Título do Trabalho: Coleta Informal de Resíduos Secos em Santo André: Desafios para a Gestão Pública Nome dos autores: Marcos Antônio Luz Formado em Estudos Sociais pelas Faculdades Integradas Senador Fláquer de Santo André, Encarregado da Coleta de Resíduos Sólidos da Gerência de Coleta de Resíduos Sólidos (GCRS) do Departamento de Resíduos Sólidos (DRS) do SEMASA – Serviço Municipal de Saneamento Ambiental. E-mail: [email protected] Alexandre Falcão de Araújo Gestor Ambiental, formado pela ESALQ/USP, agente ambiental da GCRS/DRS/ SEMASA. E-mail: [email protected] Ednilson Ferreira dos Santos Graduando em Gestão de Cidades, pela UNIBAN, agente ambiental do DRS/SEMASA. E-mail: [email protected] Endereço: Departamento de Resíduos Sólidos / SEMASA – Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André R. Fernando Costa, s/nº – Parque Gerassi - Santo André - SP – 09120-305 Fone: (11) 4433-9782 – Fax: 4978-3627 Declaramos estar submetidos às condições estabelecidas pelo Regulamento de Apresentação dos Trabalhos Técnicos. Palavras-chave: Resíduos secos; coleta informal; Título do Trabalho: Coleta Informal de Resíduos Secos em Santo André: Desafios para a Gestão Pública Introdução O Município de Santo André dispõe de um Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, dentre os quais está o serviço de coleta de resíduos secos (recicláveis). Os resíduos secos são levados para a Usina de Triagem, localizada no Complexo do Aterro Sanitário, e são destinados pelo SEMASA para duas cooperativas de triagem e comercialização (CoopCicla e Cooperativa Cidade Limpa), além de outros projetos sociais. Após a universalização do sistema formal de coleta seletiva em Santo André (1999), a coleta informal, cresceu exponencialmente, na esteira da estrutura formal de coleta, aproveitando-se dos dias e horários estabelecidos pela coleta oficial e da participação dos munícipes. Hoje, essa coleta informal já não compreende somente os catadores de recicláveis que puxam veículos com tração humana, mas toda uma cadeia de intermediários, incluindo grupos informais que realizam a coleta com veículos motorizados e também os ferros-velhos. É fato hoje, que a coleta informal assume grande relevância no município, tanto do ponto de vista ambiental quanto do social, uma vez que atinge cerca de 4.000 toneladas de material reciclável comercializado/mês, frente às 350 toneladas coletadas pelo Semasa, e movimenta o montante de cerca de 1 milhão e 400 mil reais, além de envolver aproximadamente 1900 catadores informais (LAPORTA et al, 2006), que trabalham com carros puxados por tração humana, não contabilizados os demais trabalhadores dos ferros-velhos e da coleta informal motorizada. Por isso, a coleta informal não pode ser vista de maneira descontextualizada do macro-sistema econômico e social, que abrange não só o município de Santo André, mas a região metropolitana de São Paulo. Para lidarmos com o mercado informal de reciclagem, temos que considerar diversas questões, entre elas: a inclusão social dos catadores de rua, uma vez que a maior parte dos mesmos está exercendo essa atividade por ter ficado desempregado (id); a regularização do mercado informal (licenciamento ambiental), para que os estabelecimentos cumpram com as normas de segurança no trabalho e proteção ao meio ambiente, assim como com os direitos trabalhistas; e o rastreamento de toda a cadeia da reciclagem, uma vez que ao final da cadeia, os principais compradores, são, em sua maioria, empresas de grande porte, até multinacionais, que têm certificação de qualidade na produção e que deveriam expandir essa certificação para sua cadeia de custódia. Apontamos, portanto, diversas frentes a partir das quais pode-se pensar a questão da coleta informal de resíduos secos, no entanto, neste artigo, restringimos nosso foco à inclusão social dos catadores informais, através do fortalecimento das cooperativas de triagem e comercialização de materiais recicláveis. Descrição do objetivo do trabalho: • Qualificar os fluxos e volumes de resíduos secos da cidade de Santo André, tanto no sistema formal, quanto no informal. • Realizar um diagnóstico da situação dos catadores do sistema informal de coleta de recicláveis em Santo André; • Promover a inclusão social dos catadores da coleta informal, através de programas sociais de trabalho e geração de renda e da expansão e fortalecimento das cooperativas de reciclagem do município. Metodologia O projeto está em andamento e encontra-se na fase de diagnóstico. Nesta fase, temos a formação de um grupo transversal dentro da estrutura da administração pública municipal, buscando realizar levantar informações sobre a situação atual da coleta informal de resíduos secos em Santo André, assim como, planejar as ações que serão realizadas. Nesse diagnóstico, o estudo “Dinâmica dos Resíduos Sólidos e o Universo dos Atores em Santo André” (LAPORTA et al, 2006), realizado pela Fundação Santo André (FSA) em parceria como Semasa serviu como base estatística e teórica para o desenvolvimento do trabalho. Outro projeto base para o presente diagnóstico é o macro-projeto Reciclarede, que vem sendo desenvolvido desde 2003 e tem por principal objetivo: “fomentar a construção e apoiar a consolidação de uma rede de atividades articuladas ao longo da cadeia de coleta, triagem, comercialização, beneficiamento e reciclagem de resíduos sólidos na cidade de Santo André” (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2003, p.4). Complementando os estudos e trabalhos da FSA e do Projeto Reciclarede, foi realizado pela GCRS/SEMASA um estudo sobre a coleta informal de recicláveis no centro de Santo André, que possui uma dinâmica particular, distinta das demais regiões do município. A partir desse estudo foi construído um mapa falante, onde foram indicados os principais pontos de acúmulo de resíduos de resíduos secos utilizados pela coleta informal na região central, assim como as principais áreas públicas ou desocupadas disponíveis para serem implantados pontos de transbordo de resíduos secos regularizados pelo Semasa. Resultados e Conclusões A partir do trabalho em grupo realizado, já temos um diagnóstico inicial da situação da coleta informal na cidade. Elaboramos um mapa com as rotas principais dos veículos de coleta informal de resíduos no município, assim como realizamos um diagnóstico da Coleta Informal no Centro da Cidade, que possui características diferenciadas das demais regiões. No centro, foram mapeados os principais pontos de acúmulo de resíduos e as áreas possíveis para tornarem-se pontos de transbordo de resíduos de secos. Tendo como base esse material, podemos delinear as ações posteriores, buscando atingir os objetivos de inclusão social dos catadores informais. Referências SANTO ANDRÉ. Lei Nº 5.579, de 09 de Maio de 1979. Dispõe sobre o Serviço de Limpeza Pública. Diário do Grande ABC. Santo André, 22 mai. 1979. SANTO ANDRÉ. Lei 7.733 de 14 de Outubro de 1998. Dispõe sobre Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental. Diário do Grande ABC. Santo André, 15 out. 1998. Cad. Class. p. 20 LAPORTA, Márcia; VALLE, Murilo. Dinâmica dos Resíduos Sólidos e o Universo dos Atores em Santo André. In: LAPORTA, Márcia; VALLE, Murilo; MILANI, Pedro Henrique; ARAÚJO, Roberto Vasques de Campos; BUONAVITA, Fábio (Org.). Gestão de resíduos sólidos: dilemas atuais. Santo André: Centro Universitário Fundação Santo André, 2006. PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André – Semasa, Centro Universitário Fundação Santo André (FSA) e outros. Reciclarede : Rede de Coleta, Triagem, Comercialização e Beneficiamento de Resíduos Sólidos Recicláveis. Santo André: PSA, 2003.