J O R N A L D O P R O G R A M A S O C I O A M B I E N TA L D A I TA I P U B I N A C I O N A L www.cultivandoaguaboa.com.br Cultivando FOZ DO IGUAÇU – NOVEMBRO DE 2014 – Nº 26 & Encontros Caminhos Caderno Especial encontros e caminhos Índice J O R N A L D O P R O G R A M A S O C I O A M B I E N TA L D A I TA I P U B I N A C I O N A L ENCONTROS E CAMINHOS www.cultivandoaguaboa.com.br ENCONTROS E CAMINHOS ENCONTROS E CAMINHOS AltôniA Rio Paraná foi protagonista em Altônia Cultivando Céu Azul Fé e trabalho para preservar o meio ambiente Programação teve a segunda edição do Rio + Limpo e também caminhada e passeio de chalana FOZ DO IGUAÇU – NOVEMBRO DE 2014 – Nº 26 Diamante oeste CasCavel Tecnologia e sustentabilidade Do Em Cascavel, as atividades contemplaram diversas áreas, indo do campo à robótica Passeios, confraternização e cerimônia Ava-Guarani fizeram parte das ações realizadas no município Hoje, nos nossos rios, se pode ver os peixes nadarem, coisa que não se via antes Jaime Luis Basso, prefeito de Céu Azul Ao lado e acima, flagrantes do Desavio de Robótica local. Depois de tudo limpo, a nascente localizada dentro do bosque também passou por um processo de recuperação. & ENCONTROS CAMINHOS A segunda edição do “Rio + Limpo” foi um dos destaques do Encontros e Caminhos em Altônia. Jovens e adultos reservaram um dia inteiro para o trabalho de recolhimento do lixo jogado às margens do Rio Paraná. Além de recolher a sujeira, os participantes percorreram a comunidade da Vila Yara para conscientizar os moradores sobre a destinação e separação corretas do lixo, ação que colabora para a conservação e proteção das áreas de preservação permanente no entorno do rio. A boa surpresa ficou por conta da redução no volume de lixo coletado, o que mostra que a população já está mais consciente e assimilando as orientações recebidas em atividades anteriores. ros Desbravadores de Ilha Grande que participaram do acampamento na APA municipal. As atividades começaram com depoimentos de pioneiros, bênçãos, roda de viola e um jantar no restaurante Portal da Luz. Na solenidade de encerramento, a Câmara de Altônia ficou lotada para o reconhecimento a entidades e pessoas que ajudam a melhorar o meio ambiente. Na conclusão do acampamento, os jovens tiveram um momento de lazer com música e dança, o que integrou ainda mais os adolescentes, que se divertiram e aprenderam nas 15 horas que passaram juntos. Na sequência da programação, 40 jovens integrantes da Pastoral da Juventude e do Grupo de Escotei- Acima e abaixo, estudantes aprendem a proteger uma mina de água Foi com a bênção de Frei Carlos Gozzi, num ambiente inspirador – a Gruta Nossa Senhora de Lourdes – que a programação do Encontros e Caminhos teve início no município de Céu Azul. O local foi escolhido por reunir em um mesmo espaço natureza e fé. Uma das homenageadas da noite foi Yumiko Moji Arita, a dona Alice, que trabalha com plantas medicinais há nove anos, ensinando a quem quiser sobre os usos das ervas. “Eu me sinto feliz e grata de meu trabalho ter sido reconhecido”, disse. Mais A programação do Encontros e Caminhos contou também com oficinas de recuperação de nascentes e a terceira edição da Caminhada Internacional na Natureza, com a participação de quase 400 pessoas. O grupo participou ainda de uma caminhada e passeio de chalana pelo Rio Paraná, com explicações sobre o Parque Nacional da Ilha Grande feitas pelo biólogo Erick Xavier. Acampamento Nos dias que se seguiram, estudantes e a comunidade participaram de diversas atividades, incluindo a limpeza do Bosque Municipal Geraldo Batista Chaves. Colchão, pneu, tampos de pias, televisores e mais uma variedade de objetos e lixo foram retirados do onde são desenvolvidas as ações do Programa Cultivando Água Boa. Encerramento Frei Carlos Gozzi que abençoou a abertura do Encontros e Caminhos e também deu sua bênção aos participantes na cerimônia de encerramento do projeto. “Este é apenas o início. Poucos de nós ainda trabalhamos em prol do meio ambiente, não podemos deixar que esse movimento pare por aqui”, disse. A solenidade teve apresentações de música e teatro, com jovens alunos da Fundação Cultural. Em outra frente, alunos do Colégio Estadual Monteiro Lobato e do Colégio Estadual Boa Vista, acompanhados por professores, visitaram um abastecedouro comunitário no interior do município, numa aula a céu aberto sobre área de proteção permanente, reserva legal, mata ciliar, conversação de solo e estradas rurais. Eles também visitaram a propriedade de Gabriel Parizotto, onde aprenderam o que é uma alimentação saudável e o cultivo de uva orgânica. Uma das atividades do Encontros e Caminhos em Diamante do Oeste, possibilitou aos moradores das cidades de Cascavel, Toledo, São José das Palmeiras, Santa Helena e Medianeira a oportunidade de se aproximar da cultura Avá-Guarani, através de uma caminhada, que reuniu cerca de 60 pessoas. O prefeito de Céu Azul, Jaime Luis Basso, se orgulha de a cidade estar presente no Programa Cultivando Água Boa desde o início. “Hoje, nos nossos rios, se pode ver os peixes, coisa que não se via antes. Nós precisamos dar valor aos projetos de conservação da natureza.” Com os alunos do município também foram realizadas visitas técnicas a microbacias, como a do Rio 1 3 , O trajeto foi a estrada de seis quilômetros que liga o Tekohá Añete- te e o Tekohá Itamarã, duas aldeias que abrigam índios Ava-Guarani. “A ideia é que todas essas pessoas possam conhecer os nossos hábitos e também que possamos fazer uma troca de experiências” conta o cacique João Meri Alves. tudo aqui é encantador”, disse Irma Geci Marques, que aos 60 anos já fez outros passeios na aldeia, mas não se cansa de admirar as belezas naturais do local. O passeio durou aproximadamente uma hora. cavalgada; revitalização do Pátio da Escola Municipal Presidente Kennedy, com readaptação da cisterna e reaproveitamento da água da chuva; proteção de nascentes; passeio passando por trilhas dentro da Microbacia Santa Maria, Santa Terezinha e Dois Vizinhos, com coleta de lixo; acampamento jovem no Sitio Recanto dos Amigos, enfatizando a parceria homem/natureza, ações de sustentabilidade e Diversidade A programação incluiu apresentação de filme sobre o Lago de Itaipu; feira de agricultura familiar; palestras; trilhas; passeio ciclístico; No trajeto, o que chamava a atenção eram as moradias. As antigas ocas deram lugar a casas de madeiras. “A paisagem, o cheiro da mata, cuidados com a água. A força das comunidades indígenas esteve presente no encerramento do Encontros e Caminhos na cidade. As três comunidades indígenas se reuniram no Tekohá Añetete para uma cerimônia da Água. A celebração, que ocorreu no pátio da escola indígena, começou com uma bênção das águas, seguida de muita dança canto e música. A ideia é que todas essas pessoas possam conhecer os nossos hábitos e também que possamos fazer uma troca de experiências João Meri Alves, Cacique Visita à microbacia do Rio 13 Frei Carlos Gozzi abençoa os participantes na abertura do Encontros e Caminhos N o v e m b ro 2 0 1 4 Nº 26 Itaipu Binacional E n c o n t ro s e C a m i n h o s 1 3 4 E n c o n t ro s e C a m i n h o s A microbacia Sanga Golondrina foi a última a realizar o Pacto das Águas e agora todos os cursos d’água de Entre Rios participam do CAB Cisterna Na Escola Francisco Vaz de Lima, os estudantes comemoraram a instalação de uma cisterna, que além de recolher a água da chuva para uso na limpeza do prédio, auxilia no aprendizado, com aulas sobre sustentabilidade. Como beleza também ajuda, a cisterna ganhou grafitagem, despertando a atenção dos alunos para as artes. Na festa preparada para a entrega, as crianças receberam os visitantes com apresentações culturais. Na cidade, o “Desafio de Robótica” estimulou estudantes do curso de Eletrônica do Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto a unir tecnologia com sustentabilidade. O desafio foi uma oportunidade para que estudantes colocassem em prática o que aprendem em sala de aula. Foram inscritas 35 equipes. “Uma das principais funções do desafio é fazer com que os jovens possam testar os conhecimentos obtidos em sala. A prática, nessa profissão, é extremamente importante”, destaca o professor e engenheiro em telecomunicações, Gelson Leandro Kaul. GuilherBiazi Sabin construiu um robô com materiais de uma sala Cisterna instalada na Escola Francisco Lima Pedalada pelas ruas da cidade Itaipu Binacional Reconhecimento A cerimônia de encerramento do Encontros e Caminhos, em Cascavel, foi reservada às artes, com apresentações de canto, dança e teatro. Após as apresentações, foram entregues os certificados para as lideranças que se destacam nas ações socioambientais. “Se hoje comemoramos é porque cada um trabalhou e se doou”, disse a secretária de Cultura, Sílvia Prado. Feira de trocas No campo, readequação de estradas rurais É através de nossa presença constante com a juventude que conseguiremos manter a consciência ambiental “É através de nossa presença constante com a juventude que conseguiremos manter a consciência ambiental”, disse Edson Gavazzoni, coordenador das atividades. m e Edson Gavazzoni, coordenador das atividades Entrega de certificados na festa de encerramento It aipu B inac io nal E nc ontros e C a mi nhos N o v embro 2014 N º 26 6 Diamante do Oeste ENCONTROS E CAMINHOS Resgate histórico e um olhar para o futuro Guaíra Rapel, sobrevivência na mata, plantio de mudas e passeio ciclístico foram destaque em Guaíra Semeando árvores e esperança ItaIpulândIa Maripá Uma das principais ações foi o plantio de orquídeas e a soltura de balões com sementes de árvores nativas Rodas de viola e história e visitas à Casa da Memória ajudam a preservar as origens do município; ações de preservação garantem um ambiente melhor para as futuras gerações Jovens na oficina de escultura ecológica: aprendizado e preservação O grupo de motociclistas Katetus da Lama realizou o plantio de 600 mudas Pacto das Águas na microbacia Sanga Golondrina: todo o município envolvido com a preservação O Clube Atlético de Entre Rios recebeu a comunidade com pompa para o Pacto das Águas da microbacia Sanga Golondrina – esta foi a última microbacia a efetuar o pacto, todos os demais cursos d’água da cidade já integram o Programa Cultivando Água Boa. O pacto abriu a programação do “Encontros e Caminhos” no município. derele, estudante da faculdade de artes que, junto com os colegas, orientou os participantes da oficina. Todos colocaram a mão na massa. A estudante Natieli Buhl, de 13 anos, entendeu bem o objetivo da oficina. “É legal e não polui o meio ambiente.” Agricultura A prioridade em Entre Rios foi o contato direto dos jovens com a natureza. “Baseamos nosso acampamento no sucesso da Expedição São Francisco, no ano passado”, explicou Rejane Anderle, coordenadora das atividades. “Nossos jovens aprenderam de perto a sustentabilidade e preservação ambiental.” Arte e sustentabilidade Na oficina de escultura ecológica, o grupo Juventude Meio Ambiente conciliou arte e sustentabilidade. “Nós procuramos usar materiais recicláveis por causa do trabalho do CAB com o meio ambiente” explica Martina AnN º 26 Estudantes também visitaram o Centro Avançado de Pesquisa (CAP), localizado em Santa Helena, onde aprenderam vários conceitos relacionados à agricultura. A pouca idade da Bruna Vogt nãoatrapalhou. Ao final da visita, ela entendeu que a solução para a propriedade da família pode ser diversificar a produção. “Quando eu chegar em casa, vou falar tudo o que vi aqui para o meu pai”, disse. A atividade uniu crianças de 8 a 11 anos de idade. “A maioria deles vive em regiões agrícolas, por isso a ideia de trazê-los. Afinal, podem entender um pouco mais e levar o conhecimento para os pais em casa”, explicou a professora Lilian Balem, que coordenou o passeio. O CAP foi criado há mais de 10 anos, através de parceria entre a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Santa Helena, o Instituto Agronômico do Paraná e a Itaipu Binacional. No local, são realizados experimentos agrícolas voltados às pequenas propriedades. Para envolver os jovens e despertar a consciência ecológica e o cuidado com a Terra foram realizadas, ainda, atividades de ecoaventura, visita a propriedades produtoras de energia a partir do biogás, oficina de cartografia social, plantio de árvores, visita a participantes do projeto Coleta Solidária, entre outras. Depois de tudo, os estudantes foram convidados a tarefas de educomunicação, com a produção de reportagens sobre as atividades das quais participaram. Visita de estudantes ao CAP de Santa Helena Atividades no Zoológico Bosque Guarani, que completou 18 anos Conversa com pioneiros: resgate da memória histórica O Encontro e Caminhos em Foz do Iguaçu reuniu ações de sete comunidades de aprendizagem que vêm desenvolvendo atividades de educação ambiental em microbacias do Município, bem como a comunidade do Colégio Estadual Flavio Warken, que desenvolve ações de educação ambiental no entorno da microbacia do Córrego Brasília, localizada na Vila C. Foram dois meses de atividades que demonstraram as conquistas e o comprometimento da comunidade. passeio pelo bosque onde alimentaram os animais. Inúmeros pontos da cidade foram envolvidos nos projetos, como os Rio Boicy, nascentes no bairro Três Bandeiras, Córrego Pé Feio e o Bosque Guarani. O lançamento foi realizado no Parque Monjolo e reuniu representantes das comunidades de aprendizagem: Água Limpa (Córrego Pé Feio); Córrego Brasília; Sociedade de Socorro e Jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Rio Boicy); Grupo de Escoteiros Guairacá (Arroio Monjolo); Zoológico Bosque Guarani; Córrego Jupira I; CMEI Três Bandeiras; CMEI Julia Ferrais. Atividades de ecoaventura para aprender sustentabilidade Organizados em uma grande roda, os grupos foram apresen8 O contato do jovem com a natureza foi prioridade N ovembro 2014 Encontros e Caminhos Não há nada melhor que resgatar a nossa história, para que possamos entender e, assim, cuidar Na Vila C, representantes dos moradores se comprometeram a ajudar os alunos do Colégio Professor Flávio Warken na recuperação do Córrego Brasília, que sofre com a urbanização, sendo alvo de lixo e dejetos. Em parceria com Itaipu um grupo de alunos fez a coleta da água para análise para iniciar a tarefa de desenvolver ações para recuperar o Córrego Brasília. “A primeira vez que nós viemos já era bem poluído, tinha muito lixo. Só que agora está muito pior. Está com mais entulho tanto dentro, como no entorno do córrego”, diz a estudante Letícia Albertini, 16 anos. Alana, professora tando as ações, que nos dias seguintes, envolveram toda a comunidade: recuperação de nascentes, revitalização de rios, intervenções socioambientais e resgate histórico, em acordo com o centenário da cidade, e a “maioridade” do Zoológico Bosque Guarani. “Não há nada melhor que resgatar a nossa história, para que possamos entender e, assim, cuidar”, ressaltou a professora Alana. O próprio Parque Monjolo foi objeto de atenção. Foram realizados ali mutirões de limpeza e de valorização, sensibilizando a comunidade do entorno. parque; panfletagem; rodas de conversa; acampamento no