INTERVENÇÃO DO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE
OEIRAS
Dr. Isaltino Afonso Morais
RECEPÇÃO AO EMBAIXADOR DE ANGOLA
LOCAL: Tagus Parque
REALIZADO A: 12 de Fevereiro de 2010
Pelas: 12,00 Horas
Senhor Embaixador de Angola em Portugal, Dr. Marcos Barrica
Senhor Presidente da Comissão Executiva do Taguspark, Dr.
Américo Thomati
Senhor Vice-Presidente da AITECOEIRAS, Dr. Nuno Manalvo
Ilustres Convidados do meio empresarial do Concelho
Senhoras e Senhores Vereadores da Câmara Municipal
Minhas Senhoras e meus Senhores
Quero começar a minha intervenção por saudar muito vivamente
a presença do Senhor Embaixador de Angola, Dr. Marcos Barrica,
em Oeiras. Dizer-lhe da satisfação que constitui a sua visita a este
Concelho, do sinal de esperança e incentivo que V.Exa. deixa
num futuro cada vez mais intenso nas relações entre Portugal e
Angola.
A Relação entre Oeiras e Angola não é nova nem é ligeira.
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Este Concelho que tantos angolanos soube acolher no seu
território noutras épocas históricas, integrando-os na sociedade
oeirense, garantindo-lhe as condições de vida condignas à sua
existência e à procura de novas oportunidades, de onde me
permito destacar o sucesso que constituiu o nosso programa de
habitação social e do qual muitos angolanos beneficiaram, é hoje
um concelho fortemente exportador de unidades empresariais
sedeadas no seu território e que hoje procuram esse mundo de
novas oportunidades que constitui Angola.
Neste quadro de interligação entre as nossas realidades, num
passado não muito distante, para além do acolhimento antes
referido, Oeiras na senda das recomendações do Governo
português e da sua política de cooperação descentralizada, foi ao
encontro de Angola logo nos anos após a sua independência,
assinando um Protocolo de Geminação com Benguela, essa
encantadora cidade das acácias rubras e com a qual muito
colaborou na construção técnica da administração local.
Ao longo de cerca de duas décadas muitos foram os projectos
desenvolvidos em conjunto, muitas foram as pessoas a quem a
nossa acção beneficiou, forte foi a amizade que se consolidou
entre os dois municípios.
Mas hoje, a realidade é bem diferente e bem mais audaciosa.
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Oeiras é na actualidade um Concelho onde o culto da excelência
baseado num intenso plano estratégico que a todos envolve tem
conduzido a um desenvolvimento amplo e intenso, responsável
por uma profunda transformação da sua identidade, tornando
Oeiras numa referência nacional e internacional, ao ponto de
termos sido distinguidos no ano passado com o galardão de
melhor Concelho para se trabalhar em Portugal.
Somos hoje o Concelho com o maior número de licenciados e
doutorados em Portugal; com o maior rendimento per capita; com
o maior poder de compra per capita; com a maior concentração de
empresas de base tecnológica em Portugal, em suma, somos o
Concelho líder em praticamente todos os indicadores de qualidade
de vida e dinâmica empresarial e profissional.
E é esta nova Oeiras que hoje se propõe a um encontro
permanente com o futuro, muito pela sua internacionalização,
muito pela ambição de exportar conhecimentos e expandir a
actividade dos seus principais agentes económicos.
Através da dinâmica e ambição dos agentes económicos sedeados
em Oeiras, sob a coordenação da AITECOEIRAS, ainda
recentemente formalizamos a rede AITECOEIRAS-ÁFRICA,
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procurando aqui criar um elo de funcionamento permanente,
facilitando a tarefa de internacionalização das nossas empresas,
indo ao encontro das necessidades dos países e dos concelhos
com os quais possuímos uma história comum.
Se a isto agregarmos as novas pontes que estamos a construir,
particularmente com os Estados Unidos, atraindo para o Concelho
novas unidades de conhecimento e de investigação, bem como
novos agentes económicos, estamos certos que do corolário final
deste processo resultará um quadro de parcerias tão forte e tão
amplo quanto a solidez de relacionamento que desejamos para os
nossos países.
Numa fase em que a economia angolana já não é apenas receptora
de investimento externo, muito gostaria que da visita que hoje
efectuou ao Concelho levasse daqui a percepção exacta da
quantidade de novas oportunidades que Oeiras tem para oferecer
aos empresários angolanos.
É com esta visão de funcionamento cíclico das relações entre os
nossos dois países, entre os nossos dois povos, entre os nossos
municípios, que julgamos estar certos quando concluímos que
Angola e Portugal têm um futuro conjunto e promissor à sua
espera.
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E essa ligação que queremos forte e duradoura, vê na visita de V.
Excelência,
Senhor
Embaixador,
um
incentivo
ao
seu
desenvolvimento e aprofundamento, na esperança que os
próximos anos venham a ser palco de novas parcerias.
