PERIOPERATÓRIO
CIRURGIA
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do Propofol /
Remifentanil.
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SEMINÁRIOS
Sócios lotaram o
auditório da SAEB
em noite de
homenagens e
reflexão sobre a
vida no Dia do
Anestesiologista.
Pág. 08
SAEB traz para
Bahia simpósio
promovido
pelo Núcleo de
Estudos de
Anestesia
e Neurociências.
Pág. 11
Banco Real é o
banco oficial da
COOPANEST-BA,
SAEB e 56º CBA.
Confira os detalhes
dessa parceria.
Pág. 14
Bahianest
REVISTA DA SAEB – SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DA BAHIA E DA COOPANEST-BA – COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA.
ANO III | Nº 3 | NOVEMBRO 2008
22ª JORBA foi recorde
em número de participantes
COOPANEST-BA
COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA
Editorial
A SAEB não pára
A 22ª JORBA e 1ª JORBADOR foram um grande sucesso de público e crítica, dá uma grande
satisfação quando as pessoas, por livre e espontânea vontade, chegam até nós e parabenizam e
elogiam a qualidade do evento. Quem sabe o trabalho que deu para organizar e realizar a nossa
querida JORBA, pode imaginar a sensação de dever cumprido que isto proporciona.
BAHIANEST é uma publicação da
SAEB - Sociedade de Anestesiologia do
Estado da Bahia em parceria com a
COOPANEST-BA- Cooperativa dos
Médicos Anestesiologistas da Bahia.
Redação
Av. Garibaldi, 1815, Sobreloja, Bloco
B, Centro Médico Empresarial,
Ondina, Salvador - Bahia.
Fo n e : 7 1 3 2 4 7 - 4 3 3 3
DIRETORIA
Presidente
Dr. Ricardo Almeida de Azevedo
CRM-Ba 9.921
Vice-presidente
Dr. Rodrigo Leal Alves
CRM-Ba 14.068
Temos agora de nos esforçar em defender a manutenção da qualidade dos nossos Centros de
Ensino e Treinamento, pois os Ministérios da Saúde e da Educação com o objetivo de solucionar,
em curto prazo, os problemas crônicos e antigos ocasionados pela má distribuição das
especialidades médicas, estão propondo mudanças na definição das vagas para residência médica
de acordo com as necessidades regionais do SUS. A pergunta que se deve fazer aos gestores
públicos da saúde é: Qual a qualificação destes novos profissionais? Utilizando as palavras do vicepresidente do CFM Roberto D'ávila: "Não há uma carreira que estimule o profissional a trabalhar
pelo serviço público e os Estados e Municípios usam contratos precarizados ou concursos com
salários pouco atrativos". A SAEB nunca será contra a abertura de novas vagas de residência desde
que estas estejam dentro das normas de qualidade exigidas pela SBA. Continuaremos vigilantes
sempre defendendo os interesses da nossa especialidade.
Mais uma vez estamos inovando, agora fechamos convênio com o Colégio Anchieta que dará 15%
de desconto aos sócios e a seus dependentes diretos, quem tem filhos no colégio sabe o quanto
isto pesa no orçamento, esperamos com isto torná-lo um pouco menos pesado.
BOM ANO NOVO A TODOS E AGUARDEM MAIS NOVIDADES!!!
Dr. Ricardo Almeida de Azevedo
Presidente da SAEB
CRM-Ba 9.921
Secretário Geral
Dr. Gustavo Gomes Pereira França
CRM-Ba 14.142
1ª Secretária
Dra. Lúcia Pereira Nascimento
CRM-Ba 10.478
1º Tesoureiro
Dr. José Admirço Lima Filho
CRM-Ba 15.231
2º Tesoureiro
Dr. Luiz Alberto Vicente Teixeira
CRM-Ba 5.139
Diretor Científico
Dr. Durval Campos Kraychete
CRM-Ba 10.486
Diretor de Defesa Profissional
Dr. Aurino Lacerda Gusmão
CRM-Ba 7.182
Responsável pela revista
Dr. Ricardo Almeida de Azevedo
CRM-Ba 9.921
NOVABUPI® / NOVABUPI ISOBÁRICA® Cloridrato de Levobupivacaína Com e Sem Vasoconstritor Cloridrato de Levobupivacaína Solução Livre de Conservantes. FORMA FARMACÊUTICA: Solução Injetável 0,25% - 0,5% - 0,75% sem
vasoconstritor/com Epinefrina 1:200.000 Solução Injetável 0,5% sem conservantes .INFORMAÇÃO TÉCNICA: Descrição: Novabupi® é o cloridrato de levobupivacaína, S-enantiômero da bupivacaína, com excesso enantiomérico de 50%
(75S/25R). INDICAÇÕES: Novabupi® : Produção de anestesia local ou regional em cirurgia e obstetrícia e para o controle da dor pós-operatória. Novabupi Isobárica®: Utilizada para produção de raquianestesia, em procedimentos nos quais a
técnica estiver indicada. CONTRA-INDICAÇÕES: ·Hipersensibilidade ao fármaco ou a qualquer anestésico do tipo amida ·Novabupi com vasoconstritor: Hipersensibilidade aos bissulfitos ·Bloqueio anestésico paracervical obstétrico. Deve-se ter
em mente a possibilidade da participação da epinefrina, na piora de quadros como hipertensão arterial, moléstias vasculares periféricas, diabetes, hipertireoidismo e em pacientes em tratamento com antidepressivos tricíclicos. Novabupi® Isobárica:
Não deve ser utilizada nas situações que contra-indiquem a raquianestesia. ADVERTÊNCIAS: É essencial aspiração de sangue ou fluido cefalorraquideano antes de se injetar qualquer anestésico local. A aspiração negativa não garante que a
injeção IV ou intratecal seja evitada. Não se recomenda para situações de emergência. Novabupi® não deve ser usada para produção de bloqueio anestésico paracervical obstétrico. Anestesia IV regional não deve ser realizada. Deve-se ter cautela
no uso das concentrações maiores de Novabupi®, pois a chance de complicações neurológicas e cardíacas é maior. PRECAUÇÕES:. A injeção IV de Novabupi® pode causar hipotensão, arritmia, bradicardia, parada cardíaca, coma e morte. Devem
estar disponíveis para uso imediato oxigênio, medicamentos e equipamentos de reanimação. Administrar com precaução a pacientes com hipotensão, hipovolemia ou função cardiovascular alterada. Monitorar sinais vitais e estado de consciência do
paciente após cada injeção do produto. Usar com precaução em pacientes com doenças hepáticas ou com função cardiovascular alterada. Administrar em volumes incrementais com tempo suficiente entre as doses para detectar toxicidade. As
doses recomendadas não devem ser excedidas. Gravidez - Categoria B: Usar somente se os benefícios justificarem os riscos para o feto. Trabalho de Parto e Parto: Podem ocorrer reações adversas na gestante, feto e recém-nascido. A freqüência
cardíaca do feto deve ser monitorizada continuamente. Deve-se evitar a injeção espinhal de Novabupi® durante a contração uterina em função da possibilidade de dispersão cefálica da droga. Amamentação: Administrar com cautela a mulheres em
período de amamentação. Uso Pediátrico: Segurança e eficácia ainda não foram estabelecidas. Uso Geriátrico: Não foram observadas diferenças na segurança e eficácia entre esses indivíduos e indivíduos mais jovens. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS: Administração conjunta com outros anestésicos locais ou substâncias relacionadas estruturalmente aos anestésicos locais do tipo amida podem ter seus efeitos tóxicos aumentados. Podem alterar o metabolismo de
levobupivacaína: fenitoína, fenobarbital, rifampicina, cetoconazol, ritonavir, eritromicina, verapamil, omeprazol, furafilina e claritromicina. Drogas vasopressoras e ocitócicas do tipo ergot podem causar hipertensão grave persistente ou acidentes
cerebrovasculares. Fenotiazinas e as butirofenonas podem alterar o efeito pressor da epinefrina. Arritmias cardíacas graves podem ocorrer se preparações contendo epinefrina são empregadas durante ou após a administração de anestésicos
inalatórios. REAÇÕES ADVERSAS/EFEITOS COLATERAIS: Hipotensão, náusea, dor pós-operatória, febre, vômito, anemia, prurido, dor, cefaléia, constipação, vertigem, e angústia fetal. A paralisia respiratória ou hipoventilação pode aparecer
devido à extensão ascendente do nível de anestesia espinhal. POSOLOGIA: Usar uma dose teste adequada de solução de anestésico local de curta duração, contendo epinefrina, antes da indução do completo bloqueio nervoso por via peridural.
