INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
8,5
A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
ANGELINA RODRIGUES GOMES
[email protected]
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO
CAMPO NOVO DOS PARECIS/2011
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
ANGELINA RODRIGUES GOMES
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO
“Trabalho apresentado como exigência
parcial para a obtenção do título de
Especialização em Psicopedagogia
com ênfase em Educação Infantil.”
CAMPO NOVO DOS PARECIS/2011
Este trabalho é dedicado a todos aqueles que
acreditam na Educação como premissa para
um mundo infinitamente melhor.
Agradecemos a Deus. O Mestre dos Mestres.
Aos nossos pais, maridos e filhos, pessoas que
nos incentivaram, acreditaram em nosso potencial
e,sobretudo, de quem furtamos horas de carinho e
atenção para que pudéssemos conquistar esta vitória.
“Eduquem-se as crianças e não será
preciso repreender os homens”.
(Autor desconhecido)
RESUMO
O problema estabelecido pelo presente trabalho consiste no seguinte
questionamento a importância da participação dos pais na educação escolar.
A família é o primeiro grupo natural do homem e a principal responsável pelo
seu desenvolvimento. Tudo o que ocorre no meio familiar se propaga pela vida do
indivíduo. Isso também é válido para a aprendizagem e nas questões educacionais,
podendo tanto contribuir para uma evolução acelerada ou inibir completamente o
desenvolvimento. Basta lembrar que os desvios comportamentais e os distúrbios de
aprendizagem têm origem no ambiente familiar. Por isso é primordial compreender a
família e sua interação com a comunidade escolar. Esta é a finalidade deste trabalho
que procura esclarecer a natureza, a interação e os reflexos da família na escola e
no aprendizado do educando. A pesquisa de campo nos mostrou uma realidade
vivenciada. Enfim, a família é imprescindível não só para a construção de um
indivíduo saudável, capaz e emocionalmente equilibrado, quanto para a evolução de
sua inteligência e capacidade de aprender, o primeiro fator falta dos pais no
processo educacional dos filhos; segundo fator a situação financeira; terceiro fator o
desinteresse, o quarto Fator a falta de tempo por motivo do trabalho etc.. Os
educandos diante dessas situações começam a sentir falta de apoio, sem objetivo a
ser alcançado. Áreas essas que precisam ser trabalhadas junto ao aluno e a família.
Podemos perceber nas citações dos autores que a falta da participação da família e
escola vem colaborando com as dificuldades de aprendizagem. As medidas
necessárias a serem tomadas, são observados em que paradigmas de interpretação
e de gestão das realidades sociais, defendidos em modelos sistêmicos numa
perspectiva de integração funcional, em que a flexibilidade, a mudança e o conflito
são elementos coexistentes. Neste sentido, para alguns teóricos, além das
estruturas e das funções da família e da escola, há de se considerar também as
transformações que estão ocorrendo na sociedade contemporânea ou pós-moderna
com seus quadros sociais instáveis, nas suas instituições e a relação dialética entre
esses agentes sociais.
Palavras chave: Uma aprendizagem.
desenvolvimento ensino-apredizagem
Nova
realidade
da
educação,
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................... 07
1 A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
12
1.1 CONTEXTUALIZANDO HISTORICAMENTE...............................
22
2. A PESQUISA......................................................................................... 27
2.1 DADOS................................................................................................
2.2.
RESULTADOS
DOS
QUESTIONÁRIOS
APLICADOS
27
NA
ESCOLA PÚBLICA COM OS PAIS..........................................................
27
2.3. ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................
29
2.4 DADOS SOBRE COMO OS PROFESSORES OBSERVAM A
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA PÚBLICA........................... 30
2.4.1.
SOBRE
COMO
OS
PROFESSORES
OBSERVAM
A
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA............................................ 31
2.5. PESQUISA TEÓRICA.......................................................................
32
2.5.1 DADOS DA PESQUISA TEÓRICA.................................................
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................
35
ANEXOS ..................................................................................................
37
INTRODUÇÃO
A escola e a família, tal qual as conhecemos hoje, são instituições que
surgem, com o advento da modernidade, ambas destinadas ao cuidado e educação
das crianças e jovens. Na verdade, à escola coube a função de educar a juventude
na medida em que o tempo e a competência da família eram considerados escassos
para o cumprimento de tal tarefa. Os saberes diversos e especializados, necessários
à formação das novas gerações demandavam cada vez mais ao longo do tempo, um
espaço próprio dedicado ao trabalho de apresentação e sistematização de
conhecimentos dessa natureza, diferente, portanto, daquele organizado pela família.
No Brasil, a escola, como instituição distinta da família, construiu-se aos
poucos, à custa das pressões científicas e dos costumes característicos de uma vida
mais urbana.
Há aproximadamente dois séculos, as instituições anteriormente citadas
sinalizaram para a necessidade de uma organização voltada à formação física,
moral e mental dos indivíduos; missão essa impossível para o âmbito doméstico.
Esse modelo esteve a serviço, sobretudo durante o século XIX, da
moldagem das elites intelectuais nacionais. A escola era profundamente diferente da
família e oferecia à formação das crianças e dos jovens uma educação da qual
nenhuma outra instituição poderia se ocupar. Os primórdios da República, na onda
dos movimentos sociais, políticos e culturais que marcaram a época, impuseram a
necessidade de modernizar a sociedade e colocar a Nação nos trilhos do
crescimento, exigindo então um outro modelo e uma maior abrangência da ação
educacional.
Assim, como se pode observar, a discussão sobre a participação da família
na vida escolar de seus filhos não é recente. Há décadas que se vem refletindo
sobre como envolver a família, promover a co-responsabilidade e torná-la parte do
processo educativo. Sem dúvida, tal aproximação trata-se de uma difícil tarefa, isto,
em função das inseguranças, incertezas e da falta de esclarecimento sobre o
processo educacional, suas limitações, bem como sua abrangência.
Compor uma parceria entre escola e família pressupõe de ambas as partes,
a compreensão de que a relação família-escola deve-se manifestar de forma que os
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pais não responsabilizem somente a escola pela educação de seus filhos e, por
outro lado, a escola não pode eximir-se de ser co-responsável no processo formativo
do aluno.
A presente pesquisa justifica-se pela necessidade de contribuir para o
processo ensino-aprendizagem da criança de sete a dez anos do Ensino
Fundamental, e por entender que a parceria entre a família e a escola é de suma
importância para o sucesso no desenvolvimento intelectual, moral e na formação do
indivíduo nessa faixa etária.
Os paradigmas de interpretação e de gestão das realidades sociais
defendem modelos sistêmicos numa perspectiva de integração funcional em que a
flexibilidade, a mudança e o conflito são elementos que devem ser coagidos.
Neste sentido, além do estudo das estruturas e das funções da família e da
escola, havemos de considerar, também, as transformações que estão ocorrendo na
sociedade moderna, nas suas instituições e conforme os quadros sociais que se
encontram instáveis decorrentes das mesmas, que exigem uma compreensão
dinâmica e respostas mais articuladas.
