Emergência Psiquiátrica
Tatiana Silva F. Almeida
Emergência Psiquiátrica
Emergência psiquiátrica

1980, articulação da filosofia do serviço de
emergência psiquiátrica

Qualquer situação de natureza psiquiátrica
em que existe um risco significativo ( de
morte ou injuria grave ) para o paciente ou
para outros,necessitando de uma
intervenção terapêutica imediata.
Avaliação do paciente durante a consulta

Utilize seus sentidos:

Entrevista focada na queixa principal e no
motivo da procura ao atendimento.
- Visão
- Audição
- Tato
- Olfato
Objetivos de um atendimento:

Estabilização do quadro: estabilizar sintoma alvo
a ser abordado, geralmente após o controle do
sintoma, outros objetivos do atendimento podem ser
atendidos



Estabelecimento de uma hipótese
diagnóstica
Exclusão de uma causa orgânica
Encaminhamento
Situações Especiais

Pacientes Psicóticos

Prejuízo grosseiro no contato com a realidade,
manifestado por uma percepção inadequada e
persistente do mundo externo( alucinações e delírios ),
ausência de juízo critico e/ou conduta desorganizada.

Psicose orgânica x psicose funcional
DADOS ANALISADOS
PSICOSE ORGÂNICA
PSICOSE FUNCIONAL
Consciência
Geralmente prejudicada
Lúcida
Atenção
Concentração diminuída
Variável
Sensopercepção
Alucinações visuais
Geralmente auditivas
Orientação
Desorientação temporal
Geralmente preservada
Memória
Prejudicada
Geralmente mantida
Inteligência
Prejudicada
Geralmente sem alteração
significativa
Exame físico,
Comumente alterado
neurológico e laboratorial
Geralmente sem alteração
Doença mental na família Geralmente ausente
Geralmente presente
Uso de medicação
diversa
Freqüente, podendo ser
causa do quadro
Uso prévio
Inicio do quadro
Súbito
Insidioso
Funções cerebrais
superior
Afasia, agnosia e apraxia
preservada
Situações especiais:
Pacientes Agressivos/Agitados

Não enfrentem.

Avaliem e coletem
informações com
familiares.

Solicitem o auxílio dos
seguranças sempre
que necessário.
Origem da agitação e/ou agressividade

Quadros psicóticos “puros”

Quadros de intoxicação exógena por
substâncias psicoativas (álcool e drogas)

Quadros depressivos severos e/ou agudos
ou quadros ansiosos.

Quadros pós comiciais

Quadros metabólicos

Quadros neurológicos/neurocirúrgicos
Patologias orgânicas associadas a
comportamento violento
Patologias sistêmicas






Metabólicas ( ex, Hipoglicemia)
Endócrinas ( ex,
hipercortisolismo)
Hipovitaminose ( anemia
perniciosa)
Infecciosas
Exposição ambiental ( ex,
inseticidas organofosforados )
Doenças reumáticas ( ex, lúpus
eritematoso sistêmico)
Patologias intracranianas










Trauma (recentes ou passados)
Infecções
Neoplasias
Defeitos anatômicos
Malformações vasculares
AVC
Doenças Degenerativas
Epilepsia ou Síndromes
epileptiformes
Incluindo comportamento nos
períodos ictais, pos ictais e interictais
Sindromes parcias complexas,
delirium pos ictais
Agitação/Agressividade
Avaliação:
•Sintomas relacionados à doença clínica?
•Necessidade de intervenção rápida?
•Intoxicação/abstinência?
Medidas não-coersivas:
•Intervenções comportamentais/ambientais
•Intervenções verbais
Mantém agitação
Melhora da agitação
Paciente não-cooperativo:
•Medicação parenteral
•Contenção mecânica
Paciente cooperativo
•Medicação oral
Continuação dos cuidados
•Necessidade de avaliação diagnosti
REAVALIÇÃO PERIODICA
•Necessidade de manter a contenção
•Tratamento específico
•Monitorar efeitos adversos
ALGORITMO DE MANEJO DO PACIENTE AGITADO
Tratamento farmacológico para pacientes
agitados, agressivos e psicóticos

ANTIPSICOTICOS : Haloperidol
-
Ainda é a mais segura droga à disposição, com baixo
comprometimento das funções cardíacas e respiratórias
-
Efeito
negativo:
possível
impregnação
neuroléptica;
medicamentos atenuantes destes sintomas colaterais
(biperideno e prometazina).
-
Em alguns casos pode ser associado à prometazina para efeito
sedativo maior, ou evitar efeitos extra piramidais .
PRESCRIÇÃO
Haloperidol 1 ampola = 5 mg IM à cada ½ hora até controle
e melhora da agitação e agressividade. Chegando-se até a
dose de 20 a 30 mg./dia
Impregnação Neuroleptica
Efeitos extra piramidais agudos





