PERCEPÇÕES DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS DIANTE DA
PERDA DA FÍSTULA ARTÉRIO-VENOSA
Juciara de Santana Silva1
Ana Márcia Chiaradia Castilho Mendes2
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa qualitativa com o objetivo de conhecer as percepções apresentadas
pelos clientes renais crônicos diante da perda da fístula artério-venosa num Centro de
Tratamento de Doenças Renais no município de Jequié-BA. Os dados foram coletados de 15 a
23 de Agosto de 2010. As percepções expressas pelos entrevistados demonstraram como o
tratamento é difícil, em uma vivência marcada por desafios, revelações e esperanças,
empreendendo uma luta constante para vencer dificuldades, mas com capacidade de
transcender o sofrimento. Destaca-se a liberdade em estar com a fístula e na sua perda os
sentimentos são de tristeza, insegurança e medo da morte. Por outro lado, o vínculo e a
segurança estabelecidos com a equipe de saúde, reforçando seu compromisso social e ético
em relação a co-responsabilidade, envolvimento, diálogo e espírito participativo funcionaram
como suporte no enfrentamento da perda. Com esses resultados reforça-se a importância de
perceber cada pessoa como um ser único, singular, apresentando a sua maneira peculiar de
conviver e superar a perda da fístula artério-venosa.
PALAVRAS-CHAVES: Cliente Renal Crônico; Hemodiálise; Fístula Artério-Venosa.
ABSTRACT
This is a qualitative study aiming to ascertain the perceptions presented by clients with
chronic renal failure due to the loss of arteriovenous fistula in a Treatment Center Kidney
Disease in Jequié-BA. Data were collected from 15 to 23 August 2010. The perceptions
expressed by respondents were as treatment is difficult, an experience marked by challenges,
discoveries and hopes, waging a constant struggle to overcome difficulties, but with the
capacity to transcend suffering. Noteworthy was the freedom to be with the fistula and its loss
are feelings of sadness, insecurity and fear of death. Moreover, the link with the established
safety and health staff, strengthening their social and ethical commitment towards coresponsibility, commitment, dialogue and participative acted as support in coping with the
loss. With these results reinforces the importance of understanding each person as a unique,
singular, with its peculiar way of living and overcoming the loss of arteriovenous fistula.
Keywords: Chronic Renal Client; Hemodialysis; Arterio-Venous Fistula.
1
Especialista em Enfermagem em Nefrologia.
Universidade Castelo Branco
Atualiza
Email: [email protected]
2
Mestre em Enfermagem
2
1 INTRODUÇÃO
A falência da função renal ocorre devido o acúmulo de substâncias tóxicas e líquido
acumulados no sangue, podendo evoluir para uma insuficiência renal crônica. A hemodiálise
é o tratamento indicado para remover essas substâncias e o excesso de líquido. Para a
realização deste tratamento, existem dois acessos: um definitivo que é a fístula artério-venosa
(FAV) e o outro provisório, que é o cateter duplo lúmen, o qual, pode ser implantado na
região jugular, subclávia e femural. Enquanto que a FAV é confeccionada no membro
superior de menor dominância para o cliente, a fim de evitar a restrição da mobilidade do
mesmo, e consequentemente a perda do acesso vascular. Esse tipo de acesso é indicado
somente para pacientes renais crônicos (FERMI, 2003).
A fístula artério-venosa consiste em uma anastomose subcutânea de uma artéria com
uma veia. Ao longo de vários meses, o ramo venoso da fistula se dilata e suas paredes se
expressam, permitindo a inserção repetida das agulhas de diálise. O ideal é que esta fístula
seja confeccionada de dois a seis meses antes do inicio da hemodiálise. Uma vez
confeccionada precisa de, no mínimo trinta dias para amadurecimento e ser utilizada,
entretanto sessenta dias seria o tempo ideal.
Habitualmente, a FAV não deveria ser utilizada antes desse período, mas na realidade
existem situações clinicas que exige o seu uso precoce. Deve permitir um bom fluxo arterial
(fluxo médio de 300 ml/min), um acesso fácil à punção e favorecer posição confortável ao
cliente durante a hemodiálise, evitando dessa forma complicações isquêmicas distais (mão
fria com formigamento).
