HISTÓRIA DA ESCRITA 2
Pictografia
O desenvolvimento na habilidade do desenho surgiu no período de 30.000 a 25.000 a.C., quando a cultura da Antiga Idade da Pedra passou para
o estágio do Paleolítico Superior. Os desenhos, de rabiscos feitos com os dedos na argila úmida, evoluíram para formas mais elaboradas, onde
passaram a ser utilizadas as cores e a escala para representar grupos, bem como artifícios que davam a ilusão de movimento. Representavam,
em sua maioria, animais correndo, saltando, pastando, ruminando ou enfrentando caçadores. Apesar de exprimirem senso estético, supõe-se
que não foram produzidos exclusivamente com esse fim, já que existem indícios da prática da magia. Nesses desenhos ou nessas marcas já
existe o germe de alguma coisa parecida com um rudimento da escrita, sem, no entanto, constituir um sistema regular de notação da linguagem
ou mesmo um ponto de partida histórico da escrita propriamente dita.
Escrita Cuneiforme
Sistema de escrita que surgiu na Babilônia, em meados do quarto milênio a.C. Consistia na gravação de caracteres, com haste de ponta quadrada, em tabletes de argila úmida posteriormente cozidos ao forno, resultando em incisões em forma de cunha, razão pela qual foi denominada
de escrita cuneiforme. Tratava-se inicialmente de um sistema pictográfico que gradualmente se transformou em um conjunto de sinais silábicos
e fonéticos onde eram empregados centenas de diferentes sinais. Desse sistema de escrita, no entanto, não se derivou nenhum alfabeto.
Hieróglifos
A escrita hieroglífica utilizava imagens para representar objetos concretos e, para representar idéias abstratas, empregava o princípio do rébus,
que consistia em decompor as palavras em sons e representar cada som por uma imagem. Como essas imagens eram freqüentemente mal
interpretadas, já que o mesmo som era utilizado em várias palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Os hieróglifos eram escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita da
esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto de vista gramatical, era seqüencial, primeiro o verbo, seguido pelo
sujeito e pelos objetos direto e indireto.
Além da hieroglífica, os egípcios desenvolveram mais duas formas de escrita:
hierática - escrita cursiva utilizada na maior parte dos textos literários, administrativos e jurídicos;
demótico - forma simplificada da escrita hierática, utilizada em documentos jurídicos.
Escrita Alfabética
A escrita, até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução, com inúmeras mudanças e
transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras.
O fonetismo aproximou, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada, a língua oral, a língua considerada como
som. Dessa forma o sinal se libertaria do objeto e a linguagem readiquiriria a sua verdadeira natureza que é oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciáveis.
Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a, alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra.
A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra.
Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e
o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.
Manuscrito: documento em pergaminho ou papel; livro escrito a mão.
A cópia de manuscritos, nos monastérios da Idade Média, estava incluída entre os principais deveres dos monges, pois era considerada um
exercício espiritual, utilizado para aprimorar suas virtudes e realçar seus merecimentos sobrenaturais.
Durante a Idade Média o livro era praticamente uma exclusividade da Igreja, todas as grandes abadias possuíam um scriptorium, onde eram
confeccionados os manuscritos, desde a preparação do pergaminho até às ilustrações, que tinham fundamental importância, tanto como elemento decorativo como para representar graficamente os textos.
Nesse período o rolo foi substituído pelo códex, antepassado medieval do livro atual, feito com texto manuscrito em folhas encartadas, dobradas e costuradas, formando uma espécie de caderno. Esses livros eram confeccionados como verdadeiras obras de arte, as encadernações,
assim como as ilustrações, eram executadas por artistas com a utilização de placas de marfim, cobre, prata e ouro maciço com incrustações de
pedras preciosas. O formato luxuoso manteve-se por toda a Idade Média, principalmente durante a Renascença Carolíngia.
Xilogravura
As primeiras impressões tabelares (ou tabulares) localizadas são originárias da China, foram feitas utilizando uma técnica semelhante à xilogravura, que consistia em prensar folhas contra tábuas gravadas e tintadas. O mesmo método foi adotado na Europa, inicialmente para reprodução
de gravuras de imagens de santos e baralhos e, posteriormente, para páginas inteiras de texto e livros.
Os primeiros livros tabelares surgiram na Holanda, na metade do século XV, eram manuais dirigidos ao baixo clero para pregação popular e
utilização em escolas, compostos por ilustrações e textos curtos escritos em latim.
Impressão
As técnicas de impressão foram desenvolvidas inicialmente na China, no século VIII, entretanto só passaram a ser utilizadas na Europa, por volta
do ano de 1430, quando Coster, na Holanda, iniciou a impressão de livros com a utilização de caracteres móveis de madeira, razão pela qual é
considerado por muitos como o pai da imprensa. O crédito da invenção da imprensa, no entanto, foi dado a Gutenberg, alemão, que substituiu
as pranchas xilográficas por caracteres móveis de madeira, depois pelo cobre e, finalmente, pelo aço. Criou um processo que consistia em cunhar as letras em matrizes de cobre, com um punção de aço com letras gravadas em relevo, gerando uma espécie de molde de letras, que eram
finalmente montadas em uma base de chumbo, tintadas e prensadas. Assim, Gutenberg produziu a primeira Bíblia, impressa em latim, com uma
tiragem de cerca de 300 exemplares.
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