parque; e exposição fizeram parte da programação. BOICY O Rio Boicy também recebeu destaque com a realização de várias intervenções socioambientais como limpeza, plantio de árvores e analise físico-química da água. Pais e alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Júlia Ferrais e CMEI Três Bandeiras participaram de reuniões e de expedições à nascente e trechos do Rio Boicy. Em outra atividade, grupo de motociclistas Katetus da Lama realizou o plantio de 600 mudas de espécies nativas no Distrito de Oliveira Castro. Com várias manobras radicais, os trilheiros fizeram um show à parte demonstrando suas habilidades. BOSQUE Curso de monitoramento da água; visitas, entrevistas e pesquisa com os moradores; canoagem e ciclismo no E até as mamães puderam comemorar seu dia de maneira diferente: pedalando. A advogada Darlene Torrezan aceitou o desafio de participar da primeira Pedalada Ecológica realizada em Guaíra. O filhou não encarou o percurso, mas o marido a acompanhou. Além dela, mais de 50 pessoas participaram do evento. “O circuito é Comunidade de aprendizagem CMEI Julia Ferris It a i p u B i n a c i on a l E n c o n t ro s e C a m i n h o s “Os clubes visam incutir nas crianças e jovens o hábito saudável de praticar atividades que desenvolvam os aspectos físico, mental, espiritual e social, num ambiente seguro e agradável”, comenta o diretor-assistente do clube dos desbravadores, Marcos Barbeiro. Atividades de ecoaventura Captação de água para análise fisico-química O aniversário de 18 anos do Zoológico Bosque Guarani foi comemorado no dia 6 de junho. Alunos e autoridades do município puderam conferir o resgate histórico através de vídeos e exposição de fotos. Os participantes também realizaram um No Centro Multiuso discussões sobre o meio ambiente maravilhoso e a trilha é bem tranquila. Uma maneira diferente de comemorar o Dia das Mães.” O passeio teve início no centro náutico da cidade. O grupo percorreu cerca de 16 quilômetros em meio à mata. “Hoje pedalar é uma demonstração de qualidade de vida, de vontade de viver melhor”, afirmou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que participou da atividade. Agricultores e lideranças que residem em Maracaju dos Gaúchos conheceram as ações desenvolvidas pelo Programa Cultivando Água Boa desenvolvidas em Água Branca e Sítio dos Italianos. Passeio Um passeio pelo Rio Paraná, até o I taip u Binacio nal A programação do Encontros e Caminhos incluiu ainda recuperação de minas de água, uma micro expedição e digitalização de fotos antigas. Roda de Memórias: resgate de histórias do município O município programou, ainda, oficinas de danças urbanas, trilha ecológica, Roda de Memória, show de viola caipira e o resgate de brincadeiras antigas. Pioneiros A cidade encerrou as atividades do Encontros e Caminhos com a exibição do documentário “Maripá, a historia contada pelo seu povo: céu, mato e coragem”. O documentário reuniu as ações do Encontros e Caminhos e depoimentos de pioneiros da cidade. Também houve ações de cuidado Henrique Schanoski, de 80 anos, foi um dos primeiros moradores de Maripá e um dos protagonistas do vídeo. Em depoimento contou como foi sua chegada à cidade, quando Enquanto a coleta seguia, no morro Nossa Senhora Aparecida tudo ainda era mato. Nº 2 6 Plantio de orquídeas Nov em bro 2 0 1 4 Nº 26 Nove m b ro 2014 11 Itaipu Binacional Enco ntro s e Ca mi nho s 10 11 Maripa ENCONTROS E CAMINHOS Em comunhão com a natureza ENCONTROS E CAMINHOS Missal Mercedes Gincana para estimular o aprendizado sobre meio ambiente Medianeira Alunos e professores participaram de atividades em propriedades rurais e no Morro da Salete Alunos da Escola Paulo Freire e do Grupo de Escoteiros 25 de julho, na comunidade de São Roque, junto do instrutor Ricardo Oguino, do Ricas Trilhas Verdes, fizeram uma caminhada de dois quilômetros, enfrentando barro, carrapichos, urtigas e longas subidas íngremes, acompanhando um curso d’água. Uma aula na natureza A microexpedição ao Rio do Cedro levou estudantes do município para ver, aprender e plantar Cumprir tarefas relacionadas a questões ambientais estimulou os jovens e ajudou na preservação ambiental Caminhada pela microbacia do Rio Ribeirão No caminho, eles receberam explicações sobre fauna, flora e, principalmente, sobre árvores centenárias que resistiram à colonização. A tarde foi reservada para a diversão: rapel, tirolesa, falsa baiana e um banho refrescante na cachoeira. A turminha do Ensino Fundamental do Colégio Dom Bosco provou que uma boa ideia não tem idade. A partir do festival de talentos interno da escola, foi criado o Canto do Saber, projeto estendido a todas as escolas da cidade. A atividade integrou o Encontros e Caminhos no município de Matelândia Horta Em outra frente, estudantes do Colégio São Roque receberam instruções sobre Eco-hortas - plantio de hortas em espaços pequenos. O pátio da escola já tem um local dedicado ao plantio de folhas, flores e temperos, mas estudantes e professores quiseram aprender mais. A produção é consumida na merenda e o que sobra é vendido para pais e professores, com a renda revertida para o projeto. “Esse Canto do Saber é uma bela ideia, afinal, além de ler e escrever precisamos saber, para que tenhamos, assim, o gosto de cuidar”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que participou do festival. O Encontros e Caminhos contou ainda com outras ações como educação ambiental, caminhadas, trilhas, fotografias, filmagens, pintura e artesanato. O almoço de encerramento teve apresentações culturais e entrega de certificados para os que realizam projetos voltados à conservação do meio ambiente. Esse Canto do Saber é uma bela ideia, afinal, além de ler e escrever precisamos saber, para que tenhamos, assim, o gosto de cuidar diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich O repertório não teve restrições – os participantes do festival cantaram desde pérolas do cancioneiro tradicional, passando pelo gospel, sertanejo e pop. Teve quem usou playback, quem preferiu cantar à capella (apenas a voz, sem nenhum instrumento para ajudar) e alguns privilegiados tiveram a colaboração de mú- sicos bastante orgulhosos – seus pais. Foi o caso da Aline Ortiz, de 12 anos. Ela cantou uma música gospel acompanhada dos acordes da mãe, Cristiane, com quem já canta na igreja que frequentam. “Eu gostei de cantar lá em cima, é muito legal”, disse a menina. Recuperação da nascente Linha Ouro Verde Nº 26 Carta da Terra inspirou atividades no Morro da Salete Caminhada na natureza começou na cidade em direção à mata Uma turma de 25 alunos e professores de Medianeira passou dois dias em comunhão plena com a natureza. A extensa programação se dividiu entre o Sítio do João e o Morro da Salete e foi um dos destaques do Encontros e Caminhos no município. delas. “Na época que nós chegamos aqui, a carne para se alimentar era da caça de animais e pássaros” conta a aposentada. A atividade teve por objetivo reunir os pioneiros para a troca de informações sobre a colonização de Medianeira e para aproximar gerações. que dá nome ao morro, foi colocada ali. Ferronato, que é o maior fornecedor de alimentos orgânicos da cidade, principalmente para a merenda escolar, discorreu também sobre a importância da produção de alimentos de forma ecológica. “A agricultura orgânica é uma atividade que só traz ganhos. Com a diversificação de culturas, o agricultor ganha mais e polui muito menos as águas”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que acompanhou as atividades. O evento começou com a Caminhada da Natureza, passou por rodas de memória de pioneiros, atividades de conscientização ambiental e outras ações e informações sobre responsabilidade socioambiental, num ambiente inspirador: o Morro da Salete, ponto mais alto da cidade. Pioneiros “As pessoas antigamente se reuniam muito e, hoje, devido à tecnologia já não se encontram. Esse evento foi uma forma para conhecermos o início da nossa cidade e encontrarmos quem construiu a história do local onde vivemos”, comentou a educadora ambiental Marli Rossi. Na propriedade de Ademir Ferronato, o grupo ouviu histórias do pioneiro, incluindo detalhes de como a imagem de Nossa Senhora da Salete, Em outra atividade, uma roda de histórias, muitos jovens da cidade conheceram alguns dos pioneiros de Medianeira. Isa Peterle, que chegou à região em 1953, é uma Medianeira também promoveu uma expedição na microbacia do Rio Alegria, atividades de lazer e de gastronomia típica, vivência das boas práticas sustentáveis, resgate da memória e cultura de algumas das comunidades do município, rodas de conversa, oficinas, entre outras. Visita ao Parque Tupã-MBãe Encontro com pioneiros: Rio Barreirão Houve premiações em três categorias: “canário”, “colibri” e “rouxinol”, mas todos que se encheram de coragem e soltaram a voz no palco ganharam uma medalha de participação. Quem não cantou acompanhou o colegua com palmas. O Rio Barreirão é de extrema importância para a cidade de Matelândia. Até meados da década de 90, eram as águas do Barreirão que abasteciam as casas da cidade. No Encontros e Caminhos, o rio serviu de ponto de encontro para uma turma de acadêmicos de Administração. Eles caminharam pelas margens em um passeio ecológico. Noite ambiental O itinerário contou com uma parada em uma nascente recuperada. Para Carlos Coan, presidente da Associação dos Defensores da Natureza de Matelândia (Adenam) a visita foi uma forma de Novem bro 2014 expor o trabalho da associação. Outra atividade que movimentou os jovens e a comunidade foi a Noite Cultural Encontros e Caminhos. Com o total de 16 apresentações de violão, teclado, flauta, percussão, dança, balé e teatro, a Casa da Cultura recebeu um grande público. Os alunos foram preparados pelos professores Elerson Dorner, Ivete Rambo, Neuza Leandro e Renati Grützmann. O estudante Ary Parick acredita que a caminhada contribuiu para uma visão diferente: “nós saímos da selva de pedra e pudemos acompanhar a realidade da natureza.” Ita ipu Bina ciona l 13 Momento de descontração ao som da sanfona de Alvorino Heck Evandro Mendes de Terra Roxa abordou vários temas relacionados à fotografia. Lorran Souza apresentou dicas de utilização de câmeras digitais e de como obter boas fotos. Lazer Antes do concurso, foi realizada uma oficina de fotografia. O professor, jornalista e fotógrafo A oficina tinha um número limitado de 15 inscrições, mas houve muita procura e, conforme a di- No concurso de redação, cujo tema era o combate às drogas, 80 jovens foram com um passeio para uma sessão de cinema 3D retora de Cultura Vaniela da Silva, o número foi ampliado para 20 para atender a mais pessoas interessadas. em Cascavel. Eles também receberam certificados. “Essa redação me fez aprender bastante”, explicou Raquel Augusta Franz, aluna do Ensino Médio. “Pesquisei muito e ainda pedi que minha família revisasse.” Peixes Ainda dentro da programação do Encontros e Caminhos, a cidade recebeu dez tanques-rede, doados por Itaipu. “Agradecemos essa entrega, que vai ajudar bastante na nossa economia”, explicou o presidente da Associação de Pescadores de Mercedes, Vilberto Hilger. “Sabemos que nossa mudança de atitude valerá muito a pena.” A manhã foi reservada para reunir alunos do Ensino Fundamental e pioneiros da cidade numa clareira à beira do Rio Cedro. Primeiro foi a vez das crianças, que declamaram poemas e cantaram. Depois, os pioneiros contaram suas histórias. Na sequência, foram plantadas 100 árvores no entorno da Área de Preservação Permanente da fazenda. Para completar a recuperação do Rio Cedro, autoridades e pioneiros fizeram a soltura de alevinos. Missal, uma delas a de Carcildo Winter, que exibia orgulhosamente as fotos da família. ”Saí de Santa Catarina e não me arrependo”, disse. A comemoração ao final do dia ficou a cargo do gaiteiro Alvorino Heck. Encerramento A cerimônia de encerramento do Encontros e Caminhos aconteceu no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), com apresentações de músicas tradicionais tocadas na sanfona e um concerto de flauta doce. Na cerimônia, líderes do trabalho de educação ambiental receberam certificados de reconhecimento. Cedro Mudas de árvore nativa Na propriedade de Ademir Ferronato, estudantes e professores conheceram o cultivo de orgânicos e ouviram hsitórias do pioneiro Nº 26 Encontros e Caminhos Itaipu Binacional Nº 26 Alunos declamaram poesias e cantaram O Encontros e Caminhos, em Missal, teve como principal atividade a microexpedição ao Rio do Cedro e junto à comunidade de Linha Caçador. Nesse dia, foram desenvolvidas diversas atividades. O público que prestigiou a Noite Cultural pode ver a Exposição das Fotografias vencedoras do 1º Concurso de Fotografias “Olhares de Mercedes”. Foram 33 fotógrafos inscritos, sendo 10 premiados com Certificado de Reconhecimento e um dia de Lazer com acompanhante na Base das Ricas Trilhas Verdes, empresa que oferece atividades de aventura (rafting, rapel, tirolesa, trilhas entre outras). As margens do Rio receberam banners com a história de cada família fundadora de 14 N o v e m b ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e C a m in h o s Itaipu Binacional 14 Matelandia Marechal Cândido Rondom ENCONTROS E CAMINHOS E n c o n t ro s e C am i n h o s It a i p u B i n a c i o n a l N o ve m b ro 2 0 1 4 Nº 26 Medianeira ENCONTROS E CAMINHOS Mundo novo (MS) 15 MErcedes Missal Aprendendo com os pioneiros OurO Verde dO Oeste Contato direto com a natureza Ervas medicinais até no brinde Quatro Pontes Limpeza do Arroio Quatro Pontes e recuperação de nascentes foram as principais atividades Atividades destacaram o cultivo de plantas medicinais no município Além das atividades ambientais, Ouro Verde reservou espaço também para a cultura Ed ção Car a Nasc mento ENCONTROS E CAMINHOS ENCONTROS E CAMINHOS ENCONTROS E CAMINHOS Nova SaNta RoSa Coordenação C aud a Ste a 16 Estudantes e representantes de vários segmentos conheceram a nascente do Córrego Guassu e o Rio Iguatemi Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, fica a 250 quilômetros de Foz do Iguaçu. Apesar da distância, também é um dos municípios atendidos pelo programa Cultivando Água Boa, há 8 anos. No dia 5 de junho, diversas atividades foram realizadas com a participação de escolas e moradores da cidade. Entre elas, houve uma microexpedição ao Córrego Guassu, na Fazenda Estrela, com visita à nascente, prosseguindo até o Rio Iguatemi por terra e água. Os cerca de 120 participantes puderam conhecer a parte turística e histórica da região, além de receberam explicações sobre conservação do solo, curvas de nível, matas ciliares, entre outras relacionadas ao meio ambiente. O Rio Guaçu desemboca no Iguatemi afluente do Paraná. Também foi realizada visita à Mina Os alunos não ficam só no banco da escola, eles puderam conhecer a realidade in loco da Onça, fonte de água potável às margens do Iguatemi. Dorival Schnekemberg, coordenador do comitê gestor de Nova Santa Rosa Os alunos receberam certificados em reconhecimento pela participação ativa no Encontros e Caminhos. Tamires Rocha, 16 anos, contou que o conhecimento não ficou apenas no passeio as margens do rio. “Quando eu cheguei