Informativo oficial do Conselho Regional
de Medicina de Mato Grosso do Sul
CONTRATO Nº 066/2002
ECT/DR/MS X CRM/MS
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Sede do Conselho dispõe
de vários benefícios
As dependências da sede do Conselho Regional de Medicina de Mato
Grosso do Sul podem ser utilizadas
de diversas formas pelos médicos.
Basta ir até lá e conferir tudo o que
está à disposição. O profissional que
precisar de alguma sala do prédio para
palestras, cursos, conferências ou reuniões, só precisa agendar antecipadamente com as assistentes administrativas. Saiba de tudo o que a sede possui lendo a matéria na Página 3.
Curso de atualização é
oferecido para médicos
Última edição foi publicada em setembro, totalmente revisada e atualizada
Cerca de 35 pessoas estão participando do evento
Profissionais do interior do Estado sem
registro de especialidade no CRM estão
participando da Educação Médica
Continuada, um curso gratuito que aborda
várias áreas da medicina. É a primeira vez
que acontece este tipo de atividade. Os
organizadores do evento visam à
atualização destes médicos e esperam que
cada vez mais pessoas participem. Até
agora, aproximadamente 60% dos
inscritos compareceram. Página 5
CBHPM defende remuneração
justa e equilibrada
No último fim-de-semana do mês de
abril, em Campo Grande, lideranças médicas discutiram diversos assuntos que
envolvem o atual quadro da medicina no
país, entre eles a CBHPM. Estiveram
presentes a Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM, formada por representantes da AMB, do CFM
Clínico-geral soma oito
recordes em paraquedismo
Dr. Djalmir Seixas César é clínico-geral e paraquedista. Ele é instrutor de saltos há mais de 10 anos
e, quando não está exercendo a
profissão nos hospitais e clínicas de
Campo Grande, o médico pode ser
visto no céu desafiando os limites
da gravidade. No total, Djalmir já
realizou mais de 2.500 saltos.
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e da Federação Nacional dos Médicos,
e as Comissões Estaduais de Honorários Médicos.
O trabalho constante da Comissão
Nacional de Honorários Médicos busca, através dos parâmetros da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, garantir uma re-
muneração digna à classe médica. Em sua
quarta edição, a CBHPM alterou de alguma maneira cerca de 700 procedimentos. Para João Caetano, da Unimed do
Brasil, quanto mais cedo a Classificação
for adotada por todas as Singulares, menos problemas operacionais acontecerão.
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Entrevista com o representante do CFM na
Capital, Dr. Rubens dos Santos Silva
Nesta edição, o entrevistado é o médico psiquiatra e
2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina
(CFM), Dr. Rubens dos Santos Silva. Profissional formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), atuando na área há 34 anos, Dr. Rubens se
preocupa com a falta de oportunidade de trabalho para
os futuros médicos. Ele fala também de outros assuntos
como a qualidade das faculdades de medicina no país, as
operadoras de saúde e o atendimento ao cidadão.
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Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
Editorial
Mauro Luiz de Britto Ribeiro
Presidente do CRM-MS
Estamos chegando ao meio do ano de 2006 e continua
a luta dos médicos brasileiros por melhores condições de
trabalho e remuneração.
Quanto às condições de trabalho, persistem as
dificuldades em todo o Estado. A sazonalidade das viroses
agravou em Campo Grande a superlotação dos postos
de saúde e dos Prontos-Socorros dos grandes hospitais,
que já operam sempre, e de maneira crônica, acima dos
limites de capacidade, em virtude dos pacientes oriundos
de outros municípios. No interior, a situação é a mesma,
com os postos de saúde e hospitais superlotados. Este
cenário, agravado na maioria das vezes pela falta de
material e recursos humanos de suporte à atividade
médica, são os locais onde somos obrigados a
desenvolver nossas atividades profissionais, recebendo
remuneração muito abaixo do que seria justo, pela
importância e complexidade da prática médica. Diante
desta realidade, o médico não pode estar satisfeito. E
por não estar satisfeito e mais consciente de seus direitos
é que se iniciou um movimento para mudar esta realidade,
primeiramente na Santa Casa de Campo Grande há
aproximadamente um ano, e que agora se prolifera com
a mobilização dos médicos na Santa Casa de Corumbá e
na Prefeitura de Dourados. O Conselho Regional de
Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul está
acompanhando estes movimentos e apóia toda
reivindicação que objetive melhorar as condições de
atendimento à sociedade, assim como a remuneração
dos médicos. Fica o alerta para que se respeite o Código
de Ética Médica, que nos obriga a garantir o atendimento
de urgência e emergência à população.
Quanto à remuneração, em Mato Grosso do Sul, temos
muito a comemorar neste aspecto. A Comissão Regional
para Implantação da Classificação Brasileira
Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM)
conseguiu um avanço nas negociações com a UNIDAS
em nosso estado, fechando um acordo satisfatório frente
à realidade atual. Isto é notável, visto que esta foi a primeira
vez que os médicos foram bem sucedidos de forma coletiva
neste tipo de negociação com uma operadora de saúde.
Resta-nos permanecermos atentos para que tudo o que
foi acordado seja efetivamente cumprido.
Por outro lado, permanece a dificuldade em relação à
UNIMED, que ainda não implantou a CBHPM, mesmo
pagando o CH a 42 reais. Embora entendamos as razões
colocadas pela cooperativa, é necessário que
urgencializemos a adoção da CBHPM pela mesma,
removendo todos os obstáculos pendentes, pois a não
implementação pela UNIMED tem dificultado muito as
negociações com os Planos de Saúde. Estes alegam que
se a própria cooperativa dos médicos não adota a CBHPM
pelo impacto gerado em seus custos, por que eles teriam
que adotá-la. Questionam qual o direito dos médicos de
exigirem dos Planos de Saúde o que não conseguem de
suas próprias Cooperativas.
Este assunto foi exaustivamente discutido no
importante encontro realizado em Campo Grande em
27.04.2006 pelas Diretorias da Associação Médica
Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, ocasião
em que também se reuniram as Comissões Estaduais com
a Comissão Nacional de Implantação da CBHPM. A não
implantação da CBHPM pelas UNIMEDS foi colocado
de forma unânime como um dos maiores obstáculos para
as negociações com os Planos e Operadoras de Saúde.
Entendemos que, por esta razão, é necessário que todos
caminhemos juntos em nível local; que todos nos
conscientizemos da importância da UNIMED para esta
conquista dos médicos; e que a UNIMED se sensibilize,
expondo as dificuldades existentes que impedem a adoção
imediata da Classificação, para que as mesmas sejam
resolvidas por todos, de forma que a UNIMED possa
implementar a CBHPM o mais rápido possível. Esta atitude
não pode mais ser postergada.
A Diretoria da UNIMED continua a contar com nosso
apoio e compreensão, por acreditarmos em seu
compromisso para com a classe médica, e por
acreditarmos também que seus componentes estão
conscientes da importância da posição de nossa
cooperativa para que sejamos bem sucedidos em nossa
luta pela implantação da CBHPM por todos os prestadores
da Saúde Suplementar em nosso estado, de forma a
melhorarmos, de maneira imediata, a remuneração de
todos os médicos em Mato Grosso do Sul.
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Expediente
Informativo oficial do Conselho
Regional de Medicina de Mato
Grosso do Sul
Presidente: Mauro Luiz de Britto Ribeiro
Vice-Presidente: Sérgio Renato de Almeida
Couto
1º Secretário: Antônio Carlos Bilo
2º Secretário: Juberty Antônio de Souza
Tesoureiro: Denise Aparecida de Almeida
Tamazato
Tesoureiro Adjunto: Nelson Tokei Simabukuro
Conselheiros-Efetivos: Elson Yamasato, Gil Pacifico Tognini, Flávio Renato Rocha de Lima, José
Luiz Saldanha Moreira, Laudison Perdomo Lara
Spada, Leidniz Guimarães da Silva, Luciano Freire
de Barros, Lúcio Mario da Cruz Bulhões, Luiz
Henrique Mandetta, Maria Cláudia Mourão Santos Rossetti, Marcos Paulo Tiguman, Maurício de
Barros Jafar, Moacyr Battistetti, Pedro Eurico Salgueiro, Renato Lúcio Martins, Walter Augusto
Martinho
Conselheiros-Suplentes: Alberto Cubel Brull,
Carmen Sandra Mequi, Denise da Silva Gualhanone
Nemirovsky, Claudia Emilia Lang, Celso Rafael
Gonçalves Codorniz, Eltes de Castro Paulino, Joel
Martinez Peixoto, José Antônio de Carvalho
Ferreira, Laércio Tadeu Ferreira de Miranda,
Luciana Reis Vaz de Moura Covre, Luiz Felipe
Terrazas Mendes, Luis Henrique Mascarenhas
Moreira, Luzia da Silva Santana, Manuel Gaspar
Manso Perez, Maria Aparecida dos Santos Pires,
Maria Denise Berri de Oliveira, Moacyr Basso
Júnior, Oldemiro Hardoim Júnior, Orozimbo Silva
Neto, Renate Vogl Hargesheimer
Jornalista Responsável: Maria Alice Raposo DRT: 169/MS
Médicos que quiserem enviar sugestões para o
Jornal do Médico devem encaminhá-las para o
e-mail [email protected], ou pelo correio ao
endereço: Rua Des. Leão Neto do Carmo, nº 305,
Parque dos Poderes - CEP: 79037-100
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Conselho possui amplo espaço à disposição dos médicos
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
O prédio do CRM-MS é localizado no Parque dos Poderes
A sede do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, CRM-MS,
fica no Parque dos Poderes, ao lado da
Associação Médica. É um lugar muito
bonito, com uma fachada moderna e amplo espaço interno. Apesar dos muitos recursos que estão à disposição dos médicos, poucos conhecem o Conselho. O 1º
secretário do Conselho, Dr. Antônio Carlos Bilo, alergista, brinca que isso acontece porque os médicos têm medo de aparecer por lá e serem julgados ou cassados. Quem não conhece ou ainda não desfrutou de nenhum benefício do local nem
Artigo
Célula-tronco é um tipo de célula que
pode se diferenciar e constituir
diferentes tecidos no organismo. Têm a
capacidade de se transformar em células
específicas de qualquer tecido ou órgão.
