ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 6289 DE 27 DE OUTUBRO DE 2015 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
GUIA DAS PME
HO / Reuters
Soluções
Financeiras
Onde vão as PME buscar
o seu financiamento
II Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015
G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS
Banco de Fomento garante
capital nas PME até fim do ano
Banca comercial vai operacionalizar, para já, 1,3 mil milhões para capitalizar e financiar PME.
MÓNICA SILVARES
[email protected]
“
A IFD vai
incentivar
o capital de risco
e trabalhar com
grupos de
‘business angels’
para ajudar
empresas em fase
inicial.
Horizonte 2020
A Comissão Europeia tem
16 mil milhões de euros,
nos próximos dois anos,
para financiar projectos,
de todos os países
europeus, nas áreas de
investigação e inovação,
através do programa
Horizonte 2020, que está
sob a alçada de Carlos
Moedas, comissário
português, com a pasta
da Investigação, Ciência
e Inovação.
O Horizonte 2020 tem
um orçamento de cerca
de 80 mil milhões.
Cosme
O Cosme - Programa para
a Competitividade das
empresas e PME tem
um orçamento de 2,3 mil
milhões de euros até
2020 e assenta na
disponibilização de
serviços específicos
para apoiar a
internacionalização
e inovação das empresas.
Paulo Alexandre Coelho
A meta é disponibilizar 1,3 mil milhões de euros até ao final do ano para as PME se capitalizarem e financiarem. A Instituição Financeira
do Desenvolvimento (IFD), mais conhecida
por banco de fomento, está “a trabalhar em
ritmo acelerado”, nas palavras do seu CEO,
José Fernando de Figueiredo, para que assim
seja.
Em causa estão dois fundos de fundos, com
uma dotação de 1,3 mil milhões de euros, financiados pelos Programas Operacionais Regionais do Portugal 2020 que já estão prontos
para arrancar. Concluídas as partes legislativas, é tempo agora de lançar concursos para
que as diferentes instituições bancárias acedam a estas verbas comunitárias e assim operacionalizem as linhas. A IFD é um banco
grossista e, como tal, precisa da banca comercial para fazer chegar o dinheiro às PME.
Nesta primeira fase, o processo arranca com
147 milhões de euros para o fundo de capital
que, com o ‘apport’ de entidades privadas,
permitirá lançar, ainda este ano, instrumentos de capital e quase capital de 300 milhões
de euros e garantias de dívida de 70 milhões
de euros que permitirão lançar linhas de financiamento directo com a banca comercial
na ordem dos mil milhões de euros.
Depois de esgotadas estas verbas, há mais dinheiro reservado no Portugal 2020 para instrumentos financeiros – a fatia global é de 1,7
mil milhões. Mas essa segunda fase exigirá um
novo concurso para que a IFD possa aceder ao
restante dinheiro comunitário.
Para ajudar a financiar/capitalizar as empresas nacionais, a IFD vai poder contar também
com o financiamento do Banco Europeu de
Investimento e de outros bancos congéneres,
como o alemão KfW, o espanhol Instituto de
Crédito Oficial (ICO) ou o francês Banque Publique d’Investissement (BPI). Isto significa
ter mais dinheiro disponível com taxas de juro
atractivas e prazos mais dilatados do que os
praticados no mercado nacional.
O alargamento do âmbito da actividade da IFD
vai exigir um aumento do seu capital social,
agora de 100 milhões de euros. Em relação aos
1,7 mil milhões de euros de fundos comunitários, a IFD “actua como sociedade gestora e
não usa os 100 milhões”, explicou Fernando
Figueiredo ao Diário Económico. “A prazo,
nomeadamente para suportar operações ‘on-lending’ - empréstimos que possamos ir
buscar ao mercado internacional para depois a
Outros
Programas
José Fernando de Figueiredo é o CEO da
Instituição Financeira do Desenvolvimento.
banca repassar às empresas portuguesas em
melhores condições -, o balanço passa a ser
determinante”, disse. Previsto está que “uma
parte dos subsídios reembolsáveis” dos projectos comunitários sirva para capitalizar a
IFD. “Espero que sim, porque é isso que nos
vai fazer crescer em meios, de modo a podermos dar suporte a operações de larga escala.
