UM MODELO DE PROPOSTA DIDÁTICA PARA O
ENSINO DE ENGENHARIA
Flávio Kieckow1 , Irionson Antonio Bassani2 & Ildon Guilherme Borchardt3
RESUMO
A interpretação e a descrição matemática de fenômenos físicos a partir de
experimentos, considerando uma experiência de conversão de energia elétrica em
térmica, é usada como exemplo para o modelo proposto. A partir do balanço energético
desenvolve-se a equação diferencial que descreve o fenômeno físico. Com as condições
de contorno determina-se analiticamente a relação conhecida como "equivalente
mecânico do calor J". Para o experimento utiliza-se um resistor elétrico colocado num
calorímetro com água. Considerando-se nulo o total de energia trocada com o ambiente
compara-se a energia elétrica com a energia térmica e obtém-se o valor numérico de
“J”. A modelagem analítica é confrontada com o resultado de medições experimentais e
com valores conhecidos. A experiê ncia foi aplicada em cursos de Engenharia Mecânica,
Matemática e Física em diferentes Universidades
Palavras-chave: ensino de engenharia, experimento didático, equivalente mecânico,
descrição experimental e analítica
ABSTRACT
The mathematical interpretation and description of physical phenomena based on a
transformation of electrical in thermal energy is theoretically and experimentally
analysed. The energy balance is carried out for the considered system, and a differential
equation is developed. Considering the boundary conditions the relation between
electrical in thermal energy, known as “mechanical equivalent of heat J”, is analytically
determined. For experimental purposes an electrical resistor is used in a calorimeter
with water. Taking into account that the total exchanged energy with the vicinity is zero,
the electrical energy is compared with the thermal energy and the J value is obtained.
The analytical model is compared with the measured results, as well as with known
values. The experiments were applied on Mechanical Engineering, Mathematical and
Physic lectures in different Universities.
Keywords: mechanical equivalent of heat, didactical experiment, experimental and
analytic description
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem crescido a discussão
sobre as diretrizes curriculares dos cursos de
engenharia, bem como sobre os conteúdos
mínimos necessários a formação do
engenheiro. No entanto, diminuíram as
discussões sobre como serão implementadas
estas mudanças no que se refere ao ensino nos
-------------------------1
Professor, Mestre. Departamento de Engenharias e Ciência da Computação, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI.
Av. Universidade das Missões, 464, Santo Ângelo, RS. CEP 98 802-470. Fone: (0xx55) 3313 7946. E-mail: [email protected]
2
Professor, Doutor. Departamento de Química e Física, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Av. Independência, 2293, CEP 96815-900. Fone: (0xx51) 3717 7300. E-mail: [email protected]
3
Professor, Doutor. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Av. Unisinos, 950, São Leopoldo,
RS. CEP 93.022-000. Fone: (0xx51) 590-3333. E-mail: [email protected]
cursos de engenharia, que tem as suas
particularidades.
Há diversas propostas circulando em
relação ao novo sistema de ensino, estas,
podem ser sintetizadas em duas linhas: àqueles
que defendem a idéia de aproximação com o
setor produtivo e tecnológico e àqueles que
defendem a aproximação com a pós- graduação
e a ciência. Embora essas idéias pareçam ser
antagônicas, elas podem ser conciliadas na
formação do profissional.
No sentido de harmonizar essas duas
correntes de pensamento, os autores vem
desenvo lvendo um ensino teórico-prático
desde 1996 nos cursos de engenharia. Alguns
resultados já foram publicados (Kieckow, et
al., 1997, 1998, 1999).
Outros resultados publicados recentemente
têm ratificado a linha de trabalho dos autores,
tal como o de (Silva, 2000), que analisou o
desempenho de alunos de engenharia frente a
diversas técnicas de ensino e concluiu que os
que apresentaram melhor desempenho foram
àqueles que tinham alguma experiência com
trabalhos de pesquisa acadêmica (iniciação
científica) ou atua ção profissional junto a
empresas. A partir de experiências com
disciplinas distintas teóricas e experimentais,
(Nicolau e Güths, 2000) recomendaram o
desenvolvimento simultâneo de experimentos
e teoria em uma mesma disciplina
(obrigatória) do curso de engenharia mecânica
da UFSC.