em casa procurei na internet para saber mais profundamente sobre o trabalho de reflorestamento feito pela Itaipu”, disse a adolescente. Envolvimento de todos no cuidado com a natureza O secretário de Agricultura da cidade, Alexandre dos Santos, comentou que a participação dos estudantes foi importante para a preservação do rio e seus leitos. “Os alunos ficaram muito motivados, alguns nunca tinham conhecido uma nascente”, afirmou. Os alunos do Colégio Marechal Gaspar Dutra foram convocados a pedalar por cerca de 15 quilômetros em meio à natureza, às margens da microbacia da Sanga Gabiroba. A microbacia foi uma das primeiras a serem recuperadas pelo programa Cultivando Água Boa e é exemplo de preservação. O trajeto do passeio ciclístico priorizou a região. “Os alunos não ficam só no banco da escola, eles puderam conhecer a realidade in loco”, destacou Dorival Schnekemberg, coordenador do comitê gestor de Nova Santa Rosa, que elaborou o itinerário. Os participantes também passaram pela Trilha Jaguar Undi. Ali tiveram explicações sobre agricultura orgânica e familiar e puderem experimentar alguns produtos. Mateus Dilkin, de 14 anos, nunca tinha passado pela região, mas tinha interesse em conhecer. “Foi legal, os professores contaram a história do local”, destacou. N o v e m b ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e C a m i n h o s Itaipu Binacional 17 18 17 E n c o n t ro s e C am i n h o s Os jovens do município participaram do projeto “Ecografite”, que teve por objetivo levar os estudantes a reconhecer o grafite como intervenção urbana. Na oficina de grafitagem eles aprenderam técnicas e receberam dicas de Eduardo José Scorteganha Filho. Pequenos Os alunos do Ensino Fundamental tiveram, ainda, uma vasta programação dentro do Encontros e Caminhos. Na peça de teatro infantil “Piatã”, que tem como tema a preservação ambiental e a cultura indígena, as crianças ficaram aten- Luzia Lúcia Alves, vereadora tas e aprenderam direitinho o recado. “Não podemos desrespeitar a natureza e nem jogar lixo no chão”, disse a pequena Emili, de 10 anos. Os pequenos ouviram palestras sobre biodiversidade, apresentação de vídeos, confecção de cartazes, banners, música, poemas com o objetivo de promover a consciência ambiental. Como experiência prática, as crianças aprenderam a cuidar da natureza e respeitar os animais com o Caminhada pela mata: contato com a natureza projeto “Peixe, peixinho, peixão”. Para isso, foram instalados aquários na Sala Verde da escola e salas de aula, que ficaram sob os cuidados das crianças. Eles também assistiram a peças de teatro e vídeos sobre a vida de peixes nos rios e nos mares e a importância da recuperação das sangas no município. Maiores As atividades também contemplaram alunos de Ensino de Jo- vens e Adultos, pioneiros e moradores de diversas comunidades que participaram de oficinas sobre o reaproveitamento de peças de roupa de forma artística: cortar, trançar, aplicar desenhos. Houve ainda uma exposição de fotos da colonização, com relato dos pioneiros que chegaram entre 1953 e 1959 e lançamento do livro “Pelos Caminhos da Imigração Volínia, Russia, ao Brasil”. Projeto Sala Verde: os pequenos aprenderam a cuidar de peixes I ta i p u B i n a c i o n a l Nº 26 N o ve m b ro 2 0 1 4 18 Mundo Novo Nosso encontro de pioneiros foi algo que sempre sonhamos fazer, mas não sabíamos se conseguiríamos realizar. Durante os Encontros CAB, deixou de ser apenas um sonho Em Ouro Verde do Oeste, ao lado das ações voltadas para o meio ambiente foram realizadas também manifestações culturais. De crianças a pioneiros, todos puderam aprender e colaborar para um meio ambiente melhor A “EcoBike caminhos de uma experiência” foi uma das atividades mais intensas da programação do Encontros e Caminhos em Nova Santa Rosa. Nº 26 Chefe da Assessor a de Comun cação Soc a G mar P o a Festa de encerramento: reconhecimento para os que trabalham pelo meio ambiente 15 16 Novembro 2014 Ssoltura de alevinos completou as atividades Cavalgada pela microbacia Ass stente do d retor de Coordenação e Me o Amb ente Pedro rno Tone Novembro 2 0 1 4 13 Nova Santa Rosa Com quase 6 mil habitantes, segundo o IBGE, e 25 anos de emancipação política, Ouro Verde do Oeste promoveu um evento em homenagem aos pioneiros e pretende transformar em livro as suas histórias. ”Quando essas pessoas chegaram, lá pelos anos 59 e 60, trouxeram na bagagem muita coragem e determinação, afinal, só encontraram mato aqui. A gente imagina quantas dificuldades eles tiveram no início, por isso, é extremamente importante que nós valorizemos esse pessoal”, reconheceu o prefeito Aldacir Domingos Pavan. Duas outras atividades culturais movimentaram os jovens da cidade: as oficinas de hip hop e de kung fu. As aulas de hip hop foram orientadas por Jefferson Sou- sa, para quem a dança é uma ferramenta de inclusão soNº 26 Um brinde com chás de vassourinha doce, alfavaca e cidró comemorou as atividades do Encontros e Caminhos em Patro Bragado. As ervas medicinais e a agricultura orgânica foram os grandes temas que conduziram o projeto no município. cial. “O Hip Hop consegue atingir pontos da sociedade que as pessoas têm medo de alcançar”, diz. Tiago Bartolomeu, de 16 anos, um dos destaques da turma foi motivado pela família. “Vi meus primos fazendo e tive vontade de participar”, conta. Pioneiros homenageados: suas histórias podem virar livro A programação incluiu ainda uma cantata em homenagem às mães com os corais “Caminhos de Luz” e “Anjos de Ouro” e distribuição de mudas de plantas medicinais; o 17° Festival da Canção, com apresentação dos participantes do município no festival das Águas da BP3, realizado em 2013 e Show da Orquestra de Viola Caipira. No encerramento, além da entrega de certificados, foi feita uma homenagem à agricultura Tercilia Medin, a Bimba, referência em fitoterápicos de Pato Bragado. estudantes. Durante o Encontros e Caminhos, vários estudantes fizeram visita técnica ao sítio e receberam mudas de plantas medicinais. Em Pato Bragado, a propriedade de Valmir Anderle também é exemplo. Ele é um agricultor agroecológico e tem uma propriedad Em sua propriedade ela cultiva mais de 90 espécies de plantas medicinais, trabalho iniciado com a ajuda da Pastoral da Criança e da Itaipu, que doou as primeiras mudas e disponibilizou cursos e treinamentos. “As plantas medicinais são minha segunda família”, disse. Ambiente O cuidado com o meio ambiente conduziu várias ações em Ouro Verde do Oeste. Uma delas foi o monitoramento da qualidade da Água do Rio São Francisco. Um grupo de jovens participou em maio de uma oficina com a bióloga e professora de Engenharia Ambiental, Michelli Ferronato. Eles recolheram sedimentos do fundo do rio (pedras, folhas e galhos) para verificar a presença de espécies de pequenos animais. Esse trabalho permite aferir o nível de qualidade da água. Para Michelli, é importante o envolvimento da população. “Com a participação, a comunidade pode Em Quatro Pontes, o clima de aventura marcou as atividades do “Encontros e Caminhos”. Jovens, com idades entre 14 e 16 anos, pedalaram, fizeram rapel e, claro, ajudaram na limpeza do Arroio Quatro Pontes, local de lazer para os moradores da cidade que vão ali para pescar, nadar, fazer caminhadas. Ela ministra palestras sobre o uso de plantas medicinais e recebe visitas em sua propriedade - já passaram por seu sítio cerca de 600 José Negrini tem mais de 100 itens antigos: “Consertava tudo” Festival da Canção buscar soluções melhores para o seu cotidiano” argumentou. Foi realizada também uma trilha na Cachoeira Recanto Nossa Senhora Aparecida, atividades de recuperação de nascentes, oficinas de jardinagem e de derivados de milho, e um encontro com produtores rurais. Dona Bimba é referência quando o assunto é fitoterápicos Oficina de Kung Fu N o v e m b ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e C a m i n h o s 19 Programação teve a segunda edição do Rio + Limpo e também caminhada e passeio de chalana Super ntendentes Newton Kam nsk Obras Ja r Kotz Me o Amb ente e Marcos Baumgartner P ane amento e Coordenação Textos Equ pes de reportagem V s onArt assessor as de mprensa dos mun c p os e da ta pu B nac ona Os estudantes também receberam explicações sobre a microbacia e ações desenvolvidas Estudantes plantaram 100 mudas de árvores No leito do rio, foi realizada uma demonstração de biomonitoramento da qualidade das águas da microbacia. A avaliação é feita por meio da coleta de pequenos animais que ficam nas folhas e pedras no fundo do rio. A presença ou falta desses organismos ajuda a aferir a qualidade da água ou os níveis de poluição. Enco ntro s e Caminho s 12 Com microexpedição, aula sobre meio ambiente, turismo e história ambiental no viveiro municipal - estudantes aprenderam o preparo da terra, plantio e cuidado das plantas. Eles também fizeram o plantio de sementes e receberam mudas de flores e ervas medicinais. Auxiliados pela engenheira agrônoma Carmem Szimanskie, eles plantaram cerca de mil mudas de orquídeas nas árvores da praça. O processo foi simples, as orquídeas foram envolvidas em juta de fibra natural e presas ao tronco das árvores com grampos. Ao final da atividade, as crianças soltaram 200 balões com sementes de árvores nativas da região. Itaipulândia Aventura Nº 26 eram soltos mais de mil balões por 30 crianças com idades entre 5 e 7 anos de idade, da Escola Municipal Dona Leopoldina. Os balões coloridos e biodegradáveis, com sementes de ipê, se espalharam pelos céus da cidade. “Essas sementes não significam só o reflorestamento”, explicou o gerente de Integração Regional de Itaipu, Gilmar Secco, “mas o exemplo que está sendo dado a essas crianças”. Em Mercedes, entre as várias atividades realizadas no Encontros e Caminhos, a gincana foi a que mais estimulou os jovens estudantes do município. Eles tiveram de cumprir várias tarefas, todas envolvendo questões ambientais e estimulando o trabalho em equipe. Uma das tarefas foi fazer o plantio de mudas de árvores nativas no Arroio Guaçu. Oficinas de eco-aventura, e de proteção a nascentes levaram os jovens para mais perto da natureza: aprendendo a conviver e apreservar o meio ambiente En con t ros e C a min h os Plantio de árvores e flores It aip u B in acion al E n co n t ro s e Cam i n h o s 9 Matelândia A secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Matelândia realizou em parceria com a Associação Defensora da Natureza de Matelândia (Adenam) uma noite cultural ambiental, com apresentações de música, teatro e dança, voltadas para o tema sustentabilidade e preservação. 12 10 9 It aipu B in ac ion al Resgate de brincadeiras antigas Os alunos dos Colégios Estaduais Pio XII e Castro Alves reuniram-se na praça do Distrito de Vila Candeia para uma atividade que uniu diversão e responsabilidade. Foram recolhidas centenas de lâmpadas (fluorescentes e incandescentes), televisores, computadores, baterias, celulares usados e óleo já utilizado na cozinha. Apresentação musical no encerramento Além das atividades culturais, também houve visitas à microbacia do Rio Ribeirão Ao todo foram três curtas-metragens produzidos inteiramente pelos jovens. Para Francieli Rebelatto, coordenadora do curso e orientadora das filmagens, o resultado final foi surpreendente. “Hoje em dia, qualquer jovem é conectado de alguma forma com o audiovisual. Além de revisitar seu passado através das rodas de viola e memória e a visita aos museus, Itaipulândia voltou-se para seu futuro. Uma das atividades foi a coleta de lixo eletrônico, que estimulou os moradores a fazer o descarte correto desse tipo de material. Parque Nacional de Ilha Grande, também integrou a programação do Encontros e Caminhos. “Nossa região tem lindas histórias e Guaíra, principalmente, guarda muitos segredos. É sempre um prazer dividir um pouco desse conhecimento e desfrutar dessa paisagem”, comentou Ana Menel, que guiou um grupo de idosos no passeio. Nessa oficina, procuramos despertar a sensibilização audiovisual dos jovens com a cidade”, destacou. Cinema Urbano Mertz, da Secretaria de Agricultura e Política Ambiental Outra ação de resgate histórico aconteceu na prainha da Linha Jacutinga, onde foi realizada uma roda de viola e história para recolher memórias de Itaipulândia - histórias, piadas, fatos e curiosidades do município. Olhando para a frente Sequência do trabalho de cuidado com o meio ambiente realizado pelo CAB depende do envolvimento dos jovens É importante envolver os jovens e as lideranças neste processo, para que o trabalho possa ter sequência Quem está sempre por lá é Gentil Donini, protagonista da maioria o gerente de Integração Regional de Itaipu, Gilmar Secco ENCONTROS E CAMINHOS Canto do saber empolga jovens em Matelândia Marechal cândido rondoM As ruas da cidade transformaram-se em cenário para a realização de curtas-metragens. Os atores, roteiristas, câmeras, diretores e editores foram 25 jovens das cidades de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste e Mercedes que participaram da oficina “Introdução ao Cinema e Audiovisual” ministrada por estudantes do curso de Cinema da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). O prédio em si já tem muito o que contar: antes da emancipação dos fatos ocorridos na terra que um dia se chamou Itacorá, antes pertencente a Foz do Iguaçu. “Cheguei nos anos 70, o território já se chamava Aparecidinha D’Oeste”, conta Gentil. “A vida era difícil, mas com muita força de vontade, conseguimos chegar ao que somos hoje.” Ele foi professor, catequista e instrutor da primeira fanfarra, ajudou a transportar o primeiro sino da igreja e construiu a primeira quadra de esportes, entre outras atividades. Guaíra ENCONTROS E CAMINHOS Acima e abaixo, crianças aprendem a cultivar flores e também temperos nas oficinas de eco-horta No espaço há máquinas usadas na lavoura, utensílios usados pelos moradores na época da colonização e aparelhos mais recentes como vitrolas e máquinas de escrever. Marcos Barbeiro, diretor-assistente do clube dos desbravadores En c on t ros e Camin h os Fóz do Iguaçu ENCONTROS E CAMINHOS “A Itaipu já realiza atividades de conservação do meio ambiente há muitos anos no município. É importante que a comunidade saiba e veja os resultados deste trabalho”, disse Urbano Mertz, da Secretaria de Agricultura e Política Ambiental. “É importante envolver os jovens e as lideranças neste processo, para que o trabalho possa ter sequência”, completou. do município, em 1992, já servia de sede para reuniões políticas. Em 2003, as instalações foram reformadas para abrigar a Casa da Memória. Uma das atividades foi a visita de alunos do Ensino Fundamental à Casa de Memória, atividade que também celebrou a 12ª Semana Nacional e a 2ª Semana Municipal dos Museus. Essas sementes não significam só o reflorestamento, mas o exemplo que está sendo dado a essas crianças Os clubes visam incutir nas crianças e jovens o hábito saudável de praticar atividades que desenvolvam os aspectos físico, mental, espiritual e social Nove mbro 2014 8 7 As ações do Encontros e Caminhos em Marechal Cândido Rondon tiveram início com a realização de uma oficina de educomunicação e continuaram com uma sequência de