Neste momento, o nosso balanço e os nossos
capitais não dão para muito mais do que 300
ou 400 milhões de euros”, reconheceu o responsável.
Mas o crescimento da IFD vai passar também
por alargar a actividade das PME às empresas
com mais trabalhadores. “Estamos a pedir à
Comissão Europeia para alargar o âmbito das
empresas com menos de 249 trabalhadores
para, pelo menos, aquelas que têm 500 trabalhadores. Não faz sentido criar uma instituição que pretende apoiar empresas portuguesas de média dimensão e só poder fazer com
empresas até 249 trabalhadores”, disse ainda
o responsável do banco de fomento.
A terceira e última etapa na expansão da IFD –
que também ajudará a aumentar o capital social da instituição, mas que também carece de
autorização prévia de Bruxelas – passa pela
integração das várias instituições públicas
que oferecem soluções de financiamento às
empresas, como por exemplo a Sociedade
Portuguesa de Garantia Mútua, a PME Crescimento, a Portugal Ventures ou até mesmo a
SOFID. “Sem isso, este projecto perde metade
da lógica. Portanto, há um conjunto de instituições na área do financiamento da economia que devem ficar debaixo da mesma coordenação”, diz o CEO da instituição. “Não é
uma fusão, é fazer da IFD uma espécie de
‘holding’ para todas essas instituições. Dar-lhes coordenação, orientação estratégica e
optimizar os recursos”, conclui José Fernando de Figueiredo. ■
Plano Juncker
A Instituição Financeira
de Desenvolvimento está
a negociar um envelope
de 500 a mil milhões de
euros do Fundo Europeu
de Investimentos
Estratégicos (FEIE), mais
conhecido por Plano
Juncker. As PME também
poderão beneficiar dele
através da apresentação
de candidaturas
e de linhas de crédito
operacionalizadas
através da banca.
500
a
1000
milhões de euros
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IV Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015
G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS
Empresas que financiam
novas empresas
Novabase, DST, Critical Software e Hovione. Quatro empresas que criaram os seus
próprios fundos de capital de risco para poderem investir noutras empresas.
IRINA MARCELINO
Hernani Pereira
[email protected]
>> F E E DZ A I
Bruno Barb0sa
Paulo Marques, Nuno Sebastião
e Pedro Bizarro são os três
fundadores da Feedzai, tecnológica
de sucesso internacional
que recebeu financiamento
da Novabase.
>> L AS E R L E A P
Luis Arnaut, Carlos Serpa e Gonçalo
Sá desenvolveram a Laserleap,
empresa de Coimbra que
desenvolveu um método inovador
que substitui a injecção.
A Hovione, empresa portuguesa que
trabalha com o sector farmacêutico em
todo o mundo, foi a mais recente a entrar no ‘venture capital’, com a criação
da Hovione Capital. Gonçalo Rebelo de
Andrade, director geral, explica que a
razão que levou a Hovione a fazê-lo foi
por sentir que, apesar do papel decisivo que tem tido no desenvolvimento
de produtos inovadores e que melhoram a vida das pessoas, o contributo é,
mesmo assim, “insuficiente” se não
actuassem “ao nível da prevenção e
dos comportamentos”. Promover e
apoiar projectos na área da saúde, em
dispositivos médicos, diagnósticos e
na monitorização dos doentes e dos
seus comportamentos é, por isso, o seu
objectivo. O investimento em empresas dos sectores saúde e farmacêutico é
o preferido por serem áreas onde o conhecimento da Hovione pode ser uma
mais valia. Os projectos de desenvolvimento de novos fármacos ficam, no
entanto, de fora, por colidirem com o
‘core business’ da empresa, terem um
perfil de risco mais elevado e precisarem de mais investimento.
A fase preferida da Hovione Capital é a
inicial, como ‘seed’ e ‘early stage’, de
preferência em consórcio com um ou
mais investidores. O valor disponível é
de 5 milhões de euros, mas a Hovione
Capital quer ir até um intervalo de 20 a
30 milhões de euros. Actualmente,
todo o valor investido é da empresa
fundada pela família Villax, mas a intenção é atrair parceiros privados, institucionais e estratégicos.