O seu nome em português é uma
tradução do inglês stem-cell. Stem é
caule, haste. O verbo “to stem” significa
originar. Outra capacidade especial das
células-tronco é a auto-replicação, ou
seja, elas podem gerar cópias idênticas
de si mesmas.
Os cientistas trabalham com dois
tipos de células-tronco de seres
humanos: embrionárias (pluripotentes) e
adultas (multipotentes), cujas funções e
características são diferentes. As
células-tronco embrionárias são
derivadas de embriões que se
desenvolvem de óvulos fertilizados in
vitro e doados para propósitos de
pesquisa com o consentimento dos
doadores. Não são derivados de óvulos
fertilizados no corpo da mulher. Estes
embriões têm tipicamente quatro ou
cinco dias de idade e são, no
microscópio, uma bola oca de células
chamada blastocisto. As adultas são
células indiferenciadas encontradas
imagina o que
está perdendo.
As pessoas
que trabalham
diariamente no
CRM são receptivas e prestativas, atendem sempre
com um sorriso no rosto.
Gerusa Cordeiro é responsável pela
copa e faz tudo com capricho. Hendrix
Fabiano é o contador e Juliano Kerber
cuida do CPD. Ainda tem o entregador,
Carlos Alberto, e os vigias.Aluízia Santos,
Maria Aparecida da Costa e Rosenilda de
Oliveira são as assistentes administrativas,
mulheres que trabalham com dedicação.
Maria Aparecida trabalha no Conselho há
28 anos. Desde que entrou, a sede do CRM
já mudou de local três vezes, mas ela
garante que “entre todos esse é o melhor
prédio, porque é muito confortável”.
O doutor que precisar fazer alguma
palestra para a classe médica pode utilizar
o Auditório, que tem capacidade para 112
pessoas, basta reservar com antecedência.
O local é cedido, apenas paga-se uma
taxa de R$ 40,00 para
a limpeza. Caso precise
de mesa de som e data
show, o palestrante
deve alugar por conta
própria.
Os julgamentos de
processos
éticoprofissionais
são
realizados no Plenário,
que acomoda 36
pessoas. É neste
mesmo local que os
conselheiros se reúnem uma vez ao mês.
Existem mais duas salas, uma com 72 e
outra com 30 lugares. Elas têm a mesma
função e são locadas de acordo com a
finalidade do evento e o número de
participantes.
Com muito conforto, a sala de estar
com alguns sofás e mesas de centro é um
ótimo lugar para realizar o coffee break
dos eventos. O ambiente é amplo e claro.
Nele, há dois banheiros, um masculino e
um feminino, com adequações para
deficientes físicos.
Na sala de reuniões ficam livros e
revistas que podem ser consultadas pelos
médicos. A única recomendação é que a
consulta deve ser feita no próprio local. A
sala de audiência é utilizada quando algum
colega de profissão está sendo julgado ou
acusado.
Quando são feitas vistorias nos
hospitais, clínicas e consultórios da Capital,
os responsáveis pela tarefa, geralmente
duas pessoas concursadas, podem utilizar
a sala de fiscalização. Além de tudo isso,
ainda tem a copa, a sala de contabilidade,
da presidência, da assessoria jurídica, três
salas para arquivos, uma para guardar
material em geral, a biblioteca, um jardim
de inverno muito bem cuidado e
estacionamento para 150 carros.
Dr. Bilo admite que a sede do CRMMS é um lugar muito agradável e que
mesmo assim é mais freqüentado por
membros do Conselho. “Os outros
médicos quase não passam por aqui”,
diz. O alergista explica que alguns locais
precisam de pequenas reformas, mas
que isso depende da liberação de verba
pelo Conselho Federal de Medicina, o
CFM.
Célula-tronco, um novo horizonte de pesquisas
entre células diferenciadas dentro de um
tecido ou órgão, podendo se renovar e se
diferenciar para produzir tipos
especializados. Seu papel primário é
manter e reparar o tecido no qual elas são
encontradas. Estas células podem passar
por um fenômeno denominado
plasticidade.
A terapia com células-tronco trata
doenças e lesões através da substituição
de tecidos doentes por células saudáveis.
Um exemplo é o transplante de medula
óssea. A medula óssea do doador contém
células-tronco sanguíneas que vão fabricar
novas células sanguíneas sadias.
Esta terapia poderá no futuro tratar
muitas doenças degenerativas, hoje
incuráveis, causadas pela morte prematura
ou mal funcionamento de tecidos, células
ou órgãos. Podemos citar as doenças
neuromusculares, diabetes, doenças
renais, cardíacas ou hepáticas.
Existem substâncias ou fatores de
diferenciação que, quando colocados em
culturas de células-tronco in vitro (isto é,
cultivadas em laboratório) determinam que
elas se diferenciem em um certo tecido.
Outra possibilidade que está sendo
investigada é se células-tronco, em contato
com um tecido diferenciado, transformamse naquele tecido. Isso já foi demonstrado
com células-tronco embrionárias, mas não
se sabe qual é o potencial que célulastronco de cordão (adultas) têm de se
diferenciar em vários tecidos.
As células-tronco adultas são
encontradas em vários tecidos de crianças
e adultos, e também no cordão umbilical e
na placenta. Entretanto, ainda não se sabe
em quais tecidos elas são capazes de se
diferenciar. Um estudo recente com
células-tronco da medula óssea injetadas
no coração da própria pessoa, o autotransplante, sugeriu uma melhora aparente
do quadro clínico em pacientes com
insuficiência cardíaca. Porém, ainda não
se sabe se elas formam um novo tecido
cardíaco ou promovem uma neovascularização.
A lei que regulamentou as pesquisas
com células-tronco é de nº 11.105 de 24/
03/2005 publicada no DOU de 28/03/
2005. O Brasil é um dos poucos países a
ter tal legislação. As pesquisas com
células-tronco embrionárias estão sendo
feitas nos países que permitem esses
estudos. A clonagem terapêutica é a
transferência de núcleos de uma célula
para um óvulo sem núcleo. A grande
vantagem é que esse novo óvulo ao
dividir-se gera, em laboratório, células
potencialmente capazes de produzir
qualquer tecido. Evitaria a rejeição se o
doador fosse a própria pessoa.
A clonagem reprodutiva humana,
condenada por todos os cientistas, é a
técnica pela qual pretende-se fazer uma
cópia de um indivíduo. Nessa técnica,
transfere-se o núcleo de uma célula
(adulto ou embrião) para um óvulo sem
núcleo. Se o óvulo com esse novo
núcleo começasse a se dividir, fosse
transferido para um útero humano e se
desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da
pessoa de quem foi retirado o núcleo da
célula. A diferença entre os dois
procedimentos é que na clonagem
terapêutica as células são multiplicadas
em laboratório para formar tecidos e na
reprodutiva requer a inserção em útero
humano.
Luís Henrique Mascarenhas Moreira
Médico Hematologista
Conselheiro-Suplente do CRM-MS
4
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
CBHPM
Evolução da consolidação depende do envolvimento da classe médica
A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM) é o parâmetro de honorários
médicos que pretende garantir uma remuneração mínima e equilibrada dos serviços prestados.
A CBHPM surgiu da ação unificada
da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos e Sociedades de Especialidades Médicas. Esta importante
conquista busca preservar o respeito ao
profissional médico, como também ampliar a qualidade no atendimento ao paciente. O progresso escalonado da remuneração médica considerado pela proposta tem
a seguinte cronologia para as consultas
médicas: R$ 40,00 até 30 de junho e chegaria a R$ 42,00 a partir de 1º de julho.
Totalmente atualizada e revisada, a
Classificação já está na quarta edição, na
qual cerca de 700 procedimentos tiveram
algum tipo de alteração. Em um comunicado oficial publicado em setembro do ano
passado, a Comissão Nacional de Honorários Médicos da AMB (Associação
Médica Brasileira) relata que “apesar dos
esforços aplicados na revisão deste documento, ainda não atingimos a perfeição;
por isso acreditamos que este trabalho
deverá estar em constante processo de
aperfeiçoamento”.
Após a publicação da quarta edição da
CBHPM, em setembro de 2005, aconteceram ainda alguns questionamentos da
Unidas e do Sistema Unimed, que poderiam impossibilitar sua implantação. Estes
ajustes foram realizados e resumidos na
Resolução Normativa da Comissão Nacional de Honorários Médicos nº 1/2006
assinada em março pelo presidente da
Associação Médica Brasileira, José Luiz
Gomes do Amaral, pelo presidente da
Câmara Técnica Permanente da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, Amílcar Martins Giron,
pelos representantes da Unidas (União
Nacional das Instituições de Autogestão
em Saúde), Walter Lyrio do Valle, e da
Unimed do Brasil, João Batista Caetano
e Jurimar Alonso, além do presidente do
Conselho Científico da AMB, Giovanni
Guido Cerri. Os ajustes contidos nesta
Resolução Normativa serão impressos e
encartados nos exemplares da quarta edição da CBHPM e incorporados à quinta
edição da Classificação, assim como as
próximas deliberações da Câmara Técnica.
O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, explica que “as operado-
ras de autogestão e as cooperativas tornaram-se parceiras indissociáveis das entidades médicas neste processo, construindo com paciência e seriedade um começo feliz da busca por soluções para
contemplar as expectativas de todos os
agentes envolvidos, visando um sistema
suplementar que respeite o paciente, a
medicina e que seja viável”.
João Caetano, da Unimed do Brasil,
observa que “esta revisão da CBHPM,
feita com responsabilidade e transparência, valoriza o trabalho do médico”. Ele
lembra também a importância das outras
cinco Câmaras Técnicas para garantir a
viabilidade do sistema suplementar de saúde. Segundo Caetano, quanto mais cedo
a CBHPM for adotada por todas as singulares, menos transtornos operacionais
haverá. “A partir deste consenso, a Unimed do Brasil estimulará e agilizará o processo de implantação”, garante João Caetano. Jurimar Alonso, também da Unimed
do Brasil, ressalta que “este trabalho vem
reverter um afastamento histórico entre
as entidades médicas e o sistema cooperativista, que de forma franca voltam a
falar a mesma linguagem e a buscar alternativas para uma remuneração mais
digna do médico”.
Ao informar que a Resolução Normativa será apresentada à Assembléia Geral
da Unidas de forma oficial, Walter Lyrio
do Valle, representante da Unidas, destaca a necessidade de um esforço por parte
das instituições envolvidas para que este
consenso seja disseminado pelo Brasil,
facilitando as negociações regionais.
