Seção Minas Gerais
Seminário Mineiro de Reuso da Água
A experiência de reuso agrícola de
efluentes no Norte de Minas
Professor Marcos Koiti Kondo
Departamento de Ciências Agrárias
Universidade Estadual de Montes Claros
Campus Janaúba
Ciências Agrárias
EQUIPE:
Silvânio Rodrigues dos Santos
Marcos Koiti Kondo
Victor Martins Maia
Rodinei Facco Pegoraro
Epamig URENM:
Polyanna Mara de Oliveira
Pós-graduandos em Produção Vegetal no Semiárido:
Pablo Fernando Santos Alves
Mauro Castro Franco Mota
Fernanda Soares Oliveira
Paulo Augusto Pereira Lopes.
Marlúcia Pereira dos Santos
Agronomia
Estudantes de Agronomia:
Ildeu de Oliveira Andrade Júnior
Edcássio Dias Araújo
Igor Santos Alves
Gilberto Felipe de Oliveira
Marcela Cilmara Martins
Barragem do
Bico da Pedra
Frigorífico bovino
ETE Janaúba
Algodão
Milho
Feijão
Banana
Abacaxi
Bombeamento
Sistema de irrigação
Atributos físicos e químicos do solo antes da implantação dos experimentos (2011).
Prof.
Ds
cm
0 – 20
20 – 40
40 – 60
60 – 80
Prof.
_____
cm
0 - 20
20 - 40
Prof.
H2O
6,2
5,5
7V
cm
0 - 20
20 - 40
________
Dp
g cm-3 _____
1,77
2,58
1,66
2,54
1,57
2,53
1,52
2,62
1MO
pH
67
61
dag kg-1
1,3
0,7
8m
% ________
0
0
Pt
m3 m-3
0,31
0,34
0,37
0,42
2P
AMG
AM
AF
_____________________________________
20
20
19
19
2K
____
mg dm-3 ____
2,3
260
2,0
140
9B
2Cu
_________________ mg
0,3
0,4
AG
1,0
0,9
85
75
67
62
2Na
150
143
126
109
3Ca
180
177
153
144
3Mg
AMF
Areia total
Silte
Argila
g kg-1 ____________________________________
86
521
185
294
79
494
172
334
75
441
157
403
78
411
210
379
5SB
6T
3Al
4H+Al
__________________________
0,1
0,1
2Fe
2,8
2,2
2Mn
0,9
0,7
2Zn
dm-3 _________________
23,7 10,8 0,8
24,8 3,9 0,4
cmolc dm-3 __________________________
0
2,2
4,5
6,7
0
2,2
3,4
5,6
11CE
10P-rem
mg L-1
35,2
30,6
dS m-1
0,3
0,2
Ds: densidade do solo; Dp: densidade de partículas; Pt: porosidade total; AMG: areia muito grossa; AG: areia grossa;
AM: areia média; AF: areia fina; AMF: areia muito fina; 1Matéria orgânica, determinada por colorimetria; 2Extrator:
Mehlich-1; 3Extrator: KCl 1 mol L-1; 4Estimador: pH SMP; 5SB: soma de bases; 6T: CTC a pH 7; 7V: saturação por bases;
8m: saturação por alumínio; 9Extrator: BaCl ; 10Fósforo remanescente, determinado em solução equilíbrio de P; 11CE:
2
Condutividade elétrica do extrato saturado do solo, na proporção de 1 (solo):0,5 (água).
Características médias da água residuária sanitária tratada (ART) de junho de
2012 a junho de 2014.
Característica
Unidade
Média
Desvio Padrão
Ntotal
mg L-1
47,6
8,6
Namon
Nnit
Norg
mg L-1
mg L-1
mg L-1
35,7
9,7
1,08
10,82
1,72
8,09
K
mg L-1
33,94
11,15
Na
P
Zn*
Cu
Fe
Mn
mg L-1
mg L-1
mg L-1
mg L-1
mg L-1
mg L-1
84,37
19,46
8,22
0,088
0,008
0,68
0,100
1,64
0,06
0,0011
0,2875
0,0102
Ntotal: nitrogênio total; Namon: nitrogênio amoniacal; Nnit: nitrogênio nitrato; Norg: nitrogênio orgânico; K: potássio; Na:
sódio; P: fósforo; Zn: zinco; Cu: cobre; Fe: ferro; Mn: manganês; *: Quantificado somente a partir de 02/2013.