SUPERDOSE: É fundamental o cuidadoso e constante monitoramento dos sinais vitais, respiratório e cardiovascular e do estado de consciência do paciente, após cada injeção do anestésico local. Ao primeiro sinal de alteração, deverá ser
administrado oxigênio. Reações tóxicas sistêmicas, hipoventilação ou apnéia: estabelecimento imediato de acesso para a manutenção das vias aéreas e ventilação efetiva, assistida ou controlada, com 100% de oxigênio, com pressão positiva. Isto
deverá prevenir as convulsões caso ainda não tenham ocorrido. A hipotensão devido ao relaxamento simpático pode ser tratada com infusão de cristalóides e agentes vasopressores (epinefrina e efedrina). Se houver convulsão, deve-se administrar
anticonvulsivantes (benzodiazepínicos, barbitúricos ou relaxantes musculares). CRISTÁLIA - Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Rod. Itapira-Lindóia, km 14 - Itapira-SP - CNPJ Nº 44.734.671/0001-51 - Indústria Brasileira. Nº do Lote, Data de
Fabricação e Prazo de Validade: Vide Rótulo/Caixa. Farm. Resp.: Dr. Joaquim A. dos Reis - CRF-SP nº 5061. CLASSIFICAÇÃO: Anestésicos Locais – USO RESTRITO A HOSPITAIS - Reg. MS nº: 1.0298.0160 (com vasoconstritor) - Reg. MS nº
1.0298.0315 (sem vasoconstritor). A PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
Textos e Edição
Cinthya Brandão - 71 9964-5552
Jornalista DRT 2397
Designer Gráfico
Carlos Vilmar
[email protected]
Fotografias
Hitanez Freitas
Tiragem 500 exemplares
Impressão
Cartograf
Agenda do Presidente da SAEB
27 a 29 de Março
XXXII JONNA
Jornada NorteNordeste de
Anestesiologia
Aracaju – SE
26 a 28 de Junho
42ª JASB
Jornada de
Anestesiologia do
Sudeste Brasileiro
Vitória – ES
18 a 20 de Abril
43ª JOSULBRA
Jornada Sulbrasileira
de Anestesiologia
Bento Gonçalves – RS
15 a 17 de Agosto
39ª Jornada de
Anestesiologia do Brasil
Central
XI Curso
Fundamentos
Científicos em
Anestesiologia
Brasília – DF
16 a 18 de Maio
5º COPA - Congresso
Paulista de
Anestesiologia
Campos do Jordão - SP
29 e 30 de Agosto
VI JALAGIPE
Jornada dos
Anestesiologistas dos
Estados de Alagoas e
Sergipe
Maceió – AL
05 a 09 de
Novembro
55º Congresso
Brasileiro de
Anestesiologia
São Paulo – SP
Vigésima Segunda Jornada de Anestesiologia
Primeira
Jorba Dor
• • • • •
• • • • •
22ª JORBA foi recorde
em número de participantes
Sem sombra de dúvidas a 22ª Jornada Baiana de Anestesiologia, realizada nos dias 18,
19 e 20 de setembro, no Fiesta Bahia Hotel, foi a maior em número de inscritos e um
sucesso segundo a diretoria da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia. “A avaliação foi bastante positiva, pois alcançamos a maioria dos nossos objetivos iniciais como
a participação maciça dos sócios, o alto nível das palestras, um excelente intercâmbio
com palestrantes de outros Estados, e bom congraçamento social”, comemora o presidente da SAEB, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo. Com o mesmo entusiasmo o Diretor
Científico da SAEB, Dr. Durval Campos Kraychete falou sobre o evento: “A Jornada atendeu às expectativas, houve um público quantitativo e qualitativo interessante, as palestras foram de boa qualidade, os convidados nacionais e locais não se frustraram e o acolhimento do evento me surpreendeu. O auditório esteve cheio até a última palestra”.
Solenidade
de Abertura
Esta edição da JORBA veio repleta de novidades. No primeiro dia, foi realizado
o Curso de Via Aérea Difícil realizado pelo Núcleo de Estudos em Via Aérea Difícil –
NEVAD. A parte teórica foi discutida pela manhã e no período da tarde, os participantes visitaram as estações práticas, divididos em grupos. O curso foi criado há 4
anos e é voltado para emergencistas, intensivistas e anestesiologistas. De acordo
com Dr. Amadeu Martinez Silvoso, coordenador do curso, o encontro é fundamental para esses profissionais. “O objetivo é aprimorar o conhecimento e a prática em
diversas situações. Várias técnicas são discutidas e isso garante uma maior segurança
para o profissional na tomada de decisão”, afirma.
Outra novidade foi a 1ª Jornada de Dor da SAEB – A JORBADOR, uma forma
de disseminar o assunto para os profissionais baianos. “Existem poucos anestesiologistas trabalhando na área, desse modo, está em processo de construção. Tivemos
professores de impacto nacional e de notório saber, como Dra. Rioko Sakata e
Miriam Selligman e ficaram satisfeitos com a iniciativa”, completa Dr. Durval
Kraychete. O número de participantes ainda não foi satisfatório, mas a iniciativa foi
elogiada pelos que compareceram. A programação da JORBADOR foi paralela à da
JORBA. Durante os dois dias de Jornada, profissionais de vários Estados do Brasil dividiram experiências e atualizaram o conhecimento científico para os anestesiologistas
da Bahia. “Espero que a JORBADOR tenha vindo para ficar, pois além de ser uma orientação da SBA a dor está sempre presente na lida diária da anestesia. Quem se inscreveu na JORBA automaticamente podia participar de todas as outras atividades,
cabia à pessoa escolher. Claro que houve maior participação nas atividades da
JORBA, mas como primeira vez acho que a JORBADOR foi coroada de êxito”, afirma Dr. Ricardo Azevedo.