A presidente da Unidas, Marilia Ehl
Barbosa, afirma que “todas as questões
técnicas apontadas por nós depois da última edição da CBHPM foram esclarecidas, com destaque para a boa vontade das
entidades médicas na análise das nossas
reivindicações, mas só poderemos discutir a implantação a partir da assembléia
nacional”. Em breve, os representantes
que não estiveram presentes no encontro
realizado na sede da AMB também irão
assinar o documento.
Em Assembléia Geral no CRM-MS, no
fim do ano passado, os médicos do Mato
Grosso do Sul fecharam acordo com a
Unidas para implantação imediata da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, com seus códigos e
nomenclaturas. A Unidas é a maior representante do segmento de autogestão
no Brasil, além de ser uma entidade associativa, sem fins lucrativos, que atua em
âmbito nacional, através de suas 27 Su-
Evento na Capital reuniu médicos e líderes importantes para discutir a tabela da CBHPM
perintendências Estaduais e 143 instituições, as quais respondem pela assistência à saúde de mais de cinco milhões de
beneficiários. As operadoras de saúde sob
a orientação da Unidas assinaram o termo de adesão à CBHPM no Mato Grosso do Sul, exceto a Assefaz, Plansfer,
Compania Vale do Rio Doce e Proasa,
para as quais recomenda-se o descredenciamento por parte das sociedades e cooperativas médicas.
Dr. Antônio Gentil, médico endoscopista e coordenador da Comissão Estadual
de Honorários Médicos, explica que, em
relação às negociações, é necessário o
envolvimento da classe médica e das Sociedades de Especialidade para que haja
evolução no processo de consolidação da
CBHPM.
Dr. Juberty Antônio de Souza, médico
psiquiatra e 2º secretário do CRM-MS,
explica que falta reconhecimento do trabalho médico para que todas as operadoras aceitem a CBHPM. “As operadoras
queriam negociar baseadas em valores,
nós queremos negociar baseados nos parâmetros da CBHPM, que neste momento está em 40 reais uma consulta. Quando aceitamos esta remuneração, mostramos o sacrifício do médico, pois uma consulta vale muito mais do que isso. Porém,
somos realistas e conhecemos o país onde
vivemos”. O psiquiatra reforça que o profissional é um trabalhador social, porque
cada vez mais está acontecendo a sociabilização da medicina, mas às custas do
trabalho médico.
No dia 27 de abril, Campo Grande recebeu importantes lideranças médicas
para debater o atual quadro da saúde e da
medicina no país. O objetivo da reunião,
segundo a AMB, era apontar propostas
de mudanças que viabilizem uma assistência mais adequada ao cidadão. A Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM, formada por representantes da AMB, do CFM e da Federação
Nacional dos Médicos, se encontraram
com as Comissões Estaduais de Honorários Médicos.
Dra. Ana Amália Oliveira, ginecologista, homeopata e presidente da Associação Médica Homeopática do Mato Grosso do Sul, foi convidada para participar do
evento, assim como todos os presidentes
de especialidades. Ana Amália diz que sua
intenção é solicitar da AMB uma revisão
no pagamento do procedimento homeopático. “O valor de uma consulta nossa
abaixou de R$ 32,00 para oito reais. Fizeram esta mudança na tabela sem a participação de um médico homeopata”, avalia.
Também esteve presente na reunião o
consultor parlamentar da AMB e do CFM,
Napoleão Salles. Ele é o responsável pela
entrada de alguns projetos no parlamento. Napoleão afirma que a CBHPM é polêmica e que ainda depende da negociação dos líderes partidários. “O projeto está
pronto para ser aprovado no plenário, mas
depende do acordo entre interesses favoráveis e contrários”, explica.
Fizeram parte da mesa os coordenadores da Comissão de Consolidação e Defesa da CBHPM, da Câmara Técnica da
CBHPM e da Comissão Estadual de Honorários Médicos de MS, além do presidente do Sindicato dos Médicos de MS e
o diretor representante da Unidas.
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
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Profissionais do interior têm oportunidade de se
beneficiar com curso de atualização na Capital
Os temas das palestras são variados, tentando abordar diversas áreas da medicina
Durante todo o ano de 2006
acontecerá em Campo Grande o curso
Educação Médica Continuada. A
iniciativa é do Conselho Regional de
Medicina de Mato Grosso do Sul (CRMMS) com patrocínio do Conselho Federal
de Medicina (CFM). Este curso está
sendo preparado desde o ano passado,
mas só neste ano o CFM deu o aval e
patrocinou a proposta.
O objetivo dos organizadores do
evento é que o curso seja realizado
anualmente, mas por enquanto apenas
esta edição está garantida. É a primeira
vez que é promovido este tipo de
atividade, provavelmente não será
possível abordar todas as áreas da
medicina.
O curso é uma espécie de atualização
destinada aos médicos do interior que não
têm especialidade registrada no
Conselho. Foram convidados 450
médicos para 60 vagas disponíveis. No
total, 58 pessoas se inscreveram, porém
33 compareceram no primeiro módulo
do evento e 35 no segundo. Segundo Dr.
Juberty Antônio de Souza, médico
psiquiatra e 2º secretário do CRM-MS,
para o profissional se afastar do interior
ele precisa da tranqüilidade de que os
pacientes estarão sendo assistidos e que
o hospital onde trabalha não ficará
descoberto. “Por ser a primeira iniciativa,
consideramos muito bom o número de
pessoas que compareceram. Talvez elas
estejam esperando para ver como é o
curso, mas a expectativa é que cada vez
venham mais pessoas”, explica o
psiquiatra.
Os médicos inscritos que faltaram nos
primeiros módulos e ainda quiserem
participar terão o caso analisado. Será
verificado o motivo da ausência, porque
o benefício se dá com a totalidade, com
a permanente atualização. A Educação
Médica Continuada está prevista para
acontecer até dezembro.
Os temas serão variados, buscando
abranger diversas especialidades. Como
os convidados são generalistas, será uma
explicação sobre o que há de mais
moderno, mais comum e mais prático
sendo utilizado na profissão.
De Iguatemi, veio a médica Maria
AuxiliadoraAlves Guilherme para participar
do evento. Maria Auxiliadora acompanha o
curso desde o 1º dia e está satisfeita com a
intensidade das palestras. “Estou tirando
todas as minhas dúvidas, tem muitas
coisas que eu não sabia. Aprendi diversas
novidades”, ressalta. Já Dr. Geueudes
Ernani Silva, que trabalha em Ponta Porã
e também em Aral Moreira, está
aproveitando a oportunidade de se
especializar. Ele considera gloriosa a
Educação Médica Continuada.
Nos dias 22 e 23 de abril o assunto
foi pneumologia, com os temas:
Pneumonias Adquiridas na Comunidade,
Asma e DPOC – Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica. As palestrantes
foram Dr. Eliana Setti Aguiar e Dra. Liana
Peres Duailibe. Dra. Liana está muito
contente com esta iniciativa do CRM e
se surpreendeu que mesmo com o feriado
de Tiradentes os inscritos compareceram
normalmente. “As pessoas estão cada
vez mais se interessando pelo curso. A
idéia é que se estabeleça a função de
continuidade e que a cada ano os temas
possam ser mais aprofundados”, diz a
pneumologista.
Além da inscrição ser gratuita, o
patrocínio do CFM permite que seja
dada uma ajuda de custo para o
transporte e a hospedagem dos
participantes, esta ajuda não custeia todas
as despesas, mas compartilha os gastos.
Como previsto, nem todos os inscritos
vieram, por isso o valor repassado será
recalculado, de acordo com o 2º
secretário do CRM-MS.
Fato
CRM-MS esclarece o caso “César Maksoud”
O
CRM-MS
instaurou
Sindicância disciplinar contra o
médico César Roberto Maksoud
Cabral, por conta da existência de
indícios de envolvimento do
referido médico com tratamentos
médicos à base de células-tronco.
Colhidos esclarecimentos do
médico, instaurou-se processo
disciplinar, porque foi considerado,
em votação unânime, que existem
indícios reveladores de condutas
anti-éticas, algo que é de natureza
grave e que precisa ser apurado no
âmbito do Conselho de Medicina.
Ao mesmo tempo, deliberou-se pela
suspensão cautelar temporária do
exercício da medicina.O médico
ingressou na Justiça Federal e obteve
liminar, interrompendo a suspensão
temporária cautelar.
O juiz federal determinou que fosse
realizado novo julgamento da
Sindicância, para garantir a presença
do médico e do advogado.
O CRM-MS ingressou com pedido
de reconsideração e com recurso
perante o Tribunal Regional Federal
(em São Paulo), mas não conseguiu
reverter a liminar.
Sendo assim, para cumprir a ordem
judicial, deliberou-se por realizar
sessão extraordinária para novo
julgamento da Sindicância, visando
destrancar a apuração disciplinar.
O CRM-MS tudo tem feito de
acordo com as regras do Código de
Processo Ético-Profissional. Os
direitos do médico estão sendo
observados. É necessária apuração
séria e rápida, em razão da gravidade
da utilização de células-tronco em
tratamento médico. Tudo precisa ser
esclarecido, para o bem da sociedade
geral.
No dia 22 de maio, os
conselheiros do Conselho Regional
de Medicina de Mato Grosso do Sul
avaliaram ,
em
sessão
extraordinária, a possibilidade de
abertura de processo disciplinar
contra o médico, que infringiu 19
itens do Código de Ética da
profissão.
César Maksoud e o advogado
dele estiveram presentes. Foi a
primeira vez que este tipo de
Sindicância teve a presença do
médico denunciado.
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Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Entrevista
Dr. Rubens dos Santos Silva, 2º vice-presidente do CFM
No dia 27 de abril, esteve presente em
Campo Grande, o 2º vice-presidente do
Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr.
Rubens dos Santos Silva, representando
o presidente Edson de Oliveira Andrade.
Psiquiatra formado pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
em 1972, o médico falou para o jornal do
CRM-MS sobre a qualidade do
atendimento ao cidadão, a abertura de
faculdades de medicina no país, a
Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médico (CBHPM) e as
operadoras de saúde.
Como está a negociação para a
implantação da CBHPM?