Na prática, tenta-se cumprir as determinações exigidas e pautadas em recomendações
aprovadas na literatura para evitar a perda da FAV. Só que às vezes isso não ocorre, trazendo
conseqüências físicas e psicológicas para o cliente, visto que, a hemodiálise é um tratamento
que causa sofrimento, tornando-o frágil emocionalmente. Alguns trabalhos pesquisados
(ALMEIDA, 1994; BELLODI, 1994; BORGES e MARTINS, 2001; CAYRES e GIÓIAMARTINS, 2001) chamam atenção para a incidência de mal estar emocional no paciente em
tratamento hemodialítico, em decorrência de seu mal estar físico. Para Almeida (1994), as
perdas reais e imaginárias em torno da doença, associadas ao risco de morte, suscitam
sentimentos de impotência e desamparo frente a esta situação. Neste contexto, observa-se
também conflitos e dificuldades de ordem psicológica.
3
A percepção do portador de insuficiência renal crônica em relação à perda da FAV
pode ser conhecida pela equipe que lhe assiste através de atitudes, gestos e palavras. Diante
do exposto o interesse da autora em conhecer a percepção demonstrada por seus pacientes
deve-se a sua experiência em acompanhá-los como enfermeira assistencial, em sala de diálise
por oito anos. Neste contexto a mesma pode perceber a angústia transparente expressa nas
diversas formas, como medo da morte, ansiedade, estresse, depressão, desespero, falta de
esperança, refletindo na qualidade de vida.
Nesse sentido, sabe-se que estes clientes tem uma vida com limitações e restrições
várias, as quais, afetam consideravelmente a qualidade de vida principalmente por ser um
tratamento por tempo indeterminado. As percepções apresentadas pelos mesmos são
importantes que sejam conhecidas por toda a equipe para compreendermos melhor as reações
observadas durante o tratamento. Essa é uma contribuição que trará respaldo ao processo de
cuidar no que se refere ao plano terapêutico individual.
Esta pesquisa tem como objetivo geral conhecer as percepções apresentadas pelos
pacientes renais crônicos diante da perda da fístula artério-venosa num Centro de Tratamento
de Doenças Renais no município de Jequié-BA.
Objetivos específicos:
Identificar percepções expressas pelos pacientes renais crônicos mediante a perda da
fistula artério-venosa;
Ressaltar ações específicas de apoio ao paciente renal crônico frente à perda da fístula
artério-venosa numa perspectiva de minimizar as conseqüências advindas da mesma.
2 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
2.1. TIPO DE PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa também caracterizada como descritiva
exploratória, a qual, possibilita conhecer a realidade do objeto de estudo (percepções
expressas pelos pacientes portadores de distúrbio renal crônico com a perda da fístula artériovenosa). Segundo Oliveira (1998) a pesquisa descritiva: “O trabalho descritivo visa abranger
aspectos gerais e amplos de um contexto social de tal forma a possibilitar o desenvolvimento
4
de um nível de analise que permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua
ordenação e classificação”.
O método qualitativo geralmente é empregado em pesquisas voltadas a sentimentos,
emoções, expectativas, valores. Conforme Oliveira (1998, p. 117)
As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem facilidade de poder
descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a
interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos
experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de
mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em
maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos
comportamentos ou atitudes dos indivíduos.
O método qualitativo permite ainda, que o investigador entre em contato direto e
prolongado com os indivíduos ou grupos humanos da pesquisa com o ambiente e situação que
está sendo investigada permitindo assim, uma maior aproximação com o informante
(MARCONI; LAKATOS, 2004).
2.2 CENÁRIO DA PESQUISA
Segundo Cruz Neto (2003) o campo de pesquisa é o recorte que o pesquisador faz em
termo de espaço representando uma realidade empírica a ser estudada a partir das concepções
teóricas que fundamentam o objeto de investigação.O Campo de estudo desta pesquisa foi o
Centro de Doenças Renais de Jequié- CDRJ, que fica localizado na Rua Bertino Passos, 124,
Centro, no município de Jequié-Ba. Este Centro tem o seu funcionamento baseado na
resolução – RDC nº 154 de Junho de 2004 que estabelece o regulamento técnico para o
funcionamento dos serviços de diálise.
Fundada em 22 de Abril de 1996 por três médicos nefrologistas, atendendo a uma
clientela conveniada ao Sistema Único de Saúde - SUS, demanda esta pertencente a 13ª Dires.
Atualmente atende 234 clientes residentes em Jequié e cidades circunvizinhas.
2.3 SUJEITO DA PESQUISA
A amostra foi composta por 10 pacientes portadores de IRC (Insuficiência Renal
Crônica) que realizam sessões de hemodiálises no Centro de Doenças Renais de Jequié, de
ambos os sexos e de idades variadas.
