ISSN 1517-1981
Outubro 2000
ISSN 1679-7215
2009
Comércio de Iscas Vivas no
Pantanal de Mato Grosso do
Sul em 2005
ISSN 1981-7215
2009
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Boletim de Pesquisa e
Desenvolvimento XX
Comércio de Iscas Vivas
no Pantanal de Mato
Grosso do Sul em 2005
Agostinho Carlos Catella
Josineidy Miriã Vigabriel da Silva
Wander Melquíades Fabrício de Jesus
Corumbá - MS
2009
Embrapa Pantanal. Boletim de Pesquisa,
Exemplares desta publicação podem ser solicitados à Embrapa Pantanal e SEMAC/IMASUL
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1ª edição
Versão on line (2009)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Embrapa Pantanal
Catella, Agostinho Carlos
CDD 639.2098171 (21. ed.)
 Embrapa 2007
Equipes que atuaram em 2005
SEMAC/IMASUL
Bióloga Selene Peixoto Albuquerque
Bióloga Fânia L. de Ramires Campos
Engº de Pesca Josamar V. de França
Bióloga Michele Helena C. do Canto
Bióloga Marcelle C. Garcia Braga
Biólogo Alesandro Copatti
Digitadora Larissa R. de Amorim
Digitador João Paulo Mareco
Embrapa Pantanal
Biólogo Agostinho Carlos Catella
Estagiárias:
Josineidy Miriã Vigabriel da Silva
Gabriela Cavaña Velásquez
Suelma Mudo Vital da Silva
Assistente Paulo César Ruiz
15º Batalhão de Polícia Militar Ambiental – MS
1ª Cia PMA/ 15º BPMA
2ª Cia/Corumbá
3ª Cia/Coxim
4ª Cia/Bonito
2° PPMA/1ª Cia PMA/Aquidauana
2° PPMA/2ª Cia PMA/ Miranda
2° PPMA/4ª Cia PMA/ Jardim
3° PPMA/4ªCia PMA/ P. Murtinho
2° GPMA/1° PPMA/2ª Cia PMA/ B. das Piranhas
2° GPMA/1° PPMA/3ª Cia PMA/ S. Gab. do Oeste
2° GPMA/2° PPMA/1ª Cia/ KM 21
2° GPMA/2° PPMA/4ª Cia PMA/ Bela Vista
2° GPMA/3° PPMA/4ª Cia PMA/ Cachoeira do Apa
Posto Avançado/Taquarussu
Cel QOPM
Maj QOPM
Maj QOPM
Maj QOPM
Maj QOPM
Cap QOPM
CAP QOPM
Maj QOPM
3° SGT PM
3° SGT PM
SUB TEN
1° SGT PM
ST PM
1° SGT PM
Ademar Brites Cardoso
Joilson Queiroz Santana
Márcio Teixeira Delmondes
Claudio Rosa da Cruz
Pedro César Figueiredo de Lima
Jefferson Vila Maior
Guilherme Dantas Lopes
Antonio Carlos B. Lescano
José Borges de Medeiros
João Abel de Freitas
Fernando Veloso Machado
Mauricio Guedes da Silva
Clademar Jose Sovernigo
Anderson A. E. de Oliveira
Sumário
Pág.
Resumo............................................................................................
Abstract...........................................................................................
Introdução.........................................................................................
Material e Métodos.............................................................................
Resultados.........................................................................................
Discussão..........................................................................................
Conclusões........................................................................................
Referências Bibliográficas.....................................................................
Anexo 1 – Guia de Controle de Pescado................................................
Anexo 2 - Ficha de Registro de Transporte/Captura de Iscas ...................
Apresentação
A pesca, em suas modalidades profissional-artesanal, amadora e de subsistência é
uma atividade de considerável importância econômica, social e ambiental no
Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. Em função da demanda por iscas vivas pela
pesca amadora, muitos pescadores profissionais se especializaram na captura de
peixes e crustáceos, que se tornou uma importante opção de trabalho e renda para
a categoria.
Dessa forma, é importante conhecer a atividade, e este é primeiro estudo sobre o
comércio de iscas vivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, que foi realizado com
base nos registros do Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS. O Sistema foi implantado em 1994 pela Embrapa Pantanal em
parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do
Planejamento, da Ciência e Tecnologia – SEMAC, por meio do Instituto de Meio
Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL, e com o 15º Batalhão de Polícia
Ambiental de Mato Grosso do Sul – 15BPMA/MS.
O monitoramento pelo SCPESCA/MS constitui um exemplo gratificante de parceria
entre instituições que atuam no Pantanal. O Sistema, que não seria possível sem
esse esforço conjunto, gera resultados como o monitoramento e a descrição anual
da pesca, constituindo uma fonte importante de informações e conhecimentos para
subsidiar a gestão dos recursos pesqueiros da região.
José Aníbal Comastri Filho
Chefe Geral da Embrapa Pantanal
Sistema de Controle da Pesca de
Mato Grosso do Sul
SCPESCA/MS 10 - 2003
Agostinho Carlos Catella1
Josineidy Miriã Vigabriel da Silva2
Wander Melquíades Fabrício de Jesus3
RESUMO
Este estudo aborda o comércio de iscas vivas registradas pelo Sistema de Controle
da Pesca de Mato Grosso do Sul (SCPESCA/MS) em 2005. Trata-se do comércio no
atacado, realizado por intermediários entre municípios e entre Estados, pois a venda
local (no atacado ou varejo) é feita diretamente entre as partes e não é contabilizada
pelo Sistema. Foi registrado um total de 1.230.229 exemplares de iscas vivas,
estimando-se que representam no máximo 16% da captura regional. As iscas
registradas foram oriundas dos postos de vistoria de Corumbá (75,7%), Porto
Murtinho (14,4%), Miranda (6,5%), Buraco das Piranhas (3,5%) e Taquarussu
(0,1%). O número de iscas negociadas por transação comercial variou entre 150 e
30.000 exemplares, com média igual a 3.220,5 (d.p. = 4.000,3), sendo reconhecidos
quatro tipos de transações em função do número de exemplares comercializados.