palestras, oficinas de eco-hortas e de de aproveitamento de resíduos para artesanato, trabalhos de proteção a nascentes, trilha em São Roque, caminhada. Casa da Memória: história da cidade As ações do Encontros e Caminhos em Itaipulândia priorizam a história do município em meio a diversas atividades de cuidado e preservação do meio ambiente. Passeio pelo Rio Paraná até Ilha Grande No Centro de Multiuso, catadores, recicladores e alunos do Colégio Mendes Gonçalves puderam acompanhar discussões importantes sobre o meio ambiente, especialmente os ligados à questão da coleta e descarte de lixo. Agricultura Crianças soltam balões com sementes de árvores 7 Entre Rios do Oeste Cinema e aventura para conectar o jovem à natureza A visita foi guiada pelo diretor de Agricultura de Guaíra, Sérgio Endres, que também ministrou palestra sobre conservação de solo, readequação de estradas rurais e sobre a importância das matas ciliares nos córregos e minas de água. O roteiro também incluiu uma visita em dois abastecedouros comunitários. N ov e m b ro 2 0 1 4 Nº 26 Nº 2 6 Itaip u Binacional Pedalada Ecológica de 16 km no meio da mata Várias atividades de aventura ao ar livre marcaram o Encontros e Caminhos em Guaíra. Em uma delas, jovens participantes do Clube Desbravadores dos Municípios de Guaíra e Terra Roxa participaram de um acampamento no quartel da 15ª Companhia de Infantaria Motorizada, onde receberam noções de orientação e sobrevivência na mata, fizeram trilha noturna e rapel. VILA C D retor-Gera Bras e ro Jorge M gue Samek Rio Paraná foi protagonista em Altônia D retor de Coordenação e Me o Amb ente Ne ton M gue Fr edr ch Cascavel ENCONTROS E CAMINHOS Ação e aventura com a natureza como cenário Foz do Iguaçu Dois meses de atividades que mostram comprometimento e continuidade 5 Ita ip u B ina ciona l No campo, o trabalho se concentrou na readequação de uma estrada rural em Sede Alvorada, distrito da cidade. O cascalhamento e compactação do solo vão facilitar o escoamento da produção rural na região e também proteger o ambiente, porque evitam que a água da chuva leve sedimentos para o leito dos rios. 5 ENCONTROS E CAMINHOS O exemplo das comunidades de aprendizagem Encont ros e C a minhos cheia de sucata. “O lixo de uns pode ser o ouro de outros”, ensina o jovem estudante, que demorou um mês para fabricar o robô que utilizou na competição. N o v e m bro 2 0 1 4 Céu Azul ENCONTROS E CAMINHOS EntrE rios do oEstE Nº 26 4 Altônia ENCONTROS E CAMINHOS Nov emb ro 2014 Cascavel preparou uma extensa agenda de atividades para o “Encontros e Caminhos”, indo da agricultura à robótica, passando por atividades culturais e esportivas. 6 I t a i pu B i n a c i o n a l 3 Capa Ações do CAB chegam a 100% das microbacias Nº 26 Mutirão de limpeza no Bosque Municipal CADERNO ESPECIAL Altônia ENCONTROS E CAMINHOS A forte presença indígena marcou programação Ações de preservação, conscientização e educação ambiental, marcadas pelo envolvimento comunitário, tiveram início e foram encerradas com bênçãos e orações Itaipu Binacional 19 Ouro Verde do oeste 20 E n c o n tro s e C a min h o s It a ip u B in a c io n a l Curso de recuperação de nascentes Nº 26 N o v e m b ro 2 0 1 4 Nº 26 Além da coleta, os jovens aproveitaram o dia também para praticar a “falsa baiana” – travessia em cordas – e rapel. Daiane Krindges, que puxou a fila no rapel, enfrentou o medo e aproveitou a descida. ”No começo fiquei nervosa, mas depois foi legal. Foi inesquecível.” Em cerca de dois meses de atividades, Quatro Pontes também programou um curso de recuperação de nascentes, na propriedade de Narciso Mombach; palestra sobre a utilização da água para a produção de energia elétrica, ministrada por Domingo Fernandez, da Itaipu; passeio pela Linha Água Verde, com apresentação do grupo de dança gauchesca da Casa da Cultura; gincana no Colégio Estadual Quatro Pontes, com plantio de mudas e coleta de lixo eletrônico; concurso de redação; e o Dia do Desafio, quando foram plantadas mais de 100 árvores. No encerramento, o Centro de Eventos ficou lotado para apresentações de música, teatro e um vídeo com o retrospecto do que foi realizado pelo município durante o “Encontros e Caminhos”. No evento, foram entregues certificados de reconhecimento pelo trabalho ambiental a várias pessoas, entre elas, Anita Kroll, que faz artesanato com material reciclável. “Se a gente olhar bem, nada é realmente lixo, tudo pode ser aproveitado”, disse, orgulhosa. “Eu já trabalho fazendo arte com esses materiais há alguns anos e gostaria que as pessoas soubessem que tudo pode ser reutilizado.” 20 Na abertura das atividades, passeio de bicicleta, limpeza das margens do Arroio Quatro Pontes e rapel Os Encontros e Caminhos foram momentos muito importantes para nossa cidade, pela prática da cidadania que deu aos nossos munícipes. O evento foi um círculo virtuoso, e como tal, deve continuar Paulo César Feyh, prefeito de Quatro Pontes Teatro na festa de encerramento Nov embro 2014 E ncont ros e Ca m inhos I taipu Binacional 21 Pa o B agado m A atividade começou com a pedalada de 5 quilômetros, do centro da cidade até o Arroio, onde a cachoeira que ali se forma além de refrescar o dia quente, inspirou o grupo que arregaçou as mangas e recolheram o lixo deixado nas margens pelos que frequentam o local, mas não têm a consciência de mantê-lo limpo. “A partir de agora, começamos um novo caminho, um novo amanhã, um novo encontro”, disse o cabo Ricardo Oguino, guia dos adolescentes na aventura. Os detritos totalizaram quatro sacolas com capacidade para 20 quilos. Quatro Pontes m m 21 ustração e d agramação Rafae Moura Tam res Raro e Robson Rodr gues Fotografia Adenés o Zane a A exandre Marchett Roberto Lemos/ V sonArt assessor as de mprensa dos mun c p os coordenadores do CAB nos mun c p os e ta pu B nac ona A segunda edição do “Rio + Limpo” foi um dos destaques do Encontros e Caminhos em Altônia. Jovens e adultos reservaram um dia inteiro para o trabalho de recolhimento do lixo jogado às margens do Rio Paraná. A boa surpresa ficou por conta da redução no volume de lixo coletado, o que mostra que a população já está mais consciente e assimilando as orientações recebidas em atividades anteriores. Além de recolher a sujeira, os participantes percorreram a comunidade da Vila Yara para conscientizar os moradores sobre a destinação e separação corretas do lixo, ação que colabora para a conservação e proteção das áreas de preservação permanente no entorno do rio. Acampamento Na sequência da programação, 40 jovens integrantes da Pastoral da Juventude e do Grupo de Escotei- ros Desbravadores de Ilha Grande que participaram do acampamento na APA municipal. As atividades começaram com depoimentos de pioneiros, bênçãos, roda de viola e um jantar no restaurante Portal da Luz. Na conclusão do acampamento, os jovens tiveram um momento de lazer com música e dança, o que integrou ainda mais os adolescentes, que se divertiram e aprenderam nas 15 horas que passaram juntos. Mais O grupo participou ainda de uma caminhada e passeio de chalana pelo Rio Paraná, com explicações sobre o Parque Nacional da Ilha Grande feitas pelo biólogo Erick Xavier. A programação do Encontros e Caminhos contou também com oficinas de recuperação de nascentes e a terceira edição da Caminhada Internacional na Natureza, com a participação de quase 400 pessoas. Na solenidade de encerramento, a Câmara de Altônia ficou lotada para o reconhecimento a entidades e pessoas que ajudam a melhorar o meio ambiente. Uma das homenageadas da noite foi Yumiko Moji Arita, a dona Alice, que trabalha com plantas medicinais há nove anos, ensinando a quem quiser sobre os usos das ervas. “Eu me sinto feliz e grata de meu trabalho ter sido reconhecido”, disse. Caderno Espec a encartado na ed ção número 26 do Jorna do Programa Cu t vando Água Boa mpresso em novembro de 2014 22 Ram ând a 23 San a Te ez nha do Oes e 24 San a He ena 25 San a Te ez nha de a pu 26 São José das Pa me as m 27 São M gue do guaçu 2 Encon os e Cam nhos 28 São Ped o a pu B na c ona 29 Te a Roxa 30 To edo T ragem 10 000 exemp ares m 31 D RETOR A DE COORDENAÇÃO Av Tancredo Neves 6 731 Foz do guaçu – PR CEP 85 866-900 Fone 45 3520-5724 Fax 45 3520-6998 E-ma cu t vandoaguaboa@ ta pu gov br Ve a C uz do Oes e N 26 N o vemb o 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 3 encontros e caminhos encontros e caminhos Fé e trabalho para preservar o meio ambiente Céu Azul A forte presença indígena marcou programação Diamante Oeste do Passeios, confraternização e cerimônia Ava-Guarani fizeram parte das ações realizadas no município Ações de preservação, conscientização e educação ambiental, marcadas pelo envolvimento comunitário, tiveram início e foram encerradas com bênçãos e orações Hoje, nos nossos rios, se pode ver os peixes nadarem, coisa que não se via antes Jaime Luis Basso, prefeito de Céu Azul local. Depois de tudo limpo, a nascente localizada dentro do bosque também passou por um processo de recuperação. Acima e abaixo, estudantes aprendem a proteger uma mina de água Foi com a bênção de Frei Carlos Gozzi, num ambiente inspirador – a Gruta Nossa Senhora de Lourdes – que a programação do Encontros e Caminhos teve início no município de Céu Azul. O local foi escolhido por reunir em um mesmo espaço natureza e fé. Nos dias que se seguiram, estudantes e a comunidade participaram de diversas atividades, incluindo a limpeza do Bosque Municipal Geraldo Batista Chaves. Colchão, pneu, tampos de pias, televisores e mais uma variedade de objetos e lixo foram retirados do Em outra frente, alunos do Colégio Estadual Monteiro Lobato e do Colégio Estadual Boa Vista, acompanhados por professores, visitaram um abastecedouro comunitário no interior do município, numa aula a céu aberto sobre área de proteção permanente, reserva legal, mata ciliar, conversação de solo e estradas rurais. Eles também visitaram a propriedade de Gabriel Parizotto, onde aprenderam o que é uma alimentação saudável e o cultivo de uva orgânica. Com os alunos do município também foram realizadas visitas técnicas a microbacias, como a do Rio 1 3 , onde são desenvolvidas as ações do Programa Cultivando Água Boa. Encerramento Frei Carlos Gozzi que abençoou a abertura do Encontros e Caminhos e também deu sua bênção aos participantes na cerimônia de encerramento do projeto. “Este é apenas o início. Poucos de nós ainda trabalhamos em prol do meio ambiente, não podemos deixar que esse movimento pare por aqui”, disse. A solenidade teve apresentações de música e teatro, com jovens alunos da Fundação Cultural. O prefeito de Céu Azul, Jaime Luis Basso, se orgulha de a cidade estar presente no Programa Cultivando Água Boa desde o início. “Hoje, nos nossos rios, se pode ver os peixes, coisa que não se via antes. Nós precisamos dar valor aos projetos de conservação da natureza.” Uma das atividades do Encontros e Caminhos em Diamante do Oeste, possibilitou aos moradores das cidades de Cascavel, Toledo, São José das Palmeiras, Santa Helena e Medianeira a oportunidade de se aproximar da cultura Avá-Guarani, através de uma caminhada, que reuniu cerca de 60 pessoas. O trajeto foi a estrada de seis quilômetros que liga o Tekohá Añete- te e o Tekohá Itamarã, duas aldeias que abrigam índios Ava-Guarani. “A ideia é que todas essas pessoas possam conhecer os nossos hábitos e também que possamos fazer uma troca de experiências” conta o cacique João Meri Alves. tudo aqui é encantador”, disse Irma Geci Marques, que aos 60 anos já fez outros passeios na aldeia, mas não se cansa de admirar as belezas naturais do local. O passeio durou aproximadamente uma hora. Diversidade No trajeto, o que chamava a atenção eram as moradias. As antigas ocas deram lugar a casas de madeiras. “A paisagem, o cheiro da mata, A programação incluiu apresentação de filme sobre o Lago de Itaipu; feira de agricultura familiar; palestras; trilhas; passeio ciclístico; cavalgada; revitalização do Pátio da Escola Municipal Presidente Kennedy, com readaptação da cisterna e reaproveitamento da água da chuva; proteção de nascentes; passeio passando por trilhas dentro da Microbacia Santa Maria, Santa Terezinha e Dois Vizinhos, com coleta de lixo; acampamento jovem no Sitio Recanto dos Amigos, enfatizando a parceria homem/natureza, ações de sustentabilidade e cuidados com a água. A força das comunidades indígenas esteve presente no encerramento do Encontros e Caminhos na cidade. As três comunidades indígenas se reuniram no Tekohá Añetete para uma cerimônia da Água. A celebração, que ocorreu no pátio da escola indígena, começou com uma bênção das águas, seguida de muita dança canto e música. A ideia é que todas essas pessoas possam conhecer os nossos hábitos e também que possamos fazer uma troca de experiências João Meri Alves, Cacique Visita à microbacia do Rio 13 Frei Carlos Gozzi abençoa os participantes na abertura do Encontros e Caminhos Mutirão de limpeza no Bosque Municipal 4 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 5 encontros e caminhos encontros e caminhos Cascavel Tecnologia e sustentabilidade Ações do CAB chegam a 100% das microbacias Em Cascavel, as atividades contemplaram diversas áreas, indo do campo à robótica Entre Rios do Oeste A microbacia Sanga Golondrina foi a última a realizar o Pacto das Águas e agora todos os cursos d’água de Entre Rios participam do CAB Ao lado e acima, flagrantes do Desavio de Robótica Jovens na oficina de escultura ecológica: aprendizado e preservação Cascavel preparou uma extensa agenda de atividades para o “Encontros e Caminhos”, indo da agricultura à robótica, passando por atividades culturais e esportivas. cheia de sucata. “O lixo de uns pode ser o ouro de outros”, ensina o jovem estudante, que demorou um mês para fabricar o robô que utilizou na competição. No campo, o trabalho se concentrou na readequação de uma estrada rural em Sede Alvorada, distrito da cidade. O cascalhamento e compactação do solo vão facilitar o escoamento da produção rural na região e também proteger o ambiente, porque evitam que a água da chuva leve sedimentos para o leito dos rios. Cisterna Na cidade, o “Desafio de Robótica” estimulou estudantes do curso de Eletrônica do Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto a unir tecnologia com sustentabilidade. O desafio foi uma oportunidade para que estudantes colocassem em prática o que aprendem em sala de aula. Foram inscritas 35 equipes. “Uma das principais funções do desafio é fazer com que os jovens possam testar os conhecimentos obtidos em sala. A prática, nessa profissão, é extremamente importante”, destaca o professor e engenheiro em telecomunicações, Gelson Leandro Kaul. GuilherBiazi Sabin construiu um robô com materiais de uma sala 6 E n c o n t ro s e C a min h o s m e Na Escola Francisco Vaz de Lima, os estudantes comemoraram a instalação de uma cisterna, que além de recolher a água da chuva para uso na limpeza do prédio, auxilia no aprendizado, com aulas sobre sustentabilidade. Como beleza também ajuda, a cisterna ganhou grafitagem, despertando a atenção dos alunos para as artes. Na festa preparada para a entrega, as crianças receberam os visitantes com apresentações culturais. Cisterna