revista Ano 2 nº 4 janeiro a março 2013 Semeando oportunidades A cada ano-safra, Raízen gera milhares de novos postos de trabalho e investe em programas de valorização profissional 2Índice 16 Índice 4 20 Giro Rápido Acelera, educação! Negócios Expansão à vista 6 22 Páginas Roxas Aval para crescer junto com o Brasil 8 Comercial Novo diesel chega ao mercado 10 Sustentabilidade Avanços na certificação 12 Segurança Em primeiro lugar 14 Responsabilidade Social O futuro é hoje Revista Raízen Mercado O valor da parceria 24 Questão de Ética Em defesa da ética 26 Raízes do Brasil No caminho da prosperidade 28 Tecnologia e Inovação Medida certa 31 Indicadores Sempre o melhor trajeto Capa Desenvolvimento humano Editorial 3 Investindo para crescer Quatro milhões de toneladas de açúcar, 21 bilhões de litros de combustíveis e a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de um país que, cada vez mais, exerce papel de protagonismo em âmbito internacional. Para a Raízen, lidar com tarefas de tamanha complexidade é motivo de orgulho e também reforça a necessidade de ter a excelência como princípio básico de atuação. É, por tanto, fundamental inovar, buscar soluções arrojadas e apostar na tecnologia, seja para construir algo novo ou para aprimorar o que já existe. Em ambas as situações, a eficiência tem sido, ao lado da integração da operação, a nossa principal aliada. A preocupação de identificar oportunidades e sinergias trouxe conquistas expressivas no segmento logístico, por exemplo. Uma das matérias dessa edição mostra como medidores volumétricos, antes usados apenas nos terminais da Raízen, também se tornaram parte do dia a dia das unidades produtoras, dando agilidade e eficiência ao carregamento dos caminhões. Paralelamente, a empresa iniciou a comercialização, em todo o país, do novo Shell Evolux Diesel S-10, combustível que alia o benefício da redução das emissões a um alto desempenho automotivo. Nesse projeto, a parceria com outra área – a Comercial – foi decisiva para viabilizar o investimento na adaptação de todas as bases, como o Terminal de Barueri (SP), que iniciou recentemente a distribuição do produto. Todo o esforço de planejamento e o aprimoramento técnico, no entanto, não seriam tão eficazes para a Raízen, sem o talento das pessoas, nosso grande diferencial. Essa característica fica ainda mais evidente no início de cada safra, quando milhares de profissionais sazonais, os chamados safristas, chegam ao campo e à indústria para fortalecer o time e impulsionar nossos resultados. Atores de nosso crescimento, esses trabalhadores são os personagens da reportagem de capa. Nela, apresentamos um projeto da área de Recursos Humanos para garantir o bem-estar e as condições adequadas para esses funcionários. Entre outros benefícios, a iniciativa inclui a contratação prévia e o transporte gratuito para buscá-los e levá-los às suas cidades de origem. Expediente Leonardo Gadotti – Vice-presidente Executivo de Logística, Distribuição e Trading Mais que seguir a legislação trabalhista ou conquistar qualquer selo de qualidade, a Raízen entende que pautar suas ações na ética e no respeito pelas pessoas é compromisso imprescindível para o desenvolvimento sustentável da sociedade e dos negócios. Gerência de Comunicação Interna: Giselle Innecco Valdevez Castro Fotografia: Arquivo Raízen/Gustavo Morita/LilaBatista/ Marcos Issa/Túlio Vidal/Paulo Altafim Impressão: Leograf Coordenação e Jornalistas Responsáveis: Andréa Melissa Pereira (MTb/SP 038015) Carina Andion Angulo (MTb/RJ 31804) Regina Maia (MTb/SP 49785) Produção Gráfica e Editorial: Cajá – Agência de Comunicação Octacílio Freire (MTb/RJ 18296) Conselho Editorial: Cláudio Oliveira; Flávio Santiago; José Vitório Tararam; Leonardo Ozório; Luis Carlos Veguin; Márcio Fogaça; Marina Quental; Renata Bezerra; Renata Manhães; Rômulo Maia. E-mail de contato: [email protected] Tiragem: 10.000 exemplares As declarações expressas neste documento são efetuadas pela Raízen na qualidade de licenciada das marcas Shell e não refletem necessariamente a opinião da Shell Brands International. Revista Raízen 4 Giro Rápido Acelera, educação! A Raízen e o Instituto Ayrton Senna (IAS) levarão o nome do piloto campeão aos postos da rede Shell no país. Em maio, quando o legado do esportista é lembrado, começa uma campanha que reverterá parte do valor arrecadado com as vendas de Shell V-Power para a organização, cuja missão é contribuir para a melhoria do ensino público. A expectativa é que mais de 67 mil crianças e jovens sejam beneficiados. Com o lema “Abasteça com Shell V-Power e ajude a educação brasileira”, a iniciativa inclui a distribuição de materiais de ponto de venda, inserções em mídia de massa (rádio, TV etc), além de investimentos em comunicação digital. A trajetória de Ayrton Senna está intimamente ligada à marca Shell. Foi com ela que o ídolo conquistou três títulos mundiais e protagonizou momentos inesquecíveis para a torcida brasileira, como as vitórias nos Grandes Prêmios Brasil de 1991 e 1993. A ação acontecerá nos postos Shell participantes entre 15 de maio e 15 de junho. A toda velocidade Sexta melhor colocada entre as 16 equipes da Stock Car em 2012, a Shell Racing inicia a competição este ano com a estratégia de manter como líder o piloto Valdeno Brito. A ideia é que o paraibano dê continuidade à parceria de sucesso com a marca Shell: no ano passado, ele subiu ao lugar mais alto do pódio duas vezes, deixou de pontuar em apenas três ocasiões e encerrou a temporada na 7º colocação entre 39 pilotos. Por meio do patrocínio à categoria mais importante do automobilismo brasileiro, a Raízen tem alcançado resultados expressivos no que diz respeito à divulgação dos benefícios proporcionados por Shell V-Power Etanol. Este ano, a expectativa não é diferente: a empresa continuará como fornecedora oficial de combustível dos 34 carros da competição e disponibilizará conteúdo por meio do Blog Velocidade. Lançado no final de novembro, o blog reúne conteúdo diferenciado e dinâmico sobre as principais competições com a participação da marca Shell, como Fórmula 1, Fórmula Indy, Stock Car, Nascar, MotorGP e Desafio Internacional das Estrelas. A página, produzida pela área de Comunicação da empresa com o apoio da agência RF1 Jornalismo, pode ser acessada pelo site da Raízen (www.raizen.com.br) ou diretamente pelo link www.blogvelocidade.com.br. Revista Raízen Oferta inovadora no Varejo A Raízen lançou, no fim de fevereiro, o calendário com o planejamento completo do ano para a rede de Varejo Shell. Nele, constam os detalhes sobre as diversas promoções e programas motivacionais e de treinamento da Oferta Integrada 2013/2014. A expectativa é que as novidades contribuam para aumentar em 15% as adesões ao programa. Respaldado por um investimento de R$ 150 milhões, o plano tem um foco ainda maior na qualidade e na inovação. De acordo com o gerente de Plataformas de Varejo, Leonardo Ozorio, algumas iniciativas como uma campanha em conjunto com o Instituto Ayrton Senna, a promoção de miniaturas Ferrari Lego e a ação Rock in Rio, com sorteio de carros e ingressos, serão os pontos altos de 2013. “Não há dúvidas de que temos uma oferta de marketing bem completa para nossos revendedores e clientes. Além de ações exclusivas, todas acompanhadas por um forte plano de mídia, nossa proposta inclui treinamento e programas motivacionais para as equipes dos postos e benefícios especiais para os postos participantes”, garante. Cultivando segurança A Unidade Costa Pinto da Raízen, em Piracicaba (SP), foi o local escolhido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a realização de testes de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) no fim do ano passado. A iniciativa, que envolveu 70 trabalhadores, contribuirá para elaborar um regulamento técnico específico sobre as luvas utilizadas em todo o setor de corte de cana-de-açúcar. O esforço conjunto faz parte do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, acordo que envolve governo, empresas e