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O DIA QUE EU CAÍ I Co 10:12
Vivemos em um mundo que, dia após dia, tem
visto aumentar a corrupção, a desonestidade, a
falsidade e muitos outros péssimos exemplos de
conduta social e moral. Certamente, no âmbito
espiritual também temos visto muitos exemplos de má
conduta.
"Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide
para que não caia."
Foi assim que Paulo, um grande servo de Deus,
alertou a igreja de Corinto, que todos aqueles irmãos
e irmãs que pensavam estar em pé, ou seja, estar
firmes, fortes, que vigiassem para não caírem. Li o
testemunho de uma irmã muito abençoada, serva de
Deus, fiel, que tem um lindo trabalho nos presídios, e
o seu testemunho muito me tocou, pois ela
mencionou que naquele lugar há muitos servos de
Deus que, enganados pelo diabo, por desobediência
ou rebeldia, ali estavam, abandonados, desiludidos,
esperando uma nova chance; e no meio deste
testemunho ela também relatou que em um destes
presídios há um (ex-) Pastor, que caiu nas garras do
inimigo e é um dos presos que dá mais trabalho para
a evangelização, pois o seu testemunho negativo
dentro da cadeia impede que muitos outros venham
aceitar a palavra de Deus.
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A palavra de Deus nos exorta a viver em
santidade, sem a qual ninguém verá ao Senhor (Rm.
12:14). Viver em santidade leva-nos à santificação.
Somente uma vida santificada resiste às tentações
(que nos é colocada à mesa pelo inimigo de nossas
almas como manjar de finas iguarias). E muitas são
as tentações que temos que enfrentar na vida.
Não há dúvidas de que, as tentações são
diferentes para cada pessoa. O inimigo conhece os
pontos fracos de nossa vida (ele anda ao nosso
derredor, I Pedro 5:8). Obviamente, nós somos os
culpados por este conhecimento, pois, ao permitir que
sejamos aliciados pelas tentações, mostramos
claramente a ele onde atacar primeiro. Infelizmente,
ele nos tenta o tempo todo; afinal, quer nos destruir.
Tão clara como a luz do dia, é certo que, se não
vigiarmos, cairemos. O apóstolo Pedro, testemunha
ocular do poder de Cristo Jesus, tendo vivido e
experimentado das artimanhas do inimigo contra sua
vida e também dos servos de Deus, nos conclama a
vigiar e permanecermos sóbrios (I Pedro 4:7 - Ora, o
fim de todas as coisas está próximo; sede,
portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas
orações). Fato interessante é que, segundo o
dicionário da língua portuguesa, sóbrio significa:
moderação no comer, no beber e, em geral, em todos
os apetites sensuais.
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Jesus conhecia a natureza pecaminosa do
homem. Em Mateus 26:41, Ele diz: vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca. Paulo
também admoestou-nos a vigiar (I Co 16:13). Uma
forma de vigiar é através da oração. Jesus,
constantemente, orava ao Pai. Ou seja, Ele estava
em constante comunhão com o Pai e, sabendo da
necessidade desta comunhão também para os
homens, alertou-nos da necessidade de orarmos sem
cessar (Lc. 21:36).
É exatamente nesse ponto (vigiar e orar) que
hoje muitos de nós temos dado chance ao inimigo de
nos envergonhar, humilhar e até mesmo nos vencer.
Somos a geração da tecnologia e, com ela, da falta
de tempo, da correria e do estresse. Assim, temos a
falsa sensação de que estamos bem, de que não
iremos ceder às tentações, de que somos fortes. Não!
Não somos fortes, somos fracos. Devemos lembrar
que: a carne milita contra o Espírito e o Espírito
contra a carne (Gl. 5:17). Tudo depende de nós; se
dermos lugar a carne, nos enfraquecemos no
Espírito;
se
não
cuidarmos,
morreremos
espiritualmente, sendo este o nosso fim.
Assim, Paulo, em I Coríntios 10:12, nos exorta a
não nos vangloriar e, humildemente, reconhecer as
nossas fraquezas. A oração é o canal para o nosso
fortalecimento na fé. Com a fé fortalecida, temos mais
chances de vencer as tentações.
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Não é fácil ser cristão, não mesmo; nós lutamos
diariamente contra a carne, contra os principados e
potestades; há uma batalha que travamos todos os
dias contra as vontades da nossa carne, e há também
as batalhas espirituais que enfrentamos todos os dias
contra o inimigo de nossas almas.
