De Volta para Casa:
Exposição registra impacto de programa-símbolo da reforma
psiquiátrica
Exposição de fotos e depoimentos que será aberta oficialmente pelo Ministro
da Saúde, José Gomes Temporão, às 14 horas desta terça-feira (4), traz a
força documental do impacto do Programa De Volta para Casa (PVC) na vida
de seus beneficiários, pacientes acometidos de transtornos mentais e egressos
de longas internações psiquiátricas que hoje moram com familiares ou em
residências terapêuticas. "Prova que a mudança do modelo de atenção aos
portadores de transtornos mentais não apenas é possível e viável, como, de
fato, é real e acontece", diz o livreto que deu origem à exposição e que será
lançado durante o evento de abertura. O PVC é tido como símbolo da reforma
psiquiátrica no Brasil.
A exposição vai acontecer de 03 a 17 de setembro, no Salão de
Exposições do Palácio do Planalto, no térreo do Edifício-Sede. De segunda a
sexta-feira, a visitação poderá ser feita no período das 9 às 18 hs, e no feriado
de 07 de Setembro e aos domingos, das 9 às 15 hs.
A exposição será montada em dois espaços - "Da Casa da Loucura" e
"De Volta para Casa", mostrando a transição entre o modelo manicomial e a
nova política de Saúde Mental do Sistema Único de Saúde. As fotos e relatos
registram o cotidiano de 24 residências terapêuticas localizadas na cidade
mineira de Barbacena, nas quais residem mais de 150 pessoas que ficaram
anos internadas em instituições psiquiátricas. "E que, por suas histórias e
trajetórias de abandono nos manicômios, mais parecem personagens do
impossível", destaca o livreto. Afinal, Barbacena chegou a receber, no passado,
a alcunha de "Cidade dos Loucos", em razão dos sete hospitais psiquiátricos
que abrigou - três deles existentes até hoje, e tem muito desta memória
preservada no Museu da Loucura. Mas a cidade também é apontada como
exemplo de superação desse paradigma.
No primeiro espaço da exposição -"Da Casa da Loucura"- o visitante terá
uma idéia da dimensão do drama vivido pelas pessoas internadas no maior dos
hospitais psiquiátricos de Barbacena, fundado no início do século XX e hoje
administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG).
Muitos dos internos assistiam à transferência de corpos de seus colegas para
as salas de anatomina das faculdades de Medicina. Grande parte destas
pessoas chegaram ao hospital ainda crianças, vindas de todo o Brasil
apinhadas numa locomotiva que ficou conhecida como "Trem de Doido". E
nunca mais viram suas famílias ou saíram de lá, chegando a ficar 60 anos
internadas.
Já no segundo espaço da exposição -"De Volta para Casa" - o visitante
vai poder conhecer o dia-a-dia de ex-moradores de hospitais psiquiátricos
beneficiários do PVC, em especial, os retratos de João Gonçalves, Sebastiana
Célia, Adelino Rodrigues e Sônia Costa, que ficaram de 29 a 37 anos
internados. Eles são exemplos de pessoas que sofreram maus tratos e foram
excluídos da sociedade, e que hoje partilham casas amplas e propõem
soluções para a sua dinâmica e, pouco a pouco, retornam ao convívio social.
Os
beneficiários
do
Programa
De
Volta
para
Casa
recebem,
mensalmente, auxílio reabilitação psicossocial no valor de R$ 240,00 para
assistência, acompanhamento e integração social fora da unidade hospitalar. O
benefício está previsto na lei federal nº 10.708/03, que instituiu o Programa há
quatro anos. Atualmente, o PVC contempla 2.741 pessoas. Além do auxílio, os
beneficiários fazem tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
do município.
Depois do lançamento em Brasília, a exposição vai percorrer o país. Ela
foi organizada pela Coordenação da Área Técnica de Saúde Mental em
parceria com a Coordenação Geral da Política Nacional de Humanização
(HUMANIZASUS). Os registros fotográficos são de autoria de Radilson Carlos
Gomes que, no Ministério da Saúde, atua no HUMANIZASUS.
Agência Saúde
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