Características médias da água residuária sanitária tratada (ART) de junho de
2012 a junho de 2014
Característica
Unidade
Média
Desvio Padrão
B
ClCo
Ca
Mg*
CE
DQOtotal
mg L-1
mg L-1
mg L-1
mg L-1
mg L-1
dS m-1
mg L-1
0,023
130,6
0,0084
28,25
0,001
19,134
0,0086
4,91
7,963
1,128
174,8
3,78
0,162
35,17
DBOtotal
mg L-1
58,88
16,88
O&G
pH
SST
mg L-1
11,0
4,12
mg L-1
7,6
70,2
0,25
33,89
CT
UFC (100 mL)-1
5,01E+06
4,32E+06
Escherichia coli
NMP (100 mL)-1
9,60E+03
3,16E+05
B: boro; Cl-: cloreto; Co: cobalto; Ca: cálcio; Mg: magnésio; CE: condutividade elétrica; DQOtotal: demanda química de
oxigênio; DBOtotal: demanda bioquímica de oxigênio; O&G: óleos e graxas; SST: sólidos suspensos totais; CT: coliformes
totais; *: Quantificado somente a partir de 02/2013.
Reuso na banana – Aporte – 2012/14
Nutrientes e sódio (kg ha-1) aportados ao solo em cada tratamento, em dois anos de cultivo
de bananal fertirrigado com água residuária sanitária tratada (ART).
Trat.
________
Ntotal_________
________ P
2O5
_______________________________________ Ano
Test.
70
130
170
200
Test.
70
130
170
200
_________
________
K2O __________
_____
Na _____
1 (2012-2013) __________________________________________
AM
ART
Tot.
AM
ART
Tot.
AM
ART
Tot.
ART
Tot.
226,2 0,0 226,2 200
0,0
200 253,3 0,0 253,3 0,0
0,0
143,3 86,6 229,9 200
27,5 227,5 198,2 58,1 256,3 103,8 103,8
120,8 114,2 235,0 200
55,0 255,0 143,7 115,6 259,3 206,5 206,5
109,8 127,6 237,4 200
67,8 267,8 117,2 142,5 259,7 255,2 255,2
98,5 141,0 239,5 200
81,3 281,3 90,2 170,3 260,5 304,8 304,8
_________________________________________ Ano 2 (2013-2014) _________________________________________
320,0 0,0 320,0 100,0 0,0 100,0 320,0 0,0 320,0 0,0
0,0
236,2 89,3 325,5 76,5 25,42 101,9 274,8 49,79 324,6 106,6 106,6
212,5 114,7 327,2 55,1 46,27 101,4 233,4 91,58 325,0 196,6 196,6
198,9 133,2 332,1 42,6 60,46 103,1 209,4 119,78 329,2 258,3 258,3
187,1 146,1 333,2 31,8 71,24 103,0 188,8 140,75 329,6 303,7 303,7
ART: Água residuária sanitária tratada; AM: adubação mineral; Ntotal: nitrogênio total disponibilizado para a cultura, P2O5: fósforo; K2O:
potássio, Na: sódio; Test: Água limpa e cobertura com adubação mineral; Tratamentos: % do limite de aporte (LARCHER, 2005) de sódio
no solo via ART (150 kg ha-1 ano-1).
Reuso na banana – Produção – 2012/14
Médias de tratamento e teste de Dunnett para as características produtivas da bananeira
fertirrigada com água residuária sanitária tratada em dois ciclos de produção.
TRAT.
