética serve como um guia ou uma referência para cada pessoa ou para um coletivo
de pessoas, direcionando uma relação com o utilitarismo podendo ser benéfico em prol de si
próprio ou para o coletivo de pessoas (HABERMAS,1983).
No sentido prático a finalidade da ética e da moral é semelhante, ambas são
responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu
caráter, altruísmo, virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em
sociedade. Assim, em qualquer profissão os princípios éticos devem ser respeitados.
A função da ética é a mesma que se usa para qualquer área, seja financeira
administrativa ou até mesmo na área da saúde, que se possa explicar esclarecer ou investigar
determinadas realidades, que historicamente variam aos princípios e as normas. A doutrina
ética do passado não sofreu uma investigação ou esclarecimento da moral como o
comportamento humano, mas uma justificação ideológica de determinada moral, isso mostra
que a ética por estudar o comportamento humano nada se altera em relação à compreensão
racional e efetiva, que pertence somente ao homem (PONCHIROLLI, 2009).
Entre as profissões que requer um caráter ético, digno e de muita confiança para
exercer as atividades dentro da organização com eficiência e eficaz é a contabilidade, que
além de exigir honestidade envolve percepção do ambiente e tomada de decisão altamente
arriscada.
As questões antiéticas que mais se destacam como suborno, propaganda enganosa,
valores de produtos com aumento inadequado, demora na entrega dos produtos e danos ao
meio ambiente fazem do código de ética um direcionador para o uso maneira correta quando
necessário, para identificar e descrever como os empresários poderiam agir em situações
dessa natureza, para sua própria prevenção.
Para se proteger, as organizações e até mesmos os profissionais foram, desenvolvidos
cursos, conferências, seminários para poder acompanhar as grandes preocupações das
organizações. Muitas dessas empresas criaram suas comissões éticas com o objetivo de
orientar e apoiar a conduta ética.
2.2 O surgimento da contabilidade
A contabilidade surgiu no Brasil em 1951, quando D. João III, nomeou Brás Cubas a
função de contador, na época Brás Cuba, exercia a administração de fazendas e contador de
rendas além de recolhimentos de impostos dos fazendeiros da época. Em 1561, foi criado o
conselho de fazenda para administração financeira das colônias (RODRIGUES, 1985).
Segundo Watanabe (1996), somente ocorreu à formalização contábil em 1754 propostas pelo
governador do Estado de Grão-Pará e Maranhão, neste mesmo ano tiveram aulas de comércio
sobre as supervisões da Junta de Comércio de Lisboa.
“A contabilidade brasileira sempre sofreu uma ampla influência da legislação. Uma
das primeiras grandes manifestações da legislação no cenário brasileiro foi o código
comercial de 1850 que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da
elaboração anual demonstração do Balanço Geral” (SCHMIDT, 1996).
Em 1946 com a promulgação do Decreto LEI nº 9295 determinava a criação do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade
(CRC) que tinham a função de fiscalizar a profissão do Contador e do Técnico Contábil
(guarda livros como era conhecido) (HERMES, 1986).
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Devido as grandes mudanças nas últimas décadas, as pessoas que trabalhavam na
área contábil tinham uma mentalidade mais tradicional, não se importava com a concorrência.
Com o avanço da tecnologia houve-se a necessidade de possuir habilidades para apresentar
resultados com prazos menores, custos e remunerações reduzidas, pagamento de impostos
mais baixos, aumentando a concorrência entre os profissionais.
Mesmo com resultados satisfatórios, os contadores devem seguir o padrão que o
código de ética estabelece observando os conceitos de integridade, objetividade,
independência, cuidado com prazos e prestação de serviços, que por motivos éticos devem ser
prestados.
Há questões que na teoria são realizadas de uma maneira e na prática são realizadas
de outra, isso pode dificultar o reconhecimento de questões éticas que são ignoradas podendo
causar grandes problemas para a organização e para o mundo dos negócios, consideradas
como um jogo que não se aplicam as regras comuns do tratamento justo por partes
interessadas.