Dr. Rubens: É uma negociação muito
difícil. O SUS (Sistema Único de Saúde)
é um sistema próximo à perfeição e o
Brasil não consegue implantá-lo. No país
inteiro, pode-se ver a dificuldade com que
as pessoas pagam os impostos, a
dificuldade que existe para ter acesso ao
SUS. Por conta disso, apareceram os
planos de saúde, que fazem intermediação
da assistência médica, credenciando o
médico, vendendo caro o plano, que é
muito restritivo. A operadora ganha uma
fábula de dinheiro e remunera muito mal
os médicos. Isso vem se acentuando cada
vez mais por uma questão fácil de
entender. As pessoas que têm poder
aquisitivo não vão mais pagar os médicos
como faziam no passado, porque elas
pagam um plano de saúde. Acabou a
consulta particular, restou o SUS, com o
qual o médico ganha dois reais por
consulta, e os planos de saúde. Hoje um
jovem médico formado, seis anos de curso,
faz mais uma residência, às vezes 10 anos
para se tornar um profissional qualificado,
mas não há onde trabalhar, ele se submete
a viver uma vida muito desgastante. A
maioria dos médicos brasileiros vive de
virar plantão, porque é onde tem uma
remuneração melhor.
Foi por esse motivo que o CFM
enviou uma pesquisa a cerca de 20 mil
médicos? Para analisar as condições
de trabalho?
Dr. Rubens: Esta pesquisa possibilita
termos uma idéia mais próxima da verdade
possível, a respeito da saúde dos nossos
médicos, para que possamos fazer algo
em benefício.
Quais são as propostas para
viabilizar um atendimento com mais
qualidade para o cidadão?
Dr. Rubens: Nós estamos preocupados
em qualificar o médico. As pessoas “têm
direito” a um sistema único de saúde, mas
não conseguem chegar lá. Nós temos
muitas coisas para nos preocuparmos na
vida, mas a própria assistência à saúde
não deveria ser preocupação. Esse é um
direito de todos.
O SUS paga um litro de gasolina a um
atendimento médico, isso é vergonhoso!
Já existem médicos que estão ficando
desempregados. Nossos garotos estão se
formando, mas não sabem o que vão fazer
quando se formar, onde irão trabalhar.
Mesmo assim, nossos governantes dão
licenças para abertura de novas
faculdades à vontade.
O que o CFM pretende fazer para
conter a abertura indiscriminada de
faculdades de medicina?
Dr. Rubens: O Conselho Federal já vem
fazendo gestões, reclamando, falando com
ministros, indo no Conselho Nacional de
Educação, Conselho Nacional de Saúde,
mas a lei brasileira não contenta que o
CFM possa obstar, não temos poder de
veto, é o Governo quem dá a licença para
as faculdades de medicina. Os ministros
Paulo Renato e Cristóvão Buarque, com
os quais conversei pessoalmente,
prometeram, mas na mesma semana
estavam autorizando a abertura de
faculdades. Não sou contra abrir escola,
sou contra escola de má qualidade. O
Ministério da Educação e o Ministério da
Saúde não tiveram coragem de fechar
nenhuma faculdade. Não importa se são
novas ou velhas. Que o Ministério fiscalize,
avalie e feche uma escola. Não existe essa
coragem.
Alguns estados têm 10 faculdades, mas
os governos não têm se incomodado com
a qualidade. Se existe alguma faculdade
de excelente padrão, deve ser aberta,
porém se precisar fechar 20 ruins, vamos
fechar.
Nunca teremos uma boa
medicina sem uma boa
educação. Enquanto países
como Chile, Coréia e Japão
estão investindo de 10 a 15%
do PIB na educação, o
Brasil não investe nem 4%.
Não há investimento
adequado para a educação.
Nossos jovens não merecem
isso.
Como tem sido a
relação entre o CFM e a
AMB
(Associação
Médica Brasileira)?
Dr. Rubens: A AMB é
uma entidade médica
coorporativa, e o CFM é criado por lei. O
Estado brasileiro delega ao Conselho
Federal e aos conselhos regionais a
normatização e a fiscalização do exercício
da profissão médica. Muitas coisas que a
AMB pode fazer, o CFM não pode. Em
muitas ações, estamos harmonicamente
trabalhando, somos parceiros, como por
exemplo, na educação médica, na defesa
do SUS, na luta pela implantação da
CBHPM. Nós temos uma relação
harmônica. Em geral, caminhamos juntos.
Quais são os principais problemas
enfrentados pelo CFM?
Dr. Rubens: O CFM, como
representante dos médicos brasileiros, se
preocupa principalmente com a qualidade
da assistência médica oferecida ao
cidadão e com a qualidade do ensino. Nós
gostaríamos muito de ter o poder de
fiscalizar as escolas, fechar escolas ruins
e dar aval para escolas de boa qualidade.
Isso seria a concretização da função dos
médicos brasileiros coordenados pelo
CFM.
Outro problema é a confusão que tem
se estabelecido nos últimos anos entre as
profissões da saúde. Até alguns anos atrás,
Um médico bem remunerado pode ser um mal
profissional. Só pode ser um bom médico quem gosta
de cuidar do próximo. Ele pode saber muito, mas
não saber cuidar. Há médicos que ganham mal,
mas são maravilhosamente dedicados. O principal
é o cuidado com o paciente. Tem que pegar na
pessoa, tem que ouvir, tem que olhar.
nós sabíamos o que era da competência
do médico. Hoje, são oferecidas muitas
coisas em nome de tratamento que nem
sempre são oriundos do conhecimento
médico. Muitos profissionais estão
extrapolando as suas profissões, querendo
realizar procedimentos médicos. Isso é
ruim, porque as pessoas podem ser
enganadas.
O que está mais prejudicado, o
atendimento ao paciente ou a
remuneração médica?
Dr. Rubens: Os dois. É difícil comparálos. Um médico bem remunerado pode ser
um mal profissional. Só pode ser um bom
médico quem gosta de cuidar do
próximo.Médico pode saber muito, mas
não saber cuidar. Às vezes porque gosta
de dinheiro, de posição, mas não gosta de
gente, não gosta de pegar na pessoa, tomar
conta da pessoa.
Há médicos que ganham muito mal,
mas são maravilhosamente dedicados. O
principal é o cuidado com o paciente. A
remuneração é importante, mas não define
o bom e o mal médico. É até preferível o
médico que saiba menos, mas se dedique
a tomar conta de alguém. O médico tem
que pegar na pessoa, tem que ouvir, tem
que olhar. Ele não tem obrigação de curar,
mas tem a obrigação de assistir bem. A
cura depende de diversas coisas, é claro
que o médico é uma delas, talvez o
principal, mas ninguém pode exigir que ele
cure. Deve-se exigir que o médico assista,
tome conta, se responsabilize pelo doente.
Dizer ao profissional um “obrigado”, ter
um olhar de gratidão, dar um sorriso,
apertar a mão, não tem preço,
reconhecimento maior não pode existir. Só
pode ser médico quem quer bem as
pessoas, quem é capaz de acolher.
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
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Esporte
Médico é recordista mundial em paraquedismo
A marca foi conquistada na Tailândia em 1999 em um salto com 300 pessoas
O que tem em comum a medicina, uma
ciência tradicional milenar indispensável à
sociedade, e o paraquedismo, uma técnica
que passou a ser usada como esporte a
partir da Segunda Guerra Mundial? À
primeira vista, nada. Mas com uma
pequena conversa com Djalmir Seixas
César, médico e paraquedista, pode-se
perceber a importância das duas
atividades.
Dr. Djalmir, clínico geral formado pela
Universidade Federal do Mato Grosso do
Sul (UFMS) em 1988, faz saltos com páraquedas desde 1991, quando entrou para a
Força Aérea Brasileira (FAB). Durante a
semana ele pode ser encontrado vestido
de branco na Clínica Campo Grande,
Santa Casa, Cassi e no próprio consultório.
Porém, nos fins-de-semana o médico
pratica e ensina as técnicas deste esporte
radical. São duas atividades totalmente
distintas, mas para ele são paixões infinitas.
Para se apaixonar pelo esporte é
preciso ter coragem de dar o primeiro
salto. Para algumas pessoas é assustador,
para outras é um desafio. Dr. Djalmir conta
que quando saltou pela primeira vez sentiu
a maior sensação de abandono que teve
na vida. “Foi a primeira vez que eu estava
fazendo algo que dependia absolutamente
de mim. O pára-quedas é maravilhoso
porque a vida quase nunca admite errar
duas vezes, o pára-quedas permite. A vida
não deixa ver de forma tão clara como
somos finitos, com o pára-quedas é
possível enxergar perfeitamente”, enfatiza.
Ele ainda brinca fazendo uma pergunta:
“Por que uma pessoa, em seu juízo perfeito,
sairia de dentro de um avião que não está
em pane?”. O médico explica que faz pelo
desafio, por aquilo que impele o homem a
ir além, porque com o pára-quedas podese ter essa sensação, já que o ser humano
não possui asas para voar.
Depois de saltar pela primeira vez, ele
não parou mais. Em um ano, já podia
realizar a atividade sem a ajuda de um
profissional. Hoje em dia, devido à melhora
da qualidade dos equipamentos, um aluno
está apto a saltar sem grandes esforços
em quatro meses.
Três anos depois, em 1995, Djalmir se
tornou instrutor de pára-quedismo,
passando a experimentar outro tipo de
emoção, já que a responsabilidade é muito
maior. Deve-se mostrar confiança para o
acompanhante, provar que tudo está em
ordem. Os equipamentos precisam estar
em total condição de uso, os melhores são
importados dos Estados Unidos e da
França. O preparo físico e principalmente
o psicológico devem estar perfeitos. Para
garantir a segurança, todos os saltos são
filmados. Assim, fica mais difícil pensar
Na foto, o médico-atleta se preparando para um dos seus 2.500 saltos já realizados
Djalmir sofreu apenas uma torção de pé no momento mais perigoso do salto, o pouso
que esta atividade é perigosa. “Quando as
pessoas me perguntam a respeito da
segurança, eu digo que saltar é a coisa
mais segura que faço, mais do que andar
de carro. Porque o pára-quedismo é
diferente pelo fato de poder enxergar o
perigo. No trânsito pode vir uma pessoa
pela esquina que você não está esperando.
Se acontecer algo, qual o tempo de
reação? Nenhum. Outra comodidade que
o pára-quedas me dá é o tempo. É a
possibilidade de ter um problema e resolvêlo”, afirma Djalmir.