“O objetivo é aprimorar
o conhecimento e a
prática em diversas
situações. Várias técnicas são discutidas e
isso garante uma
maior segurança para
o profissional na tomada de decisão”
Participação de sócios da SAEB
e de outras regionais
Auditório lotado durante todas
as aulas da 22a JORBA
2
3
Curso
Momentos da
22ª JORBA
• • • • •
Dr. Gilmar Wisnievski, consultor contábil da
FEBRACAN, Dr. Adriano Argones,
consultor jurídico da COOPANEST-BA, e
Dr. Guilherme Krueger, consultor jurídico
da FEBRACAN
Visitação aos estandes
dos laboratórios
Dr. Wilson Faglioni Júnior, neuro-cirurgião,
ministrando aula na 1ª JORBADOR
O programa foi cuidadosamente elaborado pela Diretoria da SAEB para contemplar várias áreas da Anestesiologia. “Quando fiz o programa da JORBA e JORBADOR, avaliei os 5
anos anteriores, comparei com programas nacionais e internacionais e daí fiquei pensando
nas minhas dificuldades como anestesiologista... Assim, o programa foi sendo elaborado. Pedi
intervenção do Presidente para alguns tópicos e houve uma sintonia bacana. Apesar de termos excelentes professores em Salvador, foi muito importante misturar os palestrantes locais
com mais nomes nacionais. Agradeço meus sempre mestres (David Ferez, Rioko Sakata,
Angela Tardelli) e amigos (Imbelloni, Elaine Fortiz, Gouvea, e outros) que contribuíram de
prontidão e ao empenho dos nomes locais (Luciano Garrido, Antônio Argolo, Amadeu
Martinez dentre outros) na preocupação com a qualidade”.
Durante a solenidade de abertura da 22ª JORBA, homenagens a Dr. Valdir Cavalcanti
Medrado que faleceu no dia 15 de agosto emocionaram aqueles que o conheceram e compartilharam de momentos profissionais ou pessoais. O presidente da SAEB, Dr. Ricardo
Almeida de Azevedo, fez uma surpresa à esposa Sra. Silvia Azevedo no dia de aniversário de
casamento. Ele também foi surpreendido com flores pela família. Depois todos participaram do
jantar ao som de boa música.
A dose não será repetida no próximo ano como lamenta Dr. Durval Kraychete, mas a sensação do dever cumprido e o reconhecimento de sempre há algo a melhorar ficarão de lições.
“Infelizmente, não teremos JORBA o ano que vem, por conta do Congresso Brasileiro de
Anestesiologia que será realizado em Salvador. Acertarmos na harmonia, no trabalho com esforço, mas sem danos psíquicos, baseado na produção. É possível produzir sem ficar doente ou danificar o outro. O acerto é um presidente que acredita e isso foi fundamental. O processo foi muito
tranqüilo... Sou um aprendiz, sempre esquecemos alguma coisa ou deixamos de fazer”.
Dr. Ricardo Azevedo fez uma avaliação geral da 22ª JORBA: “Houve mais acertos que erros,
os principais acertos foram a realização em uma área central, a maior participação de palestrantes
de outros Estados com grande experiência e uma grade científica muito bem elaborada. Como
falha principal não conseguirmos vender todos os stands, então a participação dos laboratórios e
das empresas de equipamentos poderia ter sido bem melhor. Espero que o sucesso desta
Jornada incentive uma melhor participação nas próximas. Como o sucesso foi grande, a responsabilidade com certeza vai aumentar para as próximas edições. Espero que a semente plantada
da qualidade nesta JORBA crie raízes e gere frutos para as próximas gestões da SAEB”.
Cinthya Brandão
Jornalista / DRT – Ba 2.397
Curso de Via Aérea Difícil.
Aula ministrada por
Dr. Amadeu Martinez Silvoso
Curso de Via Aérea Difícil.
Aula prática com
Dr. Gustavo França
4
SAEB realiza curso
para enfermeiros e
técnicos em enfermagem
Sábado, dia 15 de novembro, a SAEB realizou o 1º curso de
noções básicas de anestesiologia para enfermeiros e técnicos de
enfermagem que atuam em centros cirúrgicos. O principal objetivo
foi promover a reciclagem e o aprimoramento profissional para que
os serviços oferecidos ao anestesiologista sejam mais qualificados.
O curso apresentou uma notória receptividade que superou a
expectativa inicial, muitos profissionais acabaram ficando na lista de
espera. Essa procura nos levará à realização de novos cursos em
outras oportunidades.
A SAEB agradece a todos os participantes do 1º curso e já se prepara para o próximo.
O espaço ideal para o sucesso do seu evento
A SAEB disponibiliza para locação dois
auditórios devidamente equipados
com tecnologia e conforto suficientes
para qualquer tipo de evento.
Capacidade para oitenta pessoas
confortavelmente sentadas,
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projetor de slides e retroprojetor.
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contato com a nossa secretaria.
Contato:
(71) 3247-4333
Científico
Infusão Propofol – Remifentanil
Análise Crítica
A concepção de injetar medicamentos na
corrente sanguínea iniciou-se em meados do
século XVII com Christopher Wren e Daniel
Johann Major¹. Nesta ocasião o ópio foi dissolvido em água e injetado em cães. Em 1845 e 1853
foi inventada, respectivamente, a agulha por
Francis Rynd e a seringa por Charles Gabriel
Pravz². Essas ferramentas abriram caminho para
uma evolução de mais de 100 anos, passando
pelos barbitúricos e outras drogas venosas, até a
consolidação da anestesia venosa.
Em 1960, Price e col. descreveram o modelo
fisiológico de distribuição do tiopental. Isso fez surgir as
primeiras publicações ressaltando as vantagens da
administração contínua dos fármacos venosos quando
comparadas ao uso em bolus, apontando como
principal vantagem evitar flutuações nas concentrações
plasmáticas dos fármacos administrados.
Em 1981 foi, por Schwilden, descrito o primeiro
modelo farmacocinético para infusão em regime alvocontrolado utilizando-se uma bomba de infusão
gerenciada por computador ³.
O propofol foi utilizado clinicamente na Europa,
pela primeira vez em 1983, por Nigel Kay em Oxford,
desde então seu uso foi largamente difundido,
mudando o perfil da anestesia venosa.
No final da década de 90 passa a ser comercializado um novo opióide, o remifentanil, com um perfil
farmacocinético diferenciado, aumentando a segurança no uso de opióides.