Existem duas maneiras que pode contribuir para identificar se conduta é ética: a
primeira é perguntar para o indivíduo o que ele pensa a respeito do seu ramo de atividade e se
ele aprova, a segunda é verificar se a organização possui política que irá sustentar a questão
proposta por ela.
Devido algumas alterações que o ser humano vem sofrendo desde o princípio de sua
existência até os tempos atuais, como mudança no seu comportamento e no seu caráter, é
importante que a contabilidade tenha um órgão que fiscalize seu trabalho. A função da
contabilidade em si é registrar classificar, demonstrar, auditar e analisar os dados que a
organização apresenta para a tomada de decisão, com a finalidade de controlar a situação do
patrimônio da empresa (FRANCO, 1996).
O foco de controle do patrimônio é justamente trazer uma vida financeira e
econômica saudável a sua organização garantindo sua continuidade no mercado, juntamente
com a satisfação do público alvo da organização como um todo.
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado à entidade
econômica administrativa, e constitui um meio indisponível para que esta realize seus
objetivos. Para alcança-los, a administração da entidade executa atos de natureza econômica e
financeira, produzindo variações aumentativas e diminutivas na riqueza patrimonial
(FRANCO, 1996).
A contabilidade trabalha com dois aspectos, um qualitativo que considera as espécies
de bens, direitos e obrigações que compõem seus maquinários, móveis, prédios e instalações,
caixa, contas a receber e contas a pagar, e quantitativa que demonstra o valor expresso que
cada um representa em espécie ou dinheiro (FRANCO, 1996).
2.3 Valores éticos como guiam de conduta
2.3.1 Fiscalização do comportamento
O comportamento humano se diverge de indivíduo para outro, justamente porque
cada pessoa possui sua cultura, suas raízes e seu gênero diferentes das outras, por isso é
preciso ter regras, normas para que todos sigam um único parâmetro na busca de um só
objetivo.
Sendo assim, ética diz respeito também a preceitos, normas de conduta intimamente
ligadas ao comportamento humano, influenciando e sobrepondo-se a padrões de
comportamento e valores morais que variam em função de cada cultura” (SILVA e
FIGUEIREDO, 2007. p.30).
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O profissional de contabilidade deve considerar que nem sempre a ética trará louvor
por sua escolha ou recompensas para si próprio, a ética não está atrelada diretamente ao
sucesso. Nem sempre a fama ou o reconhecimento significam ser éticos, nada destas escolhas
caminham ou são indicadores confiáveis de avaliação da ética, pelo o contrário um dos
parâmetros confiáveis seria a consciência do indivíduo tranquila ou o seguimento do guia de
conduta organizacional (LIMA; GUERRA e MEGLIORINI, 2008).
Borges e Medeiros (2007) afirmam “A conquista denota satisfação pessoal e
consequente prêmio pela dedicação. Sua conduta ética é, na verdade, a aceitação primeira dos
valores do grupo.
A falta de ética também não trará alegria ao indivíduo, mas sim uma satisfação
momentânea de atingir resultados muitas vezes cobrados nas organizações, mas que ainda sim
pesará na consciência do indivíduo e que pode acarretar em vergonha quando descoberto,
tanto por órgãos fiscalizadores como pelos colegas de trabalho, e em muitos casos os
indivíduos estão sendo constrangidos a agirem exclusivamente em funções de resultados
(CORTELLA e BARROS FILHO, 2014).
Considerando que a cultura do indivíduo entre o certo ou errado e que está atrelado
as suas origens e formações diversas, é preciso que a organização tenha uma política e
padrões uniformes que são validas para a empresa e para o colaborador assim todos terão uma
conduta aceitável na companhia e no mercado.