As políticas públicas pouco têm conseguido fazer pela formação de
educadores reflexivos, sendo impedidas por seus próprios mecanismos burocráticos,
fazendo, às vezes, o jogo inverso dessa prática educativa. A família acompanha e
reage a todo este movimento, estando porém, pouco consciente: vai à escola
participar, opinar e reclamam somente quando a crise da política educacional
preocupa seus interesses. Não se dá conta, no entanto, da sua parcela na produção
dos problemas dos quais se queixa, nem de suas dimensões. Seria necessário
então, clarear as responsabilidades, sem esquecer que o trabalho com os jovens é
na maioria dos aspectos uma parceria. É função da escola fazer um trabalho com os
pais, que propicie a discussão dos interesses coincidentes, bem como dos
conflitantes.
Na família, pai e mãe saem ao trabalho confiando que a escola e outros
especialistas, além da televisão e do computador dêem conta da educação de seus
filhos. Assim, tanto a família quanto à escola esperam que uma dê conta do papel da
outra. Enquanto isso a criança se sente abandonada e poucas vezes adquire o
09
equilíbrio necessário para receber a formação adequada e necessária para tornar-se
um indivíduo consciente de sua cidadania.
A família e a escola vivem, hoje, uma crise em que os valores materiais
pautam as relações.
Assim, a boa escola é vista como a que mais oferece serviços e
incrementos, que vão desde a informática, balé e inglês até câmeras instaladas nas
salas de aula. Este comportamento pode ser justificado por uma expectativa dos
pais de que a escola resolva todos os seus problemas.
Existe um relativo consenso de que a temática “Família e Escola” trate de
uma relação complexa e, por vezes, assimétrica, no que diz respeito aos valores e
objetivos entre as instituições. E esta é, realmente, uma relação sujeita a conflitos de
diferentes ordens. Nos dias atuais pode-se ver este conflito observando a tênue
distância formada entre o adulto e a criança.
É nessa perspectiva que este trabalho será realizado, investigando a
importância da relação família – escola no processo educacional; a forma pela qual
ela pode contribuir para a construção da identidade, da autonomia e cidadania do
aluno; a possibilidade de a referida relação interferir no processo ensino –
aprendizagem e como isso se dá.
Assim, tanto a escola como a família poderão verificar seu papel no
enfrentamento da crise que envolve a todos, ampliando as preocupações e
princípios, que possam unir em alguns pontos, duas instituições tão complexas.
Esta pesquisa que trata da importância da participação dos pais na
educação escolar será realizada na Escola Estadual Padre Arlindo Ignácio de
Oliveira, tendo como sujeitos professores, corpo técnico da escola e pais de alunos
do nível fundamental. Serão realizadas entrevistas com questionários semifechados, tanto com os professores e corpo técnico da escola, quanto com os pais
de alunos. A pesquisa seguirá os seguintes passos:
1º Passo: Verificar-se-á a possibilidade de nos concederem o direito de
realizar a entrevista na escola;
2º Passo: Entrar-se-á em contato com técnicos, os pais e professores das
escolas para pedir autorização escrita para a realização da pesquisa;
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3º Passo: Realizar-se-á entrevista com professores, técnicos e com os pais,
separadamente;
4º Passo: A partir da realização das entrevistas, serão iniciadas as
transcrições das mesmas e, posteriormente, analisar-se-á a percepção de cada um
dos entrevistados, gerando assim um relatório contendo a análise final dos dados
obtidos.
A metodologia pela qual se optou trabalhar trata de uma pesquisa
qualitativo-descritiva, portanto não deve permanecer em hipóteses, pois, a
problemática quando é escolhida necessita passar por uma verificação do contexto
sócio-histórico em que se encontra inserida, para que só a partir dessa análise seja
possível emitir juízos a respeito da mesma.
Faz-se necessário também estabelecer a delimitação dessa problemática,
através de observações prévias do campo de pesquisa, pois, primeiramente,
percebe-se o relacionamento da criança com a família, a interação da família com a
escola e de que maneira essa criança absorve os problemas de convivência familiar,
e de como esses problemas interferem no seu emocional e conseqüentemente em
seu rendimento escolar.
A partir dessa limitação resolveu-se realizar em primeiro lugar uma pesquisa
do tipo qualitativo-descritiva com o objetivo de fazer um apanhado sobre o papel da
família e da escola no contexto histórico em que estão inseridas; da necessidade do
acompanhamento da família no desenvolvimento da criança de sete a dez anos,
bem como se dá esta interação.
A primeira parte da pesquisa é bibliográfica, pois a partir da leitura de alguns
autores, procurar-se-á responder aos questionamentos levantados e, partindo das
respostas encontradas, será desenvolvida a segunda parte, que trata da pesquisa
de campo na qual analisar-se-á a relação que a família e a escola têm no processo
de aprendizagem.
Para tanto, utilizar-se-á observação participante; aplicação de questionários
com questões específicas; história de vida e entrevistas com docentes, corpo técnico
e familiar de crianças nessa faixa etária anteriormente citada.
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Finalmente, far-se-á uma análise dos dados encontrados para responder à
problemática de estudo, posteriormente sugerir uma proposta de ação que contribua
com a questão em foco.
1 A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
A escola pode ser pensada como o meio do caminho entre a família e a
sociedade.
Neste delicado lugar, tanto a família quanto à sociedade lançam olhares e
exigências à escola. No que se refere à família, é necessário dizer que a
historiografia brasileira nos leva a concluir que não existe um “modelo de família” e
sim uma infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas também
guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui uma identidade
própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de um agrupamento
humano em constante evolução, constituído com o intuito básico de prover a
subsistência de seus integrantes e protegê-los.
Estão presentes, dessa maneira, sentimentos pertinentes ao cotidiano de
qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja, entre outros. Em relação às
expectativas da família com relação à escola com seus filhos, encontra-se várias
fantasias familiares como o desejo de que a instituição escolar “eduque” o filho
naquilo que a família não se julga capaz, como, por exemplo, limite e sexualidade; e
que ele seja preparado para obter êxito profissional e financeiro, via de regra,
ingressando em uma boa universidade.
A sociedade procura ter na escola uma instituição normativa que trata de
transmitir a cultura, incluindo além dos conteúdos acadêmicos, os
elementos éticos e estruturais. É a (escrito em seus estatutos) e o currículo
latente (o dia-a-dia). (OUTEIRAL apud SIQUEIRA, 2002, p.01).
Segundo o autor OUTEIRAL, apud SIQUEIRA (2002), embora bem
delimitadas as diferenças entre casa e escola, passou-se a buscar mais o apoio
desta, entendendo-se a eficácia da ação normalizadora da escola sobre crianças e
jovens quando respaldadas pelo conhecimento e aquiescência da família. A despeito
disso, reservava-se à escola os direitos sobre o conhecimento científico acerca das
áreas disciplinares como também sobre aqueles que diziam respeito aos processos
de aprendizagem das crianças e adolescentes, conhecimentos estes informados
pela biologia, psicologia e ciências sociais, preservando a escola, desta forma, seu
lugar de autoridade no gerenciamento das questões pedagógico - educacionais.
