FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA AMANDA SIQUEIRA ESTILO DE VIDA DOS IDOSOS DO GRUPO HIPERDIA DA UNIDADE BÁSICA LEONARDO ALVES DE SOUZA DO MUNICIPIO DE VILHENA- RO PORTO VELHO- RO 2014 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA AMANDA SIQUEIRA ESTILO DE VIDA DOS IDOSOS DO GRUPO HIPERDIA DA UNIDADE BÁSICA LEONARDO ALVES DE SOUZA DO MUNICIPIO DE VILHENA- RO Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Licenciatura Plena do Curso de Educação Física na Modalidade de Ensino Presencial pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. ORIENTADORA: DRA. ANGELIETE GARCEZ MILITÃO PORTO VELHO- RO 2014 AMANDA SIQUEIRA ESTILO DE VIDA DOS IDOSOS DO GRUPO HIPERDIA DA UNIDADE BÁSICA LEONARDO ALVES DE SOUZA DO MUNICIPIO DE VILHENA- RO Defesa Pública do Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Grau Superior em Licenciatura do Curso de Educação Física na Modalidade de Ensino Presencial pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Com o tema: Estilo de vida dos idosos cadastrados no hiperdia Palavras-chave: idosos , estilo de vida, hiperdia BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________ Prof. Dra. Angeliete Garcez Militão – DEF/UNIR _______________________________________________________________ Prof.Esp. Daniel Delani – DEF/UNIR 1º Membro _______________________________________________________________ Prof. MS. Eurly Kang Tourinho – DEF/UNIR- 2º Membro Conceito ______________ Porto Velho___de____________ de 2014. ______________________________________ Prof. Esp. Daniel Oliveira de Souza– DEF/UNIR - Responsável Dedico esse trabalho a minha irmã Raiza Maria de Siqueira, por ter me apoiado, ajudado, sendo minha força e meu exemplo durante esses quatro anos. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, que me deu o fôlego de vida, que me ama, me protege e nunca me abandona. A minha família: Raimundo, Lúcia, Raiza, Madalena, Patrícia, Helena, Paulinha, Paulo, Hércules e Bartolomeu. Obrigada por nunca duvidarem de mim, por me apoiarem, nunca me deixaram sozinha e sempre acreditaram na minha capacidade. Aos bebês da casa: Bob e Sally, titia ama muito. Aos meus amigos: Aimée, Álef, Charles, Cristiano, Dábilla, Douglas, Evanice, Glenda, João Lucas, Liliane e Vítor Pedraça. Vocês são a prova viva que realmente há amigos mais chegados que um irmão! A minha orientadora, Professora Angeliete muito obrigada pela ajuda, paciência e dedicação. Obrigada por ter me estendido à mão quando eu estava realmente precisando. Também aos meus professores de curso, muito obrigada pelos ensinamentos e apoio. Em especial aos professores: Angeliete, Daniel Delani, Eurly Tourinho, Roberto Godoi e Ramón. “A sujeição que na juventude e na idade madura nos penetra no coração e no espírito, o mau uso e a sufocação que impõe às nossas energias mais nobres, dãonos um maravilhoso sentimento do valor que temos quando conseguimos apesar de tudo realizar os nossos melhores desejos”. Friedrich Holderlin RESUMO Este trabalho apresenta o resultado da pesquisa descritiva desenvolvida no grupo de Hiperdia- Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos, localizado no município de Vilhena na unidade de saúde Leonardo Alves de Souza , sito a avenida Paraná n° 1680, Bairro Setor 8 , estado de Rondônia, que busca apresentar o estilo de vida dos idosos participantes do grupo de Hiperdia utilizando como questionário o Perfil do Estilo de Vida Individual – PEVI , que verifica cinco fatores importantes para determinar o estilo de vida tais como: prática de atividades físicas, nutrição, comportamento preventivo, stress e relacionamento. Fazem parte do grupo de idosos do referido grupo 20 idosos, (100%) sendo que no período de aplicação do questionário apenas 16 (80%) responderam os questionamentos. Os resultados mostram que 56% dos idosos raramente inclui 5 porções de frutas e legumes, 30 % e 35% nunca e raramente respectivamente fazem de 4 a 5 refeições variadas por dia, 44% nunca realizam exercícios que utilizam força e alongamento muscular, 38% não realizam atividade física por pelo menos 30 minutos diariamente, 81% ingerem bebidas alcoólicas. 50% conhecem sua pressão arterial e os níveis de colesterol e procuram controla-los, 69% usam cinto de segurança e procuram cultivar amigos, 38% incluem no seu lazer reuniões com amigos, 62% reservam tempo para relaxar e 63% disseram que conseguem manter a calma durante uma discussão ou quando contrariados .Conclui-se que, os idosos dos grupos de Hiperdia da unidade básica Leonardo Alves de Souza do município de Vilhena- RO, não possuem bons hábitos alimentares e são sedentários. Sobre o comportamento preventivo precisam apenas melhorar no fator ingestão de álcool e uso de cigarro, a maioria são fisicamente inativos, mantém bons relacionamentos e sabem controlar o nível de stress. Palavras-Chave: Estilo de vida. Saúde. Idosos. ABSTRACT This Project presents the result of a descriptive research developed in the group of Hiperdia - Registry System and Hypertensive and Diabetics care, in Vilhena municipality in the health centre Leonardo Alves de Souza that is located in Avenida Paraná n° 1680, Bairro Setor 8, Rondônia, which aims to present the life style of elderly participant people of the Hiperdia group using a questionnaire: Individual Life Style Profile – PEVI that verifies five important facts to determine specific life styles such as, physical activities practice, nutrition, preventive behavior, stress and relationship. There are 20 elderly people in this group, (100%) but only 16 (80%) answered the questions. The results show that 56% of these group rarely include 5 portions of fruits and vegetables, 30% and 35% never or almost never, respectively, have 4 to 5 different meals a day; 44% never do any forced physical activity or stretching one; 38% don’t do at least 30 minute physical activity every day; 81% have alcoholic beverages; 50% are aware about their own blood pressure and cholesterol situation, they try to control them; 69% use seat belts and try to maintain friendship; 38% include in their leisure activities meeting friends; 62% have a specific time to rest and 63% said that can keep calm during arguments or when someone is against them. It’s conclude that elderly people from these Hiperdia groups of the Leonardo Alves de Souza basic health center of Vilhena municipality in RO don’t have good feeding habits and they are sedentary ones. About the preventive behave, they just need to decrease alcohol and smoke consumption. The majority are physical inactive, they maintain good relationships and know how to control stress levels. Key-words: Life style. Health. Elderly people. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................9 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA...........................................................................9 1.1.1 Objetivos...........................................................................................................10 1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................10 1.3.1 Objetivos Específicos........................................................................................11 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................12 2.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS....................................................................12 2.1.1 Programa de Saúde da Família.......................................................................12 2.1.2 Núcleo de Apoio á Saúde da Família – NASF...............................................14 2.1.2.1 Educador Físico no NASF...............................................................................15 2.1.3 Hiperdia.............................................................................................................16 2.2 TERCEIRA IDADE................................................................................................17 2.2.1 Efeitos ocasionados pelo envelhecimento...................................................18 2.2.1.1 Biológicos........................................................................................................18 2.2.1.2 Psicologicos....................................................................................................19 2.2.1.3 Sociologicos...................................................................................................19 2.2.2 Doenças comuns na terceira idade...................................................................20 2.3 ESTILO DE VIDA..................................................................................................21 2.3.1 Nutrição.............................................................................................................22 2.3.2 Estresse.............................................................................................................22 2.3.3 Atividade Física................................................................................................23 2.3.4 Comportamento preventivo............................................................................26 2.3.5 Relacionamentos..............................................................................................26 3 METODOLOGIA......................................................................................................27 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................27 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..................................................................................27 3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA........................................................................27 3.4 ANALISE DOS DADOS.........................................................................................27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................29 4.1 Fatores Relacionados á Nutrição.........................................................................29 4.2 Fatores Relacionados à Atividade Física..............................................................31 4.3 Fatores Relacionados ao Comportamento Preventivo.........................................33 4.4 Fatores Relacionados aos Relacionamentos.......................................................35 4.5 Fatores Relacionados ao Estresse.......................................................................37 5 CONCLUSÃO..........................................................................................................40 6 OBRAS CONSULTADAS........................................................................................42 7 ANEXOS..................................................................................................................47 7.1 ANEXO 1...............................................................................................................47 9 1 INTRODUÇÃO 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Os contingentes de idosos vêm crescendo consideravelmente, principalmente nas duas últimas décadas (IBGE, 2014). Esse aumento da expectativa de vida, apesar de ser um grande triunfo para a humanidade, é um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois, o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), principalmente as doenças cardiovasculares são mais decorrente, representando a primeira causa de internação dos idosos pelo SUS (DATASUS, 2009). Entre os fatores de risco para doença cardiovascular, encontram-se a hipertensão arterial e a diabetes mellitus, que estão entre as principais patologias acometidas pelos idosos. Exigindo assim, do poder público, medidas mais efetivas que garantam uma sistemática melhoria na qualidade de vida dessa população. Em 2002, foi criado pelo Ministério da Saúde, o Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA), com o objetivo de atacar a fundo estes agravos, estabelecendo metas e diretrizes para ampliar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle dessas patologias, através da reorganização do trabalho de atenção à saúde, das unidades da rede básica dos Serviços de Saúde (BRASIL, 2002). O HIPERDIA mantem reuniões frequentes para a entrega de remédios, acompanhamento clínico e outras funções. Essa iniciativa faz parte do planejamento do Sistema Único de Saúde- SUS dentro das unidades básicas de saúde (postos, policlínicas), ligado à estratégia á saúde da família que podem ser grupos formados por um clínico geral, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde, dependendo da demanda local (Caderno de atenção básica, 2000). Em Vilhena a Unidade de Saúde Leonardo Alves de Souza conta com 7 equipes de saúde compostas por um enfermeiro, um clínico geral, um técnico de enfermagem e quatro agentes comunitários. Com 2 grupos com Programa 10 HIPERDIA que foram criados recentemente conta com o total de cerca de 20 idosos cadastrad que se reúnem mensalmente a cada quinze dias para receber medicação como: Insulina, Glibenclamida, captopril, Inalapril, Hidrocloprotiazida, Losartana, entre outros. O estilo de vida saudável é fundamental para o controle da hipertensão arterial e diabetes, mesmo em indivíduos que fazem tratamento medicamentoso adequado. Segundo Nahas (2001), o estilo de vida nada mais é que nossas escolhas e decisões cotidianas. Para ele, existem, no estilo de vida, os fatores negativos modificáveis: fumo, álcool, drogas, isolamento social, sedentarismo. No entanto, conforme afirma também o referido pesquisador, mais do que nunca é grande o impacto dos hábitos pessoais e do estilo de vida na saúde na prevenção e controle de doenças. Entre os principais componentes que afetam diretamente a qualidade de vida estão: os hábitos alimentares, controle do stress, atividades físicas, relacionamentos e comportamentos preventivos. Estes quando controlados podem ter grande influência no estilo de vida e saúde dos idosos, visto que são facilmente modificados e aumentam a chance de uma velhice mais saudável. Deste modo, torna-se necessário conhecer o estilo de vida dos idosos cadastrados no HIPERDIA da Unidade de Saúde Leonardo Alves de Souza para embasar o planejamento das atividades da equipe de saúde da família para que promovam e/ou mantenham um estilo de vida saudável e contribuam com a qualidade de vida dessa população. 