trabalhadores para a disseminação de boas práticas de segurança nas operações do setor sucroenergético. “A participação das empresas é de extrema relevância, já que contribui para os avanços na área, especialmente no que diz respeito à segurança”, ressalta Romulo Machado, coordenador-geral de Normatização e Programas do MTE. Para Paulo Araújo, consultor de Relações Trabalhistas e Sindicais da Raízen, o envolvimento da empresa contribui para torná-la referência na difusão de boas práticas. “Esse projeto nos aproxima cada vez mais de instituições que participam do Compromisso Nacional, como os órgãos públicos, responsáveis pela fiscalização do nosso setor, e contribui para futuras iniciativas nessa área”, afirma. Além da Raízen e do MTE, também participaram dos testes representantes do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba. Revista Raízen 6 Páginas Roxas: Paulo Lopes Aval para crescer junto com o Brasil Duas sócias de peso, R$ 50 bilhões de receita líquida e a posição de maior produtora mundial de açúcar e etanol derivados da cana. Com essas dimensões, a formação da Raízen precisou ser submetida ao crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). E coube ao departamento Jurídico da empresa, liderado pelo vice-presidente Paulo Lopes, a função de guiar todo o processo até a aprovação incondicional da formação da joint venture O Cade aprovou, em dezembro, o acordo firmado entre Shell e Cosan para a formação da Raízen. Qual o significado dessa notícia para a estruturação da empresa? A conquista nos deu muito mais tranquilidade e fôlego para continuar com nossos planos de crescimento. Sabe-se que a formação de toda joint venture de grande porte está sempre sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No entanto, como estávamos submetidos à antiga legislação – que prevê a possibilidade de funcionamento da nova empresa até o julgamento – corríamos o risco, apesar de remoto, da não aprovação, ou da aprovação com restrições, como a venda de ativos, mesmo depois de meses já em plena operação. Foi um período delicado, que demandou nossa total atenção e empenho para preservação da integridade de nossos ativos e operações. O processo teve algum impacto direto no planejamento estratégico da empresa? Não houve impacto, só a ansiedade das equipes. Havia o receio de que o Cade pudesse adotar o entendimento de que a operação merecia restrições. A dúvida se haveria ou não restrição e, se houvesse, qual o impacto na integridade dos ativos da joint venture, gerou a ansiedade a que me referi. Até porque, dependendo do tamanho do impacto, a própria motivação dos acionistas para formar a joint venture poderia ser afetada. Revista Raízen Durante o julgamento, argumentou-se que a criação da Raízen poderia prejudicar a concorrência no mercado. Quais foram as exigências enfrentadas? A principal preocupação do Cade neste tipo de processo é verificar se uma joint venture proporciona grande impacto mercadológico. Como não há efeito concorrencial entre a atividade de produção de etanol e açúcar e a distribuição de combustíveis, pilares da Cosan e da Shell, respectivamente, essa parte do processo em si não geraria problema algum. A grande questão focou na combinação dos ativos de distribuição da Shell com os da antiga Esso, em função da anterior aquisição desta pela Cosan. Como as duas empresas compartilhavam o mesmo mercado, surgiu aí um potencial impacto concorrencial que precisou ser averiguado. Durante o procedimento, a Associação Nacional dos Distribuidores Independentes de Combustíveis (Andic) entrou com impugnação formal à constituição da Raízen. De acordo com a Andic, após a união, teríamos ativos de distribuição que ficariam ociosos, e que deveriam, portanto, ser postos à venda no mercado para facilitar o acesso de novos competidores. Qual a estratégia da Raízen para lidar com esse desafio? Nossa principal abordagem foi desfazer a argumentação de forma estruturada. Buscamos consultores independentes do mercado que provaram que não haveria a ociosidade que eles alegaram. Ao final de nossas argumentações, o Cade se convenceu de que a postura da Raízen não resultaria em barreira para entrada de novos competidores onde houvesse capacidade para acomodá-los, desde que essa acomodação não resultasse em free riding nos nossos ativos e atraísse investidores comprometidos com as operações. Buscamos sempre um diálogo aberto com nossos interlocutores. E qual foi a conclusão do Cade sobre esse ponto? Paulo Lopes, vice-presidente Jurídico Apesar de envolver duas grandes forças do mercado de distribuição de combustíveis, a junção dos ativos da Shell com os da antiga Esso não gerou um impacto mercadológico capaz de prejudicar a concorrência sob a ótica de um possível elevado nível de concentração. O Cade não teve problemas para chegar a essa conclusão, como ficou claro no voto do relator, um dos mais completos, detalhados e bem elaborados que já vi na minha carreira profissional. O empecilho criado no processo foi realmente a impugnação da Andic, voltada para a tentativa de fazer com que ativos supostamente ociosos fossem desinvestidos. O acordo aprovado prevê a possibilidade de criação de outras joint ventures . Isso faz parte dos planos da Raízen para novos investimentos? A aprovação do Cade para formação da Raízen não é um cheque em branco para formação de outras joint ventures. Não quer dizer que qualquer joint venture que fizermos de agora em diante será aprovada. Vamos avaliar, caso a caso, as possibilidades que batem à nossa porta. Com a Mime, por exemplo, já temos uma parceria estratégica. É uma distribuidora de Santa Catarina, que trouxe mais 270 postos para a base de ativos da Raízen sob bandeira Shell. Nesse caso, o Cade aprovou a associação antes mesmo de aprovar a criação da Raízen. Tentamos colocar tudo na ordem certa, mas a agenda interna do órgão e a certeza de que a operação Mime não geraria impacto mercadológico negativo fez com que ela fosse validada antes. Trabalhamos em sintonia com a legislação brasileira. Por isso, temos confiança de que nossos projetos têm boas chances de serem aprovados. Paulo Lopes, vice-presidente Jurídico disso, também estão em nossa lista de funções a participação no planejamento estratégico da Raízen, a busca de informações nos vários departamentos da empresa para nos permitir agregar valor nessa busca e a coordenação de diversos processos no tempo adequado. Trabalhamos, ainda, com todo e qualquer assunto jurídico que seja comum ao negócio. Se há um novo regulamento ambiental ou trabalhista, por exemplo, agimos rápido para orientar a área afetada sobre o que fazer, evitando que a equipe responsável perca tempo e desvie seu foco da operação. Nosso principal papel é o de trazer a solução, não o de compartilhar o problema. No episódio do Cade, a importância do setor Jurídico é mais que evidente. Qual será o papel e relevância do departamento para esse novo capítulo da história da Raízen que está começando agora? Tivemos a missão de traçar uma estratégia sólida para defender a Raízen no Cade, algo que entra em nossos principais objetivos: a preservação dos ativos da empresa e o apoio aos planos de crescimento. Além lista de funções participação no planejamento estratégico da Raízen, a busca de informações “Estão em nossa a nos vários departamentos da empresa para nos permitir agregar valor nessa busca e a de diversos processos no adequado” coordenação tempo Revista Raízen 8Comercial Novo diesel chega ao mercado STOCK.SXHNG/BARTEK AMBROZIK Com fórmula exclusiva e diferenciada, Shell Evolux Diesel S-10 é ainda mais econômico e menos poluente Crescer no segmento de rodovia está entre as principais diretrizes da Raízen para a área de distribuição de combustíveis. Mantendo essa premissa e preparada para suprir as demandas do mercado, a empresa lançou no dia 1º de janeiro de 2013 o Shell Evolux Diesel S-10. Estratégico por oferecer aos consumidores benefícios econômicos e ambientais, o novo combustível atende à legislação brasileira, que