Dois investimentos já foram feitos: na
LaserLeap, incubada no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra e na Performetric, da Start-Up Braga, um “projecto extraordinário” que, partindo da
escala de fadiga mental usada desde
1952 pela Força Aérea dos EUA, desenvolveu um sistema não invasivo para
monitorizar a fadiga mental que poderá contribuir para a redução das baixas
e das doenças relacionadas com o desgaste intelectual e com o stress.
Para aceder ao financiamento da Hovione Capital, Gonçalo Rebelo de Andrade destaca que estão “sempre mui-
to activos” nos programas de aceleração como o Building Global Innovators, o CoHiTec e a StartUp Braga. Em
alternativa, pode-se ligar ou escrever
para marcar uma reunião ou ir a hovionecapital.com.
Mais focada nas novas tecnologias está
a Novabase Capital, constituída em
1993 para “apoiar os novos visionários
portugueses na criação e crescimento
das suas empresas de base tecnológica”, afirma Maria Gil, administradora
delegada.
A Novabase Capital é responsável pela
gestão de dois fundos, o FCR Novabase
Capital, com 7,14 milhões de euros em
parceria com o IAPMEI, e o FCR Novabase Capital Inovação e Internacionalização, com 11,36 milhões de euros em
parceria com o Compete e o PorLisboa.
O contributo da Novabase às participadas também vai além do financiamento. As competências e a experiência são postas ao dispor. Além disso, a
Novabase Capital selecciona um responsável da área de negócio mais relacionada com a Novabase para integrar
a administração da financiada. A tecnológica portuguesa pode também ser
ser um potencial parceiro comercial,
apoiar o seu desenvolvimento e investigação ou, ainda, tornar-se sua cliente. Maria Gil destaca ainda a ajuda que
pode ser dada por exemplo na identificação de espaço, de prestadores de
serviços, de parceiros e investidores,
em áreas como a promoção e divulgação aos media ou, ainda na preparação
de ‘pitches’ [apresentações rápidas a
potenciais investidores].
A grande maioria dos investimentos
feitos pela Novabase Capital enquadra-se na fase de ‘seed’ e de Série A, ou
seja, em estágios iniciais de desenvolvimento, porque “nestes contextos, a
capacidade de intervenção pode ser
mais disruptiva”, justifica Maria Gil.
Mas a carteira de investimento é composta por 10 participadas com diferentes maturidades. A Feedzai foi uma das
empresas onde investiu, em 2011. Outro caso é a Wizdee, participada desde
2014, cuja tecnologia alia a linguagem
natural ao ‘business intelligence’.
Para conseguir financiamento, além
de poder apresentar-se aos eventos e
iniciativas de empreendedorismo em
Portugal, o site, novabasecapital.pt
também é uma boa forma de submeter
potenciais ideias.
DST avança com novo fundo
Com uma visão que vai além das tecnologias, o grupo dst, com história no
sector da construção, decidiu criar em
2007 a 2bpartner, sociedade de capital
de risco. Fê-lo com o objectivo de potenciar oportunidades de investimento em áreas diferentes da sua. As empresas em que tem investido até agora
vêm das tecnologias, da indústria e da
energia, sendo as fases ‘seed’ e ‘early
stage’ as preferidas. Foram nove os
projectos que o Mii já apoiou: a Sphere
Ultrafast Photonics, a ARPublisher,
Formula d’Avó, AddVolt, Biomode,
Mobiqueu, Wiseconnect, Topdocs e a
Wattis.
O capital da sociedade é maioritariamente detido pelo grupo dst mas inclui
outros privados. O fundo Minho Inovação e Internacionalização (Mii), que a
2bpartner gere, tem capital do grupo
dst, do Grupo PKM, da própria
2bpartner e do Finova - Fundo de Apoio
ao Financiamento à Inovação. O capital
do fundo é de 4 milhões de euros.
João Negrais de Matos, Chairman &
CEO da 2bpartner e administrador
grupo dst, garante que “o investimento realizado nos projectos não se esgota no mero suporte financeiro”. O
apoio à gestão prestado pela 2bpartner
envolve a participação de quadros do
grupo dst na gestão das participadas,
“aportando competências únicas de
gestão” e potenciando sinergias e experiências.
