Ministério da Saúde de Moçambique Direcção Nacional de Assistência Médica DIRECTRIZES SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO Dezembro 2008 Ministério da Saúde de Moçambique Direcção Nacional de Assistência Médica DIRECTRIZES SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO Dezembro 2008 FICHA TÉCNICA Ministério da Saúde (MISAU). Direcção Nacional de Assistência Médica. Directrizes Sobre Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho. Moçambique: MISAU/DNAM; 2008. Autores Dr. Américo Assan, Director Nacional de Assistência Médica, MISAU Dra. Eulália da Costa, Saúde Ocupacional, DNAM, MISAU Dr. Jotamo Come, Cirurgião do Hospital José Macamo, Coordenador do Programa de Prevenção e Controle de Infecções Dr. Edgar Necochea, Jhpiego Enfa. Débora Bossemeyer, Jhpiego Revisão Técnica Dra. Paula Samo Gudo, Chefe do Programa da Tuberculose, MISAU Dra. Ana Charles, Chefe do Programa de Saúde Ambiental, MISAU Dra. Olga Novela, Chefe do Departamento de Enfermagem, DNAM, MISAU Dra. Felisbela Gaspar, Programa de Infecções de Transmissão Sexual, MISAU Dr. Angel Mendoza, Assessor Técnico, Direcção de Formação, MISAU Dra. Lucy Ramírez, CDC/Moçambique Dra. Sonia Machaieie, CDC/Moçambique Dra. Mieke Ponnet, Jhpiego © Esta publicação do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) foi realizada com o apoio técnico da Jhpiego e com os fundos do povo dos Estados Unidos da América, disponibilizados por meio do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio do SIDA através do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). É permitida a reprodução parcial ou total deste Guião, desde que citada a fonte. ÍNDICE PREFÁCIO .................................................................................................................................................................. II INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................1 Base Legal ............................................................................................................................................................. 1 Finalidade e Organização das Directrizes......................................................................................................... 2 Organização das directrizes.........................................................................................................................3 GARANTIA DE UM AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO E SAUDÁVEL ................................................................3 PROMOÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR................................................................................7 PREVENÇÃO DE INFECÇÕES E DOENÇAS OCUPACIONAIS................................................................................ 11 Precauções básicas............................................................................................................................................11 Precauções baseadas nas vias de transmissão ............................................................................................13 Medidas adicionais para determinadas infecções........................................................................................16 Perigos químicos ................................................................................................................................................21 Perigos ergonómicos..........................................................................................................................................23 Violência no ambiente de trabalho..................................................................................................................24 CUIDADOS, REABILITAÇÃO E REINSERÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO .................................................... 28 Diagnóstico precoce...........................................................................................................................................28 Aconselhamento e testagem voluntária do HIV.................................................................................... 29 Tratamento e reabilitação.................................................................................................................................30 Reinserção no ambiente de trabalho..............................................................................................................31 GESTÃO DE SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA .......................................................................................................... 33 Pandemias/epidemias ......................................................................................................................................34 Febres Hemorrágicas Virais (FHV) ........................................................................................................... 34 Gripe Aviaria (GA) ....................................................................................................................................... 38 Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) ....................................................................................... 40 Desastres internos..............................................................................................................................................41 Incêndio ....................................................................................................................................................... 41 Inundação.................................................................................................................................................... 43 OPERACIONALIZAÇÃO E RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS................................................................... 45 Responsabilidades da direcção........................................................................................................................46 Responsabilidades dos chefes de secção e supervisores............................................................................46 Responsabilidades dos trabalhadores ............................................................................................................47 MONITORIA E AVALIAÇÃO..................................................................................................................................... 48 Monitorização e medida do desempenho ......................................................................................................48 Investigação de acidentes relacionados com o trabalho, indisposições, doenças e incidentes........................................................................................................49 Auditorias.............................................................................................................................................................49 Revisões de gestão.............................................................................................................................................50 ANEXO 1: LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA INSPECÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO ................................... 51 ANEXO 2: FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE ................................................................................ 55 ANEXO 3: LISTA DE VERIFICAÇÃO RESUMIDA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO DA UNIDADE SANITÁRIA............................................................... 58 REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................... 61 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho i PREFÁCIO Garantir que as unidades sanitárias existentes no País sejam lugares seguros e saudáveis, tanto para os utentes, como para os trabalhadores de Saúde, é uma prioridade do Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde preocupa-se com a segurança e saúde dos seus trabalhadores que passam dia após dia, durante vários anos, em diferentes unidades sanitárias do País, prestando serviços ao público. Estes trabalhadores de saúde podem ser expostos a riscos que podem constituir uma ameaça ao seu bem-estar. Proteger os trabalhadores é muito importante no Sector Saúde, onde os recursos humanos são o elemento mais importante para a prestação dos serviços. Isto é particularmente relevante em Moçambique, que enfrenta um constrangimento significativo na disponibilidade dos quadros essenciais para a prestação dos cuidados necessários para atingir os objectivos de saúde do País. A adopção e implementação gradual destas directrizes, de acordo com os recursos e capacidade operativa do Ministério, representará um passo importante para que todos os trabalhadores de saúde do País possam desfrutar de uma vida mais segura, saudável e produtiva. Prof. Dr. Paulo Ivo Garrido Ministro de Saúde ii Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho INTRODUÇÃO O ambiente de trabalho coloca vários potenciais riscos aos trabalhadores de saúde, incluindo perigos de ordem biológica, química e física. Os trabalhadores de saúde sofrem por exemplo, o risco de infecções por elementos patogénicos presentes no sangue, tal como o vírus da hepatite B (VHB), o vírus da hepatite C (VHC) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV), devido à exposição ao sangue e fluidos corporais. Segundo o Relatório Mundial da Saúde 2002, dos aproximadamente 35 milhões de trabalhadores de saúde em todo o mundo, cerca de três milhões em cada ano, sofrem exposição percutânea a elementos patogénicos presentes no sangue. Isto pode resultar em 15.000 infectados com o VHC, 70.000 com o VHB e 500 com o HIV. Mais de 90% dessas infecções ocorrem nos países em vias de desenvolvimento. A nível mundial, cerca de 40% das infecções com VHB e VHC e 2,5% das infecções com HIV em trabalhadores de saúde são atribuídas à elevada exposição devido à sua profissão. No entanto, estas infecções derivadas da profissão, bem como outros perigos ocupacionais no ambiente de trabalho, são, na maior parte, evitáveis como mostram os índices reduzidos alcançados em determinados países que se têm empenhado em sérios esforços preventivos, incluindo a formação dos trabalhadores de saúde, a imunização contra o VHB, a profilaxia pósexposição, a melhor gestão para evitar os desperdícios e outras medidas. Uma redução significativa dos riscos ocupacionais no ambiente de trabalho em Moçambique é possível através de uma acção decidida e consensual. As presentes directrizes oferecem os elementos básicos para avançar nesta acção conjunta. BASE LEGAL As directrizes sobre Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho são coincidentes com as políticas e leis nacionais e com os compromissos internacionais estabelecidos pelo Governo de Moçambique e pelo Ministério da Saúde. Os instrumentos mais importantes para garantir a saúde, higiene e segurança no ambiente de trabalho e que servem como suporte legal às presentes directrizes são: 1. Constituição da República: Estabelece o direito à assistência médica e sanitária no geral concedido a todos os cidadãos e também estabelece que o trabalhador tem direito à protecção, segurança, e higiene no trabalho. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 1 2. Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, Decreto-lei 21/96 de 11 de Junho de 1996: Aplica-se aos funcionários do Estado da República de Moçambique em serviço no País e no exterior. Inclui todos os ministérios, as suas delegações provinciais, distritais e municipais, excepto empresas públicas, cujos trabalhadores são cobertos pela Lei de Trabalho. Estabelece a assistência médica e medicamentosa aos funcionários do Estado em casos de doença ou acidente no local de trabalho. 3. Lei de Trabalho, Lei 23/2007 de 1 de Agosto: Prevê cobertura na área de segurança e saúde no ambiente de trabalho aos trabalhadores de todos os sectores do País, incluindo o sector privado. 4. Inspecção do Trabalho, Decreto No. 32/89 de 8 de Novembro, (“Decreto No. 32/89”) e Diploma Ministerial No. 17/90 de 14 de Fevereiro, (“DM 17/90”): Establecem o regime de inspecção do trabalho. A Inspecção do trabalho visa o controlo da legalidade laboral, competindo-lhe a fiscalização do cumprimento dos deveres das entidades empregadoras e dos trabalhadores. 5. Lei No. 05/2002: Estabelece os princípios gerais para garantir que todos os trabalhadores e candidatos a emprego não sejam discriminados nos locais de trabalho ou quando se candidatam ao emprego por serem suspeitos ou portadores do HIV. Estabelece a assistência médica e medicamentosa ao trabalhador se o mesmo se infecta com o HIV no local de trabalho. 6. Diploma Ministerial No. 183-A/2001 de 18 de Dezembro de 2001: Estabelece as normas de, organização do Serviço Nacional de Saúde para o fornecimento de assistência médica e medicamentosa aos trabalhadores. FINALIDADE E ORGANIZAÇÃO DAS DIRECTRIZES A finalidade destas directrizes para Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho é ajudar a melhorar as condições de trabalho, a segurança e a saúde dos trabalhadores, do seguinte modo: Servir como referência para organizar as actividades ocupacionais de segurança e saúde como função prioritária da gestão das unidades sanitárias; Facilitar o diálogo e a colaboração sobre questões relacionadas com a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, entre os gestores e os trabalhadores de saúde. As directrizes sobre a Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho seguem os princípios da abordagem da gestão de risco, para lidar com a segurança ocupacional e riscos de saúde. 2 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Organização das directrizes Estas directrizes estão organizadas de um modo sequencial e prático, destacando os principais passos que uma determinada unidade sanitária deve seguir para assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável. A secção 1 apresenta a abordagem à gestão de riscos e seus principais elementos, usada como base metodológica para estas directrizes. A secção 2 cobre o aspecto promocional da segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo a disponibilização de informação e formação em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho. As secções 3 e 4 apresentam as principais precauções no sentido de evitar infecções e doenças ocupacionais, bem como os aspectos do tratamento, reabilitação e reinserção no ambiente de trabalho. A secção 5 inclui situações seleccionadas de emergência provocadas por súbitas pandemias/epidemias ou desastres internos. A secção 6 descreve as responsabilidades institucionais para operacionalizar estas directrizes. A secção 7 trata do aspecto de monitorização e avaliação das actividades de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho. Os anexos apresentam ferramentas adicionais que podem ajudar durante a implementação das directrizes sobre Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho. GARANTIA DE UM AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO E SAUDÁVEL As unidades sanitárias prestam serviços úteis e benéficos à comunidade. No entanto, podem também gerar riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores de saúde e utentes. As unidades sanitárias são frequentemente locais de trabalho que utilizam uma infra-estrutura e processos de trabalho complexos, lidam com substâncias perigosas a nível biológico, químico e físico e cuidam de pessoas que podem estar sob considerável pressão emocional. Tudo isto pode criar riscos perigosos e indesejáveis, tais como a exposição a infecções, substâncias perigosas, comportamento violento ou acidentes. Para proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores de saúde e utentes, é essencial seguir um processo sistemático para a identificação e controlo contínuo desses riscos. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 3 As unidades sanitárias podem atingir este objectivo usando uma abordagem de gestão de risco como modo de assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável. Essa abordagem deve ser composta pelas seguintes fases: 1. Identificação do perigo Os perigos numa unidade sanitária podem ser identificados através de vários métodos: Inspecções periódicas ao ambiente de trabalho: As inspecções regulares ao ambiente de trabalho devem ser realizadas no mínimo a cada seis meses, de modo a identificar potenciais perigos. Estas inspecções devem ser realizadas usando uma lista de verificação, de modo a assegurar que todas as áreas relevantes sejam cobertas e que os resultados sejam registados. (Consulte o Anexo 1: Lista de verificação para inspecção do ambiente de trabalho) Reportar e investigar acidentes e incidentes: as instalações devem ter um procedimento sistemático para registar, reportar, analisar e investigar acidentes e ferimentos ocorridos no ambiente de trabalho (por exemplo picadas com agulhas e outros tipos de exposição a fluidos corporais). Este sistema de relatório deve incluir eventos que ocorram nas instalações e durante actividades de extensão fora das instalações (exemplo: assaltos a trabalhadores de saúde). Para além disso, os gestores devem estar atentos a qualquer relatório sobre perigos identificados por pessoal ao realizar o trabalho. Análise de conformidade com especificações técnicas para novas infra-estruturas, equipamento e materiais: os gestores das unidades sanitárias devem assegurar que a nova infra-estrutura, equipamento e materiais estejam em conformidade com as especificações técnicas desejadas (exemplo: se uma nova infraestrutura tem ventilação suficiente, se o equipamento de protecção pessoal é adequado às tarefas a serem realizadas ou se o novo equipamento é seguro de operar). 