estipula limites de emissão de poluentes por veículos com motores do tipo Euro 5. “Shell Evolux Diesel S-10 substitui a linha S-50 de acordo com o Programa de Controle e Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve 7 ou P-7) do Ministério do Meio Ambiente. O produto é disponibilizado nas revendas e para grandes consumidores B2B com uma fórmula exc l u s i va , o q u e g a r a n te d i f e renciais em relação à sua qualidade e desempenho”, afirma o gerente de Marketing B2B e Tecnologia de Combustíveis, Luiz Mauricio Janela. Além do baixo teor de enxofre (10 partes por milhão), o combustível reúne algumas vantagens atestadas pela empresa: economia de até 3% do consumo, redução dos custos de manutenção dos equipamentos, diminuição da emissão de CO2 na atmosfera, melhor performance dos motores, entre outras, quando comparado ao S-10 comum. Na área de Vendas, as perspectivas não poderiam ser melhores, segundo Janela. “Hoje, mais de 1,5 mil postos Shell comercializam o novo diesel e a previsão é dobrar esse número até o fim do ano”, pontua. Para tanto, a Raízen investiu uma soma expressiva de recursos no setor de operações e logística. Foram realizadas análises e adequação dos terminais de distribuição e ampliação da frota de caminhões-tanque para atender à demanda crescente de Shell Evolux Diesel S-10. “Verificamos todas as oportunidades de ganhos de eficiência e aumentamos a tancagem em alguns pontos para garantir a oferta”, complementa o gerente. Índice 9 Mercado em potencial Desde a entrada no mercado do diesel com menor teor de enxofre, antes o S-50 e agora o S-10, um novo produto vem despontando e ganhando seu espaço: o Arla 32. Se em 2012, foram movimentados cerca de 30 milhões de litros da solução que contribui para a redução da emissão de poluentes, a expectativa é que esse volume mais que triplique em 2013. Por isso, a Raízen vem investindo para atender à demanda e garantir o suprimento do Shell Evolux Arla 32 em todo o Brasil. No ano passado, a empresa inaugurou sua primeira planta de envase da solução aquosa em Araucária (PR) e, mês após mês, vem batendo recorde de volume envasado. “A planta passa por um processo crescente de produção e a meta é atingir a marca de 1 milhão de litros/mês em curto prazo. Já investimos na melhoria dos processos e dos equipamentos, de olho em uma nova expansão”, afirma Leonardo Piuzana, gerente de Projetos de Infraestrutura de LD&T. A expectativa é que a planta multiplique sua capacidade de envase ainda neste ano. Com o potencial de mercado do Arla 32, a Raízen também estuda a possibilidade de instalar uma nova planta de envase. Dessa vez, o foco de atendimento será o Nordeste e o Centro-Oeste brasileiros. A previsão é que a unidade seja construída mais próxima às regiões de produção do Arla 32 no Brasil. “Uma nova planta de envase de Shell Evolux Arla 32 garante o suprimento da demanda e reduz o tempo de entrega do produto nos postos da rede. Isso nos torna mais competitivos na logística e na operação”, comenta o coordenador de Marketing de Produto Combustível, Fernando Voltolini. Planta de envase de Shell Evolux Arla 32, em Araucária (PR) Qualificação nas revendas Para se adaptar às mudanças, os postos Shell também receberam o suporte da Raízen. Aulas de capacitação para revendedores e suas equipes foram promovidas nos meses de janeiro e fevereiro. “Disponibilizamos 37 unidades móveis CQT (Controle de Qualidade e Treinamento) para percorrer 739 estabelecimentos, levando lições teóricas e práticas sobre o S-10”, comenta a analista de Treinamento, Andrea Rena. Além disso, os vendedores de pista têm à sua disposição cursos on-line no Portal de Treinamentos da Raízen. “Nessa iniciativa, apresentamos os benefícios do Shell Evolux Diesel S-10 e fornecemos um panorama completo sobre o mercado brasileiro”, frisa Andrea. “Vamos organizar, ainda, treinamentos presenciais para as revendas participantes da Oferta Integrada, de forma a reiterar a mensagem sobre a linha Shell Evolux”, diz Andrea. Revista Raízen 10Sustentabilidade Avanços na certificação Mais três unidades produtoras da Raízen recebem o selo Bonsucro e empresa chega ao índice de 20% da produção certificada Contribuir para o desenvolvimento econômico do Brasil de forma sustentável é uma missão com a qual a Raízen se comprometeu a partir do momento em que iniciou suas atividades. Desde então, os esforços despendidos nessa empreitada vêm trazendo resultados expressivos. Em 2011, a empresa se tornou a primeira do mundo a receber o selo Bonsucro e, ao fim do ano passado, alcançou o índice de 20% de certificação de sua produção. O marco foi conquistado após o órgão verificar a adequação das unidades produtoras paulistas Bonfim (Guariba), Gasa (Andradina) e Univalem (Valparaíso) às exigências ne- Unidades certificadas na Safra 12/13 Açúcar (mil ton) Etanol (mil m³) Bonfim 163 49 Gasa 86 84 Univalem 77 64 Subtotal 326 197 cessárias para a obtenção do certificado. Já atendiam anteriormente aos requisitos outras quatro unidades: Costa Pinto (Piracicaba/SP), Bom Retiro (Capivari/SP), Jataí (Jataí/GO) e a pioneira Maracaí (Maracaí/SP). A meta para os próximos anos é obter a aprovação para todas as 24 unidades. “A Raízen foi criada para ser líder no setor em que opera. Esse objetivo, no entanto, vai além do aspecto financeiro: ele inclui a melhoria do desempenho em sustentabilidade, o que garante a adoção das melhores práticas e, consequentemente, aprimora a imagem da empresa no mercado”, analisa o Gerente de Desenvolvimento Sustentável, Davi Araújo. Nesse sentido, o alinhamento com os padrões Bonsucro é uma demonstração da solidez e da preocupação da Raízen em assegurar a excelência operacional, característica fundamental para apoiar os planos de expansão da empresa, especialmente em âmbito internacional. Países europeus, por exemplo, são signatários da iniciativa e apenas adquirem açúcar e etanol certificados. “Agregamos valor ao nosso produto com esse trabalho e transmitimos aos consumidores uma mensagem muito clara sobre a visão da empresa: ser sustentável desde o plantio até a comercialização”, afirma o coordenador de Certificações, Gustavo Spegiorin. Unidades que passaram pela auditoria de manutenção da certificação na Safra 12/13 Maracaí Costa Pinto Jataí Bom Retiro Subtotal Revista Raízen Açúcar (mil ton) 114 133 – 59 306 Etanol (mil m³) 51 37 135,5 27,5 251 Total de produto certificado na Safra 12/13 Total Açúcar (mil ton) 632 Etanol (mil m³) 448 Costa Pinto (SP): uma das primeiras unidades produtoras da Raízen a conquistar a certificação Sucesso de todos Conquistar a certificação é uma tarefa complexa que exigiu a atuação integrada de aproximadamente 200 funcionários das unidades produtoras avaliadas. Em média, a preparação para a auditoria leva de seis a oito meses, quando as equipes são engajadas e as eventuais não conformidades, analisadas e corrigidas. “O Bonsucro requer mudanças na rotina de trabalho de diversos setores. Se apenas um deles não se adequasse à nova filosofia, não conquistaríamos as certificações. Os resultados excepcionais obtidos são fruto da ajuda e do comprometimento de todo o time envolvido no processo”, esclarece Claudio Oliveira, diretor de Relações Externas & Sustentabilidade. Para receber o selo, as empresas devem adotar cinco princípios baseados nos pilares sustentabilidade, lucratividade e competitividade. São eles: cumprimento da lei; respeito aos direitos humanos e trabalhistas; aumento da sustentabilidade; gerenciamento ativo da biodiversidade e serviços do ecossistema; e melhoramento constante das áreas-chave do negócio. Os pontos avaliados são revistos periodicamente. Mapeando oportunidades Tendo em vista o caráter estratégico das certificações para a Raízen, também são desenvolvidas iniciativas para que seus cerca de 3,5 mil fornecedores de matéria-prima as conquistem. Uma dessas ações é o Solidaridad, projeto executado em conjunto com a organização sem fins lucrativos Solidaridad Network, para traçar o perfil e definir a estratégia de abordagem