Foram registrados sete tipos de iscas, ocorrendo mais de uma espécie por tipo,
assim representadas: tuvira (59,3%), tuvirão (16,1%), caranguejo (16,2%), mussum
(3,4%), jejum (3%), cascudo (1%) e caboja (0,1%). O número de iscas
comercializadas variou ao longo dos meses do ano, ocorrendo um pico no início
(abril) e outro menor no final do ano (agosto - outubro), que foram relacionados ao
comércio interno e para outros Estados. A maior parte das iscas foram
comercializadas para o próprio Mato Grosso do Sul (64,5%), mas também seguiram
para Mato Grosso (20,4%), Paraná (10,2%), Goiás (3,9%) e Santa Catarina (0,3%).
Foram identificadas as principais rotas de comércio a partir das regiões produtoras,
destacando-se como destinos os municípios de Cáceres (MT), Coxim, Campo
Grande e Anastácio (MS). Foram também considerados aspectos ecológicos e
econômicos das pescarias de iscas e sua estreita relação com a pesca amadora,
constituindo, na prática, uma parceria entre diferentes setores da pesca no Pantanal.
Termos para indexação: isca viva, pesca de iscas, pesca de águas interiores, pesca
artesanal, pesca esportiva, Bacia do Alto Paraguai.
1
Biólogo, Dr., Embrapa Pantanal, Caixa Postal 109 - CEP 79320-900 - Corumbá, MS [email protected]
2
Estudante de Biologia....
3
Biólogo, ....
Fisheries Control System of
Mato Grosso do Sul State
SCPESCA/MS 10 – 2003
Agostinho Carlos Catella1
Josineidy Miriã Vigabriel da Silva2
Wander Melquíades Fabrício de Jesus3
Abstract
This study addresses the trade of live bait registered by the Fishing Control System
of Mato Grosso do Sul (SCPESCA/MS) in 2005. It focuses on the intermediaries’
wholesale trade between municipalities and between states, given that local sale
(wholesale or retail) is performed directly among the parties and not calculated by the
System. The total number of live baits recorded was of 1,230,229, considering that
this number represent at most 16% of the regional capture. The registered baits were
from the inspection stations in Corumbá (75.7%), Porto Murtinho (14.4%), Miranda
(6.5%), Buraco das Piranhas (3.5%) and Taquarussu (0.1%). The number of baits
negotiated by commercial transactions varied between 150 and 30,000 specimens,
with an average equal to 3,220.5 (d.p. = 4,000.3), with four types of transactions
acknowledged as a function of the number of specimens sold. Seven types of baits
were recorded, with more than one species per type, represented as: Gymnotus spp.
(knifefishes) (59.3%), Gymnotus inaequilabiatus (16.1%), crabs (16.2%), marbled
swamp eel (3.4%), trahira (3%), hassar (1%) and cascarudo (0.1%). The number of
commercialized baits varied throughout the months in the year, with a peak at the
start (in April) and a smaller peak at the end of the year (August - October), which
were related to the domestic trade and to other states. The larger part of the baits
were commercialized for Mato Grosso do Sul (64.5%), but also went to Mato Grosso
(20.4%), Paraná (10.2%), Goiás (3.9%) and Santa Catarina (0.3%). The main trade
routes were identified for the producing regions, highlighting the designated
municipalities of Cáceres (MT), Coxim, Campo Grande and Anastácio (MS). The
ecological and economical aspects of bait fishing and their close-knit relationship with
amateur fishing were also considered, in practice, constituting a partnership between
different fishing sectors in Pantanal.
Index terms: live-bait - baitfishing – continental fisheries – artisanal fishing – sport
fishing - Upper Paraguay River Basin
Introdução
Ao longo da década de 1980, houve um crescimento da infra-estrutura turística
do Pantanal sul-matogrossense atraindo mais investimentos e o setor hoteleiro
ampliou-se com novos e diferentes tipos de estabelecimentos, tais como hotelfazenda, hotel-pesqueiro e barco-hotel. Em 1981 a cidade de Corumbá
conectou-se com a capital, Campo Grande, pela rodovia BR-262, que foi
asfaltada em 1986, proporcionando melhor acesso e intensificando o
desenvolvimento do turismo pesqueiro (Garms 1997, Mariani e Gonçalves
2001). Conseqüentemente, aumentou a procura por iscas vivas, que se
tornaram um item importante entre os serviços oferecidos pelo setor turístico
regional (Moraes e Espinoza, 2001). Em decorrência, muitos pescadores
profissionais do Pantanal se especializaram na captura de peixes e crustáceos
para atender a essa demanda e passaram a ser conhecidos também como
“isqueiros”. A atividade foi regulamentada em Mato Grosso do Sul pelo Decreto
n. 1.910 de 01/12/1998 e, posteriormente pelo Decreto n. 2.898 de 29/10/2004,
que disciplinou a captura e a comercialização de iscas vivas.
Como é uma atividade relativamente recente no Pantanal, ainda há poucos
estudos que descrevam essas pescarias. Moraes e Espinoza (2001) estudaram
a captura e a comercialização de iscas vivas na cidade de Corumbá, MS,
durante a alta temporada de pesca amadora em 1996, por meio da aplicação
de questionários e de entrevistas diretas. Esses autores consideraram que a
pesca de iscas vivas tem grande importância econômica e social para os
isqueiros e suas famílias, cuja renda depende dessa atividade. Cândido Pereira
(2001) realizou uma abordagem socioeconômica, ambiental e legal da pesca
de iscas realizada nos anos de 1999 e 2000 em Corumbá nas regiões do Porto
Geral, estrada da Codrasa, Porto Morrinho e Morro do Azeite.
De acordo com Banducci Jr (2003), por toda a extensão do rio Paraguai, a
partir da foz do São Lourenço até o rio Aquidabã, ao sul de Porto Murtinho, é
possível encontrar pessoas que se dedicam à captura de iscas. Muitas vezes, a
coleta é praticada como segunda fonte de renda, por capatazes de fazendas,
pequenos proprietários, empregados de hotéis, entre outros. Banducci Jr.
9
(2003) informa, ainda, que muitos desses trabalhadores se mudaram para junto
do rio para exercer essa atividade específica. A falta de oportunidade de
emprego não apenas nas fazendas, mas também nas cidades do Pantanal, de
onde muitos se originaram, acabou por obrigá-los a aventurar-se nessa nova
atividade. Catella et al. (2008a) desenvolveram e testaram uma metodologia
para monitorar as pescarias de iscas com a participação dos pescadores do
Porto da Manga em Corumbá, MS. Trabalhando nessa mesma região, Catella
et al. (2008b) estimaram a renda bruta dos pescadores de iscas vivas no ano
de 2007 e compararam com as estudos anteriores.