2. Análise de risco A análise de risco pode ser realizada usando a informação recolhida durante a fase de identificação do perigo, particularmente usando dados dos relatórios e investigação de acidentes/incidentes. A análise de risco deve considerar dois principais factores: a gravidade das consequências de um acidente provocado pelo perigo e a probabilidade desse acidente voltar a acontecer. As consequências do evento encaixam-se em três categorias: 4 Menor: por exemplo, ferimentos ligeiros ou doença que não provoca incapacidade Moderada: por exemplo, doença ou incapacidade de curto prazo e totalmente reversível Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Grave/catastrófica: por exemplo, doença ou incapacidade permanente ou morte A probabilidade do evento pode ser: Baixa Moderada Elevada/quase certa A tabela 1 apresenta a relação entre as consequências e a probabilidade de um evento, de modo a determinar o nível de risco. Tabela 1. Análise de risco CONSEQUÊNCIAS PROBABILIDADE Grave/ catastrófica Moderada Menor Elevada/quase certa Risco extremo Risco extremo Risco moderado/ elevado Moderada Risco extremo Risco moderado/ elevado Risco baixo Baixa Risco moderado/ elevado Risco baixo Risco baixo Os eventos na categoria de risco extremo, exigem acções imediatas preventivas e/ou correctivas e procedimentos cuidadosamente delineados e monitorizados de perto. Os eventos na categoria de risco moderado a elevado exigem a definição de procedimentos cuidadosamente delineados. Os restantes eventos possuem um risco relativamente baixo e podem ser geridos através de procedimentos de rotina. 3. Controlo do risco O controlo do risco pode ser implementado de várias formas: Eliminação do perigo: um perigo pode ser eliminado removendo-o da infra-estrutura das instalações ou dos procedimentos operativos (exemplo: reparar o tecto que pinga ou eliminar a reutilização de agulhas e seringas) ou substituindo-o por um elemento ou procedimento não perigoso (exemplo substituir a lavagem manual de instrumentos cirúrgicos por lavagem à máquina). Controlo do perigo: se um perigo não puder ser eliminado, deverá ser controlado isolando-o ou usando controlos de engenharia ou administrativos. Isolamento significa criar uma barreira à volta do perigo, de modo a que este não possa atingir e causar problemas aos trabalhadores de saúde, utentes ou público (exemplo: colocar uma vedação na área de eliminação de resíduos, Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 5 de modo a que nem os fornecedores nem o público possam aceder a essa área sem autorização). Controlos de engenharia são aqueles relacionados com alterações realizadas na infra-estrutura ou equipamento, de modo a torná-los mais seguros (exemplo: proteger as paredes das salas de raios X com chumbo; disponibilizar caixas para colocação de utensílios contundentes no local da sua utilização). Controlos administrativos, aqueles relacionados com alterações dos processos de trabalho para limitar o impacto dos perigos (exemplo: regular a circulação de pessoas em áreas restritas; impedir que as trabalhadoras de saúde em início de gravidez trabalhem em enfermarias com doenças contagiosas) Protecção contra perigos. Se um perigo não puder ser eliminado ou suficientemente controlado, é essencial que os trabalhadores de saúde utilizem equipamento e vestuário protector (exemplo: se for necessária a lavagem manual de instrumentos, os trabalhadores devem utilizar luvas, óculos protectores, máscaras, botas e aventais plásticos). A abordagem ideal será eliminar os perigos na sua totalidade. No entanto, esta opção pode não ser viável em todos os casos, sendo assim necessário usar outros métodos de controlo de riscos. Por exemplo, em caso de doentes suspeitos de terem tuberculose (TB) activa, será essencial colocá-los em quartos com pressão negativa ou pelo menos em quartos individuais com boa ventilação (controlo de engenharia), devendo os trabalhadores de saúde usar máscaras respiratórias adequadas (utilização de equipamento protector). 4. Monitorização e revisão Após serem activadas as medidas de controlo de risco, é importante verificar, usando informação e dados de relatórios e inspecções, como estas medidas estão a funcionar e introduzir as correcções ou alterações necessárias aos planos executados. Em outras palavras, a gestão de risco é um processo contínuo que deve ser implementado consistentemente nas unidades sanitárias. Quem é responsável pelo processo contínuo da gestão do risco? Criar e manter um ambiente de trabalho seguro e saudável e assegurar que a estratégia de gestão de risco funcione devidamente, exige o compromisso dos directores das unidades sanitárias, supervisores, trabalhadores e até mesmo dos utentes. As descrições de funções de directores, supervisores e trabalhadores, devem incluir tarefas e responsabilidades claras e específicas relacionadas com a segurança e saúde no ambiente de trabalho. Os materiais de informação a utentes, devem também salientar as suas responsabilidades, ajudando a manter a unidade segura e saudável. 6 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Para além das responsabilidades individuais, cada unidade deverá ter um Comité de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho, que poderá coordenar a discussão e definição de políticas e a implementação da gestão do risco. Este comité deve ser composto por representantes da Direcção, supervisores de diferentes níveis, e trabalhadores. É também aconselhável ter representantes da comunidade presentes em reuniões relevantes do comité. São apresentados detalhes mais específicos sobre papéis, responsabilidades e coordenação na Secção 6 destas directrizes: Operacionalização e responsabilidades institucionais. PROMOÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Os princípios e passos relacionados com a gestão de risco podem ser usados eficazmente para proteger os trabalhadores de saúde contra alguns dos perigos mais frequentes no seu ambiente de trabalho: a exposição a infecções. Entre as exposições infecciosas mais importantes em unidades sanitárias, encontram-se as infecções por agentes no sangue, tais como HIV, Hepatite B e Hepatite C, infecções transmitidas pelas vias aéreas, tal como a Tuberculose (TB) e infecções transmitidas por gotículas, tal como a influenza. O primeiro nível de acção é realizar actividades de promoção, incluindo fornecer informação e implementar actividades educativas, destinadas a despertar a consciência e a fortalecer aptidões para tomada de decisão dos trabalhadores de saúde, relacionadas com exposição a infecções e outros perigos. 1. Deve ser fornecida informação básica sobre exposição a infecções e outros perigos, a cada novo trabalhador de saúde, durante a sua primeira semana de trabalho. As unidades devem ter materiais informativos impressos adequados para este fim. As unidades devem também realizar sessões de grupo para o seu pessoal, pelo menos uma vez por ano, onde será comunicada informação actualizada sobre exposição a infecções e outros perigos. A informação fornecida por escrito ou durante as sessões deve incluir: Identificação de perigos potenciais e infecções e outras exposições no ambiente de trabalho Principais mecanismos para a transmissão de infecções Descrição geral de práticas de trabalho seguras e importância de as seguir Infra-estrutura institucional para segurança e saúde no ambiente de trabalho, incluindo principais serviços, suporte disponível e contactos Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 7 Responsabilidades dos trabalhadores relativas à segurança e saúde no ambiente de trabalho 2. Actividades educativas relacionadas com a exposição a infecções e outros perigos devem ser realizadas regularmente no ambiente de trabalho. Estas actividades devem ser implementadas, na medida do possível, durante as horas de trabalho e devem: 8 Incluir actividades que ajudem os indivíduos a avaliar os riscos que enfrentam pessoalmente e como reduzir os mesmos através de uma tomada de decisão, negociação e aptidões de comunicação, bem como programas específicos de formação, prevenção e aconselhamento Fornecer informação sobre mecanismos de transmissão de infecções e sobre o modo como reduzir o risco dessa transmissão Instruir os trabalhadores sobre a utilização de práticas seguras de trabalho e precauções básicas (ver explicação mais detalhada sobre precauções básicas na Secção 3: Prevenção de infecções e doenças ocupacionais) Promover a higiene e a nutrição adequadas Promover práticas de sexo seguro, incluindo instruções sobre a utilização de preservativos masculinos (e femininos quando aplicável) Promover outras práticas preventivas na unidade sanitária e em casa, tal como a utilização de redes mosquiteiras para prevenção de malária Dar especial destaque a comportamentos de risco e outros factores de risco que expõem certos grupos de trabalhadores a um risco acrescido de infecção, tal como HIV Dar especial destaque à vulnerabilidade das mulheres a infecções como HIV e estratégias de prevenção que podem mitigar essa vulnerabilidade Estar ligadas, quando possível a programas de promoção de saúde no ambiente de trabalho com temas como: tabaco, consumo de substâncias tóxicas, stress e saúde reprodutiva Promover a implementação de triagem periódica de saúde aos trabalhadores, incluindo a promoção do aconselhamento e testagem voluntária ao HIV Fornecer informação sobre sinais e sintomas das doenças mais frequentes no ambiente de trabalho, incluindo a tuberculose (TB), HIV, malária, hipertensão e diabetes, e instruir os trabalhadores para se apresentarem de imediato para realizar análises caso esses sintomas se revelem Divulgar os direitos e responsabilidades dos trabalhadores de saúde relativamente a segurança e saúde no ambiente de trabalho, Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho incluindo o direito à confidencialidade (Ver Tabela 2. Direitos e Responsabilidades dos Trabalhadores) Ser regularmente monitorizado, avaliado e revisto onde necessário Sempre que apropriado, devem ser disponibilizados preservativos masculinos e femininos aos trabalhadores de saúde. Tabela 2. Direitos e Responsabilidades dos Trabalhadores Os trabalhadores têm direito a: • Um ambiente de trabalho seguro e saudável • Formação sobre segurança e saúde e actividades de prevenção no ambiente de trabalho • Não discriminação ou estigma, incluindo discriminação ou estigma baseado no estado relacionado com a doença (exemplo HIV) • Igualdade de género • Diálogo social e expressão de opiniões relacionadas com a segurança e saúde do ambiente de trabalho • Não testagem de HIV para fins de emprego • Gestão de uma pós exposição, incluindo aconselhamento e profilaxia sempre que apropriados • Confidencialidade relacionada com dados pessoais, incluindo estado de infecção ou doença do trabalhador • Tratamento e apoio em caso de doença • Adaptação razoável, tal como mudança da área de trabalho em caso de doença • Continuidade do relacionamento como empregado em caso de doença, em condições apropriadas desde que sejam medicamente adequadas Os trabalhadores são responsáveis por: • Cuidar da sua própria segurança e saúde • Cuidar da segurança e saúde de outros no ambiente de trabalho • Seguir práticas seguras de trabalho e usarem equipamento de protecção individual • Participar em iniciativas de consulta e formação sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho • Reportar perigos e acidentes • Colaborar com os directores e supervisores para que a unidade sanitária atinja os seus objectivos relativos à segurança e saúde no ambiente de trabalho • Não colocar propositadamente ninguém em risco nem interferir ou fazer má utilização de algo fornecido no interesse da segurança e saúde 3. Actividades educativas para utentes e seus acompanhantes são também muito importantes. Os utentes podem ser uma grande ajuda para conseguir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. O conteúdo destas actividades educativas deve ajudar os utentes a compreenderem os riscos que existem numa unidade sanitária e fornecer informação sobre mecanismos de transmissão de infecções (exemplo: etiqueta da tosse e lavagem das mãos). Os utentes devem ser também informados sobre o modo como colaborar melhor com o pessoal da unidade sanitária, de modo a reduzir riscos de infecção e outros perigos. Estas actividades educativas deverão ser realizadas na unidade sanitária bem como na comunidade em estreita coordenação, sempre que possível, com os líderes e organizações comunitárias. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 9 Figura 1. Etiqueta da tosse 10 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho PREVENÇÃO DE INFECÇÕES E DOENÇAS OCUPACIONAIS As infecções e doenças ocupacionais podem ser evitadas através da combinação do isolamento do perigo, controlos administrativos e de engenharia e da utilização de equipamento de protecção individual. Todos estes métodos para o controlo de risco se encontram incluídos no que é conhecido como precauções básicas e precauções baseadas nos meios de transmissão. Uma maior protecção contra algumas infecções graves e outros perigos pode ser também conseguida através de medidas de protecção mais específicas. PRECAUÇÕES BÁSICAS As principais práticas para um trabalho seguro, que permitem minimizar o risco de transmissão de infecções no ambiente de trabalho são as precauções básicas. Como a maior parte das pessoas com infecções virais transmitidas pelo sangue tal como o HIV e vírus da Hepatites B (VHB), não apresentam sintomas, nem conseguem ser visivelmente reconhecidos como estando infectados, as precauções básicas destinam-se a cuidar de todas as pessoas—pessoal e utentes—quer estejam ou não infectados. As precauções básicas aplicam-se ao sangue ou quaisquer outros fluidos corporais, secreções e excreções (excepto o suor), pele danificada e membranas mucosas. A sua implementação destina-se a reduzir o risco de transmitir microrganismos de fontes de infecção conhecidas ou desconhecidas (exemplo: doentes, objectos contaminados, agulhas e seringas usadas, etc.) dentro do Sistema de Saúde. A aplicação de precauções básicas tornou-se a principal estratégia para evitar infecções nosocomiais em doentes hospitalizados. Os componentes chave das precauções básicas são: Considerar todas as pessoas (doentes ou pessoal) como potencialmente infectados e susceptíveis a infecção. Lavar as mãos—o procedimento mais importante para evitar contaminação (de pessoa para pessoa ou de objecto contaminado para a pessoa). Usar luvas (em ambas as mãos) antes de tocar em qualquer coisa molhada—pele danificada, membranas mucosas, sangue e outros fluidos corporais, ou instrumentos sujos e materiais e lixo contaminados—ou antes de realizar procedimentos invasivos. Existem tipos de luvas de acordo com o procedimento a ser realizado (cirúrgicas, de exame, de limpeza). Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 11 Usar barreiras físicas (óculos de protecção, máscaras faciais e aventais) se houver possibilidade de salpicos com fluidos corporais (secreções e excreções) (por exemplo ao limpar instrumentos e outros itens). Usar agentes anti-sépticos para limpar a pele ou membranas mucosas antes de uma cirurgia, limpar feridas ou esfregar as mãos com um produto anticéptico à base de álcool. Seguir práticas seguras de trabalho, tais como não tornar a colocar a tampa ou dobrar agulhas, passar com segurança instrumentos afiados e suturar, quando apropriado, com agulhas menos aguçadas. Eliminar com segurança material infectado e cortante de modo a proteger os que lidam com ele e evitar ferir ou espalhar a infecção pela comunidade. Processar instrumentos, luvas e outros materiais após utilização, descontaminando primeiro e limpando-os exaustivamente e depois esterilizá-los ou desinfectá-los seguindo os procedimentos recomendados. Tabela 3. Precauções básicas: principais componentes Lavagem das mãos (ou esfregar as mãos com anticéptico) Após tocar em sangue, fluidos corporais, secreções, excreções e itens contaminados z Imediatamente após retirar as luvas z Entre o contacto com diferentes doentes z Luvas z Para contacto com sangue, fluidos corporais, secreções e itens contaminados z Para contacto com membranas mucosas e pele danificada Máscaras, óculos de protecção, máscaras faciais z Proteger as membranas mucosas dos olhos, nariz e boca, quando for provável o contacto com sangue e fluidos corporais Batas z Proteger a pele do contacto com sangue ou fluidos corporais z Evitar sujar o vestuário durante procedimentos que possam envolver contacto com sangue ou fluidos corporais Roupa z Manusear a roupa suja, evitando tocar na pele ou membranas mucosas z Não manusear ou tratar a roupa suja nas áreas de cuidados aos doentes Equipamento de cuidado ao doente z O equipamento sujo deve ser manuseado de forma a evitar o contacto com a pele ou membranas mucosas e evitar a contaminação de vestuário ou do ambiente z Limpar o equipamento reutilizável antes de cada utilização Limpeza do ambiente z Como rotina cuidar, limpar e desinfectar o equipamento e acessórios existentes nas áreas de cuidados ao doente Objectos afiados z Evitar tornar a tapar as agulhas usadas z Evitar retirar as agulhas usadas das seringas descartáveis z Evitar dobrar, quebrar ou manipular agulhas usadas manualmente z Colocar instrumentos contundentes em recipientes resistentes Reanimação de doentes z Usar peças de boca, sacos de ventilação ou outros dispositivos para evitar respiração boca-a-boca Instalação dos doentes z Colocar em quartos privados, os doentes que contaminem o ambiente ou que não consigam manter higiene apropriada 12 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho PRECAUÇÕES BASEADAS NAS VIAS DE TRANSMISSÃO Para além das precauções básicas, outras precauções mais específicas devem ser adoptadas para evitar infecções de acordo com o seu modo de transmissão, estas são chamadas precauções baseadas nas vias de transmissão. Os três principais modos de transmissão de infecções em hospitais são: ar, gotículas e contacto. Um microrganismo infeccioso pode ser, no entanto, transmitido por mais do que uma via. Por exemplo, a varicela é transmitida por ar e por contacto nas diferentes fases da doença. Precauções para transmissão por via aérea Estas precauções destinam-se a reduzir a transmissão nosocomial de partículas com 5 μm ou menos de dimensão, que podem permanecer no ar durante várias horas e serem largamente dispersas (ver Tabela 4). Os microrganismos dispersos totalmente ou parcialmente por via aérea incluem a tuberculose (TB), varicela e rubéola. As precauções para transmissão por via aérea são recomendadas para doentes com infecções conhecidas ou suspeitas com estes agentes. Por exemplo, uma pessoa infectada com HIV que tenha tosse, suores nocturnos ou febre, e que lhe tenham sido detectados problemas nos pulmões clinicamente ou por Raios X, deve ficar submetida a precauções por via aérea até que a tuberculose seja descartada. Onde a tuberculose prevalece, é importante ter um mecanismo para analisar rapidamente (triagem) os doentes suspeitos de terem tuberculose, pois um diagnóstico tardio, resultando no não isolamento, tem provado ser um factor importante na transmissão a nível hospitalar. Nesta situação, as precauções por via aérea são a última defesa na redução do risco de transmissão de tuberculose (TB). Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 13 Tabela 4. Precauções para transmissão por via aérea Usadas em adição às Precauções Básicas para um doente que se saiba estar ou suspeite de estar infectado com microrganismos transmitidos por via aérea INSTALAÇÃO DO DOENTE • • • Quarto privado. Porta fechada. Quarto com extracção de ar para o exterior (pressão de ar negativa) usando uma ventoinha ou outro sistema de filtração. Se não houver um quarto privado disponível, colocar o doente num quarto com doentes com a mesma infecção, mas não com outras infecções (agrupamento). Perguntar os visitantes quanto à susceptibilidade antes de permitir a sua visita (exemplo: para doentes com varicela ou sarampo perguntar se o visitante teve ou foi vacinado contra estas doenças). • • PROTECÇÃO RESPIRATÓRIA • • Utilizar máscara cirúrgica. Se tiver tuberculose diagnosticada ou suspeita, utilizar um respirador (se disponível). Se tiver sarampo ou rubéola: – Pessoas imunes—não necessitam de máscara – Pessoas susceptíveis—não devem entrar no quarto Retirar a máscara após sair do quarto e colocá-la num saco de plástico ou recipiente de resíduos com a tampa bem fechada. • • TRANSPORTE DO DOENTE • • • Limitar o transporte do doente apenas ao essencial. Durante o transporte o doente deve usar máscara cirúrgica Avisar ao pessoal da área que vai receber o doente. Adaptado de: ETNA Comunicações 2000 Precauções para transmissão por gotículas Estas precauções reduzem os riscos de transmissão nosocomial de microorganismos patogénicos dispersos na totalidade ou parcialmente por gotículas maiores que 5 μm de dimensão (exemplo: meningite por H. influenzae e N. meningitides; M. pneumoniae, vírus da gripe, papeira e rubéola). Outras condições incluem difteria, tosse convulsa, praga pneumónica e faringite (escarlatina em bebés e crianças). As precauções a ter com as gotículas são mais simples do que as precauções a ter com a transmissão por via aérea, pois as partículas permanecem no ar apenas por um curto período de tempo e viajam apenas alguns metros, sendo deste modo necessário um contacto perto da fonte para que a pessoa saudável fique infectada. (Ver Tabela 5) 14 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Tabela 5. Precauções para transmissão por gotículas Usadas em adição às Precauções Básicas para um doente que se saiba estar ou suspeite de estar infectado com microrganismos transmitidos por gotículas de partículas grandes (superiores a 5 µm). INSTALAÇÃO DO DOENTE • • Quarto privado, a porta pode ficar aberta. Se não houver um quarto privado disponível, colocar o doente num quarto com doentes com a mesma infecção, mas não com outras infecções (agrupamento). Se nenhuma das opções estiver disponível, manter uma separação de pelo menos 1 metro entre os doentes. • PROTECÇÃO RESPIRATÓRIA • Utilizar máscara se estiver a 1 metro do doente. TRANSPORTE DO DOENTE • • • Limitar o transporte do doente apenas ao essencial. Durante o transporte o doente deve usar máscara cirúrgica Avisar a área que vai receber o doente. Adaptado de: ETNA Comunicações 2000 Precauções para transmissão por contacto Estas precauções reduzem o risco de transmissão de organismos de um doente infectado ou colonizado, através do contacto directo ou indirecto (Ver Tabela 6). Estas são indicadas para doentes infectados ou colonizados com microrganismos patogénicos entéricos (hepatite A ou eco vírus), herpes simplex e vírus da febre hemorrágica e bactéria resistente a vários antibióticos. É interessante notar que a varicela se transmite quer pelo ar, quer por contacto nas diferentes fases da doença. Entre as crianças, existem vários vírus transmitidos por contacto directo. Para além disso, as precauções a ter com o contacto devem ser implementadas em doentes com infecções húmidas ou que drenem, que possam ser contagiosas (exemplo: abcessos que drenem, herpes zoster, impetigo, conjuntivite, sarna, piolhos e feridas infectadas) Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 15 Tabela 6. Precauções para transmissão por contacto Usadas em adição às Precauções Básicas para um doente que se saiba estar ou suspeite de estar infectado ou colonizado com microrganismos transmitidos por contacto directo com o doente, ou contacto indirecto com superfícies ou utensílios de cuidado ao doente. INSTALAÇÃO DO DOENTE • • Quarto privado, a porta pode ficar aberta. Se não houver um quarto privado disponível, colocar o doente num quarto com doentes com a mesma infecção, mas não com outras infecções (agrupamento). • Quando entrar no quarto, utilizar luvas de exame limpas (ou luvas cirúrgicas). Trocar de luvas após contacto com material infectado (exemplo: fezes ou drenagem de feridas). Retirar as luvas antes de sair do quarto do doente. LUVAS • • LAVAGEM DAS MÃOS • • Lavar as mãos com agente anti-bacteriano ou usar um produto de limpeza para mãos à base de álcool, após retirar as luvas. Antes de sair do quarto, não tocar em superfícies ou itens potencialmente contaminados. BATAS E EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO • • Vestir uma bata limpa não esterilizada quando entrar no quarto do doente, caso preveja contacto com o doente, ou se este for incontinente, tiver diarreia, ileostomia, colostomia ou drenagem de feridas não retida pôr um penso. Retirar a bata antes de sair do quarto. Não deixar a roupa tocar em superfícies ou itens potencialmente contaminados antes de sair do quarto. TRANSPORTE DO DOENTE • • Limitar o transporte do doente apenas ao essencial. Durante o transporte assegurar-se que são mantidas as precauções que reduzam o risco de transmissão de organismos. EQUIPAMENTO DE ASSISTÊNCIA AO DOENTE • • Se possível, reservar o equipamento a ser utilizado apenas por um doente. Após cada utilização, limpar e desinfectar qualquer equipamento partilhado entre doentes infectados e não infectados. Adaptado de: ETNA Comunicações 2000 MEDIDAS ADICIONAIS PARA DETERMINADAS INFECÇÕES HIV/SIDA A prevenção da exposição é a principal estratégia para reduzir infecções ocupacionais. No entanto, permanecerá sempre um risco de exposição a microrganismos patogénicos do sangue, incluindo o HIV. As unidades sanitárias devem ter por isso um sistema activo para gerir essas exposições, incluindo mecanismos para cuidados imediatos, aconselhamento, testes, tratamento (se necessário), relatório, investigação, suporte e acompanhamento. 16 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Uma descrição detalhada desse sistema para as unidades sanitárias em Moçambique encontra-se no documento do Ministério da Saúde “Guia para Prevenção e Profilaxia Pós-Exposição Ocupacional ao HIV” (2007). Tuberculose (TB) Alguns trabalhadores que prestam cuidados de saúde têm um risco maior de adquirirem TB no local de trabalho. Um risco acrescido de TB foi documentado em vários trabalhadores de saúde, incluindo, a título de exemplo, enfermeiras/os, médicos, pessoal auxiliar, estudantes de medicina e trabalhadores de laboratório. Os que estão sujeitos ao risco, incluem qualquer indivíduo que preste cuidados de saúde em instalações que diagnostiquem e tratem doentes com TB. Com risco maior encontram-se os trabalhadores que: Têm contacto mais frequente e directo com os doentes Estão a mais tempo a desenvolver esta actividade Têm contacto com doentes com tuberculose ainda não diagnosticada e que não se encontrem a fazer tratamento Trabalham em unidades sanitárias onde não se implementem medidas para controlo de infecções Realizam procedimentos de indução de tosse em doentes As clínicas e enfermarias sobrelotadas aumentam o risco de transmissão a doentes e a trabalhadores de saúde. O maior risco de transmissão ocorre quando a doença não é diagnosticada nos doentes e estes não são tratados. Deste modo, uma rápida identificação de doentes com suspeita de TB é essencial para iniciar o tratamento, reduzindo assim a exposição dos trabalhadores de saúde a doentes infecciosos com TB. Ver Tabela 7. Tabela 7. Doentes nos quais se deve suspeitar TB z Doentes com tosse persistente (três semanas ou mais) z Doentes com outros sintomas compatíveis com TB (exemplo: expectoração com sangue, suores nocturnos, febre, perda de peso) z Doentes em que o risco de contrair TB seja elevado (exemplo: infectados com HIV ou pessoas com deficiências imunitárias) z Pessoas em contacto com doentes com TB infecciosa Os doentes em que se suspeite terem TB devem ser submetidos de imediato a uma avaliação diagnóstica, incluindo avaliação de laboratório (exame bacteriológico de expectoração - BK). Os resultados do laboratório devem ser disponibilizados num prazo de 24 horas após a recolha da mostra da expectoração. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 17 Nas consultas externas, as áreas de espera dos doentes devem ser ao ar livre (com varandas cobertas) ou ser bem ventiladas. Similarmente, as salas de exame devem ser bem ventiladas. Os doentes que possam ter TB infecciosa devem ser seleccionados para áreas de espera separadas, não devendo permanecer nas mesmas áreas que doentes com deficiências imunitárias ou crianças. Caso não existam áreas separadas disponíveis, deverá ser dada prioridade no atendimento a doentes que se suspeite terem TB infecciosa. Apenas deverá ser permitida a entrada de um doente de cada vez na sala de exame. Nos serviços de internamento, os doentes com TB que sejam infecciosos devem ser isolados de outros doentes. No entanto, caso isto não seja possível, os doentes infecciosos devem ser colocados em enfermarias separadas, quartos ou áreas que fiquem longe de enfermarias ou áreas de internamento de doentes não infectados com TB (especialmente doentes com deficiências imunitárias e crianças). Se não houver quartos de pressão negativa, complexos e dispendiosos, as enfermarias ou quartos devem ser bem ventilados, com janelas abertas em paredes opostas. Os doentes em áreas de isolamento/separação devem ser frequentemente reexaminados para determinar se ainda é necessário o isolamento/separação (exemplo: doentes que podem passar a receber consultas externas são os que receberam tratamento para TB directamente observado, durante um período mínimo de duas semanas e mostram melhorias clínicas). Doentes com TB multirresistente, devem permanecer isolados/separados até que o esfregaço de expectoração seja negativo, para além do critério das duas semanas de tratamento e melhoria clínica. Deve ser encorajado ao máximo o atendimento de doentes com TB através de consultas externas, de modo a reduzir o risco de contágio de TB nas unidades sanitárias. Os departamentos de radiologia devem tentar agendar radiografias de doentes infecciosos ou com suspeita de TB, durante as horas de menos afluência e devem fornecer aos doentes com tosse, máscaras cirúrgicas para estes utilizarem. A protecção respiratória pessoal através da utilização de máscaras respiratórias é a última linha de defesa dos trabalhadores de saúde contra a infecção nosocomial de TB. Uma máscara respiratória é um dispositivo protector com capacidade para filtrar partículas muito pequenas. Para proteger os trabalhadores de saúde do M. tuberculosis são necessárias máscaras respiratórias com um mínimo de 95% de eficiência para partículas com 0,3 micron de diâmetro. As máscaras respiratórias são descartáveis e podem ser reutilizadas repetidamente durante vários meses, 18 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho caso sejam devidamente guardadas (sem humidade nem sujidade). As máscaras respiratórias existem em diferentes tamanhos e devem ser medidas para assegurar que cada profissional utiliza o tamanho certo. As máscaras respiratórias devem ser usadas por todo o pessoal que entre em áreas de risco elevado tais como salas de indução de expectoração, salas de broncos copia e salas de autópsia. As máscaras cirúrgicas (em pano ou papel) não fornecem protecção contra a inalação de micro-partículas infecciosas existentes no ar, mas evitam a dispersão de microrganismos do portador (exemplo: doente de TB). As máscaras cirúrgicas podem ser usadas por doentes infectados que são transportados temporariamente para fora das áreas de isolamento/separação. Hepatite A Hepatite B viral (HBV) é o principal perigo infeccioso para o pessoal que presta cuidados de saúde. É ainda mais facilmente transmitida que o HIV. Cinco a dez por cento de trabalhadores infectados com HBV tornam-se infectados cronicamente. As pessoas com infecção crónica de hepatite B sofrem o risco de doença crónica no fígado e são potencialmente infecciosos durante a sua vida. Hepatite C viral (HCV) é também uma infecção através do sangue, mas que não é transmitida eficientemente através de exposição ocupacional ao sangue. O risco médio comparativo de transmissão ocupacional pós – exposição a uma fonte de infecção é de cerca de: HIV Vírus da Hepatite C (VHC) Vírus da Hepatite B (VHB) 0,3% 1,8% 23% a 37% Uma medida preventiva primária eficaz contra a hepatite B é a imunização. A vacina da Hepatite B já está disponível desde 1982 para prevenir a infecção por VHB. Todos os trabalhadores de saúde que tenham probabilidades razoáveis de exposição a sangue ou fluidos corporais, devem receber vacina contra a hepatite B. As áreas de risco de exposição ao VHB são: Bloco operatório Maternidade Serviço de socorros Laboratório Banco de sangue Hospital de dia Serviços de internamento Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 19 Sala de imunização Sala de procedimentos Separação e eliminação do lixo hospitalar Processamento de instrumentos Higiene e limpeza Lavandaria A vacinação deve ter lugar durante o período de orientação inicial do profissional de saúde. O regime de imunização é composto por três doses, ministradas de acordo com o esquema da Tabela 8. Tabela 8. Esquema de imunização da Hepatite B • Primeira dose: em data seleccionada (dentro do período de orientação do trabalhador) • Segunda dose: um mês mais tarde • Terceira dose: seis meses após a primeira dose Os trabalhadores devem ser testados 1–2 meses após a série de vacinas, de modo a garantir que a vacinação conceda imunidade à infecção por VHB. A eficácia da vacina é de 90%. O Programa Alargado de Vacinação (PAV) coordenará a implementação da vacinação contra o VHB, que deve ser oferecida sem custos para os trabalhadores de saúde que estejam em risco de exposição a sangue ou fluidos corporais. A imunoglobulina da Hepatite B (HBIG) é eficaz na prevenção de infecção por VHB após a exposição, mas poderá ser difícil implementar em locais com recursos limitados. Não existe vacina contra a Hepatite C, nem tratamento pós-exposição que evite a infecção. A imunoglobulina não é recomendada. 20 Outras doenças evitáveis por vacina Muitos trabalhadores de saúde estão em risco de exposição e possível transmissão de doenças evitáveis através de vacinação. Com base da transmissão nosocomial documentada, considera-se que os trabalhadores de saúde sofrem um risco significativo de adquirir ou transmitir Hepatite B, influenza, sarampo, papeira, rubéola e varicela, sendo todas estas doenças evitáveis através de vacinação. Manter a imunidade é uma parte essencial dos programas de prevenção e controlo de infecção para os trabalhadores de saúde. Programas consistentes de imunização podem reduzir substancialmente o número de trabalhadores de saúde susceptíveis em unidades sanitárias e os riscos de transmissão de doenças evitáveis através de vacinação a outros trabalhadores e doentes. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho A Tabela 9 mostra um programa recomendado de imunização para adultos, incluindo (para além da hepatite B): tétano/difteria (DT), sarampo/papeira/rubéola (MMR), varicela, influenza e outras. Os serviços de saúde devem encorajar o cumprimento deste programa ou similar, conforme apropriado e de acordo com a disponibilidade de recursos. É altamente recomendado, sempre que possível, que a vacina influenza (gripe) seja disponibilizada anualmente. Algumas vacinas são contra-indicadas em casos de trabalhadoras grávidas (varicela, MMR) e trabalhadores com infecção por HIV (varicela), ou podem ser contra-indicadas em infecções por HIV sintomáticas ou infecções por HIV com grave imunodeficiência. Nestes últimos casos de infecção por HIV, deve ser realizada uma avaliação clínica especializada ao trabalhador de saúde antes da vacinação. Tabela 9. Exemplo de programa de imunização recomendada para adultos PERIGOS QUÍMICOS A exposição a perigos químicos pode produzir um vasto leque de efeitos adversos na saúde. A probabilidade de um efeito adverso na saúde ocorrer e a gravidade desse efeito dependem da toxicidade do químico, meio de exposição, natureza e extensão da exposição a essa substância. Alguns exemplos destes efeitos adversos incluem carcinogenicidade (desenvolvimento de cancro), hepatotoxicidade (danos no fígado), neurotoxicidade (danos no sistema nervosos) e nefrotoxicidade (danos nos rins). Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 21 Os químicos tóxicos produzem frequentemente danos quando entram em contacto com o corpo. Por exemplo, gases irritantes como cloro e amoníaco, podem produzir um efeito tóxico localizado no trato respiratório, ácidos corrosivos e bases podem produzir danos locais na pele. Para além disso, um químico tóxico pode ser absorvido pela corrente sanguínea e distribuído a outras partes do corpo. Existem três meios principais de exposição a químicos: inalação; contacto com a pele e ingestão. A Tabela 10 fornece exemplos de químicos potencialmente perigosos utilizados em unidades de cuidados de saúde. Tabela 10. Protecção recomendada contra alguns perigos químicos QUÍMICO VIAS DE EXPOSIÇÃO SINTOMAS PRIMEIROS SOCORROS PROTECÇÃO PESSOAL Glutaraldeído (usado normalmente como desinfectante ou esterilizador de alto nível, para equipamento médico que não resiste ao calor) Inalação, absorção pela pele, ingestão, contacto com a pele e/ou olhos Irritação dos olhos, pele, sistema respiratório, dermatite, tosse, asma; náusea, vómitos Olhos: irrigar de imediato com soro fisiológico ou água limpa Pele: passar de imediato por água Inalação: apoio respiratório Ingestão: cuidados médicos de imediato Utilizar protecção ocular, roupas protectoras, luvas e máscara Boa ventilação e fácil acesso a água Amoníaco (usado nos laboratórios e em algumas soluções de limpeza) Inalação, ingestão, contacto com a pele e/ou olhos Irritação dos olhos, nariz, garganta, dispneia, ataque de asma, dor no peito, edema pulmonar, queimaduras na pele Olhos: irrigar de imediato com soro fisiológico ou água limpa Pele: passar de imediato por água Inalação: apoio respiratório Ingestão: cuidados médicos de imediato Utilizar protecção ocular, roupas protectoras, luvas e máscara Boa ventilação e fácil acesso a água Formol ou formaldeído (usado normalmente como desinfectante de alto nível ou esterilizador de equipamento médico que não resiste ao calor) Inalação, contacto com a pele e/ou olhos Irritação dos olhos, nariz, garganta, sistema respiratório, lacrimação; tosse, asma Olhos: irrigar de imediato com soro fisiológico ou água limpa Utilizar protecção ocular, roupas protectoras, luvas e máscara Boa ventilação e fácil acesso a água Cloro (usado para descontaminação, limpeza e desinfecção) Inalação, contacto com a pele e/ou olhos Ardência nos olhos, nariz, boca, lacrimação, rinorreia; tosse; náusea, vómito; dores de cabeça, tonturas; síncope; edema pulmonar, pneumonite; dermatite Olhos e pele: congelação Inalação: apoio respiratório Inalação: apoio respiratório Utilizar protecção ocular, roupas protectoras, luvas e máscara Boa ventilação e fácil acesso a água Adaptado das Directrizes de Bolso sobre Perigos Químicos da NIOSH 22 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho PERIGOS ERGONÓMICOS A ergonomia é a ciência que adapta o trabalho ao trabalhador. Quando os requisitos físicos do trabalho não coincidem com a capacidade física do trabalhador, podem se originar problemas músculo-esqueléticos (SMEs). A ergonomia é a prática de desenhar equipamento e tarefas laborais de acordo com a capacidade do trabalhador, fornecendo um meio de ajustar o ambiente de trabalho e práticas de trabalho, de modo a evitar lesões antes que estas aconteçam. As unidades de saúde têm sido identificadas como um ambiente onde existem pressões ergonómicas. Muitos dos perigos ergonómicos são resultado de pressões ergonómicas que não foram eficientemente identificadas e abordadas num programa de segurança e saúde das instalações. Nas unidades sanitárias, muitos doentes, especialmente os internados, estão totalmente dependentes dos membros do pessoal que lhes prestam actividades diárias tais como vestir, dar-lhes banho, alimentação e higiene pessoal. Cada uma destas actividades envolve várias interacções com o manuseamento ou transporte de doentes e pode resultar em lesões nos trabalhadores. A exposição dos trabalhadores a pressões ergonómicas em unidades sanitárias ocorre não apenas durante as tarefas de tratamento de doentes, mas enquanto são realizadas outras tarefas como na cozinha, lavandaria, engenharia e áreas de limpeza das unidades. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 23 Tabela 11. Exemplos de potenciais perigos ergonómicos e soluções PERIGO POTENCIAL EXEMPLO POTENCIAL SOLUÇÃO Levantar, manusear e transportar doentes Vestir, dar banho, alimentar e realizar higiene pessoal Reduzir a elevação manual de doentes em todos os casos e eliminar a elevação quando possível Transportar equipamento Transportar equipamento tal como suportes intravenosos, cadeiras de rodas, garrafas de oxigénio, equipamento respiratório, equipamento de diálise, máquinas de raios-x ou vários itens ao mesmo tempo Colocar o equipamento sobre um dispositivo com rodas se possível para permitir um transporte mais fácil, ou ter rodas presas ao próprio equipamento. Empurrar em vez de puxar o equipamento quando possível. Manter os braços perto do corpo e empurrar com todo o corpo e não apenas com os braços. Assegurar que as passagens não estejam obstruídas. Colocar fixadores em equipamento para ajudar o processo de transporte. Obter ajuda para deslocar equipamento pesado ou volumoso que não se consegue sozinho. Não transportar vários itens sozinho, por exemplo se transportar um doente numa cadeira de rodas bem como um suporte intravenoso e/ou outro equipamento peça ajuda, não se sobrecarregue Alcançar tanques fundos ou contentores Lavar pratos, roupas ou trabalhar em áreas de manutenção e usar um tanque fundo Colocar um objecto, tal como um alguidar plástico no fundo do tanque para elevar a superfície, enquanto lava itens no tanque ou retirar os objectos a serem lavados para um recipiente menor sobre o balcão para esfregar ou molhar e depois tornar a colocá-los no tanque para passar por água Perigos de alcançar ou levantar Levantar sacos de lixo, de roupa ou outros Usar sacos para lavandaria, lixo e limpeza que tenham aberturas laterais que permitam ser facilmente despejados sem ter que os pegar por baixo e elevar. Os sacos devem poder deslizar para fora do carrinho sem levantar. Limitar a dimensão e peso destes sacos e fornecer pegas para diminuir ainda mais os perigos da elevação. Usar latas de lixo com estrutura em vez de uma lata sólida para evitar que os sacos de plástico colem no interior da lata ou usar produtos que colem ao interior do caixote do lixo para evitar que o saco cole. Limitar a dimensão do contentor ao limite de peso que o empregado deve levantar e entornar. Colocar receptáculos em locais desobstruídos e de fácil acesso Adaptado do Departamento de Trabalho, Administração de Segurança e Saúde Ocupacional, Modulo de Perigos Abrangentes em Provisão de Saúde: Ergonomia: Ferramenta electrónica para hospitais VIOLÊNCIA NO AMBIENTE DE TRABALHO A violência no ambiente de trabalho inclui, quer a violência física, como também a violência psicológica. Ela manifesta-se de multiplas formas como, por exemplo, ameaças verbais, ameaças físicas, ataque físico, assédio sexual/racial e homicídio, que podem vir dos utentes, das suas companhias, 24 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho visitas, colegas de trabalho, supervisores ou gestores. Uma definição amplamente divulgada, usada pela Comissão Europeia é a seguinte: “Os incidentes onde os trabalhadores são abusados, ameaçados ou atacados em circunstâncias relacionadas com o seu trabalho, incluindo a deslocação de e para o seu local de trabalho, envolvendo um desafio, implícito ou explícito, à sua segurança, bem-estar ou saúde” O Sector de Saúde é um dos mais afectados pela violência no ambiente de trabalho: a violência neste sector representa quase um quarto de toda a violência no ambiente de trabalho. Além disso, o Sector de Saúde emprega tipicamente um grande número de mulheres, tornando-as um alvo vulnerável real ou subentendido. Ao todo, mais de metade dos trabalhadores de saúde podem ser afectados pela violência no ambiente de trabalho e as consequências desta situação podem deteriorar a qualidade dos Serviços de Saúde e provocar a decisão dos trabalhadores de saúde em abandonarem a profissão nesta área. Todos os trabalhadores estão potencialmente em risco de violência no ambiente de trabalho, mas alguns grupos estão expostos a maior risco: em risco extremamente elevado: pessoal de enfermagem, particularmente nas salas de urgência e psiquiatria, e pessoal de ambulâncias em risco elevado: médicos e pessoal técnico em risco: todos os outros profissionais e técnicos Em geral, há algumas situações que contribuem para o aumento do risco de violência: trabalhar isolado trabalhar em contacto com o público trabalhar com objectos de valor trabalhar com pessoas em aflição trabalhar com pessoas que estiverem sob efeito de álcool ou drogas trabalhar num ambiente progressivamente “aberto” à violência trabalhar em condições de vulnerabilidade especial (exemplo: em risco de perder o trabalho, ou trabalhar na comunidade, cuidados domiciliários, ou ambulâncias) trabalhar sob pressão, especialmente quando o número de trabalhadores é limitado trabalhar em condições de superlotação dos ambientes de atendimento Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 25 A maioria dos incidentes de violência no ambiente de trabalho é o resultado de uma interacção de factores relacionados com o ambiente, a vítima e o perpetrador. Consequentemente, as acções com o objectivo de prevenir e lidar com a violência no local de trabalho devem ter em conta todos estes factores. Algumas das acções preventivas que podem ser adoptadas são: 26 Estabelecimento de políticas claras, incluindo a definição de violência, uma declaração colocando o problema da violência como uma alta prioridade na organização e uma declaração de tolerância zero para a violência no ambiente de trabalho Promoção de um estilo de gerência com base na abertura, comunicação e diálogo, com atitudes positivas e respeito pela dignidade dos indivíduos. Os gestores devem exemplificar as atitudes e comportamentos positivos no ambiente de trabalho Programas de formação e educação para os trabalhadores, supervisores, gestores e pessoal de segurança, que devem incluir: políticas e procedimentos, contactos do pessoal de segurança, reconhecimento de sinais de violência iminente, habilidades de enfraquecimento verbal e não verbal as quais podem reduzir a hostilidade e a possibilidade de violência, métodos para conter os utentes violentos, e técnicas de autodefesa as quais permitirão os trabalhadores protecção sem causar dano nos utentes Identificação e classificação de utentes com probabilidade de serem violentos Identificação e correcção de factores físicos de risco para a violência, incluindo a remoção de itens que podem ser usados como armas pelos utentes (exemplo: objectos pérfuro-cortantes) Garantia de um número adequado de pessoal na unidade sanitária, particularmente em zonas de alto risco e assegurar que os trabalhadores em situações perigosas não trabalhem sós Provisão de informação oportuna aos utentes e á sua família e amigos Redesenho dos trabalhos de forma a reduzir factores de stress que possam afectar os cuidados aos utentes (exemplo: alto volume de trabalho) Garantia de que os trabalhadores do turno nocturno, particularmente as mulheres, que se desloquem de um edifício para o outro ou trabalhem em áreas isoladas, trabalhem acompanhados ou em proximidade e se possível, transporte de e para o seu domicilio seja oferecido a estes trabalhadores Garantia de que o espaço físico da unidade, incluindo as áreas de espera, seja adequado para o fornecimento dos serviços (exemplo: bem ventiladas, com boa iluminação) e evitar o amontoamento dos utentes Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Estabelecimento de sistemas simples de alarme nos ambientes de maior risco (exemplo: campainhas, apitos) Após o incidente, os seguintes passos devem ser implementados: Provisão de cuidados apropriados à vítima Provisão de aconselhamento, reafirmação e suporte à vítima Reabilitação, permitindo tempo aos trabalhadores para recuperação e ao mesmo tempo encorajando-os a retornarem ao trabalho Apoio para os procedimentos de queixa, assegurando a confidencialidade da vítima. Procedimentos devem ser implementados de forma a ajudar a resolver os problemas entre colegas de trabalho, supervisores, ou gestores antes que uma situação se deteriore ainda mais. Devem ser procuradas as oportunidades para a conciliação e prevenção da violência ou de futuros incidentes violentos Registo do relatório do incidente Tabela 12. Técnicas de diminuição de ira PREVENÇÃO Passo 1 Reconhecer que a ira pode ajudar as pessoas a obter a atenção que precisam, ajuda-as a livrarem-se de coisas que não querem fazer, ajuda-as a ganhar o controlo sobre outra pessoa ou situação, ou eleva-as quando se sentem pequenas ou insignificantes Passo 2 Se a pessoa que está a ajudar também experimenta ira, então essa pessoa não será efectiva na assistência aos outros para gerir a sua raiva Passo 3 Quando as pessoas que querem ajudar começam a sentir ira, devem ser capazes de colocar as suas emoções sob controlo e procurar a assistência que necessitarão para gerir a situação Passo 4 Um ajudante potencial perguntar-se as seguintes questões: Posso evitar a crítica/encontrar falha com a pessoa irada? Posso evitar ter uma atitude de julgamento sobre o comportamento da outra pessoa? Posso parar de tentar controlar a outra pessoa? Posso manter-me afastado do conflito? Posso acreditar que a pessoa que usa a ira tem o direito e a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas? Posso tentar ver a situação na perspectiva da pessoa irada e entender o que ele ou ela necessita? E finalmente, posso me recordar que o meu trabalho é colocar o apaziguamento das relações como a minha preocupação primária? Se o ouvinte não conseguir responder a estas questões afirmativamente, ele ou ela necessitará de ajuda em controlar uma pessoa irada. Passo 5 Reconhecer os primeiros sinais de aviso. Muitos incidentes de ira podem ser prevenidos se aqueles que estão por perto reconhecem a mudança súbita no comportamento ou aparência da pessoa: face vermelha, voz erguida, respiração rápida, contacto ocular directo prolongado, gestos exagerados. Prestar atenção a estas mudanças subtis e simplesmente comentar sobre a mudança pode ajudar o indivíduo a discutir acerca das coisas para que ele ou ela não se torne irado Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 27 GESTÃO Passo 6 Escuta activa é o processo de tentar escutar realmente, reconhecer e compreender o que a outra pessoa está a dizer. Esta é uma tentativa genuína de um se colocar na posição do outro, tentando compreender não só as palavras da outra pessoa, como também as emoções intrínsecas, assim como a linguagem corporal acompanhante. Por simplesmente providenciar um ombro e uma escuta, a ira da pessoa pode diminuir Passo 7 Reconhecimento ocorre quando o ouvinte tenta obter o sentido da emoção, através das palavras que a pessoa está a usar e depois comentar sobre esta emoção. A pessoa pode dizer algo como: “ Parece estar mesmo chateada!” através do reconhecimento que a pessoa irada está a sentir, a pessoa tornase capaz de desprender parte da agressão Passo 8 Consentimento—geralmente quando uma pessoa está irritada acerca de algo, há pelo menos 2% de verdade no que estão a dizer. Quando tentar dispersar a raiva de alguém, é importante encontrar aqueles 2% de verdade e concordar com aquela. Quando o ouvinte concorda com aqueles 2% de verdade do discurso da pessoa, ele ou ela retira a resistência e consequentemente elimina a “chama para a fogueira” Passo 9 Desculpar-se é uma boa técnica de diminuir a ira, desculpando-se sinceramente por qualquer coisa na situação em que foi injusta. Isto pode ter um efeito de deixar a pessoa irada saber que o ouvinte está sinceramente arrependido pelo sucedido e assim podem terminar de direccionar a raiva para a pessoa que está a tentar ajudar Passo 10 Pedir crítica—nesta instância o ouvinte poderá simplesmente pedir à pessoa irada para expressar o seu criticismo sobre a situação. O ajudante pode dizer algo como “Esteja á vontade. Diga-me tudo que o está a irritar. Não guarde nada. Eu quero ouvir tudo o que está a irritar.” Este convite poderá algumas vezes intensificar a emoção de ira temporariamente, mas se o ouvinte continuar a encorajar a pessoa a destilar a sua ira e frustração, eventualmente, a pessoa irada fica sem razões de queixa Adaptado de: Dez Habilidades Criticas para a Diminuição da Ira por Kim Olver CUIDADOS, REABILITAÇÃO E REINSERÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO Alguns trabalhadores de saúde podem ficar infectados ou doentes apesar da implementação de medidas preventivas. Neste caso, é essencial fornecer-lhes tratamento e apoio apropriados e atempados. A prestação de cuidados, reabilitação e reinserção no ambiente de trabalho para trabalhadores de saúde afectados por doença ou incapacidade, é um direito que lhes assiste e que também reduz a perda de aptidões e experiência essenciais, ao mesmo tempo que reduz as perturbações na prestação de cuidados aos utentes. DIAGNÓSTICO PRECOCE A melhor maneira de limitar os danos de uma infecção ou doença é diagnosticá-la o mais cedo possível. O diagnóstico precoce permite o tratamento imediato de uma condição médica e acelera a recuperação. 