SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIRETORIA GERAL DE SERVIÇOS TÉCNICOS
CENTRO DE PESQUISAS PERÍCIAS E TESTES
CICLO DE PALESTRAS EM COMEMORAÇÃO
AO
ANIVERSÁRIO DA 3a POLICLÍNICA
CENTRO DE PESQUISAS, PERÍCIAS E TESTES
Wladimir Rollemberg Vieira - Ten Cel BM QOC/86
O CPPT NA GESTÃO DA SEGURANÇA
OCUPACIONAL DO CBMERJ
SUMÁRIO
• INTRODUÇÃO;
• ADMINISTRAÇÃO MODERNA DA SEGURANÇA
OCUPACIONAL;
•PANORAMA ATUAL DA SEGURANÇA OCUPACIONAL NO
CBMERJ;
•IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE
SEGURANÇA OCUPACIONAL NA CORPORAÇÃO;
• CONCLUSÃO.
A ADMINISTRAÇÃO
MODERNA DA
SEGURANÇA OCUPACIONAL
Evolução do Conceito de S.O.
• H. Henrich – 1926 – Foco nas lesões e doenças decorrentes dos
acidentes do trabalho (atos e condições inseguros – hereditariedade);
• F. Bird – 1966 – Controle de Perdas - expansão do foco para os danos
sofridos pelas instalações e equipamentos;
• J. Fletche – 1970 – Controle Total de Perdas – visão sistêmica – passa
a englobar questões como proteção ambiental, segurança patrimonial,
segurança do produto, entre outras;
• W. Hammer – Engenharia de Segurança de Sistemas – Ferramentas
utilizadas pelos programas aeroespaciais norte-americanos
principalmente para identificação e avaliação de riscos. (linha mais
tecnicista)
• Atualidade – A Gestão do Controle de Perdas passa a adotar princípios
da Gestão pela Qualidade Total, fundindo-se à Gestão Integrada da
Qualidade.
Evolução do Conceito de ST
Gestão Integrada da Qualidade
BS 8.800
OHSAS 18.001
SA 8.000
ISO 14.000
ISO 9.000
Fonte: Cia Siderúrgica de Tubarão.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- PROPORÇÃO DOS ACIDENTES -
Observações:
Pirâmide de Bird.
1) A proporção obtida é uma média, não refletindo obrigatoriamente a
realidade de uma dada organização, porém, pode-se afirmar com certeza
que, em qualquer tempo, acidentes com lesões graves são eventos raros
quando comparados com os eventos “menos sérios”.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- PROPORÇÃO DOS ACIDENTES -
- Acidentes ocorridos na CST em 2004 -
Fonte: CST, 2005.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- PROPORÇÃO DOS ACIDENTES -
Observações:
2) Uma organização com baixo número ou ausência de acidentes com
lesões sérias não obrigatoriamente atingiu um patamar de excelência na
área de ST.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- PROPORÇÃO DOS ACIDENTES -
Observações:
3) É inócuo direcionar as ações para os acidentes com lesões sérias. Elas
devem ser pró-ativas, dirigidas para os incidentes com alto potencial de
perda, uma vez que os últimos, pelas circunstâncias vem a acarretar em
perdas.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- CUSTO DOS ACIDENTES -
Custos segundo Bird.
Fonte: DNV, 2000.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- CUSTO DOS ACIDENTES -
Observações:
• Segundo Fatureto (1998), o custo total dos acidentes do trabalho nas
empresas atingem valores de 5 a 10% do lucro bruto sobre as vendas;
• Segundo o sistema SESI / SEBRAE, anualmente o país gasta 4% de seu
PIB com trabalhadores acidentados e doenças ocupacionais;
• Em pesquisa realizada por Cunha Filho et al em 1999, o CBMCE
afirma ter comprometido 19,73% de seu orçamento com perdas
decorrentes de acidentes do trabalho.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
Dominó de Bird.
Fonte: DNV, 2000.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
PERDA – É o resultado final do acidente.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
Contato (ou quase)
Com energia ou
substância
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
INCIDENTE / ACIDENTE – É o contato (ou quase) com energia ou
substância acima do limite de tolerância que organismo ou estrutura
podem suportar.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
•Práticas fora do
padrão.
•Condições fora do
padrão.
Contato (ou quase)
com energia ou
substância
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
CAUSAS IMEDIATAS – São as práticas e condições fora dos padrões
operacionais pré-estabelecidos.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
•Práticas fora do
padrão.