Este trabalho tem como objetivo
apresentar, como proposta de abordagem dos
conteúdos nas disciplinas da engenharia, o
desenvolvimento
de
experimentos
em
laboratórios (dirigidos ou propostos por
alunos) e de projetos ou atividades
multidisciplinares vinculados a indústria
(casos reais), propiciando um ensino teóricoprático e a aplicação/fixação imediata do
conhecimento adquirido.
Como modelo ou exemplo didático é
apresentado um experimento para a
determinação do equivalente mecânico do
calor “J”. Este termo representa a relação
existente entre a energia mecânica e a térmica
(expressa em caloria), quando uma se converte
na outra. A conversão de energia mecânica em
térmica é mais difícil de ser obtida
experimentalmente do que a conversão de
energia elétrica em térmica. No entanto, os
resultados são equivalentes, uma vez que o
fenômeno envolvido “efeito Joule” e
“transporte de energia” são de mesma
natureza. Os autores deste trabalho baseiam-se
neste fato para a determinação do “J”. Mesmo
considerando a não utilidade do valor de J
para cálculos de energia, os autores
consideram o experimento para a sua
determinação de grande valia didática. O
experimento simula a energia mecânica a
partir da dissipação de energia térmica em um
resistor submetido a uma diferença de
potencial.
Os objetivos do experimento-exemp lo são:
(a)
mostrar
como
se
modelam
matematicamente sistemas físicos simples; (b)
confrontar e analisar os resultados das
medições experimentais com os calculados na
modelagem analítica; (c) interpretar o
fenômeno a partir das variáveis envolvidas no
mesmo; (d) exercitar o uso de instrumentos de
medição e avaliar a propagação das incertezas
de medição.
MODELAGEM DO SISTEMA
TÉRMICO
O sistema térmico analisado é composto
por um resistor, água e um calorímetro, Figura
1. O sistema é isolado do ambiente pela
fronteira de dois outros recipientes no entorno
do calorímetro. A água é colocada no
calorímetro e o resistor de resistência R é
imerso nela. Uma tensão elétrica V é aplicada
no resistor e ajustada a um valor fixo. Assim,
ocorre uma dissipação constante de potência P
no resistor.
Fonte de
tensão
Termômetro
V
Isopor
Água
Voltímetro
Recipiente metálico
Recipiente polimérico
Resistor
Recipiente polimérico
Figura 1. Esquema
experiência.
de
montagem
da
Neste "Sistema Termodinâmico" ocorrem
pelo menos três fenômenos físicos envolvendo
a transferência de energia:
Fenômeno 1 - A energia elétrica convertese em energia térmica no resistor devido ao
Efeito Joule (maioria dos resistores quando
excitados com cc).
Se
transdutores
conversores
são
dispositivos que convertem e transferem
energia entre dois sistemas, Borchardt (1999),
então o resistor é um transdutor conversor de
energia elétrica em térmica, Fig. (2).
Energia Elétrica
R
Fenômeno 3 – Se a água e o calorímetro
estão a uma temperatura maior que a do
ambiente, então haverá troca de energia com o
ambiente (sistema não isolado).
Considerando um balanço de energia para
os fenômenos analisados, tem-se:
Energia fornecida
Energia absorvida
Energia
ao sistema
pelo sistema
transferida pelo
(energia elétrica = (energia interna da +
sistema
que é convertida em
água e do
(para o ambiente)
térmica)
calorímetro)
Analisando-se cada um destes termos num
intervalo de tempo dt tem-se:
a) No primeiro bloco, a energia elétrica
fornecida pelo resistor é
Energia Térmica
Figura 2. Esquema do resistor como um
transdutor conversor de energia.
E = V2 /R dt,
A energia elétrica é fornecida ao resistor
através de uma fonte de tensão elétrica, Figura
3. Se V é a tensão elétrica nos terminais da
fonte e o resistor R está ligado aos terminais A
e B, da fonte, então circulará uma corrente I
através de R. A potência elétrica P dissipada
em R será:
a qual é convertida em energia térmica.
P = V.I = V2 /R
(1)
Esta potência elétrica é convertida
principalmente em térmica no resistor R, que
terá sua temperatura elevada. Este fenômeno é
conhecido como "Efeito Joule".