2.3.2 Guia de conduta Ética
O Conselho de Ética Profissional do Contador (CEPC) é um órgão normativo que
serve como guia de conduta, justamente porque se tratando do ser humano envolve dois
fatores que podem influenciar sua conduta, um deles é o fator individual como foi
mencionado e o segundo fator situacional, que envolve o indivíduo, seja voltado para sua
condição econômica vivida ou como profissional em tomadas de decisões. Na situação
econômica é bem voltado para o indivíduo em si, que pode obter proveito do contexto, devido
sua necessidade econômica: baixo salário que traz necessidades em sua vida financeira, enfim
no seu próprio benefício. Na profissional o beneficiário é a organização, como exemplos:
sonegações de impostos, exercício como despesas excedidas, que ficam para ser registradas
no próximo exercício, que pode favorecer as duas partes como um todo (ALVES, 2005).
Devido os fatores individual e situacional, que podem influenciar o comportamento
do indivíduo, foram desenvolvidos a ética corporativa e o conjunto de normativos, para que
todos, seja, a organização ou o funcionário, não tenda a seguir caminhos diferentes do que o
guia de conduta apresenta. Uma vez que a distinção do que é certo ou errado, pode ser
esquecido devido às condições financeiras e também ao caráter do ser humano que pode ser
vendido em muitos casos por qualquer valor.
A ética empresarial ou corporativa como é conhecida nas organizações começou a
ser estudada em 1970, neste mesmo ano professores de Administração de Empresas
começaram a ensinar a escrever sobre responsabilidade social das empresas. Com isto, as
organizações começaram a se preocupar mais com sua imagem pública e encarar de maneira
direta as questões éticas. Com o passar dos anos a ética empresarial vem ganhando seu
espaço, tanto como estudo que se consolidou com o decorrer do tempo, fazendo parte até
mesmo de uma grade curricular em diversas escolas e faculdades reconhecidas, quanto o
espaço em grandes empresas, que preservam por sua imagem, integridade e seus valores
(FERRELL, 2001).
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A ética e o Código de ética capitulo II do artigo I, mencionam os deveres e
proibições da área contábil servem como guia que definem suas condutas e responsabilidades
que devem ser seguidas: como integridade, objetividade, independência e cuidado com
prazos, são algumas regras que no mundo do negócio fazem toda a diferença, pois se trata de
um mundo de particularidades e interesse que atropelam prazos e integridade, por este motivo
existem regras para que sua eficiência e eficácia sejam alcançadas.
Silva e Speroni (1998) afirmam que:
“Uma das características da ética é um maior relacionamento do indivíduo com os
seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como a dignidade
humana, a auto- realização e a sociabilidade, o ser honesto e cordial com seus pares
e contratantes, na verdade, expõe o lado mais íntegro do profissional”.
O ser humano cordial e gentil e não desvalorizando o próximo, torna um ambiente
profissional mais agradável de se trabalhar, com isto, tende-se produzir mais gerando
melhores resultados para a organização e tende-se um possível reconhecimento da empresa e
de seus colegas, por um ambiente mais tranquilo e motivador.
A ética empresarial já faz parte da realidade das organizações em tomadas de
decisões, as grandes organizações não querem mais sofrer com algum tipo de penalidade de
cobrança pelo que não foi feito ou até mesmo omitido e como isto, tende a evitar possíveis
escândalos que manchariam a imagem da organização, e para garantir a prestação de serviço
com ética estas empresas buscam funcionários mais próximos de sua cultura organizacional.
Segundo Ferrell (2001), a empresa precisa de um programa ético eficaz, que assegure
que todos os empregados compreendam os valores e cumpram as políticas e códigos de
conduta que criam um clima ético.
“Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas
pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma
escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha
vermelha de desconfiança” (JACOMINO, 2000, p.28).
Por isto, nos tempos atuais há uma grande preocupação das empresas, das
instituições de ensino e da própria sociedade, com a formação dos futuros contadores em
prestar serviços de qualidade e de maneira coerente utilizando as guias e normas contábeis.
Assim há também um grande receio dos organismos Internacionais, como a IFAC
(International Federation of Accountants) e o IASB (International Accounting Standards
Board), que é justamente na formação do contador com seu caráter ético (ALVES, 2005).
