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ISSN - 2317-1871 | VOL 01 – 1º Semestre – JAN – JUN 2012
MEMORIAL: MAIS UM POUCO DE LITERATURA E HISTÓRIA
Eliane Maria de Oliveira Giacon1
Giane Maria Giacon2
Resumo: O artigo pretende discutir um romance da Literatura Portuguesa sob o enfoque historiográfico.
A narrativa faz uma releitura de um momento histórico: a construção de um convento em Portugal. A
princípio o estudo focaliza o novo romance histórico, pós- modernidade e a prosa de José Saramago. E
por fim o mesmo romance também pode ser lido como metáfora da reconstrução de Portugal após o
Salazarismo.
Palavras-chave: Saramago; Literatura; História
Abstract: The articleis intended to discuss a novel Portuguese Literature under the historiographical
approach. The narrative makes a re-reading of a historic moment: the construction of a convent in
Portugal. At first the study focuses on the new historical novel, Postmodernism and the prose of José
Saramago. And finally the same romance also can be read as a metaphor for the reconstruction of
Portugal after the “Salazarismo”.
Key-words: Saramago; Literature; History.
Introdução
A denominação de novo romance histórico surge na crítica hispano-americana,
quando o romance histórico começa a aparecer com um novo formato. A data mais antiga do
aparecimento dessa tipologia ocorre, no final dos anos 1940. Contudo será nos anos de 1970
quando proliferam as publicações como mostra muito bem Seymour Menton (1993) no livro
que dedica ao assunto.
1
Professora da UEMS( Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UUCG). Doutora em Literatura
2
Professora da Rede Pública de Mato Grosso do Sul. Mestranda Em História.
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Fernando Aínsa (1991) e Seymour Menton (1993), atentos ao fenômeno relativo
ao romance histórico, realizam uma série de estudos sobre o desenvolvimento desse
subgênero analisando algumas obras que marcam a ruptura com o romance histórico
tradicional. Um artigo de Aínsa (1991) intitulado“La nueva histórica latinoamericana”,
preocupa-se em definir o novo romance histórico analisando o seu boom nos anos 80 e
finaliza apontando como característica mais importante do subgênero “[... ] Buscar entre las
ruínas de una historia desmantelada al individuo perdido detrás de losacontecimientos,
descubrir y ensalzar al ser humano ensudimensión más autentica, aunqueparezca inventado,
aunqueen definitiva losea” (AÍNSA, 1991, p. 85).
O texto citado restringe-se, no entanto, a estudar o fenômeno dentro das literaturas
hispano-americanas. O livro de Seymour Menton, lanueva novela histórica de la américa
latina -1949-1992, o mais completo ensaio publicado sobre o assunto até o momento,aborda
as origens e o desenvolvimento do novo romance histórico na América Latina. O autor
levanta várias possibilidades para o sucesso editorial desse subgênero, contudo consideraque
[...] Es imposible atribuir la proliferación de todo el subgénero a una sola
causa específica o aún a una serie de causas específicas.[…] A mi juicio, el
factor más importante en estimular la creación y la publicación de tantas
novelas históricas en los tres últimos lustros ha sido la aproximación del
quinto centenario del descubrimiento de américa (MENTON, 1993, p. 48)
A comemoração do quinto centenário do descobrimento da América teria feito
com que os escritores hispano-americanos produzissem obras, cujos enredos dessacralizam a
historiografia oficial procurando nesse exercício expurgar os estigmas que a colonização
europeia impôs aos povos americanos e assim recuperar as vozes silenciadas nesses 500 anos
desde o descobrimento.
Observa-se que Menton considera o novo romance histórico como um subgênero
e atribui seu boom, entre outros fatores, ao aniversário de 500 anos da América. Há, no
entanto, outras denominações possíveis para esse tipo de romance como "romances de fundo
histórico", "romances históricos menos tradicionais" e "metaficção historiográfica". Segundo
Linda Hutcheon (1991, p.152) “[...] A metaficção historiográfica se aproveita das verdades e
mentiras do registro histórico [...]”. E o romance passa a ser, como o aponta Heloisa Costa
Milton (1995), um leitor privilegiado que aproveita o que a história lhe oferece, a fim criar
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com os recursos da linguagem um texto que ironiza detalhes ou dados históricos, ressaltando
as falhas propositais ou não da história.
