Biblioteca Pública Municipal do Porto
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Alguns religiosos franciscanos da Província da Conceição vêm para a cidade do
Porto e fundam um Hospício, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.
Dionísio Verney, homem de negócios, está a acabar de construir, no Campo de
São Lázaro, uma capela, mais tarde adquirida pelos Religiosos da Província da
Conceição para estabelecimento de um Hospício Regular.
Em disposição testamentária, Dionísio Verney refere-se à construção, em São
Lázaro, de um convento, convento esse que tinha intenção de ceder aos Padres da
Ordem da Santíssima Trindade.
Morre Dionísio Verney, sendo sepultado na sua capela, ao Campo de São Lázaro.
A Capela de São Dionísio ou de Todos-os-Santos, mandada edificar por Dionísio
Verney, é referida nas «Memórias Paroquiais» da Freguesia de Santo Ildefonso.
Do «Hospício do Porto» é enviada ao Convento de Santo António de Viana a
notícia da morte de Frei José da Conceição, confessor, falecido a 10 de Abril.
Maria Angélica Teresa vende a António José Mendes Guimarães a capela, bem
como três moradas de casas, sitas no Campo de São Lázaro, que tinham
pertencido a seu irmão, Dionísio Verney.
D. Maria I concede aos Religiosos Menores da Província da Conceição autorização
para fundarem um Hospício Regular na cidade do Porto.
Os Religiosos da Província da Soledade opõem-se a que os da Província da
Conceição estabeleçam um Hospício Regular no Porto. Por isso, D. Maria I manda
nomear um desembargador para superintendente da fundação do referido
Hospício.
Em 26 de Novembro, os Religiosos da Província da Conceição compram a António
José Mendes Guimarães uma «capella publica com casas misticas a ela» e outras
casas e terrenos, situados no Campo de São Lázaro, que haviam pertencido a
Dionísio Verney.
A 30 de Novembro, a comunidade religiosa muda-se, das casas que habitava na
Rua de Santa Catarina, para o edifício de São Lázaro.
A Câmara do Porto procede a uma vistoria às obras do Hospício, no dia 26 de
Maio.
A 11 de Junho, o Ministro Provincial, Frei António das Dores, faz a primeira visita
ao Hospício estabelecido em São Lázaro.
No dia 3 de Julho, os Religiosos adquirem mais casas e terrenos para ampliação
do seu Hospício.
É eleito, a 23 de Julho, o primeiro Prelado do Hospício de Santo António da
Cidade, com voto e com o nome de Presidente «in capite».
São sepultadas duas pessoas, da freguesia de Santo Ildefonso, na Igreja do
«Convento» de Santo António da Cidade.
Data de registo, no Livro dos Assentos de Defuntos do Convento de Santo António
da Cidade, do início dos enterramentos na Igreja do Hospício.
Continuam as obras no Hospício, procedendo-se à extracção de pedra na Quinta
da Fraga, às Fontainhas.
O edifício está ainda por concluir e promete vir a ser «um dos maiores Conventos
da Cidade», segundo refere o Padre Agostinho Rebelo da Costa na «Descrição
Topográfica e Histórica da Cidade do Porto».
O Hospício passa a Convento e Casa Capitular. Frei António de Jesus toma então
posse como Guardião.
Realiza-se o primeiro Capítulo Provincial no Convento de Santo António da Cidade,
a 27 de Agosto.
O Provedor da Companhia Geral do Alto Douro, Barnabé Veloso Barreto de
Miranda, é enterrado na Igreja do Convento, em frente ao altar de Nossa Senhora
Mãe dos Homens.
Os Religiosos obtêm autorização para conduzir água para o Convento, sem pagar
foros e laudémios dos terrenos comprados, e comprometem-se a fazer um
aqueduto subterrâneo.
Em 24 de Maio, é sepultado Frei João da Conceição, religioso leigo «que trabalhou
muito para esta fundação».
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São abertas vinte e seis sepulturas nas «quadras do claustro», benzidas a 23 de
Maio.
Em Julho, é estabelecido no Convento um depósito para móveis e roupas das
tropas espanholas que ocuparam a Cidade durante a 1ª Invasão Francesa.
Foi morto a tiro pelos franceses, na freguesia de Lordelo do Ouro, no dia 29 de
Março, o Irmão Pregador do Convento de Santo António da Cidade, Frei José de
Santa Gertrudes.
No mês de Abril, passa a funcionar no Convento um hospital para tropas francesas,
hospital esse que, a partir de 20 de Maio, é destinado às tropas portuguesas.
A 26 de Maio, é enterrado na Igreja do Convento um soldado falecido nesse
hospital e, ainda no mesmo ano, um sargento e um soldado miliciano.