70
130
170
300
Testemunha
70
130
170
200
Testemunha
PROD
PROD1
PROD2
______________ t ha-1 ______________
1º Ciclo
29,31
18,11
11,64
29,25
17,68
11,57
29,81
16,41
13,53
28,45
15,70
13,48
26,32
13,37
11,93
2º Ciclo
38,85
36,28
2,57
35,11
33,45
1,62
34,60
32,97
1,63
39,57
38,47
1,10
33,81
31,32
2,49
NPT
NP1 NP2
COMF
cm
DIAF
mm
9,66
9,50
9,47
9,56
9,25
4,91
5,16
4,38
3,91
4,06
4,75
4,34
5,09
5,66
5,19
15,28
15,78
15,42
15,17
14,98
39,17
39,12
37,98
38,33
37,05
9,91*
9,41
9,36
9,81*
9,19
9,03
8,78
8,83
9,47
8,34
0,88
0,63
0,53
0,34
0,84
17,86
17,89
17,80
18,38
17,64
42,05
42,05
41,70
43,06
41,72
Em cada ciclo de produção, médias seguidas de asterisco (*) diferem estatisticamente da testemunha pelo teste de Dunnett (p <
0,05); PROD: produtividade total, PROD1: produtividade de bananas de primeira, PROD2: produtividade de bananas de segunda,
NPT: número de pencas total, NP1: número de pencas de primeira, NP2: número de pencas de segunda, COMF: comprimento do
fruto e DIAF: diâmetro do fruto.
Produtividade média de banana (2013) = 17,8 t ha-1 ano-1 (MG), 14,3 t ha-1 ano-1 (BR)
Rentabilidade da banana Prata-Anã no Norte de Minas Gerais = 28 t ha ano-1
Reuso na banana – Produção – 2015
Médias parciais de tratamentos para as características produtivas da bananeira
fertirrigada com água residuária sanitária tratada no terceiro ciclo de produção (2015).
TRAT.
PROD
PROD1
PROD2
NP1
NP2
COMF
DIAF
cm
mm
______________
t ha-1______________
70
42,59
42,05
1,11
11,0
0,3
17,3
38,6
130
43,64
43,31
0,29
10,9
0,2
17,6
40,1
170
41,30
40,76
1,79
10,4
0,2
17,8
40,2
300
48,77
48,16
1,40
10,6
0,3
17,8
40,6
Testemunha
44,50
43,76
1,74
10,1
0,3
17,1
38,3
Média
44,16
43,60
1,27
10,6
0,3
17,5
39,6
Testemunha com fertirrigação mineral (200 kg ha-1 de N, 100 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de de K2O). Houve complementação
nutricional via cobertura mineral nos tratamentos com ART, totalizando 200 kg ha-1 de N e 200 kg ha-1 de K2O (aporte via ART de N:
0; 92,3; 118,0; 137,6 e 153,4 kg ha-1; aporte via EST de P2O5: 0; 25,7; 44,5; 58,6 e 70,6 kg ha-1; aporte via EST de K2O: 0; 55,4; 98,5;
130,5 e 154,6 kg ha-1; nos tratamentos 0; 109; 197; 257 e 304, respectivamente). SEM DIFERENÇA SIGNIFICATIVA ENTRE
TRATAMENTOS, pelo Teste F (p<0,05). Preço pago ao produtor: R$1,70 kg-1 banana Prata-Anã de primeira (9/6/2015).
Produtividade média de banana (2013) = 17,8 t ha-1 ano-1 (MG), 14,3 t ha-1 ano-1 (BR)
Rentabilidade da banana Prata-Anã no Norte de Minas Gerais = 28 t ha ano-1
Reuso na banana – Produção – 2012/14
• A fertirrigação com ART propicia produtividades e frutos
semelhantes à adubação com fertilizantes minerais e água limpa.
• Os teores de nutrientes nas folhas da bananeira ‘Prata-Anã’ não são
influenciada pela ART, com exceção do Mg, Fe e Zn.
• O alto teor de Mn pode comprometer o equilíbrio nutricional para a
bananeira, porém, não houve sintomas de fitotoxicidez ou redução
da produção
Reuso na banana – Pós-colheita – 2012/14
Médias de Tratamento e teste de Dunnett para as características pós-colheita de frutos
de banana ‘Prata-Anã’ fertirrigada com água residuária sanitária tratada em dois ciclos
de produção.
