32 PUC – 29/11/2009
Seu pé direito nas melhores Faculdades
Leia uma parte da apresentação e da entrevista de Bill
Mitchell, diretor do programa Cidades Inteligentes do
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT/EUA), feita
pelo jornalista Herton Escobar, para a revista Megacidades*.
Cidades são como pessoas, podem ser burras ou inteligentes,
doentes ou saudáveis. As espertas são aquelas capazes de
atrair talentos, de se reinventar diante das dificuldades e
dotadas de pensamento inovador. É o caso de Nova York,
Londres, Paris. E as cidades burras? Bill Mitchell é elegante
demais para citar nomes.
(...) Um de seus projetos, chamado City Car, é desenvolver
um modelo de pequenos automóveis elétricos comunitários.
Eles seriam compactados e encaixados em pontos estratégicos
das cidades (saídas de metrô e grandes centros comerciais) e
funcionariam como carrinhos de bagagem nos aeroportos:
você pega em um lugar, usa, e devolve em outro. Esses
veículos poderiam ser usados em percursos urbanos de
pequena ou média distância, como uma espécie de táxi
descartável, dirigido pela própria pessoa. Nos pontos de
coleta, cada veículo se acoplaria ao outro, como carrinhos de
supermercado, e teria a bateria recarregada automaticamente.
O usuário pagaria por tempo de uso, com cartão de crédito.
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Outro projeto é o RoboScooter, uma mobilete elétrica, superleve e
dobrável, pequena o suficiente para ser guardada debaixo da mesa
do escritório. A idéia geral, segundo Mitchell, não é substituir o
transporte público, mas oferecer um complemento de mobilidade
que permita às pessoas deixarem o carro na garagem na maior
parte do tempo.
Quais são os aspectos indispensáveis de um sistema de
transportes?
Está claro para mim que estamos chegando ao fim da era do
automóvel. O carro particular foi uma das grandes invenções
do homem; transformou a vida das pessoas e o funcionamento
das cidades. Mas, claramente, as cidades estão engasgando com
automóveis neste momento. A demanda de energia é altíssima, as
emissões de carbono são um problema enorme. Minha impressão
é de que pequenos ajustes não vão dar conta do recado precisamos
repensar radicalmente todo o conceito de mobilidade urbana. (...)
Quais são os erros que as cidades costumam cometer?
Duas questões fundamentais são o planejamento básico de uso do
solo e dos padrões de transporte. (...) Muitas cidades cresceram de
maneira pouco planejada, descoordenada, descontrolada, o que só
acumula problemas para o futuro. O mais importante é olhar para o
futuro e reconhecer que leva décadas ou séculos para se construir
uma cidade. Não se pode pensar apenas no curto prazo, apesar de
as pressões políticas e econômicas normalmente levarem a isso.
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Proposta:
Construa um texto dissertativo-argumentativo, concordando ou não com as ideias de Mitchell, usando argumentos para defender
seu ponto de vista com base nos textos e nas imagens aqui apresentados, e no seu conhecimento sobre o assunto.
IMPORTANTE:
Passe a sua redação a limpo, a tinta, no espaço a ela destinado. O rascunho não será considerado.
Seu trabalho será avaliado de acordo com os seguintes critérios:
1. Desenvolvimento do tema com espírito crítico.
2. Adequação da língua de acordo com a norma culta.
3. Construção textual e escolha do título compatíveis com o tipo de texto proposto.
Sua redação será anulada, se você fugir do tema proposto.
(*) Grandes Reportagens • O Estado de S.Paulo,
Megacidades, agosto 2008, p. 106.
Resolução:
A proposta de redação do vestibular da PUC-SP/2010, acompanhando o recorte temático da prova (“Cidades”), solicitou uma dissertação em
prosa sobre a questão do trânsito e o conceito de mobilidade urbana. Como base para a eleboração do texto, a Banca Examinadora ofereceu
aos candidatos uma coletânea - significativamente mais modesta se comparada a de anos anteriores - composta por uma imagem, retratando
quatro cidades congestionadas, e um fragmento de uma entrevista de Bill Mitchell, diretor do programa Cidades Inteligentes do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts. Era importante que o candidato defendesse seu ponto de vista, concordando ou não com as ideias de Mitchell.
O vestibulando poderia, primeiramente, desenvolver uma reflexão sobre como se formou o contexto gerador desse problema. Assim, caberia
evidenciar dois fatos: o crescimento desordenado das cidades, destacando a falta de planejamento; e o incentivo à indústria automobilística
como um dos pilares da economia mundial no século XX, relacionado à supremacia do petróleo como fonte de energia.
Em seguida, o candidato poderia discutir que os carros passaram a constituir um grande problema com o crescimento da população. Por
conseguinte, as grandes metrópoles passaram a enfrentar engarrafamentos que tendem, progressivamente, a se tornar crônicos e que trazem,
como consequência, a dificuldade de mobilidade nas cidades, além do encarecimento do transporte de mercadorias e pessoas, pois desperdiçam
combustíveis, aumentam o tempo de transporte, reduzem o período de descanso dos cidadãos, produzem barulho, poluem o ar e aumentam
o estresse urbano.
O candidato poderia, por fim, ressaltar que não há uma solução isolada para o problema do trânsito nas cidades, mas é preciso desenvolver
um conjunto delas. Defende-se, em geral, que os governos invistam na construção de um sistema variado e eficiente de transporte coletivo.
Além disso, são promovidas campanhas de incentivo à preservação do ambiente e à boa forma que sugerem a substituição do automóvel por
transportes alternativos como o patins e a bicicleta. Para o transporte de carga há propostas para a construção de anéis viários ao redor da
área urbana, para desviar os caminhões e abastecer ocomércio durante a madrugada.
Algumas cidades, em busca de soluções a curto prazo, adotaram políticas para forçar a restrição do uso de automóveis como cobrar estacionamento
em ruas muito procuradas; proibir estacionamento em ruas de certas regiões; decretar o rodízio de veículos conforme o número final da placa
por um ou mais dias da semana; cobrar pedágio eletrônico para ingresso em certas áreas e avenidas; elevar o pagamento pelo licenciamento
quanto mais velho for o veículo; elevar o preço das multas; entre outras.
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Redação - Cloudfront.net