Para provar que ele consegue resolver
esses problemas, o médico soma 2.500
saltos e apenas uma torção de pé. O que
mais mata nesta atividade é o pouso,
porém quando o atleta tem a técnica
adequada, o pouso é equivalente a descer
um degrau. “Só o último metro dói”, diz.
Além de um esporte radical, Djalmir
vê o pára-quedismo como uma terapia.
Quando sobe para o salto no fim da tarde
e vislumbra o maravilhoso pôr-do-sol é um
momento de conversar com Deus. “Eu me
desligo de tudo e me sinto mais perto
dEle”, admite o médico enquanto fecha
os olhos.
As emoções do médico-atleta com
relação ao esporte mudaram, mas ele
nunca deixou cair no banal, procurando
sempre fazer um salto especial. Ele
ressalta três saltos inesquecíveis. Nos
Estados Unidos, um salto técnico
fantástico com 25 pessoas em sincronia
total, formando uma figura de diamante,
muito difícil de ser realizada. Outro salto
no Rio de Janeiro, saindo da Baía de
Guanabara e pousando em Copacabana.
“Foi um salto muito bacana porque saltei
com um amigo que foi meu primeiro aluno,
fazendo um tipo de treinamento com o
pára-quedas aberto”, lembra. E o terceiro
foi em Ubatuba, devido ao visual.
Já realizou saltos em mais de 15
cidades do Mato Grosso do Sul. Saltou
também nos Estados Unidos e em países
da Europa. Além de tudo isso, Djalmir foi
recordista mundial em 1999, na Tailândia,
com o maior número de pessoas formando
uma figura no ar. No total, foram 300
pessoas de vários lugares do mundo.
Outros sete recordes fazem parte do
currículo do atleta.
Dr. Djalmir finaliza explicando que
o medo é bom para esta atividade,
porque enquanto existe o medo, existe o
respeito e o cuidado. “Deve-se ter
coragem, ser arrojado por estar fazendo
uma coisa diferente, mas não ser
estúpido, a ponto de executar algo que
não se saiba fazer”.
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Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