Tratamento
SST
ºBrix
70
130
170
200
Testemunha
26,49*
25,60
25,23
26,00
25,45
70
130
170
200
Testemunha
26,70
25,80
25,65
26,05
25,83
1Equivalente
AT1
1º Ciclo
0,52
0,50
0,55
0,55
0,51
2º Ciclo
0,68
0,59
0,69
0,68
0,66
SST:AT
pH
51,23
51,77
46,19
48,35
50,35
4,61
4,57*
4,53*
4,51*
4,67
39,52
43,87
37,41
39,18
39,42
4,10
4,12
4,03
4,05
4,05
grama de ácido málico (100g de polpa)-1. Em cada ciclo de produção, médias de tratamento seguidas de asterisco diferem
da testemunha ao nível de 5 % de significância pelo teste de Dunnett. SST: Sólidos solúveis totais; AT: acidez titulável; SST:AT: relação
sólidos solúveis:acidez titulável.
Reuso na banana – Pós-colheita – 2012/14
Análise microbiológica na casca e na polpa de frutos de banana ‘Prata-Anã’ em dois
períodos após a fertirrigação com água residuária sanitária tratada.
________________
Trat.
30 DAF __________________
CT
NMP/g
CTe
NMP/g
____________
45 DAF ____________
CT
NMP/g
CTe
NMP/g
Casca
Polpa
Casca
Polpa
Casca Polpa Casca Polpa
Test.
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
70
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
130
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
170
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
200
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
NPM: Número Mais Provável; CT: Coliformes Totais; CTe: Coliformes Termotolerantes; DAF: Dias após a fertirrigação
Reuso na banana – Pós-colheita – 2012/14
Análise microbiológica na casca e na polpa de frutos de banana ‘Prata-Anã’ em duas
amostragens (11/6/2014), 24 horas após a fertirrigação com ART, segundo ciclo.
________
Trat.
Amostragem 1 _________
CT
NMP/g
Casca Polpa
_________
CTe
NMP/g
Amostragem 2 ____________
CT
NMP/g
CTe
NMP/g
Casca
Polpa
Casca
Polpa
Casca
Polpa
Test.
<3
<3
<3
<3
23
<3
9,2
<3
70
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
130
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
170
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
200
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
<3
NPM: Número Mais Provável; CT: Coliformes Totais; CTe: Coliformes Termotolerantes
Reuso na banana – Pós-colheita – 2012/14
• A fertirrigação da bananeira com ART proporciona frutos com qualidade
pós-colheita semelhante ao manejo com fertilizantes minerais e água
limpa.
• Todavia, a aplicação de ART em doses elevadas pode prejudicar o
equilíbrio nutricional e a qualidade dos frutos.
• O reuso permite bananas com qualidade microbiológica semelhante
àquelas obtidos pelo manejo com água limpa e fertilizantes minerais.
Reuso na banana – Solo
Médias de tratamento e teste de Dunnett (p < 0,05) para os atributos de um Latossolo Vermelho
eutrófico fertirrigado com água residuária sanitária tratada (586 dias após o plantio).
Trat.
Ds
g cm-3
Pt
MaPt
__________ m3
70
130
170
200
Testemunha
1,77
1,81
1,72
1,77
1,80
0,43
0,42
0,46
0,44
0,43
70
130
170
200
Testemunha
1,77
1,74
1,75
1,82
1,83
0,43
0,43
0,46
0,41
0,41
70
130
170
200
Testemunha
1,79
1,84
1,88
1,87
1,87
0,42
0,40
0,40
0,38
0,39
MiPt
MO
ADA
m-3 __________ dag kg-1 g kg-1
0-20 cm
0,06
0,35
2,32*
130*
0,06
0,37
1,79
132*
0,08
0,37
1,78
139*
0,09
0,36
1,64
143*
0,09
0,36
1,53
94
20-40 cm
0,15*
0,30
1,39*
142
0,12
0,32
1,02
151
0,13*
0,31
1,08
152
0,11
0,30
1,06
131
0,10
0,33
0,94
131
40-60 cm
0,10*
0,32
0,61
156
0,07
0,34
0,52
167
0,08
0,33
0,77
158
0,05
0,33
0,79
151
0,06
0,34
0,66
141
DMP
DMG MacAgr MicAgr
______ mm ______
_______ % _______
3,73
3,45
3,39
3,50
3,15
1,47
1,37
1,37
1,35
1,54
90,60
88,74
81,61
84,55
86,07
9,40
11,26
18,39
15,45
13,93
2,61
2,59
2,48
2,26*
3,25
1,15
1,09
1,05
0,90*
1,33
80,85
79,48
82,53
76,87
82,14
19,15
20,52
17,47
23,13
17,86
1,52
1,94
1,98
1,63
1,65
0,83
0,94
0,92
0,88
0,88
72,52
78,43
73,22
76,82
75,96
27,48
21,57
26,78
23,18
24,04
Pablo Fernando Santos Alves, Silvânio Rodrigues dos Santos, Marcos Koiti Kondo, Rodinei Facco Pegoraro, Edcássio
Dias Araújo (2015). Atributos físicos do solo em bananal fertirrigado com água residuária sanitária tratada.