a ser usada com os parceiros. Participaram do piloto — realizado entre 2011 e 2012 — 226 fornecedores dos polos Piracicaba 1 e 2, Jaú, Araraquara, Araçatuba e Andradina. A metodologia consiste na distribuição de guias de autoavaliação e de um formulário com perguntas sobre os produtores, características das propriedades, meio ambiente e questões trabalhistas. As respostas, fornecidas de forma anônima, são usadas para gerar relatórios de feedback individuais, baseadas em melhores práticas agrícolas, e para definir como a Raízen pode contribuir com seus fornecedores para que eles alcancem o nível de certificação Bonsucro. Raio X dos fornecedores • 82% têm na cana-de-açúcar a principal fonte de recursos para a família; • Cerca de 30% tem propriedades de até 80 hectares; • Quase 70% tem o cultivo total ou parcialmente mecanizado; • Apenas 20% tem condições de colher e escoar a produção. Nos demais, os processos ficam a cargo da Raízen. Revista Raízen 12 Segurança Em primeiro lugar Índices de segurança da área Comercial apresentam nova evolução no ano-safra 2012/2013 O sucesso de uma empresa, seja ela de grande ou pequeno porte, não está ligado somente à qualidade de seus produtos, mas, sim, à capacidade de cuidar do meio ambiente e também de zelar pelo mais importante dos capitais: o humano. Tendo esse princípio como base, a área Comercial da Raízen trabalhou ao longo do último ano-safra (2012/2013) para elaborar e adotar as melhores práticas de segurança. O resultado, consequência de um investimento de aproximadamente R$ 1 milhão, foi a redução do número de acidentes nas operações do segmento. Na Aviação, cuja presença da Raízen se estende por 54 aeroportos, por exemplo, houve diminuição de 50% nas ocorrências envolvendo pessoas, 70% nas relacionadas às frotas operacionais, e 60% nos derrames de combustível no comparativo com o ano-safra 2011/2012. Paralelamente, a Raízen compartilha sua experiência em programas de prevenção de acidentes com uma rede de 4,7 mil postos e 750 lojas de conveniência. Com isso, promove a conscientização da sua revenda sobre a prioridade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na operação do dia a dia dos postos de serviço. Os temas Abastecimento Seguro, Meio Ambiente, Controle de Estoques e Plano de Resposta a Emergências tornaram-se No Varejo, a Raízen conseguiu reduzir em 15% as inconformidades relacionadas ao Plano de Emergência Revista Raízen constantes nas conversas com a revenda, formalizadas neste ano-safra por mais de 4 mil visitas de SSMA e mais de 30 fóruns sobre os assuntos. Em algumas regiões, as inadequações relacionadas ao abastecimento de moto e a recipientes foram reduzidas em 30% (caso de Pernambuco) e retraídas em quase 40%, no caso de problemas na implementação do Plano de Resposta a Emergências – ausência de equipamentos como extintores de incêndio, manta antichamas, entre outros. “O relacionamento próximo e a sensibilidade para entender as necessidades dos nossos parceiros são os grandes trunfos para conseguirmos esses indicadores. Não basta impor regras, é preciso demonstrar que os investimentos em Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) trarão benefícios significativos para o negócio”, afirma a gerente de SSMA e Inovações Tecnológicas, Daniela Israel. Segundo ela, as medidas também têm contribuído para minimizar um problema comum nos postos de serviço: a alta rotatividade da mão de obra. “Ao ser instruído sobre os procedimentos de segurança, o funcionário nota a preocupação da Raízen com seu bem-estar e se sente valorizado. Muitos, inclusive, dizem ter ficado mais confiantes para lidar com o público no dia a dia”, conta. Confira algumas iniciativas promovidas pela Raízen: Vantagem competitiva A dedicação para atingir a meta da empresa de Zero Acidente rendeu bons frutos a mais de 1,1 mil clientes Business to Business (B2B). Durante o ano-safra 2012/2013, não houve nenhum episódio que causasse restrição funcional ou afastamento nas operações de abastecimento. Ao mesmo tempo, o bom desempenho implicou queda de 50% na incidência de derramamentos. “Essa preocupação é um fator de competitividade importante, uma vez que a ela está atrelada a eliminação de parte dos custos com perda de produto e eventuais hospitalizações de pessoal”, analisa Daniela. “Assim como no mercado B2B, as mais de 100 empresas contratadas pela Raízen para serviços de obras e manutenções em postos, aeroportos e clientes comerciais têm experimentado as vantagens de investir em SSMA: neste ano-safra, foram cerca de 1 milhão de horas trabalhadas sem acidentes com afastamento, além de uma redução de 66% do número de acidentes com restrição funcional. “O balanço positivo é recompensador e nos motiva a enfrentar o desafio de evoluir continuamente. O próximo passo é ampliar a sinergia entre as equipes para colocar em prática as experiências que já se mostraram bem-sucedidas em outras áreas da empresa”, finaliza a gerente. Varejo Visitas: Realizadas pelos assessores de SSMA, engenheiros e pelos integrantes das equipes de vendas, têm o intuito de inspecionar e auxiliar os revendedores e suas equipes a cumprir as normas legais, ambientais e de prevenção de acidentes. São complementadas por fóruns sobre os mesmos temas. Capacitação: As equipes dos postos de serviços recebem nos seus locais de trabalho treinamentos que visam aumentar sua capacitação para realizar as tarefas com segurança, evitar que os acidentes aconteçam e se preparar para respostas às emergências. Contratadas Liderança para Excelência em Segurança: Criada para estimular os gestores das empresas a engajar-se nas questões de segurança, debate dificuldades para implantar as políticas e propõe soluções conjuntas que reduzam as despesas dos processos. Aqueles que cumprirem à risca todas as normas, por sua vez, são premiados por meio do programa Reconhecimento Instantâneo. Sistema Integrado de Gestão de Operações (SIGO): Ferramenta para padronização das iniciativas de SSMA da Raízen. Ainda em fase de implantação nas contratadas. Aviação Você é o piloto da nossa Segurança: Consiste na distribuição de cartazes, banners, vídeos e livretos informativos com recomendações de segurança individual e coletiva para os operadores de aeroportos. B2B Campanhas motivacionais e programa de segurança comportamental com os clientes, além de vistorias para identificar e corrigir os riscos mais frequentes nos estabelecimentos. Revista Raízen 14 Responsabilidade Social O futuro é hoje Fundação Raízen celebra as boas ações de 2012 e se prepara para os novos projetos neste ano Qualificação profissional, novos núcleos, carreta itinerante para a formação de jovens e adultos, ações culturais e campanhas internas de doação. O ano de 2012 foi marcante para a Fundação Raízen não só pela comemoração de uma década de atividades (historicamente como Fundação Cosan), mas também pelo desenvolvimento de diversos projetos nas comunidades próximas de onde a empresa mantém operações. “Em janeiro de 2013, o veículo seguiu para Igarapava, em São Paulo, com a oferta de cursos de Eletricista Instalador e Operador Mantenedor para 40 funcionários da unidade Junqueira. Em abril, vamos para Araraquara (SP), onde vamos disponibilizar aulas de capacitação para pessoas com deficiência e também dar continuidade a outros cursos de qualificação, totalizando cerca de 100 alunos”, adianta Lucia. “Foram muitos investimentos para estimular a capacitação técnica, a educação e a cidadania. Em dez anos, mais de 3,5 mil alunos foram beneficiados e 506 mil pessoas envolvidas nas ações da Fundação”, enumera a gerente de Responsabilidade Social da Raízen, Lucia Teles. Para incrementar o trabalho nas comunidades, a Fundação Raízen inaugurou mais três núcleos fixos em 2012: Jataí (GO), em fevereiro, Valparaíso (SP), em março, e Igaraçu do Tietê (SP), em maio. Além dessas, a instituição possui mais três unidades no interior de São Paulo: Dois Córregos, Jaú e Piracicaba. “Oferecemos atividades complementares à escola, como informática e