2.3.3 Contexto ético profissional
O estudo de Transparência Internacional em 2013 apontou o Brasil como um País
que está 72º lugar no ranking de corrupção. Por este motivo há uma grande necessidade de
fiscalização e aprimoramento das normas éticas e do profissional. Estas normas delimitam não
só obrigações, mas deveres que devem ser desenvolvidos com perfil ético, tanto como
instrumento de proteção do exercício dos profissionais e resguardando os direitos dos
públicos assistidos (TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL, 2013).
“Quem quer que já se tenha debruçado sobre uma questão ética difícil sabe muito
bem que o fato de nos dizerem o que a sociedade acha que devemos fazer não ajuda
ninguém a se resolver por essa ou aquela solução. Precisamos tomar a nossa própria
decisão. As crenças e os costumes dentro dos quais fomos criados podem exercer
grande influência sobre nós, mas, ao refletirmos sobre eles podemos agir de acordo
com o que nos sugerem, mas também podemos fazer-lhe uma fraca oposição”
(SINGER,1988).
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Cortella e Barros Filho (2014) afirmam que os objetivos da empresa podem muitas
vezes acarretar em rompimento de valores e da conduta do indivíduo. Como exemplo: banner
de valores que mencionam honestidade, criatividade, transparência e foco no resultado, e que
a palavra foco inutiliza as demais palavras que significa fazer qualquer coisa para se atingir os
resultados. Outra palavra mencionada ¨fazemos qualquer negócio¨ os autores mencionam que,
qualquer negócio é válido e, com isto, haverá a quebra de padrões éticos para que possa
atingir o objetivo.
A ética está mais atrelada ao contexto social do que o individual, pois independente
de raízes e culturas, o ser humano é um fator influenciável que depende de certas regras ou
doutrinas para direcionar o caminho correto. Na profissão contábil não é diferente, ela procura
controlar todos os fenômenos que ocorrem dentro da organização, através de seus registros
contábeis, suas classificações, suas demonstrações, para interpretar os fatos que ocorram para
uma tomada de decisão.
O Código de ética e a ética não são instrumentos para solução de problemas, mas sim
para reduzir o máximo possível, serve como uma espécie de diretrizes tanto para a empresa
quanto para o funcionário, por isto, é de extrema valia que o código de ética da organização
seja desenvolvido pela alta cúpula, ou seja, pelos executivos e que fique bem claro quais são
suas missões, valores e cultura organizacional. Para que a empresa não seja também punida
por quebra de padrões éticos, tanto com seus clientes, fornecedores e funcionários.
Importante ressaltar que as quebras destes valores geram consequências como
imagem negativa da organização e até mesmo queda no valor de suas ações quando em capital
aberto, isto acarretará em perdas, em prejuízos para a empresa e dependendo do caso a
descontinuidade da organização.
Por este motivo o profissional da contabilidade deve conhecer sua profissão e os
aspectos técnicos, as regras e prerrogativas da profissão, junto com os valores e a visão da
organização, porque possuem objetivos em comum como satisfação própria, isto contribuirá
para uma vida saudável da organização (SILVA e FIGUEIREDO, 2007).
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada no presente trabalho foi de pesquisa bibliográfica, este tipo
de pesquisa procura resposta de uma hipótese que será testada, então utilizou- se de livros,
artigos e site para sua fundamentação. A pesquisa bibliográfica por ser justamente
fundamentada possui parte obrigatória, pois ela que traz a base para a elaboração cientifica
(BEUREN, 2004).
Embasado em diversos autores buscando analisar e identificar o comportamento
ético e a percepção que influência na conduta do discente da área contábil e que atua na
profissão, com finalidade para agregar valores que possam contribuir para seu conhecimento.
Cervo e Bervian (1983, p.55) definem a pesquisa bibliográfica como a que:
“Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos.
Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais
ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema
".
Trata-se de uma pesquisa dentro de uma Instituição de Ensino Superior da Zona Sul
de São Saulo, que terá o propósito de analisar o comportamento ética dos discentes por meio
de questionário, uma série de perguntas sobre o problema visado, que melhor corresponde a
sua opinião, para que se possam obter conclusões a respeito de seus pensamentos como
discentes que atuam hoje na área contábil (LAVILLE e DIONNE, 1999).