28 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Sempre que as condições o permitam, é recomendável que as unidades ofereçam aos trabalhadores a oportunidade de um controlo médico anual, que deverá incluir: Historia clínica, incluindo avaliação de saúde e riscos de doenças contagiosas e estado de imunização Exame clínico, incluindo controlo da pressão arterial, visão e despistagem de cancro cervical nas mulheres Testes laboratoriais, incluindo glicemia Para além disto, os trabalhadores de saúde devem ser educados sobre os indícios e sintomas das doenças mais frequentes no ambiente de trabalho, incluindo: TB, HIV, malária, hipertensão e diabetes e serem instruídos no sentido de se apresentarem de imediato para avaliação caso esses sintomas se revelem. As unidades sanitárias, especialmente aquelas em áreas de elevada prevalência de TB, podem também realizar uma despistagem periódica activa para sintomas com posterior avaliação dos que apresentam sintomas compatíveis com TB. O apoio do laboratório com capacidade para realizar testes para a TB (teste dos bacilos ácido-resistentes—BK), HIV, malária (esfregaço espesso de sangue ou teste rápido) e glicemia deve estar directamente disponível nas instalações ou através de um sistema eficaz de referência. Aconselhamento e testagem voluntária do HIV A testagem voluntária para trabalhadores de saúde que desejem saber o seu estado do HIV, deve ser encorajada e disponibilizada pelas unidades sanitárias. Os testes voluntários devem ser realizados a pedido e, se necessário, com o consentimento escrito do trabalhador de saúde. Os testes de HIV devem ser realizados de acordo com princípios chave conhecidos como os “3 Cs”: baseados num consentimento informado, acompanhados de aconselhamento e garantindo confidencialidade. Sempre que possível, deverão ser realizados testes rápidos de HIV, para que os resultados sejam conhecidos rapidamente e possam ser acompanhados de imediato por aconselhamento pós-teste para trabalhadores HIV positivos e negativos, e com tratamento, caso seja necessário. O aconselhamento deve incluir mensagens de referência e prevenção apropriados. O aconselhamento a trabalhadores de saúde, poderá exigir informação adicional para além da oferecida à população em geral. O HIV/SIDA apresenta alguns desafios específicos no Sector de Saúde e unidades sanitárias. Os testes de HIV não devem ser um requisito de emprego ou processos de trabalho. No entanto, a gestão de risco nas Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 29 unidades sanitárias pode exigir testes a trabalhadores de saúde antes e durante a sua deslocação para áreas de elevado risco para eles próprios, tais como enfermarias com TB multi-resistente. Nestes casos, os testes de HIV devem também seguir os princípios de consentimento voluntário informado por parte do trabalhador de saúde e total confidencialidade. A divulgação pelo trabalhador do seu estado HIV, deve ser uma decisão pessoal. Os trabalhadores de saúde têm direito à confidencialidade e devem ter total controlo sobre as decisões se e como os seus colegas serão informados sobre o seu estado em relação ao HIV. Confidencialidade também significa que os trabalhadores de saúde não têm obrigação de responder sobre o seu estado se tal lhes for perguntado por doentes ou suas famílias. Os ambientes de trabalho livres de estigmas e discriminação favorecem a abertura por parte dos trabalhadores de saúde relativamente ao seu estado e facilitam a implementação de programas de prevenção, aconselhamento e tratamento. TRATAMENTO E REABILITAÇÃO Os trabalhadores de saúde afectados por doença, devem receber cuidados e apoio adequados, para que possam recuperar-se o mais rápida e completamente possível. O tratamento e reabilitação devem ser fornecidos gratuitamente até ao máximo possível e devem incluir o fornecimento de: Cuidados e testes de diagnóstico Serviços de hospitalização, se necessário Medicamentos, incluindo medicamentos para TB, anti-retrovirais e medicamentos para infecções oportunistas no caso do HIV, antimaláricos e outros Aconselhamento e suplementos nutricionais Reabilitação, incluindo terapia física e redução de stress Apoio social para trabalhadores de saúde afectados por doença e suas famílias. Estes programas devem incluir educação sobre o modo de evitar a propagação de infecções em casa e como lidar com a doença ou dependência de um trabalhador. O apoio social pode também incluir mecanismos para fornecer apoio às famílias de trabalhadores afectados por doenças graves. A gestão adequada de doenças, incluindo condições graves tais como TB ou HIV, podem melhorar drasticamente a saúde em geral, esperança e qualidade de vida dos trabalhadores de saúde, tornando-os mais produtivos durante muitos mais anos. Os trabalhadores de saúde afectados por doença que, graças ao tratamento adequado, reabilitação e apoio, permanecem médica e fisicamente capazes de um desempenho 30 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho produtivo, não devem sofrer descriminação em termos de segurança do trabalho ou oportunidades de formação ou evolução de carreira. REINSERÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO A reinserção de trabalhadores afectados por doença nos seus postos de trabalho segue os princípios de adaptação razoável. As unidades sanitárias devem realizar ajustes administrativos ou práticos para ajudar os trabalhadores com uma doença ou incapacidade a gerirem o seu trabalho. Estes ajustes podem incluir: Reorganização das horas de trabalho Alteração de tarefas e trabalhos, incluindo o caso de trabalhadores HIV-positivos que possam estar em risco (exemplo: evitar a sua exposição a doentes infectados com TB, particularmente TB multiresistente) ou representar um risco para doentes em virtude de desempenhar procedimentos invasivos (esta precaução pode também aplicar-se a trabalhadores com outras infecções tais como hepatite B) Equipamento de trabalho e ambiente adaptados Disponibilização de períodos de descanso e instalações adequadas para pausas de trabalho Concessão de tempo de ausência ao serviço para consultas médicas Licença flexível por doença Trabalho de meio tempo e arranjos flexíveis de regresso ao trabalho A reinserção de trabalhadores afectados por infecções ou doenças nos seus trabalhos, deve ter também em conta a saúde e segurança dos doentes e dos outros trabalhadores. Podem aplicar-se algumas restrições antes dos trabalhadores de saúde infectados poderem regressar totalmente ou parcialmente ao trabalho. A Tabela 13 mostra restrições de trabalho que devem ser seguidas no caso de algumas infecções frequentes. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 31 Tabela 13. Restrições ao trabalho dos trabalhadores de saúde infectados com determinadas doenças DOENÇA/PROBLEMA RESTRIÇÕES AO TRABALHO DURAÇÃO Conjuntivite Restrição ao contacto com o doente e contacto com o ambiente do doente Até terminar a secreção ocular Doenças diarreicas Restrição ao contacto com o doente, contacto com o ambiente do doente e manuseamento da sua comida Até os sintomas desaparecerem Difteria Excluir do seu trabalho Até a terapia anti microbiana estar completa e serem obtidas 2 culturas nasofaríngeas negativas com intervalo de 24 horas ou mais Hepatite A Restrição ao contacto com o doente, contacto com o ambiente do doente e manuseamento da sua comida Até sete dias após início da icterícia Trabalhadores que não realizem procedimentos invasivos propensos a exposição Sem restrições Devem ser sempre observadas as precauções básicas. Trabalhadores que realizem procedimentos invasivos propensos a exposição Não realizar procedimentos invasivos propensos à exposição, até ser procurado o conselho de uma junta médica de especialistas. Essa junta médica deve rever e recomendar procedimentos que o trabalhador possa realizar, tendo em conta os procedimentos específicos, bem como as aptidões e técnicas do trabalhador, Até hepatite B e antígeno serem negativos HIV Não realizar procedimentos invasivos propensos à exposição, até ser procurado conselho de uma junta médica de especialistas. Essa junta médica deve rever e recomendar procedimentos que o trabalhador possa realizar, tendo em conta procedimentos específicos, bem como as aptidões e técnicas do trabalhador Devem ser sempre observadas as precauções básicas. Sarampo (activo) Excluir do seu trabalho Até sete dias após desaparecerem as borbulhas Infecções por meningococo Excluir do seu trabalho Até 24 horas após início da terapia efectiva Papeira (activa) Excluir do seu trabalho Até 9 dias após início da parotidite Hepatite B (trabalhadores com antigenemia aguda ou crónica) 32 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho DOENÇA/PROBLEMA RESTRIÇÕES AO TRABALHO DURAÇÃO Tosse convulsa (activa) Excluir do seu trabalho Desde o início da fase de catarro até à terceira semana após início dos paroxismos ou até cinco dias após o início da terapia efectiva antimicrobiana Rubéola (activa) Excluir do seu trabalho Até cinco dias após desaparecerem as borbulhas Sarna Restrição ao contacto com o doente Até estar tratado Infecção por staphylococcus aureus (activo, lesões na pele que drenam) Restrição ao contacto com o doente e com o ambiente do doente ou manuseamento da sua comida Até as lesões estarem saradas Infecção por Streptococcal grupo A Restrição ao contacto com o doente e com o ambiente do doente ou manuseamento da sua comida Até 24 horas após ter sido iniciado tratamento adequado Tuberculose (doença activa) Excluir do seu trabalho Até ser provado como não infeccioso Varicela (activa) Excluir do seu trabalho Até todas as lesões secarem e ganharem crosta Infecções respiratórias virais (agudas, febris) Considerar a exclusão do cuidado a doentes de alto risco por complicações de influenza ou contacto com o seu ambiente, durante surtos do vírus respiratório sincitial e influenza na comunidade (por exemplo durante o Inverno) Até serem eliminados os sintomas agudos Localizada, em pessoa saudável Cobrir lesões, restringir de cuidar de doentes de alto risco (os susceptíveis a varicela e os que têm risco acrescido de complicações de varicela tais como neonatos e pessoas de qualquer idade com deficiências imunitárias) Até todas as lesões secarem e ganharem crosta Generalizada ou localizada em pessoa com deficiência imunológica Restrição ao contacto com o doente Até todas as lesões secarem e ganharem crosta Herpes zoster GESTÃO DE SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA Os serviços de saúde podem enfrentar situações imprevistas de emergência que ameaçam a segurança e saúde de trabalhadores e doentes. Estas emergências podem ter diferentes causas, incluindo uma repentina epidemia ou catástrofes tais como incêndios ou inundações. As unidades Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 33 sanitárias devem ter planos apropriados que lhes permitam ser bem sucedidas a lidar com estas situações. PANDEMIAS/EPIDEMIAS Febres Hemorrágicas Virais (FHV) As febres hemorrágicas virais (FHV) são doenças que danificam os vasos sanguíneos assim como diversos órgãos internos do doente, e frequentemente causam com sangramento. O vírus é extensivamente disseminado em todo o corpo do doente e como resultado, os seus fluidos corporais tais como o sangue, urina, vómito, pus, fezes, sémen, e saliva são infecciosos. Em África, as FHV incluem a febre Lassa, a febre Rift Valley, as febres hemorrágicas da Ébola e Marburg, a febre Crimean-Congo (CCHF), e a febre-amarela. As pessoas podem contrair a infecção pelo vírus da febre hemorrágica através do contacto com roedores ou insectos (embora se desconheça a fonte natural das febres hemorrágicas da Ébola e Marburg). A transmissão do vírus da Lassa, Ébola, Marburg e CCHF de pessoa para pessoa pode ocorrer através de contacto directo com material infectado pelo FHV. Os trabalhadores de saúde que estão em contacto directo com doentes com FHV correm um risco elevado de contraírem a infecção. O uso de precauções de prevenção de infecções apropriadas pode reduzir significativamente este risco. As principais precauções a serem seguidas são: 34 Uso das precauções básicas com todos os doentes. Estas precauções incluem a lavagem regular das mãos antes e depois do contacto com o doente que tenha febre, a deposição e manuseio seguro de agulhas e outros instrumentos pérfuro-cortantes, e a descontaminação das agulhas e seringas com uma solução de cloro a 0,5%, antes da sua deposição nas caixas incineradoras. Trabalhadores que manipulem agulhas e seringas de doentes com FHV ou suspeitos devem calçar dois pares de luvas. As seringas e agulhas nunca devem ser reutilizadas. Caso as seringas tenham que ser reutilizadas (seringas de vidro), estas devem ser previamente descontaminadas com solução de cloro a 0,5%, lavadas cuidadosamente com água e sabão, e esterilizadas. Identificação de casos suspeitos de FHV para iniciar o isolamento. Deve-se suspeitar de FHV em doentes com doença grave com sintomas de fraqueza e fadiga, febre por mais de 72 horas e menos de duas semanas, que não responda ao tratamento para outras causas prováveis de febre na região (malária, febre tifóide, disenteria e infecção bacteriana grave), e com sangramento inexplicável Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho proveniente das membranas mucosas (gengiva, nariz ou vagina), pele, conjuntiva (olhos), sistema gastrointestinal (vómito com sangue, fezes negras ou com sangue), ou que esteja em choque, ou que tenha tido contacto, nas três semanas anteriores ao início da doença, com qualquer pessoa que tenha tido uma doença inexplicável com febre e sangramento ou que tenha falecido de uma doença grave inexplicável provocada por febre. Iniciar as medidas de isolamento dos casos suspeitos de FHV. Um caso suspeito com FHV deve ser isolado num quarto simples (individual) ou numa área designada de uma enfermaria que esteja distante e separada dos outros doentes, com boa ventilação, e que não seja climatizada para evitar a transmissão de agentes infecciosos por gotículas ou por via aérea, e que tenha acesso interno e externo restrito. O doente suspeito de FHV deve usar uma casa de banho ou latrina adjacente isolada somente para uso do doente. Somente o pessoal de saúde formado no uso das medidas de isolamento para a FHV deve ter acesso aos doentes infectados ou suspeitos. Preparar quarto de vestir para o pessoal de saúde que trabalhe na área de isolamento. Deve ser organizado Um quarto de vestir fora da área de isolamento do doente onde os profissionais de saúde irão colocar e retirar as roupas de protecção para se protegerem do contacto e salpicos de fluidos corporais infectados. As roupas de protecção e suprimentos contaminados permanecerão no quarto de vestir até que o pessoal de limpeza formado em termos das medidas de isolamento para a FHV levar o material contaminado para a lavandaria ou para a sua deposição. Uso das roupas de protecção. As roupas de protecção devem ser usadas por: Todos os trabalhadores de saúde que providenciem cuidados directos aos doentes infectados ou suspeitos de FHV Serventes que limpem a sala ou quarto de isolamento, manuseiem suprimentos e equipamentos contaminados, artigos reutilizáveis sujos, e que recolham e eliminem resíduos infectados pelos doentes com FHV Pessoal do laboratório que manuseie amostras de doentes ou de casos suspeitos de FHV Pessoal de apoio do laboratório que limpe e desinfecte equipamento ou material utilizado nos testes para a FHV Pessoal que remova os corpos dos doentes falecidos com FHV e que prepare o enterro dos mesmos Membros da família que cuidem dos doentes com FHV As roupas de protecção consistem em: Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 35 36 Uma muda de roupa interior (camisa e calça antiga trazida de casa) Um avental ou bata de mangas compridas e punhos colocado sobre a roupa interior (muda exterior) Um avental plástico colocado sobre o avental ou bata Um par de luvas finas que alcancem ao redor de 10 a 15cm sobre o pulso Um segundo par de luvas finas ou grossas, para a limpeza de salpicos, manuseio de roupa ou artigos contaminados, manuseio do lixo, ou realização de autópsias ou preparo do enterro Um filtro HEPA (respirador especial de ar de alta eficiência) ou outro tipo seguro de máscara (máscara cirúrgica) Um barrete Óculos de protecção Botas de borracha O par de luvas externas, o avental plástico e as botas de borracha devem ser desinfectados com uma solução de coloro a 0,5% antes de deixar a sala ou quarto de isolamento e entrar no quarto de vestir. O par de luvas externas deve ser retirado antes de deixar a sala ou quarto de isolamento e entrar no quarto de vestir. Desinfecção dos suprimentos e equipamentos reutilizáveis. Quando houver um caso suspeito de FHV, o pessoal deve desinfectar: Mãos e pele depois de contacto com o doente ou com fluidos corporais infectados com FHV Mãos com as luvas calçadas depois de contacto com o doente ou com fluidos corporais infectados com FHV Termómetros, estetoscópios, e outros equipamentos médicos depois do contacto com cada doente com FHV Salpicos ou fluidos corporais infectados nas paredes e soalho Excreta do doente ou contentores contaminados com a excreta do doente Suprimentos reutilizáveis como as roupas protectoras e as roupas de cama do doente Agulhas e seringas usadas Para evitar o uso de diversas concentrações, recomenda-se o uso de uma solução clorada em uma concentração única de 0,5% para a desinfecção de todos os tipos de suprimentos e equipamento contaminados (equipamento médico, superfícies, roupa de cama, roupas de protecção antes de serem lavadas, lixo contaminado, Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho mãos enluvadas entre os doentes, agulhas e seringas usadas) assim como também para a desinfecção da excreta dos doentes. Deposição segura do lixo. Quando houver um caso suspeito de FHV, os seguintes itens devem ser desinfectados e depostos: Sangue e outros fluidos corporais infectados tais como urina, fezes e vómito Agulhas e seringas descartáveis Roupa de protecção descartável ou não reutilizável Material de tratamento e pensos Luvas não