instalada na Escola Francisco Lima Pedalada pelas ruas da cidade Pacto das Águas na microbacia Sanga Golondrina: todo o município envolvido com a preservação O Clube Atlético de Entre Rios recebeu a comunidade com pompa para o Pacto das Águas da microbacia Sanga Golondrina – esta foi a última microbacia a efetuar o pacto, todos os demais cursos d’água da cidade já integram o Programa Cultivando Água Boa. O pacto abriu a programação do “Encontros e Caminhos” no município. Reconhecimento A cerimônia de encerramento do Encontros e Caminhos, em Cascavel, foi reservada às artes, com apresentações de canto, dança e teatro. Após as apresentações, foram entregues os certificados para as lideranças que se destacam nas ações socioambientais. “Se hoje comemoramos é porque cada um trabalhou e se doou”, disse a secretária de Cultura, Sílvia Prado. No campo, readequação de estradas rurais Feira de trocas É através de nossa presença constante com a juventude que conseguiremos manter a consciência ambiental “É através de nossa presença constante com a juventude que conseguiremos manter a consciência ambiental”, disse Edson Gavazzoni, coordenador das atividades. Edson Gavazzoni, coordenador das atividades Entrega de certificados na festa de encerramento Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 derele, estudante da faculdade de artes que, junto com os colegas, orientou os participantes da oficina. Todos colocaram a mão na massa. A estudante Natieli Buhl, de 13 anos, entendeu bem o objetivo da oficina. “É legal e não polui o meio ambiente.” Agricultura A prioridade em Entre Rios foi o contato direto dos jovens com a natureza. “Baseamos nosso acampamento no sucesso da Expedição São Francisco, no ano passado”, explicou Rejane Anderle, coordenadora das atividades. “Nossos jovens aprenderam de perto a sustentabilidade e preservação ambiental.” Arte e sustentabilidade Na oficina de escultura ecológica, o grupo Juventude Meio Ambiente conciliou arte e sustentabilidade. “Nós procuramos usar materiais recicláveis por causa do trabalho do CAB com o meio ambiente” explica Martina AnN º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Estudantes também visitaram o Centro Avançado de Pesquisa (CAP), localizado em Santa Helena, onde aprenderam vários conceitos relacionados à agricultura. A pouca idade da Bruna Vogt nãoatrapalhou. Ao final da visita, ela entendeu que a solução para a propriedade da família pode ser diversificar a produção. “Quando eu chegar em casa, vou falar tudo o que vi aqui para o meu pai”, disse. A atividade uniu crianças de 8 a 11 anos de idade. “A maioria deles vive em regiões agrícolas, por isso a ideia de trazê-los. Afinal, podem entender um pouco mais e levar o conhecimento para os pais em casa”, explicou a professora Lilian Balem, que coordenou o passeio. O CAP foi criado há mais de 10 anos, através de parceria entre a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Santa Helena, o Instituto Agronômico do Paraná e a Itaipu Binacional. No local, são realizados experimentos agrícolas voltados às pequenas propriedades. Para envolver os jovens e despertar a consciência ecológica e o cuidado com a Terra foram realizadas, ainda, atividades de ecoaventura, visita a propriedades produtoras de energia a partir do biogás, oficina de cartografia social, plantio de árvores, visita a participantes do projeto Coleta Solidária, entre outras. Depois de tudo, os estudantes foram convidados a tarefas de educomunicação, com a produção de reportagens sobre as atividades das quais participaram. Visita de estudantes ao CAP de Santa Helena Atividades de ecoaventura para aprender sustentabilidade O contato do jovem com a natureza foi prioridade E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 7 encontros e caminhos encontros e caminhos O exemplo das comunidades de aprendizagem Ação e aventura com a natureza como cenário Foz do Iguaçu Rapel, sobrevivência na mata, plantio de mudas e passeio ciclístico foram destaque em Guaíra Dois meses de atividades que mostram comprometimento e continuidade O grupo de motociclistas Katetus da Lama realizou o plantio de 600 mudas Atividades no Zoológico Bosque Guarani, que completou 18 anos Conversa com pioneiros: resgate da memória histórica O Encontro e Caminhos em Foz do Iguaçu reuniu ações de sete comunidades de aprendizagem que vêm desenvolvendo atividades de educação ambiental em microbacias do Município, bem como a comunidade do Colégio Estadual Flavio Warken, que desenvolve ações de educação ambiental no entorno da microbacia do Córrego Brasília, localizada na Vila C. Foram dois meses de atividades que demonstraram as conquistas e o comprometimento da comunidade. passeio pelo bosque onde alimentaram os animais. Inúmeros pontos da cidade foram envolvidos nos projetos, como os Rio Boicy, nascentes no bairro Três Bandeiras, Córrego Pé Feio e o Bosque Guarani. O lançamento foi realizado no Parque Monjolo e reuniu representantes das comunidades de aprendizagem: Água Limpa (Córrego Pé Feio); Córrego Brasília; Sociedade de Socorro e Jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Rio Boicy); Grupo de Escoteiros Guairacá (Arroio Monjolo); Zoológico Bosque Guarani; Córrego Jupira I; CMEI Três Bandeiras; CMEI Julia Ferrais. Organizados em uma grande roda, os grupos foram apresen8 E n c o n t ro s e C a min h o s Não há nada melhor que resgatar a nossa história, para que possamos entender e, assim, cuidar Alana, professora tando as ações, que nos dias seguintes, envolveram toda a comunidade: recuperação de nascentes, revitalização de rios, intervenções socioambientais e resgate histórico, em acordo com o centenário da cidade, e a “maioridade” do Zoológico Bosque Guarani. “Não há nada melhor que resgatar a nossa história, para que possamos entender e, assim, cuidar”, ressaltou a professora Alana. O próprio Parque Monjolo foi objeto de atenção. Foram realizados ali mutirões de limpeza e de valorização, sensibilizando a comunidade do entorno. Curso de monitoramento da água; visitas, entrevistas e pesquisa com os moradores; canoagem e ciclismo no Ita i pu Bi na c i ona l parque; panfletagem; rodas de conversa; acampamento no parque; e exposição fizeram parte da programação. BOICY O Rio Boicy também recebeu destaque com a realização de várias intervenções socioambientais como limpeza, plantio de árvores e analise físico-química da água. Pais e alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Júlia Ferrais e CMEI Três Bandeiras participaram de reuniões e de expedições à nascente e trechos do Rio Boicy. VILA C Na Vila C, representantes dos moradores se comprometeram a ajudar os alunos do Colégio Professor Flávio Warken na recuperação do Córrego Brasília, que sofre com a urbanização, sendo alvo de lixo e dejetos. Em parceria com Itaipu um grupo de alunos fez a coleta da água para análise para iniciar a tarefa de desenvolver ações para recuperar o Córrego Brasília. “A primeira vez que nós viemos já era bem poluído, tinha muito lixo. Só que agora está muito pior. Está com mais entulho tanto dentro, como no entorno do córrego”, diz a estudante Letícia Albertini, 16 anos. Atividades de ecoaventura “Os clubes visam incutir nas crianças e jovens o hábito saudável de praticar atividades que desenvolvam os aspectos físico, mental, espiritual e social, num ambiente seguro e agradável”, comenta o diretor-assistente do clube dos desbravadores, Marcos Barbeiro. Em outra atividade, grupo de motociclistas Katetus da Lama realizou o plantio de 600 mudas de espécies nativas no Distrito de Oliveira Castro. Com várias manobras radicais, os trilheiros fizeram um show à parte demonstrando suas habilidades. Captação de água para análise fisico-química E até as mamães puderam comemorar seu dia de maneira diferente: pedalando. A advogada Darlene Torrezan aceitou o desafio de participar da primeira Pedalada Ecológica realizada em Guaíra. O filhou não encarou o percurso, mas o marido a acompanhou. Além dela, mais de 50 pessoas participaram do evento. “O circuito é Comunidade de aprendizagem CMEI Julia Ferris N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Pedalada Ecológica de 16 km no meio da mata Várias atividades de aventura ao ar livre marcaram o Encontros e Caminhos em Guaíra. Em uma delas, jovens participantes do Clube Desbravadores dos Municípios de Guaíra e Terra Roxa participaram de um acampamento no quartel da 15ª Companhia de Infantaria Motorizada, onde receberam noções de orientação e sobrevivência na mata, fizeram trilha noturna e rapel. BOSQUE O aniversário de 18 anos do Zoológico Bosque Guarani foi comemorado no dia 6 de junho. Alunos e autoridades do município puderam conferir o resgate histórico através de vídeos e exposição de fotos. Os participantes também realizaram um Guaíra N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 No Centro Multiuso discussões sobre o meio ambiente maravilhoso e a trilha é bem tranquila. Uma maneira diferente de comemorar o Dia das Mães.” O passeio teve início no centro náutico da cidade. O grupo percorreu cerca de 16 quilômetros em meio à mata. “Hoje pedalar é uma demonstração de qualidade de vida, de vontade de viver melhor”, afirmou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que participou da atividade. Agricultura Agricultores e lideranças que residem em Maracaju dos Gaúchos conheceram as ações desenvolvidas pelo Programa Cultivando Água Boa desenvolvidas em Água Branca e Sítio dos Italianos. A visita foi guiada pelo diretor de Agricultura de Guaíra, Sérgio Endres, que também ministrou palestra sobre conservação de solo, readequação de estradas rurais e sobre a importância das matas ciliares nos córregos e minas de água. O roteiro também incluiu uma visita em dois abastecedouros comunitários. Passeio pelo Rio Paraná até Ilha Grande Os clubes visam incutir nas crianças e jovens o hábito saudável de praticar atividades que desenvolvam os aspectos físico, mental, espiritual e social Marcos Barbeiro, diretor-assistente do clube dos desbravadores No Centro de Multiuso, catadores, recicladores e alunos do Colégio Mendes Gonçalves puderam acompanhar discussões importantes sobre o meio ambiente, especialmente os ligados à questão da coleta e descarte de lixo. Passeio Um passeio pelo Rio Paraná, até o Parque Nacional de Ilha Grande, também integrou a programação do Encontros e Caminhos. “Nossa região tem lindas histórias e Guaíra, principalmente, guarda muitos segredos. É sempre um prazer dividir um pouco desse conhecimento e desfrutar dessa paisagem”, comentou Ana Menel, que guiou um grupo de idosos no passeio. E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 9 encontros e caminhos encontros e caminhos Resgate histórico e um olhar para o futuro Semeando árvores e esperança Itaipulândia Maripá Uma das principais ações foi o plantio de orquídeas e a soltura de balões com sementes de árvores nativas Rodas de viola e história e visitas à Casa da Memória ajudam a preservar as origens do município; ações de preservação garantem um ambiente melhor para as futuras gerações Crianças soltam balões com sementes de árvores Casa da Memória: história da cidade As ações do Encontros e Caminhos em Itaipulândia priorizam a história do município em meio a diversas atividades de cuidado e preservação do meio ambiente. do município, em 1992, já servia de sede para reuniões políticas. Em 2003, as instalações foram reformadas para abrigar a Casa da Memória. Uma das atividades foi a visita de alunos do Ensino Fundamental à Casa de Memória, atividade que também celebrou a 12ª Semana Nacional e a 2ª Semana Municipal dos Museus. No espaço há máquinas usadas na lavoura, utensílios usados pelos moradores na época da colonização e aparelhos mais recentes como vitrolas e máquinas de escrever. O prédio em si já tem muito o que contar: antes da emancipação Quem está sempre por lá é Gentil Donini, protagonista da maioria dos fatos ocorridos na terra que um dia se chamou Itacorá, antes pertencente a Foz do Iguaçu. “Cheguei nos anos 70, o território já se chamava Aparecidinha D’Oeste”, conta Gentil. “A vida era difícil, mas com muita força de vontade, conseguimos chegar ao que somos hoje.” Ele foi professor, catequista e instrutor da primeira fanfarra, ajudou a transportar o primeiro sino da igreja e construiu a primeira quadra de esportes, entre outras atividades. Essas sementes não significam só o reflorestamento, mas o exemplo que está sendo dado a essas crianças Outra ação de resgate histórico aconteceu na prainha da Linha Jacutinga, onde foi realizada uma roda de viola e história para recolher memórias de Itaipulândia - histórias, piadas, fatos e curiosidades do município. o gerente de Integração Regional de Itaipu, Gilmar Secco Olhando para a frente Além de revisitar seu passado através das rodas de viola e memória e a visita aos museus, Itaipulândia voltou-se para seu futuro. Uma das atividades foi a coleta de lixo eletrônico, que estimulou os moradores a fazer o descarte correto desse tipo de material. Resgate de brincadeiras antigas Os alunos dos Colégios Estaduais Pio XII e Castro Alves reuniram-se na praça do Distrito de Vila Candeia para uma atividade que uniu diversão e responsabilidade. ambiental no viveiro municipal - estudantes aprenderam o preparo da terra, plantio e cuidado das plantas. Eles também fizeram o plantio de sementes e receberam mudas de flores e ervas medicinais. Auxiliados pela engenheira agrônoma Carmem Szimanskie, eles plantaram cerca de mil mudas de orquídeas nas árvores da praça. O processo foi simples, as orquídeas foram envolvidas em juta de fibra natural e presas ao tronco das árvores com grampos. Ao final da atividade, as crianças soltaram 200 balões com sementes de árvores nativas da região. A programação do Encontros e Caminhos incluiu ainda recuperação de minas de água, uma micro expedição e digitalização de fotos antigas. O município programou, ainda, oficinas de danças urbanas, trilha ecológica, Roda de Memória, show de viola caipira e o resgate de brincadeiras antigas. Plantio de árvores e flores eram soltos mais de mil balões por 30 crianças com idades entre 5 e 7 anos de idade, da Escola Municipal Dona Leopoldina. Os balões coloridos e biodegradáveis, com sementes de ipê, se espalharam pelos céus da cidade. “Essas sementes não significam só o reflorestamento”, explicou o gerente de Integração Regional de Itaipu, Gilmar Secco, “mas o exemplo que está sendo dado a essas crianças”. Também houve ações de cuidado Foram recolhidas centenas de lâmpadas (fluorescentes e incandescentes), televisores, computadores, baterias, celulares usados e óleo já utilizado na cozinha. Apresentação musical no encerramento 10 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l Roda de Memórias: resgate de histórias do município Pioneiros A cidade encerrou as atividades do Encontros e Caminhos com a exibição do documentário “Maripá, a historia contada pelo seu povo: céu, mato e coragem”. O documentário reuniu as ações do Encontros e Caminhos e depoimentos de pioneiros da cidade. Henrique Schanoski, de 80 anos, foi um dos primeiros moradores de Maripá e um dos protagonistas do vídeo. Em depoimento contou como foi sua