Quanto mais crescemos na presença de Deus,
mais somos alvos; alvo dos outros, alvo dos crentes,
alvo dos não crentes e principalmente alvo do mau. A
tentação para aqueles que querem e estão na
presença de Deus é muito maior do que aquele que
se encontra “morno” dentro da Casa do Pai.
Diversas já foram as ocasiões em que vimos
alguém cair e, instintivamente, começamos a sorrir
com o evento, trágico mas engraçado.
No ano de 2009, eu me perguntava: por que as
pessoas caem? Fiquei refletindo quando foi que eu
caí pela última vez, mas tentei em vão lembrar-me,
pois não consegui. Nem sabia mais como era levar
um tombo.
Achamos que os tombos só acontecem com os
outros, não é mesmo? Até rimos por ser engraçado
quando os outros caem. Mas ficamos zangados
quando riem de nós.
Temos limitações e muitas vezes não admitimos
isto, simplesmente queremos competir com algo mais
veloz, e quase sempre saímos em desvantagem.
Queremos correr mais do que nossas pernas
permitem.
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"Se te fatigas correndo com homens que vão
a pé, como poderás competir com os cavalos?"
(Jeremias 12:5a)
A resposta ao meu questionamento veio
rapidamente. Aconteceu em uma tarde de Domingo,
em frente a um bar da piscina em um hotel, na Via
Costeira, em Natal-RN, cheio de pessoas.
Eu jogava pingue-pongue com meu filho, na
parte alta da área de lazer. Em uma das jogadas, a
bola caía em direção à área da piscina. Fixei o meu
olhar apenas na bola e não percebi que me
aproximava do barranco. Peguei a bola, mas não
havia mais chão para apoiar-me. Caí de uma altura
aproximada de dois metros. Arranhei mãos, braços e
joelhos.
A vergonha foi maior do que as dores que eu
sentia. Tentei disfarçar ficando um pouco prostrado
enquanto a poeira baixava. Não deu. Todos riam,
todos viram, não tinha como esconder, então resisti à
vergonha e à dor e fiquei de pé. Logo lembrei das
quedas que muitos levaram e eu ri deles. Que ironia
não é mesmo? Aquele que ria da queda do outro,
agora era o motivo das risadas daquela tarde de
domingo.
Trazendo esta história para o lado espiritual,
podemos tirar algumas lições para não cairmos, e se
cairmos termos forças para levantarmos.
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1- DEVEMOS
SUJEITO À QUEDA.
LEMBRAR
QUE
SOMOS
Queridos irmãos, às vezes pensamos que
somos imbatíveis; achamos, por estar de pé, que
nunca iremos cair. O texto base desta mensagem diz:
Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para
que não caia.
Achamos que só o irmão cai, ou o Pastor, ou
outro, pois não teve atenção em sua caminhada.
Pensamos ser fortes suficientes para nos mantermos
de pé. Todas as vezes que nós pensamos isto,
grande é o tombo, se não vigiarmos.
2- NÃO FICAR PROSTRADO, LEVANTAR-SE
É PRECISO.
" O SENHOR firma os passos do homem bom e
no seu caminho se compraz; se cair, não ficará
prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão."
Salmo 37:23-24.
3-LEMBRA-TE DE ONDE CAÍSTE.
Talvez você esteja vivendo uma queda e, com
vergonha de levantar-se, ainda estejas prostrado. O
Senhor diz para você neste momento: “Lembra-te,
pois, de onde caíste, e arrepende-te...” (Apocalipse
2.5a)
Olhe, veja e reconheça que sozinho não terás
forças suficiente para andar, quanto mais correr.
Levante-se, erga-se, independente dos que riem de
você. Peça forças a Deus, pois a alegria do Senhor é
nossa força.
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É curioso que exista uma coisa chamada
“orgulho da graça”. Um homem diz: “Minha fé é muito
grande, nunca cairei; os que possuem fé fraca podem
cair, mas eu não.” Um outro diz: “Meu amor é
fervoroso, não há perigo de que eu jamais me perca.”
Aquele que se orgulha de possuir muita graça,
tem pouca graça de que se orgulhar. Aqueles que
agem assim, imaginam que sua graça é capaz de
mantê-los, mas não sabem que o fluxo tem que correr
constantemente da nascente, ou o riacho seca em
pouco tempo.