As candidaturas podem chegar às suas
mãos através da www.2bpartner.com
ou de contacto directo.
Em estudo está a criação de uma ‘Corporate Venture Capital’ para seleccionar e apoiar projectos com potencial
nas áreas de actuação da dst, a engenharia e construção, as energias renováveis, o ambiente e as telecomunicações. ■
Terça-feira 27 Outubro 2015 Diário Económico V
Para conseguir financiamento
1 Equipa: “Um modelo de negócio bem pensado,
uma estratégia de go2market sólida, uma tecnologia
diferenciadora, são importantes e necessários”,
considera João Carreiras, da Critical. Mas “no final
do dia, a energia, a motivação, a paixão, a atitude
e a empatia criada com a equipa vai ser determinante”.
2
Características únicas: Capacidade de produção
de um produto / serviço de características únicas
e inovadoras; de exportação; ser conduzido por uma
equipa coesa, com experiência e forte determinação;
fazer prova de conceito; demonstrar a viabilidade
económico-financeira e dominar os passos para a atingir.
São estas as características que um projecto deve ter
para obter financiamento da 2bpartner, da dst.
3
Resiliência: Para conseguir financiamento,
a motivação, resiliência, rapidez e capacidade de ouvir
são características fundamentais numa equipa, defende
a Hovione Capital. A existência de uma patente ou de
um pedido provisório de patente também, assim como
a dimensão do mercado que pretendem atingir a sua
internacionalização.
4 Tecnológicas: Para a Novabase, o projecto deve
enquadrar-se nas suas áreas preferenciais de
investimento. Deve ter uma equipa sólida onde haja
equilíbrio entre competências técnicas e de gestão. Além
disso, deve estar assente numa tecnologia inovadora e
de difícil replicação e que seja uma necessidade válida
num mercado de elevada dimensão. A estratégia para
endereçar o mercado (“go-to-market”) deve ainda ser
muito bem formulada.
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‘Spin offs’ foram apoiadas
pela Critical Software
Grande parte das empresas financiadas pela Critical
Ventures nasceu dentro da própria Critical. A Watchful
Software é uma delas. Tal como outras empresas que
têm hoje o capital da Critical Ventures, é uma ‘spin off’
da empresa que nasceu em Coimbra. “Tendo uma relação umbilical, houve transferencia de ‘know how’, o
que não seria possível com outro tipo de fundo”, conta
Rui Melo Biscaia, que está hoje à frente da Watchful
Software e que antes dirigia o marketing da Critical
Software. A empresa, que entretanto mudou a sua sede
para os Estados Unidos mas mantém o desenvolvimento
dos produtos em Portugal, já recebeu outro financiamento de um ‘venture capital’, desta vez americano, o
Hudson Fairfax.
“A determinado momento no nosso percurso percebemos que tínhamos incubado ideias e tecnologias no seio
da Critical Software (a nossa primeira empresa e a empresa pilar do grupo) que eram suficientemente distintas da actividade principal da empresa e estavam num
nível de maturidade tal que deveriam seguir um caminho próprio e com autonomia em termos de equipas,
canais, financiamento”, explica João Carreira.
Até hoje, a Critical Ventures investiu em sete empresas:
Critical Manufacturing, Coimbra Genomics, Critical
Materials, Oncaring, Critical Links, Watchful Software
e Critical Health. Mas se algumas das financiadas surgiram no seio da própria Critical, outras foram trazidas
por empreendedores externos “com imenso talento que
viam na Critical um parceiro com a experiência, o arrojo
e a credibilidade para se associarem”.
O investimento da Critical Ventures tem sido feito em
áreas “onde existam sinergias com o Grupo Critical, e
com os mercados, sectores e geografías” onde opera.
Mas o que fica à disposição das empresas participadas não
é só o dinheiro. “O que nos coloca numa posição única” é,
defende João Carreiras, permitir “o acesso a talento de
engenharia e tecnologia de software, acesso a canais de
distribuição, acesso a mercados e a clientes, acesso a talento de gestão e vendas do Grupo Critical”. De referir
que 80% da facturação do grupo de Coimbra já é feita a
nível mundial, tendo clientes em mais de 40 países.