O número de pescadores amadores continuou aumentando na década de
1990, registrando-se um máximo de quase 59 mil em 1999 por meio do
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul – SCPESCA/MS (Catella
et al. 2002). Em função da demanda crescente por iscas, surgiram outros
atores no setor além dos isqueiros. Dentre esses, Moraes e Espinoza (2001)
destacam a figura do “intermediário”, também conhecido como “atravessador”,
que fornece iscas para as empresas de turismo pesqueiro mediante contrato
exclusivo, mas alguns também possuem seus próprios estabelecimentos
comerciais na cidade. Além disso, os intermediários comercializam para outros
municípios e Estados do País. Por outro lado, Catella et al. (2008b)
constataram que os pescadores de iscas autônomos do Porto da Manga
(Corumbá) vendem sua produção para os clientes locais, pescadores
amadores e hotel-pesqueiro, ou para os intermediários, que buscam as iscas
na região.
A partir do ano 2000 ocorreu uma redução do número anual de pescadores
amadores que visitam o Pantanal, como foi detectado pelo SCPESCA/MS
(Campos et al. 2002), decaindo para 26.357 em 2004 (Albuquerque e Catella,
2008), o que seguramente repercutiu sobre a demanda por iscas vivas. Assim,
a pesca de iscas vivas tornou-se uma importante atividade socioeconômica
para os pescadores profissionais artesanais do Pantanal, mas sujeita às
variações do setor turístico pesqueiro que atua na região.
Nesse sentido, este estudo teve como objetivo analisar o comércio de iscas
vivas na Bacia do Alto Paraguai, onde se inclui o Pantanal, nas condições
10
atuais, com base nos registros disponíveis no SCPESCA/MS em 2005.
Contudo, é importante reconhecer que o Sistema contabiliza, principalmente, o
comércio de grandes quantidades de iscas entre municípios e Estados,
praticado pelos intermediários e não o comércio local quer seja no atacado ou
no varejo.
Material e Métodos
O Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul - SCPESCA/MS foi
criado em 1994 por meio de uma parceria entre a Polícia Militar Ambiental/MS
(15MPMA), o IMASUL – SEMAC/MS e a Embrapa Pantanal, com a finalidade
de coletar, analisar e disponibilizar informações sobre a captura e o comércio
de pescado oriundo da pesca profissional-artesanal e amadora, como
descrevem Catella et al. (2008c). Inicialmente, não foi previsto o registro de
informações sobre as pescarias de iscas vivas nesse Sistema. Contudo,
verificou-se que os policiais ambientais, responsáveis pela fiscalização da
pesca e coleta de dados para o SCPESCA/MS, passaram a registrar no campo
de “Observações” das Guias de Controle de Pescado (Anexo 1), informações
sobre a comercialização de iscas vivas capturadas na região. Entretanto, essas
informações ainda não haviam sido resgatadas e computadas nos boletins
anuais de pesquisa, que são publicados periodicamente pelo SCPESCA/MS.
Para este estudo, foi efetuada uma revisão das Guias expedidas em 2005, a
fim de identificar aquelas que continham informações sobre as pescarias de
iscas. Verificaram-se quais informações eram normalmente anotadas, a fim de
definir as variáveis que poderiam ser extraídas e elaborou-se uma “Ficha de
Registro de Transporte/Captura de Iscas” (Anexo 2) para recebê-las. As
variáveis obtidas foram as seguintes: número da Guia, local de vistoria - que foi
assumido como indicativo da região onde as iscas foram capturadas -, data da
vistoria, quantidade de iscas comercializadas por espécie em número de
exemplares, e cidade e Estado de destino das iscas.
Em seguida, os dados foram transferidos das Guias para as Fichas e,
posteriormente, foram digitados em um programa de estatística, impressos e
11
corrigidos, consolidando-se um banco de dados, que ficou disponível para as
análises.
De acordo com os nomes comuns declarados pelos pescadores, foram
registrados sete tipos diferentes de iscas vivas, a saber: tuvira, tuvirão,
caranguejo, mussum, jejum, cascudo e caboja. Todavia, um mesmo nome
comum pode designar mais de uma espécie como se observa na Tabela 1.
Tabela 1. Relação dos tipos de iscas comercializados no Mato Grosso do Sul
em 2005, taxa e espécie principal, SCPESCA/MS.
Tipo de Isca
Caboja
Caranguejo
Cascudo
Jejum
Mussum*
Tuvira
Tuvirão
Taxa
Família Callichthyidae
Família Trichodactylidae
Família Callichthyidae
Família Erythrinidae
Synbranchus marmoratus
Lepidosiren paradoxa
Gymnotus inaequilabiatus
Gymnotus paraguensis
Gymnotus inaequilabiatus
Espécie principal
Callichthys callichthys
Dilocharcinus paguei
Hoplosternum littorale
Erythrinus erythrinus
S. marmoratus
Gymnotus inaequilabiatus
Gymnotus inaequilabiatus
*veja no texto consideração sobre a denominação dessa isca
Vale esclarecer que a tuvira corresponde às espécies Gymnotus
inaequilabiatus e G. paraguensis, porém assumimos que o tuvirão corresponde
somente a G. inaequilabiatus, que atinge os maiores comprimentos (acima de
40 cm) na região, como descrevem Britski et al. (2007). Segundo comunicação
pessoal de R.A.Cândido Pereira, na região do Porto da Manga, rio Paraguai, a
espécie mais capturada de caranguejo é Dilocharcinus paguei , de jejum
Erythrinus erythrinus e de caboja Callichthys callichthys. Segundo Catella et al.
(2008a), Synbranchus marmoraratus e Lepidosiren paradoxa recebem,
respectivamente, os nomes comuns de “pirambóia” e “mussum” no Porto da
Manga, porém a denominação comum dessas espécies é o contrário em outras
regiões.
Na Figura 1 encontra-se o mapa da Bacia do Alto Paraguai com a localização
da drenagem principal e dos locais de vistoria da Polícia Militar Ambiental/MS,
onde se efetuou a fiscalização do pescado para o SCPESCA/MS.