•Condições fora do
Com energia ou
padrão.
Contato (ou quase)
com energia ou
substância
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
Os termos “ato e condição inseguros” foram substituídos por
criarem um estigma de culpa, induzirem à finalização precoce da
investigação e não apontarem para a existência e cumprimento de
procedimentos padronizados.
Se o foco das ações estiverem nestas causas, o problema irá se
repetir indefinidamente.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
•Fatores Pessoais.
•Fatores do Trabalho.
•Práticas fora do
padrão.
•Condições fora do
Com energia ou
padrão.
Contato (ou quase)
com energia ou
substância
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
CAUSAS BÁSICAS – São os motivos pelos quais os atos e condições fora
do padrão ocorrem. Permitem um significativo controle da gestão. Ao
contrário das causas imediatas requerem uma maior investigação para
serem evidenciadas.
Estudo dos Acidentes do Trabalho
- MODELO DE CAUSALIDADE -
Inadequado ou
Inexistente:
•Sistema de gestão;
•Padronização;
•Cumprimento.
•Fatores Pessoais.
•Fatores do Trabalho.
•Práticas fora do
padrão.
•Condições fora do
Com energia ou
padrão.
Contato (ou quase)
com energia ou
substância
•Lesões e doenças;
•Danos à propr.;
•Danos ao M.A.
CAUSAS ADMINISTRATIVAS – O controle é uma das quatro funções
essenciais da administração científica. Sua ausência dá início à seqüência
de causa e efeito dos acidentes e, a menos que seja corrigida a tempo, irá
acarretar em perdas.
PANORAMA ATUAL DA
SEGURANÇA OCUPACIONAL
NO CBMERJ
Aspectos Metodológicos
Fontes de Evidências:
- Legislação brasileira e do CBMERJ atinente à S.O.
- Pesquisa exploratória qualitativa, tendo sido utilizado
um questionário baseado nos principais programas considerados
relevantes para um Sistema de Gestão de S.O. bem sucedido. Os
programas foram selecionados por renomados institutos e
universidades norte-americanas, tais como o National Institute of
Safety and Health (NIOSH), e as Universidades de Nebraska e
Stanford. Responderam às questões a BM/3, BM/4, CPMSO,
CPPT, ABDPII, CFAP, COCBMERJ, CSM/Moto, e DBM Escola
da EsBCS.
Resultados obtidos
1) Não existe declaração da política de ST elaborada pelo nível
estratégico organizacional;
2) Não existe órgão ou serviço especializado em segurança do
trabalho em funcionamento efetivo;
3) As Comissões de Análise e Prevenção de Acidentes não
funcionam;
4) Não há treinamento sobre ST para todos os níveis
hierárquicos;
5) Com raras exceções, os protocolos de atendimento
operacional são praticamente inexistentes;
Resultados obtidos
6) Não há divulgação de informações relevantes obtidas através
do estudo de acidentes;
7) Não há estudos de incidentes;
8) não existem bancos de dados ou estatísticas referentes a
acidentes e suas respectivas perdas e custos, não havendo,
portanto indicadores mensuráveis;
9) Não é dada a devida atenção aos Planos de Operações pelas
UBM;
10) Treinamento deficiente da tropa com relação a
equipamentos, físico-química do fogo, atendimento
operacional e utilização de equipamentos de proteção
individual;
Resultados obtidos
11) O nível de escolaridade exigido para o ingresso do praça (1º
grau) não é compatível com os conhecimentos técnicos
necessários ao profissional para seu desempenho correto e
seguro nas operações, que são por diversas vezes complexas
e críticas;
12) Falta de acompanhamento de riscos inerentes a novas
tecnologias introduzidas no mercado;
13) Falta de EPI adequados e / ou em número suficiente;
14) Inexistência de um programa de aquisição, distribuição,
manutenção e reposição de EPI, bem como de materiais
operacionais e viaturas;
15) A compra de materiais e equipamentos não tem assessoria
da área de segurança;
Resultados obtidos
16) Não existe um efetivo programa de saúde ocupacional;
17) Não são realizadas campanhas internas de prevenção de
acidentes;
18) Não há programa de segurança para fora do trabalho;
19) Não há legislação própria relativa à prevenção de
acidentes. As legislações que poderiam servir de parâmetro
não são observadas;
20) Não há programa de avaliação periódica do sistema de
segurança do trabalho.