Não só os latinos tinham uma história a ser relida nos anos de1980, pois países
como Portugal e Espanha, também após passarem por décadas de ditadura militar e no caso
específico de Portugal, havia o que se poderia de chamar de Revitalização pós 1975, na qual
os escritores tomam para sai e para a literatura uma tarefa um tanto difícil, que não só se
constitui numa leitura do passado como também uma leitura da identidade portuguesa
perdida, sepultada na história com Dom Sebastião, que de alguma forma, diferencia da latina,
pois a última tinha um denominador comum: a colonização predatória europeia. A primeira
por sua vez não tem um denominador comum, mas sim um senso de orfandade, que o novo
romance histórico, na voz de Saramago contextualiza por uma linguagem diferenciada, cuja
regra se instala no meio do caos, que aos poucos faz com que o texto seja um espaço
conspiratório entre a História e a Literatura, dessacralizando o leitor, no caso o português, que
depois das grandes navegações, resumiu-se a mais um povo ibero, igual ao que fora na Idade
Média.
O Convento em memória
O gênero novo romance histórico cultivado por Saramago em Memorial do
convento (1982) de José Saramago aponta em defesa dos fracos e oprimidos numa profissão
de fé, na qual a literatura deixa de ser subjetiva para ser objetiva, porque esta história se
assemelha a um modo como os críticos se referem aos romances em que há problematização
das relações atuais entre história e ficção, estão presentes até hoje nas melhores famílias.
Porém Saramago constrói uma narrativa densa e complexa, com contínuas e diversas
possibilidades de ação e sentido além das características da literatura contemporânea
representadas pela fusão de ontem e hoje que narra à história de miséria dos pobres em
contraste com a opulência dos ricos, revelando as contradições de uma organização social em
crise.
Nesta obra José Saramago, narra o período da construção de um enorme convento
em Mafra, em cumprimento da promessa feita pelo rei D. João V, tem também a construção
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de uma máquina voadora “a passarola’, que é uma obra de arte de padre Bartolomeu
Lourenço de Gusmão, este sempre com total descrição em sua construção, ou seja, sempre
com receio de que a inquisição fosse lhes acusar por heresia no que lhe diz respeito ao santo
ofício, logo padre tem a ajuda do casal Baltasar (sete-sóis) e Blimunda (sete-luas).
Uma das características mais importantes neste romance é a recriação do passado,
como: a referência pormenorizada, no que se refere aos vestuários das personagens; a
linguagem das personagens, a descrição do espaço físico, e a fronteira entre a história e a
ficção de duas famílias completamente distintas, onde de um lado estão o rei, rainha, príncipes
e princesas, infantas e infantes e do outro lado esta uma família muito humilde, simples e
religiosa que trabalham no campo e
na construção do convento em Mafra.
Portanto,
Saramago, não se vê como um escritor histórico, mas antes como um autor de uma história na
história.
Memorial : um novo romance histórico
Saramago como boa parte dos romancistas não gosta muito de ver seu nome
vinculado a prosadores do novo romance histórico, visto que a sua tentativa, na maioria das
vezes, quando da composição dos romances, não era de modo algum criar uma revisão
historiográfica. Contudo cada homem só pode viver o seu tempo; e o tempo histórico de
Saramago como outros escritores que migram da modernidade para a pós-modernidade
encontram um momento histórico, no qual voltar-se sobre o material histórico como é o caso
do italiano Umberto Eco em O nome da rosa; do brasileiro João Ubaldo Ribeiro em Viva o
povo brasileiro e do português José Saramago em Memorial do Convento, requer uma
engajamento social e literário, que mesmo não assumindo, eles antenados com o momento
histórico, produzem e reproduzem um estilo, que trabalha a pós-modernidade pela viagem a
um passado, que retoma o formato do romance histórico do século XX pela via da criação
estética, pois os três livros citados, a princípio parecem um modelo de inovação, na forma de
escrever e no estilo do gênero romance.
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O romance da obra de José Saramago apresenta como elemento fundamental o
conceito de ficção. Onde estão presentes em Memorial do convento interações com a tradição
narrativa do passado, apresentado no fragmento abaixo:
[...] reconstrução imaginativa, ou a sistematização intelectual, conforme o
modelo que se melhor adapte ao leitor é o núcleo do repensar pós-moderno
sobre os problemas relativos a maneira como podemos, e raramente
conseguimos ter conhecimento a respeito do passado. (HUTCHEON, 1991, p.
126).
Segundo José Saramago, em se referindo ao Memorial do convento, este é um
romance ambientado no século XVII e que retoma a construção de um gigantesco convento
em Mafra, onde Saramago afirma que a obra é uma reconstrução histórica a partir da ficção
literária, porque toda a narração está fundamentada no passado para compreender o presente.
