ESTUDO DE IMPACTOS NA GERAÇÃO HIDROELÉTRICA AO LONGO DO RIO SÃO
FRANCISCO DEVIDO À TRANSPOSIÇÃO DE SUAS ÁGUAS UTILIZANDO MODELO
MATEMÁTICO DE FLUXOS EM REDE ACQUANET
Gerson Luiz Soriano Lerner
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM PLANEJAMENTO
ENERGÉTICO.
Aprovada por:
____________________________________________
Prof. Lucio Guido Tapia Carpio, D.Sc.
____________________________________________
Prof. Luiz Fernando Loureiro Legey, Ph.D.
____________________________________________
Prof. Otto Corrêa Rotunno Filho, Ph.D.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
ABRIL DE 2006
LERNER, GERSON LUIZ SORIANO
Estudo de impactos na geração hidroelétrica
ao longo do rio São Francisco devido à
transposição de suas águas utilizando modelo
matemático de fluxos em rede AcquaNet [Rio
de Janeiro] 2006
IX, 108 p. 29.7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Planejamento Energético, 2006)
Dissertação – Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE.
1. Bacias hidrográficas
2. Modelo matemático de fluxos em rede
3. Projeto de transposição do rio São
Francisco
4. Impactos na geração hidrelétrica
I. COPPE/UFRJ
II. Título (série)
ii
À minha Família
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Lucio Guido Tapia Carpio pela amizade, confiança e apoio dado para que eu
conseguisse elaborar este trabalho.
Ao Laboratório de Suporte a Decisão (LabSis) da Universidade de São Paulo – USP,
em especial o Engenheiro Alexandre Roberto e o Doutor Rubem Porto, pelo carinho e atenção
que me deram nas diversas vezes que fui ao LabSis, pelo fornecimento do modelo
matemático, pela idéia deste estudo de caso e inúmeras ajudas prestadas para definitivamente
empregar corretamente o modelo matemático por eles desenvolvido.
Ao Operador Nacional do Sistema, em especial ao Engenheiro Luiz Guilhon que, por
diversas vezes, me atendeu, fornecendo todos os dados necessários que requeri para o estudo
de caso desta tese.
À Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), pelos dados fornecidos
relativos a suas usinas hidrelétricas, fundamentais para utilizar o modelo matemático e
desenvolver o estudo de caso desta tese.
À Agência Nacional de Águas (ANA), pelos dados gerais por eles fornecidos e
essenciais para a compreensão da magnitude e importância da área de estudo – a bacia
hidrográfica do rio São Francisco.
Ao Ministério da Integração Nacional, pela elaboração dos estudos ambientais –
EIA/RIMA – e pelo fornecimento dos dados relativos à demanda hídrica da região a ser
beneficiada pelo projeto de transposição do rio São Francisco.
Aos meus pais, Leizer Lerner e Judith Soriano de Souza Nunes, que me deram
suporte, atenção, carinho e educação, sendo por mim considerados os principais responsáveis
pela realização deste sonho.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre (M.Sc.)
ESTUDO DE IMPACTOS NA GERAÇÃO HIDROELÉTRICA AO LONGO DO RIO SÃO
FRANCISCO DEVIDO À TRANSPOSIÇÃO DE SUAS ÁGUAS UTILIZANDO MODELO
MATEMÁTICO DE FLUXOS EM REDE ACQUANET
Gerson Luiz Soriano Lerner
Abril/2006
Orientador: Lucio Guido Tapia Carpio
Programa: Planejamento Energético
A presente dissertação procura dar uma visão geral do atual projeto de transposição
das águas do rio São Francisco para bacias do Nordeste Setentrional para, posteriormente
calcular, através da simulação pelo modelo matemático de fluxos em rede AcquaNet, os
impactos energéticos nas usinas hidrelétricas localizadas na calha do rio São Francisco
decorrente das derivações hídricas.
Conclui-se
que
os
impactos
energéticos
no
rio
São
Francisco
variam
proporcionalmente com a vazão demandada pela transposição.
No entanto, observa-se que o modelo matemático utilizado para o estudo de caso dessa
dissertação apresenta limitação de cálculo a ser adequadamente considerada; pois as
prioridades de atendimento dos diversos usos hídricos são obedecidas pelo AcquaNet de
forma bastante rígida, ou seja, o modelo só permite alocar água para usos menos prioritários
quando os usos mais prioritários são totalmente atingidos.
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Master in Science (M.Sc.)
HYDRO-GENERATION IMPACTS IN THE SÃO FRANCISCO RIVER DUE TO THE
DIVERSION PROJECT OF ITS WATER USING THE NET FLOW MATHEMATICAL
MODEL ACQUANET
Gerson Luiz Soriano Lerner
April/2006
Advisor: Lucio Guido Tapia Carpio
Department: Energy Planning
The present dissertation looks forward to introduce the actual São Francisco river’s
water diversion project and afterwards to calculate the hydro-generation impacts using a net
flow mathematical model called AcquaNet.
The energetic impacts in the São Francisco river varies proportionally with the
diversion project’s demand flow.
The mathematical model used to solve the dissertation’s case study has a limitation to
be adequately considered. The water supply priorities associated to water uses are obeyed in a
very strict way, i.e., the AcquaNet only allows to allocate water to less priorities uses when
the most priorities uses are totally served.
vi
ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1.
Informações Gerais..................................................................................................... 1
1.2.
Condições hídricas das bacias receptoras – As bacias hidrográficas do Nordeste
Setentrional ........................................................................................................................... 4
1.3.
Condições hídricas da bacia doadora – A bacia do rio São Francisco ..................... 9
1.4.
Breve histórico de projetos de integração da bacia do São Francisco com bacias do
Nordeste Setentrional .......................................................................................................... 11
1.3.
Objetivo .................................................................................................................... 13
2 – A CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO – BACIA DO S. FRANCISCO ... 16
2.1.
Localização e características gerais da bacia do São Francisco ........................... 16
2.2.
Os aproveitamentos hidrelétricos da bacia do São Francisco...................................21
2.3.
Conclusão da caracterização da bacia para a elaboração da tese .............................29
3 – O PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO ...............................30
3.1.
Detalhes do projeto de transposição do rio São Francisco ....................................... 30
4 – O SISTEMA DE SUPORTE A DECISÃO ACQUANET .............................................35
4.1.
Introdução................................................................................................................. 35
4.2.
A programação do modelo matemático....................................................................35
4.3.
Passos para resolução de problemas utilizando o SSD AcquaNet ........................... 40
5 – ESTUDO DE IMPACTOS NA GERAÇÃO HIDROELÉTRICA NO RIO SÃO
FRANCISCO DEVIDO TRANSPOSIÇÃO DE SUAS ÁGUAS ........................................51
5.1
Introdução................................................................................................................. 51
5.2
Dados de entrada do modelo matemático.................................................................56
5.3
Trabalhando com o SSD AcquaNet ......................................................................... 71
5.4
Resultados obtidos pelo modelo matemático ........................................................... 73
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................................................................... 76
vii
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................78
ANEXO 1 - MAPA DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO............................................ 81
ANEXO 2 - MAPA COM INFORMAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA
DO RIO SÃO FRANCISCO................................................................................................. 82
ANEXO 3 - MAPA DA BACIA DO SÃO FRANCISCO COM PRINCIPAIS POSTOS
PLUVIOMÉTRICOS ............................................................................................................83
ANEXO 4 - MAPA DA BACIA DO SÃO FRANCISCO COM DADOS DE
DISPONIBILIDADE HÍDRICA........ .................................................................................. 84
ANEXO 5 - MAPA DA BACIA DO SÃO FRANCISCO DETALHANDO SUAS
PRINCIPAIS HIDRELÉTRICAS.........................................................................................85
ANEXO 6 - USINAS PERTENCENTES À BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO ............86
ANEXO 7 - MAPAS DO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO S. FRANCISCO....87
ANEXO 8 - DETALHES DO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO
FRANCISCO ....................................................................................................................... 88
ANEXO 9 - PRINCIPAIS TRECHOS DA OUTORGA DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO
SÃO FRANCISCO ...............................................................................................................89
ANEXO 10 - ESQUEMA DO SSD ACQUANET ............................................................... 90
ANEXO 11 - TABELA DE RESULTADOS EM PLANILHAS EXCEL ........................... 91
viii
LISTA DE SIGLAS
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
ANA - Agência Nacional de Águas
CBHSF – Comitê da bacia hidrográfica do São Francisco
CEPEL – Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CF/1988 - Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988
CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco
DOU - Diário Oficial da União
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA – Instituto de Pesqisa Econômica e Aplicada
ITEP - Instituto Tecnológico de Pernambuco
LabSid – Laboratório de Sistemas de Suporte a Decisões
MME – Ministério das Minas e Energia
ONS – Operador Nacional do Sistema
RIMA – Relatório dos Impactos sobre o Meio Ambiente
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
SIN – Sistema Interligado Nacional
SSD – Sistema de Suporte a decisão
USP - Universidade de São Paulo
UHEs – Usinas Hidrelétricas
WRI - World Resources Institute
ix
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1. Informações gerais
O território nacional está dividido em 8 grandes bacias hidrográficas. São elas:
Amazonas; Tocantins e Araguaia; Atlântico Norte e Nordeste; São Francisco; Atlântico Leste;
Paraná e Paraguai; Uruguai; Atlântico Sul e Sudeste. A Figura 1 delimita essas grandes bacias
no território nacional.
Figura 1 – Grandes bacias hidrográficas do Brasil
Fonte: ANEEL,2006
1
O Brasil pode ser considerado um país hidricamente bem afortunado, pois possui a
maior disponibilidade hídrica do planeta. De acordo com o exposto na Tabela 1, o Brasil é
responsável por cerca de 13,8% do deflúvio médio mundial.
Tabela 1 – Deflúvio médio de recursos hídricos no mundo em 1998
Oferta de água doce (Deflúvio médio)
Regiões
Total
3
Per capita
(km /ano)
(m3/hab/ano)
3.996
5.133,05
América do Norte
5.308,6
17.458,02
América Central
1.056,67
8.084,08
América do Sul*
10.080,91
30.374,34
África
5.744,91
34.784,33
Ásia
Brasil*
13.206,74
3.679,91
Europa
6.234,56
8.547,45
Oceania
1.614,25
54.794,64
Mundo
41.497,73
6.998,12
Fonte: WRI, 1998 e *ANEEL, 1999.
Apesar de o Brasil possuir água doce em abundância, ela se encontra mal distribuída
espacial e temporalmente.
A Tabela 2 demonstra a má distribuição espacial da água no âmbito nacional. Observe
que somente a região da bacia Amazônia, que concentra apenas 4% da população brasileira,
possui aproximadamente 73% da água superficial existente no país.
Como exemplo de região onde ocorre uma má distribuição temporal da água, pode-se
citar justamente a região beneficiada com o projeto de transposição – o Nordeste setentrional.
Nesta região de clima semi-árido, o volume anual precipitado concentra-se em apenas 3
meses do ano, enquanto nos 9 meses restantes, praticamente não chove.
2
Tabela 2 – Informações básicas sobre bacias hidrográficas brasileiras
Área
População *
Bacia hidrográfica
3
1 Amazonas **
2 Tocantins
Densidade
2
(Ano Base-1996)
2
(hab/km )
Vazão
Disponibilidade Disponibilidade
3
(m /s)
Hídrica
3
(10 km )
%
%
3.900
45,82
6.687.893
4,26
1,70
757
8,89
3.503.365
2,23
4,60
Per Capita
3
(km /ano)
(m /ano/hab)
133.380
4.206,27
628.938,24
11.800
372,12
106.219,25
3ª Atlântico Norte
76
0,89
406.324
0,26
5,30
3.660
115,42
284.063,36
3B Atlântico Nordeste
953
11,20
30.846.744
19,64
32,40
5.390
169,98
55.100,44
4 São Francisco
634
7,45
11.734.966
7,47
18,50
2.850
89,88
7.658,96
5ª Atlântico Leste 1
242
2,84
11.681.868
7,44
48,30
680
21,44
1.835,71
5B Atlântico Leste 2
303
3,56
24.198.545
15,41
79,90
3.670
115,74
4.782,81
6ª Paraguai **
368
4,32
1.820.569
1,16
4,90
1.290
40,68
22.345,45
6B Paraná
877
10,30
49.924.540
31,78
56,90
11.000
346,90
6.948,41
7 Uruguai **
178
2,09
3.837.972
2,44
21,60
4.150
130,87
34.099,88
8 Atlântico Sudeste
224
2,63
12.427.377
7,91
55,50
4.300
135,60
10.911,78
8.512
100
157.070.163
100
18,50
182.170
5.744,90
36.575,46
Brasil
Nota: ** Dados referentes à área situada em território brasileiro
Fonte : ANEEL, 2005 ; * IBGE, 1998
De acordo com a atual Constituição da República Federativa do Brasil (CF/1988), em
seu artigo 20, inciso III, são bens da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água que
banhem mais de um estado. Portanto, no caso do rio São Francisco, por ele atravessar
diversos estados, suas águas devem se submeter à gestão federal, sendo o mesmo considerado
um rio Federal.
A CF/1988 realça a necessidade da transposição para fazer cumprir a lei maior em seu
artigo 43, parágrafo dois, inciso IV. Este artigo menciona que a União pode atuar
administrando complexo geoeconômico e social, visando o seu desenvolvimento e a redução
das desigualdades regionais. Particulariza ao citar que os incentivos regionais compreenderão
prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas
ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Considerando os dois últimos parágrafos e o fato de haver na região Nordeste
somente dois rios perenes federais – o Parnaíba e o São Francisco – e que o “Velho Chico” é
o mais caudaloso deles, diversos projetos vêm sendo estudados ano a ano visando transferir
3
parte das águas do São Francisco para as regiões nordestinas mais hidricamente castigadas
pela seca.
No entanto, segundo a Agência Nacional de Águas - ANA - e diversas conferências
sobre transferência de águas entre grandes bacias hidrográficas (SBPC, 2004), qualquer
transferência hídrica de uma bacia para outra só pode ser justificada quando diversas análises
prévias das conseqüências do projeto forem realizadas. As análises necessárias para
implementação de um projeto dessa natureza devem incluir: avaliação se a região receptora de
água tem comprovada escassez hídrica para o atendimento de suas necessidades; avaliação se
os recursos hídricos da região de origem são suficientes para satisfazer a demanda da
transferência sem acarretar impedimento ao desenvolvimento futuro dessa região; avaliação
se os impactos ambientais ocasionados pela transferência de água são mínimos para ambas as
regiões, de destino e de origem; comprovação que os benefícios sociais da região de destino
são compatíveis com o porte do empreendimento; avaliação se os impactos positivos gerados
são compartilhados razoavelmente entre as regiões de origem e destino.
Verifica-se que, para implantar o projeto de transposição, deve-se averiguar,
primordialmente, se há realmente déficit hídrico nas bacias receptoras, no caso, nas bacias do
Nordeste Setentrional. Em segundo lugar, é imprescindível estudar as condições da bacia do
rio São Francisco (bacia doadora) quanto à possibilidade hídrica de atendimento ao projeto.
1.2. Condições hídricas das bacias receptoras – as bacias hidrográficas do Nordeste
setentrional
Para melhor avaliar as condições hídricas das bacias receptoras, deve-se,
primeiramente, explicar o que vem a ser o polígono das secas.
O polígono das secas foi delimitado em 1951, visando abranger regiões de
necessidades hídricas para que nelas houvesse o combate das secas do Nordeste (RN, 2005).
4
Atualmente, o Ministério da Integração Nacional considera o polígono das secas como
sendo a área, pertencente ao nordeste brasileiro, mais propensa a períodos de seca, onde se
verifica, em uma história de aproximadamente 70 anos, que mais de 80% das secas ocorridas
no país ocorreram em tal região.
A Figuras 2 ilustra as delimitações deste polígono. Observa-se que grande parte da
bacia do São Francisco localiza-se no polígono das secas.
Figura 2 – A localização da bacia do São Francisco e o polígono das secas
5
O Nordeste setentrional, área pertencente ao polígono da seca, possui clima semiárido, abrangendo parcialmente os estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do
Norte, com uma população de cerca de 12 milhões de habitantes.
De acordo com a Figura 3, essa região tem média pluviométrica menor que 800
mm/ano, o que é pouco em relação à média nacional (1800 mm/ano), representando menos
que metade do valor da mesma. No entanto, o dado mais importante que demonstra a
necessidade hídrica do Nordeste setentrional é a sazonalidade de suas chuvas - grande parte
do volume lá precipitado concentra-se nos 3 meses de verão, sendo os outros 9 meses do ano
extremamente secos.
Figura 3 – Isoietas no Brasil
Fonte: ANA, 2005
6
Observando a Figura 4 e comparando-o com o exposto acima, constata-se que há uma
forte correlação entre pluviometria e índice de desenvolvimento humano - IDH. Nota-se que a
região do polígono das secas possui baixo IDH médio, o que pode estar ligado ao déficit
hídrico da região semi-árida. As cidades de Manari-PE e Traipú-AL, por exemplo, possuem,
respectivamente, IDHs equivalentes a 0,467 e 0,479; o que é muito baixo quando comparado
ao IDH médio brasileiro que é de 0,769.
Figura 4 – IDH nas regiões hidrográficas brasileiras
Fonte: IPEA, 2000
O quadro de extrema pobreza do Nordeste setentrional é bastante antigo. Essa área
vem sendo alvo de grandes secas há séculos, fato que contribui para o agravamento desse
quadro e constitui fator limitante para o desenvolvimento social da região.