O primeiro fundo da Critical Ventures, de 7 milhões de
euros, e que contava com alguns parceiros financeiros
como a Caixa Capital, Montepio, Finova e Portugal Ventures, está esgotado, mas a empresa está a preparar o
lançamento do segundo, o Critical Ventures II, ainda
sem data definida.
Para obter financiamento do segundo fundo da Critical,
basta um contacto através de www.critical-ventures.com.■ I.M.
VI Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015
G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS
Banca aposta
no capital de risco
para capitalizar PME
Além de aumentar os capitais próprios, o capital de
risco permite a partilha de riscos e decisões na gestão.
RAQUEL CARVALHO
lidez financeira de empresas viáveis que
Um dos problemas das PME nacionais é
prosseguindo modelos de negócios bem
a sua descapitalização. A nível europeu,
sucedidos têm potencial de crescimento
as empresas portuguesas são das piores
e desenvolvimento”. O ex-presidente
nessa matéria e uma das formas mais
da AICEP sublinha que “a grande
eficazes para combater essa queschave do crescimento da ecotão pode passar pelo capital de
nomia está na capitalização
risco. O próprio Instituto Fidas empresas” e que “parceinanceiro do Desenvolvimento,
ros institucionais são essenou banco de fomento, vai inciais para ajudar nos procescentivar o capital de risco,
sos de industrialização, intrabalhando em conjunto
ternacionalização e inovacom ‘business angels’ e tenPEDRO REIS
ção”. Para tal, a BCP Capital
do como objectivo melhorar
CEO da BCP Capital
está numa fase intensa de
a situação financeira de 15 a
investimentos, que decorre20 mil empresas.
A grande chave
rão até Junho de 2017. A doSão cada vez mais as empredo crescimento
tação actual é de 68 milhões
sas que recorrem a este tipo
da economia está
de euros, mas espera invesde solução financeira. Nuno
na capitalização
tir 120 milhões no final do
Gaioso Ribeiro, presidente da
das empresas.
período,
ambicionando
Associação Portuguesa de
apoiar 20 empresas.
Capital de Risco (APCRI), exPara já, o fundo concluiu
plica a crescente procura
três investimentos nos sectores dos
com a “desalavancagem do sistema fitransportes, dos têxteis e nos brinquenanceiro, que tem reduzido o crédito e
dos.
levado empreendedores a procurarem
Outra sociedade de capital de risco basalternativas de financiamento”, e com a
tante activa é a Caixa Capital, que
compreensão por parte dos emapoia de ‘startups’ tecnológicas
preendedores das vantagens de
a empresas em expansão, ao
“desenvolver projectos com
nível dos milhões de euros por
mais capital próprio e com
ano.
uma maior partilha de risco e
Stephan Morais, director
decisões”. Grande parte dos
executivo, fala de uma cresinvestimentos é feito nas facente procura, devido “à neses iniciais da actividade,
STEPHAN MORAIS
cessidade das empresas se
mas é investido mais dinheiDirector executivo
capitalizarem”, e frisa que o
ro “tipicamente nas fases de
da Caixa Capital
capital de risco, ”com os
expansão da actividade”. Em
parceiros certos, pode fortaqualquer uma das fases, o
Com os parceiros
lecer significativamente a
objectivo é o aumento da licertos, o capital
empresa e acelerar o seu
quidez, reforço da estrutura
de risco pode
crescimento”, além de perde capital e suporte ao profortalecer
mitir “uma partilha de decicesso estratégico e decisório,
uma PME
sões”.
“melhorando a qualidade da
e acelerar
Com seis projectos já apoiagestão”, diz.
O mesmo enfatizou ao Diário o seu crescimento. dos, a Agrocapital, do Grupo
Crédito Agrícola, é a única
Económico Pedro Reis, CEO
sociedade de capital de risco
da BCP Capital. Através do
vocacionada exclusivamente para o
Millennium Fundo de Capitalização, a
agronegócio através do fundo FCR
sociedade de capital de risco do MillenAgrocapital 1, que no último ano de acnium bcp está focada no “reforço da so-
“
“
Simon Dawson/Bloomberg
[email protected]
Financiamento de empresas que actuam
em Angola são garantidas por algumas linhas
de crédito.