Se a lamparina que hoje brilha não for
constantemente alimentada de óleo, amanhã
produzirá apenas fumaça e seu cheiro será tóxico.
Cuide para não se vangloriar de suas graças, mas
permita que toda glória e confiança estejam em Cristo
e Sua força, pois só assim você poderá evitar uma
possível queda.
CONCLUSÃO
Não pense que o inimigo se apresenta na nossa
vida fazendo um grande estardalhaço. Não, se assim
fosse, nós correríamos para os braços de Deus e
procuraríamos a sua ajuda de imediato. O mau vem
em pequenas setas, pequenos pensamentos,
fofocas, imagens, músicas, pequenas coisas que te
deixam dentro da igreja. Isso mesmo, dentro da
igreja, mas fraco, “morno”, como diz a palavra.
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O interesse do inimigo não é te tirar da igreja,
como muitos pensam, mas é te tirar de Deus, pois
igreja não salva ninguém. A igreja (templo, quatro
paredes) não pode te ajudar em nada, mas o que nos
mantém firmes e em pé é a graça de Deus, seu amor
por nós. E é isso que o inimigo quer tirar de você e de
mim: quer tirar a nossa comunhão com Deus, usando
o que nos seduz (dinheiro, sexo, poder…), usando o
que nos entristece (doença, morte, separação,
discórdia, brigas…) ou até mesmo usando aquilo que
nos deixa feliz (Amor, festas, amizades…).
Eu quero que você entenda que isso é usado
pelo inimigo mas não é do inimigo. Um servo de Deus
pode ser fiel e ter dinheiro, ter amigos, ter um amor,
mas o que realmente faz a diferença é o que está em
primeiro lugar. Quem está em primeiro lugar no teu
coração: Deus ou o que você possui ou pretende
possuir?
Se não ter dinheiro interfere na sua comunhão
com Deus, então aí há um problema; se uma
discussão em seu relacionamento interfere na sua
vida espiritual, aí há um problema; se a roupa que
você veste interfere no jeito de como você se sente
em um culto, aí há um problema.
O problema não é a roupa ou o dinheiro, as
amizades ou seu relacionamento, mas o problema é
o quanto isso molda o seu caminhar com Deus. Faça
uma retrospectiva e veja o que atrapalha a sua vida
espiritual, pois isso pode e está sendo usado pelo
inimigo para atrapalhar sua vida de fé com Cristo.
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Mas há boas novas para nós, “pois maior é O
que está em nós do que o que está no mundo”, o
mesmo apóstolo que escreveu na carta cuide-se para
que não caia, escreveu logo na sequência que “Não
vos sobreveio tentação que não fosse humana;
mas DEUS É FIEL e não permitirá que sejais
tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá
livramento, de sorte que a possais suportar (1 Co
10:13)”.
Irmão, Deus é fiel e, mesmo que o inimigo venha
nos fazer mal, Deus não permite que sejamos
tentados por mais do que suportamos; então tenha
certeza que você pode suportar isso, com a ajuda de
Deus, você pode transpor esse obstáculo. Ore, jejue
e vigie para que não caia irmão como vários irmãos
tem caído, seja firme e forte e com certeza nós ainda
nos encontraremos lá no Céu.
Passe mais tempo em oração. Gaste mais
tempo adorando ao Senhor. Leia as Escrituras com
maior seriedade e constância. Observe sua vida com
maior cuidado. Viva mais próximo ao Senhor.
Espelhe-se nos melhores exemplos. Permita que
suas conversas sejam impregnadas pela fragrância
dos céus. Permita que seu coração seja perfumado
pela afeição pelas almas dos homens.
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Viva para que os homens tomem conhecimento
de que você vive com Jesus, e que aprende Dele; e
assim, quando chegar o dia feliz em que Aquele a
quem você ama disser: “Venha, vamos subir às
alturas”, você terá a felicidade de ouvi-lo dizer: “Você
lutou a boa luta, você terminou sua carreira,
doravante você terá a coroa de justiça que nunca se
desvanecerá”.
Cristão, siga adiante com cuidado e cautela!
Siga adiante, com temor e tremor! Adiante, com fé e
confiança em Jesus somente, e que sua súplica
constante seja: ”Sustenta-me e serei salvo, e de
contínuo terei respeito aos teus estatutos.”
Deus te abençoe.
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