7
As secas, nessa região, de acordo com registros históricos, ocorrem com intervalos
próximos a dez anos, podendo se prolongar por períodos de três, quatro e, excepcionalmente,
até cinco anos. Pode-se citar, por exemplo, as secas de 1951, 1958, 1979 a 1983, 1990 a 1993
e 1998 e 1999. No entanto, as secas são conhecidas, no Brasil, desde o século XVI (FJN,
2005).
Um grande exemplo de seca catastróficas ocorrida há mais de um século atrás foi a
compreendida entre 1877 e 1879, quando se estima que aproximadamente 1,7 milhões de
pessoas faleceram por falta de comida e/ou sede.
Foi justamente nessa época, portanto, que as autoridades começaram a ser
pressionadas pela opinião pública para solucionar o problema de déficit hídrico nordestino.
Adotou-se como solução, quase padrão, a açudagem, ou seja, a construção de enormes
reservatórios que podem armazenar grande volume de água durante as estações chuvosas para
que estas sejam utilizadas em períodos críticos tanto para consumo doméstico como para
desenvolvimento da agricultura irrigada. Também data dessa época as primeiras idéias
envolvendo o desvio de parte das águas do rio São Francisco para amenizar as freqüentes
secas do Nordeste.
De qualquer forma, deve-se mencionar que a escassez hídrica do Nordeste setentrional
impede o surgimento de oportunidades de empregos sustentáveis na região e induz à
emigração para as metrópoles.
Estima-se que cerca de 1 milhão de nordestinos vivem atualmente em condições
precárias nas periferias ou em favelas dos grandes centros urbanos. Segundo o Ministério da
Integração Nacional, se o projeto for implantado, haverá retorno de muitos nordestinos a sua
cidade natal e uma significativa redução do êxodo da região semi-árida.
Portanto, para aumentar a segurança hídrica nas regiões de clima árido e semi-árido, e
assim fixar o nordestino em sua terra, gerar crescimento econômico e criar empregos na
8
região, autoridades políticas e diversos setores da sociedade vêm propondo a transposição do
São Francisco para a região Nordeste setentrional como forma de aliviar os problemas
hídricos e sociais nordestinos.
1.3. Condições hídricas da bacia doadora – a bacia do rio São Francisco
Esta é uma das questões mais polêmicas deste projeto de integração de bacias, visto
que, em geral, os estados pertencentes à bacia do São Francisco e o próprio comitê dessa
bacia hidrográfica (CBHSF) são contrários ao projeto.
Este sub-item tentará abordar esta questão bastante complexa de forma imparcial, visto
que não é o objetivo da tese gerar polêmica de natureza política.
Primeiramente, deve-se esclarecer que 60% da bacia do São Francisco pertencem à
região semi-árida e que 50% do semi-árido localiza-se na bacia do São Francisco. Outro
aspecto importante é que 90 % das vazões do São Francisco são geradas nos estados de
Minas Gerais e Bahia, em sua maioria em rios de domínio estadual (Tabelas 3 e 4).
Tabela 3 – Percentual de vazão de contribuição para o rio São Francisco gerado por estado
Rios
Rio Paracatu
Rio das Velhas
Rio Grande
Rio Urucuia
Afluentes mineiros
Rio Corrente
Entorno da Represa
Rio Paraopeba
Rio Pará
Rio Carinhanha
Outros
Total
Contribuição para o São Francisco
(%)
14
13
9
9
8
7
7
6
6
6
15
100
Fonte: Asfora,2005
9
Tabela 4 – Percentual de vazão de contribuição para o rio São Francisco de seus afluentes
Estados
brasileiros
Minas Gerais
Bahia
Pernambuco
Goiás
Alagoas
Distrito Federal
Sergipe
Total
Contribuição para o São Francisco
(%)
73,5
20,4
3,2
1,2
0,7
0,6
0,4
100
Fonte: Asfora, 2005
De acordo com o plano decenal da bacia do São Francisco (ANA), a vazão média na
foz é 2850 m3/s. No entanto, para haver garantia de vazão na foz, considera-se a vazão firme
na foz como sendo 1850 m3/s, ou seja, em toda a série histórica do São Francisco (cerca de 70
anos de dados), não houve registro de um evento em que a vazão na foz fosse inferior a esse
valor.
Considerando que a vazão mínima na foz para garantir um adequado uso múltiplo das
águas (geração de energia, irrigação, navegação e vazão ecológica) foi estipulada por portaria
do IBAMA em 1300 m3/s e, adicionalmente, uma folga de 10% para acomodar a operação dos
reservatórios e contingências na geração hidrelétrica, pode-se considerar a vazão mínima na
foz do rio como sendo 1430 m3/s.
Analisando os dados exibidos nos dois últimos parágrafos, obtém-se o saldo da oferta
hídrica do São Francisco em sua foz ( 1850-1430m3/s = 420 m3/s) . No entanto, estipulou-se o
valor de 360 m3/s (valor decidido na terceira reunião plenária do Comitê da Bacia
Hidrográfica do São Francisco), vazão esta que pode ser utilizada para abastecer demandas
consuntivas, inclusive para o projeto de transposição.
O tema transposição do São Francisco consiste em uma das questões mais polêmicas
da atualidade. Tal fato se dá porque há basicamente duas correntes de pensamento
completamente opostos – os que são a favor e os que são contra ao projeto – ou pode-se dizer,
10
os estados beneficiados com a transposição, que são a favor, e os estados doadores hídricos,
que são contrários ao projeto.
Segundo o governo federal, o volume requerido pelo projeto de transposição
representa apenas 3,4% do total que o rio despeja no mar (1.850 m³/s) e, portanto, a obra não
prejudicaria a fluência das águas. Os opositores do projeto alegam que o volume retirado deve
ser comparado com os 360 m³/s outorgáveis (máximo permitido para ser retirado do rio
incluindo outros projetos) e não com os 1.850 m³/s.
Outro ponto divergente é o aproveitamento das águas. De acordo com a outorga da
ANA, a captação do projeto poderá chegar a uma vazão máxima diária de 114,3 m³/s. No
entanto, só poderá se transpor 114,3 m³/s excepcionalmente, e quando o reservatório de
Sobradinho estiver acima do normal (DOU, 2005), o que, segundo especialistas, acontece em
40% do tempo. Para os opositores, isso representa um desperdício de dinheiro público, uma
vez que a obra ficará 60% do tempo sub-utilizada.
1.4. Breve Histórico de projetos de integração da bacia do São Francisco com bacias do
Nordeste Setentrional
A preocupação de solucionar a seca no semi-árido brasileiro é bastante antiga, tendo
seus primeiros relatos históricos datados da época do Brasil império, quando Dom Pedro II
prometeu que venderia, se preciso fosse, todas as jóias da Coroa para solucionar o problema
da seca do Nordeste (Filho, 2005).
A primeira idéia envolvendo a captação de água do rio São Francisco para amenizar as
secas no Nordeste também data do período de Brasil monárquico. Em 1856, a comissão
científica de exploração, chefiada pelo barão de Capanema, recomendou a abertura de um
canal ligando o rio São Francisco ao rio Jaguaribe (Rebouças, 1997).
11
No entanto, até o início da década de 1980, a transposição do rio São Francisco não
podia ser realizada devido a problemas de ordem técnica, pois não havia energia elétrica em
quantidade suficiente para acionar as bombas de recalque necessárias para transportar este
grande volume de água até as regiões de destino.
Já em 1983, Mário Andreazza, quando disputava sua indicação como candidato à
presidência da República, apresentou um projeto como um dos pontos de sua plataforma de
governo. O projeto propunha a construção de uma barragem para represar o São Francisco
perto de Cabrobó (PE), com a finalidade de dali se bombear água para o Ceará e Rio Grande
do Norte. Como Andreazza foi derrotado, o projeto foi arquivado (Andrade, 2002).
No final dos anos 80, o Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS
elaborou um projeto de integração das águas do São Francisco com o semi-árido setentrional,
cuja finalidade era fortalecer a atividade agrícola na região através da captação de 15% da
vazão do “Velho Chico”. Esse estudo foi retomado e detalhado em 1994, prevendo retirar
uma vazão de cerca de 7,5 % da vazão regularizada pela barragem de Sobradinho (Coelho,
2004).
O atual projeto, elaborado e defendido com ardor pelo ministério da Integração
Nacional, tem custo estimado em 2,7 bilhões de reais e, devido a diversos estudos mais
elaborados e precisos, estima-se uma transferência média de aproximadamente 2% da vazão
regularizada do rio São Francisco. Estima-se uma média de 45,2 m³/s destinados às bacias do
Ceará, do Paraíba e do Rio Grande do Norte e 18,3 m³/s destinados ao estado de Pernambuco,
totalizando 63,5 m³/s. A redução de 2/3 da vazão prevista em 1994 foi devido a flexibilidade
de retirada de água, pois o novo projeto permite a retirada de águas variar de zero a 114,3
m³/s. Mais detalhes desse projeto serão expostos no Capítulo 3.
Portanto, a história da transposição pode ser dividida em 2 períodos: antes da década
de 1980, quando estudos eram realizados mas havia limitações técnicas para implementar os
12
projetos e, devido a esses empecilhos, procurava-se outros tipos de solução para amenizar a
seca no Nordeste setentrional; depois da década de 1980, quando a engenharia já se encontra
avançada o suficiente para enfrentar esta empreitada, restando apenas estudos mais
aprofundados para a estipulação de sua viabilidade sócio-econômica e ambiental.
1.5. Objetivo
No caso do projeto de transposição do São Francisco para bacias do Nordeste
setentrional, um grande impacto, que influenciará no processo de tomada de decisão do
projeto, é justamente a possível diminuição de geração de energia elétrica nas usinas
localizadas a jusante dos eixos de captação do projeto de transposição.
Deve-se esclarecer que tal impacto será amenizado pela estrutura já consolidada e em
constante expansão do Sistema Interligado Nacional – SIN (Figura 5), que consiste da
interligação de transmissão elétrica entre diversas regiões do país, mais especificamente as
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte e corresponde a cerca de
96% da capacidade de produção de eletricidade do país.
Figura 5 – O Sistema Interligado Nacional
Fonte: ONS, 2005
13
No entanto, não se deve utilizar o argumento de que caso falte energia na bacia do São
Francisco (consumo maior que a oferta), o SIN iria cobrir esta falta de energia local enviando
energia de outras bacias, para justificar qualquer valor de déficit energético. Se a gestão das
bacias hidrográficas brasileiras for conduzida com este raciocínio, não haverá auto-suficiência
elétrica em muitas bacias e, o risco de novas crises nacionais de energia, como a ocorrida em
2001, irá aumentar.
A presente dissertação visa, portanto, calcular o impacto energético devido a
transposição de parte das águas do rio São Francisco e está dividida em 8 capítulos. São eles,
além deste Capítulo introdutório:
•
Capítulo 2 - Caracterização da área de estudo – Bacia do S. Francisco
São expostos aspectos gerais da área de estudo: o rio São Francisco e sua bacia
hidrográfica, com realce para as principais características das diversas hidrelétricas ao longo
do “Velho Chico”.
•
Capítulo 3 – O projeto de transposição do rio São Francisco
É apresentado o atual projeto de transposição do rio São Francisco e mencionado seua
aspectos técnicos mais relevantes.
•
Capítulo 4 - O Sistema de Suporte a decisão ACQUANET
Explica-se a teoria de modelos baseados em fluxos em rede; e demonstra-se
sucintamente como utilizar o SSD AcquaNet, detalhando apenas o módulo energia do
modelo, pois este foi o módulo utilizado para a elaboração do estudo de caso.
14
•
Capítulo 5 - Estudo de impactos na geração hidroelétrica no rio São Francisco devido
transposição de suas águas
Descreve-se a utilização do modelo para desenvolver o estudo de caso. Através do
SSD AcquaNet, os resultados dos impactos energéticos são obtidos e são analisados.
•
Capítulo 6 – Conclusões e recomendações
Comenta-se sobre os resultados obtidos para o estudo de caso, as limitações do SSD
AcquaNet e faz-se recomendações para melhorar a qualidade dos resultados em estudos
futuros que se utilizarem deste modelo matemático.
•
Capítulo 7 - Referências bibliográficas
•
Capítulo 8 - Anexos
15
CAPÍTULO 2
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO - A BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO
A bacia do rio São Francisco, por ser uma bacia de enorme dimensão, com área
estimada em 8% do Brasil, possui grande diversidade de climas, relevos, ecossistemas e
culturas.
O presente capítulo será subdividido em: localização e características gerais da bacia
do São Francisco e aproveitamentos hidrelétricos da bacia do São Francisco.
2.1. Localização e características gerais da bacia do São Francisco
O rio São Francisco tem este nome por causa da data de chegada do navio do italiano
Américo Vespúcio a sua foz, em 4 de outubro de 1501, dia de São Francisco de Assis.
O rio nasce no estado de Minas Gerais, na serra da Canastra, mais especificamente no
alto do Chapadão da Zangaia, a 1428 metros de altitude em relação ao nível do mar. Ele flui
por 2800 km até a divisa dos estados de Alagoas e Sergipe – onde deságua no oceano
Atlântico com vazão média anual de aproximadamente 2850 m3/s.
O São Francisco é o 5º maior rio do Brasil, 18º do mundo e o maior genuinamente
brasileiro, pois é o único dentre os 5 maiores rios nacionais em que sua bacia hidrográfica
localiza-se, integralmente, em território nacional (Hermuche, 2000).
Esse grandioso rio possui uma bacia de contribuição hídrica estimada em 640.000
km2, o que equivale a cerca de 8% do território nacional. Sua bacia é constituída de 7 estados
distintos, são eles: grande parte do território dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco
e Alagoas; e pequena parcela dos Estados de Goiás, Distrito Federal e Sergipe. O ANEXO 1
além de delinear a bacia, detalha sua localização no território do Brasil.
16
O curso do rio São Francisco pode ser dividido em quatro trechos: alto São Francisco
(desde a sua nascente até próximo à confluência com o rio das Velhas); o médio (desde onde
começa o trecho navegável do rio e segue até a barragem de Sobradinho, na Bahia); o submédio (desde Sobradinho até a confluência com o rio Ipanema) e o baixo (desde a cidade de
Pão de Açúcar até sua foz) (MI, 2004). O mapa do ANEXO 1 (vide sua legenda) ilustra essa
divisão da bacia em regiões fisiográficas.
O “Velho Chico” deve sua existência a seus afluentes, que são uma espécie de sangue
que dão força e vivacidade para fluir de forma perene por tantos quilômetros em condições
climáticas nem sempre favoráveis (JN, 2005). Pode-se observar também, no ANEXO 1, a
localização de alguns de seus principais afluentes, como os rios, de montante para jusante,
Paraopeba, das Velhas, Paracatu, Urucuia, Corrente, Grande, Jacaré, Pajeú, Ipanema, entre
outros.
No entanto, deve-se destacar que através de avaliação da geologia, do relevo e dos
solos da bacia, concluiu-se que o principal manancial responsável pela regularização das
vazões do rio no período seco do ano é o sistema aqüífero Urucuia. Sua descarga de base
representa quase metade da vazão do rio São Francisco a partir de alguns de seus rios
afluentes como os citados rios Grande e Corrente. Eles tendem a ter vazões regulares mesmo
nos períodos secos do ano ou em períodos de alguns anos com baixa precipitação média. Esse
fenômeno é relacionado à função reguladora do aqüífero, que funciona como um grande
pulmão hídrico para a bacia do São Francisco (Campos, 2005).
É fato que o desmatamento vem aumentando continuamente na bacia, estimulado
principalmente pela necessidade de carvão para alimentar siderúrgicas. Outro fato alarmante é
que praticamente não existe mais mata ciliar ao longo do São Francisco. No lugar das árvores,
só tem capim, e as pastagens avançam até o leito. Segundo cálculos dos ambientalistas, 80%
das matas ciliares do rio São Francisco foram destruídas (JN, 2005).
17
O desmatamento da bacia adicionado ao crescimento descomunal dos volumes de
água captados dos rios e do aqüífero Urucuia para fins de irrigação, fazem com que as vazões
dos principais rios da região e, conseqüentemente, a regularidade das vazões do São Francisco
no período seco do ano, deva sofrer diminuições significativas nos próximos 10 ou 20 anos
(Campos, 2005).
Apesar de todos esses fatores negativos, ao final de seu longo trajeto, o rio encontra
força para desembocar no mar. Sua foz é do tipo estuário, pois é constituída por um longo
canal de forma afunilada, ou seja, a medida que ele se aproxima do mar, suas margens
tornam-se cada vez mais próximas uma da outra, formando uma passagem única e direta
(Hermuche, 2000).
2.1.1 Clima
O clima da bacia é muito diversificado devido a sua grande dimensão e características
distintas, como diferenças de relevo e de proximidade com o mar.
O alto São Francisco caracteriza-se por possuir umidade alta e altitude elevada, sendo
a estação chuvosa na época de verão e a seca durante o inverno. As precipitações médias
anuais variam de 1000 a 1500 mm e a temperatura média anual é de cerca de 23º C. O clima
dessa região é considerado como sendo úmido e sub-úmido.
O médio São Francisco, por ser a maior das regiões fisiográficas da bacia, possui
diferentes tipos de clima. Essa região, em seu início, tem clima parecido com o Alto São
Francisco, com precipitações médias anuais de 1000 mm. No entanto, passado esta parte, há
um trecho de região semi-árida onde a precipitação é baixa, havendo anos em que a média
anual fica abaixo de 600 mm. A temperatura média anual é de cerca de 24º C. Os climas dessa
região são caracterizados como sub-úmido seco e semi-árido.