12
Figura 1. Bacia do Alto Paraguai, onde estão assinalados a planície do
Pantanal, o Planalto, o rio Paraguai e a drenagem principal nos Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Brasil). Em Mato Grosso do Sul estão
demarcados os seguintes locais de vistoria de pescado da Polícia
Ambiental/MS: 1- Aquidauana; 2- Bela Vista; 3- Bonito; 4- Buraco das Piranhas;
5- Cachoeira do Apa; 6- Campo Grande; 7- Corumbá; 8- Coxim; 9- Jardim; 10Km 21; 11- Miranda; 12- Porto Murtinho; 13- Rio Negro; 14- São Gabriel
d´Oeste e 15- Taquarussu.
13
Resultados
No ano de 2005 foi preenchido um total de 382 Guias de Controle de Pescado
do SCPESCA/MS relativas ao comércio de iscas vivas na Bacia do Alto
Paraguai/MS, utilizadas para este estudo. Nessas Guias foi registrado um total
de 1.230.229 exemplares de iscas vivas. O número de iscas negociadas por
transação comercial variou entre 150 e 30.000 exemplares, como se deduz dos
registros efetuados nas Guias, sendo a média igual a 3.220,5 iscas (d.p. =
4.000,3) e a mediana igual a 2.000 iscas.
Na Figura 2 encontra-se a distribuição de freqüência do número total de iscas
registradas por Guia para até 19.999 iscas, pois em apenas três Guias houve
registros maiores. Observa-se que a classe mais abundante foi a primeira
(38%), com até 999 iscas por Guia, e que na maioria das Guias foi registrado
até 4.999 iscas, configurando uma distribuição assimétrica, com calda à direita.
Frequencia
150
100
50
0
0
5000
10000 15000
Número de iscas por GCP
20000
Figura 2. Distribuição de freqüência do número total de iscas registradas por
Guia de Controle de Pescado (GCP) para até 19.999 iscas por Guia no ano de
2005, SCPESCA/MS.
Embora o maior número de transações comerciais (115) estejam na primeira
classe (com até 999 iscas), elas representaram menos de 5% do número total
de iscas registradas em 2005, como se observa na Tabela 2. Cerca de metade
14
das transações comerciais ocorreram na faixa de 1.000 a 4.999 exemplares,
englobando mais de 1/3 do número total de iscas registradas, e 13% das
transações comerciais ocorreram na faixa de 5.000 a 9.999 exemplares,
englobando mais de ¼ do número total de iscas. Transações comerciais acima
de 10.000 iscas ocorreram em apenas 7% das Guias, mas, dado o grande
número de iscas registrado em cada Guia individualmente, elas englobaram
quase 1/3 do número total de iscas (Tabela 2).
Tabela 2. Classes de número de iscas registradas nas Guias de Controle de
Pescado, amplitude do número de iscas por conjunto de classes, número de
Guias de Controle de Pesca (Nº GCP) expedidas e número de iscas (Nº iscas)
e suas respectivas porcentagens por conjunto de classe no Mato Grosso do Sul
em 2005, SCPESCA/MS.
Classes
1
2a5
6 a 10
11 a 15
16 a 30
Total
Amplitude do nº Iscas
0 a 999
1.000 a 4.999
5.000 a 9.999
10.000 a 14.999
15.000 a 30.000
0 a 30.000
Nº GCP
115
190
50
18
9
382
%
30,10
49,73
13,08
4,71
2,35
100,00
Nº iscas
57.424
460.985
319.020
206.200
186.750
1.230.229
%
4,67
37,47
25,93
16,76
15,18
100,00
Dentre as 1.230.229 iscas vivas registradas, a tuvira (59,4%) foi a mais
comercializada, a qual, juntamente com o tuvirão (16,1%), representou ¾
desse total (Tabela 3 e Figura 3). O caranguejo (16,2%) também se destacou,
ao passo que as demais iscas reunidas representaram 8,3% do total.
O comércio de iscas vivas foi registrado em apenas cinco locais de vistoria da
Polícia Ambiental/MS, dentre os 15 instalados na Bacia do Alto Paraguai/MS, a
saber: Corumbá, Porto Murtinho, Miranda, Buraco das Piranhas (municio de
Corumbá) e Taquarussu. O posto de Corumbá exibiu o maior movimento, onde
foi computado ¾ do total de iscas registradas em 2005, como se observa na
Figura 4.
Tabela 3. Número total e porcentagem de iscas registradas por espécie, dentre
as que foram comercializadas no Mato Grosso do Sul em 2005, SCPESCA/MS.
Espécie
Tuvira
Tuvirão
Número
730.630
198.500
15
929.130
Caranguejo
Mussum
Jejum
Cascudo
Caboja
S.i.
Total
199.100
41.675
37.324
21.350
1.500
150
1.230.229
Figura 3. Porcentagem de iscas registradas por espécie no Mato Grosso do
Sul em 2005, SCPESCA/MS.
16
Figura 4. Porcentagem de iscas registradas por local de vistoria no Mato
Grosso do Sul em 2005, SCPESCA/MS.
O número de iscas comercializadas variou expressivamente ao longo do ano
de 2005. Na Tabela 4 encontra-se o número mensal e na Figura 5 a
porcentagem mensal de iscas comercializadas ao longo do ano. Observa-se
que a distribuição é bimodal, exibindo um pico maior no início (abril) e outro
menor no final do ano (agosto - outubro). Esse padrão está relacionado à
comercialização de iscas para o próprio Mato Grosso do Sul, com picos em
abril e agosto-outubro, e para os demais Estados, com pico em abril, como se
observa na Figura 6.
Quanto ao destino das iscas, a maior quantidade foi comercializada para o
próprio Mato Grosso do Sul (794.329; 64,5%), seguindo-se os estados de Mato
Grosso (251.500; 20,4%) e Paraná (126.100;10,2%), como se observa na
Figura 7.
Na Figura 8 observa-se a importância relativa das cidades de destino das iscas
vivas (porcentagem) que foram comercializadas em 2005. Os principais
destinos foram Cáceres (MT) e Coxim (MS), que juntas receberam quase 40%
do total de iscas, seguindo-se as cidades de Campo Grande e Anastácio,
ambas em Mato Grosso do Sul, que receberam juntas cerca de 27% do total.
Na Tabela 5 encontra-se o número de iscas comercializadas por município em
2005.
17
Tabela 4. Número mensal de iscas comercializadas no Mato Grosso do Sul em
2005, SCPESCA/MS.