Pela nossa parte, estou certo, tudo faremos para saber honrar a
confiança e as expectativas depositadas no nosso município,
sabendo que os novos cluster’s de desenvolvimento que
escolhemos para este território constituem por si só um
importante pólo de atracção, capaz de promover um novo ciclo na
presença dos principais agentes do seu País em Oeiras e dos de
Oeiras em Angola.
Minhas Senhoras e
Meus Senhores
Oeiras é um Concelho especial.
Território pouco cuidado e sem identidade própria à cerca de duas
décadas, logrou sonhar alto, ver mais além e empreender uma
revolução tranquila na sua paisagem.
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Dormitório de Lisboa, povoada por habitação degradada e
clandestina, albergando muitos daqueles a que a esperança faria
rumar do interior para a capital ou das ex-colónias para a
metrópole, Oeiras foi crescendo sem chama e sem alma, sem
grande organização, sem segurança, sem desígnio.
Inconformados com a realidade, sonhámos como Martin Luther
King que, tal como os homens, todos os municípios podem ser
iguais e o nosso não teria que ser necessariamente diferente para
pior.
Começámos por erradicar os bairros de barracas, construindo
casas para os mais desfavorecidos. Albergámos mais de cinco mil
famílias. Era o tempo de criar uma verdadeira igualdade de
oportunidades para todos.
Redesenhámos o território. Afastámos todas as indústrias
poluentes, criámos parques empresariais e atraímos a área dos
serviços. Criámos o Parque Tecnológico de referência do País e
atraímos as maiores empresas a operar em Portugal na área das
novas tecnologias e das tecnologias de comunicação. Garantimos
emprego, prosperidade e desenvolvimento.
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Requalificámos o território, construindo grandes espaços verdes,
recuperando património histórico, devolvendo o rio ao Concelho.
Garantimos bem-estar e qualidade de vida.
Em suma, criámos identidade, uma impressão digital própria, uma
marca Oeiras.
Minhas Senhoras e
Meus Senhores
Na era da globalização, é nossa vontade continuar a atrair novas e
maiores empresas, ao mesmo tempo que queremos apoiar a
internacionalização daquilo que já temos de melhor.
Escolhemos como principais cluster’s de desenvolvimento as
novas tecnologias; as tecnologias de informação e comunicação;
as biotecnologias, as tecnologias tropicais e as tecnologias da
saúde.
A partir da base cientifica já localizada no Concelho,
nomeadamente as unidades de conhecimento do Taguspark; o
Instituto Gulbenkian de Ciência; a Estação Agronómica Nacional,
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será possível criar um Oeiras Valley com capacidade para evoluir
na investigação e no ensino destas áreas.
Para isso, estão a ser desenvolvidos programas de intervenção
específicos e capazes de dotar estes cluster’s de dimensão
competitiva em termos internacionais.
Como primeira aposta, estamos a desenvolver toda uma
reformulação das nossas escolas, dotando-as de novas instalações
e equipamentos em novas tecnologias, capazes de as transformar
a breve prazo nas melhores escolas do País.
Estamos a criar as condições para atrair para o Município novos
pólos universitários, novos centros de investigação e de
desenvolvimento tecnológico, nacionais e internacionais.
Estamos a reformular as ofertas nas áreas públicas dos cuidados
de saúde, criando novos centros e atraindo novas unidades de
carácter nacional.
Potenciando as mais valias para a fixação de empresas no
Concelho, vamos construir em breve um Centro de Congressos e
Exposições de dimensão nacional, capaz de satisfazer a dinâmica
empresarial que já possuímos.
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Paralelamente,
vocacionado
vamos
para
o
construir
acolhimento
um
de
Pavilhão
Multiusos,
grandes
iniciativas
empresariais, desportivas e musicais.
Vamos criar novos jardins e, muito particularmente, concluir o
Parque dos Poetas, espaço verde que junta o ambiente à cultura,
estendendo-se por mais de 25 hectares, naquilo que já hoje é tido
como uma referência na arte pública à escala europeia.
Enfim, vamos continuar a sonhar e a construir, mas sobretudo,
vamos continuar a acreditar que do sonho à realidade dista apenas
a determinação da nossa vontade.
Minhas Senhoras e
Meus Senhores
Por entendermos que a competição internacional se faz hoje mais
pela via das regiões mais dinâmicas do que propriamente pela
competição directa entre estados, é que julgamos que a relação
entre Angola e Oeiras poderá conhecer uma nova e vibrante fase.
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Oeiras quer e vai ser uma força motora nesta Europa em
construção, ambicionando naturalmente tornar-se numa porta
privilegiada de entrada de Angola em Portugal.
Como V. Excelência compreenderá, Senhor Embaixador, é firme,
imensa e criativa a nossa determinação em aprofundar os laços
com Angola.
Consideramos que hoje, como ontem, seremos capazes de dar
novas oportunidades de crescimento e de entendimento aos
nossos interesses comuns.
Muito obrigado.
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