5
2.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O instrumento utilizado foi a entrevista semi-estruturadas composta por questões
objetivas e subjetivas direcionadas a problemática do objeto de estudo.
Para Gil (1999), um questionário é um instrumento composto por um número mais ou
menos de questões apresentadas por escritos ás pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de
opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas e etc.
A entrevista foi realizada antes do procedimento hemodialítico assim como, o esclarecimento
aos clientes sobre o tema fistula artério-venosa.
A entrevista representa um dos instrumentos básicos para a coleta de dados e como diz
Marconi e Lakatos (2004, p. 278).
Trata-se de uma conversa oral entre duas pessoas, das quais uma delas é o
entrevistador e a outra o entrevistado. O papel de ambos pode variar de
acordo com o tipo de entrevista. Todas elas têm um objetivo, ou seja, a
obtenção de informações importantes e de compreender as perspectivas e
experiências das pessoas entrevistadas.
A entrevista se configura como uma conversação efetuada face a face, de maneira
metódica que visa proporcionar resultados satisfatórios e informações necessários à pesquisas
(MARCONI; LAKATOS, 2004).
2.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Após a apreciação e aprovação desta pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB, foi encaminhado a direção do Centro
de Doenças Renais de Jequié o ofício solicitando a autorização para dá inicio a coletas de
dados. Após a autorização partimos para posterior coleta de dados. Ao chegar ao Centro de
Doenças Renais de Jequié - CDRJ, me apresentei ao diretor da instituição que foi informado
quanto ao tema da pesquisa e seus objetivos. Os dados foram coletados de 15 a 23 de Agosto
de 2010.
Durante o processo de construção deste artigo foram consideradas as determinações da
resolução 196/96 do Conselho Regional de Saúde (Brasil MS, 1997), a qual regulamenta
pesquisa envolvendo seres humanos. Portanto os participantes desta pesquisa foram
informados sobre a garantia do sigilo e quanto ao Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (APÊNDICE A), o qual foi assinado por todos os participantes desta pesquisa.
6
2.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
As informações colhidas nesta pesquisa serão avaliadas por meio da técnica de análise
de conteúdo segundo Bardin (1977, p. 31)
A técnica da análise dos dados baseia-se no método da analise do conteúdo que é um
conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam os “discursos”
extremamente diversificados. Seu objetivo consiste na manipulação de mensagens
(conteúdo e expressão desse conteúdo), para evidenciar os indicadores que permitam
inferir sobre outra realidade que não da mensagem.
Utilizada atualmente para estudar e analisar material qualitativo, buscando melhor
compreensão de uma comunicação ou discurso aprofundando e suas características
gramaticais e ideológicas, além de extrair os aspectos mais relevantes. Portanto pretendemos
utilizar a análise temática, pois é transversal, isto é recorta o conjunto das entrevistas através
de uma grelha de categorias projetada sob os conteúdos.
2.7 QUESTÕES ÉTICAS
Respeitando os preceitos éticos para a pesquisa com seres humanos, considerou-se a
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que preconiza diretrizes, normas e
regulamento para pesquisas onde seres humanos são envolvidos. A pesquisa contou com a
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, segundo protocolo nº 108/2010.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1
BREVE
HISTÓRICO
DO
ACESSO
VASCULAR
PARA
A
TERAPIA
HEMODIALÍTICA:
Desde os primórdios da diálise a limitação das opções com relação ao acesso vascular
foi motivo de preocupação para profissionais, pacientes e familiares. Nos pacientes sem
acesso vascular demandando diálise de urgência se faz necessário a provisão de um acesso
temporário até a confecção e maturação da fístula artério-venosa. Isso ocorreu por volta dos
anos 60 e durante algum tempo este acesso temporário era representado pelo Shunt de
7
Scribner3 permitindo que pacientes urêmicos fossem tratados cronicamente. (QUINTON;
SCRIBNER apud RIELLA, 2008).
Ainda nos anos 60, foi criado um acesso através da anastomose interna de uma artéria
a uma veia, considerado hoje o melhor acesso vascular para pacientes em hemodiálise, a
fistula arterio-venosa primária ou nativa (BRESCIA; CIMINO, apud RIELLA, 2008).
A fístula artério-venosa nativa é a que parece melhor preencher estes critérios.
Realizada em ambiente cirúrgico é na maioria das vezes sob anestesia local, a fístula artériovenosa pode ser confeccionada através de anastomose entre a artéria radial e a veia cefálica, a
braquial e a cefálica ou a braquial e a basílica, preferencialmente no membro não dominante.