Engenharia Agrícola (aceito, no prelo).
Reuso na banana – Solo
Correlações lineares de Pearson entre atributos do Latossolo Vermelho eutrófico
fertirrigado com água residuária sanitária tratada.
DS
Pt
MaPt
MiPt
MO
ADA
DMP
DMG
MacAg
Pt
MaPt
MiPt
MO
ADA
DMP
DMG
MacAgr
MicAgr
-0,88**
-0,41**
-0,1ns
-0,31*
0,07ns
-0,4**
-0,32*
-0,15ns
0,15ns
0,45**
0,15ns
0,42**
-0,03ns
0,45**
0,35**
0,17ns
-0,17ns
-0,55**
-0,06ns
0,06ns
-0,01ns
-0,07ns
-0,14ns
0,14ns
0,41**
-0,06ns
0,41**
0,45**
0,34**
-0,34**
-0,37**
0,72**
0,65**
0,51**
-0,51**
-0,36**
-0,39**
-0,26*
0,26*
0,87**
0,67**
-0,67**
0,64**
-0,64**
-1,00**
**, *: 1 e 5 % de significância pelo teste t, respectivamente.
Pablo Fernando Santos Alves, Silvânio Rodrigues dos Santos, Marcos Koiti Kondo, Rodinei Facco Pegoraro, Edcássio
Dias Araújo (2015). Atributos físicos do solo em bananal fertirrigado com água residuária sanitária tratada.
Engenharia Agrícola (aceito, no prelo).
Macroporosidade, matéria orgânica, percentual de macroagregados e microagregados de um
Latossolo Vermelho eutrófico fertirrigado com água residuária sanitária tratada (Alves et al., 2015).
Macroporosidade
Matéria orgânica
Macroagregados
Microagregados
Reuso na banana – Solo
• A ART modifica a distribuição do espaço poroso do solo.
• A macroporosidade do solo nas maiores profundidades é reduzida com
o aporte de elevadas doses de ART.
• O manejo com ART incrementa a matéria orgânica na camada
superficial do solo em comparação ao manejo com água limpa, sendo o
incremento inversamente proporcional à dose de ART.
• O aumento na dose de ART disposta no solo contribui para a dispersão
de argilas na camada superficial do solo.
• A ART eleva o risco de perdas de solo por erosão em virtude da redução
da estabilidade de agregados.
Reuso no algodão – 1º experimento – 2012
Médias de índice SPAD aos 100 DAE (SPAD) e produtividade de algodão em caroço (kg
ha-1) sob diferentes fontes de adubação potássica em cobertura (Santos, 2013).
Tratamento
Água limpa+adubação mineral
100% K via ART
150% K via ART
100% K via ARB
150% K via ARB
Média
SPAD
50,70 ab
48,00 b
49,65 ab
55,03 *ab
55,78 *a
51,83
Produtividade
2548,57 b
3098,51 ab
3022,64 ab
3633,24 *ab
3843,08 *a
3229,2
Médias seguidas por * não diferem da testemunha, pelo teste de Dunnett e médias seguidas pela mesma letra
minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).