cidadania, o Programa Pré-Aprendiz para adolescentes e cursos profissionalizantes para adultos. A intenção é formar 1.370 alunos este ano nos seis núcleos”, explica. Uma das grandes realizações de 2012 foi a viabilização do projeto Núcleo Móvel de Formação. Lançado em agosto na cidade de Guariba (SP), onde está localizada a unidade produtora Bonfim, a carreta promoveu dois cursos para 35 alunos: Auxiliar de Manutenção Elétrica e Auxiliar de Manutenção Automotiva. No quesito cultura, a Fundação organizou em 2012 diversas atividades como o Projeto Teatral; a produção do livro Depende de Nós pelos alunos da Fundação; a Exposição Multidisciplinar Pedagógica; o Educar na Praça; além da Campanha do Agasalho. “Definitivamente, a área de Responsabilidade Social da Raízen trabalhou intensamente para estar mais perto das comunidades. O saldo foi bastante positivo”, conclui Lucia. Novos projetos, grandes expectativas Em 2013, a Fundação Raízen promete consolidar ainda mais seu papel social nas comunidades. Novos projetos estão previstos com o intuito de reforçar o conteúdo educacional, ampliar a capilaridade e aderência dos cursos profissionalizantes e aproximar ainda mais a instituição dos alunos. Conheça as principais ações para este ano: • A cidade de Ipaussu, em São Paulo, receberá um núcleo da Fundação Raízen em 2013. Com investimentos de cerca de R$ 1 milhão, a unidade oferecerá cursos de pré-aprendiz e profissionalizantes. A finalização da obra e o início das atividades estão previstas para o ano-safra 2013/2014. • Estão em estudo novas linhas de financiamento para projetos de qualificação profissional. • A Fundação Raízen vai lançar nos próximos meses seu próprio site. A página virtual trará notícias exclusivas, cronograma das próximas ações da instituição e ainda pretende estabelecer um canal de comunicação direto com os ex-alunos. • O programa Amigo Leal, no qual os funcionários do CAR (Centro Administrativo da Raízen) tiveram a oportunidade de destinar parte do imposto de renda para projetos sociais em 2012, deve ser ampliado neste ano. O desafio é abranger os escritórios corporativos de São Paulo e Rio de Janeiro e, com isso, elevar o valor arrecadado no ano passado. • O objetivo é intensificar e fortalecer ainda mais as campanhas com funcionários. Em 2012 as campanhas do agasalho e do Natal, bateram recordes de participação. Foram arrecadadas 12,5 mil peças para a campanha do agasalho e no Natal 3,5 mil crianças tiveram suas cartas adotadas. Revista Raízen 16Capa Desenvolvimento humano Programa de contratração sazonal da Raízen gera cerca de 10 mil empregos a cada ano-safra e leva o desafio da valorização profissional para o campo e a indústria Revista Raízen A cada ano, entre os meses de abril e novembro, milhares de pessoas saem do interior do Nordeste e do Norte Mineiro em busca de oportunidades de trabalho e sustento familiar. O destino: quase sempre os canaviais de São Paulo, estado que concentra cerca de 60% da produção nacional da matéria-prima. Para apoiar a jornada desses profissionais, a Raízen desenvolveu um programa diferenciado de contratação sazonal, no qual a empresa oferece aos migrantes caminhos para que possam se desenvolver social e profissionalmente. O primeiro e mais importante passo é o fim das viagens incertas: os profissionais saem das suas cidades natais já contratados, com carteira assinada e, consequentemente, com os direitos e garantias previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Antes do início das atividades, há um período de ambientação (cerca de sete dias), no qual todos recebem uniformes, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e treinamento sobre como usá-los. Para possíveis cortadores iniciantes, também estão previstas orientações específicas sobre a função. Uma vez encerrada a safra, os profissionais reembarcam nos veículos e voltam às regiões de onde vieram. “Quase 80% dessas pessoas já estiveram conosco antes, alguns são nossos parceiros há mais de duas décadas. Isso está diretamente ligado ao zelo que demonstramos com as questões de higiene e saúde etc. A prevenção de acidentes é o item número um em nossa lista de prioridades”, ressalta o gerente. Para chegar até eles, a empresa estabeleceu uma p a rc e r i a c o m o M i n i s té r i o d o Tr a b a l h o e E m p re go (MTE), por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine), que recebe cadastros e realiza a seleção, explica o gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da Raízen, Antonio Aparecido Garcia. O modelo do projeto serviu, inclusive, de base para a concepção e o lançamento, em 2009, do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Cana-de-Açúcar. Elaborado em conjunto pela Secretaria-Geral da Presidência da República, MTE, empresas e representantes sindicais, o documento estabelece uma série de medidas para aumentar a segurança e a qualidade de vida no setor sucroenergético. A expectativa é que no próximo ano-safra (2013/2014) sejam geradas nas lavouras e nas indústrias da Raízen 10 mil vagas sazonais, sendo 3 mil ocupadas por migrantes de 80 cidades da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco (as demais são locais, destinadas ao desenvolvimento das comunidades nas quais a Raízen mantém operações). Esses migrantes serão transportados por 70 ônibus até os alojamentos, onde terão à disposição uma infraestrutura completa com restaurantes e ambulatórios para eventuais atendimentos. “A Raízen mostrou que até mesmo questões ainda não cobertas pela legislação podem ser solucionadas com políticas eficientes de Recursos Humanos. Esse exemplo nos tornou referência, a ponto de técnicos da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), instituição vinculada ao MTE, usarem nossos ambientes para verificar a qualidade de luvas, óculos de segurança e outros equipamentos de proteção individuais usados no mercado”, orgulha-se Garcia (Veja mais na página 5). Revista Raízen 18Capa Talentos locais A evolução da mecanização no campo e de outras estratégias para aumentar a eficiência de suas operações tem provocado uma mudança no perfil dos profissionais da Raízen. Tanto na indústria como na agricultura, há retração do número de trabalhadores temporários e um crescimento estrutural de efetivados em posições que proporcionam melhores remunerações e exigem formação especializada. Nesses casos, o grupo de profissionais tende a ser majoritariamente composto por moradores locais. A gerente de Recursos Humanos e Formação de Mão de Obra da Raízen, Lucyene Cristina Ferrez de Sousa, explica a tendência: “Dificilmente o safrista de outros estados chega com o desejo de se assentar. Ele tem família e amigos, uma horta particular, uma história. É diferente daquela pessoa que vive na região”, analisa. A gerente acrescenta que a empresa debate com o Governo Federal ações para ampliar os investimentos e criar empregos nas cidades de origem desses trabalhadores, reduzindo as desigualdades regionais. Lucyene responde hoje por 20 programas de qualificação desenvolvidos pela Raízen. Neles, são oferecidos treinamentos para diversas funções, como mecânico, auxiliar de mecânico, eletricista, soldador industrial, operador de plantio, operador de colhedora, além daqueles voltados à formação de líderes e supervisores. O aprendizado leva de quatro a cinco meses e contempla aspectos técnicos e operacionais, com ênfase na melhoria de desempenho e práticas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA). As aulas práticas são ministradas com as ferramentas usadas no dia a dia e, no caso dos operadores de colhedeira, com o auxílio de simuladores. “Estamos adquirindo, neste ano, 20 unidades de simuladores a partir de uma parceria com os fabricantes das nossas máquinas. Isso nos permite diminuir significativamente o tempo de formação (menos 200 horas) e os riscos de acidentes relacionados à pouca experiência”, afirma Lucyene. Revista Raízen Raízen “A mostrou que até mesmo questões não cobertas pela legislação podem ser com ainda solucionadas