MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR-11
Divisão de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamento - T
Serviço de Meio Ambiente e Recursos Naturais – T3
RELATÓRIO AMBIENTAL
DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
SANTA RITA DE CÁSSIA II
NOVA SANTA RITA/RS
Porto Alegre, abril de 2009.
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420 – Fone: (51) 3284 -3415
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SUMÁRIO
1
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EQUIPE TÉCNICA .......................................... 1
2
IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL .............................................................................................. 2
3
LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................................... 3
4
PAISAGEM REGIONAL ........................................................................................................ 6
4.1 O ambiente natural ........................................................................................................... 6
4.1.1 Clima .......................................................................................................................... 6
4.1.2 Geologia e geomorfologia........................................................................................... 9
4.1.3 Relevo ...................................................................................................................... 10
4.1.4 Solos......................................................................................................................... 13
4.1.4.1 Descrição das unidades de mapeamento........................................................ 13
4.1.5 Hidrografia ................................................................................................................ 15
4.1.6 Vegetação ................................................................................................................ 17
4.1.7 Fauna ....................................................................................................................... 23
4.2 Aspectos sócio-econômicos da região ........................................................................... 27
4.2.1 População................................................................................................................. 27
4.2.2 Produção primária .................................................................................................... 27
4.2.2.1 Produção agrícola............................................................................................ 27
4.2.2.1.1 Cultivos temporários .................................................................................. 28
4.2.2.1.2 Cultivo permanente.................................................................................... 28
4.2.2.2 Produção animal .............................................................................................. 29
4.2.2.2.1 Bovinocultura de corte ............................................................................... 30
4.2.2.2.2 Bovinocultura leiteira.................................................................................. 30
4.2.2.2.3 Suínos........................................................................................................ 31
4.2.2.2.4 Aves ........................................................................................................... 31
4.2.2.2.5 Ovinos........................................................................................................ 31
4.2.2.2.6 Produção de Mel........................................................................................ 32
5
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO ..................................... 33
5.1 Diagnóstico do meio natural ........................................................................................... 33
5.1.1 Relevo ...................................................................................................................... 33
5.1.2 Recursos hídricos ..................................................................................................... 37
5.1.3 Áreas de preservação e conservação ...................................................................... 39
5.1.4 Capacidade de uso das terras.................................................................................. 39
5.1.4.1 Avaliação de capacidade de uso ..................................................................... 40
5.1.5 Uso do solo............................................................................................................... 43
5.1.6 Vegetação ................................................................................................................ 48
5.1.6.1 Considerações sobre a vegetação campestre................................................. 62
5.1.6.2 Considerações sobre a vegetação florestal..................................................... 65
5.1.7 Fauna ....................................................................................................................... 67
5.2 Diagnóstico do meio sócio–econômico e cultural........................................................... 69
5.2.1 População e organização social ............................................................................... 69
5.2.2 Infra-estrutura física, social e econômica ................................................................. 69
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5.2.3
5.2.4
5.2.5
5.2.6
6
Sistema produtivo ..................................................................................................... 69
Saúde ....................................................................................................................... 69
Educação.................................................................................................................. 70
Saneamento ............................................................................................................. 70
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS.................................................... 71
6.1 Degradação do solo ....................................................................................................... 71
6.1.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 71
6.2 Uso das áreas de preservação permanente (APP)........................................................ 71
6.2.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 72
6.3 Inexistência de ARL........................................................................................................ 72
6.3.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 72
6.4 Degradação da vegetação nativa................................................................................... 72
6.4.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 73
6.5 Redução da abundância e riqueza da mastofauna nativa ............................................. 73
6.5.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 73
6.6 Destinação inadequada de resíduos líquidos e sólidos ................................................. 74
6.6.1 Medidas mitigadoras................................................................................................. 74
7
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS.......................................................................................... 75
8
EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................... 75
9
BIBILIOGRAFIA .................................................................................................................. 77
10 ANEXOS .............................................................................................................................. 80
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do município de Nova Santa Rita no estado do Rio Grande do Sul. ........ 3
Figura 2. Localização do Projeto de Assentamento Santa Rita de Cássia II no município de
Nova Santa Rita. .............................................................................................................. 5
Figura 3. Diagrama climático de Nova Santa Rita (30°01’53”S e 51°13’19”W), para o período de
observação 1931-1960..................................................................................................... 7
Figura 4. Gráfico do balanço hídrico climático de Nova Santa Rita (30°01’53”S e 51°13’19”W),
onde P é a precipitação, ETP a evapotranspiração potencial e ETR a evapotranspiração
real.................................................................................................................................... 8
Figura 5. Faixas de altitude em Nova Santa Rita....................................................................... 11
Figura 6. Faixas de declividade em Nova Santa Rita. ............................................................... 12
Figura 7. Grupos de solos do município de Nova Santa Rita, modificado a partir de IBGE
(1986). ............................................................................................................................ 14
Figura 8. Bacias hidrográficas e rede de drenagem superficial no município de Nova Santa Rita.
........................................................................................................................................ 16
Figura 9. Regiões Fitoecológicas do município de Nova Santa Rita ......................................... 17
Figura 10. Faixas de altitude no PA Santa Rita de Cássia II. .................................................... 35
Figura 11. Faixas de declividade no PA Santa Rita de Cássia II. .............................................. 36
Figura 12. Mapa de recursos hídricos no PA Santa Rita de Cássia II. ...................................... 38
Figura 13. Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Santa Rita de Cássia II.42
Figura 14: Uso anterior à implantação do PA Santa Rita de Cássia II....................................... 45
Figura 15: Uso após a implantação do PA Santa Rita de Cássia II. .......................................... 46
Figura 16. Mata ciliar no PA Santa Rita de Cássia II ................................................................. 49
Figura 17. Área de campo úmido no PA Santa Rita de Cassia II. ............................................. 63
Figura 18. Campo “rapado” no PA Santa Rita de Cassia II. Situação de alta pressão de pastejo.
........................................................................................................................................ 64
Figura 19. Registro de (A) Procyon cancrivorous (mão-pelada) e (B) Hydrochaeris hydrochaeris
(capivara)........................................................................................................................ 68
Figura 20. APP do rio Caí ao fundo, adjacente à matriz produtiva de rizicultura....................... 68
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dados (1931-1960) mensais e anuais de temperatura e precipitação de Nova Santa
Rita ................................................................................................................................ 6
Tabela 2. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no município de Nova Santa Rita. 10
Tabela 3. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no município de Nova Santa
Rita. ............................................................................................................................. 10
Tabela 4. Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de Nova Santa Rita. .. 13
Tabela 5. Superfície ocupada pelas bacias hidrográficas que interceptam o município de Nova
Santa Rita.................................................................................................................... 15
Tabela 6. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) de cultivos
temporários de 2002 a 2005, no município de Nova Santa Rita. ................................ 28
Tabela 7. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) de cultivos
permanentes de 2002 a 2005, no município de Nova Santa Rita. .............................. 29
Tabela 8. Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho no município de Nova Santa Rita e sua
participação no rebanho da microrregião Porto Alegre. .............................................. 30
Tabela 9. Número de vacas ordenhadas e produção de leite (mil litros) no município de Nova
Santa Rita durante os anos de 1996 e de 2003 a 2005. ............................................. 31
Tabela 10. Produção de mel no município de Nova Santa Rita e sua participação no total
produzido na microrregião entre os anos de 1996 e 2005. ......................................... 32
Tabela 11. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Santa Rita de Cássia II. ... 34
Tabela 12. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Santa Rita de Cássia II.
..................................................................................................................................... 34
Tabela 13. Superfície ocupada por áreas APP e ARL no PA Santa Rita de Cássia II. ............. 39
Tabela 14. Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e
fatores limitantes no PA Santa Rita de Cássia II......................................................... 41
Tabela 15. Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Santa Rita de Cássia II no período
anterior (04/09/2003) e posterior (03/10/2008) à implantação do PA. ........................ 43
Tabela 16. Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Santa Rita de Cássia II no
período anterior (04/09/2003) e posterior (03/10/2003) à implantação do PA. ........... 44
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de
(PA Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2
SEMA (2002). 3 arb= arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb=
herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi= hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
..................................................................................................................................... 50
Quadro 2. Fatores limitantes da terra......................................................................................... 80
Quadro 3. Valores de profundidade efetiva................................................................................ 81
Quadro 4. Classes de permeabilidade do perfil dos solos ......................................................... 81
Quadro 5. Textura dos solos. ..................................................................................................... 82
Quadro 6. Intervalos de declividade........................................................................................... 82
Quadro 7. Hidromorfismo conforme a profundidade do solo ..................................................... 82
Quadro 8. Profundidade dos sulcos ........................................................................................... 84
Quadro 9. Interação da freqüência e duração das inundações. ................................................ 85
Quadro 10. Lista das principais espécies nativas recomendadas para o plantio de recuperação
ou outros usos, no conjunto de PA dos municípios de Nova Santa Rita e Capela de
Santana, onde o PA Santa Rita de Cássia II está inserido (PA Capela, PA
Itapuí/Meridional e PA Sino)........................................................................................ 91
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PROJETO DE ASSENTAMENTO SANTA RITA DE CÁSSIA II
NOVA SANTA RITA/RS
Solicitação do Licenciamento de Implantação e Operação – LIO
1
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EQUIPE TÉCNICA
Ministério do Desenvolvimento Agrário - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA/RS
Endereço: Av José Loureiro da Silva 515, 4º andar.
90010-420 - Porto Alegre - RS
Representante legal: Mozar Artur Dietrich –Superintendente Regional
Responsável técnico: Eng º Agrônomo Sandro Souza Focchi
Asseguradores: Engo Agrônomo Marcelo Almeida Bastos e Bióloga Kátia Ogawa
Contato: Fone (51) 3284-3415
E-mail: [email protected]
Equipe Técnica
Heinrich Hasenack
Geógrafo, MSc.– Coordenador, UFRGS.
Eliseu Weber
Eng º Agrônomo, MSc. – UFRGS
Fabiano Leite Gonzales
Mestrando em Geografia Humana - USP
Josi Cerveira
Bióloga, MSc.- UFRGS
Cláudia Russo da Silva
Geógrafa - UFRGS
Daniel Hauschild de Oliveira
Eng º Agrônomo - UFSM
Rogério Jaworski dos Santos
Eng º Agrônomo, MSc. – UFRGS
Mariana Lisboa Pessoa
Geógrafa - UFRGS
Rogério Both
Biólogo MSc- UFRGS
Leila Helena Franco Rosales
Eng ª Agrônoma - UFPel
Érica Insaurriaga Megiato
Mestranda em Geografia - UFRGS.
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2
IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL
•
Denominação do imóvel: Projeto de Assentamento Nova Santa Rita de Cássia II
•
Código SNCR: 851051 001643 0
•
Processo de Obtenção: 54220.001163/2004-86
•
Processo do Projeto de Criação: 54220.002736/2005-70
•
Data da criação: 14/12/2005
•
Código SIPRA: RS5036000
•
Área total do projeto: 1.667,33 hectares
•
Número de famílias assentadas: 103 famílias
•
Área média dos lotes: 16,19 hectares
•
Número de módulos fiscais: 238,2
•
Município: Nova Santa Rita/RS (Figura 1 e Figura 2)
•
Localização e acesso: O PA Santa Rita de Cássia II está situado a sudoeste junto a sede
municipal de Nova Santa Rita/RS. Pela BR 386 em direção a Lajeado, entrada à esquerda
no km 431, junto ao perímetro urbano da cidade. O PA Santa Rita de Cássia II faz frente
para a BR 386 que liga Nova Santa Rita à região metropolitana de Porto Alegre.
•
Coordenadas: a área situa-se entre os seguintes pontos extremos do sistema de
coordenadas UTM do fuso 22: 462.500 m E, 6.693.000 m N e 475.010 m E, 6.702.510 m N.
•
Bacia hidrográfica: O PA Santa Rita de Cássia II situa-se na porção oeste do município
sobre a bacia hidrográfica do rio Caí, apresentando ele próprio limite a oeste com o rio
acima citado (Figura 8).
•
Zoneamento Agroecológico: O zoneamento agrícola (SA/RS, 1994) aponta como culturas
preferenciais para o município de Nova Santa Rita: arroz irrigado, citrus (laranja e
bergamota), mandioca (norte), sorgo, cana-de-açucar (açúcar e álcool) e forrageiras de
clima tropical e subtropical (capim Rhodes, desmodim intortum, feijão miúdo, grama
missioneira, pangola, panicum maximum, pensacola, setaria, sorgo, milheto e outros).
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3
LOCALIZAÇÃO
O município de Nova Santa Rita está localizado a aproximadamente 19 km de Porto Alegre.
Sua sede está a 63 m de altitude e suas coordenadas geográficas são 29º51'25.2" de latitude
Sul e 51º16'26.4"de longitude Oeste. Limita-se ao norte com Portão e Capela de Santana, a
leste com Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas, ao sul com Porto Alegre e a oeste com
Montenegro e Triunfo. Está dividido em um distrito: Nova Santa Rita (sede).
Nova Santa Rita localiza-se na região metropolitana de Porto Alegre, no leste do Rio Grande do
Sul, pertencendo à microrregião Porto Alegre (IBGE, 2006a) e ao Corede Vale do Rio dos Sinos
(SCP/RS, 2005). Na divisão fisiográfica do Estado (Fortes, 1979), enquadra-se na região
Depressão Central. A principal via de acesso ao município é a RS 386 (Figura 1), pavimentada.
Figura 1. Localização do município de Nova Santa Rita no estado do Rio Grande do Sul.
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A área do Projeto de Assentamento (PA Santa Rita de Cássia II) está situado a sudoeste junto
a sede municipal de Nova Santa Rita/RS (Figura 2). O PA não faz limite com nenhum outro PA,
mas dista cerca de 9,5 km do PA Itapuí/Meridional, 5 km do PA Sino e PA Capela, este último
pertencente ao município vizinho de Capela. O acesso é feito por via federal com ótima
trafegabilidade o ano inteiro.
O município de Nova Santa Rita abriga em seu território três Projetos de Assentamento federal
e compartilhado beneficiando cerca de 196 famílias de pequenos agricultores rurais. A
presença de vários outros Projetos de Assentamento inseridos na regional de Porto Alegre no
qual pertencem os municípios de Tapes, Arambaré, Camaquã, Eldorado do Sul, Guaíba,
Charqueadas, Capela de Santana, Nova Santa Rita, São Jerônimo e Viamão forma um
conjunto de Projetos de Assentamentos possibilitando a organização coletiva dos beneficiários
da reforma agrária e facilitando o atendimento por parte do Incra e do Estado.
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Figura 2. Localização do Projeto de Assentamento Santa Rita de Cássia II no município de Nova Santa
Rita.
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PAISAGEM REGIONAL
4.1 O ambiente natural
4.1.1 Clima
O município de Nova Santa Rita encontra-se entre os paralelos 29°S e 30°S, e está a cerca de
114 km do oceano Atlântico. Esta posição geográfica, associada a um relevo plano,
proporciona uma homogeneidade na distribuição da maioria dos elementos climáticos no
município.
Com base no período normal 1931-60 publicado no Atlas agroclimático do estado do Rio
Grande do Sul (IPAGRO, 1989) (Tabela 1), a estação meteorológica mais adequada para
caracterizar o clima de Nova Santa Rita situa-se em Porto Alegre. Localizada nas coordenadas
30°01’53”S e 51°13’19”W e com altitude de 10 metros, a estação de Porto Alegre registra uma
temperatura média anual de 19,5°C, tendo em janeiro seu mês mais quente, com temperatura
média de 24,7°C, e em julho seu mês mais frio, com temperatura média de 14,0°C.
A precipitação total anual é de 1.310 mm, não havendo grandes diferenças de distribuição entre
as estações do ano. A diferença entre a estação mais seca, o verão e a mais chuvosa, o
inverno, é de 64 mm. O mês que registra a maior precipitação é junho, com 137 mm e o de
menor precipitação é novembro, com 75 mm.
Tabela 1. Dados (1931-1960) mensais e anuais de temperatura e precipitação de Nova Santa Rita
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
ano
Temperatura
24.7 24.5 23.3 19.7 17.1 14.9 14.0 15.4 16.2 19.2 21.4 23.2 19.5
média (°C)
Precipitação
(mm)
119
104
88
102
114
137
127
112
124
119
75
89 1.310
Esses valores quando submetidos à classificação proposta por Köppen (1948), indicam um
clima do tipo Cfa. Esse tipo climático é característico das regiões de menor altitude do Estado,
evidenciando condições subtropicais, com verões quentes de temperaturas médias superiores
a 22°C, invernos amenos de temperatura superior a -3°C e distribuição uniforme de
precipitação ao longo do ano (Figura 3).
A Figura 3 representa o diagrama climático proposto por Walter (1986), para o caso específico
de Nova Santa Rita. O eixo horizontal representa os meses do ano, iniciando pelo mês de julho
e terminando em junho, de forma que os meses de verão situam-se na porção central do
gráfico. O eixo vertical representa a temperatura (°C) à esquerda e a precipitação (mm) à
direita. A escala utilizada tem uma relação de 1°C para 2 mm de precipitação. Nesta relação,
segundo Walter (1986), meses nos quais a curva da precipitação encontra-se acima daquela da
temperatura são considerados úmidos.
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Entretanto, o comportamento da precipitação em Nova Santa Rita (Figura 3) não garante uma
disponibilidade regular de água no solo para as plantas, em especial nos meses mais quentes.
Através do balanço hídrico climático (Cunha, 1992), é possível identificar os períodos de
excedente ou déficit hídrico no Município (Figura 4).
Porto Alegre, 10m
[30]
19,5° C, 1.310 mm 300
200
100
80
Cº
mm
30
60
20
40
10
20
Figura 3. Diagrama climático de Nova Santa Rita (30°01’53”S e 51°13’19”W),
para o período de observação 1931-1960.
A Figura 4 expressa o curso médio do balanço hídrico climático calculado pelo método de
Thorthwaite e Mather (Cunha, 1992), para uma capacidade de armazenamento de 75 mm.
Comprova-se a existência de um déficit hídrico de 59 mm nos meses de novembro a março.
Durante o período de maio a outubro há excedente hídrico e no mês de abril não há déficit nem
excesso. A soma do excedente no ano resulta num saldo de 431 mm. Junho e Julho são os
meses de maior excedente, respectivamente com 102 e 95 mm.
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160
140
ALTURA DE ÁGUA (mm)
120
100
80
60
40
20
0
jul
ago set
out nov dez jan
fev
mar abr mai
jun
MESES
P
ETP
ETR
Figura 4. Gráfico do balanço hídrico climático de Nova Santa Rita (30°01’53”S
e 51°13’19”W), onde P é a precipitação, ETP a evapotranspiração potencial e
ETR a evapotranspiração real
O zoneamento agrícola (SA/RS, 1994) aponta como culturas preferenciais para o município de
Nova Santa Rita: arroz irrigado, citrus (laranja e bergamota), mandioca (norte), sorgo, cana-deaçucar (açúcar e álcool) e forrageiras de clima tropical e subtropical (capim Rhodes, desmodim
intortum, feijão miúdo, grama missioneira, pangola, panicum maximum, pensacola, setaria,
sorgo, milheto e outros). As culturas toleradas incluem, alfafa, cebola e alho, mandioca (norte),
soja, milho e limão. O município é considerado marginal para culturas tradicionais como feijão,
milho (parte do município), fumo, forrageiras de clima temperado (aveia, azevém, centeio,
cornichão, festuca, serradela, trevo branco, trevo visiculosum, trevo subterrâneo, trevo
vermelho, e outras), pessegueiro e, inapto para abacaxi, batatinha (setembro, fevereiro),
banana, trigo, videira americana, videira européia (vinho) e maçã.
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4.1.2 Geologia e geomorfologia
O município de Nova Santa Rita está inserido predominantemente no Domínio Morfoestrutural
dos Depósitos Sedimentares, mais especificamente na região geomorfológica Planície Costeira
Interna (IBGE, 1986).