Produtividade média de algodão (safra 12/13) = 3.375 kg ha-1 (MG), 3.662 kg ha-1 (BR)
Reuso no algodão – 2º experimento – 2013
Tratamentos
PROD
kg K2O ha-1 via ART
kg ha-1
40,9
3600
79,4
3975*
120,2
4261*
158,6
4582*
Testemunha
3121
Produtividade (kg ha-1)
Valores médios das variáveis produtividade (PROD), massa de um capulho
(MCAP) e rendimento de pluma (RP) das cultivares NuOPAL BGRR® e DP 555
BGRR® (safra 13/14), (Alves, 2014).
4800
4600
4400
4200
4000
3800
3600
3400
3200
3000
ŷ= 6,563**x + 3287
R² = 0,996
51
101
151
201
Porcentagem da dose de K em cobertura via ART
Médias seguidas de asterisco (*) diferem estatisticamente da testemunha pelo teste de Dunnett a 5%
de significância.
Produtividade média de algodão (safra 13/14) = 3.720 kg ha-1 (MG), 3.856 kg ha-1 (BR)
Reuso no algodão
• A produtividade do algodão aumenta com a aplicação de ART
equivalente a doses crescentes de potássio em cobertura;
• Para maiores produtividades do algodoeiro, recomenda-se a
substituição da adubação potássica mineral em cobertura pela dose
equivalente a 150% do recomendado, via ARB, sendo atendida
também a necessidade de nitrogênio;
• Pode-se substituir a adubação potássica mineral em cobertura pela
dose de 100% do potássio via ART, sem comprometimento da
qualidade do solo, devendo ser complementada a exigência em
nitrogênio via fonte mineral;
• As cultivares NuOPAL BGRR® e DP 555 BGRR® apresentam
produtividade semelhante sob fertirrigação com ART, diferindo apenas
no rendimento de pluma.
Reuso no milho – 2012/13
Médias de produtividade de milho (kg ha-1), em tratamentos com adubação potássica
em cobertura. Diferenças não significativas pelo teste de Dunnett (p < 0,05)
Tratamento
Média
Testemunha (adubação mineral, 60 kg K2O ha-1)
7.576,6
30 kg K2O via ART
8.780,3
59,7 kg K2O via ART
7.939,8
88,4 kg K2O via ART
9.036,7
118,1 kg K2O via ART
7.975,4
Média
8.261,8
Pablo Fernando Santos Alves, Silvânio Rodrigues dos Santos, Marcos Koiti Kondo, Edcássio Dias
Araújo, Polyanna Mara de Oliveira (2015). Fertirrigação do milho com água residuária sanitária
tratada: crescimento e produção. Engenharia Sanitária e Ambiental (em avaliação).
Produtividade média de milho (safra 12/13) = 5.944 kg ha-1 (MG), 5.091 kg ha-1 (BR)
Reuso no milho
• A produtividade do milho não é influenciada pela aplicação de
potássio via ART.
• 142% da dose de K2O recomendada via ART contribui para a redução
da área foliar do milho.
Reuso no feijão - 2014
Produtividade e biomassa do feijoeiro (BRSMG Madrepérola, Ouro Preto) fertirrigado com
água residuária tratada (ART), tendo por base o aporte de K na forma K2O.
ART
kg K2O ha-1
Produtividade
kg ha-1
Biomassa
kg ha-1
20
2013,74
1890,14
40
2088,82
3478,72
60
2013,60
2576,84
80
1926,13
2796,67
Testemunha
2039,08
2868,52
Produtividade média de feijão (safra 13/14) = 1.170 kg ha-1 (MG), 1.067 kg ha-1 (BR)
Reuso no feijão - 2014
Médias de teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio
(Mg), sódio (Na), ferro (Fe), Manganês (Mn) e cobre (Cu) em tecidos de feijoeiros
fertirrigados com água residuária tratada (ART), tendo por base o aporte de K2O.
