TEMA DA SEMANA
31 de julho de 2015
O parto como questão de saúde pública no Brasil.
PROPOSTA
O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno.
Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um
indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este
acontecimento na maior parte das culturas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto
A partir da leitura dos fragmentos de textos colocados abaixo e de seus
argumentos sobre o tema, elabore um texto ‘dissertativo-argumentativo’,
com o uso da norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
O parto como questão de saúde pública no Brasil.
Apresente uma proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos em defesa de um ponto de vista.
TEXTO 1 - O que há por trás do grande número de cesáreas no Brasil?
Segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde), adotados em 1985, a taxa de cesáreas recomendada em
um país é de 15%. A justificativa, comprovada por estudos científicos, é de que acima desses níveis não foram encontradas
reduções nos indicadores de mortalidade e morbidade nas mães e neonatos, podendo até ocorrer o inverso nessa situação.
No Brasil, a taxa média atual é de 52%, sendo que na rede privada ela salta para 84%.
Com a nova resolução da ANS, os convênios e órgãos de saúde suplementar somente pagarão esses procedimentos
cirúrgicos se comprovada a sua devida indicação, com partogramas e relatórios médicos detalhados. Além disso, deverá
haver livre acesso das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por
estabelecimento de saúde e por médico. Mas impor isso como regra é suficiente para melhorarmos os índices? Quais outros
problemas envolvidos quando se trata de excesso de cesáreas? Vamos aos fatos.
Desafios da Prática Médica
A preferência dos médicos em indicar mais cesarianas está ligada não só a comodidade de tempo gasto com o
procedimento – em média bem menor do que com partos normais – e possibilidade de agendamento. Com a dificuldade em
encontrar leitos hospitalares em situações de emergência obstétrica, e ainda com a forte onda de judicialização da saúde
no país, os profissionais acabam se convencendo dessa opção diante dos riscos de complicações no parto.
Além disso, é preciso atenção ao expor percentuais de cesáreas de cada serviço e médico. Há hospitais de alta
complexidade que lidam com gestantes de alto risco e, logo, podem ter índices acima dos 15%, trazendo a falsa impressão
de que existe algo errado. É preciso dar contexto a esses dados.
Também relevante é a questão da remuneração dos médicos. Tanto no sistema público como no privado, os valores
pagos para partos normais ou cesáreos são bastante semelhantes. Ou seja, se o médico trabalha 12 horas em um parto
normal, ou 3 horas em uma cesárea, os ganhos são equivalentes. Uma remuneração diferente para cada caso é
reivindicação de muitos desses profissionais.
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TEMA DA SEMANA
31 de julho de 2015
Saúde Materna e Cultura
Embora o acesso à atenção pré-natal seja praticamente universal, segundo a pesquisa “Nascer no Brasil”, da Fiocruz,
cerca de 60% das gestantes iniciam o acompanhamento tardiamente, após a 12ª semana gestacional. Além disso, cerca de
um quarto das gestantes do estudo não receberam o número mínimo de 6 consultas, recomendado pelo Ministério da
Saúde. Há aqui um importante ponto em que são necessários avanços.
Outra questão é o esclarecimento das mães brasileiras sobre o parto normal. Segundo dados da pesquisa da Fiocruz, um
terço das mulheres que optaram por cesariana desde o início da gestação o fizeram por medo da dor do parto normal, que,
em verdade, é evitável com anestesia. Fato também curioso é que 70% das mulheres pesquisadas desejava um parto
vaginal no início na gravidez. Contudo, poucas foram apoiadas nessa decisão. Uma das hipóteses para a mudança de ideia
ao longo da gestação seria o tipo de orientação recebida no pré-natal.
Confrontadas com a realidade, mesmo as esclarecidas encontram dificuldade quando há desejo e possibilidade de parto
vaginal. Como é natural, esses partos não têm hora marcada para ocorrer. Com isso, mães que procuram assistência na
iminência do parto nem sempre encontram, seja no sistema público ou privado, a estrutura adequada – com frequência
faltam anestesistas –, gerando uma verdadeira peregrinação por hospitais, até que se encontre um local adequado. Isso
aumenta riscos de complicações para mãe e bebê e, no caso do SUS, fere a lei 11.634, que prevê a vinculação, ainda no
pré-natal, da gestante à maternidade onde será realizado o parto.
De olho na questão cultural, pequenas atitudes vêm surgindo para auxiliar na conscientização. Recentemente a Artemis
– entidade de defesa dos direitos das mulheres – lançou o app Parto Humanizado, que busca levar às mulheres
informações a respeito das diferenças entre os tipos de parto, critérios para realização de cesárea e casos de violência
obstétrica, oferecendo até formas de denúncia de abusos.
Custos
Os impactos de altas taxas de partos cesáreos não se limitam somente à saúde das gestantes e de seus filhos, mas
também afetam todo o sistema. Em 2006, estimou-se que no Brasil cerca de 560 mil cesarianas consideradas
desnecessárias foram realizadas, provocando um desperdício de quase R$ 84 milhões. Vale lembrar que nas cesáreas,
custos ligados à ocupação de leitos hospitalares e eventuais complicações do procedimento, que podem envolver
internações em UTIs e UTIs neonatais, precisam ser levados em conta.
Tratando-se de proporções mundiais, o problema persiste. Segundo relatório de 2010 da OMS, a respeito dos custos de
cesáreas necessárias e desnecessárias, foram realizadas cerca de 6.2 milhões de cesáreas dispensáveis globalmente,
representando – quando considerados apenas os procedimentos em si – um custo de U$S 2.32 bilhões. O estudo mostra
que, com U$S 432 milhões, seria possível bancar as cerca de 3.2 milhões de cesáreas de que regiões menos assistidas do
planeta necessitam.
O relatório traz ainda que os gastos desnecessários acompanham o padrão de desigualdade na saúde. Nas nações mais
bem estruturadas, há maior tendência em haver uso desnecessário de recursos com cesáreas e outros procedimentos de
alguma complexidade. Com os dados acima, vemos que é sim problemático ter índices elevados de cesáreas se a intenção é
prover acesso universal à saúde. (...)
(FONTE: http://saudebusiness.com/noticias/o-que-ha-por-tras-grande-numero-de-cesareas-no-brasil)
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
- Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
- Apresentar parte do texto, deliberadamente, desconectado com o tema proposto.
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SOBRE O PROJETO REDAÇÃO
O Projeto Redação cá está para ajudá-lo a
realizar o seu sonho. Acreditamos na
colaboração mútua como meio de evolução e
nossa proposta é trabalhamos de forma a
orientar sua experiência com temas e
avaliações que sejam as mais próximas
possíveis do Enem.
TEMA DA SEMANA
31 de julho de 2015
TEXTO 2
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
- Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
- Apresentar parte do texto, deliberadamente, desconectado com o tema proposto.
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