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“O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série
ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem
presença do pesquisador” (BEUREN, 2004, p. 130).
Este questionário será com questões aberta e fechadas, utilizadas para coletar dados e
obter analise por meio das informações em relação a sua conduta estudantil para que se possa
averiguar seu caráter e o seu comportamento ético dos discentes pode ser influenciado pelo
ambiente profissional.
Os questionários com questões abertas serão de temas livres considerando até mesmo
o ponto de vistas dos discentes, já os questionários fechados são perguntas que podem induzir
as respostas correspondentes aos seus atos, que serão através de um conjunto de alternativas.
Será reservado um tempo para analisar os questionários aplicados conforme suas respectivas
respostas (BEUREN, 2004)
A pesquisa exploratória é justamente para conhecer com mais profundidade o
assunto, ou seja, mais familiaridade com o problema, será aplicada numa amostragem por
conveniência, com intuito de identificar e de observar entre discentes o seu comportamento,
sua percepção ética que serão demonstrados por meios de gráficos para ilustrar se houveram
mudanças.
Para Gil (1999) a pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de proporcionar
uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado,
sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses
precisas e operacionalizáveis.
4. ANÁLISE DE DADOS
Na Instituição de Ensino Superior da Zona Sul de São Paulo, foram analisadas turmas
do 7º e 8 º semestre que atuam na área contábil. Os dados foram coletados por meio de um
questionário que continha 15 questões com o objetivo de verificar o comportamento dos
alunos de graduação em relação à ética contábil, sendo que, do 7º semestre estão matriculados
47 alunos e somente 17 alunos atuam na área e do 8º semestre estão matriculados 25 alunos,
mas somente 7 atuam na área contábil. Totalizando 24 alunos para análise da pesquisa na área
contábil, sendo que, 20 são solteiros e 16 são do sexo feminino e 50% dos alunos recebem
uma remuneração salarial de até R$ 2.364,00.
Na solicitação de auto avaliação do conhecimento sobre o código de ética contábil
foram propostos parâmetros para analisar quantas vezes os alunos profissionais da área
precisaram utilizar o Código de ética contábil.
GRÁFICO 1 - AVALIAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA
4% 0%
bom
33%
38%
ruim
normal
não sabe
25%
Dentre os 24 alunos, 33% mencionaram o seu conhecimento como bom, 25% como
ruim ou nunca precisou utilizar no seu cotidiano, 38% como normal ou básico, e 4% nunca
ouviu nem falar sobre o assunto.
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Com estes dados observam-se que 38% dos alunos de graduação mencionaram que seu
conhecimento normal ou básico sobre o código ética na área contábil, o que traz uma
adequação para sua área de atuação, porque o serviço contábil deve ser desempenhado de
acordo com o código de ética, para que não venha ferir princípios contábeis, ético ou até
mesmo princípios morais, como exemplo honestidade. O que está de acordo com a visão de
Almeida (2007), que menciona que a falta de princípios éticos e morais podem prejudicar uma
organização e até mesmo uma sociedade como um todo e cita que na esfera organizacional o
comportamento ético se divide em três níveis que são individual, organizacional e cultural.
O que também está de acordo com Silva e Figueiredo, (2007), que a importância de ter
um guia do comportamento humano é justamente ter um órgão que padronize os serviços
desenvolvidos por indivíduos dentro das organizações. Por este motivo o profissional de
contabilidade deve ter conhecimento da sua área de atuação e todos os aspectos técnicos e
regras que estão na sua profissão e desempenharem juntos com a organização ou até mesmo
com a sociedade, pois tanto o profissional como a organização possuem objetivos em comum.
Foram analisados os conhecimentos dos alunos sobre o tema ético ensinado na
graduação e com base nisto foi perguntado se o ambiente empresarial poderia influenciar o
indivíduo a fazer o que era errado.