reutilizáveis Suprimentos de laboratório e amostras biológicas Desinfectantes usados Resíduos líquidos incluindo excreções do doente podem ser deitado numa latrina isolada somente para os casos de FHV. Queimar através do uso de uma incineradora ou em uma vala é o método mais aconselhável para a deposição do lixo sólido contaminado com a FHV. Uso de práticas segura de enterro. Estas práticas incluem: Pulverizar o corpo e a área em volta dele com uma solução de cloro a 0,5% Colocar o corpo num “saco mortuário” e fechar com segurança. Pulverizar o saco com uma solução de cloro a 0,5% Transportar o corpo para o local do enterro o mais rápido possível. Designar uma pessoa da unidade sanitária para acompanhar o corpo assegurando que as medidas de protecção se cumpram durante o transporte. A sepultura deve ter no mínimo dois metros de profundidade. O veículo que transportou o corpo deve ser desinfectado com uma solução de cloro a 0,5% e depois lavado com água limpa A equipa que desinfectar o veículo deve usar roupas de protecção A unidade sanitária deve estar preparada para implementar estas medidas e garantir: Equipa identificada para coordenar as actividades de FHV Prontidão para implementar as medidas de isolamento para FHV Equipa identificada e formada para lidar com os casos de FHV Disponibilidade dos materiais e suprimentos necessários Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 37 Gripe Aviaria (GA) Os vírus da Influenza A, podem provocar gripe aviaria, pandémica e sazonal nos humanos. A gripe aviaria (GA) nos humanos é rara. O meio mais comum de infecção é através do contacto directo ou indirecto com secreções (nasais, orais ou fecais) de aves infectadas. Os vírus da GA são raramente transmitidos de humano para humano, mas têm o potencial de sofrerem mutações e se transformarem em vírus pandémicos que podem ser mais facilmente transmitidos entre humanos e para os quais a população tem pouca imunidade. No passado, episódios de gripes pandémicas ocorreram em duas ou três ondas com duração de 6 a 8 semanas num período de 12 a 18 meses. O vírus da influenza A sub-tipo H5N1 é um dos novos agentes que provoca GA em humanos e que tem sido associada a mais de 150 mortes em dez países desde 2003. Este vírus pode ser capaz de sofrer mutações e desenvolver a capacidade de se transmitir de humano para humano. Se tal acontecer, o vírus mutante pode provocar uma pandemia. Um vírus de gripe pandémica ainda não surgiu, mas é impossível prever quando isto irá acontecer. No caso de uma pandemia, os trabalhadores de Saúde estarão na linha da frente contra a GA, sendo necessário estar preparado para os proteger eficazmente. Para evitar a transmissão da GA (e de todas as infecções respiratórias) em unidades sanitárias, devem ser implementadas as seguintes medidas para controlo de infecções, no primeiro ponto de contacto com pessoas potencialmente infectadas (com febre e sintomas respiratórios): 38 Avisos visuais: Colocar avisos visuais (nas línguas apropriadas) na entrada das unidades de consultas externas (exemplo: departamentos de emergência, gabinetes médicos, clínicas), instruindo os doentes e pessoas que os acompanham (exemplo: família, amigos), informando os trabalhadores de saúde caso surjam sintomas de uma infecção respiratória quando se registam pela primeira vez para terem atenção e praticarem Higiene Respiratória/Etiqueta da tosse em locais públicos. Higiene Respiratória/Etiqueta da tosse em locais públicos: (veja na Secção 2: Promoção da Segurança e Saúde do Trabalhador, os passos a seguir quando tossir em público). Para facilitar a prática destas regras, os serviços de saúde devem disponibilizar receptáculos para descartar lenços usados e colocar em locais convenientes lavatórios e produtos para lavagem das mãos (exemplo, sabão, toalhas descartáveis) ou dispensadores com líquido para mãos à base de álcool. Máscaras e separação de pessoas com sintomas respiratórios: Durante os períodos de maior actividade de infecções respiratórias na comunidade, as unidades sanitárias devem oferecer máscaras às Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho pessoas que tossem. Quer máscaras de procedimento (ou seja que prendem atrás das orelhas), quer máscaras cirúrgicas (ou seja com fitas), podem ser usadas para conter secreções respiratórias (máscaras respiratórias como N-95 ou superiores não são necessárias para este fim). Sempre que o espaço e o número de cadeiras livres o permita, encoraje as pessoas com tosse a sentarem-se a pelo menos um metro de distância dos outros, em áreas de espera comuns. Algumas unidades podem considerar mais fácil do ponto de vista logístico, instituir esta recomendação durante todo o ano. Precauções básicas: a higiene das mãos é essencial antes e após o contacto com qualquer doente e logo que possível após o contacto com itens contaminados ou potencialmente contaminados com secreções respiratórias. Precauções com o contacto: os trabalhadores de saúde devem usar luvas e bata em qualquer contacto com doentes e usar equipamento descartável (exemplo: termómetros) ou equipamento que possa ser desinfectado antes de ser usado por outro doente (exemplo: Estetoscópios). Precauções com gotículas: os trabalhadores de saúde devem usar óculos de protecção ou protecção facial quando se encontrarem no perímetro de um metro do doente (as protecções faciais são insuficientes para transmissão por via aérea ou para salpicos na face). Precauções por via aérea: os doentes de GA devem ser isolados em quartos privados com as portas fechadas e as janelas abertas para o exterior (não para os corredores). Caso não existam quartos privados, os doentes infectados com GA e doentes com suspeita de infecção com GA, devem ser colocados no mesmo quarto, isolados de outros doentes. O transporte de doentes de GA para fora do quarto e o número de trabalhadores de saúde que cuidam de doentes de GA deve ser reduzido. Caso seja essencial o transporte de doentes, estes devem usar máscaras e as unidades de trânsito e destino devem ser avisadas. Os trabalhadores identificados como quem cuida dos doentes de GA, devem receber equipamento adequado para protecção pessoal, incluindo máscaras respiratórias N-95. Estas precauções devem ser continuadas durante 14 dias após o início dos sintomas do doente. No caso de uma pandemia, as unidades sanitárias devem identificar uma área do hospital para isolamento de doentes com GA; esta área deverá ter pouco ou nenhum contacto com as outras áreas e ter condições para higiene das mãos. Os trabalhadores de saúde para estas áreas devem ser designados previamente, devendo ser-lhes fornecido prontamente equipamento para protecção individual. Os trabalhadores de saúde envolvidos nos cuidados a doentes de GA, devem ser vacinados com a vacina mais recente de gripe humana sazonal. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 39 Os trabalhadores de saúde devem ser instruídos para estarem atentos a sintomas de infecção com GA durante pelo menos um semana após a última exposição a doentes infectados com GA. Os sintomas podem variar entre sintomas típicos de gripe humana (febre, tosse, garganta irritada e dores musculares) até conjuntivite, pneumonia, doenças respiratórias graves e outras complicações graves que colocam a vida em risco. Os trabalhadores de saúde que ficarem doentes devem: Procurar cuidados médicos, avisando previamente o seu médico que podem ter estado expostos a GA Avisar a administração e/ou a equipa de saúde ocupacional da sua unidade Ficar em casa até 24 horas após desaparecer a febre Praticar boa higiene respiratória e das mãos enquanto se encontrar em casa Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) A SARS é outra infecção respiratória que pode constituir uma ameaça aos trabalhadores de saúde. A SARS parece ocorrer predominantemente através de contacto próximo com pessoas infectadas. O contacto com substâncias corporais contaminadas (secreções respiratórias, fezes) pode conduzir à exposição. A SARS pode também ser transmitida através de um contacto próximo com gotículas respiratórias quando um doente tosse ou espirra. Para além disso, a transmissão pelo ar é uma possibilidade. Deste modo, as medidas para prevenir a infecção que devem ser observadas para SARS, são basicamente as mesmas que para a GA. Deve ser dado especial destaque a precauções com o contacto e gotículas e durante procedimentos que geram aerossóis (exemplo: broncos copia). Os doentes suspeitos de terem SARS devem ser isolados, os que tenham um nível de doença menos grave, podem ser isolados em casa. As unidades sanitárias devem realizar uma vigilância activa de febre ou sintomas respiratórios entre os trabalhadores de saúde com exposição não protegida a doentes com SARS. Os trabalhadores de saúde que desenvolvam febre ou sintomas respiratórios durante os 10 dias seguintes a uma exposição não protegida a um doente SARS, não se devem apresentar ao trabalho. Esses trabalhadores devem ficar em casa e reportar os sintomas ao seu ponto de contacto apropriado (comité de controle de infecções ou saúde ocupacional) de imediato. A ausência ao trabalho deve continuar por 10 dias após o desaparecimento da febre e os sintomas respiratórios. Durante este período, os trabalhadores infectados devem evitar o contacto com pessoas, quer da unidade sanitária, quer da comunidade. 40 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho DESASTRES INTERNOS Incêndio Um incêndio numa unidade sanitária pode colocar em grave risco a segurança, saúde e vida dos utentes e trabalhadores de saúde. Deste modo, as instalações devem ter um plano organizado de segurança contra incêndios, com responsabilidades claramente atribuídas sob a direcção e supervisão do administrador das instalações. Este plano deve incluir a prevenção e as medidas de resposta a incêndios e deve estar disponível a todo o pessoal. O plano de segurança contra incêndios deve incluir os seguintes elementos: Prevenção: Formação sobre segurança em caso de incêndio: todos os trabalhadores devem participar em sessões de formação sobre segurança em caso de incêndio, realizadas anualmente. Estas sessões devem incluir medidas de prevenção de incêndio e medidas de resposta, incluindo a operação de equipamento de combate a incêndios, evacuação e as responsabilidades específicas de cada membro do pessoal. Segurança eléctrica: todos os equipamentos, instrumentos e instalações devem ser testados antes da utilização para determinar a sua conformidade com ligações à terra e outros requisitos de segurança que asseguram a protecção de utentes e trabalhadores. Um programa de manutenção de rotina deve ser implementado efectivamente, de modo a assegurar que todos os receptáculos eléctricos e tomadas, fios e conectores são seguros. Deve ser usado um sistema de ligação à terra e os interruptores para ligar/desligar devem estar claramente identificados. Armazenamento de produtos inflamáveis: as áreas especificamente designadas para armazenamento de produtos inflamáveis (exemplo: gasolina, álcool, oxigénio) devem estar identificadas. Estes produtos devem ser armazenados em condições adequadas e estar localizados em áreas restritas, protegidas de fontes de calor excessivo, fogo ou descargas eléctricas e longe de áreas de cuidado aos doentes. Devem ser mantidas as quantidades mínimas de produtos inflamáveis nos postos de trabalho. Restrições a fumadores e a chama viva: as instalações devem adoptar regras rigorosas para controlar os fumadores dentro da unidade sanitária, devendo essas regras ser conhecidas pelo pessoal da unidade, utentes e pelo público. Estas regras devem incluir pelo menos o seguinte: deve ser proibido fumar nas instalações e em qualquer quarto ou compartimento onde esteja a ser usado ou esteja armazenado líquido inflamável, gás combustível ou oxigénio Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 41 e em qualquer outra área perigosa do hospital. Estas áreas devem ser identificadas com sinais de “PROIBIDO FUMAR”. Não deve ser feito fogo vivo (exemplo: queima de lixo, cozinhas de familiares/acompanhantes) perto de áreas de armazenamento de produtos inflamáveis. Em qualquer caso, o fogo vivo deve ser acompanhado até estar completamente extinto. 42 Inspecções: em localidades onde existam bombeiros, as unidades sanitárias devem solicitar uma inspecção anual pelos bombeiros locais, incluindo a verificação de medidas de prevenção de incêndios e avaliação da rapidez de resposta (acesso ao edifício, plano actual dos andares, locais de armazenamento de produtos inflamáveis e gases explosivos, fontes de água, equipamento para combate a incêndios, quartos dos doentes, saídas de emergência e planos de evacuação). Resposta Sistema de alarme de incêndio: todos os edifícios devem ter instalado um sistema de alarme de incêndio (activado automaticamente e/ou manualmente) que permita uma rápida identificação de incêndios. Notificação de emergência: as instalações devem ter um sistema de aviso de emergência de incêndio ligado aos bombeiros locais, usando meios de comunicação directos, rápidos e fiáveis. Equipamento de combate a incêndios: todas as unidades sanitárias devem ter um extintor portátil apropriado aos diferentes tipos de perigos, devidamente identificado e assinalado, facilmente acessível em todas as áreas do edifício. Os extintores devem ser verificados periodicamente de acordo com os regulamentos, para assegurar que estão operacionais. Caso existam bocas-de-incêndio e mangueiras nas instalações, estas devem ser convenientemente distribuídas e localizadas por todo o edifício para permitir que a água chegue a todos os potenciais focos de incêndio. Fontes de água: em qualquer caso, devem existir fontes de água nas instalações para controlo de incêndios. No caso do sistema de abastecimento público de água não existir ou não ser fiável, o abastecimento de água deve ser assegurado através de tanques elevados ou bombas eléctricas. No último caso, deve existir uma fonte de energia de emergência. Acesso ao edifício: o acesso dos bombeiros ao edifício deve ser claramente marcado e estar livre de obstáculos. Os percursos estabelecidos devem permitir o acesso a todas as partes do edifício. Evacuação: todas as unidades sanitárias devem ter planos de evacuação para utentes e trabalhadores. Os percursos de evacuação podem ser na horizontal ou na vertical e devem estar claramente marcados, ser construídos, se possível, com material à prova de Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho fogo, estar livres de obstáculos, bem iluminados e ventilados para evitar a acumulação de fumos e não devem passar por ou estar próximo de áreas de armazenamento de produtos inflamáveis. Os percursos de evacuação devem direccionar os doentes e o pessoal para um lugar seguro no exterior do edifício ou área segura designada dentro do edifício (atrás de portas corta-fogo se existirem). Numa evacuação feita na vertical, não devem ser usados os elevadores. A evacuação deve ser feita de modo sistemático, deslocando primeiro todos os doentes e pessoal que estejam mais perto do perigo. As portas dos quartos dos doentes não devem ser trancadas quando o doente está sozinho no quarto. As portas de saída devem ser fáceis de abrir a partir do interior. Referências: após um incêndio, pode ser necessário redistribuir os doentes por outras instalações. As unidades sanitárias devem ter um plano de referência de emergência que inclui todos os serviços de saúde, público ou privados, na sua área geográfica, bem como a identificação dos meios de transporte. Simulações de incêndio: devem ser realizadas simulações de incêndio e evacuação pelo menos uma vez por ano para cada unidade sanitária. Estas simulações devem ser planeadas e implementadas de modo a que: – Garantam que todo o pessoal em todos os turnos esteja treinado para assumir as tarefas atribuídas em caso de incêndio – Garantam que todo o pessoal em todos os turnos esteja familiarizado com a utilização e operação de equipamento de combate a incêndios existente no hospital – Permitam que o administrador/coordenador de emergências das instalações avalie a eficácia do plano. – Verifiquem a praticabilidade de uma transferência imediata e ordenada de doentes já na unidade e que podem ser movidos sem risco. – Verifiquem as medidas de segurança para manter pessoas não autorizadas fora da área de emergência. Inundação É difícil prever uma inundação numa unidade sanitária quando esta é devida a um desastre natural. As unidades sanitárias devem ser construídas, na medida do possível, sobre solo naturalmente protegido contra inundações (exemplo: terreno elevado). Em caso de uma inundação grave, assume-se que as estruturas do edifício, equipamento e produtos ficam seriamente contaminados com microrganismos, principalmente bolor, esporos de bolor e bactérias. Antes de reabrir, as unidades sanitárias devem ser analisadas para determinar se Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 43 estão danificadas sem probabilidade de reparação, ou se podem ser restauradas, reparadas e reabertas. Caso seja decidido reparar e tornar a ocupar o edifício, este deve primeiro ser analisado quanto à sua segurança e dos que nele vão trabalhar, para se determinar se a estrutura está segura e se existe corrente eléctrica suficiente para as operações de limpeza. Para além do mais, o edifício deve ser avaliado quanto à segurança e protecção contra incêndios. As principais actividades tipicamente associadas à restauração de um edifício inundado incluem: 1. Restauração do funcionamento do sistema de esgotos 2. Extracção de água residual e esgoto 3. Restauração do sistema de água potável 4. Instalação de restrições apropriadas a bio aerossóis conforme apropriado 5. Ventilação da área de trabalho (exemplo: abrir janelas quando possível) 6. Retirar elementos seriamente contaminados e/ou danificados e materiais de construção especialmente porosos 7. Retirar superfícies de contaminação de materiais não porosos através de limpeza física 8. Tratamento com desinfectante das superfícies, caso seja determinado a sua necessidade 9. Secagem e reavaliação da humidade residual nos restantes materiais da estrutura 10. Reparação e renovação da estrutura e substituição de itens danificados 11. Restauração da energia eléctrica e geradores de suporte 12. Limpeza profunda e secagem de itens porosos que foram salvos (exemplo: cortinas, tapetes, roupa de cama) se possível 13. Avaliação dos danos em equipamento, infra-estrutura de suporte médico (exemplo: gases médicos, vapor, ar comprimido) mobília, registos e documentos e produtos 14. Limpeza e desinfecção de superfícies em áreas de cuidados aos doentes 15. Após o término do trabalho de restauração e as unidades sanitárias voltarem a funcionar, será necessária uma inspecção periódica e vigilância da estrutura restaurada, de modo a identificar a formação de bolor e outros elementos patogénicos no ambiente e iniciar medidas de remoção e controlo. 