Linhas de crédito
p a ra a p o i a r e m p r e s a s
As soluções que os
bancos disponibilizam
A PME Investimentos tem sob gestão
várias linhas de crédito. São elas:
a Linha PME Crescimento 2015,
com uma dotação global de 1.400
milhões de euros, a linha de apoio
à revitalização empresarial, com
dotação de 50 milhões, a Linha
Comércio Investe, com um total
de 25 milhões, a linha para empresas
que estão em Angola, com uma
dotação de 500 milhões e a linha
Mezzanine Financing IFD 2015, com
uma dotação global de 100 milhões
de euros. Estas linhas podem sempre
ser celebradas com Garantia Mútua.
O Crédito Agrícola tem o CA Tesouraria,
a linha de crédito energias renováveis
e a CA Empresas Premium. O Santander
tem a linha de adiantamento de
reembolsos do IVA, a linha às empresas
de turismo e o Santander Advance,
na área de tesouraria e investimento.
O millenniumbcp tem a Millennium
Encomenda para financiar o ciclo
de exploração das empresas, soluções
de ‘factoring’ e ‘confirming’, além de
gabinetes de apoio específico às PME. O
O Novo Banco tem a Unidade de Apoio
ao Investimento e a ferramenta Express
Bill para apoio do fundo de maneio.
tividade atingiu um milhão de euros de
investimento. A procura tem sido, aliás,
crescente, revela Luis Lagarto, administrador. O responsável reforça a ideia
que as PME têm consciência que “o capital de risco aumenta os capitais próprios e dá acesso a um parceiro de negócio com conhecimento sectorial”.
Recente no mercado é a Montepio Capital de Risco, constituída em 2014, mas
autorizada pela CMVM no primeiro semestre de 2015. Pedro Nunes Coelho, director, adianta estarem a ser “analisadas oportunidades de investimento,
num total de 25 milhões de euros disponíveis”. ■
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VIII Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015
G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS
Congresso debate
financiamento a PME
Nova linha
para PME
em Angola
!
ideia chave
Financiamento
Os financiamentos
obtidos pelas
empresas junto dos
bancos caíram cerca
de 12 mil milhões de
euros em 2014, com
o capital próprio a
cair quatro mil
milhões de euros, de
acordo com dados
revelados pelo Banco
de Portugal.
Financiamento à economia vai estar em debate
a 5 de Novembro em Lisboa.
Paulo Figueiredo
30%
Vales Portugal 2020
com falta de verbas
rão debatidos temas como a inovação, o
empreendedorismo, a internacionalização e a exportação, e onde será possível
aos participantes interagirem com os
oradores convidados, como Paulo Varela,
presidente da Câmara do Comércio e Indústria Portugal-Angola, João Vasconcelos, presidente da StartUp Lisboa, e
Tim Vieira, investidor privado no programa Shark Thank, entre outros.
Como complemento, haverá uma sessão
de ‘mentoring’, durante o almoço com o
economista Daniel Bessa.
Nos dois painéis estarão personalidades
reconhecidas da economia do país, entre
elas, António Saraiva, presidente da CIP,
Vasco de Mello, CEO do Grupo José de
Mello, Luis Laginha de Sousa, CEO da
Euronext, Luis Mira Amaral, CEO do
Banco BIG, Miguel Frasquilho, presidente do AICEP e José Fernando Figueiredo,
CEO da Instituição Financeira de Desenvolvimento, entre outros. ■ R.C.
Objectivo é diminuir risco
na concessão de
microempréstimos.
Yves Herman / Reuters
No âmbito do programa Portugal 2020 foram criados vales de
internacionalização, vales investigação e desenvolvimento, e
vales de empreendedorismo e inovação, mas estes últimos estarão parados por esgotamento das verbas, ainda durante a primeira fase dos concursos.