NOVAS INSCRIÇÕES
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CAROLINE CASSOL FRACASSO
RAFAEL FREITAS C. TEIXEIRA
CLÁUDIA DA CRUZ NANTES
EDMAR OLIVEIRA ESPINDOLA
CAMILA KARIM N. Y. TAMASHIRO
VANESSA PAIVA COLMAN
VANIA ESTEVES SILVA
ADRIANO DE SOUZA
TATIANE HIGA FROES
THAYANA M. JORGE CAMARGO
JOÃO RICARDO G. MONTANHA
IVONE LIMA MARTOS
SÉRGIO TAMASHIRO
FRANCELLY GOMES SOUZA BITES
AMANDA FERREIRA CARLI
DOUGLAS B. FERNANDES
LAURICI SANTOS AMARAL
PATRICIA BERG G. PEREIRA
BRUNO BARROS DE A. COUTINHO
FABIANA CRISTINA DONADON
MARCELA BARBOSA CORREIA
ISABELA DE BRITO DUARTE
YUMI MIYAHIRA V. BARBOSA
RICARDO ROSINSKI GUIRELLI
MARCELA E. DE ARAUJO SOUZA
CAROLINE FRANCISCATO
PATRICIA OTTO MATA DE MATOS
ELAINE A. DE ARAUJO SILVA
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MARCIO ESTEVÃO MIDON
FLAVIO RENATO DE A. SENEFONTE
RENATO GONÇALVES FELIX
PATRICIA SALOMÃO CUNHA
FERNANDO PAJANOTI RAZENTE
LUCAS MATOS FERNANDES
GUILHERME SALATI STANGARLIN
FRANCIANE N. S. REBMANN
THIAGO FRANCHI NUNES
ANA CAROLINA W. XAVIER
MICHELE HIGA FROES
JULIANA TULUX DA SILVA
ROSEMARY DE ARAUJO MARTOS
THAISA MINATA SIMABUKURO
FABIO TOOME WAUKE
VIVIANE DA COSTA LEITE NOVAES
ELISSON ANTONIO F. DOS SANTOS
SUELEN GALVÃO DE SOUZA
MARINA J. P. S. S. DE FIGUEIREDO
GLEISVER DIAS SANDIM
ANTONIO CARLOS SABIO JUNIOR
PAULO ALVARES COSTA TORRES
MANUELA FONZAR DOS SANTOS
FERNANDO COUTINHO PEREIRA
CELIO TOBARU KANASHIRO
THAIS VILAS BOAS SILVA
HENRIQUE COSTA GASPARINI
THIAGO BRAGA A. MARQUES
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JULIANA S. DE OLIVEIRA
CYNTHIA DUAILIBI
MARIA LUDMILA SETTI AGUIAR
FABIO COELHO BRANDÃO
ALESSANDRO HENRIQUE A. LOPES
RODRIGO A. M. MARTINHO
SUELY CRISTINA C. DE OLIVEIRA
MARINA BUAINAIN BALBUENA
FABRICIA SANTOS DE MELO
GUILHERME ANGHEBEN BERTHIER
GUILHERME ROCHA CARRENHO
CYRO AUGUSTO CORREIA LEONE
ANA CAROLINA Y. R. DIAS
HEMILENE LUCAS MENDES
FERNANDA E. DE ARRUDA
NATALIA PEREIRA MACHADO
MAISSE F. DE OLIVEIRA
ANSELMO COSTA
MARIANE M. DE OLIVEIRA
CRISTHIAN LUIS M. SANDIM
TIAGO ANDRE A. O. BUENO
GUSTAVO SCORSATTO BATISTA
GEORGETTE BEATRIZ DE PAULA
ANDRESSA MATEUS DA CUNHA
ANA PAULA O. MENDONÇA
DANIELA ARAKAKI
CEZAR AUGUSTO V. GALHARDO
SIMONE DE MEDEIROS BASSO
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5030
FERNANDO LEMOS OLIBONE
FLAVIA MIDORI ARAKAKI AYRES
CAROLINE BEZERRA FERRAGUT
LUCIANO CHAVES LIMA
ARETHA MARIA A. O. NANTES
DANIELLA BRUNELLI DAVILA
SILVIA DE CARVALHO ZAGUI
GABRIEL ANNES N. DA CUNHA
SILMARA FERREIRA GONÇALVES
LARISSA FALCÃO GOMES
BEATRIZ MACIEL MAEGAWA
ANA CAROLINE CAFURE
KAMILLA AMARAL GONÇALVES
SILVIA KAMIYA YONAMINE
IRIS BUCKER FROES
DEBORA SIQUEIRA RAMOS
LIDIANE DE OLIVEIRA COSTA
LEANDRO SILVA DE BRITTO
REGIS LEME RODRIGUES
RODRIGO ANACHE ANBAR
RAFAEL ANACHE ANBAR
ANDRE AUGUSTO W. TOBARU
DANIELA MITSUGI COLOMBO
ERIVALDO ELIAS JUNIOR
RAFAELA MOREIRA SOARES
ISIDRO CELSO DUO PAEZ
JANINA FERREIRA LOUREIRO
BRENO JUNQUEIRA SULZER
5046
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5066
5067
CLOVIS KAPENY SOARES
RODRIGO PIZZATTO
BRUNO BAPTISTA M. FILARDO
ADNAN HADDAD
SILVANA CALAIS DE FREITAS
FELIPE CUNHA BAWDEN
MAX DIA CORREA
KARINE MARIA P. SERRA PINTO
SHEILA DE AGUIAR NUNES
SARA ALENCAR ALVES FRANKLIN
DIOGO FREISLEBEN
EMERSON XAVIER SERRA PINTO
WESLEY MENDES RODRIGUES
ALEXANDRE BAILONE A. LEITE
LETICIA ARAUJO SALVADOR
INSCRIÇÕES POR TRANSFERÊNCIA
3443
4867
4873
4874
4877
4879
4883
4884
4886
4887
4902
4907
4914
4955
4977
JOSÉ RIBAMAR LIMA
MARCIA DIAS DE SOUZA LIMA
DENISE CRISTINA RUIZ
DANIELLE O. GONÇALVES
ALEXANDRO NAKAO ODASHIRO
FALVIA ESTEVAM DE BRITO
VALDIR JESUS PAGOTTO
EDNO JOSÉ V. DE CARVALHO
MARCOS ROGERIO C. ARAUJO
MONICA LUIZA C. MAGALHÃES
LAURA MEZZOMO DA SILVA
EVANDRO TAMPELLINI FURLAN
RUI ANTONIO CARVALHO
MARCELA CARDOSO YANAGA
ELKE C. F. MASCARENHAS
4980
4986
4991
5002
5003
5006
5007
5008
5009
5010
5011
5013
5014
5016
5019
ANA PAULA CAVALIERI PONTES
ALEX FABIANO S. DE QUEIROZ
VANILZA RODRIGUES VIEIRA
LEONARDO RODRIGUES RESENDE
VIVIANE G. M. BARRETO RESENDE
MARCOS ANTONIO ZEULI
FABIO CATÃO A. M. DA SILVA
JUCILANE LIMA H. FERRUZZI
EMERSON HENKLAIN FERRUZZI
JOSÉ LUIZ DE CRUDIS JUNIOR
JOSÉ MAURO P. C. FILHO
JOÃO MANOEL A. G. MOREIRA
GUSTAVO RIBEIRO FALCÃO
ELSAALIDIA PETRY GONÇALVES
RAFAEL TIBYRICA L. DA ROSA
INSCRIÇÕES SECUNDÁRIAS
4868
4869
4871
4872
4875
4880
4881
4895
4928
4989
5012
5018
5023
5026
5028
5029
DALILA DIAS DE SOUZA LIMA
ALCIDES CARRILLO CAICEDO
ROMERO CARLOS TONINI
ROGERIO J. REZENDE
ZAMZAM SCHABIB HANY
ANGELA IZABEL C. GUIMARÃES
HENRIQUE MARINI FERREIRA
NELSON R. LEMES SOBRINHO
GILSON HIROSHI YAGI
ALAN FERNANDES LAURINDO
ELPIDIO MARCOS
THAIS MILANESE BESSEGATO
PAULO MIKI JUNIOR
LUCIANA Y. T. DOS SANTOS
LEONARDO VICTOR E. R. SILVA
LINCOLN SAITO MILLAN
5031
5036
5037
5038
5043
5048
5049
5057
5058
5059
5063
5064
5068
5069
5070
5071
FLAVIA A. F. BERGAMIN
MICHELE MIYUK A. TAKAHASHI
FABIANA MEIRA GUIMARÃES
RICARDO TOLEDO G. GOMES
RAFAEL CORREA APOLONI
NIMIO RAFAEL G. BALBUENA
LIDAMAR MARQUES DE JESUS
JORGE ODILON B. MENDONÇA
ELIANA MIDORI IANAGUIHARA
IVO BARELLI JUNIOR
ANTONIO CESAR P. SCOMBATTI
LEANDRO DE PAIVA
ALEXANDRE S. JUNIOR
JOÃO CARLOS B. FLORENCE
MARCELO G. SANT ANNA YAGI
BERNARDINO L. NADALIM
5020
5021
5024
5025
5027
5032
5033
5034
5035
5039
5040
5041
5042
5044
5045
LAWRENCE ASEBA TIPO
GISLAYNE NUNES DE SOUZA
FERNANDA ELIZA A. MIKI
RAFAEL SIMIONATO SUSIN
PEDRO DEBIEUX VARGAS SILVA
LUIS HENRIQUE T. KANASHIRO
RICARDO FRANCO PEREIRA
ALICARDO CESAR FIGUEIRA
ROGERIO ROLDÃO C. DO AMARAL
DANIEL CEOLIN SCHMITT
LUCIANA ZULIANI NEGRI
MARIA BEATRIZ M. F. MENDONÇA
VANESSA FERNANDA CLEMENTE
ANA CLAUDIA HISE FERRARI
SERGIO W. BRAUNSTEIN
REINSCRIÇÃO POR TRANSFERÊNCIA
1998 LUIZ AUGUSTO M. H. FILHO
3254 BEATRICE MIGUEIS DOS
SANTOS
3341 EDILBERTO LIMA
FALLEIROS
3390 NAYENE GREMA. V.
MARQUES
3755 MANUELA JANINI
GONÇALVES
3912 ANA PAULA PASCHOAL DE
MELO
3928 JOÃO HERNANDES F. LIMA
4002 ERLON KLEIN
4052 RAFAEL GARANHANI
4064 ANA CAROLINA C. FREITAS
4076 FERNANDA TAKAHASHI
4077 LARA CRISTINA LEITE
RUBIO
4078 LUCIANA ARAUJO BENTO
4099 PAULO HENRIQUE S. MARIANO
4114 DANIEL C. DE FIGUEIREDO
4118 ATALLA MNAYARJI
4126 MICHELE S. FERREIRA
4128 IBSEN ARSIOLI PINHO
4132 RUI MALTA DA SILVA FILHO
4206 FERNANDO PILOTTO
4340 ANTONIO CARLOS G. HINDO
4362 HERBERT PAULO DE
ALMEIDA
4394 GUSTAVO ADOLFO G. HINDO
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
9
TRANSFERÊNCIA PARA OUTRA UF
916
1501
1695
1758
2537
2880
3039
3188
3373
3443
3489
3899
3905
3943
3948
3957
3974
4077
4154
4180
4228
4229
4230
4231
4248
PAULO ANTONIO C. MONTEIRO
MESSIAS MARCIO MELKEN
SERGIO PEREIRA
FELIPE REYES RIVERA
FERNANDO ASATO
JOÃO CARLOS F. DE MACEDO
SERGIO ANTONIO CHADE
GUIDO VACA CESPEDES
CILENE DENISE DE LIMA GARCIA
JOSÉ RIBAMAR LIMA
SOLANGE MURTA GOMIDES
SERGIO RICARDO L. LOUREIRO
LUCAS RAMÃO S. LOPES
MARCELO ALVES HIGA
BISMARK DUTRA FERNANDEZ
JOAQUIM RIBERIO A. JUNIOR
OMAR MAMUD SALES
LARA CRISTINA LEITE RUBIO
CASSIA SENGER
HENRIQUE YOSHIO SHIROZAKI
ROSELENE T. DEL MONACO SENE
EVELYN JOY RAYWOOD T. GARCIA
PEDRO AUGUSTO Z. DE OLIVEIRA
SANDRA ANA SANDINI
ELVEM FABIANE S. DOS SANTOS
4253
4262
4294
4303
4307
4316
4325
4334
4344
4350
4359
4361
4362
4375
4385
4448
4450
4462
4463
4464
4472
4474
4491
4498
4508
GUINTHER R. P. WONDRACEK
CESAR AUGUSTO A. DE LIMA
PAULO MILTON F. R. JUNIOR
ANDERSON VALENTINI SANTOS
JOSÉ HENRIQUE S. ROBLES
EDSON OSSHIRO
MARCELO SPEGIORIN MORENO
PATRICK COSTA VIEIRA
RICARDO CORREA GONZALES
GIZELE FERNANDA H. TORRES
DENISE GALVAN BRAFF
CLEITON CASSIO BACH
HERBERT PAULO DE ALMEIDA
CARLA MARIA ROSAS LEAL
FABIO LUIS ESTRELA BESSA
MARYANGELA F. S. MONTEIRO
RAFAELA MORAES SIUFI
FABIO SANTANA B. RODRIGUES
FAUSTO RICARDO BAUNGARTEL
BERTHA LUCIA B. M. DA SILVA
HELENA CRISTINA R. KOHARATA
LILIAN YURI TSUGE
ADRIANA E. A. B. CARRASCO
NILSON MORO JUNIOR
FAUSTO AZAMBUJA MACHADO
4515
4520
4521
4528
4540
4544
4568
4586
4587
4599
4600
4633
4634
4645
4678
4717
4738
4740
4745
4752
4753
4754
4756
4757
4758
LUIS FELIPE ANTUNES RIBEIRO
RICARDO CONDI CASTELÃO
MARCELO CHEMIN CURY
MARZO ANDRÉ XAVIER BUENO
HUGO MURILO AMARAL
VICTOR MAIA MARQUES
RONALDO CESAR ALVES
DANIELA DE SOUZA RODRIGUES
LEONARDO TADEU FACHINI
LUIS ALBERTO PINOTTI BROGLIO
ALINE MARIA BRANDÃO
KATHIA SILVA MARTIN
FRANCISCO MENESES DE MORAIS
LUIS FERNANDO Z. SALVARIEGO
VINICIUS DE MELDAU BENITES
DANILO SANTOS V. DE ARRUDA
PAULO HENRIQUE WERLANG
SAVIO ALVES DO PRADO
ALEXANDRE DE OLIVEIRA LEITE
FERNANDO HENRIQUE DE PAULA
HEVERTON RAMOS DOS SANTOS
NATANAEL DE PAULA PORTILHO
FERNANDO ANTONIO S. E SILVA
LUCIANO PARTATA BORGES
DIEGO MENDES FERREIRA
4762
4763
4764
4769
4774
4778
4779
4788
4790
4804
4811
4826
4839
4840
4848
4855
4856
4897
4901
4909
4912
4914
4937
4995
4997
5005
ROGERIO SGURA MINNICELLI
RODRIGO A. MATTOS GENEROSO
CARLOS HANYERE BORGES
FRANYA DE FREITAS BASTOS
RODRIGO KUBO
DIEGO VENDRUSCULO POSSARI
FERNANDO HENRIQUE N. MAUA
GIULIANO ROBBAASOLA
FLAYANE PINTO CALIL
MARCIO LEANDRO F. FERREIRA
MAXIMIANO CORREA C. E SILVA
WALTER CALIL ELIAS JUNIOR
RODRIGO FRANCISCO P. CRUZ
PATRICK CAMPOS DINIZ
DIANNE FERREIRA SOARES
MARIO SERGIO M. PEREIRA
EYMAR ANGELICA BANDEIRA
IVONE LIMA MARTOS
DOUGLAS B. FERNANDES
ISABELA DE BRITO DUARTE
MARCELA ESTIVAL A. SOUZA
RUI ANTONIO CARVALHO
GLEISVER DIAS SANDIM
DEBORA SIQUEIRA RAMOS
LEANDRO SILVA DE BRITTO
ERIVALDO ELIAS JUNIOR
LEANDRO BORGES MONTEIRO
ANDRE OCTAVIO N. SANCHES
OSVALDINO MEDINA S. FILHO
ERICA ABEL DA SILVA
INESILA SCHETTINI ROCHA
BRUNO MARIANO S. SCHMIDT
MARCUS ANDRE DOS SANTOS
4522
4528
4777
4784
4792
4896
4942
JONATHAN O. A. MACHADO
MARZO ANDRE XAVIER BUENO
GILL CESAR F. DE FREITAS
RODRIGO IMADA
GREBY FABIAN RUIZ ORTUNO
JOÃO RICARDO G. MONTANHA
CELIO TOBARU KANASHIRO
INSCRIÇÃO SECUNDÁRIA - OUTRA UF
565
684
1615
2465
2740
2785
2980
HELVIO GUIMARÃES LOUREIRO
SELVIRIO DE SOUZA NETO
VICENTE JONAS A. MACIEL
AUGCLAR JACE M. BANDERA
RUI FRANCISCO P. DE OLIVEIRA
VIRGILIO GONÇALVES S. JUNIOR
WAGNER SAYD CARVALHO
3214
3348
3349
3636
3781
3791
3851
REINSCRIÇÃO
SECUNDÁRIA
2441
3337
3405
3929
4870
LUIS CESAR RODRIGUES
DANIELA RIBEIRO A. FERNANDES
JOÃO SOARES BORGES
GUSTAVO HENRIQUE S. FERREIRA
CLAUDIA F. B. COURBASSIER
FLAVIA ILSE M. R. CARMINATTI
CESAR AUGUSTO M. R. DA CRUZ
148
882
1113
1881
1882
LEO MENDONÇA DO AMARAL
JORGE LUIS F. DE VASCONCELOS
ANA MARQUES DOS SANTOS
CLEIDE C. SILVA DOS SANTOS
ILDEFONSO F. DOS SANTOS
1758
4229
HUGO SILVA COSTA
JUVENAL MARCELINO DA ROCHA
ALICIE R. PENA CRISTALDO
MARIA DELMAARGUELLO VERA
INSCRIÇÃO POR TRANSFERÊNCIA
4130
LUCIANO PEREIRA PERES
3047
3223
3638
3929
4046
RENE LEAL NUNES DE FREITAS
VALERIANE MAIA SIRAVEGNA
HELENA DE LIMA C. CASTRO
GUSTAVO HENRIQUE S. FERREIRA
CESAR ANIBAL A. BENAVIDES
4416
4417
4734
4835
4881
REINSCRIÇÃO DEVOLUÇÃO
RES. 1299/89
FELIPE REYES RIVERA
EVELYN JOY RAYWOOD T. GARCIA
CANCELADOS: 1ª INSCRIÇÃO
499
1961
4386
4389
3910
4214
4220
4279
4384
4401
4507
TRANF. INSC. SECUNDÁRIA EM PRIMÁRIA
REINSCRIÇÃO
PRIMÁRIA
4393
4882
LYSSA MORETTI
SANDRA S. DE SOUZA POLETTI
JOÃO RICARDO POLETTI
SILVIA NAOMI O. UEHARA
RICARDO CUSTODIO ZUCOLOTTO
LUIZ AUGUSTO MORELLI SAID
YURI OTANI
4528
4779
FALECIDOS
MARZO ANDRÉ XAVIER BUENO
FERNANDO HENRIQUE N. MAUA
INSCRIÇÃO SECUNDÁRIA
3146
3158
4432
4621
4654
4815
4846
VERA IRENE COLLINO
LEWIS KEI HAYASHI
FRANCISCO LEITE DE AMORIM
CARLOS EDUARDO M. DA ROCHA
ALEXANDRE CAETANO
RENATO VARGAS PINHEIRO
PAULO DE TARSIO PEREIRA SANTOS
CARLOS ALBERTO A. NORMANHA
MARCO ANTONIO BONINI FILHO
HALAN CASTANHEIRA SAMPAIO
VANESSA PUCCINELLI DOTTI
HENRIQUE MARINI FERREIRA
436
471
2851
JOSÉ ISSA
ROMEU ALBANEZE
JOHNNY HOI TO CHEUNG
REINSCRIÇÃO SECUNDÁRIA
1961
3146
JUVENAL MARCELINO DA ROCHA
VERA IRENE COLLINO
TRANSFERÊNCIA PARA OUTRA UF
1961
JUVENAL MARCELINO DA ROCHA
10
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
PARECERES
PARECER CRM/MS N° 001-2006
Ementa: “Pessoas detidas e conduzidas
por policiais a hospital não são consideradas
pacientes. Os institutos ou departamentos
médicos legais, mantidos pelo Estado, é que
devem se encarregar do atendimento de
presos. O acesso a prontuário se vincula às
Resoluções do CFM, legislação infraconstitucional e Constituição Federal,
havendo que se atentar para a gravidade do
segredo médico”.