(2)
b) No segundo bloco, se T é a
temperatura da água no tempo t e To a
temperatura ambiente constante, define-se para
o gradiente de temperatura a variável v = T To , e dv = dT:
A energia térmica absorvida pela água para
elevar sua temperatura do valor infinitesimal
dT ou dv é c ma dv, onde c é o calor específico
da água e ma é a massa de água. A energia
térmica absorvida pelo calorímetro pode ser
representada por um "equivalente em água" me
definido por c me dv. A energia térmica total
absorvida na forma de energia interna é:
A
c ma dv + c me dv = c(ma + me) dv .
I
Fonte de Tensão
Elétrica
V
R
B
Figura 3. Fonte de energia elétrica e a sua
conversão em energia térmica no resistor.
Fenômeno 2 - A energia interna da água e
do
calorímetro
aumentam.
Ocorre
transferência de calo r na fronteira entre o
resistor e a água. Por conseguinte, o
calorímetro e a água absorvem a energia
térmica e esta é convertida em energia interna.
Os fenômenos de transporte de energia
envolvidos são convectivos e difusivos na
água e difusivo nas paredes do calorímetro.
(3)
c) No terceiro bloco, a transferência de
energia para o ambiente ocorre por fenômeno
de transporte condutivo ou convectivo. Como
o fluxo de calor é proporcional ao gradiente de
temperatura v e a condutividade térmica k, a
energia transportada no tempo dt é:
k (T - T0 ) dt = k ν dt .
(4)
O equivalente mecânico do calor J pode ser
interpretado analisando-se o fenômeno físico
envolvido. Como deseja-se saber quanto vale a
relação existente entre a quantidade de energia
elétrica transformada em energia térmica, J
equivale a:
J=
V2
R
(5)
dv
c (m a + m e )
+ k.v
dt
Substituindo-se as Eq. (2), (3) e (4) no
balanço geral de energia obtém-se uma
equação diferencial não homogênea que rege o
sistema físico:
V2
dt = Jc (m a + m e )dv + J k v dt
R
(6)
Em termos de potência obtém-se:
P=
V2
dv
= Jc(m a + m e )
+ Jkv
R
dt
(7)
Discussão
P=
A energia trocada entre o calorímetro e o
ambiente só será zero se: a) k = 0, ou seja, o
calorímetro é um isolante perfeito, ou, b) ν =
0, ou seja, o calorímetro está a temperatura
ambiente.
Assim, aquecendo-se o calorímetro a partir
da temperatura ambiente, é de se esperar que a
temperatura em função do tempo apresente a
função mostrada na Figura 4, onde a
inclinação inicial da função dv/dt é:
dv
P
=
dt Jc(m a + m e )
(8)
Se vf é a temperatura final de equilíbrio,
então prevalece o último termo da Eq. (6) e
(dv/dt) → 0. Neste caso:
P = J k vf ∴ v f =
No entorno da origem prevalece o primeiro
termo e muito afastado da origem deve
prevalecer o segundo termo da equação do
balanço de energia.
Para medir o equivalente mecânico do
calor convêm escolher um calorímetro ou
operar com calorímetro com um valor
desprezível do termo referente a troca de calor.
Isto pode ser realizado na prática usando-se
um calorímetro imperfeito (k≠0) que opere no
entorno da temperatura ambiente. Por esta
razão para esta experiência convém iniciar
com a temperatura da água um pouco menor
que a ambiente e aquecê- la até uma
temperatura simétrica e pouco maior que a
ambiente. Isto nos garantirá que é válida a
equação:
P
Jk
(9)
v
V2
?v
= Jc(m a + m e )
R
?t
(10)
e o valor do equivalente térmico é
determinado por:
J=
P
c(m a + m e )
?v
?t
(11)
Assim pode-se determinar J através das
medições de P (ou R e V), ma (ou o volume de
água posta no calorímetro), me (a massa
equivalente em água do calorímetro), ∆v (a
variação da temperatura) e ∆t (o tempo
decorrido).
Quanto a massa equivalente em água do
calorímetro (me), se o calorímetro está a
temperatura ambiente Ta , e uma massa de água
mb a uma temperatura Tb é adicionada, a
temperatura final de equilíbrio será Tf. Para a
“massa equivalente em água” do calorímetro
me a equação do balanço energético para esta
situação é:
vf
c mb Tb + c me Ta = c (mb + me ) Tf
(12)
ou seja, tendo-se mb , Tb , Ta e Tf pode-se
determinar me através desta equação.
dv
P
=
dt Jc(m a + m e )
t
Figura 4. Função que descreve a variação da
temperatura com o tempo.