18
O sub-médio São Francisco abriga a região mais seca de toda a bacia. Nesse local a
precipitação média anual varia de 350 a 800 mm, distribuída irregularmente durante o ano. Os
meses chuvosos ocorrem no verão e os outros 9 meses do ano caracterizam-se por serem
muito secos. A temperatura média anual é de cerca de 27º C. Pode-se classificar os climas
dessa região como semi-árido e árido.
O baixo São Francisco caracteriza-se por um clima um pouco mais ameno pela
proximidade do mar. Nessa região, há uma forte mudança na distribuição anual da chuva do
interior para o litoral, já que na foz do rio elas são bem distribuídas ao longo de todo o ano,
sendo um pouco mais intensas na época de outono e inverno. As precipitações médias anuais
variam de 800 a 1300 mm, e a temperatura média anual é de cerca de 25º C. Os climas desta
região variam entre semi-árido e semi-úmido úmido (Hermuche, 2000).
Devido a essa diferença nas características climatológicas da bacia, as chuvas que
chegam ao rio variam muito de volume ao longo do seu percurso. A média anual varia de
1.900 mm na nascente, em Minas Gerais, a 400 mm no semi-árido nordestino. A taxa
evaporação varia de 500 mm anuais, nas nascentes, a 2.200 mm, em Petrolina, perto da
fronteira da Bahia com Pernambuco. Essa evaporação elevada, característica do semi-árido
nordestino, dificulta a manutenção de água nos açudes da região, que não são abastecidos por
rios perenes (Izique, 2005).
Os ANEXOS 2 e 3 mostram, respectivamente, a precipitação média em diversas
localidades da bacia do rio São Francisco e o mapa da bacia do rio São Francisco com
detalhes de informações pluviométricas de diversas estações localizadas nas várzeas do rio
São Francisco.
Comprova-se, através da análise desses mapas e dos dados neles contidos, a grande
variação de distribuição de chuvas ao longo do rio e de sua bacia hidrográfica. Por essa razão,
19
juntamente ao fato de ser uma bacia importante no âmbito nacional, torna-se imprescindível a
elaboração de estudos que visem à melhora da gestão hídrica nessa bacia.
2.1.2 População
Como mencionado anteriormente, o rio possui um extenso vale. Esse vale abrange
aproximadamente 500 municípios de 7 estados brasileiros.
Cerca de 16,14 milhões de pessoas (9,5% da população do país) habitam a bacia, com
maior concentração no alto (56%) e médio São Francisco (24%). A população urbana
representa 77% da população total e a densidade populacional é de 22 hab/km2. Nas demais
regiões observa-se percentual de população da ordem de 10% no sub-médio e no baixo São
Francisco (Silva et al., 2005). Os dados referentes à população urbana e rural e taxa de
urbanização estão apresentados na Tabela 5:
Tabela 5 – Dados populacionais das sub-bacias do São Francisco
População (hab)
Sub-bacia
Urbanização (%)
Urbana
Rural
Total
Alto
6.461.510
269.230
6.730.740
96
Médio
2.814.511
2.302.782 5.117.293
55
Sub-médio
1.375.230
1.080.538 2.455.768
56
Baixo
901.713
938.518
49
Total
11.552.964 4.591.068 16.144.032
1.840.231
77
Fonte: Silva et al., 2005
20
2.1.3 Disponibilidade hídrica
O mapa do ANEXO 4, que retrata a disponibilidade hídrica na área da bacia do São
Francisco, ilustra que a área de maior escassez hídrica da bacia corresponde às sub-bacias
localizadas em seu trecho médio e sub-médio.
É justamente, nessa região, que se localizarão as captações hídricas (eixo Norte e eixo
Leste) que estão previstas pelo projeto de transposição hídrica.
2.2. Os aproveitamentos hidrelétricos da bacia do São Francisco
As usinas hidrelétricas situadas na bacia do São Francisco produzem 10643,9 MW, ou
seja, aproximadamente 17% do total produzido no país. As situadas no próprio leito do rio
estão entre as maiores do Brasil (Porto, 2005). O ANEXO 5 localiza as diversas usinas
hidrelétricas da bacia.
Pode-se observar, pelo ANEXO 6, que as usinas localizadas no leito do São Francisco
são responsáveis por grande parte da energia produzida na bacia. A soma da energia instalada
nessas usinas responde por aproximadamente 97% do total da energia hidrelétrica instalada na
bacia.
A Figura 6 ilustra o esquema topológico da geração hidrelétrica no rio São Francisco.
Neste esquema há informações de posicionamento de seus aproveitamentos hidrelétricos e
principais afluentes do rio São Francisco.
A Tabela 6 exibe numericamente as principais características dos reservatórios
localizados no rio São Francisco.
21
Figura 6 – Topologia das usinas hidrelétricas da bacia do rio São Francisco
Fonte: Freitas, 2002.
22
Tabela 6 – Principais características dos reservatórios hidrelétricos do rio São Francisco
UHE
Dist.
até foz
(km)
3 Marias
2220
Sobradinho
800
Itaparica
Dist.
usinas
(km)
Área de
drenagem
(km2)
A. de
drenagem
incremental
(km2)
Vútil
(hm3)
Pinstalada
(MW)
50560
50560
15278
396
1420
498425
447865
28669
1050
310
490
587000
88575
3548
1500
Moxotó
270
40
599200
12200
226
400
P. A. 1/3
270
0
599200
0
90
1423
P. A. 4
270
0
599200
0
30
2460
Xingó
210
60
608700
9500
5
3000
Fonte: ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2002.
Na bacia do rio São Francisco, existem basicamente dois tipos de usinas hidrelétricas
– as barragens com reservatório, que se caracterizam pela possibilidade de controlar cheias e
regularizar o rio a jusante das mesmas, e as barragens sem reservatório, conhecidas como
usinas a fio d’água.
Como se pode observar pelo quadro exposto acima, a maior área de drenagem entre 2
usinas hidrelétricas ocorre no trecho entre Três Marias e Sobradinho, portanto, para evitar
inundações catastróficas em regiões próximas ao “Velho Chico”, decidiu-se que essas 2
barragens deveriam possuir grandes reservatórios, visando a regularização do rio a jusante e o
impedimento da passagem da onda de cheia. As usinas hidrelétricas de Três Marias e
Sobradinho regularizam o rio com uma vazão de, respectivamente, 517m3/s e 1.815m3/s
(quando somada à regularização de Três Marias). Além de evitar inundações à jusante, essas
duas represas também exercem fundamental papel estratégico, pois através da regularização
do rio São Francisco, possibilita a geração de energia hidroelétrica, durante todo o ano, nas
23
usinas a jusante de Sobradinho, isto é, Itaparica, Moxotó, Complexo de Paulo Afonso e
Xingó.
No entanto, cada uma das grandes usinas hidrelétricas do “Velho Chico” operam
segundo normas que atendam a certas restrições de vazões e níveis de água, restrições essas
que visam garantir, além do suprimento hídrico para atendimento aos diversos usos da água, o
controle de cheias para evitar catástrofes em regiões habitadas situadas em sua margem.
A Figura 7, além de dar características gerais, ilustra a composição dos principais
reservatórios da bacia do São Francisco.
Figura 7 – Principais reservatórios hidrelétricos da bacia do rio São Francisco
Fonte: ANA,2005
A seguir, caracteriza-se brevemente cada uma das usinas hidrelétricas expostas na
Figura acima.
24
2.2.1 Três Marias:
Inaugurada em 1952 pela CEMIG - Centrais Elétricas de Minas Gerais S.A., a
barragem tem 2.700 metros de comprimento e forma um reservatório de cerca de 21 bilhões
de metros cúbicos de água. Situa-se a 2.221 Km acima da foz do rio e foi construída para fins
de uso múltiplo das águas de seu reservatório. Usos como produção de energia hidrelétrica,
controle de enchentes, irrigação e melhoria das condições de navegabilidade do São
Francisco.
A usina e seu lago estão localizados na parte central de Minas Geral, pertencente a
MRH - 173, compreendendo os municípios de: Felixlândia, Morada Nova de Minas,
Biquinhas, Paineiras e Barreiro Grande. Esses municípios situam-se ao redor da represa da
hidrelétrica e tiveram parte de suas áreas inundadas.
A represa de Três Marias tem papel estratégico importante para a bacia do São
Francisco, já que é através de sua operação que o rio ganha força para enfrentar um clima
hostil, característico do sertão.
Situada a 95 km a montante de Pirapora, onde começa o principal trecho navegável do
São Francisco, a barragem de Três Marias retém as enchentes nos períodos chuvosos e
garante os níveis mínimos de água para a navegabilidade durante as estiagens.
Essa vazão controlada, cujos benefícios vão repercutir até na usina de Paulo Afonso,
possibilita ainda o desenvolvimento de irrigação às margens do rio, afastando os efeitos
danosos de eventos chuvosos.
A hidrelétrica, além de importante função de controle de cheias no rio São Francisco,
tem instalada 6 unidades de geração elétrica que somam um total de 396 MW.
25
2.2.2 Sobradinho
Inaugurada em 1979 pela CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco,
Sobradinho localiza-se na Bahia e constitui-se em um dos projetos hidrelétricos mais
importantes executados na bacia do São Francisco, em função de sua capacidade de fazer
regularização plurianual do rio São Francisco.
A regularização plurianual permite que Sobradinho garanta uma vazão mínima de
2.060 metros cúbicos por segundo e possibilita, assim, a utilização plena dos demais
aproveitamentos hidrelétricos, situados a jusante.
Os 34,1 bilhões de metros cúbicos de água da represa de Sobradinho inundam uma
área de 4.214 Km2, formando o maior lago artificial da América Latina e um dos maiores do
mundo. Para fins de ordem de grandeza, o lago ocupa uma área 10 vezes maior do que a Baía
de Guanabara - RJ. Para a formação de tão grandioso lago, quatro cidades - Casa Nova, Santo
Sé, Remanso e Pilão Arcado – tiveram que ser submersas pelas águas.
A hidrelétrica, além de importante função de regularização plurianual do São
Francisco, tem instalada 6 unidades de geração elétrica que tem um total de 1050 MW,
potência esta que acrescenta cerca de 4 bilhões de KW anuais de energia firme para o
Nordeste.
2.2.3 Itaparica (Luiz Gonzaga)
Inaugurada em 1988 pela CHESF, Itaparica localiza-se em Pernambuco, mais
especificamente a cerca de 10 km a jusante da cidade de Petrolina-PE e constitui-se de
barragem de seção mista (terra/enrocamento), associada às estruturas de concreto da casa de
máquinas e do vertedouro, com uma extensão total da crista de 4.700 m.
O reservatório acumula quase 11 bilhões de m³. A formação do lago inundou áreas da
Bahia e Pernambuco, como as cidades de Rodelas (BA), Petrolância e Itacuruba (PE), antes
26
habitadas por 10 mil e 500 famílias que foram reassentadas em 3 cidades e um povoado, em
projetos de irrigação que hoje contam com mais de 15.000 hectares em operação.
A hidrelétrica, apesar de prever na etapa final de seu projeto final a instalação de 10
unidades geradoras com potência de 250 MW cada uma, possui atualmente somente 6
unidades, somando um total de 1500 MW instalados. A usina de Itaparica estará interligada,
através de linhas de 500 KV, com a usina de Sobradinho e com o complexo hidrelétrico de
Paulo Afonso, por onde escoará a sua energia para o sistema de transmissão existente.
2.2.4 Moxotó (Apolônio Sales)
Inaugurada em 1977 pela CHESF, a usina hidrelétrica de Moxotó localiza-se entre os
aproveitamentos de Paulo Afonso e Itaparica, e constitui-se de barragem de terra e
enrrocamento, formando um reservatório de regularização pluri-semanal do rio, com o
volume de 1,2 bilhões de metros cúbicos, e de uma casa de máquinas com 4 unidades
geradoras de 100 MW, perfazendo o total de 400 MW.
Integrante do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso, Moxotó localiza-se cerca de 3
km a montante da primeira barragem, de modo que a água que aciona suas turbinas, através
de queda líquida de 21 metros, aciona também as unidades geradoras das usinas de Paulo
Afonso I, II e III, num segundo desnível em cascata. Além disso, através de um canal
escavado a partir de sua margem direita, o reservatório de Moxotó fornece água para acionar a
Usina de Paulo Afonso IV.
Deve-se mencionar o importante papel estratégico do reservatório de Moxoto pois,
através de sua água acumulada, permite a operação racional das usinas de Paulo Afonso I, II,
III e IV, não restringindo geração de energia por parte das mesmas nem em época de
estiagem.
27
2.2.5 Paulo Afonso I, II, III e IV:
A história das usinas de Paulo Afonso confunde-se com a história de sua criadora, a
CHESF, já que a criação da empresa, em 1948, teve como finalidade imediata a construção da
primeira usina de Paulo Afonso.
Paulo Afonso I foi implementada para aproveitar eletricamente o potencial hidráulico
de um desnível natural de 80 metros do rio São Francisco - a cachoeira de Paulo Afonso.
Portanto, em 1948 foram iniciadas as obras do acompanhamento e implementados os
estudos técnicos e o projeto para construção de Paulo Afonso I. As obras foram parcialmente
concluídas seis anos depois, em setembro de 1954, quando fez-se o fechamento do rio.
As duas primeiras unidades geradoras de Paulo Afonso I entraram em operação ainda
no final de 1954, passando a produzir energia para o abastecimento das duas principais
cidades da região - Recife e Salvador. No mês de outubro do mesmo ano, a obra foi
finalmente concluída, com a entrada em funcionamento de sua terceira unidade.
Prevendo-se a grande expansão que viria a ocorrer no mercado de energia elétrica
regional, provocada principalmente pela própria oferta criada pela usina de Paulo Afonso I, a
barragem de Paulo Afonso fora projetada de modo a permitir a ampliação do aproveitamento
em condições econômicas extremamente favoráveis, através da construção de mais duas
tomadas de água e respectivas casas de máquinas, que mais tarde viriam a ser chamadas de
Paulo Afonso II e III .
A usina de Paulo Afonso II foi executada dentro da mesma concepção da anterior,
porém com maior dimensão, com seis unidades geradoras, totalizando 445 MW. As obras
dessa segunda usina começaram em 1955, e as suas duas primeiras máquinas entraram em
funcionamento no final de 1961. As demais foram sendo instaladas até o ano de 1967, quando
entrou em serviço a sexta e última unidade geradora.
28
Já a terceira usina, Paulo Afonso III, teve o seu projeto aprimorado, avançando-se a
tomada d'água em relação às duas outras, obtendo-se, com isso um melhor rendimento de
altura e queda. A usina tem potência total instalada de 800 MW e foi iniciada em 1967 e
concluída em 1974.
As 4 usinas de Paulo Afonso totalizam 3885 MW instalados, e permite o
aproveitamento da água oriunda da barragem de Moxotó.
2.2.6 Usina de Xingó
A Usina Hidrelétrica Xingó é bastante recente, pois tem como data de início de
operação o ano de 1994. Constitui-se de uma das hidrelétricas mais modernas do Brasil e a
maior em potência instalada de toda a bacia do São Francisco, já que suas unidades geradoras
totalizam 3000 MW instalados.
Localizada na divisa dos Estados de Alagoas e Sergipe, a 210 quilômetros da foz,
Xingó é a última usina do rio São Francisco. Ela é totalmente automatizada. Através do centro
de controle informatizado, são operadas as unidades geradoras da usina e a subestação
elevadora de 500 kV.
2.3. Conclusão da caracterização da bacia
Aproximadamente 75% das vazões no rio São Francisco são provenientes do seu terço
superior (Minas Gerais). Por essa razão, a derivação de água em quantidade significativa em
qualquer trecho a montante de Xingó trará impactos relevantes na geração de energia.
Sendo o “Velho Chico” o rio mais representativo na geração de energia da região
Nordeste do Brasil, e considerando que já houve crise energética no país (em 2001), nada
mais lógico do que estudar as conseqüências do projeto de transposição do rio São Francisco
nas usinas dessa importante bacia.
29
CAPÍTULO 3
O PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO PARA O NORDESTE
SETENTRIONAL
3.1 Detalhes do projeto de transposição do rio São Francisco
Este capítulo visa resumir brevemente o atual projeto de integração do rio São
Francisco com as bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional elaborado pelo Ministério da
Integração Nacional.
O projeto tem como principal objetivo aumentar a garantia de atendimento hídrico de
45% da população do Nordeste setentrional, o que corresponde a ajudar cerca de 12 milhões
de pessoas que atualmente sofrem por viver nesta região hidricamente castigada (Izique,
2005).
A situação hídrica da região a ser beneficiada com o projeto é caótica. Segundo a
ONU, a mínima disponibilidade hídrica per capita para mantimento de vida sustentável é de
1500 m3/hab.ano e a disponibilidade no Nordeste setentrional é de apenas 450 m3/hab.ano, ou
seja, inferior a 1/3 deste mínimo (Silva, 2005).
Por possuir cerca de 70% do total de água doce do Nordeste em sua bacia, concentrado
principalmente no leito de um rio perene, e pelo fato de se localizar relativamente próximo a
região hidricamente problemática, o São Francisco foi escolhido pelo Ministério da
Integração Nacional para ser o doador hídrico do projeto de transposição (Gomes, 2005).
A transposição consiste, portanto, na integração da bacia do maior rio perene da região
Nordeste às bacias dos rios intermitentes de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte
e do Ceará (Silva, 2005).
30
O projeto prevê o desvio médio de 2% da vazão disponível no rio São Francisco nos
pontos de captação (cerca de 2 bilhões de m3). Esta vazão desviada beneficiará as seguintes
bacias:
• do rio Jaguaribe, no Ceará;
• do rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte;
• do rio Apodi, no Rio Grande do Norte;
• do rio Paraíba, na Paraíba;
• dos rios Moxotó, Terra Nova e Brígida, em Pernambuco, na bacia do rio São
Francisco.