PARECER CRM/MS N° 002-2006
Ementa: “Para o atestado de saúde, o
médico deve atestar o que realmente pode
provar, comprovar, reprovar e confirmar.
Deve escrever o que observou, viu e
analisou, baseado em critérios científicos.
Deve aconselhar seu paciente visando
proteção de sua saúde e evitar projeções
naquilo que não se pode prever”.
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
PARECER CRM/MS N° 003-2006
PARECER CRM/MS N° 005-2006
PARECER CRM/MS N° 19-2005
Na data de 20/10/2005 este Conselho
protocolou ofício do Juiz de Direito da 5º
Vara Cível de Campo Grande-MS, Dr.
Geraldo de Almeida Santiago, solicitando
que se esclareça as seguintes questões:
1- “Quais as causas geradoras da
paralisia cerebral em criança recémnascida”;
2- “Se pode ser causada por período
expulsivo prolongado ou pode haver causa
pós-parto normal ou se decorre de
complicações durante o parto”;
3- “Se na hipótese de 1ª gestação, qual
o período de dilatação normal para se
efetivar o parto normal (especificamente,
o período entre 7h às 17h seria um período
normal para dilatação”;
4- “Se a “manobra de Kristeller”é usual
em parto normal (principalmente em 1ª
gestação) ou se somente é usada em casos
excepcionais de complicações de parto”.
Ementa: “Ao médico é permitido
acumular a responsabilidade de Diretor
Técnico e/ou Clínico por até 2 (duas)
instituições prestadores de serviços
médicos, pública ou privada, as quais não
são especificadas pela norma vigente”.
Ementa: “O nefrologista responsável
técnico pelo Serviço de Hemodiálise deve
permanecer à disposição durante todo o
período de plantão, para atender qualquer
intercorrência, não podendo, portanto, assumir
regime de trabalho em locais distintos nesse
horário. A realização de cirurgias por médicos
não especialistas não constitui ilícito ético, pois
o título de especialista é apenas um presuntivo
de um “plus” de conhecimento em uma
determinada área da ciência médica”.
PARECER CRM/MS N° 004-2006
Ementa: “Cabe ao CRM fiscalizar o
exercício da profissão, interferindo quando a
falta de condições de atendimento, oferece
riscos a saúde da população. Cabe ao Hospital
conveniado rever junto ao Gestor de Saúde a
adequação às Portarias Ministeriais”.
PARECER CRM/MS N° 006-2006
Ementa: “Deve o Hospital prestar
continuidade ao tratamento do paciente,
quando este tiver indicação de alta e de
tratamento após alta hospitalar, mas ainda
não saiu do estabelecimento, seja qual for o
motivo. A equipe médica preferencial para
manutenção do tratamento é a original que
já assistia ao paciente e, no seu eventual
impedimento, deve a diretoria do Hospital
indicar médico ou equipe substituta”.
PARECER CRM/MS N° 22-2005
Ementa: “O médico deve exercer a
profissão com ampla autonomia e não deve
renunciar à sua liberdade profissional, porém
não deve permitir que sua ideologia religiosa
limite o exercício dos direitos sexuais e
reprodutivos dos pacientes sob seus cuidados,
dentro dos parâmetros da Legislação vigente”.
PARECER CRM/MS N° 20-2005
Ementa: “O médico tem ampla autonomia
na sua profissão, mas a divulgação de
especialidade não reconhecida constitui
infração ao CEM. Somente a CME tem a
prerrogativa do reconhecimento de
especialidades e o CRM do registro para a sua
divulgação”.
PARECER CRM/MS N° 21-2005
Ementa: “As informações contidas na
Portaria n° 988 do Ministério da Saúde não
constituem ilícito ético, pois prevalece o
entendimento que o fim social a ser atingido
requer informações precisas com o único
objetivo em aprimorar os serviços de saúde”.
MPF regulamenta o parecer nº 001/2006
através de procedimento administrativo
O parecer do CRM-MS nº 001/
2006 gerou muita polêmica. A ementa
do parecer define o seguinte: “pessoas
detidas e conduzidas por policiais a
hospital não são consideradas
pacientes. Os institutos ou
departamentos médicos legais,
mantidos pelo Estado, é que devem se
encarregar do atendimento de presos.
O acesso a prontuário se vincula às
Resoluções do CFM, legislação infraconstitucional e Constituição Federal,
havendo que se atentar para a
gravidade do segredo médico”.
Devido tal parecer, aconteceram
duas reuniões, uma no dia 31 de março
e outra no dia 27 de abril, para tratar
de irregularidades relacionadas ao
atendimento de pessoas em prontossocorros sul-mato-grossenses, sob
escolta policial, suspeitas de ingerir
substâncias entorpecentes. Estiveram
presentes nas reuniões Mauro
Cichowski dos Santos, procurador da
República, Mauro Luiz de Britto
Ribeiro, presidente do CRM-MS,
Fernando Carlos Romero Teixeira e
Rubens Grandini, representantes da
Polícia Federal, Jorge Neto,
representante da Polícia Civil, Miguel
Ângelo Vila, representante do Instituto
Médico Legal (IML), Denise Almeida
Tamazato, diretora da Santa Casa,
Fernando Lousada, diretor da Polícia Civil
do interior, Valter Aparecido Favaro e Vera
Lucia Cella, da Polícia Rodoviária Federal,
além de representantes do Hospital
Universitário e do Hospital Regional.
Dr. Mauro Ribeiro enfatizou na reunião
do dia 31 de março, que não existe
justificativa para que os médicos atuantes
dos prontos-socorros da Capital realizem
um trabalho que deveria ser implementado
por alguns médicos do IML. O procurador
da República, Mauro Cichowski dos
Santos, propôs a formulação do acordo
entre as autoridades envolvidas para
possibilitar que o IML requisite a
realização de procedimentos de raio-X em
hospitais públicos, garantindo a persecução
penal pelas polícias Federal e Rodoviária
Federal.
O Ministério Público Federal publicou
o Procedimento Administrativo nº
1.21.000.000168/2006-33, a fim de
regulamentar o parecer nº 001/2006. Na
reunião do dia 31 de março ficou definido
que a Polícia Rodoviária Federal, quando
se tratar de retenção de suspeito de
ingestão de cápsulas de substância
entorpecente, encaminhará o suspeito à
Superintendência ou Delegacia de Polícia
Federal, para que um delegado da Polícia
Federal faça o encaminhamento
formalmente para o IML. O médico do
Instituto fará uma solicitação de raio-X.
Com essa solicitação, a autoridade policial
encaminhará o suspeito ao hospital da rede
pública de saúde para que seja feito o raioX. O resultado do raio-X deve ser
entregue ao médico do IML que,
constatando a presença de cápsulas de
substância entorpecente, encaminhará o
mesmo para o pronto-socorro indicado
pelo sistema de regulação do município.
Caso não seja constatada a presença
de cápsulas no sistema digestivo do
suspeito, o médico do IML deve emitir um
laudo relatando tal situação. Em relação
a retenções procedidas pela Polícia
Federal, caberá ao delegado de Polícia
Federal responsável encaminhar
diretamente o suspeito ao IML, para que
seja adotado o procedimento especificado
acima.
Na reunião do dia 27 de abril, as
autoridades presentes decidiram que na
hipótese de retenção pela polícia de pessoa
suspeita de ingerir cápsulas contendo
substância entorpecente em locais onde
não haja Delegacia de Polícia Federal nem
unidade do IML deve-se adotar o seguinte
procedimento:
· Tratando-se de retenção de
suspeito de ingestão de tais cápsulas
realizada por integrantes do
Departamento de Polícia Rodoviária
Federal, o detido será encaminhado à
Delegacia de Polícia Civil mais
próxima, oportunidade em que o
delegado de Polícia Civil adotará os
procedimentos pertinentes para aferir
a existência ou não de cápsulas no
organismo. O médico perito nomeado
lavrará relatório e encaminhará o
suspeito ao delegado de Polícia Civil.