Hoje, segundo OUTEIRAL, apud SIQUEIRA (2002), se vive num outro
tempo, bem mais complexo, diverso e inquietante do que há algumas décadas. A
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escola enfrenta, além do desafio frente ao domínio do conhecimento, em
permanente mudança, também o desafio da relação com seus alunos, sejam eles
crianças pequenas ou jovens.
Sem dúvida esse contexto é perpassado por questões de diferentes
naturezas, entre as quais os dilemas do desempenho curricular a ser alcançado na
contemporaneidade, os impasses da escolha dos encaminhamentos metodológicos
mais adequados às relações de ensino, os limites e possibilidades da manutenção
de uma relação professor aluno com qualidade. Nesse contexto a família é
considerada peça chave nessa transformação em virtude de diversos fatores, que
serão citados a seguir. Segundo OUTEIRAL, apud SIQUEIRA (2002), a escola
permanece sendo um espaço de formação que deve, para tanto, repensar a sua
ação formadora, preocupando-se em formar seus educadores para que os mesmos
reúnam recursos que os permitam lidar com os conflitos inerentes ao cotidiano
escolar. É, portanto, na escola, refletindo sobre o que há para ser ensinado às
crianças, sobre a metodologia que pode tornar mais coesa a ação do conjunto
docente, que a escola poderá encontrar saídas legítimas à superação dos
problemas morais e éticos que assolam o seu dia-a-dia. Nesse sentido, sem abdicar
do lugar reservado ao ensino formal, é preciso que os espaços destinados à
formação dos educadores no interior da escola dêem, também, prioridade à reflexão
político-filosófica sobre os sentidos e possibilidades da ação educacional para que
se possa, desta feita, recuperar ou constituir um novo ideário para a escola.
Segundo OUTEIRAL, apud SIQUEIRA (2002), a escola não é a única
instância de formação de cidadania. Mas, os desenvolvimentos dos indivíduos e da
sociedade dependem cada vez mais da qualidade e da igualdade de oportunidades
educativas. Formar cidadãos na perspectiva aqui delineada supõe Instituições onde
se possa resgatar a subjetividade inter-relacionada com a dimensão social do ser
humano, em que a produção e comunicação do conhecimento ocorram através de
práticas participativas e criativas.
Trata-se de uma instituição da sociedade na qual a criança atua
efetivamente como sujeito individual e social. É, segundo OUTEIRAL, apud
SIQUEIRA (2002), um espaço concreto e fundamental para a formação de
significados e para o exercício da cidadania, na medida em que possibilita a
aprendizagem de participação crítica e criativa, contribui para formar cidadãos que
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atuem na articulação entre o Estado e a sociedade civil. Para a família, o ensino
quanto mais individualizado, melhor para seu filho, pois nessa conjetura vai haver a
peculiaridade de melhor ajudá-lo e a destacá-lo. As preocupações transitam,
portanto, no âmbito do privado. Este enfoque mais social do que individual, carrega
objetivos éticos, pois a escola deve ser um espaço de valorização tanto da
informação, como da formação de seus alunos, dentro de uma estrutura coletiva.
A escola como instituição busca através de seu ensino que seus alunos
possam assumir a responsabilidade por este mundo, como diz ARENDT, apud
CASTRO (2002):
Ultrapassa os desejos individuais e esta responsabilidade só poderá advir,
através do enlaçamento entre conhecimento, e ação, entre o saber e as
atitudes, entre os individuais e sociais. A escola, como um novo modelo, irá
ampliar o mundo dos alunos, convidando-os a olhar suas experiências com
uma outra lente, que não a familiar, o que alterará os significados já
conhecidos. A escola pública tem mais fortemente, então, a
responsabilidade da apresentação de conceitos e conteúdos herdados de
nossa cultura, pois muitas crianças só terão acesso a esta herança, através
de sua passagem pela escola, que deve então, abrir caminhos de acesso à
cultura de maneira igualitária para todos e neste sentido, lutar contra os
privilégios de uma classe social. Todo educador enquanto mediador do
vínculo entre aluno e a cultura, entre a escola e a família, está mergulhado e
comprometido nesta rede de interesses dos dominantes e dos dominados.
(p.01).
Existem escolas que trabalham visivelmente no objetivo de reprodução dos
valores e ideologias dominantes, outras tem uma posição mais crítica, mas todas
assumem posições políticas, pois a escolha dos conteúdos a serem ensinados, o
estilo e o método deste ensino, suas regras, sua maneira de avaliar, de receber a
família etc., traduzem os objetivos das instituições, deixando claras as opções e
desvelando seus interesses mais específicos.
Partindo de um levantamento da história da participação da família na
educação, segundo OUTEIRAL apud SIQUEIRA (2002), os interesses das famílias
foram acolhidos mais fortemente na escola brasileira, a partir das décadas de 60/70,
através do movimento de Renovação Pedagógica, que abriu uma grande lacuna
para a entrada de um olhar mais psicológico no âmbito escolar, ampliando a atenção
com cada criança, suas escolhas e desejos, seu tempo de aprender entre tantos.
Enfrentou-se, porém, conflitos decorrentes da situação vivida, pois passou –
se de um valor centrado no conteúdo e no educador, para um valor centrado na
criança e em seu processo de aprender. O desafio das escolas hoje é sair dos
15
extremos, buscando valorizar tanto a informação, como a formação, tanto no
educador como no educando, tanto o método como os conhecimentos acumulados,
resgatando a importância do grupo na construção de conceitos e valores. Conforme
esclarece CAMPOS e CARVALHO (1983):
A palavra família, na sociedade ocidental contemporânea tem ainda para a
maioria das pessoas, conotação altamente impregnada para a maioria das
pessoas, conotação altamente impregnada de carga afetiva. Os apologistas
do ambiente da família como ideal para a educação dos filhos, geralmente
evidenciam o calor materno e o amor como contribuição para o
estabelecimento do elo afetivo mãe-filho, inexistente no caso de crianças
institucionalizadas. Um dos representantes deste ponto de vista foi Bowlby.
(p.19).
A complexidade do processo de socialização é evidente e torna-se bastante
expressiva dentro do processo ensino-aprendizagem através de aspectos tais como
imitação, identificação e mais um conjunto de características determinadas pelo
contexto familiar, que irão interagir no desenvolvimento da criança dentro da
instituição escolar.
De uma maneira geral, sobre a relação família e educação, afirma NÉRICI
(1972):
A educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é,
da melhor forma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido
de aceitação social. Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade
pessoal do educando, tendo em vista explicitar suas possibilidades, e
função das autênticas necessidades das pessoas e da sociedade (...) A
influência da Família, no entanto, é básica e fundamental no processo
educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de
substituí-la. (...) A educação para ser autêntica, tem de descer à
individualização, à apreensão da essência humana de cada educando, em
busca de suas fraquezas e temores, de suas fortalezas e aspirações. (...) O
processo educativo deve conduzir à responsabilidade, liberdade, crítica e
participação. Educar, não como sinônimo de instruir, mas de formar, de ter
consciência de seus próprios atos. De modo geral, instruir é dizer o que
uma coisa é, e educar é dar o sentido moral e social do uso desta coisa.