1.1.1 OBJETIVOS 1.2.1-Objetivo Geral Identificar o estilo de vida dos idosos cadastrados na Unidade de Saúde Leonardo Alves de Souza. 1.3.1 Objetivos Específicos 11 Verificar os hábitos alimentares dos idosos cadastrados na Unidade de Saúde; Verificar a prática de atividade física dos idosos cadastrados na Unidade de Saúde; Conhecer os fatores relacionados ao comportamento preventivo; Avaliar o relacionamento social dos idosos cadastrados na Unidade de Saúde, e; Identificar o estresse dos idosos cadastrados na Unidade de Saúde. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação do sistema público de saúde no Brasil. Considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, segundo informações do Conselho Nacional de Saúde. Foi instituído pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, como forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever 12 do Estado” e está regulado pela Lei nº. 8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento público da saúde. Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme rege o artigo 195 da Constituição. Fazem parte do Sistema Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos – laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), incluindo os os universitários, serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - e o Instituto Vital Brasil. 2.1.1 Programa de Saúde da Família O programa de saúde da família é entendido como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de pessoas (2.400 a 4.000), localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade (caderno de atenção básica, 1999). De acordo com a Portaria Nº 2488/2011 são características do processo de trabalho das equipes de saúde da família. Definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes; Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se 13 evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o acesso dos usuários; Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis; Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências; Prover atenção integral, contínua e organizada à população; Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada; Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúdedoença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários; Programar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomenta a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras; Participar do planejamento local de saúde assim como do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; Desenvolver ações Inter setoriais, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral; Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de 14 locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. 2.1.2 Núcleo de apoio á saúde da família – NASF O Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 4 de março de 2008. O principal objetivo foi o de apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, e aumentar a resolutividade dela, reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde. (Diretrizes do NASF, 2009). A referida Portaria traz como pressupostos políticas nacionais diversas, tais como: de Promoção da Saúde; Integração da Pessoa com Deficiência; Alimentação e Nutrição; de Saúde da Criança e do Adolescente; de Atenção Integral à Saúde da Mulher; de Práticas Integrativas e Complementares; de Assistência Farmacêutica; da Pessoa Idosa; de Saúde Mental; de Humanização em Saúde, além da Política Nacional de Assistência Social e da Saúde do Homem. O NASF é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Deve estar comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe (NASF), incluindo na atuação ações intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura, além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde (Diretrizes do NASF, 2009). O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem no apoio e em parceria com os profissionais das equipes de Saúde da Família, com foco nas práticas em saúde nos 15 territórios sob responsabilidade da equipe de saúde de família (Diretrizes do NASF, 2009). 2.1.2.1 Educador Físico no NASF Na década de 90, o Ministério da Saúde dedicou especial atenção ao debate acerca da promoção da saúde, institucionalizando a discussão e arrolando algumas experiências nacionais neste campo, que foram sistematizadas e discutidas no Grupo de Trabalho Esporte, Lazer e Saúde, composto por representantes da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, do Ministério do Esporte, do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, pesquisadores da área coordenadores de projetos de atividade física e lazer (Diretrizes dos NASF, 2009). Em março de 2006, foi lançada a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), com sete eixos temáticos de atuação, entre os quais, as práticas corporais/atividade física. A inserção das práticas corporais/atividade física (PCAF) ocorreu no decurso histórico do processo de construção da PNPS, em especial como enfrentamento da prevalência ascendente das doenças do aparelho circulatório como principal causa da morbimortalidade, sustentada por estudos e recomendações internacionais, como o documento Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, produzido pela Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde em 2003, com base em evidências científicas dos benefícios desses dois fatores de proteção frente às doenças do aparelho circulatório (Agência Nacional de Saúde Suplementar,2009). O Ministério da Saúde (MS), atento aos fatores determinantes de saúde e principalmente aos altos índices de sedentarismo no Brasil, incluiu a atividade física no Sistema Único de Saúde (SUS), como fator primordial para melhorar a qualidade de vida da população. Iniciou assim uma série de ações para promoção da saúde e prevenção de doenças através do exercício físico, e incorporou os Profissionais de EF no quadro de profissionais da Saúde Suplementar,2009). (Agência Nacional de Saúde 16 Desde então, o ministério da saúde salientou a importância da prática de atividade física, principalmente com a divulgação da Política Nacional de Promoção da Saúde (2006), (Agência Nacional de Saúde Suplementar, 2009). Em 2008, foi aprovada a Portaria nº 154/2008 que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), onde o profissional de Educação Física passa a trabalhar diretamente no SUS, dentro das Unidades de Atenção Básica à Saúde, mais especificamente nas Unidades com Estratégia de Saúde da Família, onde desenvolvem um trabalho multidisciplinar, em parceria com outras categorias profissionais. 2.1.3 Hiperdia O Hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. O sistema envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidade que garante a identificação única do usuário do Sistema Único de Saúde – SUS (Mel, Jaime 2014). Outas funções do Hiperdia são: Orientar os gestores públicos na adoção de estratégias de intervenção; Permite conhecer o perfil epidemiológico da hipertensão arterial e do diabetes mellitus na população. Cadastra e acompanha a situação dos portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em todo o país; Geram informações fundamentais para os gerentes locais, gestores das secretarias e Ministério da Saúde. (Portal da Saúde 2014). 2.2 TERCEIRA IDADE O envelhecimento da população mundial e um dos grandes desafios a serem enfrentados no século XXI. A tendência mundial vem sendo a diminuição da mortalidade e da fecundidade, bem como o prolongamento da expectativa de vida das pessoas tem levado ao envelhecimento da população. A expectativa de vida é 17 um processo que vem aumentando com o decorrer do tempo, no Brasil e acompanhado por modificações no perfil de saúde de sua população (Leonardo Rocha, 2011). Seguindo os conceitos da Organização Mundial de Saúde – OMS, o envelhecimento cronológico se classifica em quatro estágios: a meia idade de 45 a 59 anos; o idoso de 60 a 74 anos; o velho de 75 a 90 anos; e muito velho de 90 anos em diante. O individuo deve sempre estar em movimento para que seu corpo físico mantenha-se em equilíbrio. De acordo com Cleto (2002) o envelhecimento é um fenômeno fisiológico, progressivo e inerente a todos os seres humanos, com tudo esse envelhecimento não será totalmente ou necessariamente patológico . Para Neri (2001) a condição da velhice é a última fase do ciclo vital, que é delimitada por eventos de natureza múltipla como perdas motoras, afastamento social e especialização cognitiva. Já envelhecimento é o processo genético (biológico) que apresenta ritmo, efeito e duração que são individuais e que possuem origem genético, biológico, sócio Histórico e/ou psicológico. Idosos são os indivíduos que se encontram dentro de uma faixa etária, socialmente estipulada, de 60 anos para países em desenvolvimento, como o caso do Brasil ou de 65 anos para países desenvolvidos. Vários elementos são importantes na determinação das diferenças entre os idosos como gênero, classe social, saúde, educação, personalidade, história de vida, contexto social, que segundo Neri (2001), vão auxiliar nas pesquisas com essa população. Barbosa (2000) aponta a importância da adaptação dessas pessoas ao seu novo estado físico, psicológico e social, pois “não estar adaptado, significa acelerar o processo de envelhecimento”. 2.2.1 Efeitos ocasionados pelo envelhecimento Baseado em Meirelles (1997), há aspectos biológicos, psicológicos e sociológicos que contribuem para o envelhecimento que são: 2.2.1.1 Biológicos 18 Diminuição progressiva e irreversível da energia livre; Perdas celulares; Aumento do tecido conjuntivo no organismo; Perda das propriedades elásticas; Desaparecimento de elementos celulares do sistema nervoso; Aumento da quantidade de gordura; Diminuição do consumo de oxigênio; Diminuição da quantidade de sangue que o coração bombeia em repouso; Diminuição do processo respiratório; Diminuição da força muscular; Diminuição hormonal (excreção das glândulas sexuais e supra-renais); Perda da osseína e sais de cálcio (osteoporose e hipocalcemia); Perdas hídricas corporais e do consumo basal de oxigênio; Aumento da espessura dos tecidos, dos vasos e das cápsulas articulares; Diminuição da elasticidade ao choque; Diminuição da capacidade de coordenação e da habilidade; Diminuição das acuidades auditiva e visual; Decréscimo do tamanho das fibras musculares; Diminuição da capacidade elétrica do cérebro; Baixa taxa de absorção de calorias; Presença de varizes, aterosclerose; Diminuição da mobilidade pulmonar, menor número de alvéolos e capilares; Aparelho Locomotor: ossos menos sólidos, ligamento e tendões fracos, cápsula articular com menos líquido sinovial; Coração: diminuição da capacidade de performance devido a uma má circulação e perda da elasticidade das veias; Sistema Nervoso: diminuição de ação e reação, presença de fadiga e vertigens; Insuficiência cardíaca; Aneurisma dissecante; Inflexibilidade do marca-passo; Insuficiência na função ventilatória; Cardiomegalia, aneurisma e embolias; Moléstias infecciosas agudas; Trombo Flebite; Isquemia CerebralObesidade e Perturbações eletrolíticas. 2.2.1.2 Psicológicos: Na velhice o equilíbrio psicológico torna-se mais difícil, pois a longa história da vida humana acentua as diferenças individuais, quer pela aquisição de um sistema de reivindicações e desejos ou pela fixação de estratégias de comportamento. Algumas características do envelhecimento psicológico são: Aceitação ou recusa da situação do velho; Aceitação ou rejeição pelo meio; Atitude hostil ante o novo; Diminuição da vontade, das aspirações e das atenções; Déficit cognitivo; Deterioração da memória; Baixo nível de tolerância, insegurança e estreitamento da afetividade. 19 2.2.1.3 Sociológicos: Isolamento social; Estado de saúde insatisfatório; Insegurança social; Ruptura com a vida profissional; Perda concomitante da função e do status social; A falta de opção de o idoso poder escolher ou rejeitar o lazer e a falta de opção do idoso poder optar por uma aposentadoria ativa ou passiva. 2.2.2 Doenças comuns na terceira idade Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2007, p.8) o envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos, o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, podem surgir condições patológicas que requeiram assistência. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de envelhecimento podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais ativo. O envelhecimento, infelizmente, aumenta a prevalência de diversas afecções, principalmente as de caráter crônico. Neste cenário, deve-se dar atenção especial aos fatores de risco, sintomatologia e prevenção das doenças mais comuns na terceira idade. As afecções cardiocirculatórias apresentam-se com a maior prevalência. Entre elas a hipertensão arterial, os infartos, anginas, insuficiência cardíaca e AVC’s. Ademais, somam-se as doenças degenerativas como o Alzheimer, osteoporose e osteoartrose; doenças pulmonares como pneumonias, enfisema, bronquites e as gripes são destacadas principalmente nos meses de inverno; ainda os diversos tipos de câncer, diabetes e infecções (Rocha, Leonardo, 2011). O estudo com pacientes de mais de 60 anos da Clínica Integrada FOARUNESP concluiu que 66% da população investigada apresentava pelo menos uma doença crônica, sendo a hipertensão a mais prevalente. A mesma prevalência foi encontrada no estudo com idosos praticantes de atividades físicas no grupo GETI da Universidade do Estado de Santa Catarina. Os 20 dados analisados por meio de análise descritiva constataram maior prevalência de doenças do aparelho circulatório (51,7%), doenças no sistema osteomuscular (37,9%) e problemas endócrinos, de nutrição ou metabolismo (26,2%) em terceiro lugar. Em menor escala, 10,3% dos idosos apresentaram problemas respiratórios e menos de 3%, problemas geniturinários, neoplasias, sistema nervoso, sangue e transtornos mentais. Em adição as doenças relacionadas nos estudos supracitados o Caderno de Atenção Básica ao Idoso do Ministério da Saúde destaca a Depressão como uma doença a ser cuidadosamente tratada na população de idosos. Segundo este referencial a depressão é mais frequente nos anos que precedem à aposentadoria, diminuem na década seguinte e, outra vez, aumentam a prevalência após os 75 anos (BRASIL, 2014). 2.3 ESTILO DE VIDA Sallis e Owen (1999) definem estilo de vida como o conjunto de ações cotidianas que reflete as atitudes e valores das pessoas. Esses hábitos e ações conscientes estão associados à percepção de qualidade de vida que o indivíduo traz consigo. Os componentes do estilo de vida podem mudar ao longo dos anos, mas isso só acontece se a pessoa conscientemente enxergar algum valor em algum comportamento que deva incluir ou excluir, além de perceber-se como capaz de realizar as mudanças pretendidas. De acordo com Freitag (2008), o estilo de vida responde por 53% de todos os fatores que favorecem hábitos saudáveis e, em consequência, levam a maior longevidade. Nas últimas décadas, o estudo dos determinantes das diversas doenças crônico- degenerativas tem aumentado muito, uma vez que afetam a saúde e a qualidade de vida. Essas determinantes são referidas como fatores de risco- sendo modificáveis, ou não - sendo importantes esses estudos para intervir preventivamente, reduzindo a chance de ocorrência de doenças. (Manual técnico de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar, 2009). Um estudo realizado sobre estilo de vida, utilizando-se do pentágono do bem estar no município de Guajará-mirim por Costa, Josielly (2009) com amostra de 45 idosos mostrou que os idosos pesquisados possuem um estilo de vida saudável e a 21 consciência de que através de hábitos saudáveis e uma vida ativa são capazes de atuar no aumento de níveis satisfatórios de saúde e no melhoramento da qualidade de vida. Um estudo com resultado parecido realizado pela Delone (2008) na cidade de Porto Velho com a amostra composta por 19 idosos participantes da reunião da pastora dos idosos da paróquia São Tiago. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário adaptado do pentágono do Bem-Estar de Nahas. Os resultados mostraram que os idosos pesquisados possuem um estilo de vida saudável. Tradicionalmente, faz-se referência a três características principais do estilo de vida associadas (ou determinantes) da saúde individual: características nutricionais, estresse e a atividade física habitual (Vries, 1978 e Nahas 1991). Porém, recentemente propôs-se o “Pentágono do bem estar” (Nahas, 1996), incluindo o comportamento preventivo e a qualidade dos relacionamentos humanos. 2.3.1 Nutrição: Dentre as muitas mudanças ocorridas na sociedade o fator nutricional mudou de uma dieta rica em vegetais e alimentos não processados, para outra centrada em alimentos refinados, industrializados, pobre em fibras, vegetais, legumes e rico em gorduras- principalmente as saturadas e açucares. Essa má alimentação, combinada com a falta da prática de atividades físicas – em particular as nações mais desenvolvidas- tem levado o planeta a surto de obesidade- uma epidemia de abrangência global, segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS. Outras doenças também podem surgir ou se agravar com uma má alimentação como: Diabetes, hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia e outros. A intervenção nutricional do idoso tem papel fundamental na prevenção e controle de enfermidades, diminuindo a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (RG NUTRI, 1992). Associado às alterações decorrentes do envelhecimento, é frequente o uso de múltiplos medicamentos que influenciam na ingestão de alimentos, na digestão, na absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer o estado de saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso. 22 2.3.2 Estresse: Outro fator considerado pela OMS uma epidemia global, é o estresse. Há evidências suficientes de que emoções associadas ao stress são extremamente prejudiciais à saúde e podem até matar! Vários fatores influenciam no estresse como: Violência urbana, degradação do meio ambiente, intolerância entre as pessoas, futuro incerto, entre outros. É preciso que se encontre um ponto de equilíbrio na vida reagindo á situações estressantes com mais tranquilidade e segurança (Nahas, 1997). 2.3.3 Atividade Física: A vida moderna oferece todas as condições para a não realização de esforços físicos. O conforto que inicialmente parecia o caminho para o bem estar absoluto, tem se mostrado como principal causa de doenças, principalmente as hipocinéticas. (pentágono do bem estar). A atividade física ou exercício físico por sua vez, tem um papel fundamental na manutenção da saúde, aumentando a energia, ajudando no desenvolvimento de músculos, reforçando os ossos, reduzindo o stress e prevenindo de doenças cardiovasculares. Leite (2000) complementa afirmando que a atividade física bem estruturada e elaborada para idosos pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os reflexos e adequar os gestos a diferentes situações. A prática responsável e sistematizada de exercícios físicos permite um envelhecimento mais saudável e promissor. Possibilitando aos idosos a realização de suas atividades diárias, com autonomia, independência e por maior espaço de tempo possível. A prática de exercícios físicos de uma maneira geral, contribui para a manutenção das capacidades funcionais, como andar ou agachar, por exemplo, e ajuda a diminuir os riscos causados por uma vida sedentária, homens e mulheres de meia-idade que praticam exercícios regularmente correm menos risco de virem a sofrer de limitações físicas na velhice. Segundo Matsudo (2001), a atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto calórico acima do basal. O exercício físico é definido como 23 uma subcategoria da atividade física que é planejada, estruturada e repetitiva, resultando na melhora ou manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física. A atividade física está apoiada em vários fundamentos científicos. É preconizada como indicador de qualidade de vida em todas as faixas etárias de caráter saudáveis ou comprometidos. Relata ainda a forte associação entre qualidades físicas (entre outras resistências, coordenação, velocidade, força, equilíbrio, flexibilidade, relaxamento, ritmo e agilidade), habilidades motoras (movimentos mais precisos como receber, passar, quicar, arremessar, costurar, cortar, escrever etc.). A atividade física para idosos deve ter os seguintes objetivos: manter a capacidade funcional geral, preservar a integridade musculoesquelética, aprimorar o estado psicológico, prevenir e tratar coronariopatia e o diabetes tipo II. O plano de atividade física deve ter: tipo de exercício (ênfase no movimento aleatório, na flexibilidade e em alguns exercícios de resistência), intensidade (moderada sobrecarga com progressão lenta), duração (com base na capacidade do indivíduo, até sessenta minutos por dia, em múltiplas sessões), frequência (todos os dias com atividades de níveis mais baixos, como caminhar). Os exercícios se forem bem conduzidos, favorecem ás áreas físicas psíquicas e social tais como: composição corpórea (aumenta a massa magra e reduz a massa gordurosa, pois, ajuda na queima de calorias, contribuindo para redução do peso); aparelho cardiovascular central e periférico (aumenta a capacidade do coração e das veias para bombear sangue); perfil lipídico (reduzindo LDL colesterol e triglicerídeos e aumentando o HDL colesterol, que tem efeito protetor sobre a parede arterial); aparelho respiratório (melhorando seu desempenho, aumentando a massa muscular, previne quedas, melhora o equilíbrio, a força muscular, a mobilidade articular, a massa óssea e a coordenação motora, melhora a imagem corporal e ajuda o idoso a ter autoconfiança). As atividades físicas estimulam o crescimento, e o fortalecimento dos músculos. Os músculos, como estão presos nos ossos, estimulam estes a crescerem, a aumentar a massa óssea. Elas também melhoram as condições do coração, da respiração, dando mais fôlego e aumentando a oxigenação do cérebro e do sangue. A pessoa que faz exercícios tem mais disposição, vontade de viver, servindo os exercícios físicos de musculação, acompanhados de exercícios de relaxamento muscular, como poderoso método de tratamento de problemas 24 emocionais e sexuais. As angústias, ansiedade, depressões e fobias podem melhorar com a realização de exercícios leves de músculos e de respiração (KNOPLICH, 2001). Em parte devido ao impacto sobre vários aspectos da saúde física a atividade física regular tem uma importante influência sobre as capacidades funcionais, qualidade de vida e saúde mental do cidadão idoso. Embora o hábito de praticar atividade física regular possa estender o ciclo vital de uma pessoa em um a dois anos, um benefício muito mais importante é o aumento de seis a dez anos na expectativa de vida ajustada ao aumento da qualidade de vida incluem relatórios de maior bem-estar, uma melhora da autoestima e sensação de auto eficácia, bem como uma redução do risco de ansiedade e depressão (SHEPHARD, 1997). Os benefícios da atividade sobre o controle da pressão arterial acontecem por diversos fatores diretos e indiretos da atividade física no organismo e que foram sintetizados assim: alterações cardiovasculares (diminuição da frequência cardíaca de repouso, do débito cardíaco em repouso, da resistência periférica e do volume plasmático, aumento da densidade capilar); alterações endócrinas e metabólicas (diminuição da gordura corporal, diminuição dos níveis de insulina, diminuição na atividade do sistema nervoso simpático, aumento da sensibilidade à insulina, melhora da tolerância à glicose); composição corporal (efeito diurético, aumento da massa muscular, aumenta de força muscular); comportamento (diminuição do estresse, diminuição da ansiedade). A atividade física é um ponto importante na qualidade de vida do idoso. No entanto, o tipo de exercício a ser realizado depende do organismo e da vontade de cada um. Não há nenhuma fórmula predeterminada do que deve ser feito na terceira idade. O idoso precisa olhar para si e ver qual a sua capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, como subir as escadas de um ônibus, carregar panelas de pressão, arrumar camas, abaixar-se para ver o forno, por exemplo, (OKUMA, 1998). A atividade física é um fator fundamental na saúde do idoso. Estudos mostram que pelo menos 70% dos idosos tem um problema de saúde e a atividade física pode ser uma grande aliada do tratamento. A prática da atividade física pode controlar a manifestação e os sintomas de várias doenças, como hipertensão, por exemplo; e reduzir o consumo de remédios. Para isso, é preciso trabalhos com três sistemas do corpo humano: o cardiovascular, o nervoso e o musculoesquelético. 25 A prática de atividade física melhora o andar e o equilíbrio; melhora a auto eficácia; contribui para a manutenção e/ou aumento da densidade óssea; auxilia o controle do diabetes, da artrite, das doenças cardíacas e dos problemas com colesterol alto e hipertensão; melhora a ingestão alimentar; diminui a depressão; reduz as ocorrências de acidentes, pois os reflexos e a velocidade ao andar ficam melhores; contribui na manutenção do peso corporal e melhora da mobilidade do idoso (OKUMA, 2006). 2.3.4 Comportamento preventivo: É tudo aquilo que se pode fazer para evitar ou minimizar danos. Exemplo disso no cotidiano é o uso de cinto de segurança, uso de preservativo, uso de equipamentos de segurança no trabalho, entre outros. Tratando do fator saúde, podemos falar de comportamento preventivo ligado a evitar a ingestão ou moderar na ingestão de bebidas alcoólicas que podem aumentar o risco de câncer, doenças hepáticas, problemas sociais e comportamentais, entre outros. Evitar o fumo, pois aumenta o risco de câncer, problemas respiratórios e cardiovasculares. Não usar drogas também é incluso no comportamento preventivo, pois o uso de drogas podem causar problemas familiares, escolares, perda de trabalho, debilidade física, comportamento antissocial e muitas vezes violento (Nahas, Barros e Francalacci, 2000). 2.3.5 Relacionamentos: A vida humana, por natureza, é assentada em relacionamentos e é preciso estar bem consigo mesmo e cultivar os relacionamentos com outras pessoas para se ter uma vida com real qualidade. Seaward 1997, diz que os relacionamentos podem ser melhorados se exercitarmos: O otimismo, bom humor, criatividade, tolerância, confiança, amor, perdão, curiosidade e outros. Características como hostilidade, cinismo e excessivo individualismo mostraram-se como fortes indicadores de riscos para novos eventos cardíacos, independentemente de outros fatores (Nahas, Barros e Francalacci, 2000). 26 A percepção dos idosos em relação a si próprios e a sociedade são responsáveis por grande parte das dificuldades apresentadas nesta faixa etária. As maneiras distorcidas de como os idosos avaliam a realidade e como a sua identidade é construída são também responsáveis pelo seu afastamento social. Os idosos muitas vezes sentem-se ignorados pela família, amigos, netos e comunidade em geral, isso faz com que eles se isolem do mundo que os cerca, perdendo assim o interesse pelas atividades cotidianas. 3 METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO Esse estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo descrever as características de uma determinada população sem que haja manipulação do mesmo e é de corte transversal, pois foi realizada em um único momento. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população desse estudo foi composta por 16 idosos cadastrados nos dois grupos de Hiperdia da unidade de saúde Leonardo Alves de Souza. A amostra foi constituída a partir dos idosos que participaram da reunião do Hiperdia no dia 06.11.2014, totalizando 16 idosos, sendo 10 do sexo feminino e 6 do sexo masculino com idade variando entre 60 a 80 anos. 3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA Foi utilizado um questionário do Perfil do Estilo de Vida Individual - PEVI (anexo 1) adaptado do pentágono do Bem-Estar de Nahas (1996). O questionário foi 27 composto por quinze questões (fechadas) sobre o estilo de vida dos idosos, destas, três questões envolve nutrição, três analisa o comportamento de risco a saúde ou mesmo o comportamento preventivo, três verifica relacionamento social, três verifica o estresse e três identifica a prática de atividade física. Os idosos tiveram as seguintes opções de respostas: Nunca, raramente, quase sempre e sempre. 3.4 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram analisados através da estatística descritiva usando frequência, gráficos e tabelas que demonstram os índices em percentuais relacionados a cada componente do estilo de vida. 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Apresentam-se neste capítulo os resultados da investigação, assim como sua análise para a resposta a pergunta: Qual o estilo de vida dos idosos cadastrados no Hiperdia da unidade de saúde Leonardo Alves de Souza? 4.1 FATORES RELACIONADOS COM A NUTRIÇÃO Os gráficos 1, 2 e 3 apresentam os resultados referentes a nutrição. No gráfico 1 observa-se que mais da metade dos idosos 56% raramente inclui ao menos 5 porções de frutas e legumes por dia, o gráfico 2 mostra que 38% desses idosos quase sempre evitam alimentos gordurosos (frituras, carnes, gordas) e doces e o gráfico 3 mostra um divisão de 35% dos idosos que raramente e/ou sempre fazem de 4 a 5 refeições por dia. Esses resultados diferem da pesquisa feita por Delone (2008), que obteve o seguinte resultado: Quanto à alimentação diária de frutas 53%dos idosos consomem frequentemente. Todos os idosos incluem diariamente em sua alimentação legumes. Com relação ingestão de alimentos gordurosos 68% responderam que frequentemente evitam alimentos gordurosos. Esses resultados mostraram que os idosos da pastoral são Tiago tem bons hábitos alimentares, ao contrário do resultado da pesquisa com os idosos dos grupos de Hiperdia da unidade básica Leonardo Alves de Souza no município de Vilhena- Ro. 29 Figura 1 – Consumo diário de frutas e legumes. Figura 2 – Ingestão de alimentos gordurosos e doces. 30 Figura 3 – Alimentação completa de 4 a 5 vezes ao dia incluindo café da manhã. 4.2 FATORES RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA Os gráficos 4, 5 e 6 apresentam os resultados da prática de atividade física, O gráfico 4 mostra que 38% dos idosos que responderam ao questionário não realizam atividades físicas por pelo menos 30 minutos, ao menos 5 vezes por semana. Indo contra a recomendação do ACSM (2000) quanto à recomendação ao tempo e repetição que são: Ao menos 30 minutos, de 3 a 5 vezes por semana para prevenir doenças crônicas degenerativas. O gráfico5, mostra que apenas 31% dos idosos realizam exercícios que utilizam força e alongamento muscular. Observa-se no gráfico 6 que 44% preferem utilizarem escadas no lugar do elevador. Esses resultados não condizem com os encontrados por Rogéria (2008) com os idosos da pastoral São Tiago. No qual, 74% dos idosos responderam realizar caminhada por pelo menos 30 minutos consecutivos todos os dias e apenas 16% não caminham. Com relação a prática de exercícios físicos que utilizam força e alongamento 68% fazem frequentemente mostrando que ao contrário dos idosos da presente pesquisa são ativos fisicamente. 31 Figura 4 – Realização de atividade física moderada ou intensa, de forma contínua ou acumulada, 5 ou mais vezes por semana por pelo menos 30 minutos. Figura 5 – Realização de exercícios que envolvam força ou alongamento. 32 Figura 6 – Prática da caminhada como meio e transporte e uso das escadas no lugar do elevador. 4.3 FATORES RELACIONADOS AO COMPORTAMENTO PREVENTIVO Os gráficos 7 e 8 mostram um resultado positivo quanto ao fator preventivo. No gráfico 7 observa-se que 50% dos idosos conhecem sua pressão arterial, os níveis de colesterol e procuram controla-los. O gráfico 8 mostra que 81% dos idosos fumam ou ingere bebidas alcoólicas. Verifica-se no gráfico 9, que 69% dos idosos usam cinto de segurança e respeitam normas de trânsito. 33 Figura 7 – Conhecimento e controle do colesterol e da pressão arterial Figura 8 – Ingestão moderada de bebidas alcoólicas e cigarro. 34 Figura 9 – Uso de cinto de segurança, respeito as normas de trânsito. 4.4 FATORES RELACIONADOS AOS RELACIONAMENTOS Os gráficos 10, 11, e 12 são voltados aos relacionamentos. O gráfico 10 mostra que 69% dos idosos procuram cultivar amigos e dizem estar satisfeitos com seus relacionamentos. No gráfico 11 verifica-se que 38% dos idosos incluem no seu lazer reuniões com amigos, atividades esportivas em grupos e visitam associações. O gráfico 12 demonstra que 44% dos idosos procuram ser ativos na comunidade e se sentem úteis. Flávio Hadad diz que: “Participar na vida comunitária e continuar a ter projetos são fatores essenciais para viver com qualidade.”. A participação ativa do idoso na comunidade ajuda-o a ter uma qualidade de vida melhor. Uma nota lançada na linha Vida e Saúde mostra que o convívio social afasta os idosos da depressão, doença que acomete muitos idosos no mundo. 35 Figura 10 – Satisfação quanto aos relacionamentos e cultivação de amigos. Figura 11 – Lazer incluindo reuniões com amigos, atividades esportivas e participação em associações. 36 Figura 7 – Sentimento de utilidade no ambiente social. 4.5 FATORES RELACIONADOS AO ESTRESSE Os gráficos 13, 14 e 15, são relacionados ao estresse. Observa-se no gráfico 13 que 62% dos idosos entrevistados reservar tempo para relaxar. O gráfico 14 mostra um resultado parecido na porcentagem, 63% dos idosos que participaram da pesquisa disseram que conseguem manter a calma durante uma discussão ou quando contrariados e o gráfico 15, demonstra que 65% dos idosos responderam não fazem a divisão do seu tempo entre relaxar e trabalhar. 37 Figura 13 – Reserva de tempo diariamente para relaxar. Figura 14 – Controle da alteração durante uma discussão. 38 Figura 15 – Equilíbrio do tempo entre trabalho e lazer. 39 5 CONCLUSÃO O estilo de vida segundo Nahas (1997) corresponde ao conjunto de ações habituais que refletem os valores, as atitudes e as oportunidades na vida das pessoas, é composto por comportamentos relacionados à alimentação, aos cuidados com a saúde, aos relacionamentos sociais, ao controle do estresse e ao comportamento ativo. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o estilo de vida dos idosos dos grupos Hiperdia da unidade básica Leonardo Alves de Souza do munícipio de Vilhena- RO. O resultado dessa pesquisa mostrou que os idosos não têm bons hábitos alimentares uma vez que 56% raramente inclui ao menos 5 porções de frutas e legumes, que 30% e 35% desses idosos nunca e raramente respectivamente fazem de 4 a 5 refeições variadas por dia. Com relação à prática de atividade física 44% dos idosos entrevistados nunca realizam exercícios que utilizam força e alongamento muscular e 38% não realizam atividades físicas por pelo menos 30 minutos, ao menos 5 vezes por semana. Não atendendo as a recomendação do ACSM (2000) quanto a prática de atividade física, portanto, estão mais sujeitos a adquirirem doenças crônicas degenerativas. Com relação ao comportamento preventivo ou de risco, 50% dos idosos responderam que conhece sua pressão arterial e os níveis de colesterol e procuram controla-los, 69% dos idosos responderam que usam cinto de segurança, respeitam normas de trânsito e não ingerem bebida alcoólica caso vá dirigir. Em contrapartida 81% dos idosos fumam ou ingere bebidas alcoólicas. O portal Unimed diz que uma pessoa que fuma vive dez anos menos que um fumante, sem contar com os malefícios ao organismo. Em relação aos relacionamentos, 69% dos idosos procuram cultivar amigos e dizem estar satisfeitos com seus relacionamentos, 38% dos idosos incluem no seu lazer reuniões com amigos e visitam associações e se sentem úteis. 40 No último tópico voltado ao estresse, 62% reservam tempo para relaxar, 63% disseram que conseguem manter a calma durante uma discussão ou quando contrariados. Conclui-se que, os idosos dos grupos de Hiperdia da unidade básica Leonardo Alves de Souza do município de Vilhena- RO, não possuem bons hábitos alimentares e são sedentários. Sobre o comportamento preventivo precisam apenas melhorar no fator ingestão de álcool e uso de cigarro, a maioria são fisicamente inativos, mantém bons relacionamentos e sabem controlar o nível de stress. Nesse sentido recomenda-se palestras para informar sobre os ricos da ingestão de bebidas alcoólica, da falta de atividade física para saúde e da importância de uma alimentação saudável. Recomenda-se ainda a inserção de um profissional de educação física no programa hiperdia para reduzir esses fatores negativos do estilo de vida. 6 FONTES CONSULTADAS 41 ALMEIDA L. e SIMÕES M.M Avaliação psicológica: Instrumentos validados para a população Portuguesa, vol. III. Coimbra: Quarteto Editora. BARBOSA, R.M. S. P, Educação física gerontológica.. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. BRASIL, Agência Nacional de Saúde Suplementar, Manual técnico de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar (Brasil). – 3. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: ANS, 2009. BRASIL, Cartilha de Saúde do Idoso. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Diretoria de Ações de Saúde. Secretaria de Estado da Saúde. s/d, 2014. Disponível em: <http://www.doctorfit.com.br/noticias/doencas-mais-comuns-na-terceira-idade-efatores-preventivos>, acessado dia 13.11.2014 ás 09h42min. 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Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) d) Você realiza ao menos 30 minutos de atividades físicas moderadas ou intensas, de forma contínua ou acumulada, 5 ou mais dias na semana? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) e) Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) f) No seu dia-a-dia, você caminha ou pedala como meio de transporte e, preferencialmente, usa as escadas em vez do elevador? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) g) Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlálos? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) h) Você não fuma e ingere álcool com moderação (menos de 2 doses ao dia)? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) i) Você sempre usa cinto de segurança e, se dirige, o faz respeitando as normas de trânsito, nunca ingerindo álcool, se vai dirigir? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) j) Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos.? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) k) Seu lazer inclui reuniões com amigos, atividades esportivas em grupo ou participação em associações? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) 47 l) Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social.? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) m) Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar.? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) n) Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( ) o) Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer? Nunca ( ) raramente ( ) quase sempre ( ) sempre ( )