No site do Portugal 2020, autoridades de gestão dos programas
operacionais avisaram do cancelamento dos vales juntificando-o com um elevado número de candidaturas apresentadas,
no total cinco mil, o que, explicam, se justifica com o processo
simplificado de candidatura e com o facto destes vales garantirem um apoio a fundo perdido até 75% do investimento, com
tecto máximo de 20 mil euros.
No aviso é ainda esclarecido que a suspensão imediata das candidaturas permite “assegurar as melhores condições para que
as candidaturas entradas sejam analisadas de forma eficaz e eficiente”.
Sem data prevista, é referido que “os instrumentos estarão novamente disponíveis após reapreciação dos procedimentos associados de forma a garantir uma maior agilização tendo em
conta a expectativa de procura associada”. ■ R.C.
CE cria garantia
para microcrédito
Candidaturas foram
suspensas.
Simon Dawson/Bloomberg
Com um ‘plafond’ de 500 milhões de euros, a Linha de Crédito para Empresas
Portuguesas Internacionalizadas em Angola entrou em vigor dia 8 de Maio e é a
mais recente linha de apoio comunitária
pensada para PME.
O objectivo é apoiar as empresas que exportam ou que se internacionalizaram
para Angola e que enfrentam actualmente,
constrangimentos na da operação
transferência do res- pode servir
pectivo contravalor para liquidar
dívidas à
para fora do país.
segurança
No fundo, a linha vai fa- social e à
cilitar o acesso ao cré- administração
dito a estas empresas, fiscal.
bastando que comprovem, à data da contratação e/ou utilização do financiamento a existência de depósitos bancários em instituições de crédito angolanas à sua ordem ou passíveis
de serem consignadas em seu favor.
O dinheiro será aloucado para operações
de financiamento destinadas a fundo de
maneio. Excepcionalmente, até 30% da
operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas contraídas junto do sistema
financeiro nos três meses anteriores à
data da contratação, destinadas, em exclusivo à regularização de dívidas em
atraso à administração fiscal e segurança
social.
As operações de crédito beneficiam de
uma garantia autónoma, prestada pelas
sociedades de garantia mútua, destinada
a garantir até 80% do capital em dívida
em cada momento. ■ R.C.
É já no próximo dia 5 de Novembro que o
Auditório da Reitoria da Universidade
Nova de Lisboa vai ser palco do I Congresso ConnectYourFuture que terá
como tema central “A banca, a indústria
e o meio internacional”.
Em debate estarão o financiamento da
economia portuguesa, nomeadamente
das PME, através da estrutura bolsista,
no contexto económico actual e a competitividade portuguesa nos mercados
internacionais.
O congresso pretende fomentar o
‘networking’ entre empresários e gestores para fazer crescer relações e aumentar a confiança entre pares no mundo dos
negócios e apresenta-se num formato
que se quer inovador, facilitando a troca
de ideias e uma grande proximidade entre oradores e participantes. Para tal,
além de dois painéis distintos, haverá um
debate aberto e três sessões paralelas, intituladas ‘Exclusive Meetings’, onde se-
A Comissão Europeia anunciou na semana passada ter feito
contratos com instituições de crédito em seis países, onde não
está incluído Portugal, para que os mesmos possam ter acesso a
uma garantia total de 17 milhões de euros. A ideia é contribuir
para a diminuição do risco de conceder microempréstimos, cujos valores variam entre dois mil e 25 mil euros.
Esta não é uma iniciativa única, uma vez que a Comissão está
apostada em contornar a contracção que o crédito tradicional
sofreu na sequência do arrefecimento económico e das dificuldades sentidas na banca naqueles países.
Contas feitas, os 17 milhões de garantias deverão dar origem a
empréstimos no valor total de 237 milhões de euros, que serão
injectados em cerca de 20 mil microempresas. Até 2020, o objectivo é alocar 96 milhões de euros para este tipo de garantias,
um montante com o qual a Comissão espera gerar 500 milhões
de euros de microempréstimos.
Irlanda, França, Espanha, Itália, Holanda e Roménia são os países contemplados com esta medida que privilegia quem quer
começar ou desenvolver microempresas, em particular quem
tem dificuldades em entrar no mercado de trabalho. ■ R.C.
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