A região geomorfológica Planície Costeira Interna é uma área baixa entre a região
geomorfológica Planície Costeira Externa a leste, e os relevos planálticos a oeste. Predominam
nessa região os modelados esculpidos em depósitos originários do continente, e em pequenas
porções, geralmente às margens da laguna dos Patos, ocorrem os modelados derivados do
remanejamento eólico, dando origem às dunas atuais. A Planície Costeira Interna abrange duas
unidades geomorfológicas: Planície Lagunar (de ocorrência no município) e Planície AlúvioColuvionar. A Planície Lagunar constitui-se em uma área plana, homogênea, sem dissecação
e predominam os modelados de acumulação representados pelas planícies e terraços
lacustres.
Na porção da região geomorfológica Planície Costeira Interna localizada no município de Nova
Santa Rita, são encontrados depósitos tanto atuais como antigos, sendo estes últimos de
aproximadamente 230 milhões de anos atrás. Às margens dos rios Caí e dos Sinos encontra-se
os depósitos mais recentes, datados do Quaternário (Era Cenozóica), de composição aluvionar,
areias, cascalheiras e sedimentos síltico-argilosos de planícies de inundação, terraços e
depósitos de calha da rede fluvial atual e subatual. Na porção central do município são
identificados depósitos do Triássico (Era Mesozóica), pertencentes ao Grupo São Bento
(Formação Rosário do Sul), compostos por arenitos médios a finos, siltitos argilosos e lamitos,
friáveis, cores vermelha, castanho-avermelhada, cinza-amarelo e branca. Os arenitos são
subarcoseanos e arcoseanos mal selecionados, grãos subangulosos e subarredondados,
mostrando estratos descontínuos, lenticulares, com estratificação cruzada acanalada e
tangencial. Os sedimentos mais finos mostram-se maciços, com fratura conchoidal e
concreções carbonáticas, observando-se a presença de níveis lenticulares de arenito com
pouca continuidade lateral. A seqüência em seu todo apresenta características de deposição
em ambiente fluvial, com depósitos lacustres intercalados. E na porção sul do município,
registra-se os depósitos mais antigos do município, do Grupo Passa-Dois (Formação Rio do
Rasto), datados do Permiano (Era Paleozóica). Nesses depósitos verifica-se a alternância de
siltitos, siltitos arenosos e arenitos de coloração vermelha a roxa, lamitos e siltitos vermelhos
com intercalações de arenitos finos, micáceos, calcíferos, de cor vermelha a amarelo-clara. As
litologias da base da seqüência apresentam estratificação plano-plaralela, cruzada e ondulada,
com marcas de onda e laminação lenticular. As unidades de topo caracterizam-se por mostrar
estratos cruzados acanalados e plano-plaralelos, apresentando acunhamento de camadas e
lenticularidade dos corpos arenosos. O ambiente de sedimentação é transicional de planícies
de marés para fluvial.
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O projeto de assentamento do INCRA em Nova Santa Rita situa-se na unidade geomorfológica
Planície Lagunar.
4.1.3 Relevo
O relevo de Nova Santa Rita é predominantemente plano, o que é característico da região
geomorfológicas Planície Costeira Interna (unidade Planície Lagunar), de superfície mais
aplainada. As altitudes no município variam de aproximadamente 1 m até cerca de 101 m, com
declividades pouco acentuadas às margens dos Rios Caí e Sinos, estando as áreas mais
declivosas geralmente associadas às encostas das partes mais altas.
A Figura 5 e a Figura 6 mostram, respectivamente, a distribuição das diferentes altitudes e das
declividades no território do município e a Tabela 2 e a Tabela 3 mostram o percentual da área
do município ocupada por diferentes faixas de altitude e declividade. Analisando-se estes dados
percebe-se que a maior parte do município tem altitudes inferiores a 50 m (aproximadamente
92,35% do território) e declividades inferiores a 5% (aproximadamente 81,20% do território). As
áreas mais elevadas situam-se na porção centro-norte do município.
Tabela 2. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no município de Nova Santa Rita.
Faixa de altitude
0 - 50 m
50 - 100 m
Total
Área (ha)
Área (%)
20.092,30
92,35
1.664,93
7,65
21.757,23
100,00
Tabela 3. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no município de Nova Santa Rita.
Faixa de declividade
Área (ha)
Área (%)
0 a 5%
17.667,33
81,20
3.315,22
15,24
680,29
3,13
94,39
0,43
21.757,23
100,00
5 a 10 %
10 a 15 %
> 15 %
Total
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Figura 5. Faixas de altitude em Nova Santa Rita.
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Figura 6. Faixas de declividade em Nova Santa Rita.
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4.1.4 Solos
Neste item são apresentadas as principais classes de solos que ocorrem no Município de Nova
Santa Rita com base nos estudos disponíveis no Estado até o presente: “Levantamento de
Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul” (Ministério da Agricultura, 1973) na escala
1:750.000” e “Levantamento Exploratório de Solos”(IBGE, 1986) na escala 1:1.000.000”. Os
solos foram descritos quanto às suas características, classificação, ocorrência e aptidão para
uso agrícola com base nas cartas digitais em escala 1:250.000 do IBGE. A classificação dos
solos foi atualizada com base no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA,
1999).
A Figura 7 mostra os grupos de unidades de mapeamento de solos ocorrentes no município de
Nova Santa Rita e a Tabela 4 lista a área ocupada por cada tipo de solo no território do
município. Analisando-se esses dados verifica-se que a maior parte do município é constituída
de Planossolos (em torno de 49,86%) e Argissolos (42,08%). Com menor expressão, encontrase ainda os Neossolos (que totalizam 6,54 % do território).
Tabela 4. Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de Nova Santa Rita.
Classe
No de manchas
Grupo
Área (ha)
Área (%)
PVa7
1
ARGISSOLO
7,00
0,03
PVa8
1
ARGISSOLO
9.149,00
42,05
Ae1
3
NEOSSOLO
1.423,23
6,54
PLe2
2
PLANOSSOLO
10.848,00
49,86
Água
2
ÁGUA
330,00
1,52
Total
9
21.757,23
100,00
4.1.4.1 Descrição das unidades de mapeamento
Argissolo
PVa7 - Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb abrupto plíntico e não plíntico A moderado textura
aren./méd. relevo suave ondulado + Planossolo eutrófico Ta A moderado textura aren./méd.
relevo plano.
PVa8 - Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura méd.casc./arg.
casc. + Podzólico Vermelho-Amarelo Latossólico álico A moderado e proeminente textura arg.
relevo forte ondulado e ondulado.
Neossolo Litólico
Ae1 – Solos Aluviais eutróficos e distróficos A moderado textura indisc. relevo plano.
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Planossolo
PLe2 – Planossolo eutrófico Ta A moderado textura aren./méd. e méd./arg. + Glei Pouco
Húmico eutrófico Ta A moderado textura méd. e arg. relevo plano.
Figura 7. Grupos de solos do município de Nova Santa Rita, modificado a partir de IBGE (1986).
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4.1.5 Hidrografia
A rede de drenagem do município apresenta um padrão predominantemente dendrítico a
subdendrítico, distribuída em três bacias hidrográficas: a do Rio Caí, a do Rio dos Sinos e do
Lago Guaíba. As três pertencentes à região hidrográfica do Guaíba, de acordo com o
Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Estado do Rio Grande do Sul. A Figura 8 mostra
a rede de drenagem superficial no município de Nova Santa Rita, com base nas cartas
topográficas em escala 1:250.000 da região.
Os principais rios que drenam o município, o rio dos Sinos, o rio Caí e o rio Jacuí, possuem
vales largos. Seus cursos apresentam-se meandrantes, e nas suas planícies aluviais é possível
identificar meandros abandonados. O rio Jacuí passa a integrar a Planície Lagunar a partir da
confluência com o rio Jaguari, nas proximidades do município de São Jerônimo, a oeste do
município de Nova Santa Rita. Na sua foz, o rio Jacuí bifurca-se em braços principais e outros
secundários, configurando um delta, limite sul do município de Nova Santa Rita. Nessa porção
verifica-se a ocorrência de sedimentação intensa, que promove a colmatagem na
desembocadura do rio. Também desembocam nessa área os outros dois principais rios que
banham o município em questão, o Caí e o Sinos. Esses dois rios juntamente com o Jacuí e o
Gravataí irão formar o Lago Guaíba.
A superfície do município distribuída nas bacias citadas acima está relacionada na Tabela 5,
em que se pode constatar que a maior área pertence à bacia do Rio dos Sinos (55,31% do
município). O Projeto de Assentamento Santa Rita de Cássia II localiza-se na porção oeste do
município, sobre a bacia hidrográfica do Rio Caí.
Tabela 5. Superfície ocupada pelas bacias hidrográficas que interceptam o município de Nova Santa
Rita.
Bacia hidrográfica
Bacia do Rio Caí
Bacia do Rio dos Sinos
Bacia do Lago Guaíba
Total
Área (ha)
Área (%)
9.139,23
42,01
12.034,55
55,31
583,46
2,68
21.757,23
100,00
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Figura 8. Bacias hidrográficas e rede de drenagem superficial no município de Nova Santa Rita.
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4.1.6 Vegetação
O município de Nova Santa Rita encontra-se inserido na região fitoecológica das Áreas das
Formações Pioneiras (Figura 9), segundo IBGE (1986). O município possuía, originalmente,
67,2% de Áreas de Formações Pioneiras e 32,8% de Área de Tensão Ecológica, (Hasenack &
Cordeiro, 2006).
Figura 9. Regiões Fitoecológicas do município de Nova Santa Rita
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Quanto à vegetação, a Depressão Central é uma região mista (Rambo, 1956). Recebe
influência pouco sensível da vegetação do litoral à leste com alguns representantes das
restingas. À oeste recebe influência pouco sensível dos campos limpos e secos da Campanha.
As duas principais influências que a vegetação da Depressão Central recebe são: da Serra do
Sudeste na margem meridional do rio Jacuí e da vegetação da Serra Geral ao norte do mesmo
rio.
A região que corresponde à Depressão Central, segundo IBGE (1986) apresenta o contato
entre diferentes regiões fitoecológicas como a Savana, a Floresta Estacional Decidual, a
Floresta Estacional Semidecidual, as Áreas de Tensão Ecológica e as Áreas das
Formações Pioneiras.
Ainda segundo Rambo (1956), na porção sul do rio Jacuí predomina o campo seco, devido à
proximidade com a Serra do Sudeste, repartido por pequenas faixas de matas de galeria e
pequenas porções de mata brejosa. Estas matas de galeria assemelham-se muito àquelas da
região da Campanha. No lado norte do rio Jacuí também aparece o mosaico de campos, com
matas de galeria nas baixadas. Aí a área de florestas é maior do que na margem sul do rio
Jacuí. A mata virgem começa a aparecer (Floresta Estacional Decidual), se avolumando cada
vez mais na medida em que nos aproximamos da Serra Geral. Na região de inundação do rio
Jacuí aparecem os juncais e a mata brejosa. Na proximidade do rio dos Sinos e rio Caí, devido
ao relevo mais acidentado e à maior densidade de cursos d’água, os campos secos ficam
restritos praticamente aos divisores de água nos topos das coxilhas, sendo que a mata virgem
da serra (Floresta Estacional Decidual) “estrangula” a vegetação campestre. Nestes campos
(savana) da Depressão Central, segundo IBGE (1986) dominam gramíneas como Andropogon
lateralis (capim-caninha), Paspalum notatum (grama-forquilha), Axonopus compressus (gramatapete-verde), Axonopus fissifolius (grama-jesuíta), Aristida pallens (barba-de-bode), Eryanthus
angustifolius (macega-estaladeira) e muitas outras gramíneas, ciperáceas, umbelíferas e
compostas, que formam agrupamentos muito variados. A Savana (IBGE, 1986) é a formação
que cobre maior superfície no RS. Na Depressão Central Gaúcha a Savana está localizada
sobre terrenos suave ondulados a ondulados, em altitudes máximas de 300m.
Segundo Boldrini (1997), a vegetação campestre da Depressão Central é constituída por
plantas de porte cespitoso, herbáceas até arbustivas, com muitas espécies de compostas, onde
Vernonia nudiflora, Baccharis trimera, B. megapotamica destacam-se na paisagem. Em locais
alterados, nas proximidades das estradas, são freqüentes Eupatorium spp., Andropogon
bicornis e Schizachyrium microstachyum.
O capim caninha, Andropogon lateralis, é a andropogônea mais freqüente em áreas úmidas.
Nas partes mais secas ocorrem touceiras de Aristida jubata e A. laevis que dão um caráter
peculiar à região. Entre as touceiras de Eryngium horridum, de Trachypogon montufari, de
Erianthus spp. e de Atistida jubata, vegetam protegidas, espécies de gramíneas mesotérmicas,
hibernais, entre elas Briza spp., Stipa spp. e Piptochaetium spp.
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Entre as espécies que compõem o estrato inferior, Paspalum notatum é a que domina no topo
das coxilhas, enquanto que nas encostas P. paucifolium e Piptochaetium montavidense são as
principais, deixando muito solo descoberto. À medida que a umidade aumenta, surgem
Axonopus affinis e Paspalum pumilum.
Em solos uliginosos, as ciperáceas constituem a família dominante, onde os gêneros
Eleocharis, Rhynchospora, Fimbristylis e Cyperus são os melhor representados. É neste
ambiente que se encontra Paspalum ionanthum.
Dentre as leguminosas, Desmodium incanum é a espécie mais comum, enquanto D. barbatum
se restringe às partes mais úmidas. Macroptilium prostratum, Rhynchosia deversifolia,
Aeschynomene falcata, Stilosanthes leiocarpa e Clitoria nana são encontradas em solo seco.
A mesma autora, estudando uma área de pastagem nativa, encontrou 256 espécies de 37
famílias, principalmente Poaceae (54), Asteraceae (46), Fabaceae (18), Cyperaceae (14) e
Rubiaceae (12) (Boldrini, 1993).
É consenso entre alguns botânicos que esta vegetação tende a se tornar mais grosseira e
arbustiva, mas por interferência da ação antrópica a vegetação é mantida mais baixa,
predominando espécies rizomatosas e estoloníferas.
Halford et al. (2007), estudaram a vegetação campestre da Depressão Central e encontraram
como espécies indicadoras de solos bem drenados Piptochaetium montevidense, Stenandrium
diphyllum, Paspalum notatum, Hypoxis decumbens, Coelorachis selloana, Evolvulus sericeus,
Steinhchisma hians, Aristida venustula, Oxalis eriocarpa. As espécies indicadoras de solos
úmidos são: Paspalum pumilum, Eleocharis viridans, Centella asiática e Relbunium hirtum. Em
plintossolos são indicadoras Axonopus affinis e Rhynchospora barrosiana; em gleissolos
Eleocharis bonariensis e Axonopus purpusii; e locais de alta pressão de pastejo Eryngium
ciliatum, Cliococca selaginoides, Ruellia morongii, Paspalum paucifolium, Stylosanthes
leiocarpa, Abilgaardia ovata, Richardia humistrata, Chaptalia exscapa; são dominantes em
áreas não pastejadas Eryngium horridum, Briza subaristata, Stipa nutans, Vernonia nudiflora;
em áreas pastejadas com baixa pressão de pastejo Carex phalaroides, Oxalis brasiliensis,
Aspilia montevidensis; e as indicadoras de áreas não pastejadas são Elyonurus candidus,
Aristida laevis e Setaria parviflora.
Com relação à riqueza de espécies, Carvalho et al. (2003), estudando uma área de pastagem
nativa utilizada com diferentes intensidades, encontraram 71 espécies herbáceas quando esta
vegetação estava sendo moderadamente utilizada com bovinos. Quando esta mesma
pastagem nativa foi utilizada com maior intensidade a riqueza diminuiu para 52 espécies e com
intensidade de uso muito baixa a riqueza encontrada foi de 59 espécies. Isto demonstra que um
uso moderado permite que exista uma maior riqueza de espécies. Conforme o autor, com a
intensidade de pastejo moderada também são atingidos os melhores resultados produtivos. Isto
demonstra que o pastejo moderado é benéfico para a diversidade, o que já foi verificado
também em outros ecossistemas pastoris semelhantes.
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Sobre o potencial produtivo deste recurso vegetal, Nabinger (2006) mostra que, de acordo com
o nível de intensificação adotado, obtêm-se diferentes respostas de produção animal em
sistemas de recria e terminação. O nível mais baixo de intensificação, realizando apenas o
ajuste da carga animal, possibilita obter entre 200 e 230 kg de peso vivo/ha/ano, sendo que a
média desta região está em torno de 70 kg de PV/ha/ano. Na maior intensificação, com
correção da fertilidade do solo, via adição de corretivo e nutrientes, introdução de espécies e
uso de fertilizante nitrogenado associados, é possível chegar a 1000 kg de PV/ha/ano. Estas
alternativas, no entanto, devem estar associadas a outras práticas de manejo, como o
diferimento e o ajuste da carga animal, assim como as práticas de manejo dos animais.
Quanto à vegetação florestal Rambo (1956) distingue cinco formações principais: matas de
galeria, os capões, o parque, as manchas de mata arbustiva e a mata virgem.
As matas de galeria da Depressão Central são mais ricas em espécies e mais volumosas em
extensão do que aquelas da Campanha e da Serra do Sudeste, devido à proximidade com a
mata virgem da Serra Geral (Floresta Estacional Decidual) e ao solo pantanoso de grandes
trechos das margens dos rios e arroios. Nestas florestas são características as seguintes
espécies: salgueiro (Salyx humboldtiana), leiterinho (Sebastiania brasiliensis), branquilho
(Sebastiania commersoniana), batinga (Eugenia ramboi), sarandi (Sebastiania schottiana),
maricá (Mimosa bimucronata),
jerivá (Syagrus romanzoffiana), angico-vermelho
(Parapiptadenia rigida), chal-chal (Allophylus edulis), aguaí-mata-olho (Pouteria gardneriana),
ingá-de-beira-de-rio (Ingá vera) além de muitas outras. Na região leste da Depressão Central as
matas de galeria são enriquecidas com muitas espécies atlânticas que tem aí seu limite de
distribuição austral, como por exemplo: canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia), guaricana
(Geonoma schottiana), ipê-amarelo-da-várzea (Tabebuia umbellata), e outras.
Os capões são manchas de mata delimitadas pelo campo por todos os lados. Na sua borda
são características espécies heliófitas e xerófitas das formações parque, como a aroeira-salsa
(Schinus molle) e a assobiadeira (Schinus polygamus), além de espécies arbustivas
principalmente vassouras da família Asteraceae e trepadeiras como o rasga-canela (Dioscorea
campestris). Ocorrem também muitas espécies de ampla distribuição que não são seletivas
nem de lugares secos nem úmidos, como chá-de-bugre (Casearia sylvestris), mamica-decadela (Zanthoxyllum rhoifolium), camboatá-vermelho (Cupania vernalis), entre outros. Mais
para o interior, aparecem espécies mais características da mata virgem da Serra Geral, como o
cedro (Cedrela fissilis), a cangerana (Cabralea canjerana), o louro (Cordia trichotoma), canelas
(Ocotea spp e Nectandra spp.).
O parque na Depressão Central tem como principal espécie a aroeira-salsa (Schinus molle)
disseminada pelo campo, isolada, junto a formações arbustivas, na beira dos capões, ou
acompanhada
pelo
chá-de-bugre
(Casearia
sylvestris),
timbaúva
(Enterolobium
contortisiliquum), o branquilho (Sebastiania serrata), o esporão-de-galo (Celtis sp.) entre outras.
As manchas de mata arbustiva, tal como descritas por Rambo (1956), recobrem os tabuleiros
areníticos disseminados no lado norte do rio Jacuí. Estes são cercados por densa mata virgem
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na base e, nos topos, se alastra esta vegetação arbustiva aqui descrita, onde são
características compostas e mirtáceas arbustivas, vassoura-vermelha (Dodonaea viscosa),
exemplares esparsos de árvores da floresta, porém raquíticas, criúvas (Agarista eucalyptoides),
ericáceas, tuna (Cereus hildmanianus), japecanga (Smilax campestris), entre outras.