ART (kg ha-1 K2O)
20
40
60
80
Testemunha
20
40
60
80
Testemunha
20
40
60
80
Testemunha
Folha
-----------------------------dag kg-1--------------------------N
P
K
Ca
Mg
Na
2,06
0,21
1,91
2,30
0,35
0,012
*
2,16
0,23
1,86
2,47
0,37
0,013
2,16
0,23
1,74*
2,82
0,43
0,013
*
1,94
0,22
1,69
2,40
0,37
0,014
2,06
0,21
2,38
2,41
0,31
0,016
Vagem
1,49
0,25
2,24
0,21
0,13
0,009
1,49
0,26
2,59
0,30
0,14
0,009
1,57
0,30
2,44
0,33
0,14
0,008
1,52
0,27
2,40
0,34
0,15
0,010
1,74
0,25
2,76
0,22
0,14
0,008
Caule
*
0,73
0,15
2,52
2,70
0,25
0,0109
0,69
0,17
2,90
2,91
0,23
0,0134*
0,76
0,18*
3,08
3,11
0,24
0,0144*
0,61
0,13
3,00
3,26
0,24
0,0150*
0,69
0,14
3,26
3,46
0,22
0,0094
-------------mg kg-1-----------Fe
Mn
Cu
253,33
258,25
19,71
335,01
265,44
19,49
226,81
259,30
20,69
250,84
244,78
18,65
305,86
322,06
28,33
103,84
79,84
85,30
101,29
94,33
49,99
52,70
47,95
47,91
51,13
19,66
16,19
15,85
16,83
21,99
40,73
43,61
53,31
51,33
57,69
89,41*
77,36*
85,20*
77,75*
118,06
22,94*
18,26
11,76
13,93
7,85
Para um mesmo compartimento da planta e elemento, médias seguidas de asterisco (*) diferem da testemunha
pelo teste de Dunnett, ao nível de 5% significância.
Reuso no feijão - 2014
• A ART não influencia o rendimento agronômico dos feijoeiros.
• A cv. Ouro Negro produz mais massa seca foliar em comparação a cv.
BRSMG Madrepérola devido ao manejo com ART.
• A cv. BRSMG Madrepérola apresenta maior produtividade em
comparação a cv. Ouro Negro devido ao manejo com ART.
• Doses elevadas de ART diminuem o teor de K foliar, Cu caulinar e
aumenta a concentração de Na caulinar.
• O incremento de dose de K2O via ART reduz a concentração de N na
vagem da cv. Ouro Negro.
• O incremento da dose de ART reduz o acúmulo de Cu na parte aérea da
cv. BRSMG Madrepérola.
Reuso e salinização do solo
FIGURAS:
Valores de razão de adsorção de sódio (RAS), porcentagem de
sódio trocável (PST) condutividade elétrica do extrato da pasta
saturada do solo (CEes) e teores de argila dispersa em água (ADA).
Análise do solo após o cultivo do 1. MILHO, 2. ALGODÃO e 3.
FEIJÃO, submetidos a diferentes lâminas de água residuária
tratada (EST), conforme a dose referência (100%) de potássio em
cobertura (milho: 60 kg K2O ha-1; algodão: 80 kg K2O ha-1; feijão: 40
kg K2O ha-1).
1. MILHO
2. ALGODÃO
3. FEIJÃO
Reuso e salinização do solo
Após os cultivos sucessivos de milho, algodoeiro e feijoeiro, fertirrigados
com ART em doses de 50 a 200% do K recomendado para as culturas,
conclui-se:
 A concentração de sódio foi mais restritiva que a de potássio para o uso
agrícola da ART devido aos aumentos nos teores de sódio trocável, RAS
e PST no perfil do solo em função das lâminas de ART aplicadas.
 Após o último cultivo (feijão), até 0,6 m de profundidade, a CEes
aumentou em função da aplicação de ART, com valores de até 0,66 dS
m-1 na camada superficial.
 A argila dispersa em água diminuiu em função da aplicação de ART, nas
profundidades de 0,0 a 0,20 m e 0,40 a 0,60 m, indicando ser mais
influenciado pela salinidade do que pela sodicidade.
Presente e futuro
• Reuso em forrageiras, abacaxi, uva
• Prevenção da salinização
• Ampliação da área experimental
• Projeto piloto em escala comercial
• Lodo de esgoto
Agradecimentos
Seção Minas Gerais
Obrigado!
Marcos Koiti Kondo
[email protected]
Download

Palestra - ABES-MG