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Total
Número
23.850
112.280
161.150
253.440
96.605
50.250
55.216
172.890
122.370
158.554
10.874
12.750
1.230.229
Figura 5. Porcentagem de iscas registradas por mês no Mato Grosso do Sul
em 2005, SCPESCA/MS.
18
Figura 6. Número de iscas comercializadas por mês, por Estado de destino no
Mato Grosso do Sul em 2005, SCPESCA/MS.
Figura 7. Porcentagem de iscas comercializadas por Estado de destino,
procedentes de Mato Grosso do Sul em 2005, SCPESCA/MS.
19
20
%
15
10
5
0
.
I
ES XIM DE CIO DA NA ICO NIA TE VA EL BA GA DIM TA NE INA CO RA OS PA S.I
ER CO RAN TA RAN AGU PR OIA HAN NA CAV UM RIN AR BVIS CO AD APE CLA RAD ARA
C
S I
G RIL RA AS OR MA J
PO UR CH A OU LC
CA
CGANA M GLL
A C C
D
DO
RB P
Cidade de destino
Figura 8. Porcentagem de iscas comercializadas por cidade de destino,
dispostas em ordem decrescente de importância, na Bacia do Alto Paraguai no
Mato Grosso do Sul em 2005, SCPESCA/MS. O nome das cidades e os
respectivos códigos encontram-se na Tabela 5.
Tabela 5. Número e porcentagem de iscas comercializadas por cidade de
destino na Bacia do Alto Paraguai no Mato Grosso do Sul em 2005,
SCPESCA/MS. Os códigos das cidades referem-se à Figura 8.
Código da Cidade
CACERES
COXIM
CGRANDE
ANASTACIO
MIRANDA
GLLAGUNA
PRICO
GOIANIA
RBRILHANTE
PARANAVAI
CASCAVEL
CORUMBA
MARINGA
JARDIM
BVISTA
POCONE
DOURADINA
CHAPECO
ACLARA
DOURADOS
LCARAPA
S.I.
Total
Cidade
Cáceres
Coxim
Campo Grande
Anastácio
Miranda
Guia Lopes da Laguna
Porto Rico
Goiânia
Rio Brilhante
Paranavaí
Cascavel
Corumbá
Maringá
Jardim
Boa Vista
Poconé
Douradina
Chapecó
Água Clara
Dourados
Laguna Caarapã
-
Estado
MT
MS
MS
MS
MS
MS
PR
GO
MS
MS
PR
MS
PR
MS
MS
MT
MS
SC
MS
MS
MS
-
Nº de Iscas
242.500
241.720
166.900
165.220
61.804
54.385
54.100
49.200
44.000
29.000
27.000
21.000
15.000
12.800
10.745
9.000
6.000
4.200
4.000
4.000
205
7.450
1.230.299
20
Na Tabela 6 observa-se a quantidade e porcentagem de iscas comercializadas
a partir de cada local de vistoria para os diferentes estados e cidades de
destino. A maior parte das iscas, oriundas de todos os locais de vistoria, foi
comercializada para o próprio Mato Grosso do Sul. Corumbá foi o local que
comercializou a maior quantidade de iscas para outros estados, incluindo Mato
Grosso, Paraná e Goiás, sendo Cáceres (MT), Coxim(MS) e Campo Grande
(MS) os principais destinos. De Porto Murtinho, seguiram iscas principalmente
para Anastácio (MS) e Guia Lopes da Laguna (MS) e pequena quantidade para
Goiânia (GO). A maior parte das iscas comercializadas em Miranda foram para
Coxim e uma pequena parte para Goiânia e Chapecó (SC). As iscas
registradas no Buraco das Piranhas e Taquarussu foram vendidas somente
dentro do próprio Estado.
As principais rotas de comércio de iscas vivas, partindo dos locais fornecedores
para as cidades de destino podem ser observadas na Figura 9 (A, B, C e D). As
iscas oriundas de Corumbá (A) seguiram destinos bastante diversos. Pouco
mais da metade ficaram no próprio Estado e o restante seguiu, sobretudo para
as cidades do norte do Paraná e para Cáceres no Mato Grosso. Embora
Miranda (B) tenha enviado iscas para Goiás e Santa Catarina, a maior parte
atendeu à demanda do próprio Estado. As iscas registradas em Porto Murtinho
(C) foram comercializadas, em sua maioria, para as cidades mais próximas e
uma leva seguiu para Goiás. As iscas oriundas do Buraco das Piranhas (D)
foram quase todas destinadas às cidades localizadas ao longo da BR 262.
21
Tabela 6. Número e porcentagem de iscas vivas comercializadas por cidade e
Estado de destino a partir dos locais de vistoria no Mato Grosso do Sul em
2005, SCPESCA/MS.
Local de Vistoria
Corumbá
Cidade
Cáceres
Coxim
Campo Grande
Anastácio
Porto Rico
Rio Brilhante
Goiânia
Miranda
Paranavaí
Cascavel
Maringá
Corumbá
Poconé
Douradina
Água Clara
Dourados
S.i.
S.i.
S.i.
Porto Murtinho
Estado
MS
MT
PR
GO
S.i.
Número
516.650
251.500
126.100
35.700
400
930.350
%
55,53
27,03
13,55
3,83
0,04
100,00
MT
MS
MS
MS
PR
MS
GO
MS
PR
PR
PR
MS
MT
MS
MS
MS
PR
MS
S.i.
242.500
183.400
147.500
91.950
54.100
37.000
35.700
32.400
29.000
27.000
15.000
10.000
9.000
6.000
4.000
4.000
1.000
400
400
930.350
26,06
19,71
15,85
9,88
5,81
3,97
3,83
3,48
3,11
2,90
1,61
1,07
0,96
0,64
0,42
0,42
0,10
0,04
0,04
100,00
-
MS
GO
S.i.
167.311
8.000
1.500
176.811
94,62
4,52
0,84
100,00
Anastácio
Guia Lopes da Laguna
Miranda
Jardim
Bela Vista
Campo Grande
Goiânia
Laguna Caarapã
S.i.
S.i.
MS
MS
MS
MS
MS
MS
GO
MS
MS
S.i.
66.150
53.511
14.500
12.800
10.745
8.250
8.000
1.500
1.150
8.000
176.811
37,41
30,26
8,20
7,23
6,07
4,66
4,52
0,84
0,65
0,11
100,00
Continua...