A amostra analisada indica que 50% dos alunos profissionais já foram influenciados
no seu ambiente empresarial e que tinham ciência de estarem agindo de maneira errada, mas
para garantir o emprego, fizeram o que o chefe mandou. Outros 46%, mencionaram nunca
terem sidos influenciados, justificando não serem pessoas influenciadas, e 4% não a
responderam. Observa-se que 50% dos profissionais atuantes na área contábil preferiram
preservarem o emprego o que é de encontro com a grande realidade dos indivíduos desde o
passado até os tempos atuais.
O que está acordo com Singer (1988) que afirma que, mesmo sabendo o que é certo ou
errado ainda assim poderá ser influenciado, principalmente se na decisão tiver objeto de
escolha como exemplo o trabalho, e que mesmo assim tem que optar-se por uma solução que
muitas vezes os valores e culturas pesam nesta decisão, mas ao analisar pode-se caminhar
contra os princípios e valores e agir de acordo com que foi sugerido, ou seja, influenciado.
O que também está de acordo com Alves (2005), menciona que um dos motivos que
levam os indivíduos a sofrerem influencia são os fatores individual e o situacional, pois no
individual mostra o indivíduo que pode tirar proveitos pessoais de determinada ação ou
decisão até mesmo economicamente exemplo salario, já o situacional traz benefícios para
empresa exemplo sonegação de impostos.
Foi proposta uma situação em que o aluno avaliasse qual seria sua decisão, onde foi
mencionada uma empresa em que o aluno sempre teve vontade de trabalhar e que a mesma
10
fez uma proposta com o dobro do salário, que este aluno recebe em sua empresa atual, mas
em contrapartida queria saber a data de lançamento de um novo produto, com objetivo de
avaliar sua conduta ética contábil do aluno.
Análise apontou 63% dos alunos não informariam a data de lançamento do produto,
mesmo sabendo que a empresa de seus sonhos não o contrataria. E 37% não informariam a
data, pois estaria indo contra os valores da empresa em que trabalham. Na questão
apresentada os alunos preferiram abrir mão dos seus sonhos e respeitar a empresa em que
trabalha mantendo assim uma conduta ética.
O que representa de acordo com Silva e Speroni (1988) que quando agindo de acordo
com a ética isto traz um relacionamento maior com os clientes e outros profissionais e que
com isto, gera valores que são levados em conta como a dignidade humana, a auto realização
e a sociabilidade, o ser honesto e cordial tanto com a organização como o profissional na
integra.
Que que também está de acordo com Jacomino, (2000) afirma que as questões éticas
mais do que nunca traz um peso grande na imagem dos profissionais, pois é o que pode
garantir a diferença entre o sucesso e o fracasso da vida profissional e que dependendo do que
o profissional faça de errado, ou seja, não for considerado ético pode manchar sua imagem e
criar uma marca vermelha de desconfiança no mercado.
Na análise conduta ética dos alunos, as situações foram voltadas para a empresa para
avaliar a conduta dos profissionais da área contábil. Foram apresentadas despesas excedidas
dentro do mês para serem lançadas no mês seguinte, porque o chefe pediu para não lançar
naquele mês, para não impactar diretamente nos resultados
A conduta dos apontou que 16% optaram por lançar no próximo mês, 21% optaram
por lançar no mês atual em que pertence a despesa, 42% optaram por argumentar com o chefe
de que não poderia lançar no próximo mês, mas diante da insistência do chefe e para não
afetar os resultados da empresa lançaria no próximo mês e 21% lançaria mesmo que o chefe
brigasse com ela. Observa-se que 42% lançariam mesmo fora do mês de competência para
manter o emprego um fator bem predominante desde os tempos passados ao atual, mudanças
11
acontecem a todo tempo seja ela internacional ou nacional na área contábil, mas a obrigações
de lançamentos continuam o mesmo. Por este motivo existe órgão regulamentadores para
fiscalizar o serviço contábil para observar o seu desempenho é certo ou errado como exemplo
CRC (Conselho Regional de Contabilidade).