O Ministério da Integração Nacional almeja, com tal transposição, o desenvolvimento
social e econômico das regiões beneficiadas. Este desenvolvimento fará com que grande parte
dos nordestinos não precisem mais sair de onde moram a procura de melhores condições de
vida. Espera-se, também, que grande parte daqueles que já foram para os pólos urbanos e
atualmente vivem em condições miseráveis, retornem as suas origens, amenizando assim o
problema social urbano (favelização, criminalidade, etc.).
Para isso, o projeto implica fornecer água de forma complementar para açudes
existentes nesta região, reduzindo assim as diferenças regionais causadas pela oferta desigual
da água entre bacias e populações.
O projeto consiste em dois sistemas independentes, denominados eixo Norte e eixo
Leste, que capta água do rio São Francisco entre as barragens de Sobradinho e Itaparica, no
estado de Pernambuco. O eixo Norte tem seu ponto de captação na cidade de Cabrobó e o
eixo Leste capta água no próprio reservatório de Itaparica (ANEXO 7).
Esses dois eixos são compostos, basicamente por canais, estações de bombeamento de
água, pequenos reservatórios (ANEXO 8) e duas pequenas centrais hidrelétricas no eixo
31
Norte. Os eixos objetivam garantir abastecimento de municípios do Semi-Árido, do Agreste
Pernambucano e da cidade de Fortaleza.
Os eixos levarão a água para os grandes açudes importantes da região: Castanhão
(CE), Armando Ribeiro Gonçalves (RN), Entremontes (PE), Pau dos Ferros (RN), Santa Cruz
(RN), Chapéu (PE), Poço da Cruz (PE) e Boqueirão (PB).
A captação de água pelo projeto de integração se dará de forma intermitente, ou seja,
de acordo com as necessidades hídricas das bacias receptoras, capta-se mais ou menos água
através dos eixos.
No entanto, de acordo com a ANA, a vazão firme disponível para bombeamento, nos
dois eixos, a qualquer tempo, foi estipulada em 26,4 m³/s – vazão correspondente à demanda
projetada para o ano de 2025, para consumo humano e dessedentação animal na região
receptora do projeto. O ANEXO 9 contém os trechos mais relevantes da outorga concedida
pela ANA para o projeto de transposição (DOU, 2005).
Excepcionalmente, será permitida a captação máxima diária de 114,3 m3/s e
instantânea de 127 m3/s. No entanto, para que o projeto possa captar vazões tão elevadas, será
necessário que o nível d’água do reservatório de Sobradinho esteja acima do menor valor
entre o nível correspondente ao armazenamento de 94% do volume útil e o nível
correspondente ao volume de espera para controle de cheias (DOU, 2005). Já contando com
tais restrições de derivação, o Ministério da Integração Nacional previu que o projeto terá
vazão média de 63,5 m3/s (MI, 2004).
A vazão firme do projeto, outorgada pela ANA, é garantida por lei. Segundo a lei 9433
de 1997, a prioridade de alocação hídrica é justamente o consumo humano e a dessedentação
animal, antes de qualquer outro uso múltiplo da água. Portanto, deve-se atender este tipo de
consumo antes de qualquer outro, inclusive a geração elétrica.
32
Os dois canais condutores de água percorrerão um total de cerca de 720 km, e sua
seção transversal é retangular com 25 metros de largura e 5 metros de profundidade. Eles
serão revestidos de concreto e, durante o seu percurso, haverá bombas, túneis, aquedutos e
pequenos reservatórios; elementos necessários para transportar a água do São Francisco até os
açudes receptores (Gomes, 2005).
Os canais condutores lançarão água às calhas de alguns rios intermitentes da região
para, assim, a água ser conduzida a seus destinos finais. Os canais se ligarão ao rio Salgado,
no qual a água percorrerá 60 km; ao rio Jaguaribe, 80 km; ao rio Apodi, 90 km; ao rio
Piranhas-Açu, 130 km; ao rio Paraíba, 150 km. A água percorrerá, portanto, 510 km em rios.
O eixo Norte transportará um volume médio de 45,2 m³ de água por segundo pelo
sistema. Ele levará água para os rios Brígida (PE), Salgado (CE), do Peixe e Piranhas-Açu
(PB e RN) e Apodi (RN), garantindo o fornecimento de água para os açudes Chapéu (PE),
Entremontes (PE), Castanhão (CE), Engenheiros Ávidos (PB), Pau dos Ferros (RN), Santa
Cruz (RN) e Armando Ribeiro Gonçalves (RN). Pela sua extensão, foi dividido em cinco
trechos, denominados: Trechos I, II, III, IV e VI (MI, 2004).
O eixo Norte é composto por, aproximadamente, 402 km de canais artificiais, 4
estações de bombeamento, 22 aquedutos, 6 túneis e 26 reservatórios de pequeno porte. Nesse
eixo, ainda estão previstas duas pequenas centrais hidrelétricas junto aos reservatórios de Jati
e Atalho, no Ceará, com, respectivamente, 40 MW e 12 MW de capacidade (Gomes, 2005).
O eixo Leste tem cerca de 220 km, e se estende até o rio Paraíba, na Paraíba, tendo
vazão média de 18,3 m³/s. Esse Eixo levará água para o açude Poço da Cruz (PE) e para o rio
Paraíba, que é responsável pela manutenção dos níveis do açude Epitácio Pessoa (PE),
também chamado de Boqueirão. Esse Eixo é chamado também de Trecho V. Compõe-se de 5
estações de bombeamento, 5 aquedutos, 2 túneis e 9 reservatórios de pequeno porte.
33
As diferenças de cota entre os locais de captação de água no rio São Francisco e os
pontos receptores, que chegam a 165 m no eixo Norte e a 304 m no eixo Leste, serão vencidas
através da utilização de estações de bombeamento.
Deve-se frisar que cada um dos eixos serão operados de maneira independente, de
acordo com a necessidade hídrica de cada uma das regiões favorecidas por cada um dos eixos.
A obra será, portanto, composta por dois eixos, que terão um total de nove estações de
bombeamento para superar os desníveis de altitude, 27 aquedutos, 8 túneis e 35 reservatórios
de pequeno porte e 2 pequenas centrais hidrelétricas.
O projeto de transposição do rio São Francisco para bacias hidrográficas do Nordeste
setentrional está estimado em US$ 1,5 bilhão. O eixo Norte está estimado em US$ 1,03
bilhão, e o eixo Leste, em US$ 472 milhões.
Após a conclusão do projeto de transposição do São Francisco, espera-se que cesse o
maior pulso migratório do país, que corresponde justamente à região do Nordeste
Setentrional, cujo motivo principal é, sem sombra de dúvida, a baixíssima disponibilidade per
capita de água desta região.
34
CAPÍTULO 4
O SISTEMA DE SUPORTE A DECISÃO (SSD ACQUANET)
4.1. Introdução
O SSD AcquaNet é um modelo matemático, baseado na teoria de fluxos em rede, que
visa dar suporte a tomada de decisões no gerenciamento de recursos hídricos.
Esse modelo matemático foi aperfeiçoado no Laboratório de Sistemas de Suporte a
Decisões da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LabSid / USP) através de
algumas mudanças feitas do modelo que o originou – o ModSim - que foi desenvolvido no
Colorado State University, nos Estados Unidos, na década de 1980 (LABADIE, 1995). Houve
melhoramentos em sua interface gráfica, que era pouco amigável, e em seu sistema de
gerenciamento de dados, que passou a ser feita através da criação e utilização de banco de
dados no formato Access.
O SSD AcquaNet foi desenvolvido, portanto, para ser um sistema amigável, de fácil
comunicação usuário - computador, formulação do problema e interpretação dos resultados
por ele obtidos.
Os próximos itens abordarão detalhes do funcionamento do SSD AcquaNet, desde sua
programação até sua interface gráfica.
4.2. A programação do modelo matemático
O SSD AcquaNet é um modelo matemático baseado na teoria de fluxos em rede. Uma
rede de fluxo é a representação do sistema complexo da bacia através de uma sucessão de
arcos (elos) e nós.
35
Os arcos representam os elementos mais dinâmicos da bacia onde ocorrem os fluxos
propriamente ditos (rios, canais, dutos, etc.) e correspondem às ligações entre os nós.
Os nós representam os elementos mais estáticos da bacia, ou seja, pontos de entrada e
saída dos fluxos (reservatórios, demandas, confluências, entre outros).
Os fluxos de cada um dos arcos da rede correspondem à quantidade transportada de
um determinado produto por unidade de tempo.
A Figura 8 ilustra os elementos constituintes de uma rede de fluxo.
Figura 8 – Representação de uma rede de fluxo com nós e arcos
Através da rede de fluxo montada no próprio modelo matemático ocorre a otimização
da rede, ou seja, procura-se através da disponibilidade hídrica e outros dados de entrada do
modelo, alocar a água de maneira ótima.
O algoritmo utilizado para tal otimização das redes de fluxo elaboradas no SSD
AcquaNet prevê que a rede de fluxo desenhada pelo usuário seja pura.
Para ser considerada rede de fluxo pura, esta deve apresentar certas características, tais
como: possuir limites máximo e mínimo de fluxo em cada um de seus arcos (rede capacitada);
não pode haver perdas no nó, ou seja, o fluxo total afluente a um nó é exatamente igual à
soma dos fluxos efluentes a este (rede conservativa) e cada arco deve ter associado a si um
custo unitário de transporte.
Desta forma, a rede de fluxo desenhada no modelo matemático é assim caracterizada:
•
rede capacitada
Ii , j ≤ X i , j ≤ Si , j
36
•
rede conservativa
∑X
•
i, j
= ∑ X j, k
custo do fluxo no arco (i,j)
Ci , j ⋅ X i , j
•
custo total da rede
∑C
i, j
⋅ Xi, j
Os parâmetros de rede capacitada – Ii,j e Si,j – são fornecidos como dado de entrada de
cada uma das conexões da rede. O Ii,j corresponde a capacidade mínima (m3/s) e o Si,j
corresponde a capacidade máxima mensal (m3/s).
Os parâmetros de rede conservativa – Xi,j e Xj,k – respectivamente vazões afluentes e
efluentes, são fornecidos como dado de entrada através da vazão natural da série histórica de
cada um dos nós da rede.
O parâmetro do custo do fluxo pelo arco – Ci,j – é fornecido como dado de entrada
através da estipulação de prioridades para alocação da água em cada nó de demanda
(prioridade para atender uma determinada demanda) e para alocação da água em cada nó
reservatório (prioridade para atender determinado volume meta).
Os dados de entrada “prioridade de demanda” e “prioridade de volume meta” são
valores estipulados pelo usuário e que dependem das características do estudo realizado
(política que se pretende adotar), podendo variar de 1 (alocação prioritária) à 99 (alocação
menos preferencial). Nota-se que a ligação que sai de determinado nó i para outro nó j que
possui alto valor de prioridade (ex: prioridade = 1), deve obrigatoriamente possuir o menor
custo unitário de fluxo pelo arco - Ci,j.
37
Para programar esta alocação hídrica baseada em prioridades, adotou-se a precificação
unitária dos volumes alocados nos nós. O custo é baseado na seguinte equação:
C=10P – 1000
onde:
C - custo da alocação (C=-990 para P=1; C=-10 para P=99)
P - prioridade (varia de 1 a 99)
No caso de déficit hídrico nos reservatórios da bacia, as altas demandas vinculadas a
menores prioridades não têm o seu fornecimento hídrico 100% atendidos.
Exemplo dessa situação seria no caso em que a prioridade de atingimento do volume
meta de um reservatório seja 40, de outra demanda hídrica 50 e haja um arco ligando esses 2
elementos. A demanda só será atendida por este reservatório, total ou parcialmente, se seu
volume meta já tenha sido alcançado, pois, nesta situação, é mais importante para a bacia
hidrográfica que o reservatório poupe água para atingir seu volume meta do que ceder para
atender a esta demanda.
O cálculo feito pelo modelo segue a seguinte lógica: Ele calcula os custos de cada
alternativa, ou seja, para prioridades 40 (reservatório) e 50 (demanda), os custos serão
“Custos reservatório” = -600 e “Custo demanda” = -500. Para minimizar o custo total da
rede, o modelo aloca água no reservatório até atingir seu volume meta. Uma vez atingido esse
volume meta, água estará sendo cedida para o atendimento da demanda. Se houver depleção
do reservatório, a água será novamente alocada no reservatório para que seja atingido o seu
volume meta novamente.
O AcquaNet, portanto, resolve a rede escrevendo como função objetivo minimizar o
custo do transporte do fluxo pelos arcos, sujeitos à manutenção das condições de rede
capacitada e conservativa (que são as restrições), ou seja:
38
Função objetivo
Min∑ Cij X ij
sujeita às seguintes restrições
Lij ≤ X ij ≤ U ij
∑X
ij
= ∑ X jk
A formulação acima é facilmente resolvida através de técnicas de programação linear.
No caso do SSD AcquaNet, o algoritmo empregado para sua resolução denomina-se Out-ofKilter.
O Out-of-Kilter é um algoritmo de programação linear primal-dual que foi
desenvolvido na década de 1970 especialmente para a solução eficiente de problemas de
minimização de custos em redes de fluxo. Sua forma geral de otimização da rede é a seguinte:
Minimizar:
m
m
∑∑ c
i =1 j =1
ij
⋅ x ij
sujeita a:
m
m
j =1
j =1
∑ xij − ∑ x ji = 0,
i = 1, ..., m
x ij ≥ Lij ,
i, j = 1, ..., m
x ij ≤ U ij ,
i, j = 1, ..., m
onde:
cij - custo do transporte de uma unidade de fluxo através do arco ij
39
xij - quantidade de fluxo que passa pelo arco ij
Lij - capacidade mínima do arco ij
Uij - capacidade máxima do arco ij
O desenvolvimento do algorítmo Out-of-Kilter pode ser obtida nas referências
bibliográficas desta dissertação (PORTO, 2005 & CLAUSEN, 1968).
4.3 Passos para resolução de problemas utilizando o SSD AcquaNet
4.3.1 O desenho da rede de fluxo
O primeiro passo para resolver o problema através do AcquaNet consiste na
elaboração da rede de fluxo, ou seja, o desenho da topologia da bacia em estudo no modelo
matemático. Esse desenho pode ser feito de maneira bastante simples, utilizando apenas o
mouse e uma série de ícones que representam os elementos de uma bacia hidrográfica, que
são: reservatórios, canais, nós de passagem, demandas hídricas, etc.
A Figura 9 ilustra a tela principal do módulo base do SSD AcquaNet, e a Figura 10, os
botões de construção e edição do traçado da rede, a ser feita na tela principal do módulo base
e estão localizados em seu canto superior esquerdo (vide novamente Figura 9). Os botões são
utilizados, observando-os da esquerda para a direita, para criar nó de passagem, criar
reservatório,
criar
demanda,
criar
arco,
apagar
elementos,
mover
elementos
e
marcar/desmarcar elementos.
40
Figura 9 –Tela principal do módulo base
Fonte: Porto, 2002
Figura 10 – Botões para construção/edição do traçado principal do módulo base
Fonte: Porto, 2002
Utilizando os botões da Figura 10, é possível montar redes com um grande número de
reservatórios, demandas, nós de passagem e arcos, representando o problema em estudo.
4.3.2 Configurando as Definições Gerais
As definições gerais são informações que servirão de base para a entrada de dados, o
cálculo e os resultados a serem gerados pelo modelo.
Ao clicar no botão de sigla DG - Figura 11, localizado também na tela principal do
módulo base (vide Figura 9), surgirá a tela de definições gerais.
41
Figura 11 – Botão de definições gerais
Fonte: Porto, 2002
Nesta tela, deve-se fornecer as seguintes informações ao modelo matemático:
tolerância dos volumes, tolerância das demandas, o tipo de Simulação (Simulação Contínua –
para efetuação de cálculos seqüenciais no tempo - ou Planejamento Tático - para análises
estatísticas de longo prazo), e a Opção de Cálculo (Estados Hidrológicos ou Calibração).
Na Figura 12 é mostrada a tela de definições gerais quando as opções escolhidas são
Simulação Contínua e Calibração.
Figura 12 –Tela de definições gerais
Fonte: Porto et al, 2005
A presente dissertação rodará o modelo matemático utilizando como tipo de simulação
e opção de cálculo, respectivamente, Simulação Contínua e Calibração.
42
4.3.3 Escolha do módulo secundário no SSD AcquaNet
O AcquaNet constitui-se de um módulo base e de 5 módulos secundários. Os módulos
secundários são escolhidos em função do objetivo do estudo, e podem ser: (1) módulo de
alocação de água, (2) de avaliação da qualidade da água, (3) de alocação de água para
irrigação, (4) de produção de energia elétrica, e (5) de valores econômicos de decisões de
alocação.
O módulo base é responsável pelo traçado, leitura, salvação dos projetos, comunicação
entre os diferentes módulos secundários e definição do módulo secundário ativo.
Os módulos secundários utilizam um algoritmo de fluxos em rede para a solução dos
problemas e funcionam de forma independente. O sistema dispõe de um banco de dados que
armazena os dados de entrada dos modelos, assim como os resultados gerados por eles. Esse
banco é parte fundamental em todo o processo de comunicação entre o módulo base e os
outros módulos.
O ANEXO 10 apresenta um esquema da arquitetura do AcquaNet e contém um
resumo das funcionalidades de seus módulos de análise.
Apesar de o SSD AcquaNet possuir 5 módulos secundários, somente será aqui
detalhado o módulo produção de energia, já que todas as operações de resolução do problema,
objeto da dissertação, são realizadas utilizando somente esse módulo secundário.