22
Tabela 6. Continuação...
Local de Vistoria
Miranda
-
B. das Piranhas
Taquarussu
Total
Cidade
Estado
MS
GO
SC
S.i.
Número
66.470
5.500
4.200
3.000
79.170
%
Coxim
Goiânia
Campo Grande
Chapecó
Miranda
Corumbá
S.i.
MS
GO
MS
SC
MS
MS
S.i.
58.320
5.500
5.350
4.200
1.800
1.000
3.000
79.170
73,66
6,94
6,75
5,30
3,78
2,27
1,26
100,00
-
MS
43.024
100,00
Miranda
Corumbá
Anastácio
Rio Brilhante
Campo Grande
MS
MS
MS
MS
MS
Guia Lopes da Laguna
-
MS
-
13.104
10.000
7.120
7.000
5.800
43.024
874
1.230.229
30,45
23,24
16,54
16,26
13,48
100,00
100,00
-
83,95
6,94
5,30
3,78
100,00
23
24 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
Legenda
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
A - Corumbá
Cidade
Cáceres
Coxim
Campo Grande
Anastácio
Porto Rico
Rio Brilhante
Goiânia
Miranda
Paranavaí
Cascavel
Maringá
1
2
3
4
5
B - Miranda
Cidade
Coxim
Goiânia
Campo Grande
Chapecó
Corumbá
C – Porto Murtinho
Cidade
1
Anastácio
2
Guia L. da Laguna
3
Miranda
4
Jardim
5
Bela Vista
6
Campo Grande
7
Goiânia
D – B. das Piranhas
Cidade
1
Miranda
2
Corumbá
3
Anastácio
4
Rio Brilhante
5
Campo Grande
Figura 9. Principais rotas de comércio de iscas vivas a partir dos locais de vistoria
para as cidades de destino, Mato Grosso do Sul, 2005, SCPESCA/MS. Foram
apontadas somente as cidades de destino que receberam mais de 1% das iscas
comercializadas em cada local, as quais foram numeradas em ordem decrescente
de importância por local de vistoria.
24
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
43
Discussão
Como foi mencionado anteriormente, é importante lembrar que os dados disponíveis
neste estudo foram extraídos das Guias de Controle de Pescado, onde é registrado,
principalmente, o comércio de iscas em grandes quantidades, realizado entre
municípios e entre Estados, oriundas de intermediários. A venda local de iscas
realizada pelos intermediários ou pelos pescadores autônomos, tanto no atacado
como no varejo, é feita diretamente entre as partes e não é registrada nas Guias
expedidas pela Polícia Ambiental/MS.
De acordo com o levantamento efetuado por J. Fernandes e R. A. C. Pereira (com.
pes.), existem pelo menos 212 duplas de isqueiros (424 pescadores) que trabalham
na captura de iscas vivas em 16 localidades nos municípios de Corumbá, Miranda e
Porto Murtinho na Bacia do Alto Paraguai em Mato Grosso do Sul. Catella et al.
(2008) estimaram que as duplas de pescadores do Porto da Manga no rio Paraguai
(Corumbá, MS) capturaram 189,5 iscas vivas por dia de pesca em mediana,
atuando, em média, 3,9 dias por semana na baixa temporada (março a meados de
junho) e 6,6 dias por semana na alta temporada (meados de junho a outubro) no ano
de 2007. Ponderando-se esses valores, obtém-se a média anual de 5,42 dias de
pesca por semana. Assumindo-se esses valores para a realidade dos 212 isqueiros,
estima-se uma captura total de 7.838.750 exemplares ao ano entre os meses de
março e outubro. Dessa forma, estima-se que o comércio de iscas vivas no atacado,
registrado pelo SCPESCA/MS em 2005, equivalente a 1.230.200 exemplares,
correspondeu a cerca de 16% desse total, deduzindo-se que a maior parte das iscas
vivas foi comercializada no próprio município, atendendo à demanda local.
Segundo Moraes e Espinoza (2001), na região de Corumbá a maioria dos isqueiros
(81%) comercializa a captura diretamente para intermediários; 8%, para os
pescadores esportivos e 11% para outros não especificados. O intermediário pode
ser um comerciante que possui seu próprio estabelecimento de venda para o
consumidor final na cidade, um empresário de turismo proprietário de hotelpesqueiro ou barco-hotel, ou um proprietário de barco utilizado somente para
captura de iscas. Moraes e Espinoza (2001) descrevem que os intermediários
43
44 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
organizam viagens de captura e estabelecem vínculos com grupos de isqueiros que
trabalham para eles, mas também compram a produção de isqueiros autônomos.
Com base em entrevistas, Catella et al. (2008b) verificaram que há três tipos de
compradores de iscas na região do Porto da Manga: os pescadores amadores que
atuam na região, chamados de “turistas” pelos isqueiros; o hotel local que hospeda,
sobretudo pescadores amadores; e os atravessadores ou intermediários, que são
comerciantes de outras localidades que adquirem iscas em grandes quantidades
para revender aos pescadores amadores. De acordo com Catella et al. (2008b), os
preços mais altos foram praticados na venda para os turistas, pois é um comércio a
varejo, no qual o comprador leva pequenas quantidades. Essa prática requer um
trabalho extra dos isqueiros que precisam estocar e manter as iscas em locais
apropriados. O hotel é um cliente constante e adquire quantidades maiores de iscas,
por isso paga um preço menor. Os intermediários pagam os menores preços, mas,
em compensação, compram grandes quantidades de iscas no atacado e levam a
mercadoria, o que é conveniente para os pescadores, pois ficam dispensados do
trabalho de estocagem e manutenção das iscas.
A partir da quantidade de iscas comercializadas registradas nas Guias (Tabela 2),
podem ser reconhecidos quatro tipos de transações comerciais de iscas vivas, a
saber: (i) “pequena”, até 999 iscas; (2) “média”, entre 1.000 e 4.999 iscas; (3)
“grande”, entre 5.000 e 9.999 e (4) “muito grande”, acima de 10.000 iscas. Verificouse que, embora o maior número de transações comerciais sejam pequenas, as
maiores quantidades de iscas foram comercializadas nas demais categorias.