A mata virgem refere-se às florestas de maior porte que ocupam o talude da Serra Geral e os
terrenos planos ou ondulados do Alto Uruguai. Estas florestas densas e contínuas que cobriam
ou ainda cobrem a Depressão Central, são classificadas pelo IBGE (1986) como Floresta
Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual. Destas duas ocorrem na Depressão
Central apenas às formações Aluvial e Submontana em cada uma. Em alguns locais apresenta
uma transição das densas florestas que cobrem as encostas da Serra Geral até os capões
espalhados em meio ao campo. Em outros locais a mata virgem que cobre as planícies e o
relevo suave ondulado da Depressão Central não difere em nada das florestas das encostas. A
diferença básica entre a Floresta Decidual para a Floresta Semidecidual é a porcentagem de
indivíduos arbóreos caducifólios no estrato dominante da floresta sendo entre 50 a 75 % na
primeira e entre 25 a 50 % na segunda. A Floresta Decidual apresenta espécies características
das Bacias dos rios Paraná-Uruguai, como por exemplo a grápia (Apuleia leiocarpa), o angicovermelho (Parapiptadenia rigida), a guajuvria (Cordia americana), a batinga-vermelha (Eugenia
rostrifolia), o ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla), o catiguá-vermelho (Trichilia claussenii) entre
outras. Na Floresta Semidecidual ocorrem praticamente as mesmas espécies da Floresta
Decidual havendo, porém, a falta de algumas espécies e a ocorrência de várias outras
provenientes da Floresta Ombrófila Densa, que muitas vezes encontram aí seu limite austral de
distribuição. Como exemplo temos: canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia), figueira-purgante
(Ficus adathodifolia), canela-sassafrás (Ocotea odorifera), embaúba-vermelha (Cecropia
glaziovi), cinzeiro (Hirtella hebeclada), canela-fogo (Aiouea saligna), Brosimum glaziovii,
guamirim (Myrcia multiflora), Brosimum lactescens e outras.
A mata brejosa, como dito anteriormente, ocupa as baixadas úmidas da Depressão Central,
onde as espécies florestais adaptadas a ambientes paludosos conseguiram se desenvolver,
estando localizadas principalmente próximas ao rio Jacuí, ou seus afluentes, ou em outras
baixadas úmidas mais interiores nas planícies da Depressão Central. Na região leste da
Depressão Central (onde se encontram os PA) são características desta formação o tarumãbranco (Citharexylum myrianthum), a figueira-da-folha-miúda (Ficus organensis), a figueirapurgante (Ficus adhatodifolia), o tucum (Bactris setosa), a guaricana (Geonoma schottiana), a
embaúba-branca (Cecropia pachystachia), a capororoca-do-banhado (Myrsine lorentziana), o
pau d’arco (Guarea macrophylla), a vassoura (Vernonia puberula), a congonha (Citronella
gongonha) entre outras. Neste ambiente é também rico o epifitismo, com a ocorrência de
espécies como Vriesea gigantea, Aechmea recurvata, Cattleya sp. além de lianas como
Marcgravia polyantha.
Podemos destacar ainda o que Rambo chama de vegetação palustre, que corresponde à
vegetação aquática flutuante, aos prados úmidos, as matas de galeria e matas brejosas
mais próximas da margem, os banhados ou pantanais. A vegetação palustre merece
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destaque nesta região devido à grande quantidade de água que existe na Depressão Central. A
vegetação aquática pode ser flutuante ou fixa em áreas rasas próximas à margem. Encontrase principalmente nas partes sem correntezas dos rios, em curvas ou margens com bancos de
sedimentação. As espécies mais características da vegetação flutuante são o aguapé
(Eichornia crassipes), o repolho-d’água (Pistia stratiotes), Salvinia sp., Azolla sp., enquanto que
as espécies mais características da vegetação aquática enraizada na margem são: o chapéude-couro (Echinodorus grandiflorus), Sagittaria montevidensis, Regnelidium diphyllum, entre
muitas outras. Os prados úmidos são porções próximas à margem dos rios, e que podem ser
inundadas sem reterem água em estagnamento. As gramas são muito baixas e verdes. Deste
local também são característicos os maricazais, formação quase homogênea formada pelo
maricá (Mimosa bimucronata), que pode aparecer em formação parque ou em densos
agrupamentos. Os banhados ou pantanais possuem como característica a dominância de
espécies de gramíneas, ciperáceas, o gravatá-do-banhado (Eryngium pandanifolium), a
margarida-do-banhado (Senecio bonariensis), a taboa (Tipha dominguensis). Aparecem
numerosos indivíduos de corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli), espalhados pelos
charcos.
Grande parte desta vegetação já foi profundamente alterada, visto que a Depressão Central
possui uma ocupação antiga. Mais atualmente as plantações de eucalipto, acácia-negra, as
culturas de milho, soja e mandioca, entre outros, em áreas mais drenadas e o cultivo de arroz
em áreas úmidas, e a própria urbanização, modificaram muito a vegetação original. A presença
de capim-annoni em beira de estradas e nos campos também contribui para a depreciação da
vegetação nativa. Chama a atenção o fato da região da Depressão Central possuir poucas
áreas protegidas, estando entre as poucas e de área diminuta que existem, o Parque Estadual
do Delta do Jacuí, que recentemente teve sua área diminuída, e a pequena Reserva Biológica
do Ibicuí-Mirim. Ou seja, é uma região do Rio Grande do Sul pouco protegida, o que faz com
que ela mereça maior atenção quanto à preservação de seu ambiente.
A integração lavoura-pecuária é uma alternativa para viabilizar a manutenção de áreas com
pastagem nativa frente às demais alternativas produtivas nesta região. A utilização da
pastagem nativa ocorreria principalmente para a manutenção do rebanho de cria, e a recria e
terminação sobre as áreas de lavoura cultivadas com pastagens durante o período de inverno e
eventualmente com pastagens de verão.
Da cobertura original, 11,4% encontra-se sob baixo impacto antrópico e 88,6% sob impacto
antrópico significativo. Os principais impactos devem-se à agropecuária sobre áreas de Tensão
Ecológica e agricultura com culturas cíclicas sobre área das Formações Pioneiras (Hasenack &
Cordeiro, 2006).
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4.1.7 Fauna
O município de Nova Santa Rita situa-se na região fisiográfica Depressão Central (Borges
Fortes, 1979). Esta região limita-se com outras sete, sendo a Encosta Inferior do Nordeste a
região que mais se aproxima do município de Nova Santa Rita. A paisagem caracteriza-se pelo
mosaico de áreas úmidas em zonas de várzea, entremeadas por campos secos em porções
mais elevadas e florestas de galeria de grandes extensões ao longo dos principais cursos
d'água.
Segundo Cabrera & Willink (1980) esta mesma região está no contato de duas províncias
Biogeográficas distintas: Pampeana e Paranaense. A fauna desta região caracteriza-se pela
presença de espécies típicas de formações abertas presentes, sobretudo, na porção meridional
(pampa) em contato com espécies tipicamente florestais da porção setentrional do estado.
Portanto, considerando-se os critérios de descrição fisio e biogeográficos descritos acima, é
possível inferir sobre a grande diversidade de espécies conseqüente da interface de ambientes
diversos.
A relevância do enfoque sobre mamíferos (mastofauna) reside no fato de serem espécies
especialmente sensíveis e grandemente afetadas pelos processos de perda e alteração de
hábitat (Robinson & Redford, 1986; Terborgh, 1992; Cuarón, 2000). Entre eles, as principais
ameaças relacionam-se à fragmentação de hábitats campestres e florestais por uso e expansão
agropecuária, caça ilegal e atropelamentos.
Dentre todas as regiões fisiográficas do estado, a Depressão Central tem como característica
marcante a densa ocupação humana, concentrando grande parte da população na porção leste
em extensas áreas conurbadas. Torna-se difícil fazer inferências sobre a fauna original que
habitava a região, bastante depauperada pela alteração e perda de hábitat, com a conseqüente
baixa conectividade e perda de qualidade dos hábitats remanescentes potencialmente capazes
de abrigar a fauna. Por isso, a mastofauna atualmente está restrita às áreas de protegidas por
lei, como Áreas de Preservação Permanente (APP) ao longo de grandes cursos d’água, mas
especialmente em Unidades de Conservação (UC) de Proteção Integral.
Adicionalmente aos fatores relacionados à perda de hábitat, a caça ilegal, historicamente,
mantém-se como uma das principais causas da redução da abundância e diversidade das
espécies da mastofauna (Fontana et al., 2003). Este fator de impacto sobre a fauna não é uma
característica exclusivamente regional, mas sim um problema que atua sobre toda a área de
distribuição das espécies cinegéticas.
A preocupação com os efeitos da caça é ainda maior para mamíferos de médio e grande porte,
muito visados pelo volume do recurso alimentar, e alto valor da pele da maioria destas
espécies. Associado a isso, alguns fatores biológicos como ciclo de vida longo e taxa
reprodutiva baixa, e fatores ecológicos como área de vida comparativamente grande, presentes
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em grande parte da parcela da mastofauna cinegética, são agravantes da vulnerabilidade à
pressão de caça (Bodmer & Robinson, 2003).
Atualmente, a mastofauna mais comum é composta por espécies tolerantes ao padrão de uso e
ocupação humana da região e por espécies tolerantes aos níveis baixos de pressão de caça ou
de pouco interesse para os caçadores. Dentre espécies cinegéticas (de caça) ou especialistas
no uso do hábitat e que conseguem persistir à intensificação dos processos de eliminação dos
hábitats, atualmente são registradas apenas esporadicamente para a região e estão presentes
em diferentes categorias de ameaça para a fauna ameaçada de extinção no estado.
O grupo dos marsupiais é representado no estado por espécies que habitam uma grande
diversidade de ambientes, porém é pouco conhecido em relação à distribuição geográfica das
espécies, ecologia e taxonomia (Fontana et al., 2003) havendo, assim, uma grande
fragmentação das informações coletadas. Além disso, predições a respeito deste grupo,
exigiriam metodologias e esforços de captura específicos, aspectos não possíveis de serem
abordados neste trabalho. Portanto, quando possível, os registros considerados serão das
espécies de maior tamanho corporal, como Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca), por
exemplo. Espécie de distribuição ampla e de registros comuns, este é o marsupial mais
popularmente conhecido no estado.
A maioria das espécies que compõe o grupo dos Xenarthros (tatús e tamanduás) possui ampla
distribuição e registros comuns para a região. Para a família DASIPODIDAE podemos citar
Dasypus novemcinctus (tatú-galinha), D. hybridus (mulitinha-orelhuda), D. septemcinctus
(mulita), Euphractus sexcinctus (tatú-peludo). Apesar de dados insuficientes sobre a espécie
(Fontana et al, 2003), Cabassous tatouay (tatú-de-rabo-mole) pode apresentar ocorrência na
região pela disponibilidade de ambientes abertos, seu hábitat preferencial para forrageamento,
porém necessita de averiguação. A família MYRMECOPHAGIDAE está representada
atualmente na Depressão Central pela espécie Tamandua tetradactyla (tamanduá mirim), e
apesar de ocorrer preferencialmente refugiada em florestas de galeria, também possui o hábito
de forrageamento em áreas abertas. Atualmente a enorme substituição dos campos por
lavouras, associados à caça, muitas vezes sem motivo aparente, levou a inclusão da espécie
como ameaçada de extinção no RS, na categoria Vulnerável (Fontana et al, 2003). Em muitos
locais, os registros tem sido apenas esporádicos. Myrmecophaga tridactyla (tamanduábandeira) é a espécie deste grupo considerada Criticamente em Perigo de extinção (Fontana et
al, 2003) e, além de não haver registros recentes no estado, a possibilidade de registros
históricos para a Depressão Central é desconhecida.
Em relação aos primatas, este grupo é representado na Depressão Central pela espécie
Alouatta guariba clamitans (bugio-ruivo, ATELIDAE) (Printes et al., 2001; Codenotti & Silva,
2004) atualmente ameaçada de extinção no estado, categoria Vulnerável (Fontana et al, 2003).
A Ordem Carnivora é representada na Depressão Central por quatro famílias de carnívoros
terrestres: CANIDAE, MUSTELIDAE, PROCYONIDAE e FELIDAE. Espécie tipicamente
campestre e grandemente sensível à perda e alteração de hábitat, Chrysocyon brachyurus
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(lobo-guará, CANIDAE) é o representante deste grupo incluso na categoria Criticamente
Ameaçada de Extinção no RS (Fontana et al. 2003), devido à grande substituição de áreas
campestres por agricultura e pecuária, associada à pressão de caça no passado. Assim como
para o tamanduá-bandeira, também é difícil estabelecer predições a respeito de sua ocorrência
histórica na região. Demais espécies desta família são Lycalopex gymocercus (graxaim-docampo), espécie freqüentemente associada às formações abertas, e Cerdocyon thous
(graxaim-do-mato), abundante e generalista em relação ao uso do hábitat.
Dentre os membros da família FELIDAE, sete das oito espécies registradas no Rio Grande do
Sul apresentam possibilidade de ocorrência para a Depressão Central: Puma concolor (puma),
Puma yagouaroundi (gato-mourisco), Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno), Leopardus
wiedii (gato-maracajá), Oncifelis geoffroyi (gato-do-mato-grande), Oncifelis colocolo (gatopalheiro) e Leopardus pardalis (jaguatirica). Essas espécies perduraram após a intensificação
dos processos de eliminação dos hábitats, porém são registradas esporadicamente. Em relação
a Oncifelis colocolo (gato-palheiro) esta espécie possui poucos dados sobre sua distribuição,
em parte, devido sua raridade. Porém sua ocorrência na Depressão Central deve ser verificada,
uma vez que seus registros estão restritos à metade sul do estado (Fontana et al. 2003).
Considera-se que a Depressão Central seja limite sul de distribuição para L. tigrinus (gato-domato-pequeno) e norte para O. geoffroyi (gato-do-mato-grande), evidenciando a importância
biogeográfica da região para o grupo. Todas as espécies de felinos registradas no estado estão
inclusas em alguma categoria de ameaça no livro vermelho da fauna ameaçada de extinção
(Fontana et al, 2003). Já o maior felino sulamericano, Panthera onca (onça-pintada), que possui
apenas registros históricos para grande parte das regiões e é considerado Criticamente
Ameaçado de Extinção no RS (Fontana et al, 2003), não tendo mais registros para a Depressão
Central
Galictis cuja (furão), Conepatus chinga (zorrilho) constituem-se nas espécies da família
MUSTELIDAE de ocorrência comum em quase todas as regiões do estado. Embora seja
comum a observação destes animais atropelados nas rodovias, são insuficientes na literatura
dados sobre a distribuição da espécie nesta região fisiográfica. Já Lontra longicaudis (lontra) é
uma espécie restrita aos cursos d'água e, apesar de amplamente distribuída e persistente em
ambientes perturbados, apresenta registros cada vez menos freqüentes. Eira barbara (irara) é
uma espécie que possui ocorrência limitada abaixo da Depressão Central (Fontana et al., 2003)
devendo haver verificação sobre sua distribuição atual. Atualmente irara e lontra constam no
Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção na categoria Vulnerável. Já Pteronura
brasiliensis (ariranha) está considerada como espécie Provavelmente Extinta para o estado
(Fontana et al., 2003). A família PROCYONIDAE possui como representante comumente
registrado Procyon cancrivorous (mão-pelada). Já para o outro integrante desta família, Nasua
nasua (quati), segundo Fontana et al. (2003) dados sobre a situação populacional e distribuição
possuem problemas idênticos à irara, sendo que esta espécie também é considerada
ameaçada de extinção no estado (Vulnerável).
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Em relação aos elementos da família CERVIDAE, na Depressão Central estão presentes
Mazama gouazoupira (veado-catingueiro), constituindo-se provavelmente na espécie de
cervídeo mais freqüentemente registrada, porém ameaçada de extinção (Vulnerável) pela alta
pressão de caça (Fontana et al, 2003). Mazama americana (veado-mateiro), é uma espécie
essencialmente florestal, cuja ocorrência na Depressão Central deve ser verificada pois possui
registros para regiões fisiográficas adjacentes (Encosta do Sudeste e Encosta Inferior do
Nordeste. Consta atualmente como "Em Perigo" na lista dos animais em extinção no Rio
Grande do Sul. Pela drástica eliminação de hábitat, escassez de registros e pressão de caça,
Ozotoceros bezoarticus (veado-campeiro), espécie tipicamente campestre e criticamente
ameaçada de extinção no estado (Fontana et al 2003), possui ocorrência potencial para todo
bioma Pampa, porém são insuficientes os estudos a respeito desta espécie na região
fisiográfica Depressão Central. Para Blastocerus dichotomus (cervo-do-pantanal) a Depressão
Central representa a única região do estado em que a espécie é registrada atualmente, estando
restrita à UC Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, situada na região metropolitana
de Porto Alegre. Apesar da inexistência de trabalhos sobre sua ocorrência pretérita, é possível
inferir que pelo predomínio de áreas úmidas esta região poderia ser destacada com grande
potencial de ocorrência da espécie. Porém a ampla alteração de hábitat associada à alta
pressão de caça incluem esta espécie atualmente como Criticamente em Perigo de Extinção
(Fontana et al., 2003).
Para o grupo dos roedores de médio e grande porte podemos destacar a ocorrência de
Hydrochaeris hydrochaeris (capivara, HYDROCHAERIDAE), Myocastor coypus (ratão-dobanhado, MYOCASTORIDAE) e Ctenomys torquatus (tuco-tuco, CTENOMYDAE) com registros
comumente esperados para a região. Cuniculus paca (paca, CUNICULIDAE), uma das
principais espécies cinegéticas do estado, vive atualmente restrita às florestas de galeria dos
grandes cursos d'água e florestas extensas e consta atualmente no Livro Vermelho da Fauna
em Extinção no Rio Grande do Sul como espécie Em Perigo. (Fontana et al., 2003). Apesar de
sua ocorrência para a Encosta Inferior do Nordeste, dados levantados através deste estudo
evidenciaram que esta espécie não ocorre atualmente na Depressão Central.
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4.2 Aspectos sócio-econômicos da região
4.2.1 População
O município de Nova Santa Rita foi criado pela lei 9.585, de 20 de março de 1992, e sua
instalação realizada em 1º de janeiro de 1993 (RIO GRANDE DO SUL, 2003). O Censo
Populacional de 2000 calculou para o município uma população de 15.750 habitantes, sendo
um dos municípios menos populosos (0,46% do total) da microrregião de Porto Alegre. Esta
microrregião, formada por vinte e dois municípios é caracterizada pela alta urbanização –
96,5% – segundo o Censo de 2000. O grau de urbanização do município de Nova Santa Rita
apesar de alto (73,33%) é menor que a média da microrregião e do estado (81,65%) (IBGE,
2006b).
A população de Nova Santa Rita, segundo a Contagem Populacional de 1996, era de 12.467
habitantes. O Censo Populacional de 2000 apresenta aumento de 26,33% (3.283 habitantes)
na população do município em comparação com a Contagem de 1996 (IBGE, 2006b).
Segundo o Censo Populacional de 2000, a densidade demográfica no município é de 72,15
hab/km2, muito abaixo do valor médio da microrregião – 611,18 hab/km2 – e acima da
densidade demográfica estadual que é 36,14 hab/km2. Para o ano de 2000, o IBGE calculou a
área do município em 217,9 km2, equivalente a 3,89% da área da microrregião de Porto Alegre
(IBGE, 2006b).
Com base nas características da população levantadas pelo Censo 2000, o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2003) elaborou o índice de desenvolvimento
humano municipal (IDH-M). Este índice leva em consideração três variáveis principais: renda,
longevidade e instrução. O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1
(desenvolvimento humano total). Usualmente os valores são divididos em três níveis, até 0,499
considera-se desenvolvimento humano baixo; entre 0,500 e 0,799 o desenvolvimento é
considerado de nível médio; a partir de 0,800 considera-se alto desenvolvimento.
Foi calculado para o município no ano de 1991 IDH-M de valor 0,706, em 2000 foi calculado
0,789, um acréscimo de 11,76% no período. Este crescimento foi acima da média harmônica
dos municípios (10,96%) que formam a microrregião de Porto Alegre, seus valores calculados
foram de 0,740 em 1991 e 0,806 em 2000. O IDH do estado do Rio Grande do Sul, em 2000, foi
de 0,814 (PNUD, 2003).