PROCEDIMENTO
EXPERIMENTAL
Considerações Gerais
O calorímetro é construído com um
recipiente metálico (p.ex. lata de alumínio)
tendo sua parte superior aberta. Este recipiente
é colocado no interior de um outro de material
polimérico (p.ex. fundo de garrafa PET). Um
terceiro recipiente polimérico pode ser us ado
para envolver os anteriores. Na parte superior
do recipiente polimérico externo e sobre a lata
de refrigerante é colocada uma tampa circular
de isopor para garantir o isolamento térmico
do calorímetro, Figura 1.
Um resistor comum de "filme de carbono"
de potência nominal de 1 a 2 W e de alguns
"ohm" pode ser utilizado. Os seus terminais
são soldados a dois fios comuns. O resistor é
posicionado próximo ao fundo da lata. Os fios
são ligados a fonte de tensão estabilizada ca ou
cc. Um voltímetro indica a diferença de
potencial V e um ohmímetro a resistência
elétrica de R. A potência dissipada é calculada
pela relação V2 /R.
Uma quantidade de água de massa ma é
posta no calorímetro. Essa quantidade é
medida através do volume correspondente em
um copo de Becker graduado. Convém usar
água deionizada. A temperatura da água no
calorímetro é medida com um termômetro de
mercúrio inserido através de um orifício
efetuado na tampa de isopor.
Considerações Úteis na Realização do
Experimento
Material necessário
§
§
§
§
Calorímetro com termômetro e um resistor
de carvão de 2W (potência nominal)
Voltímetro (ca ou cc)
Fonte de tensão estabilizada ajustável ou
fixa com transformador (ca ou cc)
Copo de Becker graduado e água
Observações
§
§
§
Pode-se utilizar energia elétrica ca ou cc.
Para cada uma dessas fontes utilizar um
voltímetro adequado.
O resistor R deve estar dentro da água ao
ser ligada a energia elétrica.
Não utilizar mais do que 10W de potência
elétrica para aquecer os resistores os quais
tem somente 2W de potência nominal. As
§
§
§
§
§
§
fontes disponíveis não devem ser
sobrecarregadas.
Agitar periódica e suavemente a água no
calorímetro, durante seu aquecimento,
aguardando
sua
estabilização
de
temperatura para sua medida (podem
ocorrer gradientes térmicos no interior do
calorímetro). Obs.: a energia introduzida
pelo movimento faz parte do erro
experimental.
Medir a tensão elétrica várias vezes durante
o experimento e observar se ocorrem
variações significativas. Este parâmetro é o
mais crítico, pois a potência elétrica é
proporcional ao quadrado da tensão.
Uma das medições mais críticas é do
equivalente em água do calorímetro (me).
Para diminuir a incerteza a valores
aceitáveis, sugere-se que vá rias medições
sejam realizadas em diferentes cond ições
iniciais de temperatura. Um valor médio
deve ser adotado.
Não utilizar menos que 300 ml de água no
calorímetro.
Variar a temperatura da água de -10 a + 10
C em torno da temperatura ambiente.
Escolher os valores da potência elétrica de
aquecimento de modo que o tempo de
aquecimento não seja inferior a 30 minutos,
minimizando gradientes térmicos no
sistema.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
Os cinco resultados de medições do
equivalente mecânico do calor “J” abaixo
apresentados são amostras representativas de
experimentos realizados em aulas práticas por
alunos de diferentes instituições e com
equipamentos de medição distintos. Foi
utilizado sempre o mesmo procedimento
experimental. As amostragens são:
1. J = (4,0 ± 0,3)
J/cal (ITA 1974 - S. José
dos Campos - SP) (Tamb=29 °C).
2. J = (4,1 ± 0,1)
J/cal (PPGEMM 1979 P. Alegre - RS) (Tamb=24 °C).
3. J = (4,13 ± 0,05) J/cal
(idem
1980)
(Tamb=26 °C).
4. J = (4,1 ± 0,1)
J/cal (URI 1997 - S.
Ângelo - RS) (Tamb=30 °C).
5. J = (4,2 ± 0,2)
J/cal (UNISINOS 1999
- S. Leopoldo - RS) (Tamb=29 °C).