chegada à cidade, quando Enquanto a coleta seguia, no morro Nossa Senhora Aparecida tudo ainda era mato. N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Plantio de orquídeas E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 11 encontros e caminhos encontros e caminhos Cinema e aventura para conectar o jovem à natureza Marechal Cândido Rondom Canto do saber empolga jovens em Matelândia Além das atividades culturais, também houve visitas à microbacia do Rio Ribeirão Sequência do trabalho de cuidado com o meio ambiente realizado pelo CAB depende do envolvimento dos jovens As ações do Encontros e Caminhos em Marechal Cândido Rondon tiveram início com a realização de uma oficina de educomunicação e continuaram com uma sequência de palestras, oficinas de eco-hortas e de de aproveitamento de resíduos para artesanato, trabalhos de proteção a nascentes, trilha em São Roque, caminhada. “A Itaipu já realiza atividades de conservação do meio ambiente há muitos anos no município. É importante que a comunidade saiba e veja os resultados deste trabalho”, disse Urbano Mertz, da Secretaria de Agricultura e Política Ambiental. “É importante envolver os jovens e as lideranças neste processo, para que o trabalho possa ter sequência”, completou. Nessa oficina, procuramos despertar a sensibilização audiovisual dos jovens com a cidade”, destacou. Aventura Alunos da Escola Paulo Freire e do Grupo de Escoteiros 25 de julho, na comunidade de São Roque, junto do instrutor Ricardo Oguino, do Ricas Trilhas Verdes, fizeram uma caminhada de dois quilômetros, enfrentando barro, carrapichos, urtigas e longas subidas íngremes, acompanhando um curso d’água. No caminho, eles receberam explicações sobre fauna, flora e, principalmente, sobre árvores centenárias que resistiram à colonização. A tarde foi reservada para a diversão: rapel, tirolesa, falsa baiana e um banho refrescante na cachoeira. Cinema Acima e abaixo, crianças aprendem a cultivar flores e também temperos nas oficinas de eco-horta É importante envolver os jovens e as lideranças neste processo, para que o trabalho possa ter sequência Urbano Mertz, da Secretaria de Agricultura e Política Ambiental As ruas da cidade transformaram-se em cenário para a realização de curtas-metragens. Os atores, roteiristas, câmeras, diretores e editores foram 25 jovens das cidades de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste e Mercedes que participaram da oficina “Introdução ao Cinema e Audiovisual” ministrada por estudantes do curso de Cinema da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Ao todo foram três curtas-metragens produzidos inteiramente pelos jovens. Para Francieli Rebelatto, coordenadora do curso e orientadora das filmagens, o resultado final foi surpreendente. “Hoje em dia, qualquer jovem é conectado de alguma forma com o audiovisual. Horta Em outra frente, estudantes do Colégio São Roque receberam instruções sobre Eco-hortas - plantio de hortas em espaços pequenos. O pátio da escola já tem um local dedicado ao plantio de folhas, flores e temperos, mas estudantes e professores quiseram aprender mais. A produção é consumida na merenda e o que sobra é vendido para pais e professores, com a renda revertida para o projeto. O Encontros e Caminhos contou ainda com outras ações como educação ambiental, caminhadas, trilhas, fotografias, filmagens, pintura e artesanato. O almoço de encerramento teve apresentações culturais e entrega de certificados para os que realizam projetos voltados à conservação do meio ambiente. Caminhada pela microbacia do Rio Ribeirão A turminha do Ensino Fundamental do Colégio Dom Bosco provou que uma boa ideia não tem idade. A partir do festival de talentos interno da escola, foi criado o Canto do Saber, projeto estendido a todas as escolas da cidade. A atividade integrou o Encontros e Caminhos no município de Matelândia “Esse Canto do Saber é uma bela ideia, afinal, além de ler e escrever precisamos saber, para que tenhamos, assim, o gosto de cuidar”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que participou do festival. Esse Canto do Saber é uma bela ideia, afinal, além de ler e escrever precisamos saber, para que tenhamos, assim, o gosto de cuidar diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich O repertório não teve restrições – os participantes do festival cantaram desde pérolas do cancioneiro tradicional, passando pelo gospel, sertanejo e pop. Teve quem usou playback, quem preferiu cantar à capella (apenas a voz, sem nenhum instrumento para ajudar) e alguns privilegiados tiveram a colaboração de mú- sicos bastante orgulhosos – seus pais. Foi o caso da Aline Ortiz, de 12 anos. Ela cantou uma música gospel acompanhada dos acordes da mãe, Cristiane, com quem já canta na igreja que frequentam. “Eu gostei de cantar lá em cima, é muito legal”, disse a menina. Houve premiações em três categorias: “canário”, “colibri” e “rouxinol”, mas todos que se encheram de coragem e soltaram a voz no palco ganharam uma medalha de participação. Quem não cantou acompanhou o colegua com palmas. Noite ambiental A secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Matelândia realizou em parceria com a Associação Defensora da Natureza de Matelândia (Adenam) uma noite cultural ambiental, com apresentações de música, teatro e dança, voltadas para o tema sustentabilidade e preservação. Oficinas de eco-aventura, e de proteção a nascentes levaram os jovens para mais perto da natureza: aprendendo a conviver e apreservar o meio ambiente 12 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l Matelândia N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Recuperação da nascente Linha Ouro Verde Rio Barreirão O Rio Barreirão é de extrema importância para a cidade de Matelândia. Até meados da década de 90, eram as águas do Barreirão que abasteciam as casas da cidade. No Encontros e Caminhos, o rio serviu de ponto de encontro para uma turma de acadêmicos de Administração. Eles caminharam pelas margens em um passeio ecológico. O itinerário contou com uma parada em uma nascente recuperada. Para Carlos Coan, presidente da Associação dos Defensores da Natureza de Matelândia (Adenam) a visita foi uma forma de expor o trabalho da associação. No leito do rio, foi realizada uma demonstração de biomonitoramento da qualidade das águas da microbacia. A avaliação é feita por meio da coleta de pequenos animais que ficam nas folhas e pedras no fundo do rio. A presença ou falta desses organismos ajuda a aferir a qualidade da água ou os níveis de poluição. O estudante Ary Parick acredita que a caminhada contribuiu para uma visão diferente: “nós saímos da selva de pedra e pudemos acompanhar a realidade da natureza.” E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 13 encontros e caminhos encontros e caminhos Em comunhão com a natureza Mercedes Gincana para estimular o aprendizado sobre meio ambiente Medianeira Alunos e professores participaram de atividades em propriedades rurais e no Morro da Salete Cumprir tarefas relacionadas a questões ambientais estimulou os jovens e ajudou na preservação ambiental Em Mercedes, entre as várias atividades realizadas no Encontros e Caminhos, a gincana foi a que mais estimulou os jovens estudantes do município. Eles tiveram de cumprir várias tarefas, todas envolvendo questões ambientais e estimulando o trabalho em equipe. Uma das tarefas foi fazer o plantio de mudas de árvores nativas no Arroio Guaçu. Carta da Terra inspirou atividades no Morro da Salete Uma turma de 25 alunos e professores de Medianeira passou dois dias em comunhão plena com a natureza. A extensa programação se dividiu entre o Sítio do João e o Morro da Salete e foi um dos destaques do Encontros e Caminhos no município. que dá nome ao morro, foi colocada ali. Ferronato, que é o maior fornecedor de alimentos orgânicos da cidade, principalmente para a merenda escolar, discorreu também sobre a importância da produção de alimentos de forma ecológica. “A agricultura orgânica é uma atividade que só traz ganhos. Com a diversificação de culturas, o agricultor ganha mais e polui muito menos as águas”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que acompanhou as atividades. Caminhada na natureza começou na cidade em direção à mata delas. “Na época que nós chegamos aqui, a carne para se alimentar era da caça de animais e pássaros” conta a aposentada. A atividade teve por objetivo reunir os pioneiros para a troca de informações sobre a colonização de Medianeira e para aproximar gerações. O evento começou com a Caminhada da Natureza, passou por rodas de memória de pioneiros, atividades de conscientização ambiental e outras ações e informações sobre responsabilidade socioambiental, num ambiente inspirador: o Morro da Salete, ponto mais alto da cidade. Pioneiros “As pessoas antigamente se reuniam muito e, hoje, devido à tecnologia já não se encontram. Esse evento foi uma forma para conhecermos o início da nossa cidade e encontrarmos quem construiu a história do local onde vivemos”, comentou a educadora ambiental Marli Rossi. Na propriedade de Ademir Ferronato, o grupo ouviu histórias do pioneiro, incluindo detalhes de como a imagem de Nossa Senhora da Salete, Em outra atividade, uma roda de histórias, muitos jovens da cidade conheceram alguns dos pioneiros de Medianeira. Isa Peterle, que chegou à região em 1953, é uma Medianeira também promoveu uma expedição na microbacia do Rio Alegria, atividades de lazer e de gastronomia típica, vivência das boas práticas sustentáveis, resgate da memória e cultura de algumas das comunidades do município, rodas de conversa, oficinas, entre outras. Visita ao Parque Tupã-MBãe Outra atividade que movimentou os jovens e a comunidade foi a Noite Cultural Encontros e Caminhos. Com o total de 16 apresentações de violão, teclado, flauta, percussão, dança, balé e teatro, a Casa da Cultura recebeu um grande público. Os alunos foram preparados pelos professores Elerson Dorner, Ivete Rambo, Neuza Leandro e Renati Grützmann. O público que prestigiou a Noite Cultural pode ver a Exposição das Fotografias vencedoras do 1º Concurso de Fotografias “Olhares de Mercedes”. Foram 33 fotógrafos inscritos, sendo 10 premiados com Certificado de Reconhecimento e um dia de Lazer com acompanhante na Base das Ricas Trilhas Verdes, empresa que oferece atividades de aventura (rafting, rapel, tirolesa, trilhas entre outras). Encontro com pioneiros: Antes do concurso, foi realizada uma oficina de fotografia. O professor, jornalista e fotógrafo Evandro Mendes de Terra Roxa abordou vários temas relacionados à fotografia. Lorran Souza apresentou dicas de utilização de câmeras digitais e de como obter boas fotos. retora de Cultura Vaniela da Silva, o número foi ampliado para 20 para atender a mais pessoas interessadas. Lazer A oficina tinha um número limitado de 15 inscrições, mas houve muita procura e, conforme a di- No concurso de redação, cujo tema era o combate às drogas, 80 jovens foram com um passeio para uma sessão de cinema 3D em Cascavel. Eles também receberam certificados. “Essa redação me fez aprender bastante”, explicou Raquel Augusta Franz, aluna do Ensino Médio. “Pesquisei muito e ainda pedi que minha família revisasse.” Peixes Ainda dentro da programação do Encontros e Caminhos, a cidade recebeu dez tanques-rede, doados por Itaipu. “Agradecemos essa entrega, que vai ajudar bastante na nossa economia”, explicou o presidente da Associação de Pescadores de Mercedes, Vilberto Hilger. “Sabemos que nossa mudança de atitude valerá muito a pena.” Na propriedade de Ademir Ferronato, estudantes e professores conheceram o cultivo de orgânicos e ouviram hsitórias do pioneiro 14 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 15 encontros e caminhos encontros e caminhos Missal Uma aula na natureza A microexpedição ao Rio do Cedro levou estudantes do município para ver, aprender e plantar Com microexpedição, aula sobre meio ambiente, turismo e história Estudantes e representantes de vários segmentos conheceram a nascente do Córrego Guassu e o Rio Iguatemi Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, fica a 250 quilômetros de Foz do Iguaçu. Apesar da distância, também é um dos municípios atendidos pelo programa Cultivando Água Boa, há 8 anos. No dia 5 de junho, diversas atividades foram realizadas com a participação de escolas e moradores da cidade. Entre elas, houve uma microexpedição ao Córrego Guassu, na Fazenda Estrela, com visita à nascente, prosseguindo até o Rio Iguatemi por terra e água. Os estudantes também receberam explicações sobre a microbacia e ações desenvolvidas Estudantes plantaram 100 mudas de árvores Mundo Novo (MS) Momento de descontração ao som da sanfona de Alvorino Heck Alunos declamaram poesias e cantaram Os cerca de 120 participantes puderam conhecer a parte turística e histórica da região, além de receberam explicações sobre conservação do solo, curvas de nível, matas ciliares, entre outras relacionadas ao meio ambiente. O Rio Guaçu desemboca no Iguatemi afluente do Paraná. Também foi realizada visita à Mina da Onça, fonte de água potável às margens do Iguatemi. Os alunos receberam certificados em reconhecimento pela participação ativa no Encontros e Caminhos. Tamires Rocha, 16 anos, contou que o conhecimento não ficou apenas no passeio as margens do rio. “Quando eu cheguei em casa procurei na internet para saber mais profundamente sobre o trabalho de reflorestamento feito pela Itaipu”, disse a adolescente. O secretário de Agricultura da cidade, Alexandre dos Santos, comentou que a participação dos estudantes foi importante para a preservação do rio e seus leitos. “Os alunos ficaram muito motivados, alguns nunca tinham conhecido uma nascente”, afirmou. O Encontros e Caminhos, em Missal, teve como principal atividade a microexpedição ao Rio do Cedro e junto à comunidade de Linha Caçador. Nesse dia, foram desenvolvidas diversas atividades. A manhã foi reservada para reunir alunos do Ensino Fundamental e pioneiros da cidade numa clareira à beira do Rio Cedro. Primeiro foi a vez das crianças, que declamaram poemas e cantaram. Depois, os pioneiros contaram suas histórias. Na sequência, foram plantadas 100 árvores no entorno da Área de Preservação Permanente da fazenda. Para completar a recuperação do Rio Cedro, autoridades e pioneiros fizeram a soltura de alevinos. As margens do Rio receberam banners com a história de cada família fundadora de Cedro Mudas de árvore nativa Missal, uma delas a de Carcildo Winter, que exibia orgulhosamente as fotos da família. ”Saí de Santa Catarina e não me arrependo”, disse. A comemoração ao final do dia ficou a cargo do gaiteiro Alvorino Heck. Encerramento A cerimônia de encerramento do Encontros e Caminhos aconteceu no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), com apresentações de músicas tradicionais tocadas na sanfona e um concerto de flauta doce. Na cerimônia, líderes do trabalho de educação ambiental receberam certificados de reconhecimento. Cavalgada pela microbacia Ssoltura de alevinos completou as atividades Festa de encerramento: reconhecimento para os que trabalham pelo meio ambiente 16 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 17 encontros e caminhos encontros e caminhos Nova Santa Rosa Aprendendo com os pioneiros Ouro Verde do Oeste Além das atividades ambientais, Ouro Verde reservou espaço também para a cultura Os alunos não ficam só no banco da escola, eles puderam conhecer a realidade in loco Dorival Schnekemberg, coordenador do comitê gestor de Nova Santa Rosa Luzia Lúcia Alves, vereadora Envolvimento de todos no cuidado com a natureza Em Ouro Verde do Oeste, ao lado das ações voltadas para o meio ambiente foram realizadas também manifestações culturais. De crianças a pioneiros, todos puderam aprender e colaborar para um meio ambiente melhor A “EcoBike caminhos de uma experiência” foi uma das atividades mais intensas da programação do Encontros e Caminhos em Nova Santa Rosa. Os alunos do Colégio Marechal Gaspar Dutra foram convocados a pedalar por cerca de 15 quilômetros em meio à natureza, às margens da microbacia da Sanga Gabiroba. A microbacia foi uma das primeiras a serem recuperadas pelo programa Cultivando Água Boa e é exemplo de preservação. O trajeto do passeio ciclístico priorizou a região. “Os alunos não ficam só no banco da escola, eles puderam conhecer a realidade in loco”, destacou Dorival Schnekemberg, coordenador do comitê gestor de Nova Santa Rosa, que elaborou o itinerário. Os participantes também passaram pela Trilha Jaguar Undi. Ali tiveram explicações sobre agricultura orgânica e familiar e puderem experimentar alguns produtos. Mateus Dilkin, de 14 anos, nunca tinha passado pela região, mas tinha interesse em conhecer. “Foi legal, os professores contaram a história do local”, destacou. 