4.2.2 Produção primária
4.2.2.1 Produção agrícola
A caracterização da produção agrícola em Nova Santa Rita foi feita com base na Pesquisa
Agrícola Municipal elaborada pelo IBGE. Foram utilizados dados do período de 2002 a 2005
(Tabela 6 e Tabela 7) referentes aos cultivos temporários e permanentes (IBGE, 2006b).
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4.2.2.1.1 Cultivos temporários
O município de Nova Santa Rita tem como principais cultivos o arroz – historicamente
associado à pecuária, mandioca e milho. No período de 2002 a 2004, a cultura de arroz
manteve sua produção e área colhida (Tabela 6). No ano de 2005, ocorreu aumento 5,5% na
quantidade produzida, redução de 6,2% na área plantada, com aumento no rendimento (kg/ha)
de 12,5%. A participação da produção do município no total da microrregião teve diminuição de
4% no período, de 6,4% em 2002 para 6,1% em 2005 (IBGE, 2006b).
No período de 2002 a 2005, a cultura de mandioca (Tabela 6) aumentou sua participação na
produção da microrregião, em 13,7%, de 9,5% para 10,8%. Apesar da queda no rendimento
médio do município de 6,7%, em 2005. (IBGE, 2006b).
A participação do município na quantidade produzida de milho na microrregião teve aumento de
126,5%, passou de 4,2% em 2002 para 9,6% em 2005. Apesar do crescimento na participação
da produção total, em 2005, ocorreu redução de 43,3% na produção e no rendimento no
município (IBGE, 2006b) (Tabela 6).
Tabela 6. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) de cultivos temporários
de 2002 a 2005, no município de Nova Santa Rita.
Quantidade produzida (t)
Cultivo
Área colhida (ha)
Rendimento (kg/ha)
2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005
Alho
3
3
3
3
1
1
1
1
Arroz
6400
6400
6400
6750 1600 1600 1600 1500 4.000 4.000 4.000 4.500
Batata - doce
160
160
162
162
20
20
20
Cana-de-açúcar
180
180
0,0
0,0
15
15
0,0
Cebola
1
1
1
1
1
1
1
1
1.000 1.000 1.000 1.000
Feijão
80
80
80
84
40
40
40
40
2.000 2.000 2.000 2.100
Mandioca
4500
4500
4500
4200
300
300
300
300 15.000 15.000 15.000 14.000
Melancia
188
180
175
150
25
25
25
25
7.520 7.200 7.000 6.000
Melão
150
147
149
135
150
150
150
150
1.000
Milho
360
540
540
306
200
300
300
300
1.800 1.800 1.800 1.020
Tomate
110
110
110
96
10
10
10
8
11.000 11.000 11.000 12.000
20
3.000 3.000 3.000 3.000
8.000 8.000 8.100 8.100
12.000 12.000
980
0,0
993
0,0
900
Fonte: IBGE, 2006b.
4.2.2.1.2 Cultivo permanente
Os cultivos permanentes no município de Nova Santa Rita, no período 2002-2005, foram
banana, caqui, figo, laranja, pêra, pêssego e uva. Entre estes cultivos destaca-se a laranja, por
possuir a maior produção absoluta e a maior participação na soma da microrregião de Porto
Alegre. As outras culturas possuem além da pequena produção absoluta (Tabela 7), pouca
participação na quantidade produzida na microrregião, menor que 3%. (IBGE, 2006b).
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Tabela 7. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) de cultivos permanentes
de 2002 a 2005, no município de Nova Santa Rita.
Cultivo
Quantidade produzida (t)
2002
Área colhida (ha)
2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005
Rendimento (kg/ha)
2002
2003
2004
2005
Banana
5
5
5
5
1
1
1
1
5.000
5.000
5.000
5.000
Caqui
3
3
3
3
1
1
1
1
3.000
3.000
3.000
3.000
Figo
3
3
3
3
1
1
1
1
3.000
3.000
3.000
3.000
728
728
728
728
70
70
70
70
10.400 10.400 10.400 10.400
Pêra
2
2
2
2
1
1
1
1
2.000
2.000
2.000
2.000
Pêssego
4
4
4
4
1
1
1
1
4.000
4.000
4.000
4.000
Uva
15
15
15
15
3
3
3
3
5.000
5.000
5.000
5.000
Laranja
Fonte: IBGE, 2006b.
4.2.2.2 Produção animal
Foram utilizados dados do Censo Agropecuário de 1996 e da Pesquisa Pecuária Municipal dos
anos de 2003, 2004 e 2005. Para efeito comparativo o último dado existente sobre área dos
estabelecimentos rurais e a utilização de suas terras data do Censo Agropecuário de 1996, o
município de Nova Santa Rita possuía naquela data 4,4% das pastagens existentes na
microrregião de Porto Alegre. Este mesmo Censo indicou que em valores absolutos os maiores
efetivos de rebanhos eram: bovino (8.024); galinhas (6.320); galos, frangas, frangos e pintos
(4.214); suíno (4.153); eqüino (740) e ovino (580) (IBGE, 2006b) (Tabela 8).
Percebe-se aumento na participação do município no número de cabeças na maioria dos
rebanhos (Tabela 8), as exceções são os rebanhos eqüino e ovino (IBGE, 2006b).
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Tabela 8. Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho no município de Nova Santa Rita e sua participação
no rebanho da microrregião Porto Alegre.
Rebanho
Bovino
1996
2003
2004
2005
Nº de cabeças
8.024
11.577
11.610
11.800
Participação
4,0%
5,0%
4,9%
5,6%
740
995
990
1.010
Participação
6,0%
4,7%
4,6%
3,1%
Nº de cabeças
6.320
6.510
6.500
6.550
Participação
0,2%
1,4%
1,2%
1,3%
Nº de cabeças
4.214
4.600
4.610
4.700
Participação
0,3%
0,6%
0,9%
0,9%
Nº de cabeças
4.153
4.490
4.290
4.150
Participação
5,6%
7,5%
7,4%
7,2%
580
490
320
350
1,9%
2,4%
1,7%
1,7%
Nº de cabeças
Eqüino
Galinhas
Galos, frangas,
frangos e pintos
Suíno
Nº de cabeças
Ovino
Participação
Fonte: IBGE, 2006b.
4.2.2.2.1 Bovinocultura de corte
Segundo o Censo Agropecuário de 1996, apenas 3,7% dos abates de bovinos que ocorrem na
microrregião de Porto Alegre foram realizados no município de Nova Santa Rita. Os abates
realizados no município ocorreram em maior número (109 abates ou 78,4%) em propriedades
com área entre 10 e 100 hectares, 11,5% (16 abates) se deram naquelas entre 100 e 1.000
hectares e 10,1% em propriedades com área de até 10 hectares (IBGE, 2006b) (Tabela 8).
4.2.2.2.2 Bovinocultura leiteira
Segundo o Censo Agropecuário de 1996, a participação da produção leiteira de Nova Santa
Rita na microrregião foi de 2,4%. As propriedades com área entre 10 e 100 hectares
produziram 71,8% do leite, as propriedades com área até 10 hectares foram responsáveis por
21,8% da produção e as propriedades com área entre 100 e 1.000 hectares contribuíram com
6,4% naquele ano. O Censo Agropecuário de 1996 indica que a produtividade no município (5,3
litros/cabeça) foi maior que a média estadual (4,9 litros/cabeça) e menor que a média da
microrregião (5,6 litros/cabeça). Os dados da Pesquisa Pecuária Municipal de 2005 (TAB 4)
indicam queda na produtividade (7,6%), diminuição no número de vacas ordenhadas (41,2%) e
queda na participação da produção da microrregião em 14,25% (IBGE, 2006b) (Tabela 9).
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Tabela 9. Número de vacas ordenhadas e produção de leite (mil litros) no município de Nova Santa Rita
durante os anos de 1996 e de 2003 a 2005.
Produção leiteira
1996
2003
2004
2005
Vacas ordenhadas (cabeças)
510
380
320
300
Produção de leite (mil litros)
994
719
576
540
Fonte: IBGE, 2006b.
4.2.2.2.3 Suínos
A participação de Nova Santa Rita nos abates de suínos realizados na sua microrregião,
segundo o Censo Agropecuário de 1996, foi de 16,1%. Os abates de suínos no município
foram, segundo classes de área das propriedades, 1018 abates (81,5%) em propriedades com
área de até 10 hectares; 219 abates (17,5%) em propriedades com área entre 10 e 100
hectares e 12 abates (1%) com áreas entre 100 e 1.000 hectares (IBGE, 2006b) (Tabela 8).
4.2.2.2.4 Aves
Foram realizados 3.788 abates no município de Nova Santa Rita que representam 3,8% dos
abates realizados na microrregião, segundo o Censo Agropecuário de 1996. Os abates
concentraram-se (85,2%) nas propriedades com áreas entre 10 e 100 hectares. A produção de
ovos de galinha no município, em 1996, representou 0,1% do produzido na microrregião, em
2005, reduziu-se a produção, mas a participação subiu para 0,5% (IBGE, 2006b) (Tabela 8).
4.2.2.2.5 Ovinos
O número de ovinos no município diminuiu, entre 1996 e 2005. Esta diminuição do rebanho foi
de 40% no município, a participação do rebanho de Nova Santa Rita no rebanho da
microrregião passou de 1,9% em 1996 para 1,7% (IBGE, 2006b).
No período de 1996 a 2005 a produção de lã reduziu-se no município (-46,2%), como era de se
esperar, devido à diminuição do rebanho tosqueado (Tabela 8). Na microrregião, a produção de
lã manteve-se estável, embora tenha havido redução no número de ovinos tosqueados (21,1%), entretanto esta redução foi compensada pelo aumento na produtividade de 26,6%. Em
Nova Santa Rita ocorreu redução no número de ovinos tosqueados (43,3%) e da produtividade
de 5,1%, como resultado a participação da produção do município na microrregião caiu de 1,1%
para 0,6% em 2005. A Pesquisa Pecuária Municipal de 2004 apresenta produtividade de 1,42
kg de lã por ovino em Nova Santa Rita, a média da microrregião foi de 2,30 kg/ovino e a
estadual foi de 2,68 kg/ovino (IBGE, 2006b).
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4.2.2.2.6 Produção de Mel
A produção de mel no município (Tabela 10) sofreu redução de 33,4% no período, 1996 a 2005,
na microrregião neste mesmo período a produção teve um aumento de 16%. Dessa forma a
participação de Nova Santa Rita no total de microrregião caiu de 4,7% em 1996 para 2,7% em
2005 (IBGE, 2006b). Cabe salientar que esta atividade econômica pode ser considerada
interessante no tocante ao seu reduzido impacto sobre o ambiente, podendo, talvez, ser
implantada como uma alternativa de utilização indireta de áreas de uso restrito (áreas de
proteção permanente e de reserva legal).
Tabela 10. Produção de mel no município de Nova Santa Rita e sua participação no total produzido na
microrregião entre os anos de 1996 e 2005.
1996
2002
2003
2004
2005
Produção (quilogramas)
4.441
2.700
2.900
3.000
3.000
Participação na microrregião
4,7%
2,8%
2,4%
2,2%
2,7%
Fonte: IBGE, 2006b.
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5
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
As análises realizadas para o diagnóstico da área do Projeto de Assentamento Santa Rita de
Cássia II basearam-se no perímetro georreferenciado do PA fornecido pelo INCRA em meio
digital. Durante a elaboração de mapas temáticos constatou-se pequenas diferenças entre os
valores calculados de superfície com esse perímetro e a superfície declarada no processo de
criação do PA. Apesar disso, tratando-se da melhor delimitação disponível, as informações
obtidas com o uso desse perímetro servem como valioso indicativo da situação do imóvel e
podem ser usadas como subsídio ao licenciamento ambiental. Para um melhor uso dessas
informações recomenda-se analisar simultaneamente os dados absolutos e proporcionais das
superfícies calculadas para as classes de cada mapa.
É importante ressaltar também que o conjunto de Projetos de Assentamento localizados na
Depressão Central constitui-se em uma grande extensão de terras, submetida a uma ocupação
humana com demandas consideráveis sobre os recursos naturais existentes nas Bacias
hidrográficas dos rios Caí, Sinos e Jacuí. Caso o órgão licenciador avalie cada PA de forma
individual e isolada do seu contexto regional, esta avaliação pode induzir a uma análise
subestimada do impacto ambiental total dos PA em uma escala regional. A desconsideração de
possíveis efeitos aditivos e sinergéticos do conjunto de PA ali presentes pode inclusive permitir
que danos ambientais sejam perpetuados mesmo após a concessão do licenciamento.
Buscando sanar esta lacuna de informações, sugere-se que a análise deste relatório seja
efetuada de forma conjunta com os relatórios dos demais PA inseridos naquelas bacias
hidrográficas.
5.1 Diagnóstico do meio natural
5.1.1 Relevo
O relevo do PA Santa Rita de Cássia II foi analisado a partir de dados altimétricos das cartas
em escala 1:50.000 da DSG, utilizados para a elaboração de um Modelo Numérico do Terreno
(MNT) e cálculo das declividades. A Tabela 11 e a Figura 10 mostram, respectivamente, a
distribuição espacial e a superfície ocupada por diferentes faixas altimétricas no imóvel. A
Tabela 12 e a Figura 11 mostram, respectivamente, a distribuição espacial e a superfície
ocupada por diferentes faixas de declividade.
Analisando-se esses dados, pode-se observar que o relevo da área correspondente ao PA
Santa Rita de Cássia II é predominantemente plano. As altitudes variam aproximadamente
entre 0 e 80 metros, dos quais cerca de 26,78 ha (1,61% da área total) encontram-se acima de
60 metros, em locais constituídos de topos de coxilhas.
As declividades distribuem-se de forma relativamente homogênea pela área do PA, com a
predominância de inclinações suaves. A maior parte da área apresenta inclinações inferiores a
5%, constituindo pendentes suaves que totalizam aproximadamente cerca de 1.581,61 ha
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(95,16% do total). As áreas com mais de 5% de inclinação são menos expressivas, constituindo
áreas de relevo suave ondulado a muito ondulado que ocupam cerca de 80,46 ha (4,84% do
total da área do PA Santa Rita de Cássia II).
Tabela 11. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Santa Rita de Cássia II.
Faixa de altitude (m)
0 a 20 m
Área (ha)
Área (%)
1.426,27
85,81
20 a 40 m
145,94
8,78
40 a 60 m
63,08
3,80
60 a 80 m
26,78
1,61
1.662,07
100,00
Total
Tabela 12. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Santa Rita de Cássia II.
Faixa de declividade (%)
0 a 5%
Área (ha)
Área (%)
1.581,61
95,16
5 a 10%
50,68
3,05
10 a 15%
24,19
1,46
15 a 25%
5,59
0,34
1.662,07
100,00
Total
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468000
470000
472000
466000
468000
470000
472000
6694000
6694000
6696000
6696000
R io
Cai
6698000
6698000
6700000
6700000
466000
Classes de altitude
Malha viária
0 a 20 m
Estrada Federal pavimentada
20 a 40 m
Estrada Municipal sem pavimentação
40 a 60 m
60 a 80 m
1000
0
1000 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 10. Faixas de altitude no PA Santa Rita de Cássia II.
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Serviço de Meio Ambiente e Recursos Naturais – T3
468000
470000
466000
468000
470000
472000
6694000
6694000
6696000
6696000
R io
Cai
6698000
6698000
6700000
6700000
466000
Classes de declividade
Malha viária
0 a 5%
Estrada Federal pavimentada
5 a 10%
Estrada Municipal sem pavimentação
10 a 15%
15 a 25%
472000
1000
0
1000 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 11. Faixas de declividade no PA Santa Rita de Cássia II.
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5.1.2 Recursos hídricos
A Figura 12 mostra a rede de drenagem superficial do PA Santa Rita de Cássia II com base nas
cartas em escala 1:50.000 da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), Folha SH.22V-D-VI-3 (Morretes).
O PA Santa Rita de Cássia II está situado na margem esquerda do rio Caí e grande parte de
sua superfície é constituída de áreas de várzea que pertencem à planície de inundação do rio
Caí.
A rede de drenagem interna desse PA é formada por quatro pequenos cursos d’água situados
na porção leste da área, sendo que três desses cursos d’água apresentam comportamento
perene (Figura 12), ou seja, possuem fluxo permanente de água, mesmo em estações mais
secas. Um curso d’água possui comportamento intermitente, ou seja, sofre a influência de
períodos de estiagem e freqüentemente ficando seco. As duas nascentes localizadas no interior
da área apresentam comportamento perene. A Figura 12 também mostra a existência de
barragens e açudes.
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466000
468000
470000
472000
#
#
#
6700000
6700000
#
#
#
#
Cai
6698000
6698000
#
#
R io
#
#
#
#
6696000
6696000
#
#
6694000
6694000
#
466000
Hidrografia
#
468000
470000
472000
1000
Malha viária
0
1000 m
N
Curso d'água perene
Estrada Federal pavimentada
Curso d'água intermitente
Estrada Municipal sem pavimentação
Corpo d'água
Caminho/trilha
Nascente
Limite do PA
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 12. Mapa de recursos hídricos no PA Santa Rita de Cássia II.
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5.1.3 Áreas de preservação e conservação
As áreas de preservação e conservação consideradas incluem a superfície ocupada no imóvel
por APP (Áreas de Preservação Permanente) e por ARL (Área de Reserva Legal). As APP
foram espacializadas de acordo com a lei federal n. º 4.771, de 15 de setembro de 1965
(Código Florestal), Lei n. º 7.803 de 18 de julho de 1989 (Altera o Código Florestal) e a
Resolução do CONAMA 387 (CONAMA, 2006a), de 27 de dezembro de 2006, que trata do
licenciamento de Projetos de Assentamento da reforma agrária, das quais aplicam-se ao PA
Santa Rita de Cássia II os seguintes critérios:
•
30 m ao longo dos cursos d’água com menos de 10 m de largura;
•
100 m ao longo dos cursos d'água de 50 a 200 m de largura;
•
50 m em torno de nascentes;
•
50 m em torno dos corpos d'água até 20 ha.
Quanto à ARL, de acordo com MP 2166-67 de agosto de 2001, 20% da área do imóvel deve
ser mantida com esse caráter. Verificou-se que existe uma área delimitada com essa finalidade
no PA, sendo que a Tabela 13 mostra a superfície ocupada por APP e ARL no PA Santa Rita
de Cássia II e o Anexo IV mostra a localização das glebas destinadas para Reserva Legal.
Tabela 13. Superfície ocupada por áreas APP e ARL no PA Santa Rita de Cássia II.
Tipo de área protegida
Superfície ocupada (ha)
Proporção do imóvel (%)
APP
73,68
4,43
ARL
332,00
20,00
5.1.4 Capacidade de uso das terras
O sistema de capacidade de uso das terras foi desenvolvido pelo Serviço Nacional de
Conservação do Solo dos Estados Unidos da América no ano de 1951, segundo Klingebiel &
Montgomery (1961). Seu enfoque está relacionado com a conservação dos solos, onde são
analisadas as potencialidades dos mesmos, com maior ênfase nas suas limitações. Este
sistema é recomendado para áreas que possuem levantamentos pedológicos em nível
detalhado ou no máximo semidetalhado considerando ainda que o nível de manejo deve ser de
médio a alto.
É importante ressaltar que o mapa de capacidade de uso das terras pode ser obtido a partir de
um levantamento pedológico semidetalhado ou detalhado ou ainda por meio de um
levantamento denominado utilitário. O levantamento utilitário é um inventário de dados
essenciais relativos às características e propriedades da terra relevantes para a sua
classificação de uso e outras necessárias para o planejamento conservacionista. Estas
informações Referem-se a certos atributos do solo, à declividade do terreno, à erosão das
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terras, a fatores limitantes da terra, ao uso atual da área e ao estágio de desmatamento, entre
outras características gerais (Anexo I).
As informações referidas são convencionalmente escritas de uma forma numérica e literal
sendo representadas por uma fórmula mínima obrigatória:
Profundidade
efetiva
Textura
Permeabilidade
3 - 3/2 - 1/2
X
Uso atual
(pd2 - di - Lp)
B - 2.7
Classe de
declividade
Erosão
Fatores
limitantes
5.1.4.1 Avaliação de capacidade de uso
A avaliação da capacidade de uso do PA Santa Rita de Cássia II foi realizada por meio de um
levantamento utilitário, analisando-se in loco as características relevantes do solo para a
classificação de uso e outras características importantes para o planejamento conservacionista.
