VIDA COM VIDA
Famoso pelos concursos
de catequese
texto Manuel Carreira ilustração www.anacarvalho.com
Quando entrou nos missionários da
Consolata, em 1928, João Casolati já
levada os estudos de teologia praticamente terminados. Tinha frequentado
o seminário da sua diocese – Casal
de Monferrato – e estava pronto para
ser ordenado sacerdote. Foi-o efectivamente nesse mesmo ano e no ano
seguinte partiu para as missões da
Somália. Mas foi uma permanência
breve que não chegou sequer a um
ano. Entretanto foi enviado para o
Quénia. Ali sim exerceu a sério a sua
actividade missionária dedicando-se
afincadamente à abertura de escolas
para catecúmenos que se preparavam
para o baptismo.
Este tipo de apostolado era-lhe facilitado pelo conhecimento profundo
que tinha da língua indígena – o
Kimeru. Chegou ao ponto de compilar um silabário de 48 páginas
para facilitar o trabalho aos novos
missionários que iam chegando da
Itália.
Em colaboração com outros colegas, compôs também um dicionário
kimero-italiano, e traduziu alguns
trechos da Bíblia, usados na liturgia,
com os respectivos comentários para
instrução do povo. Neste campo
foi autêntico pioneiro. Teve ainda
o mérito de introduzir nas aulas
de catequese, um método muito
interessante que consistia em perguntas e respostas em língua local
e que resultavam numa afluência
enorme de pessoas que apreciavam
este género de instrução. Calculo
que fosse assim uma espécie de
concurso, como se faz na televisão,
em que vão sendo seleccionados os
melhores. Isto na África daquele
tempo tinha um grande impacto nos
participantes, velhos e novos, que
se esforçavam por responder certo,
para não serem eliminados do jogo.
Padre
João
Casolati
Nasceu
em 6
de Maio
de 1904
na diocese
de Casale
Monferrato
Itália
Faleceu
no Quénia a
22 de Agosto
de 1975
Quando esteve preso no campo de
concentração, na África do Sul,
escreveu uma carta ao superior
geral onde mostrava a sua angústia
por ver passar o tempo e pensar
que os seus pais, já velhos, morressem sem ele os poder visitar.
Terminados que foram três anos de
23 ANO LIV | Fevereiro de 2008
FÁTIMA MISSIONÁRIA
cativeiro regressou ao Quénia onde
permaneceu até ao fim da vida.
Após 46 anos de intenso apostolado
missionário, o padre Casolati viu
chegada a sua hora a 22 de Agosto
de 1975. Alta madrugada inclinou a
cabeça para o lado e disse: “uma boa
morte paga tudo!”. E ficou-se.
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