políticas eficientes de Recursos Humanos” Antonio Aparecido Garcia Gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais “Assim, beneficiamos o funcionário através do desenvolvimento profissional e a empresa, que passa a contar com uma equipe mais qualificada” Luís Carlos Veguin Diretor de Recursos Humanos para a área de Etanol, Açúcar e Bioenergia (EAB) Novas perspectivas Os funcionários contratados recebem treinamentos que os permitem seguir para a área de atuação com a qual tenham mais afinidade. Exemplo disso é a trajetória do morador de Tarumã (SP) Dione de Morais Silva. Hoje contratado na indústria como soldador na oficina de calderaria, ele fora admitido inicialmente como safrista para auxiliar na aplicação de herbicidas no campo. A grande virada, conta o profissional, ocorreu em 2010, quando começou a participar dos projetos de capacitação e, em seguida, passou pela secagem de levedura e por dois níveis da produção de etanol. O próximo passo agora, avalia, é aproveitar os conhecimentos que vem acumulando na faculdade de Administração (em curso) e alcançar uma posição mais privilegiada. “A Raízen flexibilizou minha jornada e pude conciliar o trabalho com os estudos. Aqui, além de valorizados como seres humanos, somos apoiados e incentivados a buscar o melhor para as nossas carreiras. Enquanto houver oportunidades, continuarei satisfeito e determinado a crescer na empresa”, conta Silva. O diretor de Recursos Humanos para a área de Etanol, Açúcar e Bioenergia (EAB) da Raízen, Luis Carlos Veguin, acredita que casos como o do soldador demonstram a preocupação da empresa de ser mais que um dos principais atores do mercado sucroenergético. E, sim, um importante agente de transformações sociais. “Nos últimos anos, oferecemos educação formal (alfabetização e ensinos fundamental e médio) para aproximadamente 670 pessoas. Paralelamente, os programas de qualificação abriram portas para os nossos funcionários melhorarem suas vidas. Assim, beneficiamos o funcionário através do desenvolvimento profissional e a empresa, que passa a contar com uma equipe mais qualificada”, aponta Veguin. Revista Raízen 20Negócios Expansão à vista Ampliação da capacidade de processamento em quatro unidades produtoras aproxima Raízen de seus planos de crescimento no setor Revista Raízen Uma das maiores produtoras de etanol de cana-deaçúcar do mundo, a Raízen trabalha pesado para explorar ao máximo seu potencial produtivo e se tornar ainda mais forte no competitivo mercado sucroenergético. Recentemente, a empresa deu outro importante passo nesse sentido: finalizou o projeto de expansão das unidades Tarumã e Univalem (SP) e iniciou o processo nas unidades Caarapó (MS) e Paraguaçu (SP). Os primeiros resultados já poderão ser observados no próximo ano-safra (2013/2014), quando a capacidade de moagem da matéria-prima será incrementada em 1,2 milhão de toneladas. Ao término do período 2015/2016, o valor – que inclui todas as unidades produtoras da empresa – saltará dos atuais 65,5 milhões de toneladas para 70,4 milhões. Ao todo, haverá uma ofer ta adicional de 275 mil megawat ts-hora (MWh) de energia elétrica — a ser comercializada no mercado regulado (70%) e livre (30%) —, 221 mil metros cúbicos de etanol e 321 mil toneladas de açúcar. O volume é resultado d e i nve sti m e nto s d e c e rc a d e R $ 1,0 5 b i l h ão, u s ad o s, e ntre o u tro s, n a c o m p ra d e c a l d e i ra s d e a l ta p re s s ão, tur bina s, g e rad o re s, s i ste m a s de recepção de cana, sistemas transpor tadores d e b a g a ç o, s u b e s t a ç õ e s d e e n e rg i a , p e n e i r a s moleculares e moendas. natural, portanto, que a excelência operacional seja “É busca pela uma constante” Felipe Figueiredo Gerente de Planejamento Agroindustrial Unidade Tarumã, em São Paulo, que passou pelo processo de ampliação da capacidade de processamento De acordo com o gerente de Planejamento Agroindustrial da Raízen, Felipe Figueiredo, a concretização do plano implicará aumento da capacidade de produção, diluição de custos e ganho de eficiência. “Atuamos em um segmento no qual a volatilidade dos preços é alta, o que faz da escala e da eficiência dos processos elementos ainda mais estratégicos. É natural, portanto, que a busca pela excelência operacional seja uma constante”, afirma Figueiredo. O gerente de Gestão de Investimento em E AB, Marcos Fernandes, acrescenta que o foco do setor sucroalcooleiro deve estar na melhoria da rentabilidade, por meio de redução de custos e de aumento da produtividade. Para operar em plena capacidade, a empresa está expandindo, promovendo uma renovação mais rápida dos canaviais e investindo em tecnologia, com a utilização de novas variedades e insumos. “Nas unidades de Caarapó (MS) e Paraguaçu (SP), por exemplo, onde a ampliação de capacidade ocorrerá de forma mais acentuada, espera-se que o custo unitário de produção industrial apresente redução de R$ 4 a R$ 8 por tonelada”, projeta o gerente, lembrando que a meta da Raízen é elevar sua capacidade de moagem de cana-de-açúcar para 80 milhões de toneladas nos próximos cinco anos. “Sem dúvidas, esses investimentos permitirão à empresa continuar sua trajetória ascendente”, complementa Fernandes. Revista Raízen 22Mercado O valor da parceria Raízen aposta em iniciativas estruturadas para promover o desenvolvimento contínuo de seus fornecedores de cana-de-açúcar Em tempos de aumento dos custos e de alta volatilidade no mercado, a garantia do suprimento de qualquer cadeia produtiva é imperativa. Na Raízen, esse desafio carrega uma oportunidade: a de manter um relacionamento cada vez mais próximo com seus cerca de 3,5 mil fornecedores de cana-de-açúcar. De forma sustentável, a empresa busca a valorização desse público, que responde por cerca de 50% de toda a cana processada em suas 24 unidades: 28 milhões de toneladas a cada ano-safra. Nesse sentido, iniciativas estruturadas para fortalecer os laços e estimular o desenvolvimento contínuo são as grandes apostas. Exemplo é o programa Valore, realizado de agosto de 2011 a dezembro de 2012, na região de Piracicaba (SP). Fruto de uma união com a multinacional Bayer CropScience, que executou com êxito o projeto em culturas europeias de uva e milho, a ação teve como objetivo aprimorar as práticas de sustentabilidade e acelerar o processo de profissionalização dos fornecedores da Raízen. Foram convidados para a fase-piloto 14 produtores, entre os quais oito obtiveram a certificação do grupo alemão TÜV Rheinland, auditor do Valore e um dos principais órgãos certificadores do mundo. Os critérios levados em conta para a emissão do documento, relativo a cerca de 8 mil hectares de canaviais, são semelhantes aos adotados pelo Bonsucro. Revista Raízen Para chegar ao resultado, foi traçado um diagnóstico da situação dos parceiros que os auxiliou na correção das lacunas identificadas. Entre os investimentos, constam treinamentos em sistemas de gestão e nas áreas trabalhista, ambiental e operacional. “Enfrentamos, em um primeiro momento, certa resistência por parte dos produtores, pois eles imaginavam que teriam custo sem retorno. Ao longo do processo, no entanto, perceberam que o plano agregava valor”, revela o gerente corporativo de Fornecedores de Cana, Luiz Alberto Lopes. Diferencial A Raízen criou a Diretoria de Fornecedores de Cana e Parcerias Agrícolas para dar ainda mais foco ao desenvolvimento desse público. A área conta com uma equipe de 90 pessoas e tem como meta instituir uma proposta de valor através da qual os produtores percebam que é extremamente vantajoso negociar com a Raízen. “Mais do que garantir uma posição privilegiada na compra do insumo, nos preocupamos com os parceiros agrícolas. Pretendemos ajudá-los a se tornarem mais sustentáveis não só do ponto de vista ambiental, mas também em termos de eficiência. A intenção é promover um padrão Raízen de relacionamento que seja um diferencial”, acrescenta o diretor de Fornecedores de Cana e Parcerias Agrícolas, Carlos Martins. Próximos passos A importância das