Este, por sua vez, ciente da existência
das cápsulas, tomará as providências
necessárias para garantir a internação
e o tratamento do suspeito na rede
pública de saúde local.
Constatado a inexistência de
cápsulas no organismo do detido, o
médico perito nomeado lavrará relatório
confirmando esta constatação e
encaminhará ao delegado de Polícia
Civil.
O Conselho Regional de Medicina
de Mato Grosso do Sul solicita
compreensão e união da classe médica
para auxiliar o trabalho desenvolvido
pelas autoridades policiais na
repreensão ao tráfico de drogas no
Estado.
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
11
Artigo
A medicina não tem alternativa
As palavras mudam de significação mesmos que, depois da superação do
historicamente. No Renascimento terror da Idade Média, transformaram
chamava-se soldado ao guerreiro o conhecimento empírico-espontâneo
mercenário que lutava por dinheiro, a em conhecimento científico e a técnica
soldo. Ninguém usa mais esta palavra em tecnologia.
O médico leigo ou laico, tal como foi
com este sentido, que foi radicalmente
transformado. Exatamente como o de conhecido primeiro no ocidente porque
medicina. A não ser como provocação. não era sacerdote, surgiu na Grécia
Ninguém chama as vivandeiras, clássica designado como terapeuta,
mulheres que acompanhavam os aquele que cura; o que sabe tratar
exércitos e cuidavam dos soldados doentes, a designação que ali era
feridos de enfermeiras; embora lhes atribuída aos curandeiros que, depois,
foram chamados
tenham feito às
iátricos, quando
vezes no passado,
consultavam os
eram elas que
“Os
médicos
podem
dizer
enfermos
e
cuidavam
dos
com orgulho que não existe
kliniátricos,
soldados doentes e
quando tratavam
feridos. Como não
uma medicina alternativa,
p a c i e n t e s
se
chama
como não existe uma física
a c a m a d o s .
mercenário
ao
alternativa ou uma química
Entretanto,
o
soldado, embora
alternativa...”
modo religioso e
aquela tenha sido
mágico
de
sua significação
encarar a saúde e
original (o que luta
pelo soldo). Por isto, não tem sentido a enfermidade, a vida e a morte, e de
chamar o feiticeiro ou o xamã de médico enfrentar vicissitude do existir humano
tradicional, médico alternativo ou coisa não desapareceu inteiramente da cultura
que valha. Os feiticeiros e xamãs ocidental, mesmo nas regiões mais
primitivos foram sucedidos na arte de desenvolvidas, principalmente nas
curar, na evolução das civilizações, pelos situações de desesperança e desespero.
sacerdotes-médicos que apareceram Persiste ainda abrigada nas mesmas
com o agregamento de grupos humanos instituições supersticiosas nas quais se
E,
freqüente
e
representados pelo surgimento das originou.
inadequadamente,
denominada
como
cidades e dos impérios; e estes, pelos
médicos leigos ou profanos no mundo medicina, terapêutica, terapia.
A rigor, medicina é o trabalho dos
grego. Os médicos sucederam
médicos e os médicos fazem a medicina.
imediatamente a estes sacerdotes.
A medicina surgiu da substituição dos O trabalho que os médicos realizam por
curandeiros e dos sacerdotes pelos serem médicos, o trabalho socialmente
médicos leigos, agentes da medicina instituído dos profissionais da medicina
racional, cuja atividade curativa se e que se restringe à sua especificidade
desprendera da magia e da superstição funcional ou profissional como prática
religiosa para se transformar em social e técnica responsável. E medicina,
técnica;
os
feiticeiros
que o trabalho profissional dos médicos.
transformaram o ritual mágico- Posto que, nem todas as atividades
sobrenatural com propósitos curativos praticadas por um médico sejam
na tekhnê iatrikê (em grego) ou ars necessariamente medicina; só devem ser
curandi (em latim), expressões que denominadas assim aquelas realizadas
significam técnica ou arte de curar, de no exercício da prática profissional pelo
exercer o cuidado com os doentes com conjunto de médicos de uma sociedade.
A relação bi-unívoca do médico e da
o objetivo de lhes devolver o estado de
saúde. O aparecimento dos médicos data medicina é mencionada em outros pontos
deste momento. Estes médicos foram os deste trabalho, mas deve-se destacar,
ainda que reiterativamente, que a alternativas dentro da medicina.
Medicina se concretiza no trabalho dos Procedimentos mais ou menos
médicos e somente se realiza assim. Não equivalentes que possam permitir uma
existe medicina sem médicos, nem escolha honesta.
médicos sem medicina. Em qualquer
A medicina se faz assim, como a
hipótese. Como ramo do conhecimento e síntese da atividade de diferentes
da práxis profissional, a medicina pode ser pessoas, atuando em todos os rincões
concebida como um corpo harmônico de do mundo, nas condições mais diversas,
informações, procedimentos e atitudes que mas seguindo um projeto que prevê a
sintetizam o núcleo essencial do que deve atividade de todos e de cada um para
ser o trabalho de todos os médicos ou de aperfeiçoar ou revolucionar os recursos
qualquer um deles. Também se refere a de que se valhem os médicos em seu
um modelo geral e universal de ação que trabalho. Como uma orquestra bem
se emprega para dirigir e conter a afinada executando uma partitura longa
atividade profissional dos médicos nos e complicada, mas sempre renovada.
limites mais aceitáveis do ponto de vista Cada executante com seu instrumento
ético e técnico.
seguindo o projeto coletivo comum, que
Aquilo que os faz ser médicos e os é dado pela unidade de sua profissão,
diferencia dos demais agentes sempre a mesma em todos os lugares
profissionais. Entretanto, como pessoas, do mundo. Por isto, os médicos podem
os médicos são todos diferentes uns dos dizer com orgulho que não existe uma
outros, ponto em que se destaca a medicina alternativa, como não existe
influência da personalidade individual de uma física alternativa ou uma química
cada um deles em seu trabalho profissional alternativa; uma engenharia alternativa
comum.
ou um direito alternativo. Ainda que
Desde sua origem, a medicina tem existam e devam existir alternativas na
incorporado todo os novos conhecimentos, medicina. O que passa disto é ilusão ou
toda técnica e toda tecnologia nova engodo.
capazes de servir para atender às suas
finalidades: diagnosticar
enfermidades,
tratar
enfermos e praticar todos
os
procedimentos
profissionais decorrentes
destas suas finalidades
essenciais. Ao mesmo
tempo que incorpora a
nova contribuição que lhe
é mais útil, segura e
econômica, descarta
aquelas que se tornam
superadas e, por isto, se
tornam obsoletas.
Não faz o menor
sentido chamar de
alternativa à medicina as
informações e tecnologias
que foram descartadas
por obsoletas. Pois, uma
alternativa deve ser ao
menos equivalente àquilo
Dr. Luiz Salvador de Miranda Sá Junior
a que se refere. O que
Conselheiro-Efetivo do CFM
existe, na verdade, são
12
Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul - Junho de 2006
Presidente do CRM participa de encontro em Cuiabá
A capital mato-grossense foi o local do
“XII Encontro dos Conselhos Regionais
de Medicina das Regiões Norte e CentroOeste” realizado entre os dias quatro e
seis de maio. Dr. Mauro Luiz de Britto
Ribeiro, presidente do CRM-MS,
participou do debate sobre “Erro
Profissional Médico”. Outros temas
discutidos foram perícia médica,
assistência médica prisional, células-tronco
e saúde indígena.
Também estiveram presentes no
evento o presidente do CFM, Edson de
Oliveira Andrade, representantes da
Associação de Vítimas de Erro Médico
em Mato Grosso (Avem), da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), do
Ministério Público, da Associação Matogrossense de Magistrados (Amam) e da
Federação Nacional dos Médicos
(Fenam).
Dr. Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente do CRM-MS, participou da discussão sobre Erro Médico
Política
A AMB e o CFM no Congresso Nacional
Criada no final do ano passado
especializados e um acompanhamento
posicionamento
dos
médicos
com objetivo de analisar os Projetos
sistemático por parte das entidades
enriquecendo o debate e apontando as
abalizadas e de conteúdo técnico
de Lei em trâmite no Congresso
médicas.
correções técnicas que se façam
profissional consistente.
Nacional que envolvem, direta ou
Após essa análise inicial, a Comissão,
indiretamente, a área da saúde, a
que conta ainda com a consultoria do
CAP – Comissão de Assuntos
assessor parlamentar Napoleão Puente
priorizados farão parte da Agenda
Políticos CFM/AMB é composta
Salles, direciona os Projetos de Lei para
Legislativa da Medicina, que será
pelos Conselheiros Alceu Pimentel,
as Sociedades de Especialidades
impressa e distribuída aos senadores,
Pedro Pablo Magalhães Chacel,
envolvidas, para avaliarem o conteúdo
deputados,
Neuman
da
e
Regionais, Sociedades de Especialidade,
representantes da AMB, Jurandir
devolverem os Projetos dentro de um
CRM´s e pessoas interessadas. A
Ribas Filho, José Luiz Dantas
prazo exeqüível estabelecido. A
agenda também será disponibilizada, com
Mestrinho e Luc Maurice Weckx.
Comissão também poderá recorrer a
a atualização on-line, nas páginas
outras entidades ou médicos de notório
eletrônicas das entidades médicas.
Figueiredo
e
pelos
Atualmente, a CAP já avaliou
mais de 200 Projetos de Lei e,
matéria,
se
posicionarem
saber.
da
necessárias.
Os
pareceres
consolidados
Entidades
e
Médicas
Com essa iniciativa, o CFM e a AMB
contribuem
para
o
efetivo
classe
com
informações
No entanto, o mais importante será
o envolvimento das especialidades
médicas e dos médicos em conferir
aos pareceres da reunião a certeza
da prestação de um serviço seguro e
de qualidade, para que possamos
discutir com os parlamentares a
política que mais convém não
somente à classe, mas à sociedade.
Nós, médicos, temos a oportunidade
ímpar de defender os nossos direitos
no
Congresso
Nacional,
desses, 72 foram considerados
Além disso, o assessor parlamentar
relevantes, com a necessidade de
agenda reuniões com os autores e ou
esclarecimento aos parlamentares, de
propositalmente, nas decisões que nos
emissão de pareceres técnicos
relatores dos projetos para discutir o
maneira clara e objetiva, sobre a opinião
competem.
Download

CBHPM defende remuneração justa e equilibrada