16. Para além do mais, as instalações inundadas dão oportunidade para acumulação de água estagnada e proliferação de mosquitos. Devem 44 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho ser tomadas as medidas apropriadas para secar estas áreas o mais rapidamente possível. OPERACIONALIZAÇÃO E RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS Um ambiente de trabalho seguro e saudável só pode ser assegurado com o compromisso de todos os níveis de chefia e empregados trabalhando em parceria. Sempre que possível, devem ser também envolvidos os utentes em iniciativas de segurança e saúde no ambiente de trabalho. O empregador, neste caso o Ministério da Saúde, tem a responsabilidade geral de proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores e actuar como líder em actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho. A nível central do Ministério da Saúde, a Direcção Nacional de Assistência Médica tem como responsabilidade a coordenação geral, o apoio e a supervisão das actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho a nível nacional. A nível local, o papel de coordenação, supervisão e apoio, incluindo a provisão de recursos, fica a cargo do Director Provincial de Saúde e do Médico Chefe Provincial. Também a nível central do Ministério de Saúde a Direcção Nacional de Recursos Humanos tem a responsabilidade de difundir e promover as directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho, desde que o trabalhador inicia a suas funções no sistema Nacional de Saúde, em coordenação com a Direcção Nacional de Assistência Médica. As estruturas e processos que devem ser estabelecidos a nível das unidades sanitárias de modo a operacionalizar a responsabilidade e liderança do Ministério da Saúde incluem: Um dirigente da unidade sanitária: Director Geral, Director Clínico ou Chefe da Unidade, deve ter a responsabilidade de estabelecer e manter o sistema de segurança e saúde no ambiente de trabalho. A criação em cada hospital ou centro de saúde de um Comité de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho que possa coordenar a consultoria, a definição de políticas e a implementação de gestão de riscos. Este comité deve ser formado por representantes da direcção e supervisores de diferentes níveis e por trabalhadores. O comité pode incluir representantes da comunidade presentes em reuniões relevantes sobre iniciativas específicas. Esse comité deve reunir-se no mínimo trimestralmente. Todos os Directores e Supervisores devem ser treinados quanto ao modo de cumprirem as suas responsabilidades sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 45 As responsabilidades com a segurança e saúde no ambiente de trabalho devem estar listadas nas descrições de funções dos directores e empregados. As responsabilidades com a segurança e saúde no ambiente de trabalho devem fazer parte do processo de avaliação de desempenho. RESPONSABILIDADES DA DIRECÇÃO Os directores das unidades sanitárias: Director Geral, Director Clínico ou Chefe de Unidade têm as seguintes responsabilidades: Certificarem-se de que o sistema de segurança e saúde no ambiente de trabalho existe e está a funcionar nas unidades Certificarem-se de que as políticas do Ministério da Saúde relativas à segurança e saúde no ambiente de trabalho são divulgadas nas unidades e que são do conhecimento do pessoal Definir metas e objectivos para a segurança e saúde no ambiente de trabalho, incluindo definir prazos e indicadores para atingir esses objectivos Certificarem-se de que as responsabilidades com segurança e saúde no ambiente de trabalho são definidas e atribuídas a cargos relevantes de gestão e supervisores Certificarem-se de que existem recursos disponíveis para segurança e saúde no ambiente de trabalho Certificarem-se de que é dada formação sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho a todos os directores e supervisores Dar apoio à consultoria e participação do trabalhador em segurança e saúde no ambiente de trabalho dentro das unidades sanitárias Estabelecer programas de prevenção de segurança e saúde no ambiente de trabalho aos empregados Certificarem-se de que todas as medidas para corrigir deficiências na segurança e saúde no ambiente de trabalho são tomadas Reportar à Direcção Nacional de Assistência Médica do Ministério da Saúde o progresso e/ou problemas com a segurança e saúde no ambiente de trabalho RESPONSABILIDADES DOS CHEFES DE SECÇÃO E SUPERVISORES Os chefes de secção e supervisores de unidades clínicas e administrativas têm as seguintes responsabilidades: 46 Assegurar que as políticas e procedimentos de segurança e saúde no ambiente de trabalho estão a funcionar eficazmente na unidade sanitária Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Assegurar que são realizadas actividades regulares de gestão de risco na unidade sanitária e que são mantidos os controlos efectivos de risco Assegurar que são seguidas as práticas apropriadas de trabalho seguro na unidade sanitária e que existem recursos Assegurar que as necessidades de formação sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho para o pessoal são identificadas e que a formação necessária é realizada Apoiar a consultoria sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho, assegurando que existe a participação dos empregados Assegurar que incidentes e acidentes são investigados e são tomadas as acções correctivas necessárias Assegurar que existem procedimentos de emergência e que estes funcionam eficazmente no ambiente de trabalho Assegurar que são seguidos os procedimentos para gestão de lesões, incluindo a profilaxia pós-exposição ocupacional ao HIV e reinserção no ambiente de trabalho Rever as actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho e reportar progressos e questões ao director da unidade sanitária RESPONSABILIDADES DOS TRABALHADORES Cada trabalhador tem as seguintes responsabilidades: Cuidar da sua própria segurança e saúde Cuidar da segurança e saúde dos outros no ambiente de trabalho Seguir práticas seguras de trabalho e usar equipamento de protecção individual Participar em iniciativas de consulta e formação sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Reportar perigos e acidentes Colaborar com os Directores e Supervisores para que a unidade sanitária atinja os seus objectivos relativos à segurança e saúde no ambiente de trabalho Não colocar propositadamente ninguém em risco nem interferir ou fazer má utilização de algo fornecido no interesse da segurança e saúde Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 47 MONITORIA E AVALIAÇÃO As actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho podem ser monitorizadas e avaliadas de várias maneiras, incluindo: MONITORIZAÇÃO E MEDIDA DO DESEMPENHO A monitorização e medida de desempenho são realizadas através do controlo de indicadores de desempenho qualitativos e quantitativos seleccionados. O sistema de monitorização deve fornecer retro alimentação e informação para determinar se as actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho existem e estão a funcionar devidamente. Os resultados do sistema de monitorização servem como base para decisões sobre actividades de correcção ou melhoria. Os indicadores de desempenho podem ser activos ou reactivos, devendo ser incluídos num plano de monitorização de desempenho. A monitorização activa deve incluir: Revisão de planos específicos e de critérios e objectivos de desempenho estabelecidos Inspecção sistemática de sistemas de trabalho, de locais, instalações e equipamento Vigilância do ambiente de trabalho, incluindo organização do trabalho Vigilância da saúde dos trabalhadores, quando apropriado, através de monitorização médica que permita detectar sinais e sintomas de perigos para a saúde Conformidade com normas e regulamentos nacionais, contratos colectivos e outros compromissos subscritos pelo Ministério da Saúde A monitorização reactiva deve incluir a identificação, criação de relatórios e investigação de: 48 Acidentes relacionados com o trabalho, incapacidade para o trabalho (incluindo monitorização de registos agregados de faltas por doença), doenças e incidentes Outras perdas tais como danos na propriedade Desempenho deficiente na área da segurança e saúde Programas de reabilitação de trabalhadores e o seu regresso ao trabalho Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES RELACIONADOS COM O TRABALHO, INDISPOSIÇÕES, DOENÇAS E INCIDENTES Os acidentes relacionados com o trabalho, doenças e incidentes devem ser investigados por pessoas competentes, com a participação dos trabalhadores e seus representantes. A investigação da origem e causas subjacentes a estes incidentes e doenças, ajuda a identificar quaisquer falhas no sistema de segurança e saúde no ambiente de trabalho e deve ser documentada. Para informar sobre o acidente, o trabalhador afectado deve preencher um formulário, fornecendo o máximo de informação possível sobre o que aconteceu (Veja no Anexo 2 um exemplo de formulário de Notificação de Acidente). O impresso deve seguir para o director ou supervisor, que deverá tomar medidas para investigar as circunstâncias. Os resultados das investigações devem ser comunicados à direcção da unidade sanitária e ao Comité de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho. As decisões e recomendações do comité e da direcção devem ser dirigidas às pessoas apropriadas para tomada de acções correctivas. AUDITORIAS Uma auditoria à segurança e saúde no ambiente de trabalho é um exercício independente, sistemático, que tenta descobrir se as actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho estão a satisfazer os acordos planeados e estão em conformidade com requisitos regulamentares. Tratase de uma forma diferente da inspecção. Embora possa incluir elementos de inspecção, as auditorias vão para além disso, revendo políticas, procedimentos e planos. Os registos do sistema e os documentos são examinados de modo a julgar até que ponto estas políticas, procedimentos e planos foram correctamente implementados. Baseados na revisão de políticas, procedimentos e planos desenvolvidos no passado e implementados na altura da auditoria, os auditores recomendam alterações para uma futura melhoria no desempenho de segurança e saúde no ambiente de trabalho. As auditorias devem ser: Repetidas regularmente de tempos a tempos (exemplo: a cada três a cinco anos) Planeadas para se centrarem nas áreas de maior risco Baseadas em listas de verificação Realizadas por pessoas qualificadas Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 49 Terminar com um relatório da auditoria com conclusões e recomendações que devem ser comunicadas aos responsáveis para que realizem acções correctivas REVISÕES DE GESTÃO As revisões de gestão avaliam a estratégia geral da segurança e saúde no ambiente de trabalho para determinar se esta satisfaz os objectivos de desempenho planeados. As revisões de gestão consideram os resultados de investigações de lesões, doenças e acidentes relacionados com trabalho; os resultados da monitorização e medida de desempenho, de auditorias, e de recomendações internas e externas e alterações, incluindo alterações na organização que podem afectar o sistema de segurança e saúde no ambiente de trabalho. Os resultados das revisões de gestão devem ser registados e comunicados ao Comité de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho e às pessoas responsáveis pelos elementos relevantes do sistema de gestão da segurança e saúde no ambiente de trabalho, para que possam tomar as acções apropriadas. 50 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho ANEXO 1: LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA INSPECÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO Unidade Sanitária: _______________________________________________________________________ Pessoas que realizaram a inspecção: ________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Data: __________________________________________________________________________________ Aceitável: S Não aceitável: N Não se aplica: N/A ELEMENTOS INSPECCIONADOS S N N/A Limpeza Áreas de trabalho sem lixo e sem obstruções Superfícies niveladas e seguras Aberturas no chão cobertas Materiais armazenados em segurança Corredores desobstruídos e claramente definidos Corredores com largura suficiente Corredores com luz adequada Electricidade Não existem fichas, tomadas, nem interruptores avariados Não existem fios condutores descarnados ou defeituosos Ferramentas eléctricas em boas condições Não são realizados trabalhos perto de equipamento eléctrico activo Não existem fios condutores deteriorados Não existe perigo de tropeçar nos cabos Interruptores/circuitos estão identificados Placas com procedimento para fechar/aviso de perigo nos locais adequados Sistema de ligação à terra em uso Interruptores para ligar/desligar claramente identificados Quadros de distribuição bem fixos Equipamento de combate a incêndios adequado Iluminação Adequada e sem brilho intenso Janelas limpas Não existem luzes intermitentes ou inoperantes Existe um sistema de luzes de emergência Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 51 ELEMENTOS INSPECCIONADOS S N N/A Controle de incêndios Extintores nos locais adequados Equipamento de combate a incêndio inspeccionado/registado Extintores devidamente sinalizados Extintores adequados à situação Saída de emergência sinalizada Portas de saída com abertura fácil a partir do interior Percursos livres de obstáculos até a saída Observadas restrições a fumadores/chamas vivas Quantidades mínimas de produtos inflamáveis nos postos de trabalho Procedimentos para armazenar produtos inflamáveis Pessoal de emergência identificado e treinado Procedimentos de emergência documentados e distribuídos Números de telefone de emergência visíveis Realizadas simulações de evacuação Pessoal treinado na utilização de equipamento de combate a incêndios Substâncias perigosas Armazenadas devidamente Contentores/recipientes devidamente identificados Sistemas adequados de ventilação/exaustão Disponível vestuário/equipamento protector Procedimentos para eliminação de resíduos Seguidos procedimentos para lidar com químicos Equipamento adequado para emergências/primeiros socorros (duche, lavagem de olhos) Sinalização de perigo químico em local visível Escadas, degraus e escadotes Inexistência de degraus gastos ou quebrados Corrimões em boas condições Sem obstáculos Iluminação adequada Luzes de emergência Tratamento anti-derrapante Ergonomia do local de trabalho Locais de trabalho e desenho das cadeiras aceitável Minimizada utilização de força excessiva e movimentos repetitivos Fornecido treino adequado Primeiros socorros Armários e seu conteúdo limpo e ordenado Quantidade de acordo com requisitos Pessoal qualificado para prestação de primeiros socorros 52 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho ELEMENTOS INSPECCIONADOS S N N/A Armazenamento de material Pilhas de material estáveis Alturas correctas Espaço suficiente para mover mercadorias Material armazenado em estantes/cacifos Prateleiras isentas de lixo Chão limpo à volta das estantes e pilhas de material Bidões verificados Paletes em boas condições Material mais pesado armazenado em níveis inferiores Não existe perigo associado a queda de objectos Não existem rebordos pontiagudos Meios seguros para aceder às prateleiras superiores Protecção Pessoal Empregados possuem equipamento para protecção individual Equipamento de protecção individual é usado por todos os empregados Protecção Pública Protecções e vedações adequadas fixas e nos locais apropriados Sinais nos locais apropriados Iluminação suficiente no acesso público Percursos limpos e isentos de detritos Acesso controlado às instalações Procedimentos existentes para controle do tráfego Sistema activo para recepção de queixas do público Maquinaria e bancadas de trabalho Espaço de trabalho adequado Limpo e arrumado Isento de excesso de óleo e gordura Devidamente vigiado Avisos ou instruções em local visível Paragens de emergência devidamente situadas e claramente identificáveis Operadas de modo seguro e correcto Bancada de trabalho limpa de lixo Ferramentas no local certo Veículos Veículos em boas condições Procedimentos diários de inspecção de segurança Usado sistema de notificação para reportar falhas Condutores treinados e com licença de condução Pneus em estado satisfatório Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 53 ELEMENTOS INSPECCIONADOS S N N/A Soldadura Garrafas de gás bem fixas no atrelado Fumos gerados pela soldadura bem ventilados Extintor de incêndios perto da área de trabalho Maçarico aceso apenas com pistola de silex Protecção ocular usada para soldadura eléctrica Garrafas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) com selo dentro da validade de 10 anos Equipamento de protecção fornecido e usado Demolições e escavações Acesso interditado a áreas de demolição/escavação Protecção geral em vigor Protecção do público em geral Sinais visíveis Procedimentos de segurança no trabalho em vigor Adaptado de: Departamento de Serviços Humanos—Sector de Hospitais Públicos. Departamento de Serviços Humanos do Governo de Vitória. 