A classificação da paisagem através das variáveis acima descritas permitiu obter-se um mapa
de capacidade de uso.
Também foram incluídas as Áreas de Preservação Permanente (APP), cuja delimitação
obedeceu à Resolução do CONAMA 387 (CONAMA, 2006a), de 27 de dezembro de 2006, que
trata do licenciamento de projetos de assentamento da reforma agrária. A delimitação das APP
baseou-se em levantamentos de campo e na cartografia em escala 1:50.000 existente para a
área em análise.
Dos critérios definidos na Resolução do CONAMA 387 (CONAMA, 2006a), de 27 de dezembro
de 2006, aplicam-se ao PA Santa Rita de Cássia II a delimitação de uma faixa de área de 50 m
em torno das nascentes, 30 m ao longo dos cursos d’água com menos de 10 m de largura; 100
m ao longo dos cursos d’água de 50 a 200 metros de largura (rio Caí) e uma faixa de área de
50 m em torno dos corpos d’água até 20 ha (uma barragem e açudes). Não ocorrem no imóvel,
áreas declivosas o suficiente para serem enquadradas como APP.
O resultado quantitativo da avaliação da capacidade de uso do PA Santa Rita de Cássia II pode
ser visto na Figura 13 e na Tabela 14. Para cada classe de capacidade de uso das terras,
foram também realizados ensaios de infiltração de água, cujos resultados encontram-se no
Anexo VI.
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Tabela 14. Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e fatores
limitantes no PA Santa Rita de Cássia II.
Classe de
capacidade de uso
Fator
limitante
Unidade de Uso
Área
Área
(ha)
(%)
119,32
7,18
25,44
1,53
1.390,42
83,66
lll e, ma
Erosão
Horizonte A muito arenoso
lll s, di
Solo
Distrofismo
lV a, hi
Inundação
Hidromorfismo permanente
VI e, t
Erosão
Declividade
53,21
3,20
VIII l, app
Legislação
Áreas de Preservação Permanente
73,68
4,43
1.662,07
100,00
Total
O mapa apresentado na Figura 13 e os dados da Tabela 14 mostram que as terras desse
imóvel pertencentes à classe III (III e, ma; III s, di), que com maior ou menor intensidade
permitem o uso com culturas anuais, ocupam cerca de 144,76 ha, o que representa 8,71 % do
total. Nestas terras as limitações devem-se ao risco de erosão, em função do horizonte A muito
arenoso, ou ao distrofismo.
O maior grupo de terras na área do PA é representado por terras das classes IV (IV a, hi),
totalizando cerca de 1.390,42 ha, o que representa 83,66% da área total do PA. Nestas terras,
próprias para tipos de exploração específicos como a cultura do arroz, as limitações devem-se
ao risco de inundações e drenagem deficiente no perfil do solo.
As terras da classe VI e, t ocupam cerca de 53,21 ha, o que representa 3,20% do total. Nestas
terras as limitações devem-se ao risco de erosão devido à declividade acentuada.
As terras da classe VIII l, APP (Áreas de Preservação Permanente), que representam áreas de
uso restrito do ponto de vista legal, ocupam cerca de 73,68 ha o que representa cerca de 4,43%
do total.
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468000
470000
466000
468000
470000
472000
6694000
6694000
6696000
6696000
R io
Cai
6698000
6698000
6700000
6700000
466000
Capacidade de uso
Malha viária
lll e, ma
Estrada Federal pavimentada
lll s, di
Estrada Municipal sem pavimentação
lV a, hi
Caminho/trilha
VI e, t
VIII l, app
472000
1000
0
1000 m
N
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 13. Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Santa Rita de Cássia II.
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5.1.5 Uso do solo
O uso do solo foi mapeado em duas épocas distintas a fim de se avaliar as alterações ocorridas
com a implantação do PA Santa Rita de Cássia II. A metodologia utilizada para produção dos
mapas temáticos de uso e cobertura do solo foi à interpretação visual em tela de imagens do
satélite Landsat, órbita ponto 222/082. Foram produzidos dois mapas temáticos de uso e
cobertura do solo, um referente ao período anterior à implantação do PA (04/09/2003) (Figura
14) e outro relacionado ao período posterior à implantação do PA (03/10/2008) (Figura 15). A
área ocupada pelas diferentes classes, no período anterior e posterior à implantação, estão
listadas na Tabela 15 e na Tabela 16.
Tabela 15. Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Santa Rita de Cássia II no período anterior
(04/09/2003) e posterior (03/10/2008) à implantação do PA.
Classes de uso
N º de manchas
Superficie ocupada
(ha)
Proporção do total
(%)
2003
2008
2003
2008
2003
2008
Agricultura/solo exposto
6
5
508,77
908,79
30,61
54,68
Água
8
6
27,89
25,13
1,68
1,51
Campo seco
10
18
812,35
390,12
48,88
23,47
Campo úmido
11
9
46,77
14,18
2,81
0,85
Mata nativa
25
20
111,82
106,83
6,73
6,43
2
16
48,02
113,40
2,89
6,82
33
20
52,22
36,72
3,14
2,21
3
3
6,56
4,19
0,39
0,25
19
16
47,67
62,71
2,87
3,77
1.662,07
1.662,07
100,00
100,00
Pousio
Silvicultura
Subsolo exposto
Vegetação arbustiva
Total
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Tabela 16. Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Santa Rita de Cássia II no período
anterior (04/09/2003) e posterior (03/10/2003) à implantação do PA.
Classes de uso
N º de manchas
Superficie ocupada
(ha)
Proporção do total
(%)
2003
2008
2003
2008
2003
2008
3
6
9,23
12,66
12,53
17,18
Água
11
0
5,20
0,00
7,06
0,00
Campo seco
21
17
24,62
11,63
33,41
15,78
0
4
0,00
4,43
0,00
6,01
16
13
25,00
23,62
33,93
32,06
Pousio
0
14
0,00
5,00
0,00
6,79
Silvicultura
8
5
4,54
3,02
6,16
4,10
Subsolo exposto
2
2
0,65
1,5
0,88
2,04
Vegetação arbustiva
3
4
4,44
11,82
6,03
16,04
73,68
73,68
100,00
100,00
Agricultura/solo exposto
Campo úmido
Mata nativa
Total
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468000
470000
466000
468000
470000
472000
6694000
6694000
6696000
6696000
R io
Cai
6698000
6698000
6700000
6700000
466000
Uso do solo (04/09/2003)
Malha viária
Agricultura/solo exposto
Estrada Federal pavimentada
Água
Estrada Municipal sem pavimentação
Campo seco
Campo úmido
Mata nativa
Pousio
Silvicultura
Vegetação arbustiva
0
1000 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Subsolo exposto
472000
1000
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 14: Uso anterior à implantação do PA Santa Rita de Cássia II.
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468000
470000
466000
468000
470000
472000
6694000
6694000
6696000
6696000
R io
Cai
6698000
6698000
6700000
6700000
466000
Uso do solo (03/10/2008)
Malha viária
Agricultura/solo exposto
Estrada Federal pavimentada
Água
Estrada Municipal sem pavimentação
Campo seco
Campo úmido
Mata nativa
Pousio
472000
1000
0
1000 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Subsolo exposto
Silvicultura
Vegetação arbustiva
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 15: Uso após a implantação do PA Santa Rita de Cássia II.
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Comparando-se os mapas da Figura 14 e da Figura 15 e os dados da Tabela 15 verifica-se que
a maior parte da área antes da implantação do PA Santa Rita de Cássia II era ocupada por
campo seco e campo úmido, totalizando cerca de 859,12 ha (51,69% do total do imóvel). A
diferenciação entre estas classes está relacionada à presença de maior umidade no solo como
conseqüência da posição topográfica.
A classe Agricultura ocupava cerca de 508,77 ha (30,61% do total do imóvel) antes da
implantação e passa a ocupar cerca de 908,79 ha (54,68% do total do PA) após a implantação
do PA Santa Rita de Cássia II, um aumento de cerca de 400,02 ha que representa incremento
de 78,6%. O número de manchas de agricultura diminuiu de seis para cinco, mostrando que as
áreas agricultadas que antes eram isoladas foram aglutinadas em áreas maiores. As áreas
agricultadas avançaram principalmente sobre as áreas campestres (campo seco e úmido).
A classe Campo seco ocupava cerca de 812,35 ha (48,88% do total do imóvel) antes da
implantação do PA Santa Rita de Cássia II e passa a ocupar cerca de 390,12 ha (23,47% do
total do PA) após a implantação, uma redução de cerca de 422,23 ha que representa
decréscimo de 52%. O número de manchas passou de seis para cinco manchas. O campo
seco perdeu área, principalmente para as classes Agricultura e Pousio.
A classe Campo úmido ocupava cerca de 46,77 ha (2,81% do total do imóvel) antes da
implantação do PA e passa a ocupar cerca de 14,18 ha (0,85% do total do PA) após a
implantação, uma redução de cerca de 32,59 ha que representa decréscimo de 69,7% de área.
O número de manchas diminuiu de onze para nove manchas. O campo úmido perdeu área
principalmente para a classe Agricultura.
A classe Pousio ocupava cerca de 48,02 ha (2,89% do total do PA) antes da implantação e
passa a ocupar cerca de 113,4 ha (6,82% do total do PA) após a implantação do PA, um
aumento de cerca de 65,38 ha que representa incremento de 136,2% de área. A classe Pousio
representa áreas anteriormente preparadas para o plantio e que depois não foram novamente
utilizadas. Essas áreas encontravam-se, em sua maioria, cobertas por vegetação campestre
nativa em regeneração, com a predominância de espécies pioneiras. Comparando os mapas da
Figura 14 e da Figura 15, observa-se que a maior mancha de pousio do período anterior foi
ocupada por áreas de agricultura no período posterior à implantação do PA. O número de
manchas aumentou de duas para dezesseis manchas.
A classe Mata nativa é representada pelas formações florestais nativas que correspondem às
matas de galeria do rio Caí, a oeste do PA Santa Rita de Cássia II, aos remanescentes
florestais ou capões, distribuídos principalmente na porção leste, próximo à divisa da área; às
formações florestais nativas ao norte, na gleba localizada do outro lado da BR 386 às
formações florestais presentes ao longo dos cursos d’água de menor ordem, ao redor das
nascentes e corpos d’água naturais e artificiais. A classe Mata nativa ocupava cerca de 111,82
ha (6,73% do total do imóvel) no período anterior à implantação e passa a ocupar cerca de
106,83 ha (6,43% do total do PA) após a implantação do PA, uma redução de 4,99 ha que
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representa um decréscimo de 4,5%.O número de manchas diminuiu de vinte e cinco para vinte
manchas.
A classe vegetação arbustiva é a transição natural entre o campo e a mata nativa composta por
vegetação campestre, vassourais e já alguns indivíduos jovens de espécies pioneiras da mata.
Antes da implantação do PA esta classe ocupava cerca de 47,67 ha (2,87% do total do imóvel)
e após a implantação passa a ocupar cerca de 62,71 ha (3,77% do total do PA), um aumento
de 15,04 ha que representa incremento de 31,6%. O número de manchas diminuiu de
dezenove para dezesseis manchas. O aumento na área da classe Vegetação arbustiva se deu
sobre alguns pontos em áreas campestres.
A classe Silvicultura representa locais ocupados por florestas cultivadas de eucalipto. No
período anterior ocupava cerca de 52,22 ha (3,14% do total do imóvel) e após a implantação do
PA passa a ocupar uma área de 36,72 ha (2,21% do total), uma redução de cerca de 15,50 ha
que representa decréscimo de 29,7% de área. O número de manchas diminuiu de trinta e três
para vinte manchas distribuídas pela área.
A classe Subsolo exposto representa áreas onde a camada superficial do solo foi removida,
deixando aflorar os horizontes subsuperficiais. Essa classe ocupava no período anterior à
implantação do PA uma área de cerca de 6,56 ha (0,39% do total do imóvel) e após a
implantação do PA passa a ocupar cerca de 4,19 ha (0,25% do total), uma redução de 2,37 ha
que representa decréscimo de 36,1%. Essa classe é representada por três manchas nos dois
períodos analisados.
A classe Água, que representa os corpos d’águas naturais e artificiais existentes na área do PA,
ocupava cerca de 27,89 ha (1,68% do total do imóvel) antes da implantação e passa a ocupar
cerca de 25,13 ha (1,51% do total) após a implantação do PA, uma redução de 2,76 ha que
representa decréscimo de 9,9%. O número de manchas diminuiu de oito para seis manchas.
No que se refere à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), no período anterior
à implantação do PA Santa Rita de Cássia II cerca de 14,42 ha (19,57% do total das APP)
apresentavam impactos com algum tipo de uso antrópico (Agricultura/solo exposto, Silvicultura
e Subsolo exposto). O restante das APP, cerca de 59,26 ha (80,43% do total das APP),
encontravam-se ainda sob o predomínio de cobertura vegetal natural de mata nativa, campo
seco, campo úmido e vegetação arbustiva. Após a implantação do PA, o impacto com uso
antrópico (Agricultura/solo exposto, Pousio, Subsolo exposto e Silvicultura) aumentou para
cerca de 22,18 ha (30,10% do total das APP).
5.1.6 Vegetação
A listagem de espécies florestais e campestres registradas através do método do
caminhamento no conjunto de Projetos de Assentamento onde o PA Santa Rita de Cássia II
está inserido (PA Capela, PA Sino e PA Itapuí/Meridional) nos municípios de Nova Santa Rita e
Capela de Santana é apresentada a seguir. As formações florestais nativas são representadas
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neste caso por matas pertencentes à Floresta estacional semi-decidual, do tipo mata ciliar e por
pequenos capões isolados, em estágio sucessional secundário. Os dominantes fisionômicos
são o ingá-de-beira-de-rio (Ingá uruguensis) e o maricá (Mimosa bimuronata) As principais
manchas florestais nativas localizam-se junto ao curso do rio Caí (matas ciliares). Entre as
espécie identificadas destacam-se as listadas no Quadro 1.
Figura 16. Mata ciliar no PA Santa Rita de Cássia II
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
ACANTHACEAE
Ruellia angustiflora
flor-de-fogo
floresta
arb
ANACARDIACEAE
Lithrea brasiliensis March. *
Aroeira-brava
arb
Schinus molle
aroeira-piriquita
campo
arb
Schinus polygamus
aroeira-assobiadeira
campo
arb
araticum
floresta
arb
floresta
herb
ANNONACEAE
Rollinia sylvatica
APIACEAE
Centela asiatica
Eryngium horridum
gravatá
campo
herb
Eryngium pandanifolium
gravatá-do-banhado
campo
arbu
floresta
herb
Forsteronia glabrescens
floresta
tre
Forsteronia thryrsoidea
floresta
tre
floresta
arb
Hidrocotyle leucocephala
APOCYNACEAE
AQUIFOLIACEAE
Ilex dumosa
caúna
ARAUCARIACEAE
Araucaria angustifolia
pinheiro-brasileiro
cultivada
VU
arb
Quadro 1. Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA Sino,
PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb= arbóreo;
arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
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Divisão de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamento - T
Serviço de Meio Ambiente e Recursos Naturais – T3
Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
ARECACEAE
Bactris setosa
tucum
floresta
arb
Geonoma schottiana
guaricana
floresta
Syagrus romanzoffiana
jerivá
floresta
arb
floresta
herb
Baccharis anomala
floresta
tre
Baccharis spicata
campo
arbu
CR
arb
ASPLENIACEAE
Asplenium claussenii
ASTERACEAE
Baccharis trimera
carqueja
campo
herb
Calea serrata
quebra-tudo
floresta
tre
Dasyphyllum tomentosum
sucará
floresta
arb
Eupatorium inulifolium
vassoura
campo
arbu
borda
tre
Mikania cordifolia
Mikania glomerata
guaco
floresta
tre
Senecio brasiliensis
maria-mole
campo
arbu
Soliva pterosperma
roseta
campo
herb
Trixis praestans
assa-peixe
borda
arbu
Vernonia nudiflora
alecrim
campo
herb
Vernonia puberula
vassoura
floresta
arb
carobão
floresta
arb
floresta
tre
BIGNONIACEAE
Jacaranda micrantha
Macfadyena dentata
Macfadyena unguis-cati
cipó-unha-de-gato
floresta
tre
Tynanthus elegans
cipó-cravo
floresta
tre
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
BORAGINACEAE
Cordia americana
guajuvira
floresta
arb
Cordia ecalyculata
louro-mole
floresta
arb
campo
arb
Cordia monosperma
Cordia trichotoma
louro-pardo
floresta
arb
Patagonula americana L.
Guajuvira
floresta
arb
floresta
epi
herb
BROMELIACEAE
Aechmea recurvata
Bromelia antiacantha
bananinha-do-mato
floresta
Tillandsia cf. aeränthos
cravo-do-mato
floresta
VU
epi
Tillandsia cf. geminiflora
cravo-do-mato
floresta
VU
epi
floresta
VU
epi
Vriesea gigantea
CACTACEAE
floresta
epi
cactos-macarrão
floresta
epi
taleira
floresta
arb
Citronela gongonha
congonha
floresta
arb
Citronella paniculata
congonha
floresta
arb
embaúba
floresta
arb
Coração-de-bugre
floresta
arb
orelha de rato
campo
herb
floresta
tre
Lepismium cruciforme
Rhipsalis baccifera
CANNABACEAE
Celtis cf. iguanea
CARDIOPTERIDACEAE
CECROPIACEAE
Cecropia pachystachia
CELASTRACEAE
Maytenus
Reiss. *
cassineformis
CONVOLVULACEAE
Dichondra sericea
Ipomoea cairica
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
CONVOLVULACEAE (cont.)
Ipomoea sp.
floresta
tre
floresta
herb
CYPERACEAE
Cyperaceae sp.
Cyperus sp.
tiririca
campo
herb
Scleria sp.
capim-navalha
floresta
herb
samambaia-preta
floresta
herb
Maria-preta
floresta
arb
Erythroxylum argentinum O. Sch. *
Cocão
floresta
arb
EUPHORBIACEAE
Alchornea triplinervia
Gymnanthes concolor
tanheiro
laranjeira-do-mato
floresta
floresta
arb
arb
ambiente
ruderal
arbu
DRYOPTERIDACEAE
Rumhora adiantiformis
EBENACEAE
Diospyros inconstans Jacq. *
ERYTHROXYLACEAE
Ricinus communis 4
mamona
Sapium glandulosum
pau-leiteiro
floresta
arb
Sebastiania brasiliensis Spreng
Leiterinho
floresta
arb
Sebastiania commersoniana
branquilho
floresta
arb
Sebastiania serrata
branquilho
floresta
arb
floresta
tre
floresta
arbu
Tragia volubilis
FABACEAE
Acacia bonariensis
4
acácia-negra
cultivada
arbu
Bauhinia forficata
pata-de-vaca
floresta
arb
Acacia mearsnii
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
FABACEAE (cont.)
Desmodium adscendens
campo
herb
Desmodium barbatum
campo
herb
campo
herb
floresta
arb
Desmodium incanum
pega-pega
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Timbaúva
Mor.
Erythrina crista-galli
corticeira-dobanhado
Erythrina falcata
banhado
imune
arb
corticeira-da-serra
floresta
imune
arb
Inga vera
ingá-de-beira-derio
floresta
arb
Machaerium stipitatum (DC.) Vog.
Pau-de-malho
floresta
arb
Mimosa bimucronata
maricá
maricazal
arb
banhado
arbu
floresta
arb
campo
herb
Mimosa incana
Parapiptadenia rigida
angico-vermelho
Stylosantes montevidensis
FLACOURTIACEAE
Casearia decandra Jacq. *
Guaçatunga
floresta
arb
Casearia silvestris Sw. *
Cha-de-bugre
floresta
arb
campo
herb
HYPOXIDACEAE
Hypoxis decumbens
LAMIACEAE
Aegyphilla sellowiana
pau-de-tamanco
floresta
arb
Vitex megapotamica (Spreng.)
