benedita pereira benedita pereira
protagonista
Apesar de já estar habituada
às «luzes da ribalta», devido
a trabalhos pontuais como
manequim, foi a série
«Morangos com Açúcar»
que a projectou para a fama.
Benedita Pereira, 24 anos,
nasceu no Porto, cidade que
admira pela sua «beleza e
personalidade únicas». A
actriz, adepta do FC Porto
e das «francesinhas», admite
que a representação é tão
importante na sua vida que
sem ela “não seria feliz”.
O sonho de ser actriz
Texto: Marta Almeida Carvalho
Fotos: Ricardo Nogueira / Jorge Calçada
Viveu no Porto até meados de 2003, altura em que
se mudou para a capital em virtude do início dos
ensaios e gravações da série “Morangos Com Açú6
car”, onde interpretou o papel de Joana, uma jovem à
conquista dos seus sonhos. “Havia algumas semelhanças entre nós inclusive a força para seguir os
sonhos. Mas ela tinha uma vida muito mais complicada, tudo aquilo por que passou, é quase impossível
de acontecer na realidade”, refere Benedita, salien-
tando, no entanto, que este «papel», ao mesmo tempo
que se revelou como uma “experiência fantástica” a
fez “crescer”. “A participação nos «Morangos» foi
importante, já que me deu a primeira oportunidade de
trabalhar, a nível profissional, no que queria. Teve
imensa visibilidade e foi o início da minha carreira”,
recorda. O sonho de ser actriz acompanha-a desde
criança. “Aos oito anos comecei a ter aulas de teatro
e dança e desde então sempre quis ser actriz” refere,
sublinhando que abdicava dos tempos livres para frequentar workshops, cursos e ensaios mas “sempre
com muito prazer”. Fez vários estudos na área da
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benedita pereira
protagonista
representação. Passou pelo Balleteatro, no Porto, estudou
no famoso Lee Strasberg Institute em Nova Iorque, cidade
onde se encontra actualmente para frequentar a Black
Nexxus e o Michal Howard Studio, a enriquecer a sua
aprendizagem. “Apesar de ser difícil estar longe da família e dos amigos, para estudar acting e tentar a minha
sorte aqui, não me arrependo nada”, garante a actriz, cujo
papel que mais prazer lhe deu foi o de Julieta na série
«Ele é Ela» da TVI. A partida para Nova Iorque tem por
finalidade a sua evolução profissional e a busca de oportunidades para um dia trabalhar nos Estados Unidos da
América. “Também quero descobrir mais coisas sobre
mim como actriz e como pessoa”, sustenta.
Teatro e cinema no horizonte
Questionada sobre se um actor ainda tem de «emigrar» para a capital para ter trabalho e vê-lo reconhecido, a actriz garante que sim. “A não ser que se
faça parte de uma companhia de teatro no Porto (e
trabalhando só em teatro) para ter oportunidades
noutras áreas da representação é necessário passar
bastante tempo em Lisboa”, acrescenta. Benedita
admite que gostava de fazer teatro, uma área que
não tem explorado, e por isso resolveu estudar. “É
a base de tudo, foi pelo teatro que me apaixonei”
diz, admitindo, no entanto, que adora fazer televisão. “Divirto-me imenso e aprendi muito nestes
anos todos, apesar de agora preferir estar afasta-
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da por um tempo”. Benedita Pereira reconhece a
sua evolução profissional mas está consciente
que ainda tem um longo caminho a percorrer. “Adoro trabalhar, aprender com os meus colegas. Estou a adorar este novo rumo da minha vida em
Nova Iorque, as aulas e o desafio de entrar no
“business”. Tudo contribui para a minha evolução”.
Num futuro próximo os projectos que pretende concretizar passam por trabalhar nos EUA, em teatro ou
cinema, e aproveitar cada segundo para se enriquecer como actriz. Apesar de ainda muito jovem o
reconhecimento público já é bastante. Como lida a
actriz com o receio do desgaste da imagem? “Não
tenho nenhum receio porque sei muito bem como
não desgastá-la. Só a desgasta quem quer aproveitar a fama momentânea e eu acho que tenho gerido
isso bastante bem”, afirma, salientando que o reconhecimento público é um dos factores importantes
para os actores. “Vivemos a contar histórias ao público e o nosso objectivo é fazê-lo passar por sensações. Por isso o reconhecimento é óptimo, quer dizer
que “tocámos” as pessoas de alguma maneira.