18 E n c o n t ro s e C a min h o s Os jovens do município participaram do projeto “Ecografite”, que teve por objetivo levar os estudantes a reconhecer o grafite como intervenção urbana. Na oficina de grafitagem eles aprenderam técnicas e receberam dicas de Eduardo José Scorteganha Filho. Pequenos Os alunos do Ensino Fundamental tiveram, ainda, uma vasta programação dentro do Encontros e Caminhos. Na peça de teatro infantil “Piatã”, que tem como tema a preservação ambiental e a cultura indígena, as crianças ficaram aten- tas e aprenderam direitinho o recado. “Não podemos desrespeitar a natureza e nem jogar lixo no chão”, disse a pequena Emili, de 10 anos. Os pequenos ouviram palestras sobre biodiversidade, apresentação de vídeos, confecção de cartazes, banners, música, poemas com o objetivo de promover a consciência ambiental. Como experiência prática, as crianças aprenderam a cuidar da natureza e respeitar os animais com o Caminhada pela mata: contato com a natureza Ita i pu Bi na c i ona l Nosso encontro de pioneiros foi algo que sempre sonhamos fazer, mas não sabíamos se conseguiríamos realizar. Durante os Encontros CAB, deixou de ser apenas um sonho projeto “Peixe, peixinho, peixão”. Para isso, foram instalados aquários na Sala Verde da escola e salas de aula, que ficaram sob os cuidados das crianças. Eles também assistiram a peças de teatro e vídeos sobre a vida de peixes nos rios e nos mares e a importância da recuperação das sangas no município. Maiores As atividades também contemplaram alunos de Ensino de Jo- vens e Adultos, pioneiros e moradores de diversas comunidades que participaram de oficinas sobre o reaproveitamento de peças de roupa de forma artística: cortar, trançar, aplicar desenhos. Houve ainda uma exposição de fotos da colonização, com relato dos pioneiros que chegaram entre 1953 e 1959 e lançamento do livro “Pelos Caminhos da Imigração Volínia, Russia, ao Brasil”. Projeto Sala Verde: os pequenos aprenderam a cuidar de peixes N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Com quase 6 mil habitantes, segundo o IBGE, e 25 anos de emancipação política, Ouro Verde do Oeste promoveu um evento em homenagem aos pioneiros e pretende transformar em livro as suas histórias. ”Quando essas pessoas chegaram, lá pelos anos 59 e 60, trouxeram na bagagem muita coragem e determinação, afinal, só encontraram mato aqui. A gente imagina quantas dificuldades eles tiveram no início, por isso, é extremamente importante que nós valorizemos esse pessoal”, reconheceu o prefeito Aldacir Domingos Pavan. Duas outras atividades culturais movimentaram os jovens da cidade: as oficinas de hip hop e de kung fu. As aulas de hip hop foram orientadas por Jefferson Sou- sa, para quem a dança é uma ferramenta de inclusão soN º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 cial. “O Hip Hop consegue atingir pontos da sociedade que as pessoas têm medo de alcançar”, diz. Tiago Bartolomeu, de 16 anos, um dos destaques da turma foi motivado pela família. “Vi meus primos fazendo e tive vontade de participar”, conta. Pioneiros homenageados: suas histórias podem virar livro A programação incluiu ainda uma cantata em homenagem às mães com os corais “Caminhos de Luz” e “Anjos de Ouro” e distribuição de mudas de plantas medicinais; o 17° Festival da Canção, com apresentação dos participantes do município no festival das Águas da BP3, realizado em 2013 e Show da Orquestra de Viola Caipira. Ambiente O cuidado com o meio ambiente conduziu várias ações em Ouro Verde do Oeste. Uma delas foi o monitoramento da qualidade da Água do Rio São Francisco. Um grupo de jovens participou em maio de uma oficina com a bióloga e professora de Engenharia Ambiental, Michelli Ferronato. Eles recolheram sedimentos do fundo do rio (pedras, folhas e galhos) para verificar a presença de espécies de pequenos animais. Esse trabalho permite aferir o nível de qualidade da água. Para Michelli, é importante o envolvimento da população. “Com a participação, a comunidade pode Festival da Canção José Negrini tem mais de 100 itens antigos: “Consertava tudo” buscar soluções melhores para o seu cotidiano” argumentou. Foi realizada também uma trilha na Cachoeira Recanto Nossa Senhora Aparecida, atividades de recuperação de nascentes, oficinas de jardinagem e de derivados de milho, e um encontro com produtores rurais. Oficina de Kung Fu E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 19 encontros e caminhos encontros e caminhos Ervas medicinais até no brinde Contato direto com a natureza Pato Bragado Limpeza do Arroio Quatro Pontes e recuperação de nascentes foram as principais atividades Atividades destacaram o cultivo de plantas medicinais no município Visita a propriedade de cultivo orgânico e medicinal Um brinde com chás de vassourinha doce, alfavaca e cidró comemorou as atividades do Encontros e Caminhos em Patro Bragado. As ervas medicinais e a agricultura orgânica foram os grandes temas que conduziram o projeto no município. No encerramento, além da entrega de certificados, foi feita uma homenagem à agricultura Tercilia Medin, a Bimba, referência em fitoterápicos de Pato Bragado. estudantes. Durante o Encontros e Caminhos, vários estudantes fizeram visita técnica ao sítio e receberam mudas de plantas medicinais. Em Pato Bragado, a propriedade de Valmir Anderle também é exemplo. Ele é um agricultor agroecológico e tem uma propriedade modelo, que foi visitada em junho pelo Brinde com ervas medicinais para celebrar o encontro australiano André Leu, presidente da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica, e pela canadense Adriana Michael, jornalista responsável pela publicação Organics & Wellness. Eles já haviam visitado o Brasil algumas vezes e já tinham tido contato com o CAB, mas ainda não haviam conferido in loco. “Esta é minha segunda vez no Brasil, que considero um dos países nos quais a agricultura orgânica cresce em larga escala,” explicou André. “Em minhas conversas mundo afora, o país sempre serve de exemplo, principalmente por ter colocado regras para o uso da produção orgânica”, completou. As ações do Encontros e Caminhos incluíram ainda uma Cavalgada Ecológica com almoço no Centro de Tradições Gaúchas; palestra para estudantes das escolas, distribuição de mudas de ervas medicinais para estudantes; apresentação da peça de teatro “O valor das ervas medicianis na saúde do nosso povo”. Em sua propriedade ela cultiva mais de 90 espécies de plantas medicinais, trabalho iniciado com a ajuda da Pastoral da Criança e da Itaipu, que doou as primeiras mudas e disponibilizou cursos e treinamentos. “As plantas medicinais são minha segunda família”, disse. Ela ministra palestras sobre o uso de plantas medicinais e recebe visitas em sua propriedade - já passaram por seu sítio cerca de 600 Em Quatro Pontes, o clima de aventura marcou as atividades do “Encontros e Caminhos”. Jovens, com idades entre 14 e 16 anos, pedalaram, fizeram rapel e, claro, ajudaram na limpeza do Arroio Quatro Pontes, local de lazer para os moradores da cidade que vão ali para pescar, nadar, fazer caminhadas. Na festa de encerramento, reconhecimento pelo trabalho ambiental desenvolvido no município Nas escolas os alunos ouviram palestras sobre diversos assuntos Dona Bimba é referência quando o assunto é fitoterápicos 20 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l Quatro Pontes Curso de recuperação de nascentes N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 A atividade começou com a pedalada de 5 quilômetros, do centro da cidade até o Arroio, onde a cachoeira que ali se forma além de refrescar o dia quente, inspirou o grupo que arregaçou as mangas e recolheram o lixo deixado nas margens pelos que frequentam o local, mas não têm a consciência de mantê-lo limpo. “A partir de agora, começamos um novo caminho, um novo amanhã, um novo encontro”, disse o cabo Ricardo Oguino, guia dos adolescentes na aventura. Os detritos totalizaram quatro sacolas com capacidade para 20 quilos. Além da coleta, os jovens aproveitaram o dia também para praticar a “falsa baiana” – travessia em cordas – e rapel. Daiane Krindges, que puxou a fila no rapel, enfrentou o medo e aproveitou a descida. ”No começo fiquei nervosa, mas depois foi legal. Foi inesquecível.” Em cerca de dois meses de atividades, Quatro Pontes também programou um curso de recuperação de nascentes, na propriedade de Narciso Mombach; palestra sobre a utilização da água para a produção de energia elétrica, ministrada por Domingo Fernandez, da Itaipu; passeio pela Linha Água Verde, com apresentação do grupo de dança gauchesca da Casa da Cultura; gincana no Colégio Estadual Quatro Pontes, com plantio de mudas e coleta de lixo eletrônico; concurso de redação; e o Dia do Desafio, quando foram plantadas mais de 100 árvores. No encerramento, o Centro de Eventos ficou lotado para apresentações de música, teatro e um vídeo com o retrospecto do que foi realizado pelo município durante o “Encontros e Caminhos”. No evento, foram entregues certificados de reconhecimento pelo trabalho ambiental a várias pessoas, entre elas, Anita Kroll, que faz artesanato com material reciclável. “Se a gente olhar bem, nada é realmente lixo, tudo pode ser aproveitado”, disse, orgulhosa. “Eu já trabalho fazendo arte com esses materiais há alguns anos e gostaria que as pessoas soubessem que tudo pode ser reutilizado.” Na abertura das atividades, passeio de bicicleta, limpeza das margens do Arroio Quatro Pontes e rapel Os Encontros e Caminhos foram momentos muito importantes para nossa cidade, pela prática da cidadania que deu aos nossos munícipes. O evento foi um círculo virtuoso, e como tal, deve continuar Paulo César Feyh, prefeito de Quatro Pontes Teatro na festa de encerramento E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 21 encontros e caminhos encontros e caminhos Trabalhando pelo desenvolvimento Santa Tereza do Oeste Ramilândia Ações começaram no Dia do Trabalho e envolveram estudantes na preservação ambiental Resgate da memória no campo e cidade A comunidade se reuniu para trocar histórias sobre a formação da cidade e registrar dados das mcrobacias Tropeada Transparaná A noite de comemoração dos servidores municipais pelo Dia do Trabalhador, em Ramilândia, também marcou os 10 anos de participação no Programa Cultivando Água Boa e o lançamento da programação do Encontros e Caminhos no município. “Estamos desde o começo com o programa, o que nos ajudou bastante com o escoamento da produção agrícola, facilitou o transporte escolar e protegeu nosso meio ambiente,” disse Ubaldo de Barros, prefeito de Ramilândia. O gerente do Departamento de Interação Regional, Gilmar Secco, representou Itaipu na cerimônia. “O que nós mais queremos com os Encontros e Caminhos é que nesses 45 dias, a sustentabilidade vire foco principal nas discussões dos municípios.” A programação do evento incluiu a visita técnica dos alunos da Escola Municipal Arlindo Gouveia a uma das microbacias do município. Ali puderam ob- servar uma nascente de água, plantar mudas de árvores nativas em áreas de proteção do curso de água, aprendendo o valor da preservação ambiental. A parte cultural ficou a cargo de apresentações de jovens talentos do município, que puderam mos- trar o que sabem cantando, dançando e fazendo arte. No encerramento do Encontros e Caminhos, o reconhecimento às pessoas que trabalham para a conservação ambiental no município. A memória do Município de Santa Tereza do Oeste foi contemplada em duas ações programadas no Encontros e Caminhos. Uma delas foi a realização de um almoço com os pioneiros, que foram divididos por década de chegada à cidade, desde 1920 a 1970. Em outra frente, mais ampla, foi feita a Cartografia Socioambiental, com o objetivo de fazer o resgate histórico das comunidades rurais e suas microbacias, com visitas in loco para levantamento dos dados históricos e ambientais, com recursos áudio visuais e confecção de maquetes. O contato direto com a natureza, com observação de flora e fauna e alertas sobre os cuidados com o meio ambiente foi proporcionado pela Microexpedição nas Bacias do Rio Paraná e Rio Iguaçu, que reuniu catadores, alunos de escolas municipais e estaduais, igrejas, associações, pastorais, cooperativas, merendeiras, feirantes entre outros representantes da sociedade. Almoço e palestras Moradores da comunidade São Luiz participaram de palestras e um almoço especial. A reunião celebrou a readequação de 17 quilômetros de estradas, 514 hectares de áreas preservadas; e inclui a entrega do novo distribuidor de dejetos da comunidade. A palestra abordou o tratamento e procedimento caso o agricultor encontre algum animal peçonhento como cobra, aranha ou escorpião. “O inverno, período de hibernação junto com o tempo de limpeza e plantio da terra, é quando o produtor se expõe ao contato com animais”, explicou a enfermeira da Vigilância Sanitária Municipal, Franciele Matos. As atividades recreativas e de lazer também tiveram espaço garantido. A Virada Cultural teve uma programação extensa, reunindo exposição das fotos, imagens e peças históricas resgatadas pelos pioneiros; apresentação de grupos de capoeira, ginástica rítmica e de teatro. A 5ª etapa da Tropeada Histórica Transparaná também integrou o Encontros e Caminhos. Os cavaleiros, que saíram de Paranaguá em direção a Foz do Iguaçu, par- ticiparam de um almoço em Santa Tereza do Oeste. Reconhecimento Um jantar especial no dia 12 de junho celebrou o aniversário da cidade e o encerramento do Encontros e Caminhos. Na cerimônia, foram entregues certificados ambientais