OS PET E CONEXÕES DE SABERES: (IM)PARCIALIDADE,
(DES)INFORMAÇÃO, EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS
PET CNX
Educomunicação
Gabrielle Carolina SILVA
Deisiane Maria Moreira CABRAL
Valquíria Cristina AMARAL
Jéssica Alessandra de Jesus MARQUES
Gisllene Rodrigues FERREIRA
Tutor: Adriana Cristina OMENA DOS SANTOS
E-mail: [email protected]
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
INTRODUÇÃO
Ao refletir sobre os Programas de Educação Tutorial (PET) e Conexões de Saberes na Universidade Federal de Uberlândia (UFU),
percebem-se três caminhos, dois programas e uma mesma proposta no âmbito das políticas públicas de acesso e permanência. O
tripé da graduação, em que ensino, pesquisa e extensão são basilares, revela-se na formação de sujeitos mais críticos e reflexivos,
na prática na graduação e no ambiente em que estão inseridos. À medida que alguns lotes (PET CNX) permitem participação de
discentes advindos de escolas públicas, propomos uma breve discussão local sobre as políticas públicas de ações afirmativas que
têm marcado o cenário da educação superior no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: PET, Extensão, Políticas Públicas , Ações Afirmativas.
MATERIAL E MÉTODO
Partimos de um levantamento documental e teórico. A base documental inclui dados do governo federal e de coordenações dos
Programas PET e Conexões, além de informações dos atores envolvidos, sejam Tutores, Petianos, sejam representantes do
InterPET.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sob a ótica de Hofling (2001), políticas públicas significam o Estado em ação. Pensar nelas é considerar as ações afirmativas,
surgidas nos Estados Unidos em meados de 1930, para reinserir minorias à sociedade e reduzir desigualdades históricas. Asiáticos,
latino-americanos, africanos e europeus, sob pressão da sociedade, também criaram programas para grupos excluídos. Neste
sentido, Piovesan (2004, p. 50) defende que “ações afirmativas [...] objetivam acelerar o processo com o alcance da igualdade
substantiva por parte dos grupos socialmente vulneráveis, como as minorias étnicas e raciais, entre outros” (apud VILHENA, 2010, p.
24).
No Brasil, destacam-se políticas públicas desenvolvidas nos governos de Luís Inácio Lula da Silva (2003 – 2010) e programas da
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC) voltados para a Educação e Diversidade ÉtnicoRacial. Nestes, o Programa Conexões de Saberes (PCS), transformado em PET em 2010, sob gestão da Secretaria do Ensino
Superior (SESu/MEC). Tais iniciativas redirecionam o foco e a intervenção pública no que tange à democratização do acesso ao
ensino superior e objetivam a permanência qualificada das camadas populares no ensino superior.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) fundou o PET em 1979. Em 1997, havia 328 grupos
distribuídos em 60 universidades, com a proposta de supervisão de professor-tutor em atividades extracurriculares, as quais, segundo
o Manual de Orientações Básicas do PET (2006, p. 5), assumem “a responsabilidade de contribuir para sua melhor qualificação como
pessoa humana e como membro da sociedade”.
Na chamada “década perdida”, o MEC iniciou “um sistemático processo de desmantelamento do Programa” (XAVIER, 2007, s/p),
surgindo proposta de expansão; três anos depois, a Portaria MEC n° 975 estipularia, nas Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES), os PET/Conexões de Saberes (PET CNX), sob a mesma regulamentação dos antigos grupos. O PCS, no entanto, estava em
andamento desde 2004 e focava estudantes de origem popular, tendo como meta sua permanência qualificada como sujeitos e
objetos da tríade da universidade: ensino, pesquisa e extensão.
CONCLUSÃO
A troca de saberes entre PET e PCS tem sido paradoxal em Uberlândia. O PCS foi adotado na UFU somente em 2009. Ao incluir-se
no PET, contava com 30 bolsistas e 14 unidades acadêmicas. Em 2010, a UFU teve aprovadas três propostas, contando com três
grupos PET relacionados ao PCS, entre eles o PET CNX Educomunicação, que une Comunicação Social: habilitação em Jornalismo,
Pedagogia e Licenciaturas. A experiência tem resultado em projetos de pesquisa e extensão nas duas áreas de conhecimento e na
interação entre sociedade e espaço acadêmico. Verificou-se a esperada conexão de saberes, com aceitação entre os membros.
Trabalha-se de forma conjunta com bolsistas e coordenadores do PCS, demonstrando que a proposta faz convergir caminhos e
programas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Departamento de Modernização e Programas de Educação Superior.
Coordenação Geral de Relações Acadêmicas de Graduação. Programa de Educação Tutorial. Manual de Orientações Básicas - PET. Brasília: SESu,
2006.
XAVIER, Bruno Toríbio de Lima. Estudo expansão PET. Disponível em http://pet.icmc.usp.br/cenapet/portal/ver_noticia/37. Acesso em: abr. 2011.
BRASIL. Portaria MEC n° 976, de 27 de julho de 2010. Portaria MEC nº 591, de 18 de junho de 2009, com as alterações da Portaria MEC nº 975, de
27 de julho de 2010. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 28 jul. 2010. p. 103-104.
HOLFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Caderno Cedes, Campinas, v.21, n.55, p. 30-41, Nov.2001.
VILHENA, Dayse. Ações Afirmativas na UFPA: algumas considerações. In: BARBOSA, Jorge Luiz; SILVA, Jailson de Souza e; SOUSA, Ana Inês
(org.). Ação afirmativa e desigualdade na universidade brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, Pró-Reitoria de Extensão, 2010.
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