É normal que as figuras públicas recebam manifestações por parte do público e dos «fãs». Como
todas, Benedita já passou por situações engraçadas mas também por algumas incómodas. “Já tive
uma fã que me deu um dossier cheio de recortes de
imprensa sobre os «Morangos». Deve ter tido uma
trabalheira a fazê-lo e depois ofereceu-mo. Foi
muito querida”.
No entanto, há alguém que a persegue no Facebook, que “manda mensagens quase todas as semanas com nome diferentes e também para todos
os meus amigos, acho está obcecada o que se
torna um bocadinho assustador”, admite, salientando que há situações em que as pessoas são
inoportunas. Também recebe muitas cartas de fãs
mas confessa que “no tempo dos «Morangos» é
que recebia imensas”.
Forma de vida
Com uma vida profissional bastante ocupada,
os tempos livres da actriz são passados entre ci9
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protagonista
nema, teatro, saídas com os amigos, leitura e Internet. Para fugir ao stresse adora ir à praia e,
sempre que pode, viajar. Frequenta o ginásio com
regularidade já que acredita na importância de ter
uma actividade física regular. Não gosta de lemas
de vida, preferindo viver intensamente e de forma
e realizar os seus objectivos, sonhos e ambições
E quais as características de personalidade que
melhor a definem? “Alegre, palhaça, impaciente,
ansiosa, exigente comigo e com os outros e um
bocadinho preguiçosa”, confessa.
O que lhe dá mais prazer fazer num dia de folga é
“não fazer absolutamente nada”.
Na Invicta
Discurso directo
Filme - “Where the Wild Things Are”
Livro - “A sombra do Vento” de Carlos Ruiz
Záfon
Um odor - Framboesa
Viagem de sonho - Austrália
Cor - azul
Um pensamento - Tudo o que não nos mata,
for talece-nos!
Flor - Girassol
Clube do coração - FCP
Lugar - Olimpos, Turquia
Filme inesquecível - Cinema Paraíso
Projecto inadiável - uma carreira internacional
Figura da cidade - Pinto da Costa
Porto numa palavra - Identidade
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Natural do Porto, as principais recordações que
mantém da juventude prendem-se com o tempo passado em família, sempre ocupada entre a escola e
outras actividades, como o teatro e a dança, e muitas saídas à noite na adolescência. A noite do Porto
é imbatível”, salienta. Agora passa cá pouco do
seu tempo, e nunca mais do que “três dias de cada
vez para matar saudades da família”. No entanto
adora a cidade que, diz, tem uma “beleza única e
muita personalidade”. “Gosto muito da Foz, da proximidade com o mar, quer esteja bravo ou tranquilo,
de passear pelo centro da cidade, de Serralves, de
fazer compras em Santa Catarina e visitar as galerias de Miguel Bombarda”, aponta, salientando que
“este é o sítio onde sei que sou sempre bem tratada
pelas pessoas”. Para a actriz, algum conservadorismo e a falta de diversidade cultural são os maiores defeitos da cidade. Adepta do FC Porto, destaca o Estádio do Dragão e Pinto da Costa como o
símbolo e a figura da Invicta. De acordo com a
actriz, uma das características que melhor define
os portuenses é a energia. “São mais alegres e
sabem receber muito bem quem vem de fora”. Em
época de Natal nada melhor do que preparar o espírito para a quadra que, para Benedita, é sempre
muito divertida. “A minha mãe faz anos no dia 24 e
por isso é sempre uma época muito feliz, com a
família toda reunida. A tradição mantém-se e adoro
tudo que esteja ligado à quadra desde o bacalhau à
aletria (que sou eu que faço), passando pelos sonhos e pelas rabanadas”, conta. Q
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Benedita Pereira