Parkisonismo : bradicinesia.
tremor de repouso.
rigidez.
perda de reflexo posturais.
Acatisia.
Distonias.
Tremor fino.
Síndrome Neuroleptica Maligna: A SNM é caracterizada por
hiperpirexia, alteração do nível de consciência, hipertonia, disfunção
autonômica e insuficiência respiratória, podendo ainda ser
encontrados rabdomiólise e leucocitose.
CLORPROMAZINA
•
•
•
•
•
Maior poder de sedação do paciente.
Maior risco de depressão respiratória e hipotensão
ortostática.
Uso com observação rigorosa do paciente.
Risco aumentado quando usado por via
endovenosa
Muito usado em quadros onde a sedação é mais
necessária; agitação psicomotora intensa com auto
e hetero agressividade (quadros de origem
psicótica).
PRESCRIÇÃO
Clorpromazina (1ml = 25mg) 2 a 4 ml IM de 06/06
horas.
BENZODIAZEPÍNICOS:

DIAZEPAM
-
Sem efeito prático nas emergências quando
usado em forma oral ou IM.
Também usado em crises convulsivas
Absorção errática IM
-
OBS: 1 AMPOLA = 10 mg

MIDAZOLAM:
-
Usado com indutor de sedação.
-
Vantangens: início de ação quase imediato,
tempo de ação curto, existência de antogonista
OBS: 01 AMPOLA 15 mg (5mg/ml) IM, NOS CASO
DE AGITAÇÃO E AGRESSIVIDADE INTENSAS.
Contenção Química
Consciência
Psicomotricidade
Antipisicóticos
Benzodiazepínicos
PACIENTE DEPRESSIVOS

Investigação ativa do
entrevistador

Comportamentos suicidas :
Ideação suicida, tentativa de
suicídio, desejo de morrer x desejo
de chamar atenção, suicídio

Fatores relevantes: Intenção,
letalidade e conhecimentos sobre
métodos.

Fatores de risco: desesperança,
história de tentativas anteriores,
história familiar
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDA
•Tentativa de suicídio grave (alta letalidade)
•Plano ou método de baixa letalidade
•Ideação persistente
•Bom apoio psicossocial
•Pouco suporte familiar/social
•Comportamento auto-lesivo crônico,
menor gravidade
•Transtorno psiquiátrico grave
•Baixa adesão ao tratamento
•Piora aguda do quadro psiquiátrico
•Indicação de tratamento ambulatorial
•Intenção suicida reativa
•Pouco benefício com internação
hospitalar
Indicação de tratamento
intensivo
CAPS semi-intensivo ou nãointensivo
Existem condições clínicas, sociais ou
familiares de tratamento domiciliar??
Sim
Piora do quadro?
Sim
CAPS
Intensivo
Não
Internação
Hospitalar
Algoritmo de avaliação e conduta no
comportamento suicida
PACIENTE ANSIOSO

Ansiedade patológica
-
Transtornos Somatoformes
Transtornos dissociativos
Ataques de pânico
Reação aguda ao estresse
Quadros de ansiedade orgânica
-
-
Sintomas somáticos de ansiedade







Musculoesqueléticos: aperto nos músculos,espasmos, dor
lombar, cefaléia,fraqueza, tremores, hiperatividade,
resposta reflexa exagerada.
Cardiovasculares: palpitações, taquicardia, sensação de
calor e frio, palidez, dor no peito.
Gastrointestinais: boca seca, diarréia, sintomas dispépticos
como “bola que sobe e desce”, náuseas e vômitos.
Urinários: polaciúria.
Relativos ao SNC: tontura, parestesias,cefaléia.
Respiratórios: hiperventilação, taquipnéia aperto no peito
Diversos: sudorese, mãos apertadas, agitação.
Pacientes ansiosos despertam
impotência e irritação na equipe,
porém é preciso lembrar que os
sintomas são involuntários.
Tratamento para pacientes ansiosos
-
Tentativa de abordagem verbal,
-
Técnicas de relaxamento,
-
Benzodiazepínico oral , de preferência de
curta ação.
USUÁRIOS DE ÁLCOOL E
OUTRAS DROGAS.
Tratamento para usuários de álcool e outras
drogas

INTOXICAÇAO POR ALCOOL:
-
Se possível deixar em locais calmos e longe de
estímulos.
Observar: sinais de rebaixamento de consciência ,
sinais vitais, glicemia .
Em casos de coma alcoólico , suporte clinico.
-
-
O QUE NÃO FAZER!!!!!
(intoxicação)
-
Glicose EV, sem critério = risco de
Síndrome de Wernick-Korsakov.
-
Evitar benzodiazepínico pela ação
cruzada e pelo risco de rebaixamento de
consciência, caso seja necessário
medicar, preferir antipsicóticos
Dr(a) chegou um paciente psiquiátrico pra o
senhor(a) atender!!!!!!!!