Mold. *
Tarumã-preto
floresta
arb
Aiouea saligna
canela-fogo
floresta
arb
Nectandra grandiflora
canela-amarela
floresta
LAURACEAE
VU
arb
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Serviço de Meio Ambiente e Recursos Naturais – T3
Nome científico
Status de
ameaça2
Hábito3
Nome popular
Hábitat
Nectandra megapotamica
canela-fedorenta
floresta
arb
Nectandra oppositifolia
canela-ferrugem
floresta
arb
Ocotea puberula
canela-guaicá
floresta
arb
Ocotea pulchella
canela-lageana
floresta
arb
Ingá-banana
floresta
arb
erva-depassarinho
floresta
hemi
erva-da-vida
floresta
arbu
floresta
tre
floresta
arb
floresta
arbu
LAURACEAE (cont.)
LEGUMINOSAE
Ingá uruguensis Hook. Et Arn.
LORANTHACEAE
Tripodanthus acutifolius
LYTHRACEAE
Heimia salicifolia
MALVACEAE
Byttneria australis
Luehea divaricata
açoita-cavalo
Pavonia sepium
Sida carpinifolia
guanxuma
floresta
herb
Sida rhombifolia
guanxuma
campo
herb
floresta
arbu
Triumfetta sp.
MARCGRAVIACEAE
hera-das-árvores
floresta
Miconia hyemalis
pixirica
floresta
arbu
Miconia sellowiana
pixirica
floresta
arbu
canjerana
floresta
arb
Marcgravia polyantha
EN
arb
MELASTOMATACEAE
MELIACEAE
Cabralea canjerana
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
MELIACEAE (cont.)
Cedrela fissilis
cedro
floresta
arb
Guarea macrophylla
pau-de-arco
floresta
arb
Trichilia elegans
pau-ervilha
floresta
arb
canemeira
floresta
arb
MONIMIACEAE
Mollinedia schottiana
MORACEAE
Brosimum lactescens
Ficus organensis
figueira-da-folhamiúda
Morus nigra 4
amoreira
Sorocea bonplandii
floresta
EN
arb
floresta
imune
arb
exótica
espontânea
arb
cincho
floresta
arb
Myrsine coriacea
capororoquinha
floresta
arb
Myrsine guianensis
capororoca
floresta
arb
Myrsine lorentziana
capororoca-dobanhado
floresta
Blepharocalyx salicifolius
murta
floresta
arb
Campomanesia rhombea
guabiroba-crespa
floresta
arb
Campomanesia xanthocarpa
guabirobeira
floresta
arb
Eucalyptus sp. 4
eucalipto
cultivada
arb
floresta
arb
borda
arb
MYRSINACEAE
arb
MYRTACEAE
Eugenia bacopari
Eugenia hyemalis
aperta-cú
Eugenia ramboi
batinga-branca
floresta
arb
Eugenia rostrifolia
batinga-vermelha
floresta
arb
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
MYRTACEAE (cont.)
Eugenia uniflora
pitangueira
floresta
arb
Eugenia uruguayensis
pitangão
floresta
arb
Myrceugenia myrtoides
guamirim
borda
arbu
Myrcia glabra
guamirim-araçá
floresta
arb
Myrcia multiflora
camboim
floresta
arb
Psidium cattleyanum
araçá
floresta
arb
Psidium guajava 4
goiabeira
exótica
espontânea
arb
NYCTAGINACEAE
Guapira opposita
maria-mole
floresta
arb
Pisonia aculeata
unha-de-tigre
floresta
tre
Campylocentrum aromaticum
floresta
epi
Cattleya sp.
floresta
Lophiaris pumila
floresta
epi
Oncidium sp.
floresta
epi
oxalis/ azedinho
campo
herb
maracujá
floresta
tre
umbu
floresta
arb
Peperomia catharinae
floresta
epi
Peperomia pereskiaefolia
floresta
epi
ORCHIDACEAE
VU
epi
OXALIDACEAE
Oxalis sp.
PASSIFLORACEAE
Passiflora edulis
PHYTOLACCACEAE
Phytolacca dioica
PIPERACEAE
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de
(PA Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3
arb= arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante;
hemi= hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
PIPERACEAE (cont.)
Peperomia psylostachia
floresta
epi
Piper aduncum
floresta
arbu
campo
herb
POACEAE
Andropogon sp.
Andropogon lateralis
capim caninha
campo
herb
Axonopus affinis
grama tapete
campo
herb
Brachiaria brizantha
brachiaria
campo
herb
Cynodon dactylon4
paulistinha
campo
herb
Eleusine tristachya
campo
herb
Eragrostis lugens
campo
herb
capim-annoni
campo
herb
macega estaladeira
campo
herb
floresta
herb
campo
herb
campo
herb
campo
herb
floresta
herb
Eragrostis plana
4
Erianthus angustifolius
Oplismenus hirtellus
Paspalum notatum
grama forquilha
Paspalum paniculatum
Paspalum urvillei
capim das roças
Pharus lapullaceus
Piptochaetium montevidense
cabelo de porco
campo
herb
Schizachyrium sp.
cola de burro
campo
herb
Setaria parviflora
cola de raposa
campo
herb
Setaria vaginata
setaria
campo
herb
Sporobolus indicus
capim touceirinha
campo
herb
floresta
epi
floresta
tre
POLYPODIACEAE
Campyloneuron sp.
Microgramma vacciniifolia
cipó-cabeludo
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Pleopeltis angusta
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
floresta
epi
floresta
herb
PTERIDACEAE
avenca
Adiantum sp.
herb
Doriopteris multipartita
RHAMNACEAE
Gouania ulmifolia
floresta
tre
floresta
tre
floresta
herb
ROSACEAE
Rubus brasiliensis
amoreira
RUBIACEAE
Coccocypselum lanceolatum
Guettarda uruguensis Cham. et
Schl. *
Veludo
Psychotria carthagenensis
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Psychotria leiocarpa
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Randia armata
limoeiro-do-mato
floresta
arbu
floresta
tre
mamica-de-cadela
floresta
arb
Banara parviflora
olho-de-pombo
floresta
arb
Banara tomentosa
guassatunga-preta
floresta
arb
Casearia decandra
guassatunga
floresta
arb
Casearia sylvestris
chá-de-bugre
floresta
arb
Salyx humboldtiana
salseiro
floresta
arb
chal-chal
floresta
arb
Rebulnium hypocarpium
arb
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium
SALICACEAE
SAPINDACEAE
Allophylus edulis
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça2
Hábito3
SAPINDACEAE (cont.)
Cupania vernalis
camboatávermelho
floresta
arb
Matayba elaeagnoides
camboatábranco
floresta
arb
floresta
tre
cipó-timbó
floresta
tre
Aguaí-mirim
floresta
Paullinia sp.
Serjania cf. laruotteana
SAPOTACEAE
Chrysophyllum marginatum (Hook. et
Arn.) Radlk. *
SCHYZACEAE
floresta
herb
barbasco
borda
arbu
japecanga
borda
tre
borda
arbu
floresta
tre
Anemia phyllitidis
SCROPULARIACEAE
Buddleia brasiliensis
SMILACACEAE
Smilax campestris
SOLANACEAE
Cestrum strigilatum
Solanum laxum
Solanum mauritianum
fumo-bravo
floresta
arb
Solanum pseudoquina
peloteira
floresta
arb
Açoita-cavalo
floresta
arb
embira
floresta
arbu
TILIACEAE
Luehea divaricata Mart. et Zucc
THYMELAEACEAE
Daphnopsis racemosa
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas (cont.).
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Nome científico
Status de
ameaça2
Hábito3
Nome popular
Hábitat
taboa
banhado
arbu
Grindiúva
floresta
arb
urtigão
floresta
arbu
Aloysia cf. gratissima
cridrózinho
campo
arbu
Citharexylum myrianthum
tarumã-branco
floresta
arb
Lantana chamara
camaradinha
borda
tre
floresta
tre
TYPHACEAE
Tipha dominguensis
ULMACEAE
Trema micrantha (L.) Blume. *
URTICACEAE
Urera baccifera
VERBENACEAE
VITACEAE
Cissus striata
Quadro 1 (cont.). Lista de espécies de plantas florestais e campestres registradas para o conjunto de (PA
Sino, PA Itapuí e PA Capela) onde está inserido o PA Santa Rita de Cássia II; 2 SEMA (2002). 3 arb=
arbóreo; arbu= arbustivo; rup= rupícola; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador-apoiante; hemi=
hemiparasita; 4 espécies introduzidas.
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
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5.1.6.1 Considerações sobre a vegetação campestre
A fisionomia de campo foi preferida para a expansão da área de lavoura ao longo dos anos,
ocupando atualmente aproximadamente 24,33% da área deste PA. A vegetação campestre
desta fisionomia é composta por diversas espécies, entre as quais existem muitas utilizadas
como alimento pelos herbívoros, ou seja, são forrageiras. Estas espécies forrageiras são
utilizadas tanto pela fauna nativa, quanto pelos herbívoros domésticos (bovinos, ovinos e
eqüinos). O fato das espécies nativas servirem como alimento aos animais dá a esta vegetação
um caráter de pastagem sendo então denominada pastagem nativa.
Esta formação vegetal, quando manejada de forma adequada nos potreiros, apresenta dois
estratos, um com espécies mais prostradas que cobrem densamente o solo e outro com
espécies mais eretas e arbustivas. Geralmente quando ocorre este estrato superior é que
verificamos uma maior disponibilidade de forragem aos animais, desejável do ponto de vista
produtivo, além de uma maior diversidade de espécies, importante do ponto de vista
conservacionista.
Os campos deste PA são classificados por sua composição florística e aptidão ao uso como
pastagem como Campos Mistos. São caracterizados por uma cobertura vegetal de várias
espécies de gramíneas e regular incidência de leguminosas de produção estival. Tem valor
forrageiro regular, possibilitando ganho de peso dos animais principalmente no verão.
As gramíneas de campos altos (Araújo, 1971), geralmente mais secos, encontradas com maior
freqüência neste PA são: Andropogon lateralis (capim caninha), Andropogon selloanus (plumas
brancas), Aristida laevis (barba de bode alta), Axonopus suffultus, Paspalum plicatulum (capim
colchão), P. urvillei (capim das roças) e Setaria parviflora (cola de raposa). De campos de
várzea e banhados (Figura 17) estão presentes Calamagrostis viridiflavescens (capim de
montevideo), Eragrostis bahiensis (capim açu), Hymenachne grumosum (canivão), Ischaemum
minus (grama do banhado), Panicum aquaticum (grama de ponta) e Paspalum conjugatum.
Panicum pedersenii, classificada com EN- em perigo, está presente nos campos úmidos deste
PA.
Componentes de campos mais baixos, com maior pressão de pastejo (Figura 18), estão
Eleusine tristachya (capim pé-de-galinha), Paspalum dilatatum (capim melador), P. nicore
(grama cinzenta) e P. notatum (grama forquilha). Nesta condição a pastagem nativa é menos
produtiva, o solo tem menor cobertura vegetal e a diversidade florística é menor.
Também estão presentes as gramíneas Schyzachirium microstachyum (cola de burro) e
Steinchisma decipiens, além de espécies de outras famílias como Baccharis trimera (carqueja),
Carex sororia, Centella asiática, Eleocharis montana, Eryngium ebracteatum, Eryngium
elegans, Kyllinga vaginata, Pterocaulon rugosum, Rhynchospora corimbosa, Sisyrinchium
micranthum e Tibouchina gracilis. Juncus biflorus e Eryngium pandanifolium (caraguatá do
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banhado) em áreas úmidas, e Eryngium horridum (caraguatá) e Vernonia nudiflora (alecrim)
nas áreas mais secas.
Nas estradas do topo se encontra Eustachys disticophylla (capim coqueirinho) e nas estradas
na várzea Agrostis hygrometrica (pastinho de quintal). Além destas, outras espécies citadas
anteriormente também são encontradas somente nas beiras de estradas, pois os campos já
estão degradados.
Figura 17. Área de campo úmido no PA Santa Rita de Cassia II.
Foram encontradas as espécies nativas hibernais Piptochaetium montevidense e Briza
subaristata. Outras espécies também podem estar presentes nas pastagens do PA Santa Rita
de Cassia II, sendo mais facilmente identificadas durante a primavera. A maior presença destas
espécies esta associada principalmente ao uso menos intenso da pastagem nativa durante o
período de florescimento, na primavera. Piptochaetium montevidense também é indicador de
solos ácidos.
Desmodium incanum (pega-pega), Macroptilium prostratum e Vigna longifólia foram ass
leguminosas encontradas no campo e nas estradas. Nas partes mais altas do PA também esta
presente Aeschynomene falcata. Todas estas de crescimento estival. As leguminosas são
importantes para alimentação animal e para fixação de nitrogênio no solo, sendo favorecidas
com a correção e fertilização do solo, assim como pelo adequado manejo da pastagem.
O capim-annoni (Eragrostis plana) é uma espécie invasora agressiva que está presente nas
estradas do PA. Existe uma grande probabilidade que esta espécie invada as áreas “rapadas” e
áreas de pousio, em médio e longo prazo, com já aconteceu em diversos locais do RS.
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Figura 18. Campo “rapado” no PA Santa Rita de Cassia II. Situação de alta
pressão de pastejo.
A vegetação campestre do PA Santa Rita de Cassia II encontra-se impactada principalmente
pela implantação de lavouras, tanto nas áreas altas com culturas anuais de sequeiro, quanto
nas áreas baixas com a lavoura orizícola. Esta prática implica na supressão permanente de
muitas espécies nativas, muitas delas com excelente qualidade forrageira. Uma grande ameaça
para a pastagem nativa é a infestação por capim-annoni (Eragrostis plana), que está presente
nas estradas, o que facilita sua dispersão. O excesso de carga animal também é um impacto
considerável nas áreas onde a pastagem nativa ainda está presente.
A alternativa ecológica e economicamente mais interessante é a manutenção da pastagem
nativa para alimentação de bovinos, ovinos e caprinos, principalmente por existir nesta região
espécies de muito boa qualidade forrageira como o Paspalum nicore e algumas leguminosas.
Esta alternativa garante a conservação dos solos e dos rios da região, e possibilita ganhos
econômicos para o sustento das famílias. De certa forma isto está sendo feito em alguns lotes
deste PA, mesmo que de forma inadequada (Figura 18). Outra alternativa seria a rotação das
áreas de arroz associada ao diferimento e adubação da pastagem nativa. Um exemplo disto
pode ser a definição de três áreas, sendo que cada uma seria utilizada durante dois anos com
arroz, ficando com pastagem nativa regenerada durante quatro anos. À parte na qual a
pastagem está crescendo deve ter períodos de diferimento (exclusão completa dos animais)
visando o acúmulo de forragem e a sementação das espécies nativas. Este sistema integrado
garante a manutenção de uma maior diversidade de renda e espécies, diminuindo o risco da
atividade agropecuária.
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A presença de capim-annoni (Eragrostis plana) nas estradas à médio e longo prazo tornar-se
um problema. O capim-annoni é uma gramínea perene originada da África e introduzida no
Estado na década de 1950. É uma espécie invasora muito severa que ocupa o campo
eliminando as espécies nativas. Este comportamento não é comum entre as espécies exóticas
encontradas no Estado, visto que a grande maioria delas permanece em áreas ruderais ou ao
longo de rodovias, não invadindo áreas nativas.
Em campos completamente infestados pelo capim-annoni, as únicas formas de controle da
praga são a aplicação localizada de herbicidas e com cultivo posterior, ou o arranquio quando
em estágios iniciais de infestação. O retorno ao estágio natural do campo, com toda a
composição florística nativa, é praticamente impossível, pois o capim-annoni produz muitas
sementes e estas permanecem viáveis no solo por muitos anos.
Foram observadas algumas áreas de regeneração/pousio, as quais apresentavam solo exposto
e muitas espécies cespitosas de gramíneas e Asteraceae. É importante ressaltar que o capimannoni ocupa com maior facilidade áreas que foram cultivadas e posteriormente abandonadas.
Nestas condições em que o solo está coberto parcialmente há a facilitação da invasão desta
praga. Por isso é necessário que se faça um acompanhamento das áreas em
regeneração/pousio para evitar a infestação pelo capim-annoni.
Apesar do capim-annoni ser espécie invasora de campo nativo, é interessante salientar que a
infestação ocorre de forma muito mais lenta no campo do que em áreas alteradas. Isto facilita
seu controle em áreas campestres onde a invasão for pequena, evitando a destruição da
vegetação nativa, corroborando a idéia de conservação dos campos naturais.
A utilização da pastagem nativa no PA Santa Rita de Cassia II pode ser melhorada através da
utilização da integração lavoura-pecuária e destinando algumas áreas para permanecerem continuamente com a pastagem nativa. A adubação e o diferimento da pastagem nativa também
podem ser adotados para obtenção de melhores resultados produtivos e econômicos com este
recurso natural.
O ajuste da carga animal é imprescindível para obtenção de um melhor desempenho animal e
para manter a qualidade do solo, da vegetação e dos recursos hídricos. Isto pode ser feito
adequando o número de animais por área e a categoria animal utilizada em cada potreiro. A
indicação da carga animal para a região de Nova Santa Rita é entre 180 e 300 kg de peso
vivo/ha para pecuária de corte (ciclo completo) ao longo do ano (Jacques et al., 1997). Além
disto, a vegetação nativa está mais adaptada ao tipo de solo e clima, sendo então mais
sustentável, sugerindo maior investimento nestas espécies do que espécies exóticas.
5.1.6.2 Considerações sobre a vegetação florestal
A vegetação florestal original da região pertence à Floresta estacional semi-decidual e ocupava
originalmente as áreas próximas aos cursos d´água. Sua área original foi modificada,
especialmente em relação a sua composição florística, ao longo do processo de ocupação
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antrópica. A partir da interpretação da imagem Landsat foi detectada uma redução da área
ocupada por esta vegetação florestal após a implantação do PA.
A área amostrada apresenta um grau mediano de intervenção antrópica em relação à perda de
elementos de sua biodiversidade e um grau elevado em relação à supressão de hábitats,
refletido o longo processo de ocupação da área e sua transformação em sistema agrícola
produtivo.
Localmente, é freqüente a retirada de espécies arbóreas na floresta nativa para utilização na
forma de lenha, como combustível doméstico. Esta prática além de acarretar uma perda de
elementos da flora nativa, leva a desestruturação dos ecossistemas florestais, causando
alterações no seu funcionamento e dinâmica.
Sendo assim, pode-se constatar que o quadro atual relativo ao estado de conservação das
áreas florestais, principalmente as matas ciliares e especialmente quando em APP, é
contraditório. Se de um lado temos nas matas ciliares uma alta prioridade para conservação e
preservação, pelo fato de tratar-se de ambientes que representam proteção física à drenagem
natural e que permitem o escoamento direto das águas da chuva para o solo, refletindo na
qualidade da água, além de proporcionarem estruturas de hábitat que funcionam como
corredores de dispersão para a flora e a fauna, por outro lado constata-se uma prática
inadequada de uso do solo, onde as atividades agrícolas causam perdas contínuas de
elementos da biodiversidade, gerando um reflexo negativo na qualidade ambiental local,
especialmente quanto à manutenção dos seus recursos hídricos e florestais.
Destaca-se que o levantamento de campo identificou diferentes impactos antrópicos,
possivelmente acentuados após a implantação do assentamento, relacionados às atividades
que comprometem não apenas a área coberta por florestas, mas também a estrutura e a
qualidade dos hábitats florestais. Entre estes impactos, destacam-se em ordem decrescente de
importância:
(i) A supressão de hábitats vegetais visando à conversão em áreas agrícolas, que além da
perda de cobertura vegetal arbórea, compromete, também a capacidade regenerativa das
matas pela retirada de indivíduos com características de matrizes e porta-sementes.
(ii) A extração de lenha destinada, principalmente, ao consumo doméstico, provoca impactos
consideráveis na cobertura vegetal arbórea e comprometendo, também, a capacidade
regenerativa das matas, pela retirada de indivíduos com características de matrizes e portasementes.
Os impactos acima listados comprometem espacialmente e temporalmente a manutenção
(existência) das formações florestais, tanto pela sua supressão propriamente dita, quanto pela
redução da sua capacidade regenerativa.
A redução ou supressão da cobertura vegetal em APP, adjacente aos cursos d’água, tem
impactos diretos sobre a manutenção da qualidade e da quantidade de água fornecida por
estes.