O que apresenta de acordo Alves (2005) enfatiza que o fator situacional é o
responsável por quebras de princípios éticos porque beneficiam a organização como um todo
e pode até certo ponto beneficiar o indivíduo. Algumas empresas que adquirem este tipo de
fator podem sofrer punições.
Em relação a responsabilidade do profissional foi apresentada uma situação em que ele
esqueceu de lançar um tipo de imposto e mencionado qual seria sua atitude em relação ao
assunto.
Na análise, apontou-se que, 71% mencionaram que contariam para o seu chefe o
ocorrido, 4% não informaria para o chefe e aguardaria a Receita Federal informar o erro e
25% contaria para o seu chefe, pois se outro funcionário encontrasse o seu erro seria pior.
Observa-se que 71% assumiriam seu erro e contaria para o seu chefe o ocorrido, com isto,
evitaria possíveis punições para a empresa, ou seja, 71% estão de acordo com a conduta ética.
O que representa de acordo com Lima; Guerra e Megliorini (2008) mencionam que
nem sempre a ética trará louvor e nem sucesso no que faz, não existem garantias, e nem
sempre a fama ou reconhecimento significam ser ético, mas o melhor parâmetro para
mensurar se a atitude, está certa ou errada, é a própria consciência do indivíduo.
Ao propor identificar o porquê de utilizar a ética como guia de conduta, sendo que o
caráter do indivíduo se dá muitas vezes por suas raízes e criação, o que já declara o que é
certo ou errado.
12
Entre os alunos de graduação, 62% utilizam a ética para respeitar o direito do próximo,
25% utilizam a ética para não cometerem erros e 13% utilizam a ética para não sofrerem
punição. Observa-se que, neste caso o maior percentual não é para sofrer algum tipo de
punição, mas sim para respeitar o direito do próximo.
O que está de acordo com Figueiredo (2008) que menciona, a ética fundamentada em
valores morais que serve como direcionamento no comportamento humano em sociedade, ou
seja, é um conjunto de conhecimento extraído do comportamento humano para mensurar sua
conduta sem desrespeitar o espaço e direito do próximo.
Foi proposto identificar como o ser humano pode ser influenciado tanto pelo seu
caráter como pelo seu comportamento, buscando prevenir-se de um ambiente empresarial
rodeados de oportunidades fraudulentas. A questão se propôs em identificar tipos de
prevenção no meio profissional da área contábil.
Dos 24 alunos analisados 13% mencionaram que para se prevenir do ambiente
empresarial e para não serem influenciados a terem uma má conduta, segue o código de ética
54% mencionaram que mantendo os seus princípios e valores culturais não são corrompidos
pelo ambiente empresarial 29% mencionaram que se mantendo atualizado sobre sua área de
atuação é a melhor maneira de se prevenir, e 4% não a responderam se tem ou não interesse
em se prevenir de oportunidades de proveito pessoal. Observa-se que 54% mencionaram que
quando mantidos os seus valores e princípios não são corrompidos pelo ambiente empresarial.
O que representam o oposto de Singer (1988) menciona que, apesar da cultura e
valores dos indivíduos pesarem muito, ainda sim os indivíduos são influenciados pelo
ambiente a fazerem o que sugerem, tornando assim os valores e culturas uma fraca oposição.
Ao mencionarem os alunos para se colocarem no lugar do dono como proprietário da
empresa, no qual o seu contador superfaturou o estoque e não tendo como honrar seus
compromissos, qual a atitude que deveria ser tomada para a situação que a empresa estaria
passando.
13
Para honrar os seus compromissos 25% dos alunos citaram que conversariam com os
fornecedores sobre o ocorrido na empresa e que não teriam como honrar os compromissos,
71% mencionaram que conversariam com os fornecedores sobre a situação da empresa, mas
que pagariam juros ao mesmo e 4% não a respondeu. No total 71% dos alunos deixaram bem
claro que fariam o possível para honrar com os seus compromissos, o que é eticamente
correto.
E está de encontro com o Código de Ética Capítulo II Dos Deveres e Das Proibições
Art. 1° é mencionado que o Profissional deve executar sua profissão com Zelo e diligencia,
honestidade e capacidade técnica, ou seja, todo momento o profissional da área contábil tem
que exercer sua honestidade.