políticas de relacionamento para a estratégia da Raízen e as experiências bem sucedidas aplicadas na área de distribuição levaram à elaboração de um programa inovador: o Cultivar. Fundamentado em cinco pilares (ver box), ele será lançado em fase-piloto na safra 2013/2014 e atenderá a 150 fornecedores, cobrindo aproximadamente 55% do volume de cana-de-açúcar adquirido de terceiros. Cada polo da empresa terá um funcionário dedicado ao projeto e duas estruturas: uma focada no dia a dia, na implantação das novas práticas, e outra na qualificação. O investimento no plano, cujo número de filiados será aumentado gradualmente nas próximas safras, chegará a cerca de R$ 5 milhões. “Os fornecedores são grandes aliados no mercado de EAB. É positivo para eles, que contarão com suporte avançado, e para a Raízen, que alcançará um posicionamento de ainda mais destaque no mercado”, afirma o gerente de Estratégia de Fornecedores de Cana, Marcelo Besteiro. Contribuição em compras Usar a escala de compras da Raízen para conseguir preços mais competitivos para os fornecedores de cana Desenvolvimento agronômico Compartilhar conhecimentos agronômicos com nossos fornecedores de cana e ajudá-los a aprimorar as questões relacionadas à sustentabilidade Crédito Proporcionar a eles, por meio de parcerias com instituições financeiras, condições mais competitivas de crédito Atendimento Aprimorar a qualidade do atendimento e do nível de serviço oferecido aos fornecedores Reconhecimento de desempenho Premiar os que atingirem os melhores resultados ao final de cada safra Revista Raízen 24 Questão de Ética Em defesa da ética O combate à corrupção ganhou espaço na agenda internacional nos últimos anos. Como resultado, nasceram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, a Convenção Interamericana de Combate à Corrupção da OEA e a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da OCDE, das quais o Brasil é signatário. No âmbito nacional, no qual apenas o indivíduo pode ser condenado criminalmente por corrupção, a tarefa de aprimorar o marco legal para prevenção e punição de empresas infratoras ficou sob a responsabilidade da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério da Justiça. Após um longo diálogo com a sociedade civil organizada, especialistas inRevista Raízen ternacionais, acadêmicos e juristas, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional, em 2010, o Projeto de Lei (PL) 6.826, conhecido como PL Anticorrupção, que trata da responsabilização de pessoas jurídicas por atos de corrupção. O documento propõe novas formas de punição para empresas envolvidas em condutas como fraude em licitações, pagamento de propina a servidores públicos, lavagem de dinheiro, falsificação de produtos fornecidos ao governo ou prestação de serviço diferente do contratado. Além de constituir um avanço relevante no combate à corrupção, o PL representa o cumprimento de um compromisso assumido com a OCDE e sua convenção de combate ao suborno transnacional. STOCK.SXHNG/CHRIS GILBERT O momento é propício para a discussão do tema, já que diversos eventos elevaram o tom do debate sobre o combate à corrupção no Brasil. A aprovação da “Ficha Limpa”, originada de uma iniciativa popular e que reuniu cerca de 1,3 milhão de assinaturas para tornar inelegíveis candidatos com condenação criminal, mandatos cassados, abuso de poder, entre outras situações; a realização da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, que aprovou a Declaração de Brasília, documento cujo teor reforça o combate à impunidade e estimula a adoção de práticas cotidianas transparentes na esfera pública; e, finalmente, o julgamento do esquema de compra de votos de parlamentares – o “Mensalão” –, no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 25 dos 38 réus, além de definir que os três deputados federais terão que deixar seus mandatos. A Raízen é ostensivamente contrária às práticas de suborno e corrupção, como previsto em seu Código de Conduta. Pensando no panorama legal e no aprimoramento de práticas de governança e ética, a empresa tem observado de perto a evolução desse debate para assegurar a adoção de uma postura transparente, tanto do ponto de vista do negócio quanto nas ações de seus funcionários. Além de estabelecer essas diretrizes, a Raízen possui uma área de relações governamentais, cujo objetivo primordial é apresentar, proteger e promover os interesses e os pleitos da empresa dentro dos mais rígidos padrões de governança e ética. Vale lembrar que o PL Anticorrupção não é a única iniciativa de combate à corrupção promovida pelo governo brasileiro. Diversas normas que tratam do relacionamento da esfera privada com o Poder Público já estão em vigor (confira o box). Renata Manhães Gerente Jurídica de Funções Corporativas e Compliance Luiz Ricardo de Medeiros Santiago Gerente de Relações Governamentais STOCK.SXHNG/ BILLY ALEXANDER Após a apresentação do projeto, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para acompanhá-lo. Desde então, foram promovidas audiências públicas na Câmara dos Deputados e visitas aos estados brasileiros para coletar opiniões. Em março de 2012, o relator do PL Anticorrupção apresentou parecer pela sua aprovação. Atualmente, está pronto para votação na comissão e, uma vez aprovado, seguirá para o Senado. Iniciativas relevantes no combate à corrupção • Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 07/12/40); • Código de Conduta da Alta Administração Federal, de 21/08/2000; • Decreto 1.171, de 22.06.1994, Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal; • Resolução nº 03, de 23/11/2000, Regras sobre o tratamento de presentes e brindes aplicáveis às autoridades públicas abrangidas pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal; • Resolução nº 02, de 24/10/2000, Regula a participação de autoridade pública abrangida pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal em seminários e outros eventos; • Decreto 4.334, de 12/08/2002, Dispõe sobre as audiências concedidas a particulares por agentes públicos em exercício na Administração Pública Federal direta, nas autarquias e fundações públicas federais; • Decreto nº 4.923, de 18/12/2003, Dispõe sobre o Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção; • Resolução nº 08, de 25/09/2003, Identifica situações que suscitam conflito de interesses e dispõe sobre o modo de preveni-los. Revista Raízen 26 Raízes do Brasil No caminho da prosperidade Terminal de distribuição da Raízen reforça vocação industrial de Barueri, considerada a quinta melhor cidade para se viver no Brasil Na região metropolitana de São Paulo, uma cidade mostra que desenvolvimento econômico, industrialização e qualidade de vida podem coexistir. Com mais de 240 mil habitantes, Barueri tem o 16º maior PIB entre os municípios brasileiros e, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), é a quinta melhor cidade do Brasil para se viver, resultado obtido após o levantamento de informações dos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. A proximidade do maior centro financeiro do país, a cerca de 29 km, a infraestrutura do município e os incentivos fiscais locais permitiram que várias indústrias instalassem filiais no município. Uma delas é a Raízen, que lá mantém um terminal primário de distribuição. Instalado no início da Rodovia Castelo Branco, importante via que atravessa a cidade, a unidade foi inaugurada há 28 anos e recebe combustíveis por meio de dutos de 2 km de extensão ou por modal rodoviário. Terminal da Raízen em Barueri, que movimenta 187 mil m3 de combustíveis todos os meses Novos rumos No final do ano passado, o terminal iniciou uma nova atividade: a transferência de diesel S-10 puro, com baixo teor de enxofre e menor emissão de gases na atmosfera. Em janeiro, 2,5 mil m³ do combustível foram transferidos de Barueri para unidades da Raízen em Uberlândia e Brasília. Revista Raízen Ponto estratégico Para atender a postos de serviço da região e terminais B2B no Interior e na Região Metropolitana de São