Em meados dos anos 70 começaram a surgir no mercado os cateteres que viriam a ter seu uso
consolidado neste contexto. Apesar dos avanços no tratamento da insuficiência renal crônica
ainda hoje o acesso vascular continua sendo considerado por muitos “o calcanhar de Aquiles
do nefrologista” (RIELLA, 2008). Esta realidade ainda se faz presente em muitas salas de
diálise, onde pode-se observar pacientes com dificuldade de acesso artério-venoso.
Nos últimos anos vários trabalhos têm sido publicados associando menores doses de
diálise, avaliada através de medidas KT/V (Clerance de Creatinina) onde é dosada o nível de
depuração e retirada de substâncias tóxicas. Sabe-se que a eficiência da diálise depende de um
fluxo sanguíneo adequado, o acesso vascular, a fístula artério-venosa nativa é a que tem
apresentado melhores resultados a médio e longo prazo de sobrevida, com uma potência em
cerca de 71% em 1 ano e 57% em 5 anos.
No Brasil e na Europa este acesso é considerado como a primeira opção e conforme a
literatura, é utilizada por cerca de 80% a 90% dos pacientes em programa hemodialítico, nos
Estados Unidos apenas 20% a 30% dos pacientes são dialisados através da fístula artériovenosa, mesmo diante da possibilidade de surgir alguma complicação (RIELLA 2008).
As principais complicações da fístula artério-venosa nativa são as falências primárias,
observadas pelo mau funcionamento antes de sua utilização, sendo também consideradas a
estenose e a trombose secundária. Todas estas contribuem para a redução parcial ou total do
fluxo. Observa-se com maior freqüência que pacientes idosos e diabéticos são propensos a
apresentar falência primária ou secundária da fístula artério-venosa (RIELLA 2008).
No ato da punção alguns cuidados devem ser considerados como Anti-sepsia: o
membro da fístula artério-venosa deve ser limpo com povidine degermante, clorexidine e
3
Dispositivo que consistia em dois ramos, um inserido na artéria radial e outro na veia umeral, cujos seguimentos externos
eram anastomosados através de um conector dando origem a uma fistula artério-venosa acessível.
8
álcool a 70%. Usar técnica asséptica durante a punição; Alternar os pontos de punção: o local
de punção deve ser variado constantemente para evitar a formação de aneurismas; Punção
arterial: A punção do ramo arterial deve ficar afastada 3 cm de anastomose, evitando
trombose da fistula.
Punção venosa: As punções dos ramos arterial e venoso devem ficar afastadas 5 cm
uma da outra, evitando a recirculação sanguínea; Fixação das agulhas: as agulhas devem ser
bem fixadas para evitar traumatismos e sangramentos; Extravasamento sanguíneo: no caso de
extravasamento de sangue durante a punção ou durante a hemodiálise, comprimir o local e
usar gelo; os curativos devem ser compressivos feitos no local após punção e mantidos secos
e limpos, jamais circulares (FERMI, 2003).
Outra opção para o acesso hemodialítico seria a prótese que é utilizada em pacientes
nos quais várias tentativas de uma fístula artério-venosa nativa foram mal sucedidas, mais
freqüentes em pacientes idosos e diabéticos geralmente essas próteses são implantadas no
membro superior, formando uma alça na dobra do cotovelo ou ligando a artéria radial a veia
basílica, sendo a própria prótese utilizada como sitio de punção.
Nessa circunstância, a veia uma vez madura será puncionada. Excepcionalmente um
enxerto pode ser implantado num membro inferior, como uma alça ligando a artéria a veia
femural. Em comparação com a fístula artério-venosa ativa o enxerto tem um custo cerca de 4
vezes mais, entretanto, com relação a sobrevida é menor e risco maior de infecção (RIELA,
2008).
Na década de 70 os cateteres foram lançados no mercado também conhecidos
atualmente como cateter duplo lúmem, com duas vias para o sangue arterial e o venoso”. Os
locais de iniciação geralmente são implantados nas veias subclávias, jugulares internas e
femorais, o acesso mais utilizado é a veia subclávia. Geralmente este tipo de acesso é
utilizado quando o paciente perde o acesso artério-venoso até a confecção de uma nova fístula
(RIELA, 2008).
3.2 PERCEPÇÕES E SENTIMENTOS
Diante do que foi exposto é notório que a perda da FAV nos pacientes renais crônicos
reflete mudanças de comportamento, vindo assim a desencadear diversos sentimentos
expressos no seu dia-a-dia com isso seus familiares também acabam sendo afetados.