4.3.3.1 O módulo produção de energia
O principal objetivo deste módulo secundário é simular a produção de energia firme
desejada proveniente das descargas dos reservatórios, considerando a análise dos múltiplos
usos da água.
O esquema e o funcionamento de uma usina hidrelétrica está ilustrado na Figura 13.
43
Figura 13 – Esquema de funcionamento de uma usina hidrelétrica
Fonte: Roberto, 2002
O cálculo dos resultados nesse módulo é feito considerando a demanda de energia
(vazão turbinada) com uma dada prioridade. A partir do valor de potência a ser gerada em
dado mês, é calculada a vazão média a ser turbinada.
O cálculo, neste módulo secundário, é realizado através da equação de potência e
restrições operacionais da usina expostos abaixo. Deve-se notar que R’ é a vazão turbinada e
R’’é a vazão do vertedouro da barragem. A descarga total é então (R’+R”). Outra observação
importante é que a carga hidráulica média em um mês é H = (Hi – Hf)/2
P(MW ) = 9.81 × 10 3 × η × (H − H T ) × R ′
 Hi − H f
P(MW ) = 9.81 × 10 3 × η × 
− HT
2

Restrições operacionais da usina

 × R′


Limites da vazão turbinada:
′ ≤ R′ ≤ Rmax
′ × ID
Rmin
44
Potência máxima:
onde:
P ≤ Pinst × ID
R’min e R’max – Turbinagem mínima e máxima das máquinas (m3/s)
Pinst – Potência instalada da usina (MW)
ID – Índice de disponibilidade (potência média disponível no mês descontadas as
horas paradas para manutenção)
Portanto, os dados de entrada necessários para rodar o programa no módulo “energia”
são:
Tabela cota x volume do reservatório
Tabela cota x vazão do canal de fuga a jusante do reservatório
Tabela queda x vazão máxima turbinada (m3/s)
Engolimento mínimo (m3/s)
Índice de disponibilidade das máquinas
Potência instalada (MW)
Potência a ser gerada (MW) e prioridade para a geração
4.3.4 Os dados de entrada requeridos pelo modelo matemático
Para inserir os dados de entrada em qualquer elemento da rede, basta clicar com o
botão dois do mouse sobre ele. Irá surgir uma tela com todos os dados necessários ao
elemento escolhido. Uma parte da tela de dados de um reservatório é mostrada na Figura 14.
45
Figura 14 –Tela para entrada/edição de dados de um reservatório
Fonte: Porto, 2002
Os dados necessários para rodar o modelo matemático no módulo energia são os
mesmos necessários no módulo alocação, com acréscimo de alguns dados caso o reservatório
seja definido como usina hidroelétrica.
A representação das usinas na rede AcquaNet está ilustrado na Figura 15 e seu quadro
de definição na Figura 16.
Figura 15 – Representação das usinas hidroelétricas
Fonte: Porto, 2002
46
Figura 16 – Quadro para definir se o reservatório é ou não uma usina hidroelétrica
Fonte: Porto, 2002
Caso o reservatório seja definido como usina hidrelétrica, a tela para entrada/edição de
dados de um reservatório aumentará consideravelmente (vide Figura 18 e compare-a com
Figura 14), pois além de todos os dados referentes ao módulo alocação, deve-se prover
informações sobre: prioridade da geração e potência mensal desejada (como demonstrado na
Figura 17), e dados de geração (potência total instalada, número de turbinas, rendimento do
conjunto turbina-gerador, índice de disponibilidade, engolimento mínimo para a turbina,
curva de engolimento máximo da turbina em tabela queda por engolimento máximo, e
finalmente, curva-chave de jusante).
Figura 17 – Valores da prioridade da geração e da potência mensal desejada
Fonte: Porto et al, 2005
47
Figura 18 – Tela de dados de um reservatório no módulo de energia
Fonte: Porto et al, 2005
4.3.5 A efetuação do Cálculo e obtenção dos resultados
Para o módulo de alocação efetuar os cálculos basta clicar no menu "Calcular" ou no
botão respectivo (vide Figura 19). Ao fazer isto, o módulo de alocação iniciará os cálculos,
apresentando uma tela que indica o andamento do processo. Ao final dos cálculos, o módulo
de alocação está pronto para apresentar os resultados.
Figura 19 – Botão para acionar o cálculo
Fonte: Porto et al, 2002
Para acessar os resultados, que vêm em forma de planilhas ou gráficos, basta clicar no
menu "Resultados" ou no botão respectivo (Figura 20).
48
Figura 20 – Botão de resultados
Fonte: Porto et al, 2002
4.3.5.1 Resultados da Simulação Contínua
Os resultados da Simulação Contínua são escolhidos através da tela mostrada na
Figura 21, na qual o usuário define os elementos e os resultados que deseja visualizar. Isto
torna o processo mais eficiente, já que somente os resultados escolhidos pelo usuário serão
lidos do banco de dados.
Neste módulo, todos os resultados podem ser mostrados individualmente ou como
sistema (todos os elementos de um mesmo tipo são mostrados como se fossem um único).
Para isto basta ativar/desativar a opção "Resultados do Sistema" existente no canto inferior
direito da tela mostrada na Figura 21.
Finalmente, o resumo dos resultados, além de ser apresentado em planilha, também
pode ser apresentado em formato gráfico, conforme mostrado na Figura 22.
Como a presente tese não visa focar-se na explicação detalhada de todos os recursos
do modelo matemático, caso haja interesse de conhecer melhor os tipos de simulação e as
opções de cálculo, pode-se consultar tanto o Manual do Usuário como o livro “Métodos
Numéricos em Recursos Hídricos 6” (PORTO, 2005).
49
Figura 21 – Tela para escolha dos resultados na Simulação Contínua
Fonte: Porto, 2002
Figura 22 – Resumo dos resultados em formato gráfico
Fonte: Porto, 2002
50
CAPÍTULO 5
O ESTUDO DOS IMPACTOS NA GERAÇÃO HIDRELÉTRICA DEVIDO À
TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO
5.1 Introdução
Este capítulo visa, através de dados da bacia hidrográfica e das usinas hidrelétricas
nela situadas (descritos no capítulo 2), do entendimento do recente projeto de transposição
proposto pelo Ministério da Integração Nacional (descrito no capítulo 3), e da compreensão
do modelo matemático que será utilizado (capítulo 4), determinar os impactos energéticos nas
usinas hidrelétricas localizadas na calha do rio São Francisco que virão a ocorrer nos
primeiros 5 anos de operação do projeto de transposição de águas deste rio, considerando seu
início de operação janeiro de 2006.
Para estudar esses impactos energéticos, foram criados 10 casos que simulam 10
situações de transposição do São Francisco e um caso, denominado referência, em que não se
considera qualquer transposição hídrica. O caso referência foi utilizado como base
comparativa para os demais casos. Os 11 casos de transposição variam entre si de acordo com
a quantidade hídrica demandada para a transposição. Os casos foram assim estipulados:
•
Caso Referência – Demanda de transposição nula, ou seja, não há qualquer impacto na
geração de energia devido à transposição;
51
•
Caso 1 - Demanda de transposição equivalente a 10% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição. É o caso mais brando a ser analisado no estudo, ou seja, é o
que haverá menor impacto na geração de energia devido à transposição;
•
Caso 2 - Demanda de transposição equivalente a 20% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 3 - Demanda de transposição equivalente a 30% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 4 - Demanda de transposição equivalente a 40% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 5 - Demanda de transposição equivalente a 50% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 6 - Demanda de transposição equivalente a 60% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 7 - Demanda de transposição equivalente a 70% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 8 - Demanda de transposição equivalente a 80% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
52
•
Caso 9 - Demanda de transposição equivalente a 90% da vazão diária máxima autorizada
na outorga da transposição;
•
Caso 10 - Demanda de transposição equivalente a vazão diária máxima autorizada na
outorga da transposição. É o caso em que maiores impactos na geração hidrelétrica são
sentidos devido a transposição do rio São Francisco.
Para a montagem dos casos de transposição, utilizou-se como parâmetro o valor da
vazão máxima diária para a transposição permitida pela outorga da Agência Nacional de
Águas, que foi estipulada em 114,3 m3/s (DOU, 2005). A percentagem deste valor (função do
caso de transposição) foi dividida pelos eixos Norte e Leste considerando o seguinte critério:
Qmáx,transposição = Qmáx,eixo norte + Qmáx,eixo leste = 114,3 m3/s
Segundo o Relatório dos Impactos sobre o Meio Ambiente do projeto (RIMA), a
vazão média de cada um dos eixos do projeto de transposição é:
Qméd,eixo norte = 42,4 m3/s
e
Qméd,eixo leste = 21,1 m3/s
Qméd,transposição = Qméd,eixo norte + Qméd,eixo leste = 42,4 + 21,1 = 63,5 m3/s
Portanto, por analogia, para obter Qmáx,eixo norte e Qmáx,eixo leste fez-se regra de três simples:
Qmáx,transposição = 114,3 m3/s ------------ X%
Qméd,transposição = 63,5 m3/s ------------- 100%
X = 180 %
53
Portanto:
Qmáx,eixo norte = X . Qméd,eixo norte = 1,8 . 42,4 = 76,32 m3/s
Qmáx,eixo leste = X . Qméd,eixo leste = 1,8 . 21,1 = 37,98 m3/s
Estes valores de Qmáx,eixo
norte
= 76,32 m3/s e Qmáx,eixo
leste
= 37,98 m3/s serão
utilizados como dados de entrada para a demanda de transposição no caso 10 do modelo
matemático.
Para os demais casos, basta realizar as respectivas percentagens destes valores.
Portanto:
•
Caso 1 – Demanda de transposição é equivalente a 10% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 7,362 m3/s e 3,798 m3/s;
•
Caso 2 – Demanda de transposição é equivalente a 20% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 15,264 m3/s e 7,596 m3/s;
•
Caso 3 – Demanda de transposição é equivalente a 30% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 22,896 m3/s e 11,394 m3/s;
•
Caso 4 – Demanda de transposição é equivalente a 40% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 30,528 m3/s e 15,192 m3/s;
•
Caso 5 – Demanda de transposição é equivalente a 50% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 38,16 m3/s e 18,99 m3/s;
54
•
Caso 6 – Demanda de transposição é equivalente a 60% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 45,792 m3/s e 22,789 m3/s;
•
Caso 7 – Demanda de transposição é equivalente a 70% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 53,424 m3/s e 26,586 m3/s;
•
Caso 8 – Demanda de transposição é equivalente a 80% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 61,056 m3/s e 30,384 m3/s;
•
Caso 9 – Demanda de transposição é equivalente a 90% da vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 68,688 m3/s e 34,182 m3/s;
•
Caso 10 – Demanda de transposição é equivalente à vazão diária máxima, ou seja,
demandas dos Eixos Norte e Leste, respectivamente, 76,32 m3/s e 37,98 m3/s.
Deve-se observar que para que utilizássemos estes valores no modelo matemático e
estivéssemos obedecendo as normas de outorga estabelecidas pela ANA, seria necessário que
o reservatório de Sobradinho estivesse, em todos os meses da simulação, com nível d’água
mínimo correspondente ao armazenamento de 94% de seu volume útil. Essa restrição foi
colocada no modelo para não permitir que haja qualquer transposição não autorizada na
outorga concedida pela ANA.
O capítulo divide-se em 3 itens. O primeiro consistirá na exposição dos dados de
entrada do modelo, o segundo, a seqüência de procedimentos realizados para rodar o modelo
e obter os resultados desejados, e finalmente, o terceiro, mostrará os resultados obtidos pelo
SSD AcquaNet.
55
5.2 Dados de entrada do modelo matemático
Os dados de entrada requeridos para rodar o modelo no módulo geração de energia
dividem-se basicamente em quatro tipos: dados de reservatórios, dados de demandas, dados
de usinas hidrelétricas e dados de prioridades de atendimento.
5.2.1 Dados de reservatórios requeridos pelo modelo
Volume Máximo, Volume Mínimo e Volume Inicial
Estes dados correspondem aos limites de armazenamento inferior e superior dos
reservatórios das Usinas Hidrelétricas (UHEs), volume mínimo e máximo respectivamente. O
volume inicial corresponde ao volume armazenado em cada um dos reservatórios em
31/12/2005 (ONS).
Tabela 7 – Volume Máximo, Volume Mínimo e Volume Inicial
UHEs /
Volumes
Vmáx
(Mm3)
Vmín
(Mm3)
Vinicial
(Mm3)
TRÊS
MARIAS
SOBRADINHO
ITAPARICA
PAM
Xingó
19528
34116
10782
1373
3800
4250
5447
7234
1373
3800
15632
24710
8955
1373
3800
Como as UHEs PAM e Xingó operam a fio d’água e não têm função de contenção de
cheias, considerou-se como Volume inicial, respectivamente 1373 e 3800 Mm3.
56
Tabela Cota vs. Área vs. Volume
As tabelas Cota vs Área vs. Volume são obtidas através do uso dos polinômios
característicos de cada um dos reservatórios simulados.
Tabela 8 – Polinômio Cota vs. Volume.
3 Marias
a0
5,30E+02
a1
6,08E-03
a2
-4,84E-07
a3
2,20E-11
a4
-3,85E-16
Sobradinho
3,74E+02
1,40E-03
-5,35E-08
1,16E-12
-9,55E-18
Itaparica
2,76E+02
6,76E-03
-8,87E-07
7,07E-11
-2,24E-15
PAM
Xingó
2,52E+02
1,38E+02
Fonte: SIPOT,2001
Tabela 9 – Polinômio Área vs. Cota
3 Marias
a0
1,21E+07
a1
-8,93E+04
a2
2,48E+02
a3
-3,06E-01
a4
1,42E-04
Sobradinho
-5,04E+05
4,91E+03
-8,97E+00
-1,89E-02
4,65E-05
Itaparica
-2,00E+05
1,82E+03
-4,44E+00
-1,92E-03
1,29E-05
PAM
Xingó
2,13E+02
6,00E+01
Fonte: SIPOT,2001
Estes polinômios característicos dos reservatórios do rio São Francisco associam
características físicas proporcionais através de uma equação polinomial.
O polinômio cota vs. volume, por exemplo, permite que, através de dados de volume
de um determinado reservatório, obtenha-se a cota referente a esse volume.
O modelo matemático requer, como dado de entrada, valores que completem uma
tabela cota-área-volume. Para obtermos a referida tabela, fez-se:
57
(1) Interpolou-se 3 valores entre o volume máximo e mínimo de cada um dos
reservatórios estudados. Fica-se então com 5 valores de volumes para completar a tabela - os
valores máximos e mínimos e os outros 3 valores interpolados.
(2) Calculou-se, através do polinômio cota vs. volume, a cota correspondente a cada
um dos volumes a serem analisados.
Analisando o caso do reservatório de 3 Marias, por exemplo, através de seu polinômio
cota/volume, montou-se a seguinte equação característica:
Z = 5,3. 102 . V0 + 6,08. 10-3.V1 – 4,84. 10-7.V2 + 2,20 10-11.V3 – 3,85. 10-16.V4
Para o caso de V = Vmín = 4250 Mm3, tem-se:
Z = 5,3. 102 + 6,08. 10-3. 4250 – 4,84. 10-7.42502 + 2,20 10-11.42503 – 3,85. 10-16.42504
Z = 548.985 m
Com as cotas referentes a cada um dos volumes, entra-se no polinômio área/cota e
monta-se a seguinte equação característica:
A = 1,21. 107 . Z0 – 8,93. 104.Z1 + 2,48. 102 .Z2 - 3,06 10-1 .Z3 + 1,42. 10-4.Z4
Para o caso de Z = Zmín = 548.985 m, tem-se:
A = 1,21. 107 – 8,93. 104. 548.985 + 2,48. 102. 548.9852 - 3,06 10-1. 548.9853 + 1,42. 10-4. 548.9854
A = 187.122 km2
58
Portanto, seguindo este exemplo para todos os volumes interpolados, obtém-se a
tabela cota vs. Área vs. Volume para 3 Marias.
Obedecendo a mesma seqüência de etapas, obtem-se a tabela para as outras usinas
hidrelétricas do sistema – Sobradinho, Itaparica, PAM e Xingó.
Tabela 10 – Tabela Cota vs. Área vs. Volume para as UHEs localizadas no rio São Francisco
UHE 3 Marias
Cota (m)
Área (km2)
Volume
(Mm3)
548.985
187.122
4.250.000
557.817
373.467
8.069.500
563.554
530.263
11.889.000
568.429
697.018
15.708.500
572.711
877.454
19.528.000
UHE Sobradinho
Volume
Cota (m) Área (km2)
(Mm3)
380.376
1.128.752
5.447.000
385.359
2.007.893
12.614.250
388.352
2.787.032
19.781.500
390.541
3.482.549
26.948.750
392.510
4.201.749
34.116.000
UHE Itaparica
Cota (m)
Área (km2)
Volume
(Mm3)
298.963
606.899
7.234.000
300.375
660.537
8.121.000
301.703
714.031
9.008.000
302.923
765.897
9.895.000
303.976
812.882
10.782.000
UHE PAM
Cota (m)
Área (km2)
Volume
(Mm3)
251.500
213.000
1.373.000
UHE Xingó
Cota (m)
Área (km2)
Volume
(Mm3)
138.000
60.000
3.800.000
Fonte: ONS, 2006
59
Vazões naturais aos reservatórios das hidrelétricas
Vazões naturais a um reservatório é a contribuição longitudinal que a bacia
hidrográfica fornece aos rios que afluirão para um reservatório. É o equivalente a vazão
afluente total àquele reservatório subtraído da vazão efluente do reservatório de montante.