Propofol
O propofol (2,6 diisopropilfenol) é um
anestésico venoso alquifenólico, insolúvel
em solução aquosa, com propriedades
hipnóticas e sedativas.
O seu mecanismo de ação se dá
através da interação com o sistema
inibitório neurotransmissor do ácido ãamino-butírico (GABA).
A farmacocinética do propofol pode
ser alterada por vários fatores, entre os
quais a idade avançada, obesidade,
doenças preexistentes, utilização de
medicações concomitantes.
A t ½ KeO do propofol é de 2,6
minutos, o que faz com que seu equilíbrio
entre a concentração plasmática e o sítio
efetor ocorra de forma relativamente lenta,
situado entre 8 e 10 minutos.
O propofol apresenta um clearance
metabólico extremamente rápido,
sugerindo sítios de metabolismo e
eliminação extra-hepáticos. O clearance
compartimental do propofol gira em torno
de 3 a 4 L.min-1. 70kg-1, um valor
aproximado de 60% a 80% do débito
cardíaco, sugerindo que a distribuição do
propofol no organismo seja governada
pelo débito cardíaco e pela perfusão
tissular. A elevação da lipossolubilidade do
propofol implica grande deposição nos
músculos e gordura por um mecanismo de
redistribuição rápida.
Os modelos farmacocinéticos tricompartimentais evidenciam uma meia-vida
rápida (pi) e uma lenta (alfa) de distribuição
para o propofol de 1 a 8 minutos e 30 a 70
minutos, respectivamente, e uma meia-vida
de eliminação(beta) de 4 às 24h. Apresenta
uma meia-vida contexto-dependente, após
infusão de 8 horas, inferior a 40 minutos.
O propofol é metabolizado primariamente por conjugação com glicuronídeos e
sulfatos- reações hepáticas de fase II –
resultando em metabólitos inativos, os quais
são eliminados rapidamente pela urina.
Menos de 1% é eliminado de forma in
natura pela urina, sendo 2% eliminado pelas
fezes4.
O propofol foi utilizado clinicamente na
Europa, pela primeira vez em 1983, por
Nigel Kay em Oxford,
6
Remifentanil
O remifentanil é opióide µ-agonista
seletivo, do grupo das fenilpiperidinas, o
mesmo do fentanil, alfentanil e sufentanil. As
características farmacodinâmicas são
similares às dos outros opióides desse grupo,
mas sua farmacocinética é completamente
diferente. Apresenta uma cadeia lateral metiléster que permite metabolização por
esterases inespecíficas do sangue e dos
tecidos (carboxiesterase). O início da ação
após a administração por via venosa é rápido
(1 a 2 minutos), pois o equilíbrio entre o
plasma e o local de ação no sistema nervoso
central (biofase) ocorre rapidamente, de
forma similar ao alfentanil. O remifentanil não
libera histamina.
A duração do efeito do remifentanil é
muito curta, com meia-vida de eliminação de
9 a 10 minutos, conseqüente à extensa
metabolização extra-hepática, diferente dos
outros opióides que dependem da redistribuição tecidual para o término do efeito e do
metabolismo hepático para excreção.
É o opióide de ação mais rápida
disponível comercialmente, pois sua
concentração plasmática se reduz 50% após
3 a 10 minutos, independentemente do
tempo de infusão.
O remifentanil ácido é o principal
metabólito, produzido pela hidrólise da
ligação éster, tem ação analgésica cerca de 4
mil vezes menor que a do remifentanil e sua
eliminação urinária representam 90% do
remifentanil administrado.
Pessoas portadoras da forma atípica ou
com deficiência da pseudocolinesterase
plasmática (butil-colinesterase), ou mesmo
após receberem anticolinesterásico,
metabolizam normalmente o remifentanil 5.
Infusão Propofol - Remifentanil
A anestesia venosa total com o uso do
propofol e remifentanil vem se popularizando, sendo amplamente utilizada nos
dias atuais.
Devido ao perfil farmacológico do
propofol e do remifentanil, estes são
utilizados basicamente através da infusão
contínua. A infusão contínua pode ser
mecânica ou alvo-controlada, sendo esta
última bem estabelecida em nosso país para
o propofol.
Modelos recentes mostram que o
remifentanil se comporta de forma bem
semelhante tanto com a infusão mecânica
quanto com a infusão alvo controlada.
Observam-se ótimas características
com o uso dessas medicações como:
rápida indução, curto tempo de ação, não
apresentando o fenômeno de ressaca ao
despertar, baixa incidência de náuseas e
vômitos no pós-operatório imediato,
apresenta efeito cumulativo desprezível,
potencializa o relaxamento muscular, não
retarda a plena recuperação da psicomotricidade. O remifentanil é o opióide que
apresenta maior sinergismo com o
propofol. A principal crítica em relação a
essa combinação é a ausência de analgesia
residual, sendo fundamental um planejamento adequado para analgesia pósoperatória.
Uma prática que vem sendo observada
em nosso meio é a mistura do propofol
com remifentanil na seringa em que o
propofol é comercializado, utilizando essa
mistura no sistema de infusão alvo controlado do propofol. Algumas considerações
devem ser feitas em relação a essa prática.
Com a mistura das duas drogas, cria-se
uma nova droga com perfil farmacológico
desconhecido, podendo levar a uma
implicação médico legal.
Stewart e col. em 2000 verificaram a
estabilidade de diversas misturas de
propofol com remifentanil em recipientes e
doses distintos. Mostrou-se que uma
mistura com remifentanil na concentração
de 50µg/ml e propofol 10mg/ml em
seringas plásticas permaneceu estável por
36h. A mesma mistura testada em sacos de
PVC permaneceu estável por menos de
3h. Na literatura não existem testes
considerando seringas de vidro 6.
Com a mistura propofol e remifentanil
pode ser observado um desequilíbrio na
relação analgesia-hipnose no intraoperatório. Observa-se que quando se usa
uma mistura de propofol 1% 50 ml com
remifentanil 2 mg, mantendo a infusão alvo
controlada do propofol recomendada pelo
fabricante para hipnose, a dose de remifentanil costuma ser maior que a recomendada
pela literatura.
A combinação propofol e remifentanil
é segura e efetiva, desde que seja planejada
a analgesia pós-operatória. Deve-se ter
cautela, no entanto, com a mistura propofol
e remifentanil em recipiente único
utilizando o sistema de infusão alvo
controlada do propofol.
Dr. Hugo Eckener
Médico Anestesiologista
CRM-Ba 15.709
REFERÊNCIAS
1- Major DJ — Chirurgia Infusora Placidis CL: Vivorium Dubiis Impugnata, cum Modesta, ad Eadem, Responsione. Kiloni, 1667, apud Vandam LD – History of Anesthetic Practice,
em: Miller RD — Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill-Livingstone, 2000;1-11
2- Wood A — A new method of treating neuralgia by the directapplication of opiates to the painful points. Edinburgh Med Surg J, 1855;82:265-281.