(p.12).
Por outro lado, CONNEL (1995), faz uma abordagem em que visualiza a
família dentro deste parâmetro sugerindo que a relação entre professores e pais
deve ser entendida como uma relação de classes. Assim, os pais da classe
dominante vêem os professores como seus agentes pagos: capazes e especialistas.
Assim, esclarece CONNEL (1995):
A escola secundária é fortemente determinada pelo modo como age seu
diretor. E isto também é verdadeiro para a escola particular, mas acho que
pela razão de o diretor da escola particular prestar contas a um curador ou
diretoria, existe mais pressão sobre ele para obter resultados do que o
diretor da escola secundária estadual que presta contas a uma Secretaria
16
de Educação. A escola particular produzirá em média melhores diretores
porque se estes não realizarem serão despedidos ou a escola irá decair
muito rapidamente. (p.126).
Entretanto, FREIRE (2000), evidencia que ensinar exige compreender que a
educação é uma forma de intervenção no mundo, uma tomada de posição, uma
decisão, por vezes, até uma ruptura com o passado e o presente. Para este
renomado pesquisador e educador, as classes dominantes enxergam a educação
como imobilizadora e ocultadora de verdades.
A educação é uma forma de se intervir no mundo, dentro desta linha de
pensamento de FREIRE (2000), que fala de educação como intervenção. Ele se
refere a mudanças reais na sociedade, no campo da economia, das relações
humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, à saúde, com
referência à situação no Brasil e noutros países da América Latina.
Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite necessário, tanto mais
autoridade ela tem. Eticamente falando, para continuar lutando em seu nome, desta
forma se posiciona FREIRE (2000):
Gostaria uma vez mais de deixar bem expresso o quanto aposto na
liberdade, o quanto me parece fundamental que ela exercite assumindo
decisões. (...). A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades,
na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do professor e
do Estado. (p.119).
CASTRO (2002), em recente artigo: “O caos institucional e a crise da
modernidade” se refere à falta de parâmetros quanto ao papel que a escola deve
assumir em uma sociedade em permanente mudança e, em conformidade a isto,
que sentido deve assumir a prática docente, quando a própria produção e veiculação
do conhecimento assumem formas cada vez mais fragmentáveis e, muitas vezes,
dissociadas de qualquer significação ética, social e cultural?
Na contemporaneidade, assiste-se ao aprofundamento da desagregação
social que impede a constituição de qualquer consenso sobre os princípios e valores
que deveriam reger as relações entre os sujeitos e instituições sociais, dificultando a
definição de qual deve ser e como deve ser forjado nosso projeto de escola e
sociedade.
(...) O tipo de escola e conhecimento que se funda com o capitalismo,
legitima-se em um modelo de arquitetura social voltada à satisfação dos
direitos intelectuais de uma elite econômica, amparada em sólida
composição familiar que, a princípio, pode fornecer o lastro moral, ético e
civilizacional, necessários ao bom desempenho de todos aqueles que a
17
freqüentam. Hoje, contudo, a situação é outra. A sociedade pós-industrial
alterou, significativamente, sua maneira de operar e produzir mercadorias,
conhecimentos e valores, afetando diretamente a escola, afetando seus
eixos paradigmáticos, tanto no que se refere à sua organização funcional,
curricular e metodológica, quanto aos princípios éticos e participativos que
sustentam sua prática cotidiana. Este panorama dificulta a definição de
rumos, a fim de que se possa determinar as metas a serem atingidas pela
escola no campo dos saberes, mas, também, no campo da participação dos
diversos segmentos que a compõem, principalmente dos pais. (CASTRO,
2002, p.01).
Segundo CASTRO (2002), atravessa-se uma autêntica socialização
divergente. Vive-se numa sociedade pluralista, em que grupos sociais distintos
defendem modelos de educação opostos, em que se dá prioridade a valores
diferentes e até contraditórios. Ou seja, a unidade racionalista representada por um
modelo unitário de escola está em crise, em função da ascensão de um paradigma
educacional que não pode mais colocar para debaixo do tapete a diversidade sóciocultural como elemento central dos conflitos que marcam a escola nos dias de hoje.
Toda esta movimentação no plano social produz rupturas na forma como,
historicamente, algumas instituições se organizam para gerar conhecimento,
condicionar hábitos e impor comportamento. Destas, segundo o autor CASTRO
(2002), as mais afetadas foram, com certeza, a família e a escola. Não é por outra
razão que hoje essas duas instituições se vêem compelidas a uma aproximação
que, até a alguns anos atrás, não seria possível ou mesmo desejável.
Segundo CASTRO (2002), a escola olhou para a família com certa
desconfiança e, quando não teve alternativa, apenas suportou a participação dos
pais na condição de ouvintes comportados dos relatos por eles produzidos, acerca
da trajetória disciplinar e pedagógica dos alunos. Raramente essa participação
superou os limites de ação beneficente, envolvendo-se com a parte organizacional
do projeto curricular da escola. Para a escola, a família foi e é o locus de construção
de moralidade, base indispensável para a garantia do projeto moralizador e
civilizacional representado pela escola.
A família fez da escola, sobretudo na etapa que antecedeu á massificação
do processo institucional, uma instituição a serviço da monopolização do capital
cultural nas mãos de uma elite econômica, reproduzindo, no plano educativo, as
desigualdades do campo social. Assistiu-se, segundo CASTRO (2002), a uma
reviravolta neste cenário decorrente da crise dos modelos forjados pela
modernidade. O modelo de família nuclear predominante até meados da década de
18
50 deu lugar a novas formas de representação e organização parental com reflexos
diretos no que concerne às relações entre pais e filhos. Cresceu vertiginosamente o
número de separações entre casais, o que tem provocado a perda de referências
ético-morais para uma parte significativa de jovens e crianças.
Além disso, a crescente presença da mulher no mercado de trabalho e sua
maior independência da representação de mulher voltada à vida doméstica e à
educação da prole, segundo CASTRO (2002), resultaram em certa lacuna com
relação ao desenvolvimento afetivo, social e educacional das novas gerações. Para
completar este cenário, as mudanças tecnológicas que prometiam uma maior
disponibilidade de tempo para que os indivíduos se dedicassem a si mesmos e aos
outros se revelaram falsas; o trabalho e a velocidade cotidiana só fizeram afastar as
pessoas do convívio comunitário, isolando-as, cada vez mais e, conseqüentemente,
descompromissando-as das responsabilidades públicas, dentre as quais, destaca-se
a formação da juventude.
Os estudos realizados em vários países, nas últimas três décadas, segundo
CASTRO (2002), mostraram que, quando os pais se envolvem na educação dos
filhos, eles obtêm melhor aproveitamento escolar. De todas as variáveis estudadas,
o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que obteve maior impacto,
estando este presente em todos grupos sociais e culturais.
Quando se fala em colaboração da escola com os pais, está-se referindo,
segundo CASTRO (2002), a muitos aspectos.
Desde logo, a comunicação entre o professor e os pais dos alunos aparece
à cabeça, constituindo a forma mais vulgar e mais antiga de colaboração.