Saes (1999, p. 17-19) afirma que:
9
A pessoa é detentora de conhecimentos, sentimentos, percepções que são
determinantes pelo contexto cultural do qual ela é integrante e que as atitudes e
comportamentos diante da doença e tratamento variam em função de como ela é
como ser humano.
Sillamy (1998) enfatiza que os sentimentos são compreendidos com estado afetivo
complexo e imaginativo, mais ou menos claro estável que persiste em ausência de qualquer
estímulo. São fenômenos psíquicos, conscientes que atingem afetivamente nossas percepções
e influenciam nossas condutas. Estão ligadas as tendências profundas do indivíduo, as suas
pulsões e seus desejos satisfeitos ou frustrados. Trata-se de reações emocionais e
subconscientes; em que o homem não se permite exprimir livremente e que se manifestam por
mecanismos mais substitutivos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS
Dentre os dez entrevistados do estudo, seis foram do sexo feminino, quatro do sexo
masculino, na faixa etária de treze a setenta anos, estado civil oito casados, dois solteiros,
religião seis católicos, quatro evangélicos, nível de escolaridade seis ensino fundamental
incompleto, quatro do ensino fundamental completo, renda familiar oito um salário mínimo,
dois de um a três salários mínimos, hábito de vida dez não estilismo, dez não tabagismo,
procedência oito da zona urbana, dois da zona rural, atividade física seis realizam, quatro não
realizam, tempo de uso da FAV, dois menos de um ano, três de um ano a dois, três de três a
quatro anos, dois a sete anos, quantidade de vezes da perda da FAV, três só uma vez, quatro
de duas a quatro vezes, três acima de quatro vezes, aposentados dez, realiza exercício da FAV
dez.
Para melhor abordagem do nosso trabalho disponibilizamos esses dados em forma de
gráficos.
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Gráfico 01: Profissionais que Orientam
Fonte: Dados da pesquisa
Observa-se que 70% dos profissionais médico e enfermeiros deram as orientações com
relação aos cuidados com a FAV.
Gráfico 02: Recebeu alguma orientação para evitar a perda da FAV
Fonte: Dados da pesquisa
Com relação às orientações prestadas pelos profissionais de saúde 100% acusaram ter
recebido.
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Gráfico 03: Quais as orientações recebidas para evitar a perda da FAV
Fonte: Dados da pesquisa
Observa-se que as orientações recebidas pelos profissionais de saúde evitar pegar peso
e realizar exercício ambos 50%.
Nesta fase do estudo visando melhor a compreensão dos resultados, será apresentado e
discutido em categorias.
4.2 CATEGORIAS DEFINIDORAS DAS FALAS DOS ENTREVISTADOS
A fim de obter melhor compreensão sobre a percepção dos entrevistados acerca da
experiência após a perda da FAV, foram nomeadas quatro categorias.
1. O significado da fistula artério-venosa:
(...) A fístula para mim é a minha vida, coisa boa, tenho mais liberdade do que
quando usava cateter, posso pular, brincar.
(...) Para mim significa muita coisa, livre do cateter, posso tomar banho, ajuda na
limpeza do sangue como se fosso o rim.
(...) Pra mim minha sobrevivência.
(...) Abaixo de Deus significa muito, por que se não fosse a fístula estaria de cateter,
estou viva é a minha vida.
(...) Significa para limpar o sangue para não morrer, é o rim da gente, é a minha
vida.
(...) No meu entender por parte da minha vida não posso perdê-la, dependo dela para
o meu tratamento.
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(...) Minha vida forma de evitar a morte.
(...) Substitui o rim é a vida para mim mais saúde.
(...) É o meu meio de vida.
(...) Liberdade meio e sobrevivência, sem ela não sou nada.
Percebe-se nas falas dos sujeitos a necessidade da fístula na vida de cada um, como
meio de sobrevivência, liberdade, forma de evitar a morte, visto que a fístula artério-venosa é
o melhor acesso, desde quando mantenha um fluxo adequado, para depurar as impurezas.
A diversidade destes significados dos entrevistados, faz reconhecer a gravidade da
doença, do tratamento que lhe é imposto, gerando situações adversas de insegurança, perda da
FAV e a equipe de saúde deve atentar a essa fragilidade principalmente no relevante ao
princípio social.
Siqueira (2003) dentre outros autores declara que a questão da morte é
inadequadamente tratada ainda na formação dos profissionais de saúde. Devemos resgatar
essas percepções relatadas pelos entrevistados como norteamento para as nossas ações
contemplando a dignidade do ser humano que estão sobre os nossos cuidados.