3- Jan Van Hemelrijck, Kissin I — History of Intravenous Anesthesia, em: White PF — Textbook of Intravenous Anesthesia, 1st Ed,Baltimore, Williams & Wilkins, 1997;1-9.
4- Smith I, White PF, Nathanson M et al. — Propofol: an update onits clinical uses. Anesthesiology, 1994;81;1005-1043.
5- Glass PSA, Gan TJ, Howell S - Areview of the pharmacokineticsand pharmacodynamics of remifentanil. Anesth Analg,1999;89:(4S):7-14
6- Stewart JT, Warren FW, Maddox FC et al - The stability of remifentanil hydrochloride and propofol mixtures in polypropylene syringes and polyvinylchloride bags at 22° - 24 °C.
AnesthAnalg, 2000;90:1450-1451.
7
Datas
Homenagens e reflexão
sobre a vida marcam o
Dia do Anestesiolgista
O auditório da SAEB ficou pequeno para o número de anestesiologistas que prestigiaram o evento programado pela diretoria. A
noite começou com a premiação dos médicos em especialização que
obtiveram as melhoras notas na prova nacional da SBA em 2007. O presidente da SAEB, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo, entregou uma inscrição para o 55º Congresso Brasileiro de Anestesiologia que será realizado em São Paulo. Receberam o Prêmio Menandro Augusto Leão de
Faria os ME1: Dr. Tomaz Gonzalez Passos Estrela, do CET das Obras
Sociais Irmã Dulce e Dra. Rafaela Olímpio Ribeiro, do CET do Hospital
São Rafael. O Prêmio Roberto Rochael foi entregue para os ME2: Dr.
David Luiz Ramos Brandão e Dr. Tiago Vieira Rodrigues, ambos do
CET das Obras Sociais Irmã Dulce.
As homenagens seguiram desta vez, para o ex-presidente da
SAEB, Dr. Renato Valadares de Carvalho que assumiu duas gestões
seguidas, em 1957/58 e 1959/60. Na placa entregue por Dr. Ricardo
Azevedo palavras de reconhecimento. Em discurso, Dr. Renato
Carvalho disse que se sentiu lisonjeado pelo convite, mais pelo valor sentimental do que por qualquer outra pretensão científica. Ressaltou que a
autocrítica sempre o norteou e desde que deixou de atuar na
Anestesiologia, em junho deste ano, fez um balanço positivo do tempo
de profissão. Por fim, deixou uma mensagem aos anestesiologistas em
formação: “Eu os estimularia a ter sempre uma convivência saudável e
sincera com os companheiros de trabalho, tornando mais amena a luta
diária e robustecendo a vida em grupo, promovendo a alegria do bem
viver”.
Após a homenagem, a programação seguiu com a palestra do filósofo José Crisóstomo apresentado por Dr. Manoel Medeiros Neto.
Durante um pouco mais de uma hora, o palestrante falou sobre temas
Simpósio reúne profissionais da
Anestesiologia baiana na SAEB
Filósofo José Crisóstomo falou
sobre o cultivo da vida e serenidade
da filosofia relacionados à vida em várias vertentes. Passou alguns exercícios filosóficos como estar atento ao agir e pensar, praticar meditação,
fixação e filtragem dos próprios pensamentos, e ler sobre filosofia para
saber administrar as escolhas com maior discernimento. Segundo José
Crisóstomo, essa prática visa atingir o estado de graça, o convívio prazeroso, uma atmosfera agradável. Contestou algumas práticas bem
comuns nas sociedades, por exemplo, a dieta como forma de esculpir a
própria estátua como cultivo da busca legítima de uma vida bela. “As pessoas deixam de criar um estilo de vida para se privar severamente por
dois, três meses dos alimentos sendo que isso poderia ser equilibrado
por toda a vida”, argumenta.
Depois da palestra, outros assuntos foram discutidos com participação da platéia. O debate rendeu algumas questões. A ética foi a mais
enfocada. De acordo com o filósofo, a sociedade precisa de valores
com motivação de uma vida melhor, mais plena e prazerosa, por isso, a
ética não só deve encontrar razões fora do ser. “A ética só existe através
da dificuldade e a cada dia precisa ser praticada. Necessitamos de coragem moral no exercício da profissão, seja ela qual for. A ética exige
determinação, força porque enfrentamos um mundo que não é ético”,
alerta.
Depois de falar sobre uma vida plena e prazerosa, chegou o
momento de exercitar e colocar em prática o desfrute das boas coisas,
por exemplo, confraternizar entre amigos e colegas, mesmo que sejam
de trabalho. Todos se renderam ao jantar acompanhado de boas conversas.
Cinthya Brandão
Jornalista DRT-Ba 2.397
O VI Simpósio Brasileiro de Monitorização de Consciência e Memória Intra-operatória promovido pelo Núcleo
de Estudos de Anestesia e Neurociências teve o apoio da diretoria da SAEB. Muitos profissionais baianos
compareceram e puderam saber mais sobre Neurofisiologia, Despertar Intra-operatório, dentre outros assuntos. O
simpósio é realizado anualmente e sua primeira edição foi em Fortaleza, no Ceará. Pernambuco, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul também sediaram o encontro. “A SAEB prontamente se interessou em apoiar o simpósio como forma
de continuar investindo no aprimoramento do conhecimento científico”, afirma Dr. Ricardo Almeida de Azevedo.
Dr. Rogean
Rodrigues
Neto - CE
fez a abertura
do Simpósio
De acordo com o coordenador, Dr. Rogean Rodrigues
Nunes, o simpósio surgiu pela necessidade de aprimorar os
estudos sobre o controle do sistema neuro-central. “Após a
chegada do primeiro monitor cerebral no Brasil, na década de
noventa, formamos o grupo de estudos com interesse em
avaliar a função cerebral, foi aí que surgiu o simpósio”. O objetivo
do encontro, segundo Dr. Rogean Nunes, é justamente ampliar
o nível de conhecimento das funções do cérebro. “O grande
objetivo é fazer com que os profissionais possam conhecer o
equipamento monitor da atividade cerebral e saber usar
corretamente os parâmetros numéricos. Vários estudos
mostram que a anestesia profunda se relaciona com o aumento
Dra. Sara
Lúcia
Cavalcante - CE
Dr. Itagyba
Martins
Miranda
Chaves - MG
da mortalidade pós-operatória e a anestesia superficial pode causar a
chamada síndrome do estresse pós-traumático que está relacionada à
memória intra-operatória”, ressalta.
Dr. Antonio Argolo Sampaio Filho, um dos palestrantes baianos
convidados para o simpósio, avalia a iniciativa da SAEB em trazer o evento
para a Bahia de notável importância para os profissionais locais. “É muito
oportuno voltar a abordar o tema de anestesia feita adequadamente
baseada nos critérios científicos com a nova abordagem profundidade X
consumo anestésico X memória. Isso resulta numa maior segurança no
procedimento e conforto para o paciente”.