Diagnóstico da situação atual
Verifica-se desta forma que o CBMERJ encontra-se
em uma situação bastante crítica no que diz respeito à
segurança ocupacional e ao controle de perdas. Não existem:
sistema de gestão, política, estrutura organizacional, ou mesmo
programas de ST. As poucas medidas adotadas ainda são de
caráter reativo.
IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE GESTÃO DE ST
NO CBMERJ
Implantação de um Sistema de Gestão de S.O.
Como forma de reverter o quadro crítico levantado
anteriormente, será elaborada uma proposta para implantação
de um sistema de gestão de segurança do trabalho no CBMERJ
baseado nas normas BS 8800, OHSAS 18001, ambas sobre
sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional.
Cabe lembrar que a norma OHSAS 18001 foi elaborada
pelas principais organizações certificadoras do mundo, a partir
da norma britânica BS 8800. Ambas as normas são compatíveis
com as da série ISO, seguindo os princípios da gestão pela
Qualidade Total, onde se leva em conta, além de outros, o da
melhoria contínua do sistema, baseado no ciclo de Deming ou
PDCA.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
Deve existir uma política de ST, promulgada pela alta
administração organizacional, que estabeleça claramente os
objetivos globais de ST e o comprometimento para a melhoria
contínua de seu desempenho.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
3) Organização.
Etapas para a implantação
3) Organização.
3.1) Responsabilidades:
a) A responsabilidade primeira quanto a ST repousa no
Comando da Corporação;
b) Propõe-se aqui que o Sub Cmt-Geral seja indicado como
responsável por garantir que o Sistema de Gestão de ST esteja
sendo corretamente implantado e funcione segundo os
requisitos em todos os níveis da Corporação;
c) Todos os militares são responsáveis pela segurança dos
cidadãos, dos que comanda, dos colegas de equipe e deles
próprios, estando também cientes da repercussão das atividades
que desenvolvem na segurança de todos.
Etapas para a implantação
3) Organização.
3.2) Estrutura Proposta:
SUB
COMANDANTE
GERAL
Comissão
Permanente de
Segurança e Saúde
Ocupacional
CPMSO
CPPT
COMANDANTE
UBM
CAPAS
Etapas para a implantação
3) Organização.
3.3) Documentação:
O CPPT deve possuir um adequado sistema de
controle de documentos e dados relativos à S.O.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
3) Organização.
4) Planejamento e Implementação.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
3) Organização.
4) Planejamento e Implementação.
Etapas para a implantação
4) Planejamento e Implementação.
a) Levantar tarefas críticas;
b) Padronizar procedimentos operacionais e respectivos
procedimentos de segurança daquelas tarefas, com
documentação e divulgação;
c) Treinar pessoal para tarefas críticas e implementar
procedimentos;
d) Estender as matérias de ST para todos os cursos de
formação e especialização da Corporação;
e) Treinar as Comissões de Análise e Prevenção de
Acidentes das OBM;
f) Desenvolver Programas de ST.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
3) Organização.
4) Planejamento e implementação.
5) Verificação e ação corretiva.
•Medição e monitoramento do desempenho;
•Ações preventivas e corretivas;
•Registros;
•Inspeções.
Etapas para a implantação
1) Diagnóstico da situação atual.
2) Declaração da Política de ST.
3) Organização.
4) Planejamento e implementação.
5) Verificação e ação corretiva.
6) Análise crítica pelo Comando.
Melhoria Contínua
Elementos da gestão da SSO
Fonte: Norma OHSAS 18001
CONCLUSÃO
Não é fácil para nenhuma corporação implantar um sistema de
gestão de segurança ocupacional, principalmente porque
conforme visto no decorrer do presente estudo, o processo
demanda inicialmente uma análise crítica bastante realista da
situação na qual se encontra a organização. Dado o atual
enfoque sistêmico da ST, esta análise na maioria das vezes irá
evidenciar falhas, por vezes graves, nos níveis operacional, tático
e principalmente estratégico. A implantação de um sistema de
gestão com base na qualidade total exige antes de tudo
humildade para aceitar a realidade e uma forte vontade de
mudar. Pode-se dizer que é um processo incômodo e “doloroso”,
mas que se for corretamente levado a cabo, acarretará em
elevado padrão de excelência.
PENSAMENTO
“Se a alta administração não entende a mensagem e
não se compromete, nada vai acontecer”.
I. Miyauchi
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