NEURONOVAS
EDULAB21
Laboratório reúne cientistas e gestores para pensar políticas educacionais
Grupo de pesquisa multidisciplinar conta com “conselho consultivo” formado por secretários da educação
de sete estados; objetivo é estreitar troca de informações
“
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“
Sabemos que a escola
precisa mudar
Antonio Neto, secretário de
Educação do Rio de Janeiro
A intenção é dialogar diretamente
com os gestores de educação do país
para entender as demandas da rede
pública e pensar, assim, propostas
aplicáveis. Esse “conselho consultivo”
já envolve os secretários de
Educação do Acre, Ceará, Espírito
Santo, Goiás, Pernambuco, Rio de
Janeiro e Santa Catarina.
“Acho importante que os
CRIS TORRES/SEEDUC-RJ
R
esponsabilidade social,
pensamento crítico, controle
emocional. É inegável que essas
habilidades são mais do que
desejáveis no mundo atual. No
entanto, que atenção recebem
da educação tradicional? Como
essas e outras habilidades
socioemocionais podem ser
intencionalmente desenvolvidas para
criar um currículo estruturado ou
metodologia de ensino direcionada
para esse fim? Com o objetivo de
estreitar a troca de informações entre
pesquisadores e gestores públicos, foi
criado o eduLab21.
Organizado pelo Instituto Ayrton
Senna, o laboratório de estudos
reúne especialistas brasileiros
e estrangeiros que estudam as
relações entre desenvolvimento
de habilidades para a vida –
que incluem as competências
socioemocionais – e o desempenho
acadêmico, profissional e o bemestar. Fazem parte os economistas
Ricardo Paes de Barros (Instituto
Ayrton Senna/Insper) e Daniel
Santos, da Universidade de São Paulo,
e os psicólogos Filip De Fruyt, da
Universidade de Ghent, na Bélgica,
Oliver John, da Universidade da
Califórnia, e Ricardo Primi, da
Universidade São Francisco.
secretários de Educação, que vemos
na rotina os desafios do ambiente
escolar, estejamos em um grupo
para apontar em que medida os
conhecimentos científicos podem
ser aplicados na escola, quais as
dificuldades de implementação e
dar espaço para que testes sejam
feitos”, considera o secretário de
Educação do Estado do Rio de
Janeiro, Antonio Neto.
A rede estadual fluminense
trabalha em parceria com o
Instituto Ayrton Senna para
desenvolver nos alunos habilidades
para a vida, integrando as
competências socioemocionais
no aprendizado acadêmico. “É
complexo o processo de passar um
conhecimento da ciência para a
escola. No caso das competências
socioemocionais, por exemplo,
muitas pesquisas já mostravam o
potencial disso para a educação,
mas para pegar esse conceito e levar
para o ambiente escolar tivemos de
reelaborar toda a rotina da escola”,
comenta Antonio Neto.
As informações práticas
oferecidas pelos gestores serão
o ponto de partida para pensar
novas ferramentas de ensino. “No
passado, estávamos muito focados
na questão da avaliação, pensando
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O país tem
de começar
a adaptar as
escolas públicas
para atender às
novas demandas
do século 21
INSTITUTO AYRTON SENNA
“
Viviane Senna,
presidente do
Instituto Ayrton
Senna, no
lançamento do
eduLab21
“
INSTITUTO AYRTON SENNA
estamos colocando as competências
socioemocionais, mas ainda há
um mar de áreas da inteligência
a ser explorado”, diz a diretora do
eduLab21. “Queremos traçar um
mapa da inteligência até o momento.
O que é importante para a vida? O
que pode ser levado para a escola?”
Para Antonio Neto, a
proximidade com inovações
científicas deve ajudar a rede
pública a melhorar seu ensino e a
qualificação de seus profissionais.
“Sabemos que a escola precisa
mudar e, na medida que há o
aprofundamento do conhecimento
científico, podemos repensar
o trabalho da nossa rede para
Há um mar de áreas
implementar a inovação e preparar
da inteligência a ser
nossos profissionais para entender as
explorado
bases científicas e, então, aplicar em
Tatiana Filgueiras, diretora do eduLab21 seu trabalho”.
“
no que se entendia sobre o que é
o aprendizado cognitivamente.
Agora estamos expandindo esse
conceito de qualidade também para
as habilidades socioemocionais”,
explica Tatiana Filgueiras, diretora
do eduLab21.
O grupo pretende criar um
instrumento formativo que ajude
o professor a conhecer melhor as
habilidades socioemocionais de
seus alunos, tendo informações
para desenvolvê-las com
intencionalidade. Há uma
parceria com a Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e outros
oito países para desenvolver um
instrumento formativo para
criatividade e pensamento crítico.
“Hoje as avaliações ainda estão
muito ligadas à memorização. Agora
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