Para confronto cita-se abaixo alguns
resultados encontrados por Osborne, Stimson e
Ginnigs (1939), citados e discutidos no livro
de Zemansky (1964):
J = 4,2177 J/cal (a 0 °C)
J = 4,1922 J/cal (a 10 °C)
J = 4,1819 J/cal (a 20 °C)
J = 4,1796 J/cal (a 25 °C)
J = 4,1785 J/cal (a 30 °C)
J = 4,1782 J/cal (a 35 °C)
Estes pesquisadores utilizaram o sensível
método de fornecer energia elétrica e observar
a correspondente elevação de temperatura de
uma grande massa de água. As medidas de
diferença de potencial e corrente foram
referenciadas diretamente aos padrões da
National Bureau Standards, medindo-se a
temperatura na escala internacional e
prestando-se especial atenção ao isolamento
térmico do calorímetro.
Os resultados comprovam que o modelo
matemático proposto no presente trabalho é
consistente. Com ajustes e cuidados
experimentais
é
possível
aumentar
significativamente a precisão sem custo
adicional significativo. É o que se observa no
resultado da amostragem 3, que foi obtida por
alunos de pós- graduação num trabalho dentro
da disciplina de “Técnicas Fundamentais de
Laboratório”. O “Sistema de Medição” é
exatamente o mesmo que o utilizado para a
obtenção dos resultados da amostragem 2.
Dos experimentos realizados e da
observação dos alunos que realizaram esta
experiência, conclui- se que os alunos associam
um sistema físico a um modelo que o descreve
(na forma de diagramas). Eles concluem que
os fenômenos da natureza podem ser descritos
e interpretados matematicamente através das
suas variáveis.
Do ponto de vista laboratorial, pode-se
afirmar que este experimento é extremamente
rico quanto a técnicas de instrumentação, uma
vez que o aluno escolhe e opera equipamentos
e instrumentos de naturezas dive rsas como
termômetros,
cronômetros,
fontes
e
voltímetros. A estimativa e o cálculo das
incertezas na medição de cada uma das
variáveis medidas, a ser atribuída ao resultado
final, é um excelente exercício de teoria de
erros. O experimento permite que o aluno
entenda a necessidade de planejar qualquer
tipo de experimento e que ele descubra as
variáveis mais críticas do mesmo, Doebelin
(1990) e Bechwith (1995).
O experimento possibilita ainda a
integração e a fixação do conhecimento da
física, da matemática e de técnicas
experimentais numa abordagem típica de
engenharia (interdisciplinar); desenvolve o
método cient ífico e proporciona segurança ao
futuro profissional quanto a aplicação do
conhecimento a casos reais. Resultados quanto
ao uso de softwares ou programação não
foram avaliados.
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DADOS BIOGRÁFICOS DOS
AUTORES
Flávio Kieckow
Engenheiro
Industrial
Mecânico
pela
Fundação Regional Integrada (1990), Mestre
em Engenharia pela Universidade Federal do
rio Grande do Sul (1997) na área de Ciência
dos Materiais. Professor tempo integral do
Departamento das Engenharias e Ciência da
Computação da Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e das Missões
(URI) e responsável pelo Laboratório de
Instrumentação, Materiais e Ensaios. Atua na
respectiva área do laboratório e o interesse
atual é a iniciação dos alunos no laboratório
(iniciação científica) e no projeto Empresa
Júnior (incipiente).
Irionson Antônio Bassani
Engenheiro Mecânico pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (1982),
especialista em Métodos e Técnicas de Ensino
(1984), Mestre em Engenharia MetalúrgicaInstrumentação Eletroeletronica pela UFRGS
(1987) e doutor pela Universitaet Stuttgart –
RFA (1997), especialidade em Materiais
Conjugados não Metálicos. É professor na
Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
no curso de Engenharia de Produção e
Professor pesquisador convidado pela UFRGS,
Depto. de Metalurgia. A área de atuação é
materiais compostos e o maior interesse no
ensino em engenharia é a iniciação científica e
a pós-graduação.
Ildon Guilherme Borchardt
Físico pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (1962), mestre pelo Instituto
Tecnológico da Aeronáutica (1969) em
Ciência dos Materiais, doutor pelo ITA (1974)
em Metalurgia Física. Professor e responsável
pelo Lab. de Instrumentação do Depto. de
Engenharia Elétrica da UNISINOS. Atua na
área de Instrumentação eletro-eletrônica e
trabalha com a formação cient ífica dos alunos
junto ao laboratório.
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