Muitos professores não vão além dessa prática e, muitas vezes, se limitam a
ser os mensageiros das más notícias. Talvez, por isso muitos pais olhem para a
escola com um misto de receio e de preocupação, porque só são chamados pelo
professor quando os filhos revelam problemas de aprendizagem ou de indisciplina.
Mas há outras formas de colaboração. Por exemplo, o apoio social e psicológico que
a escola pode dar aos alunos e respectivas famílias através dos serviços de apoio
social escolar e dos serviços de psicologia e orientação vocacional.
Para muitas famílias no limiar da pobreza, essa é a única forma de
colaboração conhecida.
19
As famílias da classe média sempre praticaram outra forma de colaboração:
o apoio ao estudo, em casa. Essas famílias apóiam os filhos na realização dos
trabalhos de casa e no estudo recorrendo, muitas vezes, a professores particulares.
Nos jardins de infância e nas escolas do ensino básico, começa a ser comum a
participação dos pais em atividades escolares: festas, comemorações e visitas de
estudo. Algumas destas formas de colaboração têm efeitos expressivos na melhoria
do aproveitamento escolar dos alunos; aumenta a motivação destes no estudo;
ajuda no sentido de que os pais compreenderem melhor o esforço dos professores;
melhora a imagem social da escola; reforça o prestígio profissional dos professores,
ajuda os pais a serem melhores pais. Da mesma forma, estimula os professores a
serem melhores professores.
Segundo o autor CASTRO (2002), não há uma única maneira correta de
envolver os pais. As escolas devem procurar oferecer um menu que se adapte às
características e necessidades de uma comunidade educativa cada vez mais
heterogênea. A intensidade do contato é importante e deve incluir reuniões gerais e
o recurso à comunicação escrita, mas, sobretudo os encontros desses agentes
escola e família.
Intensidade e diversidade parecem ser as características mais marcantes
dos programas eficazes.
Nada é pior para o bem estar e desenvolvimento das crianças e dos jovens,
segundo CASTRO (2002), do que a ausência de referências seguras e a privação do
contato continuado e duradouro com adultos significativos.
Quando os pais, por motivos relacionados com o mercado de trabalho e o
afastamento do local de trabalho da sua área de habitação, não dispõem de tempo
para estar com os filhos, deixando, por isso, de tomar as refeições em comum,
segundo CASTRO (2002), as crianças e os jovens são obrigados a crescerem com a
ausência de referências culturais seguras. Essa ausência de referências faz
aumentar a necessidade de os professores criarem programas que aproximem as
escolas das famílias, contribuindo para a recriação de pequenas comunidades de
apoio aos alunos que sejam uma presença forte na vida deles.
Quando os valores da escola coincidem com os valores da família, quando
não há rupturas culturais, segundo CASTRO (2002), a aprendizagem ocorre com
20
mais facilidade. Nas comunidades homogêneas, em que os professores partilham os
mesmos valores, linguagem e padrões culturais dos pais dos alunos, está garantida
a continuidade entre a escola e a família. Contudo, são cada vez mais as escolas
com populações estudantis heterogêneas, nas quais os professores e os pais têm
raízes culturais diferentes, provocando nos alunos dificuldades de adaptação.
Se tiver em mente a maneira como os alunos aprendem, segundo CASTRO
(2002), torna-se evidente a importância da continuidade cultural entre a escola e as
famílias. O aluno aprende assimilando a informação pela experiência direta com
pessoas e objetos, ou seja, professores, pais, colegas, livros, programas de
televisão e Internet. Essa informação é incorporada nas suas estruturas mentais,
modificando-as, tornando-as mais complexas e abrangentes. É o desejo de adquirir
sentido, de tentar compreender, que leva o aluno a aprender.
Quanto mais rico e variado for o seu mundo familiar, segundo CASTRO
(2002), mais oportunidades o aluno terá de adquirir informação relevante. Os alunos
se movem para o estágio cognitivo que lhes está mais próximo, quando reconhecem
que há uma discrepância entre o que experenciam e o sentido que estão a dar as
novas informações. Mas o grau de discrepância não deve ser nem muito elevado
nem muito reduzido. Perante situações moderadamente discrepantes, o aluno
reorganiza a sua estrutura mental quando descobertas acerca do desequilíbrio
cognitivo, é a necessidade do problema ser apropriado à capacidade da criança de
resolvê-lo.
As afirmações anteriores ajudam a compreender o que acontece a um aluno
que chega a uma escola que lhe oferece um currículo sem continuidades com a sua
cultura familiar.
Diferenças de linguagem, de proximidade e de distância entre pessoas, de
formas de tratamento e de regras de comportamento, conforme CASTRO (2002),
tornam mais difícil a capacidade do aluno de aplicar as suas experiências e
conhecimentos passados às novas aprendizagens escolares.
Confrontados com grandes descontinuidades entre a casa e a escola,
incapazes de compreenderem a cultura escolar e de aplicarem as suas experiências
passadas aos novos contextos, segundo CASTRO (2002), esses alunos podem
rejeitar ou ignorar a nova informação. Quando isso acontece, estão criadas as
21
condições para que o aluno rejeite a cultura escolar. Essa rejeição pode assumir
várias formas: indisciplina, violência, abandono, passividade e resignação. Seja qual
for a forma assumida pela rejeição, os sinais dessa rejeição devem ser interpretados
pelo professor, cabendo lhe traçar um plano de ação que inclua a comunicação com
os pais.
O envolvimento dos pais nas escolas, segundo CASTRO (2002), produz
efeitos positivos tanto nos pais como nos professores, nas escolas e nas
comunidades locais. Os pais que colaboram habitualmente com a escola ficam mais
motivados para se envolverem em processos de atualização e reconversão
profissional e melhoram a sua auto-estima como pais.
Segundo CASTRO (2002), traz, também, benefícios aos professores que,
regra geral, sentem que o seu trabalho é apreciado pelos pais e se esforçam para
que o grau de satisfação dos pais seja grande. A escola também ganha porque
passa a dispor de mais recursos comunitários para desempenhar as suas funções,
nomeadamente com a contribuição dos pais na realização de atividades de
complemento curricular.
Quando a escola se aproxima das famílias, segundo CASTRO (2002),
registra-se uma pressão positiva no sentido de os programas educativos
responderem às necessidades dos vários públicos escolares. As comunidades locais
também ganham porque o envolvimento familiar faz parte do movimento cívico mais
geral de participação na vida das comunidades, sendo, por vezes, uma oportunidade
para os pais intervirem nos destinos das suas comunidades e desenvolverem
competências de cidadania.
Segundo CASTRO (2002), a responsabilidade de estabelecer a ordem neste
caos e, como não lhe é possível reorganizar o quadro familiar, resta-lhe abrir mais
portas para tentar uma parceria educativa com os pais, de modo que possa instituir
uma nova estabilidade, que traga de volta, à escola, a legitimidade que a crise da
modernidade lhe retirou.
Sem dúvida que este estudo faz parte de uma nova etapa nas relações
escola/família, em que os papéis serão reconstituídos sob novas bases éticas,
políticas e culturais.