O enredo desenvolve-se como uma forma de comunicação do pensamento em
movimento contínuo tentando dar conta do movimento da realidade, por meio de sucessivas
superações, que possibilitam uma nova síntese. Saramago é um grande inovador da prosa
portuguesa, com seus parágrafos caudalosos, sua pontuação peculiar, as falas inseridas em
meio à narração, sem o recurso dos dois-pontos e do travessão, rompendo a estrutura
tradicional do discurso direto. O diálogo abaixo exemplifica a afirmativa:
[...] E o convento, vai ser coisa grande, perguntara Baltasar ao cunhado, e este
respondeu, primeiro falou-se em treze frades, depois subiu para quarenta,
agora já andam os franciscanos da albergaria e da capela do espírito santo a
dizer hão de ser oitenta, vai cair aí o poder do mundo, rematou
Baltasar[...](SARAMAGO, 2000, p. 107).
Pode-se afirmar, por isso, que o romance de Saramago é uma prolongada
discussão acerca das relações possíveis entre a representação da realidade pela linguagem da
narrativa e as inserções operadas pela imaginação ficcional. O próprio Saramago, na posição
de narrador de memorial do convento, explica sua opção pela recuperação da imaginação na
escrita. O autor argumenta que:
Em romances como esse, a problematização da natureza do conhecimento
histórico se volta a necessidade e para o risco de distinguir entre a ficção e a
história como gêneros narrativos. Essa problematização também tem ocupado
o primeiro plano em grande parte da teoria literária contemporânea e da
filosofia da história, de Hayden White a Paul Veyne. (HUTCHEON, 1991, p.
148).
O romance de José Saramago “memorial do convento”,como já dito várias vezes é
uma história de ficção, onde a personagem Blimunda de Jesus a sete-luas, recebe este nome
por ter o poder de ver as pessoas, objetos e muitas outras coisas “por dentro”, ou seja, as
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escuras como dizia o padre Bartolomeu, e Baltasar sete-sóis via as claras, e por dizer que
tinha chegado quase perto do sol, é uma história muito interessante, onde o leitor busca cada
vez mais a busca de querer saber sobre a construção do convento em Mafra e na construção da
“passarola”, que é uma das artes mais importante do romance de Saramago.
Nesse sentido:
Esse romance (sendo de boa parte da metaficção historiográfica) colocou em
ação aquilo que foi afirmado por grande parte da teoria recente: por meio de
sua intertextualidade, ele sugere que o conhecimento é produzido de forma
discursiva. (HUTCHEON, 1991, p. 122).
Em Memorial do convento, a história mostra a realidade do passado e do mundo
atual, Saramago nos mostra a realidade do passado de Portugal que é produzido por meio de
um discurso literário minucioso, sem poupar o leitor de detalhes sórdidos, como os cheiros, as
secreções e os parasitas do leito dos monarcas portugueses e por outro lado a simplicidade da
família de Baltasar em Mafra, com a construção do convento onde todos trabalham com
muito esforço para ganhar o pão de cada dia. Até mesmo Baltazar sem a mão esquerda
somente com um gancho de ferro, consegue trabalhar arduamente para a realização da
construção do convento.
No novo romance histórico, há uma subversão dos conceitos que se questionam
do passado. Na concepção atual da questão, a literatura tem como função desmistificar a
história para descobrir uma versão mais justa dos fatos. O rei e rainha, considerados até hoje
como pessoas ricas diante da sociedade, pois fazem parte da família real, até mesmo eles
dentro de todo o luxo, com cama e colchão das melhores qualidades que possa existir, ali
tinha as pulgas e percevejos que tirava o sossego do rei e da rainha no seu cantinho dos
prazeres e do amor, logo veremos que coisas horríveis também acontecem em casa de ricos,
como em casas pobres onde as camas são feitas de fórmica e os colchões dos mais baratos
possível.
Assim:
Quando a cama aqui foi posta e armada ainda não havia percevejos nela, tão
nova era, mas depois, com o uso, o calor dos corpos, as migrações no interior
do palácio, ou da cidade para dentro, donde este bichedo vem é que não se
sabe, e sendo tão rica de matéria e adorno não se lhe pode aproximar um trapo
a arder para queimar o enxame, não há mais remédio, ainda não o sendo, que
pagar a santo Aleixo cinqüenta réis por ano, a ver se livra a rainha e a nós
todos da praga e da coceira. Em noite que vem el-rei, os percevejos começam
a atormentar mais tarde por via da agitação dos colchões, são bichos que
gostam de sossego e gente adormecida. Lá na cama do rei estão outros à
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espera do seu quinhão de sangue, que não acham nem pior nem melhor que o
restante da cidade, azul ou natural. (SARAMAGO, 2000, p. 16).
Para a construção do convento de Mafra, teria que buscar uma enorme pedra em
um lugar muito distante, que seria de pêro pinheiro até Portugal em Mafra, onde levaria oito
dias para o transporte de tal pedra, e assim saíram os homens, tais como: Baltasar, José
pequeno, Francisco Marques, Manoel Milho, enfim muitos outros, e todos os amigos de
Baltazar, até que um dia no caminho morre Francisco Marques debaixo do carro, sendo
esmagado com o peso total da pedra que levava para a construção do convento.