As vazões naturais futuras de cada uma das hidrelétricas do rio São Francisco
referentes aos anos de 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010 foram obtidas através da utilização de
dois modelos matemáticos desenvolvidos pelo CEPEL. Estes modelos são constantemente
utilizados pelo Operador Nacional do Sistema - ONS para a otimização da operação do
Sistema Interligado Nacional – SIN.
Ambos os modelos têm como dados de entrada a série histórica de vazões naturais a
cada um dos reservatórios do São Francisco (dados históricos do O.N.S., que vão desde
Janeiro de 1931 até Dezembro 2005). Através de cálculos estatísticos, estes modelos
conseguem expandir a rede para o futuro.
Para o estudo da presente tese, o ano de 2006, de Janeiro a Dezembro, foi obtido pelo
modelo matemático Previvazm, pois este consegue expandir a série histórica por até 1 ano e,
para a previsão dos demais anos (2007 a 2010), utilizou-se o modelo Gevazp, que tem
capacidade de expandir a série histórica por até 5 anos.
Tabela 11 – Vazões naturais aos reservatórios
UHE
3Marias
3M
3M
3M
3M
Sobradinho
Sobr
Sobr
Sobr
Sobr
Itaparica
Itap
Ano
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
Jan
1805
1688
1411
1846
703
5823
5732
5703
5440
3563
5610
5865
Fev
1498
1519
803
1956
698,9
5129
6874
4691
5445
3256
5251
7103
Mar
1182
958,6
802,6
1670
563,5
5832
5195
3413
6660
2080
5866
5481
Abr
832
329
514
1001
581
3689
2208
2446
4691
2654
3949
2342
Mai
453
391
300
426
331
2252
3130
1704
1606
1943
2412
3238
Jun
331
271
212
269
206
1509
1606
1215
1290
1143
1351
1628
Jul
271
260
211
261
187
1334
1408
1165
1228
960
1353
1422
Ago
233
196
174
233
155
1160
1120
1001
1141
791
1190
1136
Set
223
144
164
224
179
1141
970
957
1102
971
1045
994
Out
306
244
132
219
252
1197
1149
841
1045
1058
1181
1173
Nov
587
306
641
295
535
1897
1633
1527
1764
2147
1814
1671
Dez
1088
772
1643
871
707
3461
2740
4083
3599
3624
3395
2812
60
Itap
Itap
Itap
PAM
PAM
PAM
PAM
PAM
Xingó
Xingó
Xingó
Xingó
Xingó
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
5842
5555
3656
5610
5865
5842
5555
3656
5584
5865
5842
5555
3656
4854
5593
3364
5251
7103
4854
5593
3364
5338
7103
4854
5593
3364
3587
6994
2180
5866
5481
3587
6994
2180
5825
5481
3587
6994
2180
2583 1759 1231 1177
4953 1652 1307 1239
2802 2006 1158
969
3949 2412 1351 1353
2342 3238 1628 1422
2583 1759 1231 1177
4953 1652 1307 1239
2802 2006 1158
969
4035 2651 1471 1392
2342 3238 1628 1422
2583 1759 1231 1177
4953 1652 1307 1239
2802 2006 1158
969
Fonte: ONS, 2006
1015
1156
802
1190
1136
1015
1156
802
1224
1136
1015
1156
802
981
1127
994
1045
994
981
1127
994
1153
994
981
1127
994
860
1067
1079
1181
1173
860
1067
1079
1180
1173
860
1067
1079
1551
1806
2192
1814
1671
1551
1806
2192
1785
1671
1551
1806
2192
4167
3697
3727
3395
2812
4167
3697
3727
3362
2812
4167
3697
3727
Taxa de evaporação nos reservatórios das hidrelétricas
É a velocidade pela qual a água armazenada nos reservatórios evapora. Neste estudo
de caso, esses dados são bastante relevantes, porque a região analisada por esta dissertação
apresenta as maiores taxas de evaporação do país.
Tabela 12 – Evaporação líquida (mm/mês)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
TOTAL
3 Marias Sobradinho Itaparica
PAM
2
118
140
140
0
106
109
109
22
81
81
81
40
132
105
105
51
153
109
109
55
142
101
101
50
158
123
123
42
181
158
158
57
197
180
180
48
189
195
195
23
114
158
158
29
98
152
152
419
1669
1611
1611
Fonte: ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2002
Xingó
140
109
81
105
109
101
123
158
180
195
158
152
1611
61
Volumes Meta
Corresponde a uma tabela que indica o volume que o tomador de decisão tem como
meta em cada um dos reservatórios nos diversos meses de análise. Os volumes meta
estipulados, neste estudo, foram, para cada um dos reservatórios, de janeiro de 2006 a
dezembro de 2010, em relação a seu respectivo volume máximo:
•
Vmeta, 3 Marias = 0,8 (usina para geração e contenção de cheias)
•
Vmeta,Sobradinho = 0,94 (Volume mínimo exigido em outorga para haver transposição)
•
Vmeta,Itaparica = 0,8 (usina para geração e contenção de cheias)
•
Vmeta,PAM = 1,0 (usina que funciona a fio d`água)
•
Vmeta,Xingó = 1,0 (usina que funciona a fio d`água)
5.2.2 Dados de demandas requeridos pelo modelo
A série das demandas hídricas futuras de cada um dos reservatórios foi calculado pela
CHESF. Para fazê-la, a empresa utilizou-se de dados reais de demandas hídricas de diversos
setores consumidores de água do período de 1931 a 2004, e expandiu esta rede até 2010.
As planilhas originais fornecidas pela CHESF tinham dados temporais referentes à
demanda rural, urbana, de irrigação, de dessedentação de animais e industrial. Cada uma
dessas demandas possuía dados de retirada e retorno de água ao sistema.
Para obter o consumo total daquela demanda não retornável ao sistema, efetuou-se, em
planilha Excel, a diferença entre retirada e retorno hídricos.
Somaram-se todos os consumos totais dos 5 setores de demanda em cada um dos
reservatórios para, finalmente, obter o total demandado em cada um dos reservatórios da rede.
As tabelas utilizadas como dados de entrada para cada um dos reservatórios, derivadas
das planilhas da CHESF, são as seguintes:
62
Tabela 13 – Demandas consuntivas dos reservatórios
Demanda total de 3 Marias
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2006
4,94
9,593
6,291
11,061
7,443
9,601
9,282
8,26
9,329
5,773
4,326
4,201
2007
5,006
9,753
6,384
11,25
7,56
9,76
9,435
8,392
9,483
5,855
4,38
4,253
2008
5,073
9,915
6,479
11,443
7,678
9,923
9,591
8,528
9,64
5,94
4,435
4,305
2009
5,142
10,081
6,576
11,639
7,799
10,089
9,751
8,666
9,8
6,026
4,491
4,359
2010
5,213
10,25
6,675
11,839
7,923
10,258
9,913
8,807
9,964
6,114
4,548
4,413
Demanda total de Sobradinho
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2006
49,58
64,29
33,92
75,47
74,55
81,36
76,45
88,33
93,63
49,98
20,51
19,65
2007
50,48
65,48
34,51
76,89
75,95
82,89
77,89
90
95,41
50,89
20,83
19,95
2008
51,4
66,7
35,11
78,34
77,37
84,46
79,36
91,71
97,23
51,82
21,16
20,26
2009
52,34
67,94
35,72
79,81
78,83
86,06
80,86
93,46
99,09
52,76
21,49
20,58
2010
53,29
69,21
36,35
81,32
80,32
87,69
82,39
95,24
100,98
53,73
21,83
20,9
Demanda total de Itaparica
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2006
99,53
104,27
49,69
118,15
118,31
117,09
117,92
139,59
154,64
111,68
83,17
56,06
2007
101,41
106,25
50,57
120,4
120,57
119,33
120,17
142,27
157,62
113,8
84,72
57,07
2008
103,33
108,26
51,48
122,7
122,87
121,61
122,47
145,01
160,67
115,97
86,31
58,1
2009
105,29
110,32
52,4
125,05
125,22
123,93
124,81
147,8
163,77
118,19
87,93
59,16
2010
107,29
112,42
53,34
127,45
127,62
126,31
127,2
150,65
166,94
120,45
89,58
60,24
Demanda total de PAM
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2006
203,51
212,38
101,06
240,24
240,32
236,57
238,15
282,52
314,04
227,88
171,41
115,29
2007
207,36
216,41
102,86
244,83
244,91
241,08
242,69
287,95
320,1
232,21
174,62
117,38
2008
211,29
220,52
104,7
249,5
249,59
245,68
247,33
293,49
326,28
236,64
177,89
119,51
2009
215,29
224,71
106,58
254,27
254,36
250,38
252,06
299,14
332,59
241,15
181,23
121,68
2010
219,38
228,99
108,49
259,14
259,23
255,17
256,88
304,91
339,02
245,76
184,64
123,9
Demanda total de Xingó
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2006
102,08
106,51
50,76
120,42
120,44
118,47
119,28
141,45
157,29
114,24
86,08
57,91
2007
104,01
108,53
51,66
122,72
122,73
120,73
121,55
144,16
160,32
116,41
87,69
58,96
2008
105,98
110,59
52,58
125,06
125,08
123,03
123,87
146,94
163,42
118,63
89,33
60,03
2009
107,99
112,69
53,52
127,45
127,47
125,38
126,24
149,77
166,58
120,9
91,01
61,12
2010
110,04
114,83
54,49
129,89
129,91
127,78
128,65
152,65
169,8
123,2
92,72
62,24
Fonte: CHESF, 2005
63
Existe uma outra demanda na foz do rio São Francisco determinada pelo órgão
ambiental IBAMA que exige uma vazão perene mínima na foz do rio. Esta vazão é necessária
e visa a manutenção ecológica da área e foi estipulada em 1300 m3/s.
Finalmente, há a demanda hídrica da transposição. Como dito e explicado no início
deste capítulo, consideram-se casos de transposição em que essa demanda varia desde 100%
da vazão média outorgada pela ANA (o que resulta em 76,32 m3/s para o eixo norte e 37,98
m3/s para o eixo leste) até 10 % desta vazão (o que resulta em 7,632 m3/s para o eixo norte e
3,798 m3/s para o eixo leste).
Tabela 14 – Demanda hídrica dos diversos casos de transposição em cada um dos eixos do projeto
Casos
Demanda Eixo Norte
3
(m /s)
Demanda Eixo Leste
3
(m /s)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
7,632
15,264
22,896
30,528
38,16
45,792
53,424
61,056
68,688
76,32
3,798
7,596
11,394
15,192
18,99
22,788
26,586
30,384
34,182
37,98
5.2.3 Dados de usinas hidrelétricas requeridos pelo modelo
Tabela 15 - Potência instalada das UHEs do rio São Francisco
Aproveitamento
TRÊS MARIAS
SOBRADINHO
ITAPARICA
MOXOTÓ
P.AFONSO1/3
P.AFONSO4
XINGÓ
Potência Instalada (MW)
396
1050
1500
400
1423
2460
3000
Fonte: ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2002.
64
Deve-se notar que a potência de PAM será a soma de Moxoto, Paulo Afonso 1/3 e
Paulo Afonso 4, logo a tabela fornecida como dado de entrada é:
Tabela 16 – Potência total instalada
Aproveitamento
Potência Instalada (MW)
TRÊS MARIAS
SOBRADINHO
ITAPARICA
PAM
XINGÓ
396
1050
1500
4283
3000
Rendimento do conjunto turbina-gerador
Corresponde a eficiência das máquinas responsáveis por gerar energia em uma
hidrelétrica. É dado pelo produto do rendimento da turbina e gerador elétrico.
Tabela 17 – Rendimento turbina-gerador (%)
UHE
UHE 3 Marias
UHE Sobradinho
UHE Itaparica
UHE PAM
UHE Xingó
Rendimento turbina-gerador (%)
87.3
92
91
92.1
93
Fonte: SIPOT, 2001.
65
Índice de disponibilidade
Corresponde a porcentagem de tempo em que as turbinas de uma hidrelétrica estão em
operação. Temos os seguintes valores:
Tabela 18 – Índice de disponibilidade
UHE
UHE 3 Marias
UHE Sobradinho
UHE Itaparica
UHE PAM
UHE Xingó
ID
0.894
0.894
0.849
0.86
0.86
Fonte: ONS, 2006.
Potência desejada nas UHEs do São Francisco
Para o cálculo da potência desejada em cada uma das usinas a serem analisadas, fez-se
a seguinte operação:
Pdesejada = Pinstalada *ηturbina, gerador * ID
Realizando o cálculo acima em planilha Excel, obteve-se as seguintes potências
desejadas:
Tabela 19 – Rendimento, Índice de Disponibilidade e Potência desejada
Rendimento (%)
Índice de Disponib.
Pdesejada (MW)
TRÊS
MARIAS
87,3
0,894
309,1
SOBRADINHO
ITAPARICA
PAM
XINGÓ
92
0,894
863,6
91
0,849
1158,9
92,1
0,86
3392,4
93
0,86
2399,4
66
Número de turbinas
Corresponde ao número total de turbinas presentes fisicamente em uma hidrelétrica,
não interessando se ela está sendo utilizada como reserva ou se ela só gera em determinados
períodos.
Tabela 20 - Número total de turbinas
UHE
UHE 3 Marias
UHE Sobradinho
UHE Itaparica
UHE PAM
UHE Xingó
ID
6
6
6
23
6
Fonte: ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2002.
Tabela de engolimento máximo da turbina
Tabela 21 - Polinômio engolimento máximo vs. queda
UHE
ao
a1
a2
3 Marias
3,74E+02
9,12E+00
Sobradinho
1,73E+03
7,81E+01
Itaparica
1,46E+03
2,98E+01
PAM
1,96E+03
1,80E+01
Xingó
1,28E+03
1,11E+01
a3
a4
Fonte: ONS, 2006.
Os cálculos para a construção desta tabela são efetuados da mesma forma que para a
elaboração da Tabela Cota vs. Área vs. Volume, explicados no início deste capítulo.
Utilizando o polinômio engolimento máximo vs. queda, obtêm-se os seguintes dados de
entrada:
67
3 Marias
Tabela 22 – Queda vs.
Queda (m)
Engolimento máximo (m3/s)
0
373.90
15
510.66
30
647.43
45
784.19
60
920.95
engolimento máximo
Sobradinho
Queda (m)
0
Engolimento máximo (m3/s)
1727.11
8
2351.55
16
24
32
2975.99
3600.42
4224.86
Itaparica
Queda (m)
0
15
30
45
60
Engolimento máximo (m3/s)
1462.72
1909.38
2356.04
2802.69
3249.35
PAM
Queda (m)
0
30
60
90
120
Engolimento máximo (m3/s)
1955.59
2496.35
3037.12
3577.89
4118.66
Queda (m)
0
35
70
105
140
Engolimento máximo (m3/s)
1278.51
1666.96
2055.42
2443.87
2832.33
Xingó
68
Tabela Curva-chave de jusante
Tabela 23 – Polinômio Cota de jusante vs. Vazão de jusante
UHE
ao
a1
a2
a3
a4
3 Marias
5,15E+02
1,61E-03
-2,55E-07
2,89E-11
-1,18E-15
Sobradinho
3,60E+02
1,96E-03
-2,97E-07
2,51E-11
-7,70E-16
Itaparica
2,52E+02
PAM
1,29E+02
2,08E-03
-5,27E-08
6,66E-11
2,23E-17
Xingó
1,95E+01
Fonte: ONS, 2006.
Aplicando as equações polinomiais, tem-se:
Tabela 24 – Cota de Jusante vs. vazão de jusante das UHEs do rio São Francisco
3 Marias
Cota de Jusante (m)
514.66
Vazão de jusante (m3/s)
0
515.00
225
516.00
970
516.26
1200
517.01
1950
Sobradinho
Cota de Jusante (m)
Vazão de jusante (m3/s)
359.65
0
360.08
225
361.30
970
361.62
1200
362.53
1950
Itaparica
Cota de Jusante (m)
Vazão de jusante (m3/s)
251.50
0
251.50
225
251.50
970
251.50
251.50
1200
1950
PAM
69
Cota de Jusante (m)
129.04
Vazão de jusante (m3/s)
0
129.51
225
131.01
131.46
132.90
970
1200
1950
Xingó
Cota de Jusante (m)
Vazão de jusante (m3/s)
19.50
19.50
19.50
19.50
19.50
0
225
970
1200
1950
5.2.4 Dados de prioridades de atendimento requeridos pelo modelo
Como mencionado anteriormente, o estudo da presente tese conta com a modelagem
de dez situações ou casos de transposição e um caso referência, em que não há transposição.
Este último servirá para comparação de resultados dos outros casos, obtendo assim os
impactos na geração nas usinas hidrelétricas devido à transposição.
Sabendo-se que o menor número de prioridade indica o uso hídrico que será
primeiramente atendido, para o caso referência, sem transposição, considerou-se a seguinte
hierarquia de atendimento às demandas hídricas:
Tabela 25 – Prioridades do Caso Referência
Caso Referência
Dem. Ambiental
Demandas Tots
Volume meta
Geração
Prioridades
1
2
3
4
Para os demais casos em que se modelou a transposição, casos em que há demanda por
transferência hídrica, em maior ou menor quantidade, consideraram-se a seguinte hierarquia
de atendimento aos usos da água:
70
Tabela 26 – Prioridades dos diversos casos de transposição
Casos 1 ao 10
Dem. Ambiental
Demandas Tots
Volume meta
Eixo Norte
Eixo Leste
Geração
Prioridades
1
2
3
4
4
5
Observa-se pela seqüência de atendimento aos usos da água, mostrada na tabela acima,
que a prioridade maior é o cumprimento da norma ambiental (demanda na foz de 1300 m3/s),
seguido das diversas demandas hídricas da própria bacia, do atendimento de volumes meta
dos reservatórios, da transposição (eixos norte e leste), e finalmente, da geração de energia
elétrica nas usinas hidrelétricas.