São abertas sepulturas na segunda quadra do claustro, aplicando-se para este
trabalho, entre outras verbas, dinheiro proveniente do Convento do Maranhão.
Procede-se a diversas obras na sacristia.
Continuam as obras na sacristia, utilizando-se, para o efeito, pedra de Valongo e
de Ançã.
A 28 de Janeiro, é sepultado o pedreiro, «Mestre das obras da Igreja».
A 29 de Abril, o Guardião do Convento, Frei José de Jesus Maria, assina, por si
próprio e pela comunidade, a acta da Vereação extraordinária da Câmara em que
foi acordado comunicar a D. Miguel que a cidade do Porto o queria como legítimo
representante da Coroa.
Prosseguem as obras na Igreja e sacristia.
Toma posse, em Capítulo Provincial de 29 de Maio, o décimo oitavo e último
Guardião do Convento, Frei António da Natividade.
Em 3 de Dezembro é celebrado o último Capítulo (intermédio) no Convento do
Porto.
Continua a construção da nova Igreja, encontrando-se já a capela-mor muito
adiantada.
Em 20 de Maio, é registada a última patente, dada pelo Ministro Provincial, Frei
Francisco de Santa Maria dos Anjos, no Convento do Porto.
O Ministro Provincial faz a última visita ao Convento, no dia 4 de Junho.
A 1 de Julho, os Religiosos procedem ao último enterramento, feito no claustro.
O Convento é abandonado pelos Religiosos no dia 9 de Julho, data da entrada do
Exército Libertador na Cidade, permanecendo apenas um membro da comunidade,
Frei Joaquim da Assunção.
A 14 do mesmo mês, o Convento é ocupado por tropas inglesas que combatem ao
lado dos liberais, as quais furtam móveis, alfaias religiosas e livros.
No dia 26 do referido mês, são fuzilados pelos liberais, o Irmão Definidor, Frei
Francisco da Pureza, e o Irmão Corista, Frei António de Ave-Maria, que se haviam
refugiado na Quinta do Fojo.
Na presença de Frei Joaquim da Assunção, são inventariados, a 30 de Agosto, os
bens do Convento.
Em 25 de Setembro e 3 de Outubro, é retirada a «Livraria», a qual é entregue ao
Bibliotecário da Comissão dos Conventos Extintos ou Abandonados.
O Batalhão Francês, que ocupava o Convento, abandona-o em Novembro, tendo
feito nele grandes estragos, o que leva a Comissão dos Conventos Extintos ou
Abandonados a comunicar o sucedido a D. Pedro IV.
No dia 13 desse mês, a referida Comissão compra um livro de coro, pertencente ao
Convento, que estava na posse de um soldado francês.
Em Outubro, a mesma Comissão entrega a João Baptista Ribeiro, entre outros
quadros e painéis, a «Ceia» da autoria de Joaquim Rafael, que havia pertencido ao
Convento de Santo António da Cidade.
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Em 30 de Dezembro, por o Prefeito do Douro e a Comissão Municipal entenderem
que a Biblioteca Pública – provisoriamente instalada no Hospício de Santo António
de Vale da Piedade, à Cordoaria, e no Paço Episcopal – necessitava de um edifício
mais espaçoso, é mandado examinar, para esse efeito, o «abandonado Convento
de Santo António da Cidade», por uma Comissão constituída pelo 1º Bibliotecário,
Diogo de Góis Lara de Andrade, pelo Arquitecto da Cidade, Joaquim da Costa Lima
Sampaio, e pelo 2º Bibliotecário, Alexandre Herculano.
O Prefeito do Douro, em 13 de Março, remete ao Governo as plantas da Praça de
São Lázaro e do Convento de Santo António da Cidade, bem como o orçamento
das despesas necessárias para neste edifício se instalar o Museu e a Biblioteca.
No «Registo dos Egressos habilitados», datado de Maio, são mencionados vinte
ex-religiosos do Convento de Santo António da Cidade.
Em Agosto, é anunciada a venda dos «materiaes das Igrejas nova, e velha do
extincto Convento de Santo António da Cidade».
O edifício do Convento é doado à Câmara do Porto, em 30 de Julho.
É definitivamente instalada no edifício do Convento a Real Biblioteca Pública do
Porto e inaugurada em 4 de Abril, dia do aniversário da Rainha D. Maria II.
Meireles, Maria Adelaide – Cronologia
in O Convento de Santo António da Cidade: exposição no 150º aniversário
da instalação definitiva e da abertura oficial da Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Porto. 1992. 80 p. ISBN 972-634-067-5
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história do antigo Convento de Santo António da Cidade