2. Percepções com a perda:
(...) Fiquei muito triste, porque tinha que colocar o cateter.
(...) Quando perdi a fístula batia uma tristeza, foi muito difícil.
(...) Convivi com medo, imaginava fazer outra fístula.
(...) Misericórdia pesadelo total, fiquei insegura com muito medo.
(...) Ave Maria, fiquei traumatizada de não conseguir outra fístula, usei sete
cateteres.
(...) Foi muito difícil conviver com esta perda.
(...) Eu fiquei preocupada, agoniada, avexada, triste muito difícil.
(...) Fiquei nervosa no início, depois fiquei alegre porque tinha esperança que a
próxima desse certo.
(...) Foi muito ruim, tomei um choque, imaginava outro processo cirúrgico.
(...) Pensei que ia morrer, fiquei com muito medo e tenho até hoje medo de perder
novamente.
Diante do exposto pode-se observar que as percepções expressas pelos entrevistados
com relação a perda da FAV, como tristeza, medo, insegurança, morte, depressão, uso de
13
cateter, levando muitas vezes a melancolia e infelicidade causadas pela própria doença, as
limitações impostas pelo tratamento comprometendo a qualidade de vida devido a
dependência hemodialítica, não existindo perspectiva de recuperação.
Angerini (2002) ressalta que o tratamento impõe aos pacientes restrições, as quais,
evidenciam conseqüências várias como: manifestações psíquicas e comportamentais. Sendo a
maioria de caráter negativo, vinculado a máquina de hemodiálise, que de forma ambígua
aponta a possibilidade de manutenção da vida associada à dependência, frustração e tremores
difusos, gerando estados estressantes, tanto em nível físico como psíquico.
3. A expectativa:
(...) Eu fiquei alegre porque ia ficar livre do cateter, eu pensava com fé em Deus vai
dar tudo certo.
(...) Esperava que durasse mais tempo, pensava positivo, tinha momentos que ficava
com medo de não dar certo.
(...) Que Deus abençoasse que desse tudo certo.
(...) Com medo de não dar certo e ter de fazer outra cirurgia.
(...) Esperava com certeza que tudo ia dar certo com fé em Jesus Cristo.
(...) Que Deus ia ajudar, que tudo desse certo para eu continuar o tratamento.
(...) Fiquei com medo de não dar certo e morrer.
(...) Fiquei nervosa no início, depois fiquei alegre, porque tinha esperança que ia dar
certo.
(...) Esperava que ficasse boa para poder dialisar bem, tinha fé em Deus que ela não
parasse mais.
(...) Eu ficava preocupada em não dar certo tinha medo que o cateter infeccionasse,
ficar usando por muito tempo.
Ao analisar os relatos observa-se através das falas como a religiosidade entra como
suporte espiritual para superar o medo, as incertezas, medo da morte, preocupações. Pelzer e
Sandri (2002) refletem sobre a espiritualidade relatando que nos últimos anos os enfoques na
dimensão espiritual de saúde, tem revelado que a sua prática ligada a religiosidade causa
benefícios físicos, podendo prolongar a sobrevivência em condições crônicas.
Outro aspecto relevante é com relação ao uso de cateter tão temido pelos pacientes
renais crônicos, que além de interferir na qualidade da diálise, entra também a questão da
estética, higiene pessoal que fica comprometida, ocasionando certas limitações com menor
14
liberdade, maior cuidado com o curativo do cateter, grande possibilidade de infecção que em
certas condições pode originar a um quadro séptico.
4. O suporte:
(...) Sim da minha família, enfermagem, médico que tudo ia dar certo, ocorreria tudo
bem, não deveria ficar triste.
(...) Graças a Deus sempre recebi apoio da minha avó, mãe e do meu pai,
enfermeiros com palavras de conforto e confiança.
(...) Recebi apoio do meu marido falava para continuar o tratamento, ter fé em Deus,
assim como também enfermagem e médico.
(...) Minha esposa sempre estava do meu lado dando palavras carinhosas de
esperança, enfermagem e médico não tenho o que falar sempre me deram atenção.
(...) Sempre recebi atenção e apoio com incentivo da equipe de enfermagem, a
minha família sempre esteve do meu lado.
(...) Meus filhos sempre me apoiaram são a razão da minha vida, sempre estiveram
presentes, as enfermeiras sempre prestativas com palavras amigas.
(...) Sim da equipe médica e enfermagem, família eles falavam para ter paciência,
coragem e que tivesse animo.