O que também representa de acordo com Cortella e Barros Filho (2014) mencionam
que a falta de ética não trará louvor para o indivíduo, e nem tranquilidade a sua consciência,
mas trará vergonha quando descoberta sua atitude. Deste ponto de vista os alunos de
graduação estão de encontro com o que afirma o autor.
Dentro da percepção da ética, foram analisadas as influências dos alunos mesmo tendo
base do que é certo ou errado. Foi proposto identificar o real motivo que faz o indivíduo a
contraporem suas ideias.
Dos alunos analisados 54% mencionaram que não são influenciados e possuem sua
própria opinião, 38% justificaram que os seres humanos são fracos e dependendo do que têm
em jogo eles podem ser influenciados, e 8% não a responderam. Pode-se observar que dos
54% que declararam não serem influenciados, já fizeram coisas que eram erradas, mas que
pelo motivo do chefe ter mandado e o emprego estar em jogo foram influenciados, ponto
analisado em contradição.
O que representa o oposto de Cortella e Barros (2014) afirmam que, existe um
princípio ético ou um princípio de conduta onde, o certo ou errado de cada indivíduo está na
base de sua criação e também não existem uma sociedade perfeita e alguns dos motivos de
quebra de conduta são as imposições que a empresa coloca para atingirem metas, isto acarreta
em quebra de valores dos indivíduos.
O que também representa o oposto de Singer (1988) reforça que a cultura e valores
que os indivíduos foram criados é o que mais pesam em suas decisões, porem quando
deparado em uma situação difícil o indivíduo tende a ser influenciado.
Ao citar a diferença da ética como guia de conduta do que certo ou errado com o
utilitarismo que o bem coletivo, foram questionados qual a sua relação.
14
Na amostra analisada 24 alunos, 46% mencionaram que a ética e o utilitarismo
caminham juntos, 38% dos alunos mencionaram que a ética e o utilitarismo não possuem
relação e 13% mencionaram nenhuma das alternativas, 3% não a responderam. Observa- se
que 46% dos alunos mencionaram que a ética e o utilitarismo caminham juntos que estão de
acordo com suas definições.
O que está de acordo com Benjamim; Habermas; Horcheimer e Adorno (1983)
menciona que, a ética é um conjunto de regras, valores e princípios que traz um benefício ao
indivíduo ou a sociedade como um todo e é movida pelo utilitarismo, pois toda ação
representa uma utilidade.
5. CONCLUSÃO
De acordo com a bibliografia estuda ética é um assunto do passado que sempre estará
presente e acompanhando o mundo globalizado, com o passar dos anos a ética não se alterou,
mas vem se ajustando os tempos atuais, um assunto que veio com força dentro das
organizações, indivíduos e sociedade como um todo. Hoje mais do que nunca é de grande
preocupação das organizações que os funcionários desempenhem seu trabalho com ética e
eficácia, pois isto, garantirá que a empresa não sofrerá possíveis punições.
O objetivo do presente trabalho foi justamente verificar se o discente de graduação que
leva uma nova bagagem um conhecimento do certo ou errado adquirido na graduação como
forma teórica, conseguem desenvolver juntamente com a prática dentro da organização suas
funções com ética e de acordo com os princípios e normas contábeis.
De acordo com a pesquisa de campo aplicada, verificou-se que os discentes mesmo
sabendo o que é certo ou errado, ainda sim sofrem influencias dentro das organizações para
garantirem o emprego de forma impostas muitas vezes por chefes, para atingirem metas ou
objetivos a todo custo. A pesquisa apontou que muitos discente tem o conhecimento sobre o
código de ético do que é certo, mas a maioria mencionou que mesmo assim foi influenciado
no ambiente de trabalho, o que está de acordo, Singer (1988), que afirmam que a cultura e os
valores pesam muito para o indivíduo, mas que mesmo assim são influenciados quando
deparados em uma situação ética difícil.
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