2003. Marco Modelo para a Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional 54 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho ANEXO 2: FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE Nota: este formulário deve ser preenchido pelo trabalhador envolvido, imediatamente após um acidente e deve ser apresentado à pessoa responsável na unidade sanitária pela segurança e saúde no local de trabalho Unidade Sanitária: _______________________________________________________________________ Data: __________________________________________________________________________________ 1. Informações sobre a pessoa envolvida no acidente Nome: __________________________________________________________________________________ Data de nascimento: ______________________________________________________________________ Morada: ________________________________________________________________________________ Ocupação/cargo: _________________________________________________________________________ Unidade/departamento: ___________________________________________________________________ Sexo: Masculino…………. Feminino 2. Detalhes do acidente Data do acidente:_________________________________________________________________________ Hora do acidente:_________________________________________________________________________ Local onde ocorreu o acidente:______________________________________________________________ Qual a actividade que estava a ser desempenhada pela pessoa lesionada: _________________________ 3. Causa provável do acidente Ferimento por corte: Agulha…………. Lâmina…………. Exposição biológica (especificar):____________________________________________________________ Exposição a químicos: Única…………..Prolongada……………. Contacto—electricidade: ___________________________________________________________________ Exposição—calor ou frio: ___________________________________________________________________ Deslocação manual (doente): _______________________________________________________________ Deslocação manual (outro—especificar): ______________________________________________________ Violência física: __________________________________________________________________________ Injúrias verbais: __________________________________________________________________________ Deslize/tropeço/queda: ___________________________________________________________________ Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 55 Queda de altura: __________________________________________________________________________ Atingido por objecto em movimento: _________________________________________________________ Outra (especificar): _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Tipo de procedimento:_____________________________________________________________________ Durante a preparação do procedimento: ______________________________________________________ Durante o procedimento: __________________________________________________________________ Limpeza após o procedimento:______________________________________________________________ Durante a recolha de objectos cortantes: _____________________________________________________ Durante a recolha de lixo: __________________________________________________________________ Outro (especificar):________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ 4. Detalhes do ferimento Ocorreu um ferimento? Sim…………. Não Localização corporal:______________________________________________________________________ Natureza do ferimento: ____________________________________________________________________ Picada com agulha: _______________________________________________________________________ Exposição a fluido corporal: ________________________________________________________________ Exposição a químicos: _____________________________________________________________________ Dermatite: ______________________________________________________________________________ Queimadura: ____________________________________________________________________________ Corpo estranho: __________________________________________________________________________ Choque eléctrico: _________________________________________________________________________ Laceração: ______________________________________________________________________________ Pisadura: _______________________________________________________________________________ Entorse/luxação: _________________________________________________________________________ Fractura: ________________________________________________________________________________ Stress/ansiedade: ________________________________________________________________________ Dor/desconforto: _________________________________________________________________________ 56 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho Outro (especificar):________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Tratamento necessário na altura do acidente: _________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Notificação apenas: _______________________________________________________________________ Primeiros socorros: _______________________________________________________________________ Tratamento médico: ______________________________________________________________________ Acompanhamento após picada com agulha: __________________________________________________ 5. Detalhes do equipamento de protecção individual (EPI) Esta tarefa necessitou de EPI? Sim…………. Não Estava a ser usado o EPI correcto na altura do acidente? Sim………….Não EPI usado:_______________________________________________________________________________ Luvas: __________________________________________________________________________________ Protecção dos olhos: ______________________________________________________________________ Protecção da face: ________________________________________________________________________ Batas/aventais: __________________________________________________________________________ Calçado: ________________________________________________________________________________ 6. Outros detalhes sobre o acidente O acidente envolveu um doente? ____________________________________________________________ O acidente envolveu um visitante?___________________________________________________________ Nome do doente ou visitante: _______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________________________ Adaptado de: Departamento de Serviços Humanos – Sector de Hospitais Públicos. Departamento de Serviços Humanos do Governo de Vitória. 2003. Marco Modelo para a Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 57 ANEXO 3: LISTA DE VERIFICAÇÃO RESUMIDA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO DA UNIDADE SANITÁRIA Unidade Sanitária: _______________________________________________________________________ Nota: O objectivo desta lista de verificação resumida é monitorizar a conformidade com as actividades básicas de segurança e saúde no ambiente de trabalho pela unidade. Deverá ser implementada pela pessoa responsável pelas actividades de segurança e saúde no ambiente de trabalho e/ou pelo comité de segurança e saúde no ambiente de trabalho da unidade sanitária. Data: __________________________________________________________________________________ Efectuado: S Não efectuado: N Não se aplica: N/A ACTIVIDADES S N N/A Gestão de riscos As inspecções do ambiente de trabalho são conduzidas periodicamente (de seis em seis meses) Existe um procedimento sistemático para o registo, a notificação, a análise e a investigação de acidentes e ferimentos ocorridos no ambiente de trabalho Existe um sistema para verificar se a infra-estrutura, equipamento e materiais novos estão em conformidade com as especificações técnicas exigidas A avaliação do risco é levada a cabo utilizando a informação reunida As actividades apropriadas de controle do risco são conduzidas com base na avaliação do risco Os resultados das medidas implementadas são monitorizados e revistos para introduzir quaisquer correcções necessárias ou modificação dos planos executados Existem responsabilidades claramente atribuídas para a gestão de riscos dentro da unidade sanitária Promoção da segurança e saúde do trabalhador São fornecidas informações básicas sobre exposições a infecções e outros perigos a todos os novos trabalhadores do ramo da saúde, durante a primeira semana de trabalho São realizadas sessões de grupo para o pessoal da unidade, no mínimo anualmente, onde são comunicadas informações actualizadas sobre exposições a infecções e outros perigos São regularmente conduzidas actividades educativas no local de trabalho, relacionadas com exposições a infecções e outros perigos Sempre que apropriado, são disponibilizados preservativos masculinos e femininos aos trabalhadores de saúde São divulgados os direitos e responsabilidades dos trabalhadores de saúde relativamente à segurança e saúde no ambiente de trabalho, incluindo o direito à confidencialidade 58 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho ACTIVIDADES S N N/A São regularmente conduzidas actividades educativas na unidade para pacientes e seus acompanhantes Prevenção de infecções e doenças ocupacionais As precauções básicas são exaustivamente implementadas na unidade sanitária para a prevenção de infecções As precauções baseadas na transmissão: por via aérea, gotículas, ou contacto são implementadas na unidade sanitária de acordo com os riscos associados com mecanismos específicos de transmissão de infecções A profilaxia pós-exposição ocupacional ao HIV é implementada na unidade sanitária Medidas específicas de prevenção da TB, incluindo a identificação precoce de pacientes com TB, o isolamento quando necessário, e o uso de protecção respiratória pessoal pelos trabalhadores são implementadas na unidade sanitária A vacina contra a Hepatite B é oferecida gratuitamente a todos os trabalhadores de saúde com probabilidades razoáveis de exposição a sangue ou a fluidos corporais A unidade sanitária encoraja a conformidade com o programa de imunização para adultos, onde apropriado e de acordo com a disponibilidade de recursos Sempre que possível, a unidade sanitária disponibiliza a vacina contra a influenza (gripe) anualmente aos trabalhadores de saúde Existem procedimentos estabelecidos para a exposição a perigos químicos Existem procedimentos estabelecidos para evitar perigos ergonómicos Cuidados, reabilitação e reinserção no local de trabalho Sempre que as condições o permitam, a unidade sanitária oferece aos trabalhadores a oportunidade de um controle médico anual Os trabalhadores de saúde são informados sobre os indícios e sintomas das doenças mais frequentes no local de trabalho, incluindo a TB, o HIV, a malária, hipertensão e diabetes e são instruídos no sentido de se apresentarem de imediato para avaliação caso esses sintomas se revelem A unidade sanitária (em áreas de elevada prevalência de TB) realiza uma despistagem periódica activa para sintomas com posterior avaliação dos que apresentam sintomas compatíveis com TB O apoio de laboratório com capacidade para realizar testes a TB, HIV, malária e glicemia está directamente disponível na unidade sanitária ou através de um sistema eficaz de referência Os testes voluntários para trabalhadores de saúde que desejam saber o seu estado HIV são encorajados e disponibilizados pela unidade sanitária, utilizando testes rápidos sempre que possível Os testes voluntários para o HIV são realizados a pedido e, se necessário, com o consentimento escrito do trabalhador de saúde, e são realizados com base num consentimento informado, acompanhados de aconselhamento e garantindo a confidencialidade Os trabalhadores de saúde afectados por doença recebem cuidados e apoio adequados, fornecidos gratuitamente até ao máximo possível Existem procedimentos para a reinserção de trabalhadores afectados por doença nos seus trabalhos e estes procedimentos seguem os princípios de adaptação razoável A reinserção de trabalhadores afectados por infecções ou doença nos seus trabalhos tem em conta a saúde e segurança dos doentes Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 59 ACTIVIDADES S N N/A Situações de emergência A unidade sanitária possui planos apropriados que permite lidar com emergências provocadas por pandemias/epidemias tais como a gripe aviaria ou a cólera A unidade sanitária possui planos apropriados que permite lidar com emergências provocadas por catástrofes internas tais como incêndios ou inundações Operacionalização e responsabilidades institucionais Um directivo da unidade: director geral, director clínico ou chefe da unidade, tem a responsabilidade de estabelecer e manter o sistema de segurança e saúde no ambiente de trabalho na unidade É formado um Comité de Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho na Unidade Sanitária, capaz de coordenar consultoria, definição de políticas e implementação da gestão de riscos (de acordo com o tamanho da unidade) Todos os directores e supervisores estão treinados quanto ao modo de cumprirem as suas responsabilidades sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho As responsabilidades com segurança e saúde no ambiente de trabalho estão listadas nas descrições de funções dos directores e empregados e fazem parte do processo de avaliação de desempenho Monitorização e avaliação A unidade sanitáriaconduz periodicamente a monitorização e medida de desempenho de segurança e saúde no ambiente de trabalho A unidade sanitária possui um sistema para a investigação contínua de ferimentos relacionados com o trabalho, incapacidade para o trabalho, doenças e incidentes A unidade sanitária conduz auditorias periódicas à segurança e saúde no ambiente de trabalho A unidade sanitária conduz revisões de gestão periódicas à segurança e saúde no ambiente de trabalho 60 Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho REFERÊNCIAS Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos (OSHA). 2006. Actualização das Directrizes OSHA sobre Protecção dos trabalhadores contra os Vírus da Gripe Aviaria. Bennett G e G Morrell. 2004. Manual de Controlo de Infecções para Hospitais. HCPro, Inc: Marblehead, Massachusetts Centros para o Controle e Prevenção de Doenças. Directrizes Actualizadas do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos para o manejo das exposições ocupacionais ao VHB, VHC, e HIV e recomendações para a profilaxia pós-exposição. MMWR 2001;50 (No.RR-11) Centros para o Controle e Prevenção de Doenças. Janeiro 8, 2004. Síndrome Respiratório Agudo Severo, Suplemento I: Controle de Infecções em Estabelecimentos de Saúde, Hogares, e Comunidade. USA. Centros para o Controle e Prevenção de Doenças. Outubro 18, 2005. Resumo de actualizações: Considerações para a Recuperação e Controle de Infecções para a Reabertura de Estabelecimentos de Saúde Fechados por Danificações Extensas por Agua ou Vento. Centros para o Controle e Prevenção de Doenças. Vacinação dos Trabalhadores de Saúde: Resumo de Recomendações Publicadas pelo Comité Assessor em Práticas de Vacinação. MMWR 1997;46 (No.RR18) CDC Constituição da República de Moçambique Cooper, Cary L. and Naomi Swanson. Violencia no Local de Trabalho no Sector Saude, Estado Actual. Departamento de Serviços Humanos—Sector de Hospitais Públicos. Departamento de Serviços Humanos do Governo de Vitória. 2003. Marco Modelo para o Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional. Melbourne, Vitória, Austrália. Departamento de Serviços Humanos dos Estados Unidos, Serviço de Saúde Pública, Agencia para Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças. Data de publicação: 01/01/1992. Manejo de Incidentes com Materiais Perigosos Volume II, Departamentos de Urgência dos Hospitais, Departamento de Trabalho, Administração de Segurança e Saúde Ocupacional, Modulo de Perigos Abrangentes em Provisão de Saúde: Ergonomia: Ferramenta electrónica para hospitais. www.osha.gov Directrizes de Bolso sobre Perigos Químicos da NIOSH. NIOSH Publicação No. 2005-151: Setembro 2005. Directrizes sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho 61 Escritorio Internacional do Trabalho, Organizacao Mundial da Saude, Conselho Internacional de Emfermeiros, e Servicos Publicos Internacional, Programa Conjunto sobre Violencia no Local de Trabalho no Sector Saude. Directrizes Marco para o Abordagem a Violencia no Local de Trabalho no Sector Saude. 2002. Genebra. Estatuto Geral de Funcionamento do Estado, Decreto-lei 21/96, Republica de Moçambique Inspecção do Trabalho 17/90, Republica de Moçambique McCabe T. 1998. Manual da Função de Vigilância, Prevenção e Controle de Infecções, Versão 6. Medical Consultants Network Inc: Englewood, Colorado Ministério de Saúde de Moçambique. Plano Estratégico de Combate as DTS, HIV & SIDA: 2004-2008. Moçambique Ministério de Saúde de Moçambique. Política de HIV no Ambiente de trabalho (SECTOR SAÚDE). Rascunho 2006 Organização Internacional do Trabalho—Segurança e Saúde Ocupacional. 2001. Directrizes sobre o Gestão dos Sistemas de Segurança e Saúde Ocupacional. Genebra. Organização Internacional do Trabalho e Organização Mundial da Saúde. 2005. Directrizes Conjuntas da OIT/OMS sobre Serviços de Saúde e HIV/SIDA. Genebra. Organização Internacional do Trabalho. 2001. O Código de Prática em HIV/SIDA e o Mundo de Trabalho da OIT. Genebra. Organização Internacional do Trabalho. 2002. Implementação do Código de Prática em HIV/SIDA e o Mundo de Trabalho da OIT, um Manual de Educação e Formação. Genebra. Organização Mundial da Saúde, Escritório Regional para o Mediterrâneo do Leste. 2001. 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