A isca mais comercializada foi a tuvira, que juntamente com o tuvirão, respondeu por
¾ de todo o comércio. A tuvira é muito utilizada como isca viva na pesca amadora,
pois é a preferida pelas espécies de peixes consideradas nobres e muito esportivas
como os piscívoros de grande porte incluindo os grandes bagres, o dourado
(Salminus brasilienses) e até peixes onívoros como a piracanjuba (Rotta, 2004).
Segundo Moraes e Espinoza (2001), a tuvira é utilizada para capturar praticamente
qualquer espécie de peixe, exceto os onívoros pacu e piavuçu. Alem disso, possui
respiração aérea acessória que permite uma boa sobrevivência em pequenos
recipientes, constituindo uma das razões para seu amplo uso como isca viva na
pesca amadora. Ainda de acordo com Moraes e Espinoza (2001), para a captura de
44
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
45
pacu e piavuçu utiliza-se o caranguejo. O jejum e em certa medida o cascudo,
também são utilizados para capturar uma grande variedade de peixes,
principalmente pintado, dourado e jaú.
Dentre os cinco locais de vistoria, o equivalente a ¾ dos registros de comércio de
iscas vivas foram realizados em Corumbá. Nessa cidade, estruturou-se um forte
setor turístico pesqueiro com o maior número de barcos-hoteis do estado, que
requerem uma grande quantidade de iscas vivas, que são incluídas nos “pacotes de
pesca” vendidos aos pescadores amadores. Para atender a essa demanda,
estabeleceram-se na cidade comerciantes que atuam como intermediários na venda
de iscas vivas. Verificou-se que a quantidade de iscas comercializadas no próprio
Mato Grosso do Sul e para outros Estados variou ao longo do ano de 2005. Esses
resultados indicam que os intermediários passaram a comercializar também com
clientes de outras cidades e Estados, sobretudo nos períodos de menor demanda
local como no início do ano.
De acordo com Moraes e Espinoza (2001), as iscas podem ser capturadas em
qualquer época do ano, mas a principal é a vazante. Nessa época, com as águas
baixando e retomando para a calha dos rios, há maiores possibilidades de captura
de peixes em geral, inclusive iscas, de modo que nessa época o fluxo de
pescadores amadores tende a ser maior na região. Assim o aumento da procura por
iscas vivas pelos pescadores amadores coincide com as condições mais favoráveis
para sua captura (Moraes e Espinoza, 2001). Nesse sentido, a partir dos dados
obtidos entre 1994 e 2004 pelo SCPESCA/MS conforme os estudos de Catella et al.,
1996, 1998; Catella e Albuquerque, 2000a, 2000b, 2007; Campos et al., 2002 e
Albuquerque et al., 2003a, 2003b; Albuquerque e Catella, 2008, observa-se que no
Pantanal Sul ocorre um período de baixa temporada da pesca amadora de fevereiro
a junho (enchente – cheia), com menor número de pescadores em junho, e um
período de alta temporada a partir de julho (vazante – seca), com picos em setembro
e outubro. Segundo Catella (2001), vários fatores concorrem para que a maioria dos
pescadores decida agendar suas viagens para os meses de julho a outubro, sendo
alguns relacionados com as variações sazonais da região tais como o esperado
aumento do rendimento das pescarias nos meses mais secos e a diminuição das
chuvas e dos mosquitos.
45
46 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
As iscas capturadas em Mato Grosso do Sul foram comercializadas para os Estado
do Centro-Oeste e do Sul do País. Em Mato Grosso, a pesca também é uma
importante atividade econômica e social, nas modalidades profissional-artesanal,
amadora e de subsistência (Catella et al., 1997, 2008, Theodoro, 2006). Entretanto,
como a captura de iscas vivas estava proibida pela Lei Estadual de Pesca n° 7881
de 30/12/2002, a demanda local vinha sendo suprida pelos fornecedores de outros
estados. De acordo com Theodoro (2006), os comerciantes de iscas vivas de
Cáceres (MT) adquiriam o produto de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás,
realizando um investimento em função do fluxo de turistas na região. Vale destacar
que em Cáceres é realizado o maior torneio de pesca amadora embarcada do
mundo o FIP - Festival Internacional de Pesca, que foi registrado até mesmo no
Guiness Book of Records. Em Mato Grosso, onde estão as cabeceiras de alguns
dos principais rios da Bacia do Alto Paraguai, os períodos hidrológicos se antecipam
em relação às áreas de jusante. A cheia ocorre, geralmente, em fevereiro e a
vazante a partir de abril. Assim, diferentemente de Mato Grosso do Sul, o pico da
pesca amadora ocorre no primeiro semestre, justificando-se que mais de ¾ das
iscas destinadas à cidade de Cáceres foram comercializadas nos meses de abril e
maio.
Observou-se que grande quantidade das iscas foi destinada para Coxim, Campo
Grande e Anastácio em Mato Grosso do Sul. Aquelas que seguiram para Coxim e
Anastácio (cidade contígua a Aquidauana), provavelmente foram comercializadas
para intermediários que as revenderam para pescadores amadores que atuaram no
local, visto que são importantes regiões de turismo pesqueiro. Por outro lado, em
Campo Grande não há pesca. Assim, provavelmente as iscas foram comercializadas
para outros intermediários, que por sua vez as venderam para pescadores
amadores em trânsito, pois a cidade é passagem obrigatória para a maior parte
daqueles que seguem para o Pantanal. Vale acrescentar que cerca de 93% dos
pescadores amadores que atuaram na BAP em 2004 utilizaram meio de transporte
rodoviário (Albuquerque e Catella, 2008).
Na região Sul, o Paraná se destacou na aquisição de iscas. Nos trechos livres
remanescentes da Bacia do rio Paraná, além da pesca amadora e profissional,
registra-se a de subsistência. Os desembarque são baseados em grandes espécies
migradoras como dourado, piaus e grandes bagres (apud Petrere Jr. et al., 2002).
46
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
47
Nessa região, os pescadores comerciais e de subsistência utilizam diversos
aparelhos de pesca, atuando na calha do rio, lagoas e canais. Os pescadores
amadores atuam especialmente nos finais de semana e são oriundos de centros
urbanos regionais mais desenvolvidos, utilizando principalmente artefatos de pesca
baseados em anzóis (Agostinho et al., 2007), para os quais demandam iscas.