22
1.1 CONTEXTUALIZANDO HISTORICAMENTE
Ao longo da história brasileira, segundo CASTRO (2002), a família veio
passando por transformações importantes que se relaciona diretamente com o
contexto sócio-econômico-político do país. O Brasil-Colônia, marcado pelo trabalho
escravo e pela produção rural para a exportação, identifica-se com um modelo de
família tradicional extensa e patriarcal, no qual os casamentos baseavam-se em
interesses econômicos. Nestes, a mulher era destinada à castidade, à fidelidade e à
subserviência; os filhos eram considerados extensão do patrimônio do patriarca. Ao
nascerem, dificilmente experimentavam o sabor do aconchego e da proteção
materna, pois eram amamentados e cuidados pelas amas de leite.
A partir das últimas décadas do século XIX, segundo CASTRO (2002),
identifica-se um novo modelo de família. A Proclamação da República, o fim do
trabalho escravo, as novas práticas de sociabilidade com o início do processo de
industrialização, urbanização e modernização do país constituem terreno fértil para a
proliferação do modelo de família nuclear burguesa, originário da Europa. Trata-se
de uma família constituída por pai, mãe e poucos filhos. O homem continua detentor
da autoridade e "rei" do espaço público; enquanto a mulher assume uma nova
posição, a da "rainha do lar", "rainha do espaço privado da casa". Desde cedo, a
menina é educada para desempenhar seu papel de mãe e esposa, zelar pela
educação dos filhos e pelos cuidados com o lar.
Segundo CASTRO (2002), no âmbito legal, a Constituição Brasileira de
1988, aborda a questão da família nos artigos 5º, 7º, 201º, 208º e 226º a 230º,
trazendo algumas inovações (artigo 226) como um novo conceito de família: união
estável entre o homem e a mulher (3º) e a comunidade formada por qualquer dos
pais e seus descendentes (4º). E ainda reconhece que: ''os direitos e deveres
referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher'' (5º).
Nos últimos vinte anos, várias mudanças ocorridas no plano sócio-políticoeconômico relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista vêm
interferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando mudanças em seu
padrão tradicional de organização. Conforme PEREIRA (1995), as mais evidentes
são:
23
- Queda da taxa de fecundidade, devido ao acesso aos métodos contraceptivos e de
esterilização;
- Tendência de envelhecimento populacional;
- Declínio do número de casamentos e aumento da dissolução dos vínculos
matrimoniais constituídos, com crescimento das taxas de pessoas vivendo
sozinhas;
- Aumento da taxa de coabitações, o que permite que as crianças recebam outros
valores; menos tradicionais;
- Aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa, principalmente por
mulheres, que trabalham fora e têm menos tempo para cuidar da casa e dos
filhos.
Segundo CASTRO (2002), deve ser evidenciado que essas mudanças não
devem ser encaradas como tendências negativas ou sintomas de crise. A aparente
desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que ela vem
sofrendo. Por um lado, pode causar problemas, por outro, apresentar soluções.
Trata-se de um processo contraditório que ao mesmo tempo em que abala o
sentimento de segurança das pessoas com a falta ou diminuição da solidariedade
familiar, proporciona também a possibilidade de emancipação de segmentos
tradicionalmente aprisionados no espaço restritivo de muitas sociedades conjugais
opressoras. Com ele, também, os papéis sociais atribuídos diferenciadamente ao
homem e à mulher tendem a desaparecer não só no lar, mas também no trabalho,
na rua, no lazer e em outras esferas da atividade humana.
Embora a cada momento histórico corresponda um modelo de família
preponderante, segundo CASTRO (2002), ele não é único, ou seja, concomitante
aos modelos dominantes de cada época, existiam outros com menor expressão
social, como é o caso das famílias africanas escravizadas. Além disso, o surgimento
desta tendência não impedia imediatamente a outra, prova disto é que neste início
de século pode-se identificar a presença do homem patriarca, da mulher "rainha do
lar" e da mulher trabalhadora. Assim, não se pode falar de família, mas de famílias,
para que se possa tentar contemplar a diversidade de relações que convivem em
nossa sociedade. Outro aspecto a ser ressaltado, diz respeito ao significado social
da família e qual a sua razão de existência.
24
Segundo KALOUSTIAN (1988), a família é o lugar indispensável para a
garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros,
independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a
família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao
desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel
decisivo na educação formal e informal, e é em seu espaço que são absorvidos o
valor ético e humanitário, em que se aprofundam os laços de solidariedade. É
também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são
observados valores culturais.
GOKHALE (1980), acrescenta que a família não é somente o berço da
cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A
educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua
criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido,
é, e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do
caráter das pessoas.
E evidenciado no nosso tipo de organização social, o papel crucial da família
quanto à proteção, afetividade e educação, A questão que se coloca a seguir é onde
buscar fundamentação para a relação educação escola-família.
O dever da família com o processo de escolaridade e a importância da sua
presença no contexto escolar, conforme KALOUSTIAN (1988), é publicamente
reconhecido na legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação
aprovadas no decorrer dos anos 90, tais como:
-Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 5º;
-Política Nacional de Educação Especial, que adota como umas de suas diretrizes
gerais: adotar mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no
desenvolvimento global do aluno.
E ainda, conscientizar e comprometer os segmentos sociais, a comunidade
escolar, a família e o próprio portador de necessidades especiais, na defesa de seus
direitos e deveres. Entre seus objetivos específicos, temos: envolvimento familiar e
da comunidade no processo de desenvolvimento da personalidade do educando.
-Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12°;-Plano
Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2002), que define como uma de
25
suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de
participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na
melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das
oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.
E não se pode deixar de registrar a recente iniciativa do MEC – Ministério da
Educação e Cultura, que instituiu a data de 24 de abril com o Dia Nacional da
Família na Escola. Neste, todas as escolas deveriam convidar os familiares dos
alunos para participar de suas atividades educativas, pois conforme declaração do
Ministro Paulo Renato Souza: “Quando os pais se envolvem na educação dos filhos,
eles aprendem mais".
Relacionados os sustentáculos formais da relação família/escola/educação,
é importante pontuar ainda, conforme KALOUSTIAN (1988), alguns aspectos: em
primeiro lugar, é preciso reconhecer que a família, independente do modelo como se
apresente, pode ser um espaço de afetividade e de segurança, mas também de
medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até de violência. Em segundo lugar, na
relação família/educadores, um sujeito sempre espera algo do outro.
E para que estas expectativas sejam correspondidas é preciso que os
agentes sejam capazes de construírem coletivamente uma relação de diálogo
mútuo, em que cada parte envolvida tenha o seu momento de fala, mas também de
escrita, no qual exista uma efetiva troca de saberes. A capacidade de comunicação
exige a compreensão da mensagem que o outro quer transmitir e para tal faz-se
necessário o desejo de querer escutar o outro, a atenção às idéias emitidas e a
flexibilidade para recebermos idéias que podem ser diferentes das nossas.
Assim, é fundamental que o professor conheça os alunos e as famílias com
as quais lidam. Sobretudo que conheçam quais são suas dificuldades, seus planos,
seus medos e anseios.