Cinthya Brandão
Jornalista DRT-BA 2.397
SAEB firma parceria com a Triação, para proporcionar
aos sócios mudança de hábitos em prol da saúde.
Sócios da SAEB
lotaram o auditorio
8
Dr. Renato Carvalho recebe
uma placa de homenagem do
presidente da SAEB,
Dr. Ricardo Azevedo
As ex-presidentes da SAEB,
Dra. Maria Jucinalva Costa,
Dra. Lúcia Arbex,
acompanhada da filha, e
Dra. Dalva Santana
www.triacao.com.br | [email protected] .
Tele\Fax: (71)-3263-3473.
9
Homenagens
Crônica
Não era baleia
(parte final)
Lembrei claramente que lhe havia
pedido notícias.
Passei a esperar com ansiedade que me
ligasse. Eu esperava, esperava e o telefone
continuava indiferente à minha inquietação.
Até já tentava encontrar suas motivações –
solidão, desilusão, doença? Contudo, ele
nunca me pareceu ter nada disso.
Eu tentava afastar esses pensamentos e
eles continuavam a chegar sucessivamente.
Cheguei até a antevê-lo lívido e esticado no
chão da sua casa, com o sorriso petrificado no
rosto e seu queixo miúdo ainda mais miúdo.
Já há noite, decidi por telefoná-lo, eu
continuava bastante angustiado. Apenas sabia
o número do celular e não consegui contato.
A ligação só terminava com o sinal de
mensagem para caixa-postal. Repeti-la
algumas outras vezes, também sem sucesso.
O que só aumentou minha preocupação.
Nessa hora, senti a desastrosa possibilidade
ainda mais real.
Resolvi ligar para um outro amigo
comum intencionado em obter seu telefone
de casa, mas, da mesma maneira, não tive
êxito.
Eu estava ficando realmente perturbado,
maldizia aquele instante em que lhe entreguei
o maldito remédio. Tentei falar com um
terceiro conhecido e também não consegui.
Como não havia o que mais fazer, tentei
domar os pensamentos e deitar para dormir,
o que aconteceu de forma precária.
No dia seguinte voltei a telefonar.
Nada..., nem sinal. Tentei pela manhã..., ao
meio-dia..., à tarde..., por diversas vezes, e
em todas elas dava o sinal de aparelho
desligado. Deixei inclusive um recado na
caixa-postal. Nenhum contato. Também não
consegui falar com nenhum amigo comum,
também haviam desaparecido.
Eu já nem lembrava da tal cachorra e me
sentia estranho em perceber cada vez mais
real a possibilidade de ter contribuído com ato
tão covarde e pecaminoso.
Na terça-feira, insisti mais uma vez e
também não consegui. Já até esperava
receber a notícia-ruim chegar a qualquer
momento.
No fim da tarde, tentei de novo e ele,
refeito de mansidão, atendeu: “Aaaaaalô”!!!
Dei um longo suspiro. Aquela única
palavra encerrou horas e horas de angústia,
preocupação e incertezas, e ao mesmo
tempo me libertou das compunções. Na
mesma hora em que voltei a ouvir a sua voz,
veio-me a lembrança da cachorrinha.
Disfarcei a minha satisfação (na verdade, eu
mesmo tive vontade de matá-lo!) por lhe falar,
e lhe disse, emendando a conversa, que havia
ligado para saber como havia sido.
Logicamente, não comentei sobre meus
lúgubres e descabidos pensamentos.
Desculpou-se por não ter dado o devido
retorno, referiu desatenção.
Então, falou como havia sido difícil atentar
contra Luma.
Referia-se como “pobre Luma”. Disse
que a cachorrinha pertencia à sua filha e
justificou a pressa naquele dia - queria
desfechar antes que a mesma chegasse em
casa. Dizia ternamente tratar-se de uma
cadela muito querida, quase uma pessoa da
família. E que, infelizmente, havia contraído
sinomose, uma doença viral incurável, e não
tinha outro jeito a dar.
Descreveu com detalhes o que havia
acontecido...
Enquanto o ouvia, eu imaginava a Luma
espiando seu dono, desconfiada, assistindo-o
diluir o veneno, sacudindo o diluente dentro
da ampola. Depois o via aspirando seu
conteúdo com a seringa apontada para o céu.
Imaginei-a tentando inútil esgueirar-se,
atravancada pela amaldiçoada doença,
assistindo a tudo com os olhos esbugalhados.
Até que finalmente sentiu a agulha
penetrando-lhe, depois a droga percorrendo
suas veias e paralisando pouco a pouco cada
músculo do corpo, até sufocar de vez.
Pensei nela vendo o mundo lhe fugir,
semiviva, semimorta, vendo cutias,
desesperada. Coitada!
Ele concluiu dizendo que a droga havia
sido perfeita, descreveu como um sono
calmo e eterno. E agradeceu-me mais uma
vez.
Voltei a lembrar de Baleia e de como
havia sido com ela, chumbo por todo lado. E,
finalmente, senti contentamento em ter
contribuído para que fosse diferente com ela.
Afinal Luma não era Baleia.
Nos despedimos.
“Ausência é uma falta
que fica ali presente”
Valdir Cavalcanti Medrado
Há certas missões na vida que consideramos quase impossíveis, mas circunstâncias especiais obrigam-nos torná-las um desafio. A perda
de um amigo, eu diria mesmo um irmão, abre
uma lacuna dentro de nós, as idéias perambulam desordenadamente, nos deixam meio à
deriva e os pensamentos ecoam na caixa de
ressonância do coração.
Solicitado pelo Conselho do CREMEB
para escrever algo sobre o saudoso colega
Valdir Medrado, não pude fugir da honrosa
incumbência, sendo quase um dever.
Foi notável cientista e ser humano, sendo
esta afirmação alicerçada pelo testemunho de
uma convivência que ultrapassa seis décadas,
desde quando transpusemos os umbrais da
querida Faculdade de Medicina da Bahia, nos
idos 1951 até seus últimos dias de vida.
Sua trajetória profissional foi caracterizada pela dedicação ao trabalho, no dia-a-dia da
labuta hospitalar e, especialmente, pela atividade que sempre o encantou: o ensino. A
busca contínua pelo conhecimento médico foi
o estímulo que o conduziu ao aprimoramento
científico, levando-o a procurar meios mais
avançados, começando pelo Curso de
Fisiologia Clássica com Instrumentação
Avançada, na Baylor Medical School, em
Houston Texas, USA. A seguir, foi indicado e
aceito como residente em Anestesiologia no
Duke Hospital, da Duke University, na
Carolina do Norte, USA, no período de 1957
– 1958, tornando-se chefe dos residentes por
sua destacada liderança.