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5.1.7 Fauna
Para a avaliação da mastofauna, principalmente de médio e grande porte, realizou-se uma
amostragem caracterizando qualitativamente a composição desta parcela da fauna, as
condições dos hábitats disponíveis para as espécies em questão, assim como os impactos
decorrentes da implantação do PA sobre a mastofauna da região. A amostragem foi realizada
através de um levantamento das espécies de mamíferos, com base em visualizações, vestígios
e relatos de moradores. Para isto o assentamento foi percorrido, priorizando-se locais de
possível uso ou refúgio por estes animais e as Áreas de Preservação Permanente (APP).
Com base na metodologia utilizada, apenas duas espécies foram registradas no momento da
averiguação em campo, Procyon cancrivorous (mão-pelada) e Hydrochaeris hydrochaeris
(capivara) (Figura 19) Porém, com base em levantamentos anteriores em PA da mesma região
fisiográfica, é possível inferir sobre a possibilidade de ocorrência de outras espécies também
bastante comuns, mesmo sob grandes pressões antrópicas, como Didelphis albiventris (gambáde-orelha-branca), Dasypus sp (tatú-mulita), Myocastor coypus (ratão-do-banhado) e
Cerdocyon thous (graxaim-do-mato).
Ainda assim, se trataria de um conjunto grandemente depauperado da fauna, resultante do
processo de perda e alteração de hábitat local, pela substituição de áreas úmidas (banhados e
matas brejosas) para a implantação de lavouras de arroz, especialmente nas porções de
várzea do rio Caí (Figura 20). Também não se pode desconsiderar que este conjunto
empobrecido da fauna de mamíferos seja o resultado do histórico de ocupação regional, que
inclui fatores como substituição de extensas porções de hábitats naturais para a implantação de
lavouras, expansão de centros urbanos e pressão de caça.
APP do rio Caí e de seus afluentes deveriam se constituir, dentro do PA, nos principais locais
de uso e refúgio por esta mastofauna resiliente. Porém, o descumprimento da legislação em
relação às Áreas de Preservação Permamente (especialmente no que diz respeito à faixa
estabelecida ao longo do rio Caí e banhados) (Figura 20), não torna viável o estabelecimento
de populações recolonizantes. Além disso, apesar da previsão de ARL no parcelamento do
imóvel, estas áreas encontram-se sob as mesmas pressões antrópicas, não sendo efetivas,
portanto, na manutenção das espécies.
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A
B
Figura 19. Registro de (A) Procyon cancrivorous (mão-pelada) e (B) Hydrochaeris hydrochaeris
(capivara).
Figura 20. APP do rio Caí ao fundo, adjacente à matriz produtiva de rizicultura.
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5.2 Diagnóstico do meio sócio–econômico e cultural
5.2.1 População e organização social
O PA Santa Rita de Cássia II foi implantado em 2006, contando atualmente cento e duas (102)
famílias oriundas de municípios da região norte do Estado, como Sarandi, Palmeira das
Missões e Nonoai, e do Vale dos Sinos, como Novo Hamburgo, Sapiranga e Campo Bom. As
famílias, mesmo com ausência inicial de infra-estrutura (estradas, água encanada, etc), não
apresentaram dificuldades de adaptação. Segundo relatos dos assentados existem no PA
alguns casos de venda de lotes a terceiros e troca entre assentados.
5.2.2
Infra-estrutura física, social e econômica
A infra-estrutura do PA Santa Rita de Cássia II pode ser considerada regular. Existe acesso à
energia elétrica para todas as famílias. Não existe abastecimento de água encanada, sendo
obtida na maioria das vezes de poços artesianos, e em alguns casos em cacimbas. As
residências são de madeira, de baixa qualidade, e casas de alvenaria estão em construção. A
rede viária interna tem média qualidade.
Há carência de máquinas e implementos. É utilizada tração animal, o arrendamento das
máquinas e a patrulha agrícola do município.
A sede é utilizada para reuniões.
5.2.3
Sistema produtivo
A matriz produtiva do PA é variada. A produção agrícola contempla principalmente o cultivo de
arroz, milho, mandioca, amendoim, girassol, melancia, abóbora e feijão. Há ainda a produção
em pequena escala de outras culturas como hortaliças e frutas, e a criação de pequenos
animais como aves e suínos, e gado de leite e gado de corte, para consumo de subsistência. A
criação de cavalos é feita para trabalho e transporte.
O sistema de cultivo do solo é, na maioria das vezes, o convencional, que promove o
revolvimento do solo para a implantação das lavouras. Quanto aos insumos, são utilizadas
sementes melhoradas nas lavouras. Os fertilizantes e corretivos também são utilizados.
Segundo informação dos assentados, a assistência técnica é fornecida pela Cooperativa de
Prestação de Serviços Técnicos - COPTEC (antigo LUMIAR). A COPTEC atende praticamente
todos os assentamentos da região, mas a carência de técnicos dificulta o bom atendimento aos
assentados.
5.2.4
Saúde
As famílias do PA Santa Rita de Cássia II são atendidas em um posto de saúde na sede do
município de Nova Santa Rita, que fica próxima ao PA. Para casos mais graves são utilizados
os hospitais de Canoas e Porto Alegre. O deslocamento para atendimento médico na sede do
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município é feito por conta própria, não existindo disponibilidade de ambulâncias para
atendimento dos pacientes.
5.2.5
Educação
O acesso à educação do PA Santa Rita de Cássia II é regular. Os alunos do ensino
fundamental e médio freqüentam as aulas nas escolas da sede do município. O transporte
escolar é fornecido pelo município.
5.2.6
Saneamento
O acesso ao saneamento no PA Santa Rita de Cássia II é ainda limitado. A água consumida
pelas famílias é oriunda de poços artesianos e cacimbas, não sofrendo tratamento antes do
consumo. As casas possuem caixa d’água.
No que se refere aos dejetos, as casas de madeira não possuem fossas e os banheiros são do
tipo “casinha”. Nas casas em construção está prevista a instalação de fossas adequadas.
Os resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos (restos de alimentos, garrafas plásticas, latas,
vidros, frascos de vacinas, embalagens de defensivos, etc.) gerados pelos assentados têm
tratamento adequado. Os resíduos orgânicos são compostados pelos próprios assentados e os
resíduos inorgânicos são coletados eventualmente pelo sistema de coleta do município, na
sede do PA.
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IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS
Os principais impactos resultantes da implantação do PA Santa Rita de Cássia II e as medidas
mitigadoras recomendadas estão a seguir relacionados. Como forma de mitigar esses impactos
sobre os meios físico e biótico e com o objetivo de adequar as condutas de aproveitamento
agropecuário ao Código Florestal Brasileiro e ao Código Florestal do Estado do Rio Grande do
Sul é sugerido um conjunto de recomendações.
6.1 Degradação do solo
No PA Santa Rita de Cássia II o cultivo de arroz ocupa uma porção expressiva da área
destinada à agricultura. O cultivo convencional utilizado pelos assentados pode levar à
degradação do solo através da erosão hídrica e degradação química.
6.1.1 Medidas mitigadoras
•
Incrementar o acesso à assistência técnica, aumentando o número de técnicos que
atendem os assentados e qualificando-os como indutores do uso sustentável dos recursos
naturais, de acordo com as características da região de inserção do PA Santa Rita de
Cássia II;
•
Produzir e distribuir mapas e cartilhas para os assentados e para os técnicos de extensão,
mostrando a distribuição das classes de aptidão de uso das terras no assentamento e nos
lotes, com indicação das práticas de uso e manejo conservacionista das mesmas;
•
Orientar e capacitar os assentados sobre a fragilidade da estrutura do solo e a manutenção
da vegetação original desta região evitando o revolvimento do solo;
•
Incentivar a implantação de cultivos perenes (fruticultura, por exemplo) e a manutenção da
atividade pecuária sobre pastagem nativa.
6.2 Uso das áreas de preservação permanente (APP)
Áreas de preservação permanente são áreas de proteção integral, portanto não deveriam ser
utilizadas para qualquer finalidade. No PA Santa Rita de Cássia II verificou-se a supressão de
vegetação florestal nativa tanto em área de APP quanto fora. No período anterior à implantação
do PA Santa Rita de Cássia II cerca de 14,42 ha (19,57% do total das APP) apresentavam
impactos com algum tipo de uso antrópico (Agricultura/solo exposto, Silvicultura e Subsolo
exposto). Após a implantação do PA, o impacto com uso antrópico (Agricultura/solo exposto,
Pousio, Silvicultura e Subsolo exposto) aumentou para cerca de 22,18 ha (30,10% do total das
APP). Paralelamente foi detectada a extração de lenha para uso doméstico, ainda que com
baixa intensidade, o que compromete as florestas pela remoção parcial ou total dos indivíduos
de maior porte.
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6.2.1 Medidas mitigadoras
•
Impedir qualquer forma de conversão das áreas de florestas nativas e de áreas úmidas,
localizadas em APP ou não, em novas áreas agrícolas;
•
Impedir a retirada de madeira e lenha das áreas de floresta nativa;
•
Impedir o acesso de pessoas e de animais domésticos às APP para permitir a regeneração
da vegetação nativa, seja ela florestal ou campestre, exceto nos casos previstos em Lei.
•
Implantar projetos de recuperação da vegetação nativa em APP ou fora delas (RL),
degradada ou atualmente utilizada com lavouras, através de projetos técnicos de
recuperação supervisionados por profissionais habilitados.
•
Em casos extremos, quando necessária recuperação das APP (no caso específico, a faixa
de 100 metros do rio Caí, além de outros cursos d’água), que esta seja feita com espécies
nativas locais, bem adaptadas ao clima e solos da região, (Anexo V, Quadro 10),
supervisionada por profissional habilitado.
•
Recomenda-se a construção de um viveiro de espécies nativas para atender a demanda da
recuperação das APP no PA, bem como para que possa servir na educação ambiental e
implantação de agroflorestas pelos assentados.
6.3 Inexistência de ARL
A análise do mapa de uso e ocupação do solo e as vistorias realizadas em campo evidenciaram
a existência de três glebas de delimitadas para Reserva Legal (RL), que totalizam os 20%
necessários determinados na legislação. Entretanto, essas áreas ainda não se encontram
averbadas.
6.3.1 Medidas mitigadoras
•
Averbar as glebas destinadas à Reserva Legal.
6.4 Degradação da vegetação nativa
O PA Santa Rita de Cássia II apresenta parte de sua superfície ocupada por pastagem nativa
sob regime de exploração pecuária. Em algumas vezes é utilizada sob condições de alta
pressão de pastejo, causando redução da cobertura do solo e da diversidade de espécies do
campo nativo, e em outras vezes substituída por pastagens cultivadas e lavouras. Em alguns
lugares ocorre a infestação por capim-annoni. Com relação à vegetação florestal, há supressão
de áreas florestais para a implantação de lavouras e para extração de madeira e lenha. Estes
impactos, além de reduzirem a superfície e a densidade, comprometem a capacidade
regenerativa das florestas pela retirada de indivíduos com características de matrizes e portasementes.
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6.4.1 Medidas mitigadoras
•
Adequar o número de animais à capacidade de suporte de cada lote, buscando garantir a
manutenção da qualidade e da capacidade produtiva da pastagem nativa;
•
Garantir orientação e acompanhamento técnico aos assentados sobre os problemas acerca
da invasão dos campos pelo capim-annoni, bem como formas de manejo e controle;
•
Promover a implantação de projetos de reflorestamento no PA, com o objetivo de restaurar
tanto a área inadequadamente convertida ao uso agrícola, quanto restabelecer as funções
ambientais próprias destas áreas;
•
Promover a implantação de projetos de silvicultura nos lotes, com vistas ao seu uso como
fonte energética;
•
Evitar o plantio de espécies exóticas, principalmente àquelas mais agressivas em relação
às espécies nativas (Pinus sp. por exemplo).
•
Executar um Plano de monitoramento da cobertura vegetal e de sua dinâmica, nas APPs e
RL visando verificar a
sua
efetividade como instrumento de conservação da
biodiversidade.
•
Promover o plantio das espécies nativas para serem utilizadas como lenha além de outros
usos (frutos), implantando agroflorestas (consorciadas com espécies exóticas de uso mais
consagrado, como, por exemplo, as frutíferas convencionais), recomendando sobre os
períodos de crescimento de cada espécie (Anexo V, Quadro 10).
Adicionalmente às medidas acima, sugere-se destinar um percentual mínimo de 0,5% do
investimento total destinado pelo INCRA ao assentamento, segundo regulamentado pela
Resolução CONAMA 371/2006, para a aplicação em conservação da diversidade biológica, em
Unidades de Conservação pertencentes ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC). Sugere-se, neste caso, a destinação dos recursos para o Parque Estadual Delta do
Jacuí.
6.5 Redução da abundância e riqueza da mastofauna nativa
O descumprimento da legislação em relação as APP do rio Caí e banhados, com cultivo de
arroz nestas áreas, representa uma forte pressão antrópica sobre um dos tipos de hábitat mais
ameaçados, que são as áreas úmidas, e sua fauna associada.
6.5.1 Medidas mitigadoras
•
Adicionalmente às medidas já relacionadas anteriormente para a vegetação, a eliminação
da caça é uma ação fundamental e urgente para garantir a conservação da mastofauna
local.
•
Implantação dos itens 6.2.1, 6.3.1 e 6.4.1, que versam sobre a exclusão de uso em APP,
averbação de ARL e manutenção da vegetação nativa.
•
Eliminação da caça.
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6.6 Destinação inadequada de resíduos líquidos e sólidos
A produção de efluentes domésticos pelas famílias do PA não possui estrutura de coleta e
tratamento adequados, que atendam a todos os assentados. A maior parte da produção de
resíduos sólidos domésticos pelas famílias do PA possui estrutura de coleta e tratamento
adequados, embora nem sempre utilizados. Os resíduos de origem animal e as embalagens de
insumos e defensivos ainda carecem de tratamento adequado.
6.6.1 Medidas mitigadoras
•
Implantação de projetos para construção de banheiros domésticos, com adequado
tratamento dos dejetos;
•
Implantação de projetos para construção de estruturas apropriadas para o armazenamento
e compostagem dos resíduos de origem animal, juntamente com outros resíduos orgânicos
produzidos nos lotes, para posterior utilização como fertilizante ou melhorador da estrutura
do solo;
•
Conscientização dos assentados quanto à necessidade da coleta e envio dos resíduos
sólidos inorgânicos até o local de coleta, na sede do PA;
•
Garantir orientação técnica e prover infra-estrutura aos assentados para a destinação das
embalagens de defensivos de acordo com a legislação em vigor;
•
Estabelecer parceria com os órgãos municipais competentes para garantir a coleta regular
de resíduos sólidos domiciliares inorgânicos.
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7
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
Considerando a extensão total dos PA sob responsabilidade do INCRA no Rio Grande do Sul e
ainda o exposto no item 5.1 (diagnóstico do meio natural), sugere-se destinar o percentual
mínimo de 0,5% do investimento total aportado pelo INCRA aos assentamentos das Regiões
fisiográficas Depressão Central e Encosta do Sudeste. A destinação desses recursos está
regulamentada pela Resolução CONAMA 371 (CONAMA, 2006b), de 05 de abril de 2006, para
aplicação em Unidades de Conservação do grupo de proteção integral pertencentes ao SNUC.
Sugere-se, neste caso, que os recursos oriundos das medidas compensatórias devam ser
aplicados integralmente na implantação e efetivação do Parque Estadual do Podocarpus.
8
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O efeito das medidas mitigadoras dos impactos ambientais somente se tornará permanente se
houver conscientização das comunidades envolvidas. Com este objetivo é altamente
recomendável o desenvolvimento de um programa de educação ambiental, supervisionado por
profissionais capacitados, prevendo:
•
Investir no aumento e na qualificação da assistência técnica.
•
Investir na formação de “agentes multiplicadores” dentro dos Projetos de Assentamento.
•
Cursos de educação ambiental enfatizando os conceitos de desenvolvimento sustentável, a
manutenção da qualidade ambiental e ecológica, noções sobre os Códigos Florestais
Brasileiro e do Estado do Rio Grande do Sul, com especial destaque para os artigos que
versam sobre APP, proteção de nascentes e espécies vegetais imunes ao corte;
•
Palestras, oficinas e demonstrações sobre o uso sustentável das áreas de campo nativo,
salientando os aspectos de produtividade dos campos daquela região e formas mais
adequadas de otimizar a produção sem destruir este recurso natural;
•
Com o apoio das escolas, das secretarias municipais de educação e de agricultura e
agentes de extensão, organizar e motivar os jovens para o desenvolvimento de atividades
como produção de mudas nativas e plantio nas áreas de preservação permanente, controle
do recolhimento e destino de lixo inorgânico, etc.
•
Produção de material escrito (cartilhas) sobre legislação ambiental, fauna e flora nativa e
sua importância, uso e manejo correto dos solos, seleção, produção e plantio de árvores
nativas adaptadas à região, proteção e adequação de fontes d’água, etc.
•
Implementação de farmácias caseiras, com plantas de uso convencional bem como de
plantas nativas existentes nos fragmentos florestais e áreas campestres e ruderais do PA.
Esta medida deve ter o acompanhamento e pessoas conhecedoras de plantas medicinais e
do seu tratamento caseiro, bem como do manejo das plantas. Esta medida faz com que as
pessoas passem a valorizar as plantas nativas de sua região, bem como aprendam a tratar
seus problemas de saúde de um modo mais fácil e barato.
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Apesar de o INCRA não ser diretamente o órgão responsável pela educação, cabe ressaltar a
necessidade de parcerias com as prefeituras, estado e outras esferas do poder público, para
garantir melhorias em termos de acesso à educação. Por isso, para consolidação das medidas
propostas anteriormente, é necessário:
•
Implantar e/ou fortalecer o ensino fundamental regular (20 horas semanais, 5 vezes por
semana), dentro dos PA, associado à regularização do transporte escolar.
•
Implantar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), ainda inexistente nos Projetos de
Assentamentos.
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10 ANEXOS
Anexo I
Fatores limitantes para avaliação de capacidade de uso das terras
(Lepsch, 1983, modificado)
Fatores limitantes da terra
Além dos fatores limitantes com profundidade efetiva, permeabilidade, textura, declividade,
hidromorfismo, erosão, produtividade aparente e risco de inundação, o Quadro 2 apresenta
vários outros.
Símbolo
pd
Nome
Significado
Pedregosidade
Pedras e afloramentos
Inundação
Inundações periódicas
ab
Abrupto
Mudança textural abrúptica
va
Vértico
Argilas expansivas
hi
Hidromorfismo
Saturação com água
se
Seca prolongada
Déficit hídrico acentuado
sd
Geada ou vento frio
Geada, vento e neve
di
Distrofismo
Saturação por bases baixa
al
Saturação com Al
Saturação por Al alta
ct
Baixa retenção de cátions
CTC baixa
ti
Tiomorfismo
Presença de sais de enxofre
so
Sodificação
Saturação com sódio alta
sl
Salinização
Condutividade Elétrica alta
ca
Carbonato
Presença de carbonato
i
Quadro 2. Fatores limitantes da terra.
Profundidade efetiva
Refere-se à espessura máxima do solo sem impedimento físico para o desenvolvimento
radicular. É a camada de solo favorável ao desenvolvimento das raízes e ao armazenamento
de umidade, diferente da camada subjacente com impedimentos advindos de propriedades
físicas que impedem ou retardam significativamente o desenvolvimento radicular. O Quadro 3
mostra os valores de profundidade efetiva utilizados no sistema de avaliação da capacidade de
uso das terras.
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Profundidade
Adjetivação
Mais de 2,00 metros
1– Muito profundos
De 1,00 metro a 2,00 metros
2 – Profundos
De 0,50 metro a 1,00 metro
3 – Moderadamente profundos
De 0,25 metro a 0,50 metro
4 – Rasos
Menos de 0,25 metro
5 – Muito rasos
Quadro 3. Valores de profundidade efetiva.