Tiraram Francisco Marques de debaixo do carro. A roda passara-lhe sobre o
ventre, feito numa pasta de vísceras e ossos, por um pouco se lhe separavam as
pernas do tronco, falamos da sua perna esquerda e da sua perna direita, que da
outra, a tal do meio, a inquieta, aquela por amor da qual fez Francisco marques
tantas caminhadas, dessa não há sinal, nem vestígio, nem um simples farrapito
trouxeram um esquife, puseram-lhe o corpo em cima, enrolado numa manta
que ficou logo empapada em sangue, dois homens pegaram aos varais, outros
dois para revezamento os acompanharam, os quatro para dizer á viúva,
trazemos aqui o seu homem, vão declará-lo a esta mulher que assomou agora
ao postigo, que olha o monte onde está seu marido, e diz aos filhos, vosso pai
esta noite dorme em casa. (SARAMAGO, 2000, p. 250-251).
O romance entre Baltasar e Blimunda, pemeia a construção de um convento em
Mafra como uma argamassa, que une as pedras. Outros eixos, que sustentam a narrativa são a
máquina voadora “a passarola” em Lisboa, a relação entre a família, também conta a história
de el-rei e da rainha na corte em Portugal, e por fim o transporte da grande pedra que pesava
mais de duas mil arrobas. No momento do transporte da pedra, Francisco Marques um grande
trabalhador é morto neste caminho de Mafra, deixando a mulher e os filhos.
No romance, o narrador cria outra história, na qual entram outras famílias
inesquecíveis e personagens interessantes: a família dos sete-sóis e a das sete-luas, padre
Bartolomeu de Gusmão com sua passarola, e o compositor Scarlatti com seu órgão e sua
música, reis e rainhas e princesas. O objeto de ligação é uma pedra descomunal que precisa
ser transportada a longa distância.
Durante o transporte tem a morte de uns dos trabalhadores que ali trabalhavam
arduamente o companheiro de Baltazar o Francisco Marques, que morrera esmagado pelo
carro quando carregava a pedra que era de maior tamanho, com peso mais de duas mil
arrobas.
José Saramago, um dos melhores escritores da literatura consegue na linha da
inovação, criar um ritmo de escrita que lembra a poesia introduzindo aforismos, provérbios e
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ditados, recriando o uso da pontuação, usando marcas do discurso oral, construindo efeitos
irônicos e humorísticos e entrelaçando o seu discurso com outros discursos literários e jogos
de conceitos típicos do barroco.
Portanto, o próprio Saramago, na posição de narrador do Memorial do convento,
explica sua opção pela recuperação da imaginação na escrita: "[...] fingindo, passam então as
histórias a ser mais verdadeiras que os casos verdadeiros que elas contam [...]” (SARAMAGO
2000 , p. 134). Casos e mais casos permeiam a narrativa histórica. E no caso do novo romance
histórico, o enredo passa por um processo de separação das partículas. De um lado fica o
material historiográfico e do outro as narrativas pessoais de cada personagem. Como cada um
se comporta junto ao texto. O histórico é a argamassa que une as pedras da memória.
Considerações Finais
O romance Memorial do Convento demonstra sua relação com o contexto, no qual
foi produzido, pois ao trazer a história de seu país para o romance dando maior liberdade para
desconstruí-la e apresentar um nova história.Ao pensar em uma nova história o escritor não
dialoga com o século XVIII, mas sim com o presente necessita de outra história.
A década de 1980 para Portugal significaria uma construção de uma nova
memória, uma nova relação com seu passado e sua identidade, pois a história construída pelo
Salazarismo, não tinha mais espaço naquele país pós Revolução dos Cravos. Redefinir quem
eram os portugueses agora se tornaria uma tarefa da sociedade portuguesa.
Nesse contexto, a construção de um convento por meio da união dos habitantes
daquele local representa uma nova relação entre Portugal e uma história que espera ser
construída para que esse passado possa causar orgulho. O enredo, que traz ao leitor as
relações das personagens com um processo de construção, que tanto é a construção de um
convento como a reconstrução do país depois do Salazarismo.
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Referências bibliográficas
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HUTCHEON, L. Poética do pós-modernismo. Rio de Janeiro : Imago,1991.
MENTON, S. La nueva novela histórica: definiciones y origenes in: la nueva novela
histórica de la América latina. México: FCE, 1993, p. 29-66.
MILTON, H. C. As histórias da história: retratos literários de Cristóvão Colombo. São
Paulo, FFLCH, USP, 1992. tese (doutorado em Letras)
SARAMAGO, José. Memorial do convento. 25.ed. Rio de Janeiro: Bertrand,2000.
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