Voltando ao Brasil, movido por sua vocação didática, desenvolveu intensas atividades
médicas, sendo mandatório citá-las – ainda
que resumidamente – para informar àqueles
que não tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Na UFBA – Universidade Federal da
Bahia foi médico anestesiologista do
Departamento de Cirurgia, professor honorário de Fisiologia, chefe do Serviço de
Anestesiologia, criando a Residência Médica
da especialidade, diretor clínico do Hospital
Universitário Professor Edgar Santos. Na
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
foi professor assistente de Fisiologia e também
professor assistente de Farmacologia da
Universidade Católica de Salvador. No serviço público estadual, por trinta e cinco anos,
exerceu o cargo de anestesiologista na
Maternidade Tsyla Balbino onde, apesar da
precariedade de suas instalações, desenvolveu trabalho científico relativo à sua especialidade. No âmbito classista foi Vice-presidente
da Associação Bahiana de Medicina,
Presidente da Sociedade de Anestesiologia do
Estado da Bahia. Na Revista Brasileira de
Anestesiologia publicou diversos artigos e por
longo período fez parte do seu corpo de
Conselheiros.
Sua notoriedade dentro da especialidade
que abraçou mereceu o reconhecimento das
Regionais da SBA do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais, que lhe outorgaram o honroso título
de Membro Honorário. Inúmeros trabalhos
publicados e participação como co-autor em
livros, foram omitidos para não incorrermos
no pecado da prolixidade e ferir sua proverbial
modéstia, mesmo post-morten. Mas Valdir
Medrado não foi somente um cientista de
mérito consagrado, mesmo porque, como
qualquer ser humano, viveu intensamente o
outro lado da vida. Era dotado de qualidades
que lhe emolduraram a existência. Sua simplicidade, - característica clássica de todo ser
humano de valor – cativava os que dele se
acercavam, sendo realmente curioso como
um cientista, dotado de tantos méritos, conduziu-se na vida como um simples homem
comum, nunca subiu em qualquer pedestal,
cultuando a filosofia do bem viver.
No Serviço de Anestesia e Terapia
Intensiva do Hospital São Rafael, por ele criado, onde atuou nos seus últimos 23 anos,
tendo eu o privilégio do seu convívio, quase
diário, não foi propriamente um “chefe”, mas
sim um coordenador de notáveis profissionais
amigos, que o veneravam. Considero esta
fase como sua apoteose profissional.
Viveu intensamente sua existência, preenchendo seus dias como melhor lhe agradasse. Em mensagem de sua primogênita “só
fazia o que gostava, mas a ética e a simplicidade pautavam sua existência”.
E a maior demonstração desta verdade é
que, cumprindo-se o último desejo de sua história, foi repousar para sempre no Cemitério
de Iaçú, nos arredores da sua querida fazenda,
onde viveu os melhores momentos de sua
vida.
Dr. Renato Valadares de Carvalho
Médico Anestesiologista
CREMEB 865
Membro Ativo (Remido) SBA/SAEB
Crônica de Dr. Alexandre Figueiredo
Médico Anestesiologista
CRM-Ba 13.503
10
11
Homenagens
“A vida é um projeto que você mesmo constrói.
Suas atitudes e escolhas de hoje estão construindo
a 'casa' que você vai morar amanhã.”
Cada um de nós desempenha o seu papel no mundo em que vivemos. Somos levados pela
mão do destino para lugares nunca imaginados, encontrando pessoas com as quais, sem o
mínimo planejamento, nos tornamos amigos e companheiros, trilhando a partir daí os
mesmos caminhos e, por vezes, exercendo as mesmas atividades, consubstanciando
vínculos de uma agradável convivência. O lado triste é quando, após conseguir nossos
objetivos, experimentamos uma sensação penosa de perda, para sempre, do contato com
pessoas com quem nos irmanamos. É como se alguém que comanda o ciclo da vida
cerrasse a cortina, não esperando pelos apelos de um bis.
Dr. Osano Fernandes Barbosa
Tais considerações vieram-me ao pensamento com a perda do nosso inesquecível colega
e amigo Osano Fernandes Barbosa, após longo sofrimento por uma doença incurável.
Muito estimado pelos colegas e por todos aqueles que gozaram do privilégio de sua
amizade, por certo vai ser lembrado com muita saudade.
Ainda estudante do curso médio, pelo seu pendor para o desenho técnico, foi nomeado
para a Prefeitura Municipal de Salvador, indo atuar no escritório do festejado arquiteto
Diógenes Rebouças, colaborando na elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbanístico da capital.
Já acadêmico de Medicina, foi solicitado pelo nosso colega de turma Valdir Medrado, para
projetar a planta baixa da casa de sua fazenda, município de Iaçú- BA. Aqueles que a
conhecem podem comprovar sua competência no setor.
Na vida profissional, dirigiu o Hospital do Servidor Público Municipal de Salvador, atuou
como anestesiologista no Hospital Universitário Professor Edgar Santos, sendo um dos
criadores do Serviço de Anestesia de Salvador e também um dos sócios fundadores da
Clínica de Anestesia de Salvador, da qual se afastou aos setenta e cinco anos, idade limite
regimental para desligamento compulsório, indo atuar nos municípios de Barreiras e
Ibotirama, no Alto São Francisco, interrompendo recentemente suas atividades médicas
por motivo de doença que o impedia de exercer sua profissão.
Osano era uma figura carismática, de um bom humor invejável. Apesar das grandes
qualidades como ser humano, no que diz respeito às atividades hospitalares, pecava por
certa impontualidade na chegada ao hospital para onde estava designado, de véspera.
Dizia-nos, com uma naturalidade surpreendente, ser biologicamente impossível acordar
muito cedo. Ao chegar, com um sorriso cativante perguntava ao descontente
coordenador do dia, qual a sala onde iria atuar. Restabelecida a “normalidade”, já
rendidos pelo seu grande potencial de simpatia, aquele senão já tinha sido superado e
todos trabalhavam fraternalmente. Esta faceta valeu-lhe o apelido carinhoso de “De
Mansinho”.
E da mesma maneira como chegava ao hospital, ele está adentrando o céu, apresentandose ao Grande Coordenador com o mesmo sorriso e do mesmo jeito: de mansinho!...
Dr. Renato Valadares de Carvalho
Médico Anestesiologista
CREMEB 865
12
Informe
COOPANEST-BA firma
parceria com Banco Real
A COOPANEST-BA, através do presidente Dr. Carlos Eduardo
Aragão de Araujo, do vice-presidente Dr. Danilo Gil de Menezes,
do secretário-geral Dr. José Siquara Rocha Filho e 1º tesoureiro Dr.
Roque Archanjo dos Santos, e a Sociedade de Anestesiologia do
Estado da Bahia, através do seu presidente Dr. Ricardo Azevedo e
do 1º Tesoureiro, Dr. José Admirço Filho firmaram parceria com o
Banco Real. “Todas essas iniciativas visam buscar benefícios para os
cooperados. A isenção da taxa de manutenção da conta corrente e
a inscrição gratuita do 56º CBA são algumas vantagens”, afirma
Dr. Carlos Eduardo Araujo.