Permeabilidade
É a capacidade que o solo apresenta de transmitir água ou ar podendo ser:
1. Rápida: quando o solo é de textura arenosa ou de estrutura forte, pequena, granular e
muito friável, apresentando fácil percolação de água como nas classes de solos,
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS e LATOSSOLOS em geral;
2. Moderada: quando o solo é de textura e estrutura compostas de tal forma que
proporcionam moderada percolação de água, atingindo geralmente em laboratório
níveis de cinco (5) a cento e cinqüenta (150) milímetros de água percolada por hora;
3. Lenta: quando o solo possui características de textura e estrutura tais que tornam a
percolação mais difícil. A velocidade de percolação é inferior a cinco (5) milímetros de
água percolada por hora nos testes de laboratório. Normalmente ocorre em camadas
argilosas ou muito argilosas ou nas de textura média, com argila de atividade alta e/ou
alta saturação por sódio.
No Quadro 4 são apresentadas as classes de permeabilidade do perfil dos solos estudados.
Permeabilidade da
camada subsuperficial
Permeabilidade da camada superficial
Rápida
Moderada
Lenta
Rápida
1/1
2/1
3/1
Moderada
1/2
2/2
3/2
Lenta
1/3
2/3
3/3
Quadro 4. Classes de permeabilidade do perfil dos solos
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Textura
No Quadro 5 são apresentadas as anotações numéricas das combinações da textura das
camadas superficiais e subsuperficiais.
Textura da camada
subsuperficial
Textura da camada superficial
Muito
Argilosa
Argilosa
Média
Siltosa
Arenosa
Muito argilosa
1/1
2/1
3/1
4/1
5/1
Argilosa
1/2
2/2
3/2
4/2
5/2
Média
1/3
2/3
3/3
4/3
5/3
Siltosa
1/4
2/4
3/4
4/4
5/4
Arenosa
1/5
2/5
3/5
4/5
5/5
Quadro 5. Textura dos solos.
Declividade
O Quadro 6 mostra os intervalos de declividade utilizados para a avaliação da capacidade de
uso.
Classe
Declive (%)
A
Inferior a 3
B
Entre 3 e 8
C
Entre 8 e 12
D
Entre 12 e 20
E
Entre 20 e 45
F
Entre 45 e 75
G
Superior a 75
Quadro 6. Intervalos de declividade.
Hidromorfismo
As ocorrências de hidromorfismo conforme a profundidade do solo são apresentadas no
Quadro 7.
Hidromorfismo
Profundidade
hi 1
Abaixo de 100 cm da superfície
hi 2
Abaixo de 50 cm da superfície
hi 3
Abaixo de 25 cm da superfície
hi 4
Até a superfície do solo
Quadro 7. Hidromorfismo conforme a profundidade do solo
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Erosão
a) Erosão laminar
1. Ligeira: quando já aparente mas com menos de 25% do solo superficial removido ou
quando não for possível identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo em
estado natural, com mais de 15 centímetros do solo superficial remanescente;
2. Moderada: com 25 a 75% do solo superficial removido ou quando não for possível
identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo em estado natural, com 5 e
15 centímetros do solo superficial remanescente;
3. Severa: com mais de 75% do solo superficial removido e, possivelmente, com o
horizonte B já visível ou quando não for possível identificar a profundidade natural do
horizonte A de um solo em estado natural, com menos de cinco (5) centímetros do solo
superficial remanescente;
4. Muito severa: com todo o solo superficial já removido e com o horizonte B bastante
afetado (erodido), já tendo sido removido, em alguns casos, em proporções entre 25 e
75% da espessura original;
5. Extremamente severa: com o horizonte B, em sua maior parte já removido em razão da
utilização agrícola;
6. Símbolo reservado para áreas desbarrancadas ou translocações de blocos de terra.
b) Erosão em sulcos
Freqüência dos sulcos:
1. ocasionais: área com sulcos distanciados mais de 30 metros;
2. freqüentes: área com sulcos a menos de 30 metros de distância entre si mas ocupando
área inferior a 75%;
3. muito freqüentes: área com sulcos a menos de 30 metros de distância entre si mas
ocupando área superior a 75%.
Profundidade dos sulcos:
1, 2 e 3: representam sulcos superficiais que podem ser cruzados por máquinas agrícolas e
se desfazem com o preparo do solo;
1, 2 e 3: representam sulcos rasos que podem ser cruzados por máquinas agrícolas mas
não se desfazem com o preparo do solo;
1, 2 e 3: representam sulcos profundos que não podem ser cruzados por máquinas
agrícolas e que ainda não atingiram o horizonte C;
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1V, 2V e 3V: representam sulcos muito profundos que não podem ser cruzados por
máquinas agrícolas e que já atingiram o horizonte C, sendo também denominados de
voçorocas.
Suas representações estão no Quadro 8 a seguir.
Profundidade dos
sulcos
Freqüência dos sulcos
Ocasionais
Freqüentes
Muito freqüentes
Superficiais
1
2
2
Rasos
1
2
3
Profundos
1
2
3
1V
2V
3V
Muito profundos ou
voçorocas
Quadro 8. Profundidade dos sulcos
Produtividade aparente
•
p1: muito alta – solos aparentemente com ampla reserva de nutrientes e propriedades
físicas muito boas, produzindo ótimas colheitas dentro dos melhores padrões e práticas
de manejo da região considerada;
•
p2: alta – solos aparentemente com razoáveis reservas de nutrientes e propriedades
físicas boas, produzindo colheitas boas dentro dos melhores padrões e práticas de
manejo da região considerada;
•
p3: média – solos aparentemente com reservas de nutrientes e/ou propriedades físicas
razoáveis, produzindo colheitas moderadas dentro dos melhores padrões de manejo
mais comuns da região considerada;
•
p4: baixa – solos aparentemente com problemas de produtividade que só conseguem
produzir colheitas consideradas baixas dentro dos melhores padrões de manejo mais
comuns da região considerada;
•
p5: muito baixa – solos com sérios problemas de produtividade, nos quais só se
conseguem colheitas muito baixas mesmo usando-se os melhores padrões comuns de
manejo da região.
•
Risco de inundação
O risco de inundação é avaliado pela freqüência e duração dos eventos, conforme segue:
a) Freqüência:
Ocasionais: com mais de cinco anos de recorrência provável;
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Freqüentes: com recorrência provável entre um e cinco anos;
Muito freqüentes ou anuais: ocorrendo sistematicamente todo ano, repetindo-se uma ou
mais vezes nas várias estações do ano.
b) Duração:
Curtas: durando menos de dois dias;
Médias: durando entre dois dias e um mês;
Longas: durando mais de um mês.
O Quadro 9 mostra a interação da freqüência e da duração das inundações.
Duração das
inundações
Freqüência das inundações
Ocasionais
Freqüentes
Anuais ou muito
freqüentes
Curtas
I1
I4
I7
Médias
I2
I5
I8
Longas
I3
I6
I9
Quadro 9. Interação da freqüência e duração das inundações.
Pedregosidade
A ocorrência de pedregosidade é avaliada conforme a quantidade de pedras ou matacões e
pela presença do substrato rochoso, conforme abaixo:
•
pd1: poucas pedras
•
pd2: pedras abundantes
•
pd3: pedras extremamente abundantes
•
pd4: poucos matacões
•
pd5: matacões abundantes
•
pd6: matacões extremamente abundantes
•
pd7: afloramentos rochosos
•
pd8: muitos afloramentos rochosos
•
pd9: grande quantidade de afloramentos rochosos
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
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Salinidade
A salinidade e a sodificação interferem no desenvolvimento do sistema radicular e são
avaliados como segue:
Salinidade
sl1: ligeira
sl2: moderada
sl3: forte
Sodificação
so1: moderada
so2: forte
so3: muito forte
O nível tecnológico indica o grau de desenvolvimento da tecnologia agrícola adotada ou “nível
de manejo” da terra, podendo ser:
•
N: tecnologia de nível nulo
•
B: tecnologia de nível baixo
•
M: tecnologia de nível médio
•
E: tecnologia de nível elevado
•
V: investimentos vultosos, porém, mal-aplicados.
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Uso atual
O uso atual é a caracterização do uso atual da terra, dando indicações sobre a tradição e a
experiência dos agricultores e sugerindo possíveis manejos futuros. Os tipos de uso atual da
terra podem ser:
F – floresta
S – cerrado
T – caatinga
C – campo nativo
O – complexo vegetacional
Pn – pastagem nativa
Pm – pastagem melhorada
Pc – pastagem cultivada
Px – capineira
Lp – lavoura perene
Lt – lavoura temporária
La – lavoura anual
E – terreno estéril
P – pastagens
L – lavoura
H – horticultura
V – silvicultura
Hf – fruticultura
Ho – olericultura ou floricultura
Va – araucária
Vd – essências exóticas
Vn – essências nativas
Vp – pinus
Vê – eucalipto
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Fone: (51) 3284 -3415
87
6702000
466000
468000
470000
472000
6702000
464000
ANEXO II
Capacidade de uso do solo
Legenda
Capacidade de uso
6700000
6700000
lll e, ma
lll s, di
lV a, hi
VI e, t
VIII l, app
Malha viária
Estrada Federal pavimentada
Estrada Municipal sem pavimentação
Caminho/trilha
Hidrografia
Cai
6698000
6698000
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
500
0
500 m
Rio
N
6696000
6696000
6694000
6694000
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Projeto:
Apoio ao licenciamento ambiental de
projetos de assentamento
Título:
Mapa de capacidade de uso das terras do PA
Santa Rita de Cássia II, Nova Santa Rita - RS
Escala: 1:35.000
464000
466000
468000
470000
472000
Porto Alegre, Abril de 2009.
6702000
466000
468000
470000
472000
6702000
464000
ANEXO III
Uso do solo (03/10/2008)
Legenda
Uso do solo (03/10/2008)
6700000
6700000
Agricultura/solo exposto
Água
Campo seco
Campo úmido
Mata nativa
Pousio
Subsolo exposto
Silvicultura
Vegetação arbustiva
Malha viária
Estrada Federal pavimentada
Estrada Municipal sem pavimentação
Caminho/trilha
Hidrografia
Cai
6698000
6698000
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Rio
500
0
500 m
N
6696000
6696000
6694000
6694000
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
51ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Projeto:
Apoio ao licenciamento ambiental de
projetos de assentamento
Título:
Mapa de uso atua do PA Santa Rita
de Cássia II, Nova Santa Rita - RS
Escala: 1:35.000
464000
466000
468000
470000
472000
Porto Alegre, Abril de 2009.
465000
466000
467000
468000
469000
470000
471000
472000
473000
6700000
6700000
APP
467000
6698000
6697000
ANEXO IV
Carta-Imagem do PA Santa Rita de Cássia II
Nova Santa Rita - RS
Imagem do satélite Quickbird, fusão da banda
pancromática com as bandas multiespectrais em
composição colorida RGB 321.
Escala: 1:22.000
468000
469000
RL - Reserva Legal
APP - Área de Preservação Permanente
AC Área de uso comunitário
470000
92 93
94
89 90
86
91 95
AC
98 97
96
471000
500
88
472000
0
N
500 m
473000
6696000
466000
99
6697000
465000
APP
AC
3
Arroz
87
6698000
101
RL
59
58
57
56
55
RL
6696000
6699000
25
1
AC
2 26
30
3
29
Pecuária 16
4 27 28
9 Arroz 10 Hortigranjeiros 5
37 AC
6
7
60
9 Arroz
43 54
8
9
42
54 61
8 Arroz
10
13 Pecuaria
53 APP 62
11
52
63
12
64
13
44
15 Hortigranjeiros
14
45
70
15
46
12 Pecuária
6869
16
47
67
17
65 66 RL
48
18
11
Pecuária
7
49
19
5 Pecuária
Arroz
20
50
78
21
77
51
6 Arroz
22
76 79
2 Arroz
23
24
71 80
81
14 Hortigranjeiros
RL 72 82
73 83
1 Arroz
74 84
75
4 Arroz
36
35
41
409
34
3
33
321 38
3
6699000
RL
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Anexo V
Abaixo é apresentada uma listagem de espécies recomendadas para plantios de recuperação
ambiental e para amplantação de agroflorestas nos PA da região fisiográfica Depressão
Central. São algumas espécies entre as mais comuns, as mais importantes para recuperação
ambiental, as mais conhecidas ou com usos mais consagrados. Chamamos a atenção para o
fato da importância da diversidade em um plantio de recuperação ambiental, sendo que é
interessantes que além destas espécies na listagem abaixo se complemente com outras que
ocorrem na região (ver Quadro 1). Além disto é importante o consorciamento de espécies
pioneiras com secundárias-iniciais e com secundárias-tardias.
Nome científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Local de
plantio
Justificativa
recuperaçãomadeira em futuras
agroflorestas
Luehea divaricata
açoita-cavalo
pioneirasecundária-inicial
todos
Parapiptadenia
rigida
angico-vermelho
pioneirasecundária-inicial
Todos,
recuperaçãoprincipalmente madeira em futuras
na mata ciliar agroflorestas
Bromelia
antiacantha
bananinha-domato
pioneirasecundária
borda de mato
frutos são
e ambiente
medicinais; cercasemiviva
sombreado
Eugenia ramboi
batinga-branca
secundária-tardia
locais semisombreados à
sombreados
recuperação
Sebastiania
commersoniana
branquilho
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação
Matayba
elaeagnoides
camboatá-branco
secundária-inicial
todos
recuperação
Cupania vernalis
camboatávermelho
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação
Nectandra
grandiflora
canela-amarela
secundária-tardia
locais semisombreados à
sombreados
recuperação e
reposição da
espécie
Quadro 10. Lista das principais espécies nativas recomendadas para o plantio de recuperação ou outros
usos, no conjunto de PA dos municípios de Nova Santa Rita e Capela de Santana, onde o PA Santa Rita
de Cássia II está inserido (PA Capela, PA Itapuí/Meridional e PA Sino).
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
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Nome científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Local de
plantio
Justificativa
Nectandra
megapotamica
canela-fedorenta
secundária-inicial
todos
recuperação –
madeira em futuras
agroflorestas
Aiouea saligna
canela-fogo
secundária-tardia
locais semisombreados à
sombreados
recuperação e
reposição da espécie
Ocotea puberula
canela-guaicá
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação –
madeira em futuras
agroflorestas
Cabralea
canjerana
canjerana
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação-madeira
em futuras
agroflorestas
Myrsine
guianensis
capororoca
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação
Myrsine coriacea
capororoquinha
pioneira
todos
recuperação
Jacaranda
micrantha
caroba
secundária-inicial
todos
recuperação e
ornamental
Cedrela fissilis
cedro
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperção-madeira
em futuras
agroflorestas
Casearia
sylvestris
chá-de-bugre
pioneirasecundária-inicial
todos
Recuperação de APP
Allophylus edulis
chal-chal
pioneirasecundária-inicial
todos
Recuperação de APP
e uso dos frutos em
agrofloresta
Cecropia
pachystachia
embaúba
pioneira
todos
recuperação
Campomanesia
xanthocarpa
guabirobeira
principalmente
secundária inicial- nas margens
recuperação e frutos
tardia
de cursos
d’água
Cordia americana
guajuvira
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação-madeira
em futturas
agroflorestas
Quadro 10 (cont.). Lista das principais espécies nativas recomendadas para o plantio de recuperação ou outros
usos, no conjunto de PA dos municípios de Nova Santa Rita e Capela de Santana, onde o PA Santa Rita de
Cássia II está inserido (PA Capela, PA Itapuí/Meridional e PA Sino).
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
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Nome científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Local de
plantio
Justificativa
Casearia
decandra
guassatunga
secundária-inicial
todos
recuperação
Inga vera
ingá-de-beira-derio
pioneirasecundária-inicial
Nas margens
do rio Caí
recuperação
Syagrus
romanzoffiana
jerivá
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação - frutos
Cordia trichotoma
louro-pardo
pioneirasecundária-inicial
todos
recuperação –
madeira em futuras
agroflorestas
Mimosa
bimucronata
maricá
pioneira
áreas planas e
recuperação e lenha
úmidas
Eugenia uniflora
pitangueira
pioneira
todos
Salyx
humboldtiana
salseiro
apenas em
área úmida da Recuperação de APP
margem do rio
tanheiro
recuperção – madeira
em futuras
agroflorestas
Alchornea
triplinervia
secundária-inicial
todos
recuperação-frutos
Quadro 10 (cont.). Lista das principais espécies nativas recomendadas para o plantio de recuperação ou
outros usos, no conjunto de PA dos municípios de Nova Santa Rita e Capela de Santana, onde o PA Santa
Rita de Cássia II está inserido (PA Capela, PA Itapuí/Meridional e PA Sino).
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
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ANEXO VI
Ensaios de infiltração
Av. José Loureiro da Silva 515, 1º/4º andares - Porto Alegre / RS – CEP: 90.010-420
Fone: (51) 3284 -3415
94
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
ENSAIOS DE INFILTRAÇÃO DO SOLO NOS ASSENTAMENTO
SANTA RITA DE CÁSSIA II EM NOVA SANTA RITA - RS
1. INTRODUÇÃO
Para os ensaios de infiltração nas classes de capacidade do uso do solo
nas áreas do Projeto de Assentamento Santa Rita de Cássia II em Nova Santa
Rita-RS, foram utilizados dois reservatórios plásticos de 100 litros cada para a
descarga de água dentro dos poços de medição, visando promover o encharcamento (“saturação”) do solo para a execução do ensaio . Esse procedimento é
similar ao sugerido pela NBR 7229 (ABNT, 1993) nos ensaios de determinação
da taxa de infiltração de um solo.
2. METODOLOGIA EMPREGADA
Na realização dos ensaios de infiltração dos poços selecionados, para a
definição e localização dos locais da instalação dos poços foi utilizado GPS (Sistema de Posicionamento Global), Garmin Plus III (Figura 1). Em cada uma das
classes de capacidade de uso do solo, dos projetos dos assentamentos em estudo, usou-se a metodologia conforme os procedimentos do Boletim 04 da ABGE (1996). Esse método é recomendado para ensaios de permeabilidade por
rebaixamento de nível d’água em furos de sondagem sem revestimento com abertura realizada através da utilização de trados manual e / ou mecânico. Os
furos possuem um raio de 105 ou 120 mm (trado manual ou mecânico) com profundidade de 1000 mm (Figuras 2 e 3).
95
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
Fig 01. GPS Garmin Plus III para localização dos poços
Trado Manual
Trado Mecânico
Fig. 02 - Recipiente de água e os trados manual e mecânico.
96
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
105 mm
Fig. 03 – Diâmetro do furo do poço do ensaio de infiltração
Após a realização dos procedimentos de encharcamento, enchimento do
poço escavado com água, monitorou-se o intervalo de tempo de rebaixamento
do nível de água nos poços de infiltração. (Figuras 4 e 5)
Para cada intervalo de tempo de 30 em 30, 60 em 60 ou em intervalos de 300
segundos são realizadas as leituras de rebaixamento da altura da infiltração da água e
anotadas em uma planilha. Em cada um dos pontos, quando possível, em função do
tempo total de infiltração, foram realizados 03 (três) ensaios de infiltração. Quando isto
não foi possível, em ensaios com mais de 4 horas no tempo de infiltração, foram feitos
03 (tres) ensaios.
97
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
Trena
Bóia
120 mm
Fig. 04 – Aparato desenvolvido “in loco” para fixação da trena e da bóia, para
facilitar a leitura da altura de infiltração da água no solo.
98
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
Fig. 05 – Medição sendo realizada.
99
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
3. RESULTADOS DOS ENSAIOS
Foram realizados três ensaios posicionados conforme as capacidades de uso do
solo do assentamento.
100
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
101
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
102
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
103
SERVIÇOS TĖCNICOS SOCIEDADE SIMPLES
CNPJ: 06.917.914/0001-06 IE: ISENTO
Rua Marcílio Dias, 965–Conj. 302- Menino Deus
Fones: (51) 91660529 – Fax: (51) 32315739
POA-RS-Brasil – CEP: 90.130-001
e-mail: [email protected] www-hdc.com.br
4. CONCLUSÃO
Quando o tempo de infiltração de 30 ou 25 minutos não foi obtido, em função da variação do intervalo de tempo de infiltração ficando em 24 ou 29, estes
valores foram interpolados para 25 e 30 através da equação determinada a partir
da função do gráfico.
Porto Alegre, 29 de abril de 2009.
104
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RELATÓRIO AMBIENTAL DO PROJETO DE