Psiquiátricooooooo, o que ele ta fazendo
aqui???…sou médico(a) de doido não!!!!

Vixe maria!!!!!!! …ta agressivo ???!!!!

Eita!!!!…sei nada de psiquiatria , nem ia nas
aulas …
Chegou….e como ele esta??
AGRADECIMENTOS!!!!
INTOXICAÇÃO POR OUTRAS DROGAS

Barbitúricos( Fenobarbital): rebaixamento da consciência,
torporosidade, coma ,UTI. Lavagem gástrica , carvão
ativado

Estimulantes ( anfetaminas , cocaína, crack ): ação
simpaticomimética ( pupilas dilatadas,boca seca ,
hipertermia,taquicardia,sudorese,agitados, ansiosos).
Suporte clinico,tratar agitação, risco de IAM.

Perturbadores do SNC: Lsd ,maconha, ecstasy, inalantes.
Quadros de ansiedade ate quadros de psicose.
Tipos de intervenção
Contenção verbal
Contenção mecânica
Contenção química
O paciente tem o direito de receber o tratamento menos
restritivo e invasivo possível, apropriado a necessidades de
segurança da equipe, suas e de terceiros.
Contenção mecânica

A contenção mecânica é um método:
reversível
 não altera o nível de consciência
 com menos efeitos colaterais do que o
medicamentoso

Prevenir danos físicos a outros e
ao próprio paciente.
Paciente deve ser informado
sobre o que está acontecendo.
Deve ser contido em decúbito
dorsal, mantendo posição de braços
que possibilite acesso venoso
Contenção Química

Último tipo de abordagem, sinal de
falha de todas as anteriores.

Vantagem: tranquilização rápida

Desvantagem: risco de iatrogênia
Contenção Química
Consciência
Psicomotricidade
Antipisicóticos
Benzodiazepínicos
Indicação para internação

Ato suicida, risco de suicídio ou de autoagressão

Risco de homicídio ou de heteroagressão

Desorganização mental e/ou psicose produtiva com falta
de cuidados mínimos e/ou agitação psicomotora e/ou
exposição social.

Exaustão familiar decorrente de doença mental

Perda da autonomia psíquica devido ao
comportamento de busca e fissura por por
substâncias psicoativas

Sofrimento mental intenso com solicitação de
hospitalização do paciente ou por falta de suporte
familiar

Risco de provocar iatrogenia ou exames/
procedimentos invasivos desnecessários.
NÃO É A DOENÇA QUE
DETERMINA A INDICAÇÃO DA
INTERNAÇÃO E SIM O TIPO DE
ALTERAÇÃO PSÍQUICA A QUE O
PACIENTE ESTA SUBMETIDO EM
VIRTUDE DELA.
Tipos de Internação
VOLUNTÁRIA
É caracterizada pelo consentimento do
paciente em ser internado, porém sendo
necessário a assinatura de um termo no ato
da admissão
INVOLUNTÁRIA
Aquela sem o consentimento do usuário e a
pedido de um terceiro, devendo no prazo de 72
horas, ser comunicada ao Mistério Público
Estadual pelo responsável técnico
do
estabelecimento, devendo
esse mesmo
procedimento ser adotado quando da respectiva
alta. O término da internação poderá ocorrer por
solicitação escrita do familiar ou responsável
legal, ou quando estabelecido pelo psiquiatra
responsável pelo tratamento
As normas legais brasileiras mais recentes
(lei federal n 10216/01 , portaria MS/GM n
2391/02 e as diversas leis estaduais sobre
reforma da atenção psiquiátrica)
infelizmente não especificam quais os
riscos que devem ser considerados pelo
medico ao determinar uma internação
involuntária
CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO
INVOLUNTÁRIA
Critério A
Critério B


Doença mental, Exceto
transtorno de
personalidade antisocial.




Risco de auto agressão
Risco de Heteroagressao
Risco de agressão a
ordem publica
Risco de exposição
social
Incapacidade grave de
auto cuidados.
COMPULSÓRIA:
Aquela determinada pela justiça, sempre
levadas em conta as condições de segurança
do estabelecimento, quanto à salvaguarda do
paciente, dos demais internados e dos
funcionarios.
“Continuar a fazer as coisas como sempre
foram feitas e esperar que os resultados
sejam significativamente diferentes é
uma boa definição de insanidade”.
(Einstein)
OBRIGADO!
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Histórico e caracterização das Residências Terapêuticas