Paulo, cerca 187 mil m³ de combustíveis deixam a unidade todos os meses. Com tancagem de 27 mil m³, as operações de Barueri devem crescer ainda mais. Estão previstos investimentos para expansão da capacidade de armazenamento e crescimento da movimentação, segundo Renato Mingorance, superintendente do Terminal de Barueri. Ainda como parte de Santana do Parnaíba, com a construção de estradas de ferro no século XIX, Barueri ganhou uma estação ferroviária, tornando-se uma importante ligação da capital com as demais cidades do estado para o transporte de cargas. Em 1936, a primeira indústria, um frigorífico, chegou à região, seguida de outras, contribuindo para o movimento de emancipação da cidade, finalizado em 1949, com a instalação do Governo Municipal e a Primeira Câmara de Vereadores. Chafariz do boulevard central da cidade Flávio Costa/Prefeitura de Barueri Parque Municipal de Barueri (SP) Segundo historiadores, o aldeamento indígena de Barueri (“rio do canal velho” em tupi) foi fundado em 11 de novembro de 1560 pelo Padre José de Anchieta. Porém, o ano de 1610 é outra data considerada, por constar na historiografia oficial. Devido à localização, no trajeto dos bandeirantes em direção ao interior do Brasil, e à influência dos jesuítas, a aldeia cresceu com o passar dos anos. Divulgação/Prefeitura de Barueri História Ele conta que a complexidade das atividades faz parte da rotina do local e mantê-las com qualidade e organização é o pensamento de todos no dia a dia: “O maior desafio é realizar toda a grande movimentação de recebimento, armazenagem e carregamento com excelência operacional, atendendo aos padrões de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) e controles e sempre observando a demanda dos clientes”, explica o superintendente. Revista Raízen 28 Tecnologia e Inovação Medida certa Uso de sistemas automáticos de verificação de volume aumenta segurança nas unidades produtoras e reduz perdas de etanol Conquistar um posicionamento de destaque no mercado sucroenergético é uma tarefa que demanda tecnologia de ponta e afinação entre os diversos segmentos da organização. Ciente disso, a Raízen encontrou nos medidores volumétricos de carregamento a sinergia entre a produção e a distribuição de combustíveis. Utilizada amplamente nos terminais de distribuição, a tecnologia agora é também aplicada nas unidades produtoras da empresa e dá mais eficiência, segurança e agilidade aos carregamentos de etanol. O dispositivo funciona da seguinte forma: em um painel numérico, o operador programa a quantidade de etanol a ser Revista Raízen carregada no tanque de armazenamento. O abastecimento, então, se inicia e é finalizado automaticamente quando a quantidade desejada é alcançada. Em caso de iminência de vazamento de combustível, devido a eventuais erros de digitação ou resíduos de produto dentro do compartimento de carga, um sistema de emergência interrompe o processo. “A nova forma de carregamento representa um importante avanço em termos de segurança, pois diminui drasticamente a probabilidade de derramamentos e, consequentemente, de incêndios. Além disso, oferece melhores condições ergonômicas, diminui o risco de quedas e protege os profissionais de vapores, uma vez que eles não precisam ficar em cima dos caminhões para realizar o procedimento”, explica o gerente de Operações de Etanol da Raízen, Fábio Sant’Anna. Desde 2010, a empresa vem trabalhando na instalação dos medidores nas unidades produtoras e já opera com essa tecnologia de forma estabilizada nas unidades paulistas da Barra (Barra Bonita), Costa Pinto (Piracicaba), Bonfim (Guariba) e Maracaí (Maracaí). A expectativa é que o número de plantas equipadas chegue a 11 até o fim do ano-safra 2013/2014, em um investimento que totalizará mais de R$ 10 milhões. Econômico Um dos objetivos do projeto de gestão dos terminais de etanol das unidades produtoras, que inclui, além da instalação dos medidores nas plataformas, melhorias em infraestrutura, controles e processos, é diminuir as perdas de combustível. Por fatores como a alta volatilidade (facilidade com que uma substância passa do estado líquido ao gasoso) e a menor precisão das balanças tradicionais — indicadas para cargas sólidas —, o prejuízo com a perda de etanol pode chegar a 1% do volume produzido, o que corresponde a cerca de 20 milhões de litros. Já no primeiro ano de trabalho, as perdas foram reduzidas para 0,25% e, atualmente, estão em torno de 0,12%, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de litros. “É um número muito bom, mas que ainda pode ser melhorado com o avanço dos investimentos. Como referência, podemos citar a área de distribuição da Raízen, que hoje opera com perdas em torno de 0,05%”, exemplifica Sant’Anna. Afora os benefícios no controle do produto, os medidores volumétricos permitem que os próprios motoristas realizem o abastecimento. Desse modo, independentemente da quantidade de operadores presentes no terminal, é possível efetuar o carregamento simultâneo em todas as baias da unidade produtora, 24 horas por dia, tornando as operações até 25% mais eficientes. Posteriormente, os faturamentos também serão feitos de modo automático, com o auxílio de um software que agiliza o processo e elimina o risco de erros ou potenciais fraudes. Com um painel eletrônico, funcionário determina a quantidade de combustível que será inserida no caminhão Revista Raízen 30 Tecnologia e Inovação Dispositivo permite o abastecimento simultâneo de mais de uma baia, independentemente da presença de operadores Estratégico Deixar de usar as balanças para verificar a quantidade de etanol carregada nos tanques dos caminhões também traz vantagens importantes do ponto de vista comercial. Ao excluí-las dessa etapa e liberá-las para sua função principal (pesagem de açúcar e cana), minimizam-se as possibilidades de os veículos ficarem retidos em filas devido à demanda pelo equipamento. “A Raízen fornece combustível para diversos clientes e parceiros estratégicos. Na medida que demonstramos excelência operacional no carregamento, agregamos valor na venda da molécula de etanol, nos diferenciando no mercado”, avalia o gerente. Ele acrescenta que a iniciativa também é extremamente positiva para o projeto de expansão global da Raízen. Isso porque, ao contrário do mercado interno, que é bem mais linearizado, com poucos picos de demanda, a exportação exige que a empresa esteja apta a realizar carregamentos de grande porte em um curto período de tempo. Essas iniciativas de eficiência ajudam a suportar a procura cada dia mais crescente. “Até então, a utilização de isotanques (contêineres, para o transporte de combustíveis, acoplados em caminhões de carga seca e embarcados posteriormente em navios) ficava restrita a algumas unidades que não apresentavam limitações estruturais, como altura insuficiente para receber os equipamentos”, explica Sant’Anna, que conclui: “É ótimo para os clientes e para a Raízen. Não tenho dúvidas de que demos um grande salto na qualidade da operação”. Na medida que demonstramos excelência operacional no carregamento, agregamos valor na venda da molécula de etanol, nos diferenciando no mercado Fábio Sant’Anna Gerente de Operações de Etanol da Raízen Revista Raízen Indicadores31 Sempre o melhor trajeto Responsável por transportar os combustíveis da Raízen, a área de Logística, Distribuição e Trading (LD&T) encerrou o ano-safra 2012/2013 com resultados expressivos Logística Operação de terminais 100 46 filiais transportadoras 58 2.300 terminais de distribuição motoristas 24 unidades produtoras mais de 2 bilhões 41 bilhões de litros de tancagem de litros 2 acidentes com afastamento temporário percorridos 115 milhões de litros transportados por cabotagem 14 milhões de homens-hora (soma do período trabalhado por todas as equipes) 0,14 *Informações correspondem a até 31 de março de 2013. 16 bilhões de litros transportados por caminhão-tanque movimentados 158 milhões de km 1.500 caminhões-tanque acidente com afastamento por milhões de horas trabalhadas