Enfim, particularidades de ordem cultural, social, econômica e percursos
históricos, segundo KALOUSTIAN (1988), marcam a trajetória de cada família e
conseqüentemente, do educando a quem atendemos. Estas informações são dados
preciosos para que o professor possa avaliar o êxito de suas ações enquanto
educadores, identificar demandas e construir propostas educacionais compatíveis
com a nossa realidade.
26
Uma
atitude
de
desinteresse
e
de
preconceitos
pode
danificar
profundamente a relação família/escola e trazer sérios prejuízos para o sucesso
escolar e pessoal dos educandos.
Geralmente, a família de educandos surdos espera e necessita da escola
inúmeras informações, apoio e orientação sobre como lidar com a situação de
convívio com uma pessoa surda. A falta de atenção para esta demanda
possivelmente terá conseqüências negativas para educadores, educandos e
familiares.
Enfim, muitos podem ser os significados da palavra participar. É preciso que
se conheça as razões pelas quais as famílias não têm correspondido ao que os
educadores esperam de sua participação na escola. Para tal, estes precisam despirse da postura de juízes que condenam sem conhecer as razões e incorporarem o
espírito investigador que busca as causas do problema.
2 – A PESQUISA
2.1 DADOS
TABULAÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO
Quadro das Porcentagens
Nº %
5
100%
4
80%
3
60%
2
40%
1
10%
2.2 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA ESCOLA PÚBLICA
COM OS PAIS
1.Você participa ou já participou de algum trabalho voluntário na escola de
seu filho?
Nunca participo
20%
Já participei
20%
Participo esporadicamente
20%
Participo sempre
20%
Não tenho tempo
10%
Não opinaram
10%
2. Você atende às convocações para ir à escola?
Sim
70%
Não -
10%
Às vezes -
20%
3. Você conhece a Escola de seu filho?
Não conhecem
40%
28
Conhecem
60%
4. Você acha importante a participação da Família na escola?
Sim
6
0%
Não -
1
0%
Às vezes -
3
%
5. Você conhece os representantes do colegiado de sua escola?
Não conhecem
20%
Conhecem
80%
6. Dos itens abaixo, qual deles você gostaria de ter mais retorno/informações
da escola?
Professores
60%
Direção
20%
Biblioteca
10%
Merenda escolar
10%
7. Você sabe qual é o método ou filosofia que a escola utiliza?
Não conhecem
60%
Conhecem
40%
8. Você foi convidado a participar do projeto político pedagógico da escola
do seu filho?
Não
40%
29
Sim
60%
29
9. Qual a sua opinião sobre as reuniões marcadas pela escola?
Demonstra o interesse da 80%
escola
Ótimos na teoria
20%
10. Como a Escola informa das reuniões e suas atividades?
Aluno entrega o bilhete
60%
Mala direta
40%
11. Quais os pontos negativos das reuniões dentro das escolas que
incomodam mais?
Atraso nas reuniões
40%
Falta retorno
20%
Horário das reuniões
20%
Não opinou
20%
12. Quais os pontos positivos das reuniões dentro das escolas que mais
você gosta?
Ajuda aos filhos
60%
Oportunidade de Conhecer
40%
2.3 ANÁLISES DOS DADOS
Conforme os resultados dos questionários respondidos por pais de alunos
que estudam na escola pública, 20% admitem que nunca participam de algum; 20%
já participaram; 20% participam sempre e 10% alegam não ter tempo para tal e 10%
não opinaram sobre o assunto.
Perguntados se atendem as convocações para ir à escola 100% dos pais
entrevistados, afirmaram que atendem sempre que chamados.
Diante desta resposta encontramos uma contradição, quando apenas 60%
dos pais de alunos da escola pública afirmam que “conhecem” a escola (o que não
confere com os 100% que afirmam que “sempre” atendem as convocações da 30
escola); por outro lado, 20% afirmam não conhecer a escola 20% . Ainda de forma
contraditória estão os pais de alunos da escola, 40% afirmam não conhecer a escola
(mas, como? se segundo a pesquisa, os pais vão à escola sempre que
convocados?) e 60% responderam que conhecem “pouco” a escola.
Dos entrevistados da escola pública, 40% afirmam que não foram
convidados a participar do projeto político pedagógico da escola do seu filho; e, 60%
afirmam que foram convidados; Sobre as reuniões marcadas, na escola pública,
80% acha que isso demonstra o interesse da escola, todavia, 20% acham que tais
reuniões são “ótimas na teoria”. Quanto à forma que a escola pública informa das
reuniões e suas atividades, 60% afirma que o aluno entrega o bilhete; e, 40% recebe
o aviso por mala direta. Sobre os pontos negativos das reuniões dentro das escolas
que incomodam mais, os pais de alunos da escola pública responderam da seguinte
forma: atraso nas reuniões, 40%; falta retorno, 20%; horário das reuniões, 20% e,
não opinaram 20
Os pais da escola pública responderam que os pontos positivos das
reuniões dentro das escolas estão assim divididos: 60% acham que ajudamos filhos;
e, 40% é uma oportunidade de conhecer a escola.
2.4. DADOS SOBRE COMO OS PROFESSORES OBSERVAM A PARTICIPAÇÃO
DA FAMÍLIA NA ESCOLA PÚBLICA
1.3 A participação dos pais na escola se dá de que forma na instituição onde
você atua?
Razoável
40%
Boa
60%
14. A que se deve a ausência dos pais?
Falta de tempo por questões de
60%
31
trabalho
Falta de comunicação da escola
20%
Falta de comunicação deles com a
20%
escola
15. Como é o rendimento escolar dos alunos que tem a participação da
família na escola?
Bom
100%
Ótimo
80%
Ruim
20%
16. Você acha necessário que sejam desenvolvidas atividades buscando
mais participação da família na escola onde você atua?
Sim
100%
Não
Às vezes
17. Você conhece os pais de seus alunos? Qual a média?
Sim
60%
Não
40%
Média
25%
2.4.1 SOBRE COMO OS PROFESSORES OBSERVAM A PARTICIPAÇÃO DA
FAMÍLIA NA ESCOLA
Nesta pesquisa os professores também participaram do questionário, assim,
na escola, 40% dos educadores responderam que a participação dos pais na escola
se dá formação de um ser cidadão.
20% dos professores concordam que a participação é razoável, 80% acham
que a participação é boa.
31
26
32
Para os professores da escola pública, 60% da ausência dos pais acontece 32
por falta de tempo por questões de trabalho, 40% por falta de comunicação.
Perguntados como é o rendimento escolar dos alunos que tem a
participação da família na escola, 100% dos professores da escola responderam que
o rendimento é bom.
Todos os professores da escola pública acham necessário que sejam
desenvolvidas atividades buscando mais participação da família na escola. Quanto à
questão se os professores conhecem os pais dos alunos, as respostas dos
professores da escola foram tabuladas da seguinte forma: 20% dos professores
conhecem 100% dos pais; 40% conhecem 50%, 20% conhecem mais de 50% e
20% conhecem menos de50%.