A seqüência de prioridades Demandas totais nos reservatórios - Volume Meta –
Transposição - Geração não é mero acaso.
Considerou-se que antes de qualquer coisa, a água deve ser garantida e utilizada pelos
membros da própria bacia do São Francisco sendo, portanto, o suprimento hídrico aos
usuários da própria bacia e o atingimento do Volume meta prioritários à Transposição.
Inclusive a própria outorga concedida pela ANA versa sobre o assunto ao mencionar que a
transposição só poderá ocorrer se Sobradinho estiver com 94% de seu volume útil cheio.
A geração de energia elétrica foi considerada menos prioritária que a transposição,
porque somente assim poder-se-ia obter os impactos energéticos devido à transposição.
5.3 - Trabalhando com o SSD AcquaNet
Todos os dados de entrada foram colocados no modelo matemático e, assim, os dez
casos de transposição e o caso referência pôde ser rodado.
A configuração da rede montada no modelo matemático está exposto abaixo:
71
Figura 17 – Configuração da rede montada no AcquaNet para os diversos casos de transposição
Para cada um dos 10 casos de transposição e para o caso sem transposição, foi feito
um projeto. Todos estes projetos em arquivos distintos, mas com a configuração idêntica à
figura de acima. Entre os casos de transposição, muda somente as demandas requeridas pela
transposição. Entre os casos de transposição e o caso referência, a diferença se dá no fato de
que a demanda pela transposição deste último é igual a zero, sendo, portanto esta demanda
livre de impactos sobre os outros usos.
Após rodar os 11 arquivos referentes aos 11 casos, utilizou-se uma ferramenta do
modelo matemático chamado “Análise e Comparação”. Esta ferramenta permitiu fazer a
comparação entre os dez casos de transposição e o caso referência – sem transposição – e
assim obter os impactos energéticos que as usinas hidrelétricas do “Velho Chico” sofreram
com cada um dos casos de transposição estudados.
72
5.4 – Resultados obtidos
Após o modelo expor os resultados da simulação para os 11 casos a serem analisados,
transferiu-se todos os resultados destes casos referentes à potência gerada (MW) para o Excel
com o intuito de construir gráficos e, assim, melhor compreender os resultados. O ANEXO 11
apresenta os resultados obtidos do modelo já arrumados na planilha Excel.
Os primeiros gráficos a serem obtidos foram os de potência gerada em cada uma das
usinas hidrelétricas, totalizando 5 gráficos distintos, com os valores de potência do caso 1,
caso 5 e caso 10 (vide início deste capítulo) pelos meses de simulação, totalizando 60 meses
(de Janeiro 2006 a Dezembro 2010).
Somando a potência gerada de todos os meses, em cada uma das usinas, em todos os
casos, obteve-se 5 resultados de potência gerada para cada caso (um resultado para cada usina
em cada um dos casos).
Para obter os impactos energéticos para cada um dos casos, somou-se esses 5
resultados ditos anteriormente. Com esses números altamente representativos, pôde-se
construir uma importante tabela resumo e seu gráfico derivado.
Tabela 27 – Resultado do modelo matemático: Perda de potência com os diversos casos de transposição
Sem Transposição
Caso 1
Caso 2
Caso 3
Caso 4
Caso 5
Caso 6
Caso 7
Caso 8
Caso 9
Caso 10
Perda de Potência das UHEs em 5 anos
0
445,726
916,788
1400,312
2182,633
2684,213
3186,032
3914,671
6275,384
7031,802
7508,001
73
Figura 18 – Resultado do modelo matemático: Perda hidro-energética com os 10 casos de transposição
Impactos na geração das UHEs do rio S. Francisco pela transposição em 5 anos
7508,001
8000
7000
7031,802
Pperdida - MW
6000
6275,384
5000
4000
2684,213
3000
3186,032
3914,671
2182,633
2000
1000
445,726
916,788
1400,312
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Casos de transposição
Impactos na geração em 5 anos
De acordo com a Figura 18, nota-se que a mesma pode ser dividida em 4 partes, de
acordo com a relação “crescimento da potência perdida e aumento de vazão demandada pelo
projeto de transposição”.
Na primeira parte do gráfico, representada por uma linha, composta por segmentos
retilíneos, que liga o caso 1 ao caso 7, há pequena perda adicional com o crescimento da
demanda de transposição. Nela, observa-se linha ascendente com pequena inclinação, ou seja,
pouca potência é perdida quando se aumenta a demanda de transposição de 10% para até 70%
da vazão máxima diária permitida pela outorga (DOU,2005).
A segunda parte do gráfico é a mais crítica do estudo por apresentar comportamento
exponencial na relação “crescimento da potência perdida por aumento da demanda de
transposição”. Nesse trecho do gráfico, o efeito do aumento da demanda de transposição de
70% para 80% da vazão máxima do projeto acarreta os maiores impactos na geração elétrica.
Para se ter, portanto, um aumento de 10% na demanda de transposição, perde-se cerca de
2361 MW de geração, potência essa diluída em 5 anos de operação das usinas.
74
A terceira parte do gráfico representa a região de transição do comportamento
exponencial da região anterior para novamente um comportamento linear, conforme o
primeiro trecho do gráfico. Corresponde um segmento linear que liga os casos 8 a 9,
respectivamente, 80% e 90% da vazão máxima diária concedida ao projeto de transposição.
A quarta e última parte do gráfico evidencia novamente um comportamento linear,
representando os efeitos do aumento da demanda de transposição de 90% para 100% da vazão
máxima diária concedida ao projeto de transposição. Nota-se, claramente, a semelhança do
comportamento desse trecho com o trecho da primeira parte do gráfico. Em ambos os trechos,
há comportamento linear com pequeno coeficiente angular.
Os resultados ora analisados mostram que, no pior dos casos de transposição (caso em
que a demanda perene equivale ao valor máximo de vazão diária permitida na outorga da
ANA) haverá um impacto de aproximadamente 7508 MW em 5 anos de operação. Esta
quantidade de energia equivale à usina de Xingó (potência instalada de 3000 MW) operando
com toda a plena potência instalada durante 2 meses e meio.
A vazão permitida pela ANA para o projeto de transposição em qualquer tempo – 26,4
m3/s – levaria a um impacto energético de aproximadamente 1078 MW em 5 anos,
equivalendo à usina de Xingó operando à carga total durante 11 dias.
Já a vazão média calculada pelo Ministério da Integração Nacional em ambos os eixos
– 63,5 m3/s – causaria um impacto energético de aproximadamente 2900 MW em 5 anos,
equivalendo à usina de Xingó operando à carga total durante 29 dias.
No entanto, para uma análise definitiva sobre os impactos da transposição na geração
hidrelétrica no rio São Francisco, deve-se incluir também no cálculo o consumo energético
das bombas que necessárias para elevar a água dos pontos de captação até as regiões a serem
beneficiadas pelo projeto. Grandes alturas vão ter que ser vencidas (eixo Norte, 165m, e eixo
Leste, 304m). Logo, esse impacto energético não deve ser desprezado.
75
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Os impactos energéticos devidos à transposição variam bastante com o aumento ou
diminuição da vazão a ser transposta, como é mostrado no item 5.4 dessa dissertação.
O modelo é limitado principalmente por sua rigidez em relação à alocação hídrica com
as prioridades. Essa limitação ocorre porque as prioridades estão relacionadas a um custo de
elo (mencionado no Capítulo 4). Lembra-se que, para maior clareza no entendimento do que
se está expondo, pelas definições do modelo para custos de elo, quanto maior o número
indicativo da prioridade, menor é esta prioridade. Assim, prioridade igual a 1 é prioridade
maior de atendimento do que prioridade igual a 5.
Este modelo matemático, baseado em prioridades rígidas, faz com que haja variações
bruscas mês a mês no nível das águas dos reservatórios da rede (há meses de enchimento,
visando atingir o volume meta, e meses em que o reservatório libera água normalmente para
todos os usos da bacia) fazendo com que as alocações consuntivas e de geração também
sofram com essas variações e se comportem de maneira semelhante.
Recomenda-se a introdução de lógica Fuzzi para tornar o AcquaNet um modelo mais
flexível e que melhor simule a realidade (flexibilidade de atendimento às demandas de acordo
com as prioridades).
A lógica Fuzzi fará com que o modelo matemático aloque a água de acordo com
prioridades menos rígidas de atendimento aos diversos usos da bacia. Uma outra observação
que pode ser feita em relação ao modelo matemático utilizado é que, na minimização de
custos (critério adotado pelo modelo AcquaNet) pode ocorrer que, em certos meses de
enchimento de reservatórios, algumas demandas da bacia sequer sejam parcialmente
atendidas.
76
É importante salientar que a filosofia do modelo AcquaNet é robusta, embora tenha
algumas limitações que poderiam ser amenizadas através de futuras pesquisas.
Deve-se realçar que, para uma conclusão definitiva sobre a viabilidade da transposição
das águas do rio São Francisco, é necessário complementar o presente trabalho com outros
estudos sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos devido a esse mega-projeto.
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•
ANDRADE, Renata. “Da transposição das águas do Rio São Francisco à revitalização da
bacia: as várias visões de um rio”. Fundação Joaquim Nabuco, Agosto, 2002. Disponível no
site < http://www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/renata_andrade.html>
•
ANA - Agência Nacional de Águas. Panorama nacional dos recursos hídricos,
<http://www.ana.gov.br/pnrh/DOCUMENTOS/5Textos/4PanoramaNacional04_04_03.pdf>,
2005.
•
ANA/GEF/PNUMA/OEA. Projeto de gerenciamento integrado das atividades desenvolvidas
em terra na bacia do São Francisco, Subprojeto 4.4-Determinação de subsídios para
procedimentos operacionais dos principais reservatórios da bacia do São Francisco – Resumo
executivo do relatório final. Coordenado por Marcos Airton de Souza Freitas, São Paulo, Nov.
2002.
•
ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. As Grandes Bacias
Hidrográficas do Brasil. Disponível no site < http://www.aneel.gov.br/104.htm> em Janeiro,
2006.
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ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. "Informações Hidrológicas Brasileiras".
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80
ANEXO 1: Mapa da bacia do rio São Francisco (fonte: ANA)
81
ANEXO 2: Mapa com informações de precipitação média na bacia do rio São Francisco
(fonte: ANA, 2004)
Fonte: PROJETO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM TERRA NA BACIA DO SÃO FRANCISCO, ANA/GEF/PNUMA/OEA Subprojeto 4.5C – Plano Decenal de
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco -PBHSF (2004-2013) Estudo Técnico de Apoio ao PBHSF – Nº 01 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUANTITATIVA E USOS CONSUNTIVOS
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos, Bolivar Antunes Matos, José Luiz Gomes Zoby Abril de 2004
82
ANEXO 3: Mapa da bacia do São Francisco com principais postos pluviométricos
(fonte: ANA)
83
ANEXO 4: Mapa da bacia do São Francisco com dados de disponibilidade hídrica
(fonte: ANA)
84
ANEXO 5: Mapa da bacia do São Francisco detalhando suas principais hidrelétricas
(fonte: ANA)
85
ANEXO 6: Usinas pertencentes à bacia do rio São Francisco (fonte: CHESF)
Usina
Alto Fêmeas I
Benfica
Britos
Cachoeira Bento Lopes
Cachoeira do Rosário
Cachoeira Velonorte
Cajurú
Caquende
Catumbi
Cor. João de Cerqueira Lima
Dorneles
Gafanhoto
João de Deus
Luiz Gonzaga (Itaparica)
Marzagão
Mata Velha
Moxotó (Apolônio Sales)
Pacífico Mascarenhas
Pandeiros
Paraúna
Paulo Afonso I
Paulo Afonso II
Paulo Afonso III
Paulo Afonso IV
Presidente Goulart
Queimado
Rio de Pedras
Rio de Pedras
Salto do Paraopeba
Samburá
Sítio Grande
Sobradinho
Três Marias
Unaí Baixo
Xingó
Pot.(MW)
10.65
1
0.68
1.4
1.6
0.16
7.2
0.95
14
1.15
1.2
14
1.55
1500
2.02
24
440
3.04
4.2
4.28
180
480
864
2460
8
105
9.28
9.28
2.46
0.8
25
1050
396
21
3000
P total das UHEs da bacia
P total no rio S.F.
P total fora do rio S.F.
10643.9
10370
273.9
UF
BA
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
BA
MG
MG
MG
MG
PE
MG
MG
AL
MG
MG
MG
BA
BA
BA
BA
BA
GO
MG
MG
MG
MG
BA
BA
MG
MG
SE
Nome Rio
RIO DAS FEMEAS
RIO SÃO JOAO
RIO SÃO JOAO
RIO PARA
RIO SAO JOAO
RIBEIRAO DOS MACACOS
RIO PARA
RIO MACAUBAS
RIO CARINHANHA
RIO SAO JOAO
RIO PARA
RIO PARA
RIO LAMBARI
RIO SAO FRANCISCO
RIBEIRAO ARRUDAS
RIO PRETO
RIO SAO FRANCISCO
RIO PARAUNINHA
RIO PANDEIROS
RIO PARAUNA
RIO SAO FRANCISCO
RIO SAO FRANCISCO
RIO SAO FRANCISCO
RIO SAO FRANCISCO
RIO CORRENTINA
RIO PRETO
RIO DAS VELHAS
RIO DAS VELHAS
RIO PARAOPEBA
RIO SAMBURA
RIO DAS FEMEAS
RIO SAO FRANCISCO
RIO SAO FRANCISCO
RIO PRETO
RIO SAO FRANCISCO
A. drenag.
(km2)
5767
1657.95
2230
346
4648
4
555
2540
1500
591465
200
4209
603683
258
3800
1790
603683
603683
603683
603683
3880
3710
564
564
0
6150
498425
50600
4771
608722
86
ANEXO 7: Mapas do projeto de transposição do rio São Francisco (fonte: MI, 2004)
87
ANEXO 8: Detalhes do projeto de transposição do rio São Francisco
(fonte: Gomes, 2005)
Esquema das Obras Típicas
Bombas
Canal
Reservatório
Aqueduto
Açude
Galeria
Túnel
Captação
Seção do Canal
25
5m
88
ANEXO 8: Principais trechos da outorga de transposição do rio São Francisco (fonte:
DOU, 2005)
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - RESOLUÇÃO No- 411, DE 22 DE SETEMBRO
DE 2005.
O DIRETOR-PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA, no uso da
atribuição que lhe confere o art. 16, inciso XVII, do Regimento Interno, aprovado pela
Resolução no 9, de 17 de abril de 2001, torna público que a DIRETORIA COLEGIADA,
em sua 10ª Reunião Extraordinária, realizada em 22 de setembro de 2005, com fundamento
no art. 12, inciso V, da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, e tendo em vista o que consta no
processo no 02501.000006/2001-51, resolveu:
Art. 1o Outorgar ao Ministério da Integração Nacional o direito de uso de recursos hídricos do
Rio São Francisco, para a execução do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as
Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, nas seguintes condições:
I - coordenadas geográficas do ponto de captação do eixo norte: 8º 32' 43,32” de latitude sul e
39º 27' 19,86” de longitude oeste;
II - coordenadas geográficas do ponto de captação do eixo leste: 8º 48' 34,72” de latitude sul e
38º 24' 23,62” de longitude oeste;
III - vazão firme disponível para bombeamento, nos dois eixos, a qualquer tempo, de 26,4
m³/s, correspondente à demanda projetada para o ano de 2025 para consumo humano e
dessedentação animal na região; e
IV - excepcionalmente, será permitida a captação da vazão máxima diária de 114,3 m3/s e
instantânea de 127 m3/s, quando o nível de água do Reservatório de Sobradinho estiver acima
do menor valor entre:
a) nível correspondente ao armazenamento de 94% do volume útil; e
b)nível correspondente ao volume de espera para controle de cheias.
Parágrafo único. Enquanto a demanda real for inferior a 26,4 m3/s, o empreendimento poderá
atender, com essa vazão, o uso múltiplo dos recursos hídricos na região receptora.
Art. 2o A repartição das vazões bombeadas do Rio São Francisco entre os setores usuários e
os Estados beneficiados e as tarifas de cobrança pelo serviço de adução de água bruta serão
definidas no Plano de Gestão Anual, que será elaborado pelo Conselho
Gestor, por meio da Entidade Operadora Federal.
Parágrafo único. Para a sua eficácia, o Plano de Gestão Anual deverá ser aprovado pela ANA.
Art. 3o Esta outorga tem prazo de validade de vinte anos, contado a partir da data de
publicação desta Resolução, podendo ser renovada, por igual período, mediante solicitação do
Ministério da Integração Nacional.
89
ANEXO 10: Esquema do SSD AcquaNet (fonte: Porto et al, 2005)
90
ANEXO 11: Tabela de resultados em planilhas Excel.