Goiás também possui uma grande demanda por iscas vivas (Rotta, 2004), visto que
se trata de um dos principais destinos dos pescadores amadores do país. Todas as
iscas seguiram para a capital, Goiânia, onde não há pesca, mas elas provavelmente
foram revendidas para pescadores em trânsito ou para outras localidades, a
exemplo do que ocorre em Campo Grande.
Reis (2004) lembra que a pesca amadora movimenta a economia de várias cidades
como Coxim e Corumbá no Mato Grosso do Sul. Os estudos de Banducci Jr. (2003)
demonstram que diversas vilas nasceram no Pantanal e muitas retomaram seu
crescimento em decorrência desse fluxo humano em busca de novas oportunidades
de emprego no turismo da pesca. Pequenas vilas nascidas com a atividade
pesqueira, como Porto da Manga e Porto Morrinho em Corumbá, são testemunhos
de que a pesca amadora é capaz de mobilizar e empregar um número significativo
de trabalhadores. Segundo Banducci Jr. (2003), há alguns anos Cáceres (MT), que
se localiza às margens do rio Paraguai, tem atraído pescadores amadores de
diversos Estados brasileiros, principalmente de Goiás, São Paulo e Minas Gerais,
fazendo do turismo da pesca uma atividade que rapidamente se consolida e se
impõe como importante setor da economia local.
Assim, a pesca e a comercialização de iscas vivas, que representa uma importante
opção de trabalho e renda para os pescadores profissionais artesanais e demais
atores associados, tende a acompanhar o ritmo da pesca amadora, constituindo, na
prática, uma parceria entre diferentes setores da pesca no Pantanal.
Conclusões
1. Por meio do SCPESCA/MS foi registrado o comércio de 1.230.229 exemplares de
iscas vivas no atacado, realizado por intermediários entre municípios e entre
47
48 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
Estados em 2005. Estimou-se que esse comércio representou no máximo 16% da
captura regional, deduzindo-se que a maior parte das iscas vivas foi comercializada
dentro do próprio município, atendendo à demanda local.
2. A partir da quantidade de iscas comercializadas registradas nas Guias de
Controle de Pescado do SCPESCA/MS foram reconhecidos quatro tipos de
transações comerciais de iscas vivas: pequena, média, grande e muito grande.
Embora o maior número de transações comerciais sejam pequenas, as maiores
quantidades de iscas foram comercializadas nas demais categorias.
3. As iscas vivas comercializadas foram tuvira, tuvirão, caranguejo, mussum, jejum,
cascudo e caboja, sendo que as duas primeiras representaram cerca de ¾ do total.
4. Ocorreu registro de comércio de iscas vivas em apenas cinco postos de vistoria
da Polícia Ambiental/MS, dentre os 15 estabelecidos na Bacia do Alto Paraguai.
Dentre esses, o equivalente a ¾ das iscas vivas comercializadas foram oriundas de
Corumbá.
5. A quantidade de iscas comercializadas variou ao longo dos meses do ano de
2005, com picos em abril e agosto - outubro. No primeiro semestre, a maior parte da
venda foi destinada para outros Estados e no segundo semestre, em decorrência do
aumento da pesca amadora no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a maior parte foi
comercializada dentro do Estado.
6. As iscas foram comercializadas para os Estado do Centro-Oeste e do Sul do País.
Os principais destinos foram Cáceres no Mato Grosso e Coxim, Campo Grande e
Anastácio no Mato Grosso do Sul.
7. A maioria das cidades de destino das iscas são importantes regiões de turismo
pesqueiro como Cáceres (MT) e Coxim (MS), mas em alguns destinos, como Campo
Grande (MS) e Gioânia (GO), não há pesca. Nesse último caso, deduziu-se que as
iscas foram comercializadas para outros intermediários, que por sua vez as
revenderam para pescadores amadores em trânsito.
8. A comercialização de iscas vivas acompanha as variações da demanda da pesca
amadora, constituindo, na prática, uma parceria entre diferentes setores da pesca no
Pantanal.
48
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
49
Agradecimentos
Ao Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP) em parceria com o Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), que contribuiu para a realização deste estudo através do
financiamento de projetos de pesquisa. A J. Fernandes, V. Spacki e R. D. Nicola,
Equipe do Programa Natureza & Pobreza da Ecoa – Ecologia e Ação, pela
concessão de recursos destinados a uma bolsa de estudos para J. M. V. da Silva.
Aos revisores da Embrapa Pantanal pela leitura crítica e sugestões e ao Prof. Dr.
José Alonso Torres Freire (UFT) pela revisão gramatical do texto.
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49
50 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
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CATELLA, A. C.; ALBUQUERQUE, F. F de; PEIXER, J.; PALMEIRA, S. da S. Sistema de
Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS – 2, 1995. Corumbá, MS:
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CATELLA, A. C; ALBUQUERQUE, S. P. Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso
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PETRERE JR. et al. 2002
ROTTA, 2004
THEODORO (2006)
50
Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
51
Anexo 1 - Guia de Controle da Pesca
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
PODER EXECUTIVO
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE
GUIA DE CONTROLE DE PESCADO
Nº 000000
Profissional
Provisória ou local
Intermunicipal
Interestadual
Pescador:
APC/RGP nº
Nº de Pescadores / Barco:
Condutor:
Veículo:
Destinatário:
Cidade/Estado:
Fornecedor:
Nota de Entrada/Fiscal nº
SIF nº
Amadora
Pescador:
Nº de Pescadores:
Destino - Cidade/Estado:
ADP nº:
Transporte:
Veículo Próprio Placa:
Ônibus
Avião
Trem
Outros
Pescado adquirido – Nota Fiscal nº:
Local de Captura (rio/pesqueiro):
Data da Pesca:
/ /
a
/ /
Discriminação
de
pescado
Observações
Espécie
Peso (kg)
Exemplar (kg)
Pintado
Cachara
Jaú
Dourado
Pacu
Barbado
Curimbatá
Jurupensém
Jurupoca
Piavuçu
Piranha
Piraputanga
Tucunaré
Outros
Total
LACRE nº (S):
LOCAL:
Autoridade
1ª Via: Pescador(es)
,
/
/
Fiscal Pescador
Condutor
2ª Via: SEMA/MS
3ª Via: C.I.P.Flo.
51
52 Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
Anexo 2 - “Ficha de Registro de Transporte/Captura de Iscas”
ND
Local
Data
Destino
Quantidade
Espécie
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Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS 10 - 2003
53
Parceiros:
53
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Comércio de Iscas Vivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul