RAQUEL RIBEIRO DE SOUZA
HEPATITE INFECCIOSA CANINA
RIBEIRÃO PRETO
2011
RAQUEL RIBEIRO DE SOUZA
HEPATITE INFECCIOSA CANINA
Monografia apresentada para a
conclusão
do
Curso
de
Especialização Latu sensu em
Clínica Médica e Cirúrgica em
Pequenos Animais.
Orientador: Prof. Dr. Athos de
Assumpção Pastore
RIBEIRÂO PRETO
2011
ii
S718h
Souza, Raquel Ribeiro de
Hepatite infecciosa canina. / Raquel Ribeiro de Souza. - Dourados:
UNIGRAN, 2011.
21p. : il.
Orientador: Prof. Dr. Athos de Assumpção Pastore
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu –
Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais.
1. Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais. 2. Hepatite viral.
3. Canina. 4. Doença infecciosa.
I. Título.
CDU: 619
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UNIGRAN
Hepatite Infecciosa Canina
RAQUEL RIBEIRO DE SOUZA
Examinadores:
Aprovada em ___/___/___
_______________________________________
Prof.
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Prof.
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Prof.
RIBEIRÃO PRETO
2011
iii
RESUMO
A Hepatite Infecciosa Canina, é uma infecção causada por um agente viral, o Adenovírus canino do
tipo 1 (CAV-1), reconhecido como a causa de necrose hepática aguda em cães. Patologia
caracterizada por febre, anorexia, aumento da sede, congestão, hemorragia das mucosas, vômito,
diarréia, sensibilidade abdominal, conjuntivite, uveíte, fotofobia e relutância a movimentar-se. O
animal poderá vir a óbito muito rápido. A vacinação atualmente é a forma mais eficaz de prevenir esta
doença, pois o tratamento suporte muitas vezes é ineficiente em alguns animais com hemorragia
severa.
Palavras-chave: Hepatite canina, Adenovírus tipo 1, Doença Infecciosa Viral Canina.
iv
ABSTRACT
Infectious Canine Hepatitis is an infection caused by a viral agent, the Canine adenovirus type 1,
recognized as the cause of acute liver necrosis in dogs. Characterized by fever, anorexia, increased
thirst, congestion, hemorrhage of mucous membranes, vomiting, diarrhea, abdominal tenderness,
conjunctivitis, uveitis, photophobia and reluctance to move. The animal can come to death very
quickly. The Vaccination is currently the most effective way of preventing this disease, because
the supportive care is often inefficient in some animals with hemorrhage severe.
Keywords: Hepatitis canine, adenovirus type 1, Canine Viral Infectious Disease.
v
Lista de Figuras
Figura 1 – Histologia de fígado de animal com HIC, corpos de inclusão intranucleares nas células
hepáticas ................................................................................................................................................13
Figura 2 – Necrose de coagulação........................................................................................................13
vi
Lista de tabelas
Tabela – 1 - Hospedeiros canívoros não doméstico de Adenvírus canino tipo 1 (CAV-1) .....................3
vii
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
2 - ETIOLOGIA........................................................................................................................................ 2
3 - RECEPTIVIDADE .............................................................................................................................. 3
4 - IMUNIDADE ....................................................................................................................................... 4
5 - EPIDEMIOLOGIA .............................................................................................................................. 5
6 - PATOGENIA ...................................................................................................................................... 6
7 - ACHADOS HISTOLÓGICOS ............................................................................................................ 7
8 - ACHADOS DE NECROPSIA............................................................................................................. 9
9 - SINAIS CLÍNICOS ........................................................................................................................... 10
10 - DIAGNÓSTICO.............................................................................................................................. 12
11 - TRATAMENTO .............................................................................................................................. 15
12 - CONTROLE E PROFILAXIA......................................................................................................... 16
13 - CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 17
14 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 18
viii
1 - INTRODUÇÃO
A Hepatite Infecciosa Canina (HIC) é uma doença viral, causada por Adenovírus canino 1
(CAV-1) acomete cães e outras espécies das famílias Canidae e Ursidae (INNES & SAUNDERS,
1962; INKELMANN, 2008). Foi uma enfermidade ignorada por muito tempo por ter os sinais clínicos
similares a cinomose, outra doença viral (BIANCHI, 2008; RUBARTH, 1968;). A HCI foi originalmente
descrita por Rubarth 1947, como doença aguda freqüentemente fatal, que causava lesões no fígado,
tecido linfóide e endotélio vascular. Chamado por ele de Hepatite contagiosa dos cães (INKELMANN,
2008; PAY, 1950; PARRY 1950).
Das doenças hepáticas, a HIC é a mais comum nos cães, os sinais clínicos, o curso da
doença, e as características histológicas são altamente similares às características da hepatite
humana (BEER, 1999, BIANCHI, 2008). Cães contaminados pelo vírus podem apresentar: anorexia,
dor abdominal, febre, latidos freqüentes, tonsilite, mucosas pálidas e distúrbios neurológicos. Na
forma aguda da doença os sinais clínicos podem não ser observados e a evolução pode ser de
apenas algumas horas (INKELMANN, 2008).
È difícil o diagnóstico clínico de HIC, devido ao curso superagudo ou agudo da doença e a
pouca especificidade dos sinais clínicos, as formas subagudas, leves e assintomáticas também
podem aparecer (INKELMANN, 2008).
1
2 - ETIOLOGIA
A HIC é causada por CAV-1 pertencente à família Adenoviridae, é um vírus não envelopado,
de DNA de fita dupla, com aproximadamente 70-90 nm (nanômetros) de diâmetro (INKELMANN,
2008; QUINN et al., 2005).
O CAV-1 tem tropismo por endotélio vascular, mesotélio e parênquima hepático, sendo
responsável pelo edema, hemorragia e necrose hepática. São também alvo do vírus as células de
kupffer no fígado e do tufo glomerular (CORDÓN et al., 2002; GIVAN & JÉZÉQUEL, 1969; HERVÁS
et al., 1997; INKELMANN, 2008; PAY, 1950; STALKER & HAYES, 2007).
Localizado na região oronasal e tensolias, o CAV-1 multiplica-se, migrando em direção aos
linfonodos regionais e vasos linfáticos, em seguida atinge os vasos sanguíneos pelo ducto torácico
(GREENE, 2006; INKELMANN, 2008).
Na tonsila, o induz a uma inflamação e pode levar a morte se o edema de laringe for extenso
(INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007). A viremia dura de quatro a oito dias, mas na urina o
vírus é liberado por longos períodos (CULLEN, 2007; INKELMANN, 2008).
É no núcleo das células alvo que o CAV-1 replica, observa-se em cortes histológicos que os
vírions recém montados formam agregados cristalinos demonstráveis como inclusões basofílicas
intranucleares. (INKELMANN, 2008; QUINN et al., 2005). No estudo ultra-estrutural observa-se
pontos de rupturas da membrana nuclear por onde são liberadas partículas virais (GIVAN &
JÉZÉQUEL, 1969; INKELMANN, 2008).
É relativamente elevada à resistência do vírus aos agentes físicos, a perda de atividade é
observada a 37 °C após 26 a 29 dias, e a 60°C após 3 a 5 minutos. Conserva sua contagiosidade até
9 meses a temperatura de geladeira. O intervalo de pH ideal é situado entre 6,0 e 8,5; valores
diferentes inativa o vírus depois de 5 a 10 dias. Quando submetido aos raios ultravioleta, por 2 horas
o vírus torna-se não virulento, porém conserva-se sua capacidade imunogênica (BEER,1999;
BIANCHI, 2008).
O vírus, é resistente a maioria dos desinfetantes comuns, é sensível ao calor, podendo ser
destruído pelo aquecimento entre 56°C a 60°C por 5 minutos, permitindo a desinfecção dos canis e
áreas contaminadas com vapor quente. E´ inativado por composto de amônio quaternário por 10
minutos. Pode sobreviver no ambiente durante dias em temperatura ambiente e meses a temperatura
4°C (BIANCHI, 2008; ETTINGER & FELDMAN, 2004; GREENE, 2006; INKELMANN, 2008).
2
3 - RECEPTIVIDADE
O CAV-1 é patogênico para os caninos, sendo maior a morbidade nos animais de 8 semanas
e 1 ano de idade. Em casos isolados, a doença pode acometer espécies como: raposas, gatos, ursos
e lobos (BEER, 1999, BIANCHI, 2008; INKELMANN, 2008; PARK et al., 2007; WHESTSTONE et al.,
1988; ZARNKE & EVANS, 1989).
Tabela 1- Hospedeiros carnívoros não doméstico de adenovírus canino tipo 1 (CAV-1).
Família
Canidae
Espécie afetada
Raposa –vermelha (Vulpes vulpes)
Raposa–cinzenta(Urocyon cinereoargenteus)
Coiote (Canis latrans)
Lobo (Canis lupus)
Ursidae
Urso-Negro (Ursus americanus)
Urso-polar (Ursus maritimus)
Procyonidae
Guaxinim (Procyon lotor)
Mustelidae
Jeritataca-malhada (Mephitis mephitis)
Lontra-do-rio (Luntra lutra)
FONTE: PARK et al. 2007
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4 - IMUNIDADE
Ocorre imunidade adquirida, quando os animais sobrevivem a uma infecção por vírus da HIC,
persistindo durante um ano. O titulo de anticorpos é elevado, com os contatos posteriores com o
vírus. O colostro transmite anticorpos maternos e protegem os animais jovens por até 3 meses no
máximo (BIANCHI, 2008; SPEE, 2006). Se o animal sobreviver as primeiras 48 horas, há chances de
restabelecimento, e o animal de adquirir imunidade por aproximadamente 12 meses (BIANCHI, 2008;
GREENE, 1990).
Animais com boa imunidade, a doença pode ser sub-clínica, isso é ter um título de anticorpos
neutralizantes ≥ a 1/500 (GREENE, 2006).
Desenvolvem hepatite crônica e fibrose hepática, cães com título parcial de anticorpos < 1/16
e <1/500. A necrose hepática centrolobular ou panlobular disseminada na maioria das vezes são
fatais em cães contaminados e com títulos persistentemente baixos, < que 1/4 (GOCKE et al., 1967;
INKELMANN, 2008).
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5 - EPIDEMIOLOGIA
A HIC esta amplamente disseminada na espécie canina de vários países. Sendo raros os
surtos epidêmicos da doença, e os casos esporádicos podem acontecer em qualquer época do ano
(BIANCHI, 2008; SPEE, 2006).
São mais freqüentes em cães jovens com idade entre um mês e dois anos de vida
(INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007). Foi observado em um levantamento, um maior
nível de anticorpos para CAV-1 no soro de cães acima de 6 meses de idade ( ABLAT & BAKER,
1960; INKELMANN, 2008). Estudos de casos naturais ou experimentais descrevem a doença em
ambos os sexos e variadas raças (INKELMANN, 2008; LARIN, 1958).
O vírus, na fase inicial da doença é encontrado no sangue e eliminado nas secreções ou
excreções tanto por animais clinicamente doentes como também pelos assintomáticos. O vírus, após
a infecção poderá permanecer por aproximadamente 4 meses na urina. Constituem em reservatório
do vírus, os animais covalescentes, curados ou infectados de forma assintomática. O contágio
geralmente é por via oral, pelos alimentos ou fômites contaminados (BIANCHI, 2008; SPEE, 2006).
A letalidade da doença varia de 25% a 40% (BIANCHI, 2008; GREENE, 1990).
5
6 - PATOGENIA
O vírus da HIC é caracterizado como endoteliotrópico, reticulotrópico e hepatotrópico. Penetra
nas amigdalas e epitélio do intestino delgado, sendo difundido pela via linfo-hemática. A multiplicação
do vírus nos estágios iniciais da doença é realizada no sistema histiocitário (SRH) e no endotélio
vascular, e morfologicamente apresentando lesões proliferativas e regressivas e pelo aparecimento
de corpos de inclusão intranucleares THOMSON, 1983).
As lesões endoteliais caracterizam graves transtornos de permeabilidade e circulação. No
fígado, as alterações dos sinusóides levam a processos distróficos no parênquima, devido
inicialmente aos transtornos locais da circulação e posteriormente a ação direta do vírus, resultando
em formação de corpúsculo de inclusão intranucleares (BIANCHI, 2008).
6
7 - ACHADOS HISTOLÓGICOS
São características histológicas, lesões vasculares, com alterações regressivas e, em menor
grau, inflamatórias dos órgãos, principalmente do fígado, com aparecimento de corpos de inclusão
intranucleares com consecutiva destruição celular. O fígado apresenta-se com graves transtornos
circulatórios, e problemas no parênquima, tais como: atrofia por compressão, vacuolização e necrose
de coagulação ou hepatocelulose. Ocorre nas lesões vasculares à formação de exsudato seroso no
espaço Disse e no fígado a ação do vírus nas células hepáticas consistentes em aumento do volume
e retração dos núcleos e formação de corpúsculo intranucleares (BEER, 1999; BIANCHI, 2008).
O figado, de acordo com as alterações de parênquima, pode também apresentar uma
coloração marrom-clara ou avermelhada, superfície granulosa e um claro desenho lobular, com
consistência reduzida, podendo apresentar uma ligeira tumefação pulposo-hiperêmica do baço
(BIANCHI, 2008; SPEE, 2006).
As lesões no fígado também incluem necrose hepática centrolobular a panlobular.
Ao
segundo dia pós-infecção, em geral, com distribuição predominantemente centrolobular (CORNWELL
& WRIGHT, 1969; INKELMANN, 2008).
Na subserosa da vesícula biliar e fígado, nos gânglios linfáticos corporais e satélites dos
distintos órgãos e nos seu arredores, e no tecido intersticial do timo em cães jovens são encontrados
edemas serosos e ou hemorrágicos. Em alguns casos são observados: infiltrado seroso no tecido
conjuntivo subcutâneo, depósitos de fibrina sobre o fígado e intestino, acúmulos de líquido rico em
proteínas, freqüentemente misturado com sangue nas cavidades serosas, petéquias subserosas e
equimoses, sangue na mucosa ou lúmen do tubo digestório e da bexiga urinária (BIANCHI, 2008;
THOMSON,1983).
Inicialmente as Inclusões intranucleares basófilicas ocorrem nas células de Kupffer e posterior
em hepatócitos viáveis ou parcialmente degenerados adjacentes a áreas de necrose (GREENE,
2006; INKELMANN, 2008; JONES et al., 2000).
A maioria das Inclusões intranucleares são arredondadas, ocupa grande diâmetro nuclear,
resultando em marginação da cromatina (INKELMANN, 2008; PARRY, 1950). Denominado de
inclusão intranuclear de Cowdry tipo A (INKELMANN, 2008; WARD et al., 1971).
As Inclusões intranucleares podem ocorrer na maioria dos órgãos (CORNWELL & WRIGHT,
1969; INKELMANN, 2008). O tipo de célula que desenvolve a inclusão pode estar associada à via de
inoculação (INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007).
Nos cães aparecem além de nos hepatócitos, células de Kupffer e células sinusoidais
hepáticas, nos endotélios de muitos órgãos, em alguns casos nos epitélios da vesícula biliar,
brônquios e túbulos renais, quase sempre, nas células do SRH (BEER, 1999; BIANCH, 2008).
È nas células endoteliais do glomérulo renal, o principal local de ocorrência de Inclusões
Intranucleares (INKELMANN, 2008; JONES et al., 2000; STALKER & HAYES, 2007).
Em alguns casos de nefrite local intersticial, o vírus da HIC esta presente na gênese. Em
cães, há possibilidade desse quadro ser completado com icterícia (BIANCHI, 2008; GREENE, 1990).
7
Em cães infectados que sobreviveram à doença, há descrição de nefrite intersticial com
predomínio de linfócitos e plasmócitos (INKELMANN, 2008; WIGTON et al., 1976).
Histopatologicamente o baço apresenta degeneração fibrinóide na muscular de artérias com
inclusões intranucleares basofílicas em células endoteliais e geralmente a aparência macroscópica
está normal; há necrose e depleção linfóide dos linfonodos, edema, hemorragia e degeneração
(INKELMANN, 2008; WIGTON et al., 1976).
Há poucas inclusões intranucleares no endotélio corneal, mas observado em dois cães no 6°
e 7° dias pós-infecção, numerosos inclusões intranucleares; e há presença de inclusões
intranucleares na trabécula e na irís (CARMICHAEL, 1964; INKELMANN, 2008).
As alterações no encéfalo podem estar ausente, mas quando presente são exclusivamente
secundárias à injuria vascular (INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007). Incluem células
endoteliais tumefeitas, descamadas em vasos meníngeos com inclusões intranucleares. São
experimentalmente descritos ao 3° dia pós-infecção, vasculite necrosante de pequenas arteríolas e
capilares de tálamo, ou hemorragia perivascular (CORNWELL & WRIGHT, 1969; INKELMANN,
2008).
São também descritos, inclusões intranucleares basofílicas em células endoteliais,
hemorragia perivascular e congestão vascular nas meningites (CORNWELL & WRIGHT, 1969;
INKELMANN, 2008; PURSELL et al., 1983).
Em determinadas ocasiões observa-se no sistema nervoso central, extravasamento de
líquido, e raramente lesões hipoxêmicas das células ganglionares e reações inflamatórias (BIANCHI,
2008).
8
8 - ACHADOS DE NECROPSIA
As lesões observadas incluem petéquias e equimoses disseminadas, fígado aumentado de
volume, com aspecto moteado e recoberto por película de fibrina, na cavidade abdominal presença
de líquido serossanguinolento e fibrina, tonsilas aumentadas e avermelhadas, os linfonodos
congestos, edematosos e hemorrágicos. Constantemente a parede da vesícula biliar está espessa
por edema. Quando a quantidade de fibrina é extensa pode provocar aderência de vísceras na
parede abdominal (CORNWELL & WRIGHT, 1969; CULLEN, 2007; GREENE, 2006; INKELMANN,
2008; JONES et al., 2000; STALKER & HAYES, 2007).
Podem ocorrer hemorragias no pulmão, timo e em menor incidência no encéfalo ao nível de
tálamo, mesencéfalo, tronco encefálico e cerebelo (CORNWELL & WRIGHT, 1969; GREENE, 2006;
INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007).
Observa-se no intestino, hemorragia na subserosa e petéquias na mucosa. No estômago
líquido sanguinolento e a mucosa com petéquias e congesta (INKELMANN, 2008; WIGTON et al.,
1976).
9
9 - SINAIS CLÍNICOS
A doença quando observada em cães adultos, com evolução leve é caracterizada pela
presença de febre não muito alta, apatia e inapetência. Em cães jovens podem ocorrer morte
repentina caracterizando o quadro superagudo. Neste caso devido à evolução rápida, quase sempre
suspeitam de envenenamento (BIANCHI, 2008; GREENE, 1990).
Na sua forma aguda, que tem duração de 2 a 7 dias, a HIC, tem período de incubação de 2 a
5 dias. Após ocorrer o aumento da temperatura, a 40°C a 41°C, e apatia, seguem-se a inapetência,
sensação crescente de sede, com vômitos e, freqüentemente diarréia, que em alguns casos pode ser
sanguinolenta (BIANCHI, 2008; GREENE, 1990).
Um sintoma freqüente é a dor abdominal na região xifóide. Na maioria dos casos ocorre
hiperemia e tumefação das amígdalas, o tempo de coagulação esta aumentado, com a evolução da
doença a glicose sanguínea diminui, existe em determinados casos fluxo nasal e lacrimal. Pode
aparecer nos animais em convalescência, opacidade ou enturbecimento edematoso da córnea,
geralmente unilateral, que remite quase sempre espontaneamente. Iridociclite e queratite
parenquimatoso pode ocorrer na doença sub-aguda (BIANCHI, 2008).
Animais afetados podem apresentar, hemorragia e necrose vascular devido a lesão do vaso
do encéfalo, culminando em morte precedida por sinais nervosos. Relatos de encefalite são
geralmente em filhotes com poucas semanas a poucos meses de vida (CAUDELL et al., 2005;
DECARO et al., 2006; INKELMANN, 2008).
Os sinais nervosos da doença aguda em filhotes incluem: ataxia, vocalização, letargia,
pressão de cabeça, andar em círculos e cegueira (CAUDELL et al., 2005; INKELMANN, 2008).
Depressão, desorientação, estupor, coma e ataques convulsivos podem ocorrer resultante de
encefalopatia hepática de hipoglicemia ou de encefalite não-supurativa (BIRCHARD & SHERDING,
2003; TANENO et al., 2008).
Em casos naturais e experimentalmente ocorrem hemorragias multifocais na pele e
membranas mucosas, sangramento constante em locais de punção venosa (INKELMANN, 2008;
WIGTON et al., 1976).
Na doença aguda é incomum a icterícia (HODGMAN & LARIN, 1953; INKELMANN, 2008;
PARRY, 1950; SWANGO, 1997), mas observada em cães que sobrevivem a fase fulminante da HIC
(GREENE 2006; INKELMANN, 2008 JONES et al., 2000). Experimentalmente, foi observada a
icterícia 96 horas pós-inoculação em filhotes infectados com o CAV-1 (WIGTON et al., 1976). Raro
ocorrer edema subcutâneo grave da cabeça, pescoço e aspectos ventrais do tronco (INKELMANN,
2008; JONES et al., 2000; WIGTON et al., 1976).
Cães
recuperados
da
doença
leve
desenvolvem
uveíte
por
complexo
imune
(hipersensibilidade tipo III ou reação de Arthus), resultando em edema corneal, clinicamente
conhecido como “olho azul”, devido a degeneração e necrose endotelial (CULLEN, 2007; DECARO et
al., 2006; INKELMANN, 2008), e uveíte anterior com blefaroespasmo, miose, inflamação e glaucoma
(BIRCHARD & SHERDING, 2003; TANENO, et al., 2008).
10
Cães que sobrevivem ao período virêmico agudo, apresentam sinais clínicos de apatia,
anorexia, vômito e diarréia com ou sem sangue, avermelhamento e aumento de volume das tonsilas,
associado com laringite e faringite, dor abdominal e hepatomegalia são sinais da doença aguda
(JONES et al., 2000).
11
10 - DIAGNÓSTICO
Devido à variabilidade dos sinais clínicos, que é pouco característico o diagnóstico da HIC
não é fácil de ser estabelecido. Há dificuldade no diagnostico diferencial entre as formas de evolução
leve dessa doença e da cinomose. Com intenção de identificar anticorpos específicos ou do próprio
vírus, vários métodos foram testados, para confirmar o diagnóstico no animal vivo (BIANCHI, 2008;
GREENE, 1990).
A inoculação de material suspeito em culturas de tecido renal de cão, demonstração de
anticorpos fluorescentes em impressões obtidas das amígdalas e histologia de inclusões nucleares
em material de biopsia hepáticas são possibilidades de diagnostico precoce (SPEE, 2006).
O exame hematológico necessita de cuidados de interpretação, pois de inicio são
semelhantes a todas as viroses: leucopenia que ao baixar a febre é convertida em leucocitose.
Somente na fase inicial da HIC apresenta a leucopenia, o que difere da cinomose, sendo nesta desde
do inicio presente a leucocitose. No entanto, se o animal com HIC resistir por um período mais longo,
a leucocitose também estará presente (BIANCHI, 2008; SPEE, 2006).
È´encontrado alterado, nos animais acometidos, o mecanismo de coagulação sanguínea,
com aumento do tempo de sangramento, o que não acontece na cinomose. A velocidade de
sedimentação do sangue encontra-se aumentada. Animais que adoecem com menos de 8 semanas
de vida com sinais repentino e muitas vezes violento, existe a suspeita de HIC. Os sinais são
amigdalite, febre, enfarto dos gânglios linfáticos cefálicos, incluídas amigdalas, conjuntivites serosa e
não purulenta, com rinites, além albuminúria inconstante (BIANCHI, 2008; ETTINGER & FELDAMAN,
2004).
Experimentalmente inoculando CAV-1 em cães, foram observadas alterações laboratoriais
como trombocitopenia, função plaquetária anormal, tempo de protrombina prolongado, depressão da
atividade do fator VIII da coagulação e aumento dos produtos de degradação da fibrina (WIGTON et
al., 1976).
Muitas doenças infecciosas podem manifestar como primeiro sintoma, ou único, lesões
oculares. Portanto o diagnóstico da uveíte torna-se muito importante na descoberta da doença
infecciosa que esta acomentendo o animal (PONTES, et. al. 2006).
O turvamento da córnea é na maioria dos casos de curso leve. De grande importância tem a
hepatomegalia, com dor à palpação, e a esplenomegalia. Sendo desfavorável o prognóstico quando
presentes a icterícia e hipotermia (BIANCHI, 2008; ETTINGER & FELDMAN, 2004).
Geralmente, é somente após a morte do animal, que o diagnóstico é confirmado. Realizado a
necropsia as observações são geralmente critérios e dados suficientes para estabelecer um
diagnóstico provável, mas que precisa ser confirmado histologicamente, com corantes nucleares, a
presença de corpos de inclusão intranucleares nas células hepáticas e endoteliais. Figura 1 E 2
(BIANCHI, 2008; ETTINGER & FELDMAN, 2004).
12
Figura 1 - Histologia de fígado de animal com HIC, corpos de inclusão
intranucleares nas células hepáticas.
FONTE: ETTINGER & FELDMAN, 2004
Figura 2 - Histologia de fígado, necrose de coagulação.
FONTE: ETTINGER & FELDMAN, 2004
13
A associação de sinais clínicos, histopatológico e necropsia, são utilizados para diagnosticar
a HIC, métodos de técnica de reação de polimerase em cadeia (PCR) pode detectar baixo número de
cópias de DNA pois é especifica e altamente sensível (CHOUINARD et al., 1998; INKELMANN,
2008), isolamento viral das secreções da orofaringe, urina, fezes e sangue no período febril da
doença, e por
longos períodos após o início da infecção na urina (SWANGO, 1992),
Imunofluorescência, demonstrando antígenos de CAV-1 em cortes histológicos ou em lâminas de
impressão de tecidos dos rins e fígado, colhidos na necropsia (INKELMANN, 2008; SWANGO, 1992),
Microscopia Eletrônica observa-se tanto dispersas ou em grupos com formações cristalinas, formadas
de proteínas, podendo ocorrer rupturas e membrana nuclear e nessas áreas são liberada partículas
de vírus para o citoplasma (GIVAN & JÉZÉQUEL, 1969; INKELMAN, 2008), em filhotes com doença
aguda observou-se nas células glomerulares a replicação do vírus (HERVÁS et al., 1997;
INKELMANN, 2008) e a Imunohistoquímica utilizada em muitos laboratórios veterinários auxiliando
no diagnostico e pesquisas .
Demonstra antígenos dentro de tecidos com a utilização de anticorpos específicos (RAMOSVARA, 2005). No entanto ocorrendo a HIC naturalmente ou experientalmente a confirmação do CAV1 é feita pela Imunohistoquímica (CAUDELL et al., 2005; INKELMANN, 2008; RAKICH et al., 1986).
Um estudo experimental realizado em cervos demonstrou que a técnica de Imunohistoquímica
resultou em imunomarcação em células do endotélio vascular de vários órgãos como tonsilas,
pulmão, rim, língua, mucosa oral, rúmen, íleo e cólon (INKELMANN, 2008; WOODS et al., 1999).
14
11 - TRATAMENTO
Medidas terapêuticas são realizadas no tratamento da HIC, com intuito de melhorar a
insuficiência vascular e os transtornos funcionais circulatórios e hepáticos. Medicação reconstituinte
para o fígado, aplicações parenterais de soro glicofisiológico em altas doses, vitaminas do complexo
B, vitamina K, indicada para melhorar a coagulação sanguínea (BIANCHI, 2008; GREENE, 1990).
Na encefalopatia hepática suplementar com potássio e dextrose, e antibióticoterapia nas
complicações bacterianas secundárias (ETTINGER & FELDMAN, 2004; TANENO, et.al., 2008).
Terapia com anti-soro no estágio inicial febril e nas fases posteriores, para inibir a
disseminação do vírus no organismo, não é ainda comprovado sua eficácia (BIANCHI, 2008;
GREENE, 1990).
15
12 - CONTROLE E PROFILAXIA
Em muitos países, com a utilização da vacinação a HIC tem se tornado rara, mas há relatos
de surtos esporádicos (CAUDELL et al., 2005; DECARO et al., 2006; INKELMANN, 2008; PRATELLI
et al., 2001). Muitos cães adquiram o vírus até os dois anos de vida e sofrem infecção inaparente ou
doença febril leve com faringite e tonsilite, em locais onde não ocorre a vacinação no controle da
doença (INKELMANN, 2008; STALKER & HAYES, 2007).
Para a imunização à longo prazo existe a sorovacinação, que hoje é pouco utilizada por
acarretar risco a vida do animal. O soro ou gamaglobulina imune homólogos ou heterólogos,
preparados com valor bivalente ou trivalente (simultaneamente contra a cinomose e leptospirose),
exercem um efeito protetor imediato, limitado há duas semanas (BIANCHI, 2008; BOOMKENS, 2005).
Devida a rápida diminuição do título, a aplicação do vírus inativado em forma de vacina
formalizada, preparada com extratos de órgãos ou culturas de tecidos, deve ser repetida com
intervalos de meio ano ou de um ano. As vacinas vivas, com vírus atenuado, confere uma proteção
imunitária duradoura, adquiriram grande difusão, podendo causar reações hiperégicas transitórias
nas córneas e íris de uma a três semanas pos infecção. As vacinas vivas e inativadas foram
combinadas com o vírus da cinomose modificada, mantido por passagens sucessivas em embriões
de galinha ou em culturas de tecidos e com vacinas inativadas de leptospirose com sorovares
Canicola e Icterohaemorrhagiae, com a utilização de um componente inativado da HIC, sendo
promissor e potencializando os efeitos do resultado total da vacina. Podendo ser realizada o esquema
de vacinação na 7 a 9 semana de idade. Não e observada a anulação da imunidade por anticorpos
maternos, na administração de vacinas inativadas (BIANCHI, 2008; BOOMKENS, 2005).
Segundo a legislação do Conselho Regional de Medicina Veterinária, a vacina deve ser
aplicada por Médico Veterinário, devidamente registrado no Conselho. A vacina administrada contra
HIC é a décupla, a qual protege o cão contra a Cinomose, Hepatite Infecciosa, Laringotraqueíte,
Parainfluenza, Coronavirose e quatro tipos de leptospirose. A vacina Décupla é aplicada na 6°
semana de vida, repetida sua dose nas 9°, 12°, 15° ( opcional, a critério do médico veterinário) e 18°
semana ( opcional). E repetida anualmente, para uma imunização máxima do animal (BIANCHI,
2008).
16
13 - CONCLUSÃO
A hepatite Infecciosa Canina (HIC), freqüentemente tem curso clínico agudo ou superagudo,
tem prevalência baixa e afeta principalmente cães jovens de até dois anos de vida. Outros vírus
foram observados em infecções concomitantes com o CAV-1, como exemplo o vírus da cinomose. O
CAV-1 tem tropismo por hepatócitos, células e retículos endoteliais. Anatomopatológicamente os
principais achados são necrose hepatocelular aleatória ou centrolobular e hemorragias associadas às
lesões endoteliais. A vacinação correta e o cuidado com a desinfecção e higiene dos locais onde os
animais vivem, com vapor quente, vassouras de fogo e desinfetantes a base de amônia quaternária e
eliminando os fômites são fatores determinantes na não ocorrência da doença.
17
14 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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