(...) Apoio da minha mãe que tivesse fé em Deus, força de vontade, não é o fim, a
equipe de enfermagem dizia para eu ter paciência e que tudo iria passar e que eles
estariam sempre me apoiando no que eu precisasse.
(...) Recebi o carinho da família meus colegas de sala enfermeiros e médicos.
(...) Sempre recebi atenção das enfermeiras e médicos me apoiavam muito que eu
não ficasse preocupado, a minha família está sempre comigo e isto me deixa
fortificado para continuar vivendo.
Diante da exposição dos entrevistados pode-se analisar a importância do apoio da
família mediante as situações ameaçadoras que os pacientes renais crônicos enfrentam como a
perda da FAV pois nota-se que para eles a família é considerada como um bem maior.
A família tem um papel extremamente importante no processo de relação com a
doença e com o tratamento, facilitando assim a redefinições dos papeis sem excluir o membro
acometido pela doença. A família é a peça chave para fornecer ao paciente renal crônico
apoio nos momentos de dor e de angústia, para tanto, a família deve estar preparada para
compreender todas as fases orgânicas que o cliente está passando ou irá passar (ANGERANI,
2002).
Desta forma destaca-se também o papel da equipe multiprofissional no processo de
interação da assistência como o todo. Gullo et al (2000) é relevante de que os portadores de
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doenças crônicas vivenciam muitos momentos junto a equipe multiprofissional e desta
maneira, estes profissionais devem aproveitar todos os momentos para que sejam exploradas
escolhas e mudanças possíveis, na busca de melhor qualidade de vida, apesar da doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa tentou demonstrar a importância de conhecer a percepção dos pacientes
em tratamento hemodialítico, em relação à perda da FAV uma vez que, a doença crônica afeta
toda a família e gera momentos difíceis, com avanços e retrocessos nas relações entre seus
membros, aumentando significativamente seus níveis de estresse e ansiedade. Pode também
provocar isolamento social e emocional, principalmente se a família não tem conhecimento
sobre a doença.
O tratamento e os recursos disponíveis, espera-se que esta contribuição alerte a equipe
de enfermagem na prestação do cuidado na punção da fístula artério-venosa atentando
adequadamente para as técnicas utilizadas de forma correta, promovendo com isso ações
específicas de apoio ao paciente renal crônico, contribuindo para sobrevida em longo prazo da
fístula artério-venosa. Assim como também os sujeitos investigados demonstraram a
importância da família como ponto fundamental de apoio nos momentos difíceis no decorrer
do tratamento perda da fav.
Observa-se ainda valores relacionados com a fé e a esperança. Valores estes que
influenciam consideravelmente na diminuição do sofrimento, conflitos, que são vivenciados
no cotidiano e aceitação da doença. No referente ao apoio recebido pelos profissionais e
familiares é notório nas falas dos entrevistados.
É relevante a questão apontada por Hora et al (2001) a equipe de saúde pode
desempenhar um papel fundamental no enfrentamento do paciente quando inseridos no
processo de doença crônica afirmam que o trabalho da equipe de enfermagem junto ao
paciente e sua família deve prever uma rede de apoio de diversas naturezas numa abordagem
multidisciplinar. A equipe deve desenvolver grande habilidade de observação facilidade para
o diálogo e capacidade de abstração, afim de ser capaz de situar os problemas vivenciados
pelo paciente e sua família dentro do contexto cultural e social no que se encontram.
As narrativas nos revelam um cotidiano desvelados de desafios, revelações de medo,
angústia, insegurança; esperança, temor da morte, vencendo com isso as dificuldades
enfrentadas com determinação para continuar o tratamento renovando a esperança em busca
16
de uma qualidade de vida melhor. Sendo assim, que as percepções apresentadas por cada
paciente possam ser consideradas no desenvolvimento do plano terapêutico individual do
mesmo.
Para tanto, torna-se essencial o fortalecimento do compromisso ético, social,
humanitário dos profissionais da equipe, visando a assistência holística na sua essência.
Acredita-se que novos horizontes possam ser abertos no gerenciamento do processo de cuidar
de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico e que toda a equipe possa sentir-se
envolvida pela chama do ouvir terapêutico, que é uma forma dialógica de contribuir para a
valorização do outro na sua fragilidade de ser cidadão portador de um distúrbio que lhe exige
adaptação as novas formas de viver a vida.
REFERÊNCIAS
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18
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esta pesquisa tem por título Percepções de pacientes renais crônicos diante da
perda da fístula artério-venosa, tendo como pesquisadora Juciara de Santana Silva e
orientadora Profª Ms Ana Márcia Mendes.