Dr. Carlos Eduardo Araujo, Dr. Roque Archanjo
e Dr. José Siquara Rocha Filho
Dr. Adhemar Chagas Valverde, presidente do 56º CBA
Diretoria da COOPANEST-BA, Diretoria da SAEB e o Presidente do 56º CBA com os representantes do Banco Real
14
De acordo com a Superintendência Regional do Banco Real,
a parceria com a COOPANEST-BA e SAEB fortalece ainda mais
o posicionamento do banco perante os profissionais de saúde de
Salvador. “Hoje temos postos de atendimento bancário e eletrônico instalados nos hospitais Português, Espanhol, Santa Isabel,
São Rafael, Sagrada Família e Fundação José Silveira, demonstrando nosso sucesso junto a esse público. Este sucesso vem exatamente de nosso diferencial no atendimento e nos produtos criados especificamente para atender as necessidades dos profissionais dessa área”, afirma Wellington Domingues Branco.
A instituição financeira passou a ser o banco oficial do 56º
Congresso Brasileiro de Anestesiologia que será realizado em
Salvador, em novembro do próximo ano. O presidente, Dr.
Adhemar Chagas Valverde, esteve na reunião e também assinou
o contrato. A logomarca do banco terá destaque no site e as inscrições poderão ser feitas on-line. “Ser o Banco Oficial do 56º
Congresso Brasileiro de Anestesiologia é uma grande satisfação
para nós. Demonstra nossa disposição para estreitar essa parceria e posiciona nossa marca perante clientes, parceiros e toda
comunidade médica”, ressalta Wellington Branco.
Para o Banco Real, as perspectivas de fidelização dos novos
clientes são as melhores possíveis. “Acreditamos que a fidelização do cliente se dá quando superarmos suas expectativas, através de um atendimento especial. Além disso, estabelecemos
condições especiais para início de relacionamento no primeiro
ano: Isenção de pacotes de serviços de contas correntes; isenção da mensalidade dos cartões de crédito VISA; taxas diferenciadas em operações de crédito parceladas, empréstimos consignados a folha de pagamento. E ainda um portfólio variado de produtos e serviços com condições diferenciadas”, finaliza
Wellington Branco.
Cinthya Brandão
Jornalista – DRT-BA 2.397
15
FEBRACAN comemora mais um
Fórum Jurídico e Contábil
Anestesia
e Arte
Temas
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Wilmar Brasil dos Santos, consultor
contábil da FEBRACAN
Dr. Humberto de Sá Cavalcanti, COOPANEST-GO
e Edmir Oliveira Santos, representante nacional do
Comitê Contábil da OCA
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Dra. Maria Célia Ferreira da Costa, vice-presidente
da FEBRACAN com os representantes das
COOPANEST`s do PA, PR e SE
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Pelo terceiro ano consecutivo, a
Febracan – Federação Brasileira das
Cooperativas de Anestesiologia realiza um
fórum com representantes das áreas jurídica e contábil das federadas, dessa vez foi
durante a 22ª JORBA – Jornada Baiana de
Anestesiologia, nos dias 19 e 20 de setembro, em Salvador. O 3º Fórum Jurídico e
Contábil contou com a participação de trinta e oito representantes de diversos
Estados. O encontro que tem como objetivo padronizar a contabilidade e o entendimento jurídico das Cooperativas de
Anestesiologia com as demais instituições
de saúde e os planos.
De acordo com Dr. Carlos Eduardo
Aragão de Araujo, presidente da
COOPANEST-BA, o fórum tem um
importante papel para o fortalecimento
das COOPANEST's. “O Fórum contribui para a troca de informações entre as
diretorias das Cooperativas, pois cada
uma apresenta suas experiências, e para
os aspectos fiscais e legais que estão evoluindo para um Projeto de Lei sobre o tratamento tributário aplicável às sociedades cooperativas no âmbito federal”.
Outro aspecto de grande relevância, segundo Dr. Carlos Eduardo Araujo,
é a garantia da saúde fiscal e econômica
da cada federada. “Não podemos deixar
de levar em conta a grande responsabilidade da COOPANEST-BA, afinal ela
tem como missão gerir a parte dos proventos de mais de duzentas famílias, por
isso, a nossa preocupação em torná-la
sempre produtiva”, ressalta.
Em comunicado, a Diretoria da
FEBRACAN comemorou o sucesso do
Fórum e alertou para a necessidade de
investir no profissionalismo como forma
de enfrentar a adversidade. Durante o
encontro, também houve uma reunião
dos presidentes das Cooperativas com o
Presidente da SBA, Dr. Jurandir Coan
Turazzi e com o Diretor de Defesa
Profissional da SBA, Dr. José Mariano
Soares de Moraes.
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Cinthya Brandão
Jornalista
DRT-Ba 2397
Anestesia ambulatorial
Anestesia e gestão
Anestesia e terapia intensiva
Anestesia e transplante
Anestesia em cirurgia cardíaca
Anestesia em cirurgia torácica
Anestesia em cirurgia vascular
Anestesia em geriatria
Anestesia em grandes cirurgias abdominais
Anestesia em neurocirurgia
Anestesia em obesidade
Anestesia em obstetrícia
Anestesia em oftalmologia
Anestesia em ortopedia
Anestesia em otorrinolaringologia
Anestesia em pediatria
Anestesia em procedimentos diagnósticos e terapêuticos
Anestesia em procedimentos ginecológicos
Anestesia em videolaparoscopia
Anestesia para cirurgia de cabeça e pescoço
Anestesia para cirurgia plástica
Anestesia para procedimentos urológicos
Anestesia venosa
Anestesia, ética e direito
Anestésicos inalatórios
Bloqueios de nervos periféricos
Bloqueios neuroaxiais
Congresso de dor
Congresso de reanimação e ressuscitação
Cooperativismo no Brasil
Ensino e anestesia
Informática médica e anestesia
Interação medicamentosa
Monitorização e avanços
Relaxantes musculares
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Toma posse o novo corpo de conselheiros do CREMEB
A posse oficial do novo corpo de conselheiros do CREMEB foi realizada dia 1º de
outubro de 2008, na sede do Conselho. Dentre os quarenta e dois membros, estão
quatro anestesiologistas: Dr. Carlos Eduardo Aragão de Araujo, Dra. Isa Urbano
Bessa, Dr. José Aberlado Garcia de Meneses e Dr. Maria Lúcia Bomfim Arbex.
14 a 18 de Novembro de 2009
Centro de Convenções da Bahia
Salvador Bahia
A gestão 2008/2013 foi eleita por 6.687 votos, durante os dias 5, 6 e 7 de agosto.
Cinthya Brandão
Jornalista
DRT-Ba 2.397
Apoio
Sociedade Brasileira
de Anestesiologia
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COOPANEST-BA
COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA
Empresa organizadora e
agência de turismo oficial
www.interlinkeventos.com.br
Fone: 55 21 71 3336-5644
Realização
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