Tabela referente ao Caso Referência – Sem transposição
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,096
309,097
309,104
309,104
28,896
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,109
309,101
309,091
309,104
28,746
25,391
309,104
309,098
309,092
309,099
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,693
25,346
27,216
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
Referência -- Sem transposição
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,662
1158,011
3392,007
61,171
1158,011
3386,849
61,542
746,479
2678,409
55,416
1158,011
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,575
1154,643
3392,007
54,517
1158,007
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1157,981
3392,007
55,283
1158,01
3392,002
58,872
1158,011
3392,007
60,936
1158,011
2744,65
61,542
738,473
2664,637
37,829
1158,011
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,585
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,398
1158,011
3392,007
57,921
1158,01
3392,002
61,542
1158,011
3392,007
61,542
772,382
2725,112
38,749
730,269
2650,593
37,377
140,166
1288,117
48,664
1158,01
3392,002
59,731
1158,007
3392,007
863,007
1158,012
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
91
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,103
309,094
309,098
309,104
28,683
28,857
26,611
309,098
309,101
309,099
309,092
309,098
309,1
309,104
309,098
25,083
26,12
25,173
28,801
309,098
309,095
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
1158,011
910,438
844,475
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,007
1158,01
1158,011
1158,01
820,257
124,8
713,416
838,403
1158,01
1158,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
863,001
57,221
61,422
61,542
61,542
61,542
48,43
59,044
54,044
863,004
863,011
55,248
54,681
58,455
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,168
53,945
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14878,267
64118,673
191918,348
17042,89
135567,804
Soma Total dos Casos
423525,982
Variação de Potência
0
Tabela referente ao Caso 1
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,105
309,106
309,104
309,104
28,904
309,104
309,098
309,096
Caso 1 - 10% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,687
1158,011
3392,007
61,183
1131,474
3386,849
61,542
715,76
2678,409
55,416
1158,011
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,587
1154,563
3392,007
54,517
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
92
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
309,098
309,103
309,094
309,1
309,102
309,101
309,104
28,754
25,398
309,104
309,098
309,101
309,108
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,7
25,353
27,223
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,691
28,864
26,618
309,098
309,101
309,099
309,092
309,102
309,104
309,104
309,098
25,09
26,128
25,18
28,808
309,098
1158,008
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1158,011
1131,474
707,753
1131,474
1158,01
1158,011
1158,007
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1131,474
741,66
699,55
135,102
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
1131,474
879,719
813,753
1158,01
1157,96
1157,968
1157,966
1158,005
1158,01
1158,011
1131,47
789,535
119,736
682,696
807,681
1158,01
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2744,65
2664,637
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
2650,593
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
863,004
863,011
863,004
55,248
55,28
58,898
60,948
61,542
37,829
61,542
59,597
54,659
863,007
863,011
863,004
55,389
57,936
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,743
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,233
61,434
61,542
61,542
61,542
48,43
59,056
54,047
863,004
863,011
55,248
54,708
58,467
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,18
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
93
dez/10
309,095
1157,96
3392,007
53,948
2399,001
Soma
14878,408
63672,599
191918,348
17043,097
135567,804
Soma Total dos Casos
423080,256
Variação de Potência
-445,726
Tabela referente ao Caso 2
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,095
309,097
309,104
309,104
28,911
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,11
309,102
309,092
309,104
28,761
25,405
309,104
309,098
309,11
309,099
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,707
Caso 2 - 20% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,712
1158,011
3392,007
61,195
1100,742
3386,849
61,542
685,03
2678,409
55,416
1158,011
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,599
1154,482
3392,007
54,517
1158,009
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1158,011
3392,007
55,273
1158,01
3392,002
58,925
1158,011
3392,007
60,96
1100,742
2744,65
61,542
677,023
2664,637
37,829
1100,742
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,609
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,38
1158,011
3392,007
57,952
1158,01
3392,002
61,542
1100,742
3392,007
61,542
710,928
2725,112
38,749
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
94
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
25,36
27,23
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,699
28,872
26,625
309,098
309,101
309,099
309,092
309,105
309,108
309,104
309,098
25,096
26,136
25,186
28,816
309,098
309,095
668,82
130,037
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
1100,742
848,989
783,021
1158,01
1157,914
1157,919
1157,927
1158,014
1158,01
1158,011
1100,74
758,802
114,671
651,966
776,949
1158,01
1157,914
2650,593
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
37,377
48,664
59,755
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,245
61,446
61,542
61,542
61,542
48,43
59,068
54,051
863,004
863,011
55,248
54,735
58,479
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,192
53,951
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14878,49
63201,249
191918,348
17043,303
135567,804
Soma Total dos Casos
422609,194
Variação de Potência
-916,788
Tabela referente ao Caso 3
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,104
Caso 3 - 30% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
95
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
309,107
309,104
309,104
28,919
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,101
309,102
309,101
309,104
28,769
25,411
309,104
309,098
309,1
309,108
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,714
25,367
27,237
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,707
28,88
26,632
309,098
309,101
309,099
309,092
309,109
309,093
1158,01
1158,011
1070,02
654,3
1145,455
1158,01
1154,402
1158,01
1158,013
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1158,01
1158,011
1158,01
1158,011
1070,02
646,293
1070,02
1158,01
1158,011
1158,007
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1070,02
680,205
638,09
124,974
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
1070,02
818,259
752,299
1158,01
1157,868
1157,867
1157,884
1158,012
1158,01
3392,002
3392,007
3386,849
2678,409
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2744,65
2664,637
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
2650,593
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
59,736
61,207
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55,416
61,542
58,612
54,517
863,004
863,011
863,004
55,248
55,264
58,952
60,972
61,542
37,829
61,542
59,621
54,659
863,007
863,011
863,004
55,371
57,966
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,768
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,257
61,458
61,542
61,542
61,542
48,43
59,08
54,054
863,004
863,011
55,248
54,761
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
96
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,104
309,098
25,103
26,144
25,193
28,824
309,098
309,095
1158,011
1070,01
728,08
109,608
621,236
746,227
1158,01
1157,868
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
58,491
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,204
53,955
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14878,593
62717,42
191918,348
17043,505
135567,804
Soma Total dos Casos
422125,67
Variação de Potência
-1400,312
Tabela referente ao Caso 4
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,095
309,097
309,104
309,104
28,927
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,092
309,102
309,092
309,104
28,777
25,418
309,104
309,098
309,109
309,099
Caso 4 - 40% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,761
1158,011
3392,007
61,22
1039,287
3386,849
61,542
623,57
2678,409
55,416
1114,723
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,624
1154,322
3392,007
54,517
1158,01
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1158,011
3392,007
55,255
1158,01
3392,002
58,98
1158,011
3392,007
60,984
1039,287
2744,65
61,542
615,563
2664,637
37,829
1039,287
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,633
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
97
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,721
25,373
27,244
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,714
28,888
26,639
309,098
309,101
309,099
309,092
309,094
309,097
309,104
28,619
25,11
26,152
25,2
28,832
309,098
309,095
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1039,287
649,473
607,36
119,908
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
1039,287
787,529
721,566
1158,01
1157,822
1157,826
1157,841
1158,011
1158,01
1158,011
1039,28
697,348
104,543
590,507
715,494
1158,01
1157,822
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
2650,593
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
863,011
863,004
55,362
57,981
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,78
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,269
61,471
61,542
61,542
61,542
48,43
59,092
54,057
863,004
863,011
55,248
54,788
58,503
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,216
53,958
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14598,161
62215,326
191918,348
17043,71
135567,804
Soma Total dos Casos
421343,349
Variação de Potência
-2182,633
98
Tabela referente ao Caso 5
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,104
309,107
309,104
309,104
28,935
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,102
309,103
309,102
309,104
28,785
25,425
309,104
309,098
309,1
309,108
309,103
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,728
25,38
27,252
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
Caso 5 - 50% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,786
1158,011
3392,007
61,232
1008,565
3386,849
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592,85
2678,409
55,416
1084,001
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,636
1154,242
3392,007
54,517
1158,011
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1158,011
3392,007
55,245
1158,01
3392,002
59,008
1158,011
3392,007
60,996
1008,565
2744,65
61,542
584,844
2664,637
37,829
1008,565
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,645
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,353
1158,011
3392,007
57,997
1158,01
3392,002
61,542
1008,565
3392,007
61,542
618,751
2725,112
38,749
576,64
2650,593
37,377
114,845
1288,117
48,664
1158,01
3392,002
59,792
1158,007
3392,007
863,007
1158,012
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
57,281
1158,01
3392,002
61,483
1158,011
3392,007
61,542
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
99
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
28,722
28,895
26,647
309,098
309,101
309,099
309,092
309,097
309,101
309,104
28,627
25,116
26,16
25,206
28,839
309,098
309,095
1008,565
756,809
690,844
1158,01
1157,776
1157,774
1157,798
1158,009
1158,01
1158,011
1008,56
666,626
99,479
559,787
684,772
1158,01
1157,776
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
61,542
61,542
48,43
59,104
54,061
863,004
863,011
55,248
54,815
58,515
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,228
53,961
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14598,311
61713,392
191918,348
17043,914
135567,804
Soma Total dos Casos
420841,769
Variação de Potência
-2684,213
Tabela referente ao Caso 6
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,095
309,097
309,104
309,104
28,942
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,093
Caso 6 - 60% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,81
1158,011
3392,007
61,244
977,833
3386,849
61,542
562,12
2678,409
55,416
1053,268
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,648
1154,162
3392,007
54,517
1158,012
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
100
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,103
309,093
309,104
28,792
25,432
309,104
309,098
309,109
309,096
309,1
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,735
25,387
27,259
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,73
28,903
26,654
309,098
309,101
309,099
309,092
309,101
309,105
309,104
28,634
25,123
26,168
25,213
28,847
309,098
309,095
1158,011
1158,01
1158,011
977,833
554,114
977,833
1158,01
1158,011
1158,007
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
977,833
588,018
545,91
109,78
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
977,833
726,079
660,112
1158,01
1157,729
1157,733
1157,756
1158,008
1158,01
1158,011
977,83
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94,414
529,057
654,04
1158,01
1157,729
3392,007
3392,002
3392,007
2744,65
2664,637
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
2650,593
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
55,236
59,036
61,009
61,542
37,829
61,542
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863,007
863,011
863,004
55,344
58,011
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,804
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,293
61,495
61,542
61,542
61,542
48,43
59,117
54,064
863,004
863,011
55,248
54,841
58,527
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,24
53,965
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1606,318
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14598,378
61211,302
191918,348
17044,118
135567,804
101
Soma Total dos Casos
420339,95
Variação de Potência
-3186,032
Tabela referente ao Caso 7
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,104
309,107
309,104
309,104
28,95
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,103
309,103
309,103
309,104
28,8
25,438
309,104
309,098
309,099
309,096
309,091
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,741
25,394
27,266
309,098
309,094
Caso 7 - 70% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
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863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,835
1158,011
3392,007
61,256
947,11
3386,849
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531,391
2678,409
55,416
1022,546
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,66
1154,081
3392,007
54,517
1158,012
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1158,011
3392,007
55,227
1158,01
3392,002
59,063
1158,011
3392,007
61,021
947,11
2744,65
61,542
523,384
2664,637
37,829
947,11
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,67
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
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1158,011
3392,007
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1158,01
3392,002
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947,11
3392,007
61,542
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37,377
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1158,01
3392,002
59,816
1158,007
3392,007
863,007
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
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2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
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2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1379,338
900,72
2399,002
2399,001
102
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,738
28,911
26,661
309,098
309,101
309,099
309,092
309,104
309,109
309,104
28,642
25,13
26,176
25,22
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309,098
309,095
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
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1158,01
1158,011
947,1
605,171
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1158,01
1157,683
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3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,305
61,507
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61,542
61,542
48,43
59,129
54,067
863,004
863,011
55,248
54,868
58,539
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,252
53,968
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14598,508
60709,31
191918,348
17044,321
135340,824
Soma Total dos Casos
419611,311
Variação de Potência
-3914,671
Tabela referente ao Caso 8
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,095
309,098
309,104
309,104
28,958
Caso 8 - 80% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,86
1158,011
3392,007
61,268
916,388
3386,849
61,542
500,661
2678,409
55,416
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
103
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,094
309,104
309,094
309,104
28,808
25,445
309,104
309,098
309,108
309,095
309,102
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,748
25,4
27,273
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,745
28,919
26,668
309,098
309,101
309,099
309,092
309,107
309,094
309,104
28,65
25,137
26,184
991,824
1158,01
1154,001
1158,013
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1158,011
916,388
492,654
916,388
1158,01
1158,011
1158,007
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
916,388
526,574
79,844
99,653
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
916,388
664,619
598,667
1158,01
1157,637
1157,64
1157,681
1158,005
1158,01
1158,011
916,37
574,449
84,287
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2744,65
2664,637
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
1196,192
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
61,542
58,672
54,517
863,004
863,011
863,004
55,248
55,217
59,091
61,033
61,542
37,829
61,542
59,682
54,659
863,007
863,011
863,004
55,326
58,042
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,828
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,317
61,519
61,542
61,542
61,542
48,43
59,141
54,071
863,004
863,011
55,248
54,895
58,551
61,542
41,066
37,872
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1379,338
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
104
set/10
out/10
nov/10
dez/10
25,226
28,863
309,098
309,095
467,597
592,595
1158,01
1157,637
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
36,445
56,489
57,264
53,971
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14598,582
59802,72
190463,947
17044,524
135340,8
Soma Total dos Casos
417250,598
Variação de Potência
-6275,384
Tabela referente ao Caso 9
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
3M
309,098
309,103
309,094
309,103
309,104
309,107
309,104
28,622
28,966
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,104
309,104
309,104
309,104
28,816
25,452
309,104
309,098
309,099
309,095
309,093
309,094
309,094
309,103
Caso 9 - 90% Qmáx
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,012
3392,002
863,001
1158,007
3392,007
55,248
1158,01
3392,002
59,884
1158,011
3392,007
61,28
885,666
3386,849
61,542
469,941
2678,409
55,416
961,102
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
58,684
1153,921
3392,007
54,517
1158,014
3392,007
863,004
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,248
1158,011
3392,007
55,208
1158,01
3392,002
59,119
1158,011
3392,007
61,045
885,666
2744,65
61,542
461,934
2664,637
37,829
885,666
3392,007
61,542
1158,01
3392,002
59,694
1158,011
3392,007
54,659
1158,007
3392,007
863,007
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
1158,01
3392,002
55,317
1158,011
3392,007
58,058
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
105
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
309,098
309,104
25,755
25,407
27,28
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,753
28,927
26,675
309,098
309,101
309,099
309,092
309,093
309,098
309,104
28,658
25,143
26,192
25,233
28,871
309,098
309,095
1158,01
885,666
495,852
74,781
94,589
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
885,666
633,9
567,945
1158,01
1157,591
1157,598
1157,638
1158,013
1158,01
1158,011
885,651
543,727
79,224
436,878
561,873
1158,01
1157,591
3392,002
3392,007
2725,112
1196,192
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,84
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,329
61,531
61,542
61,542
61,542
48,43
59,153
54,074
863,004
863,011
55,248
54,922
58,563
61,542
41,066
37,872
36,445
56,489
57,277
53,975
2399,002
2257,555
1885,562
1379,338
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
Soma
14318,214
59326,466
190463,947
17044,729
135340,824
Soma Total dos Casos
416494,18
Variação de Potência
-7031,802
Tabela referente ao Caso 10
jan/06
fev/06
mar/06
3M
309,098
309,103
309,094
Caso 10 - Qmáx transposição
Itaparica
PAM
Sobradinho
1158,012
3392,007
863
1158,013
3392,001
863,011
1158,012
3392,007
863,004
Xingó
2399,001
2399,004
2399,001
106
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
309,103
309,094
309,098
309,104
28,629
28,974
309,104
309,098
309,096
309,098
309,103
309,094
309,095
309,104
309,095
309,104
28,823
25,459
309,104
309,098
309,108
309,094
309,104
309,094
309,094
309,103
309,098
309,104
25,762
25,414
27,287
309,098
309,094
309,094
309,103
309,094
309,103
309,094
309,098
309,104
28,761
28,934
26,682
309,098
309,101
309,099
309,092
309,096
309,102
309,104
28,666
25,15
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
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439,221
930,359
1158,01
1153,841
1158,004
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
1158,011
854,924
431,215
854,924
1158,01
1158,011
1158,007
1158,013
1158,012
1158,01
1158,011
1158,01
854,924
465,109
69,718
89,523
1158,01
1158,007
1158,012
1158,013
1158,012
1158,012
1158,007
1158,01
1158,011
854,924
603,18
537,203
1158,01
1157,544
1157,546
1157,595
1158,012
1158,01
1158,011
854,931
512,984
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
3386,849
2678,409
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2744,65
2664,637
3392,007
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2725,112
1196,192
1288,117
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3392,002
3392,007
2966,298
2636,259
2844,038
3392,002
3392,007
3392,007
3392,001
3392,007
3392,002
3392,007
3233,371
2808,295
863,001
55,248
59,909
61,293
61,542
55,416
61,542
58,696
54,517
863,004
863,011
863,004
55,248
55,199
59,146
61,057
61,542
37,829
61,542
59,706
54,659
863,007
863,011
863,004
55,308
58,072
61,542
61,542
38,749
37,377
48,664
59,853
863,007
863,004
863,011
863,004
863,001
57,341
61,542
61,542
61,542
61,542
48,43
59,165
54,077
863,004
863,011
55,248
54,948
58,575
61,542
41,066
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2220,918
2200,975
2399,001
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2217,496
1652,642
2253,024
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2257,555
1885,562
1379,338
900,72
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2399,002
2399,001
2210,445
2189,278
2193,175
2399,002
2399,001
2399,001
2399,004
2399,001
2399,002
2399,001
2238,128
1755,03
107
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
26,2
25,24
28,878
309,098
309,095
74,157
406,158
531,131
1158,01
1157,544
1196,29
2621,646
2833,569
3392,002
3392,007
Soma
14318,312
58849,968
190463,947
Soma Total dos Casos
Variação de Potência
37,872
36,445
56,489
57,289
53,978
17044,93
698,407
1687,173
2243,886
2399,002
2399,001
135340,824
416017,981
-7508,001
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LERNER, Gerson Luiz Soriano. Estudo de impactos na geração