A pesquisa será realizada no Centro de Doenças Renais de Jequié, localizado em
Jequié-Ba. Tendo como Objetivo Geral:
Conhecer as percepções apresentadas pelos clientes renais crônicos diante da perda da
fístula artério-venosa e Objetivos Específicos: Identificar percepções expressas pelos clientes
renais crônicos mediante a perda da fístula artério-venosa; ressaltar ações específicas de apoio
ao cliente renal crônico frente à perda da fístula artério-venosa numa perspectiva de
minimizar as conseqüências advindas da mesma.
Para realização desta pesquisa serão coletadas dados por meio da aplicação de
entrevista semi-estruturada com os sujeitos da pesquisa.
Caso os mesmos aceitem participar desta pesquisa não terão quaisquer gastos
financeiros e\ou materiais, assim como será assegurado pelos responsáveis total anonimato,
atendendo a resolução 196\96 do Conselho Nacional de Saúde sobre as diretrizes e Normas,
respeitando sua integridade física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural e espiritual dos
entrevistados. Informamos que os possíveis riscos da pesquisa estão relacionadas ao
constrangimento sobre as questões a serem respondidas.
A pesquisadora responsável estará obrigada a suspender a pesquisa imediatamente ao
perceber alguns riscos ou danos ou a qualquer momento que o participante desejar. Considere
de valor cientifico a abordagem dessa temática, porque subsidiará outros trabalhos científicos.
Após ter sido informado sobre a pesquisa e deseje participar, assinará duas cópias desse termo
o qual será assinado pelos pesquisadores, ficando uma cópia com o entrevistador.
Juciara de Santana Silva
Pesquisadora Responsável
Profª Ms Ana Márcia Chiaradia – Castillo Mendes
Orientadora: Pesquisadora Responsável
Informante____________________________________________________
Data: ____\____\_______
Centro de Doenças Renais de Jequié - CDRJ
Pesquisa - Percepções de pacientes renais crônicos diante da perda da fístula artériovenosa
Pesquisadora responsável: Juciara de Santana Silva
email: [email protected]
Orientadora: Profª Ms Ana Márcia Chiaradia – Castillo Mendes
19
APÊNDICE B - ROTEIRO SISTEMATIZADO
1- Nome do entrevistado
Variáveis sócio demográficas
Idade______________________
Estado Civil_________________
Sexo ______________________
 Religião
Católico ( )
Evangélico ( )
Espírita ( )
Outros ( )
 Ocupação:
Procedência
Zona Urbana ( )
Zona Rural ( )
2- Variáveis sócio econômicas
Escolaridade
Analfabeto ( )
Ensino fundamental ( ) completo incompleto ( )
Ensino médio
( ) completo incompleto ( )
Ensino Superior
( ) completo incompleto ( )
Renda familiar
( ) Menor que um salário mínimo
( ) De um a três salários mínimos
( ) Maior que três salários mínimos
Hábitos de vida
( ) Estilismo ( ) sim ( ) não
( ) Tabagismo ( ) sim ( ) não
Atividade física
( ) Realiza
( ) Não realiza
3- Quanto tempo o Srº(ª) está em uso desta Fav?
( ) Menos de 1 ano
( ) 1 ano a 2 anos
( ) 3 anos a 4 anos
( ) 5 anos a 6 anos
( ) 7 anos
3.1 O srº( srª) alguma vez já perdeu a FAV?
( ) sim
( ) não
3.2 Caso seja sim, quantas vezes o Srº(ª) já perdeu a Fav?
( ) só uma vez
( ) duas vezes a quatro vezes
( ) acima de quatro vezes
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4- Para evitar a perda da Fav o Srº(ª) recebeu alguma orientação?
( ) sim
( ) não
4.1- Caso seja sim quais as orientações recebidas?
( ) Evita pegar peso
( ) Realiza exercícios
( ) Outros
5- Quais os profissionais que deram-lhes estas orientações?
( ) Enfermeiro
( ) Médico
( ) Técnico de Enfermagem
( ) Outros
6- Para o Srº(ª) o que significa a fístula artério-venosa?
7- Como foi para o Srº(ª) conviver com a perda da fístula artério-venosa?
8- Qual foi a sua expectativa com relação à confecção de uma nova fistula?
9- Com a perda da fístula artério-venosa de quem o Srº(ª) recebeu apoio? Da sua família,
Equipe médica, Equipe de enfermagem?
21
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO
22
ANEXO B – OFÍCIO
23
ANEXO C – AUTORIZAÇÃO
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