2.5. PESQUISA TEÓRICA
1.3 A participação dos pais na escola se dá de que forma na instituição?
Razoável
60%
Boa
40%
14. A que se deve a ausência dos pais?
Falta de tempo por questões de
70%
trabalho
Falta de comunicação da escola
10%
Falta de comunicação deles com a
20%
escola
15. Como é o rendimento escolar dos alunos que tem a participação da
família na escola?
Ótimo
80%
Bom
10%
Ruim
10%
33
2.5.1 DADOS DA PESQUISA TEÓRICA
80% dos autores descrevem que o afastamento dos pais da escola os filhos
pedem o interesse na escola.
10% dos autores descrevem que algumas alunos sentes outros não.
10% Acham que os filhos já acostumarão longe dos pais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi possível observar nos resultados da pesquisa de campo, a
ausência dos pais se dá principalmente por falta de tempo, em função dos
compromissos de trabalho, entretanto, mesmo os pais ausentes, são concordes na
opinião de que a interação entre a família e a escola só tem a contribuir para o
processo educacional. Há ainda, uma pequena parcela de pais que responderam
não achar importante a interação família – escola, e ainda, que as reuniões não
resolvem o problema. Outro aspecto apontado trata da tendência que a escola tem
de reduzir a família à figura materna, não propondo atividades que envolvam a
totalidade da constituição familiar, como pais, irmãos e demais familiares.
Participar implica em ouvir e expor a opinião própria, sobretudo, trata-se da
possibilidade de uma ação coletivamente construída por todas as partes envolvidas
no processo ensino aprendizagem, e compartilhar eqüitativamente de cada etapa do
processo educacional, resguardadas as particularidades dos sujeitos envolvidos. Ao
invés da família ser chamada ou convocada na escola apenas quando as coisas não
andam bem, quando as notas estão baixas, ou quando se precisa de uma ajuda
pontual; ela deve ser vista de forma participativa, uma co-autora do processo
educativo
escolar
e,
conseqüentemente,
envolvê-la
mais
diretamente
na
concretização do mesmo. Desta forma, respondendo à questão mencionada
anteriormente, observa-se que a relação família-escola é de extrema importância na
construção da identidade e autonomia do aluno, a partir do momento em que o
acompanhamento desta, durante o processo educacional, leva à aquisição de
segurança por parte dos filhos, que se sentem duplamente amparados, ora pelo
professor ora pelos pais, o que irá incorrer no favorecimento do processo ensino
aprendizagem.Tais informações são dados preciosos para que os docentes possam
avaliar o êxito de suas ações enquanto educadores, identificar demandas e construir
propostas educacionais compatíveis com a sua realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Janeiro: Espaço e Tempo, 1987.
ALTHUON, Beate. O caos institucional e a crise da modernidade se refere à...
Revista pedagogia, São Paulo: Art. Med, Ano 3, nº15, ago./out. 1999.
ANSHEN, Ruth. A família: sua função e destino. Lisboa: Meridiano,1998.
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1996.
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CAMPOS, Jacira Calasãs e CARVALHO, Hilza A. psicologia do desenvolvimento:
influência da família. São Paulo: EDICON, 1983.
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modernidade.Disponível em: <http://clm.com.br/espaco/info9aa/1.html>. Acesso em:
20 mar. 2002
CONNEL, R.org. Estabelecendo a diferença: escolas, famílias e divisão social.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
DIOGO, Ana Matias. Família e escolaridade. Lisboa: Colibri, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
GOKHALE, S.D. A família desaparecerá? Revista debates sociais, nº 30, ano XVI,
Rio de Janeiro, CBSSIS, 1980.
KALOUSTIAN, S.M. (org.) Família brasileira, a base de tudo. Brasília: UNICEF,
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LÉVI-STRAUSS; et al. A família como instituição. Porto: Meridiano, 1977.
NÉRICI, Imídeo G. Lar, escola e educação. São Paulo: Atlas, 1972.
PARSONS, Talcott. Estrutura social da família. In Anshen Ruth (org.) A família:
sua função e destino. Lisboa: Meridiano,1971.
36
PEREIRA, P.A. Desafios contemporâneos para a sociedade e a família. In Revista
Serviço Social e Sociedade. Nº 48, Ano XVI, São Paulo: Cortez, 1995.
SETUBAL, Maria Alice. Ensinar e aprender: reflexão e criação.Vol. 1. São Paulo:
USP, 2000.
SIQUEIRA,
Anriet.
Educação
e
processo.
Disponível
em:
<http://www.eaprender.com/conexao.asp?rgl31pagss1.matéria.> Acesso em: 20
mar. 2002.
ANEXOS
1 INFORMANTE:
Escola: Pública (X )
.2 DADOS SOBRE A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS DENTRO DA ESCOLA
1.Você participa ou já participou de algum trabalho voluntário na escola de
seu filho?
( ) nunca participo ( ) já participei ( ) participo esporadicamente
( ) Participo sempre ( ) não tenho tempo ( ) não opinaram
2. Você atende as convocações para ir a escola?
Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( )
3. Você conhece a Escola de seu filho?
Conhecem pouco ( ) Não conhecem ( ) Conhecem ( ) Não opinaram ( )
4. Você acha importante a participação da Família na escola?
Sim ( ) Não ( ) Não opinaram ( )
5. Você conhece os representantes do colegiado de sua escola?
Não conheço ( ) Conheço ( ) Não sabiam que tinha colegiados( )
3..DADOS SOBRE O QUE OS PAIS ESPERAM DA ESCOLA
6. Dois itens abaixo, qual deles você gostaria de ter mais retorno/informações
da escola?
Professores ( ) Direção ( ) Coordenação ( ) Biblioteca ( ) Merenda escolar ( )
Serviços de secretaria ( ) Eventos ( ) Amigos de seus filhos ( ) Nenhum ( )
7. Você sabe qual é o método ou filosofia que a escola utiliza?
Sim ( ) Não ( ) Não sabem ( )
8. Você foi convidado a participar do projeto político pedagógico da escola do
seu filho?
Sim ( ) Não ( )
4 DADOS SOBRE COMO AS ESCOLAS RECEBEM OS PAIS
9. Qual a sua opinião sobre as reuniões marcadas pela escola?
São ótimas na teoria ( ) Necessárias mas não tem tempo para participar ( )
Não resolvem os problemas ( ) Demonstra o interesse da Escola ( ) Não opinaram ( )
10. Como a Escola informa das reuniões e suas atividades?
Boletim de notas ( ) Mala direta/correios ( ) Aluno entrega o bilhete ( ) Aluno
não entrega o bilhete ( ) Não recebe nenhuma informação ( )
11. Quais os pontos negativos das reuniões dentro das escolas que
incomodam mais?
Horários das reuniões ( ) Datas das reuniões ( ) Opinião dos pais não são
ouvidas ( )Atrasos nas reuniões ( ) Falta de retorno dos problemas da escola ( ) Não
opinaram ( )
12. Quais os pontos positivos das reuniões dentro das escolas que mais você
gosta?
Conhece a escola ( ) Oportunidade de conhecer ( ) Melhoria do ensino ( )
Interação com a escola ( ) Ajuda aos filhos ( ) Não opinaram ( )
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baixas