para os atores municipais que se destacam na preservação de meio ambiente. A educadora ambiental Solange Oliveira foi uma das homenageadas. “O que eu aprendo eu espalho para outras pessoas”, ensinou. Atividade da Virada Cultural Queremos trabalhar ainda mais para sermos cada vez mais merecedores das parcerias do Cultivando Água Boa Ubaldo de Barros, prefeito de Ramilândia Microexpedição às Bacias do Paraná e Iguaçu 22 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 23 encontros e caminhos encontros e caminhos Cuidado com as águas foi foco de ações Reconhecer para expandir Santa Helena Santa Terezinha de Itaipu Municípios mostrou que grandes resultados só são possíveis com ações coletivas Uma microexpedição para conhecer a nascente do Rio Morenão e a limpeza da prainha e do lago movimentaram os moradores Coral infantil na cerimônia de lançamento do Encontros e Caminhos Conhecer de perto a nascente do Rio Morenão, na localidade de Linha Santa Clara, foi uma das principais atividades do Encontros e Caminhos em Santa Helena. Os participantes percorreram as margens da nascente e receberam instruções sobre como preservar e analisar a qualidade da água e do próprio canal de escoamento do rio, trabalho coordenado pelo professor de química Mauri Jorge May. A microexpedição contou com a presença de agricultores, moradores da região, alunos, professores, organismos do setor rural, Sin- dicato dos Trabalhadores Rurais, Instituto Emater, Itaipu, Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento e do prefeito de Santa Helena, Jucerlei Sotoriva, que também participou da parte prática da análise de leito e da água do rio. Segundo um dos moradores da localidade, Anibaldo Meurer, a nascente está em melhores condições que há alguns anos, quando as terras eram utilizadas para agricultura e o plantio feito até a margem do rio. Atualmente, os produtores da região desenvolvem algumas ações de preserva- ção, como manter a vegetação nas encostas do córrego. A expedição integra um plano maior de recuperação de nascentes e cuidados com o meio ambiente, que inclui adequação de estradas e práticas de conservação de solo, entre outras ações. Limpeza Em outra atividade do Encontros e Caminhos, o lixo às margens da prainha e do lago foram recolhidos pelos pescadores, que munidos de luvas, botas e bastante disposição, dividiram-se em grupos para cole- tar latas, garrafas e sacolas plásticas. toneladas de lixo do rio. O material se juntou ao que foi coletado em abril do ano passado, com a baixa do Lago de Itaipu: centenas de garrafas de agrotóxicos dos anos 1970/80/90, algumas ainda lacradas e com conteúdo intacto.“Se um perigo desses bate em algum lugar e abre, é um desastre! Nossos peixes seriam todos contaminados”, apontou Lírio Hoffmann. Os recipientes de agrotóxico repousavam no fundo do lago junto a pneus, pequenos botijões de gás, brinquedos e panelas. No total, foram retiradas 2 Cultura Nos 53 dias de programação do “Encontros e Caminhos”, Santa Terezinha de Itaipu mostrou que bons resultados são possíveis graças ao trabalho de todos. Além de fortalecer e dar visibilidade às ações de preservação do meio ambiente, o momento também foi de reconhecer o trabalho das pessoas para expandir as possibilidades de ações do Programa Cultivando Água Boa, desenvolvidos no município. Um dos melhores exemplos de trabalho e envolvimento coletivos é o Corredor da Biodiversidade Santa Maria, uma faixa verde que começou a ser formada em 2003 A cultura também ganhou destaque na programação do Encontros e Caminhos. Uma exposição resgatou a história da música por meio de uma mostra de discos de vinil. Rogério Arnold e Romeu Bonatto são colecionadores e disponibilizaram o acervo para a exposição. Além dos discos a exposição também resgatou aparelhos para reprodução utilizados nos anos 50 e 60, como toca-discos, fabricado em 1950 e um rádio, de 1951. Coleta de lixo eletrônico e hoje liga as áreas de proteção do reservatório de Itaipu ao Parque Nacional do Iguaçu. Durante o Encontros e Caminhos, o corredor recebeu a visita de estudantes e moradores da cidade. Antonio Correa, presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Santa Terezinha de Itaipu, havia muito tempo não entrava em uma mata. “É uma sombra muito boa e fazia tempo que eu não respirava aquele ar puro que tem lá dentro.” Coleta Plantio de mudas de palmito Em outra frente de ação, Santa Terezinha de Itaipu conseguiu arrecadar 5,5 toneladas de lixo eletrônico – celulares, baterias, televisores, computadores, teclados, entre outros. O material, coletado durante uma campanha, foi vendido e o dinheiro arrecadado, repassado para a Associação dos Catadores de Recicláveis de Santa Terezinha de Itaipu (Acaresti). na limpeza do pátio e dependências da escola. “Sabemos que estamos ajudando a escola e a natureza com essa atitude”, disse Santina. Peixes Ainda dentro da programação do Encontros e Caminhos foi realizada uma feira de peixe vivo reunindo piscicultores que cultivam os peixes em tanques-rede. “O pessoal valoriza o pescador e nos ajuda a trocar telas e tanques. Hoje, se não fosse por eles, eu não estaria na pesca”, comentou o piscicultor Olmiro Vogel. Sua produção é de 7 mil peixes por ano, dos quais 5.500 vão para a merenda escolar. Reconhecimento Na festa de encerramento, várias pessoas receberam o certificado pela contribuição nas atividades ambientais do município. Bianca Franco participa do Programa de Formação de Educadores Ambientais (FEA) e tem forte participação em projetos ambientais. “Sempre que posso levo os projetos para a faculdade. Assim a gente consegue atrair mais pessoas. Aqui na cidade nós temos o apoio de todo mundo” comentou Bianca. “Esse é um momento de demonstrar o que nós estamos fazendo em relação ao meio ambiente. E, também faz parte do projeto identificar as boas práticas ambientais. Uma das maneiras de valorizar essas pessoas é promover essa certificação ambiental” explicou o gestor do Encontros e Caminhos de Santa Terezinha, Paulo Squinzani. Cisternas Na Escola Monteiro Lobato, foram entregues duas cisternas para aproveitamento da água da chuva. Clair Rouver, Noêmia Santos, Santina de Jesus e Maria Luiza da Silva, zeladoras da escola, serão as responsáveis pelo uso da água Apresentação na festa de entrega de cisternas na Escola Monteiro Lobato 24 E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Na feira do peixe vivo, piscicultores conseguem renda com a venda da produção em tanques-rede E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 25 encontros e caminhos encontros e caminhos Criando uma terra nova são josé das palmeiras São Miguel do Iguaçu A história que vivenciamos é melhor que a que lemos nos livros Cuidados com o meio ambiente inspiraram nome para atividades do Encontros e Caminhos Leonice Lenz Marques, coordenadora dos Encontros e Caminhos Cavalgada Ecológica “Terra Nova – recuperando e protegendo vidas” foi o nome escolhido para as ações do Encontros e Caminhos em São José das Palmeiras. O evento de lançamento do projeto aconteceu durante a 29ª festa do município e 22ª Festa do Peão. Na festa, ficou estabelecido que, a partir de agora, a cada ano, o campeão do rodeio será homenageado com plantio de uma árvore nativa para simbolizar o cuidado com a natureza. Além disso, foi feita a entrega simbólica das 40 mil mudas de árvores a serem plantadas no município, lembrando os 40 anos da Itaipu Binacional. Uma das atividades reuniu dez jovens do Colégio Estadual São José das Palmeiras, que viveram uma grande aventura: foram conhecer os resultados das ações do Programa Cultivando Água Boa no município, como a proteção de nascentes e o apoio à produção rural. A microexpedição começou na comunidade Codal, a 15 quilômetros de São José, onde os jovens foram visitar uma nascente coberta e protegida, um dos trabalhos que mais orgulham Quirino Kessler, gestor de bacias hidrográficas. “Quando viemos aqui pela primeira vez, aqui não tinha nada, só a água exposta. Protegemos e cobrimos a nascente e plantamos a mata ciliar”, explicou. Na última etapa da expedição, uma surpresa – uma queda d’água para aplacar o calor traiçoeiro. Além dessa expedição, também foi realizada uma trilha ecológica e o repovoamento de peixes no Arroio do Encontro por estudantes da cidade. Os estudantes permaneceram no foco das ações. Em maio, as- Resgate histórico e cultural sistiram a palestras sobre combate á dengue e sobre hortas verticais. Também foram realizadas atividades esportivas, com o objetivo de formar cidadãos por meio da inclusão social e estimular o espírito de grupo. Participaram alunos das escolinhas de futebol e vôlei. Conhecer de perto as histórias de quem construiu a cidade para aprender a preservar para o futuro foi um dos objetivos das ações O Encontros e Caminhos em São Miguel do Iguaçu priorizou ações de preservação ambiental, cultura e agricultura. O destaque cultural ficou a cargo de um dia especial de palestras e círculos de debates, reunindo cerca de 300 professores da rede municipal de ensino de São Miguel do Iguaçu. O tema da discussão foi sobre o papel do educador dentro do contexto da educação ambiental. Rural A programação do Encontros e Caminhos foi bastante variada. Em abril, foi realizada uma Cavalgada Rural, reunindo dezenas de cavaleiros, com o objetivo de resgatar as tradições culturais e proporcionar momentos de confraternização. E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l Um dos palestrantes foi o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich. Sua fala foi pautada no diálogo sobre os conteúdos e valores da ética do cuidado, solidariedade e compreensão ambiental. “Somos fios de uma teia da vida” destacou Friedrich. Quilombola Duas turmas do colégio de São Mi- guel do Iguaçu conheceram a Comunidade Quilombola Apepu para ver de perto o que se lê nos livros de história. A comunidade reúne negros descendentes de escravos. Os estudantes foram recepcionados por Aurora Correa, de 72 anos, uma das líderes da comunidade e aprenderam o significado de “Apepu” (laranja muito comum na Visita à comunidade quilombola Apepu Orientação sobre formação de hortas Visita à comunidade indígena Diversão também fez parte da programação. Uma roda de viola alegrou a comunidade, ajudando a resgatar a cultura regional. Na Roda de Memória, foi promovido encontro entre os pioneiros e os moradores mais jovens quando recordações e histórias foram compartilhadas. localidade), conheceram o lugar e ouviram histórias dos moradores. Pioneiros Histórias também conduziram as atividades de jovens de duas escolas que, num dia chuvoso, caminharam pela Rua Floresta, a primeira rua da cidade, na companhia de pioneiros. No tempo da colonização, as distâncias eram longas, não havia as facilidades atuais de deslocamento e contato com outras pessoas, e foi isso que todos os três pioneiros quiseram frisar aos mais novos. Antônio Daniel Neto, 66 anos, lembra-se de datas e fatos com clareza. “Lembro bem que a gente achava tudo difícil, mas hoje em dia, me sinto muito feliz de ter escolhido essa terra para viver e Repovoamento de peixes no Arroio do Encontro 26 Roda de Viola N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 ela me acolheu.” Para que a história não se perca, os depoimentos dos pioneiros foram transformados em um livro - “Histórias e Estórias de São Miguel do Iguaçu”. Encontros No encerramento do Encontros e Caminhos, os alunos do Ensino de Jovens e Adultos da Escola Henrique Ghellere puderam rememorar todas as ações Programa Cultivando Água Boa no município numa exposição de fotos em destaque no saguão. “Decidimos fazer essa retrospectiva para fixarmos que a história que vivenciamos é melhor que a que lemos nos livros”, explicou a coordenadora dos Encontros e Caminhos, Leonice Lenz Marques. E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 27 encontros e caminhos encontros e caminhos Valorizando a história para planejar o futuro Terra Roxa São Pedro do Iguaçu De teatro à expedição ao Rio Paraná O cuidado ambiental vivenciado por diversos segmentos da comunidade Após dois anos de pesquisas e coleta de documentos, professor reúne histórias da cidade em livro O lançamento do Encontros e Caminhos em São Pedro do Iguaçu foi celebrado junto com o 4º Encontro dos Pioneiros. No evento, foi lançado o livro “São Pedro do Iguaçu: Histórias, Causos e Lendas”, do professor Luiz Carlos Salamí. Em São Pedro do Iguaçu desde 1977, Salamí conta que sentiu a necessidade de registrar a história da cidade conversando com alunos. “Percebi que nossa juventude não conhecia nada sobre a origem e as histórias da cidade”, contou. “Não podia deixar tudo isso se perder.” Foram dois anos de pesquisas e coleta de documentos para contar a história de muitas pessoas, como Luzia Oliveira. “A história da minha família foi difícil, mas com A cima, ao lado e no detalhe ações do Rio Mais Limpo muito esforço, vencemos. Agora, com o livro, posso mostrar para os meus netos. Tem muita coisa aqui que os mais novos não acreditam.” Cadastro rural As atividades do Encontros e Caminhos incluíram também uma palestra sobre o recém-regulamentado Cadastro Ambiental Rural (CAR) com a engenheira agrônoma, Gláucia Dias. O CAR foi aprovado junto com o novo Código Florestal, há dois anos, mas apenas em maio foi dis- ponibilizado na internet. O prazo para que os produtores rurais façam o cadastramento termina em maio de 2015. O cadastramento é obrigatório e gratuito e ampara os produtores rurais caso precisem requerer serviços do governo, além de facilitar o acesso ao crédito rural. Notícias da ANA a um clique de distância A Casa de Cultura Ademir Antonelli ficou lotada nas três apresentações da peça “As Quatro Estações da Alma”, que integrou a programação de abertura do Encontros e Caminhos em Terra Roxa. Cadastre-se no site boletimaguas.ana.gov.br/cadboletim No evento, a diretora de Cultura e responsável pelos projetos de Meio Ambiente do município, Claudinéia Vilar Sônego, ressaltou a importância do projeto. “A ideia é sermos agentes multiplicadores dentro do Projeto Encontros e Caminhos, e, para atingir estes objetivos, apostamos na coletividade”, ressaltou. para receber o Boletim Água em seu e-mail e fique informado sobre as principais notícias da ANA. Acompanhe a ANA no Facebook, no Twitter e no Youtube. www.ana.gov.br 28 E n c o n t ro s e C a min h o s facebook.com/anagovbr Ita i pu Bi na c i ona l Exposição twitter.com/anagovbr Fotos contando a história dos pioneiros e retratando momentos curiosos foram reunidas para compor uma exposição itinerante, que passou por vários locais públicos. As fotos foram coletadas junto a estudantes do município. O objetivo foi despertar a atenção para o passado e refletir sobre a evolução e o progresso alcançados. Na programação, duas atividades ligadas à vida no campo: cavalgada e roda de viola. A cavalgada tem sido um esporte-lazer crescente no município, onde o contato com a natureza e os diferentes caminhos ajuda a integrar cidade e meio rural. E para estimular a vocação dos tocadores e cantadores de moda de viola ou música de raiz, foi realizada uma Roda de Viola reunindo vários moradores da cidade no Sítio São Pedro, de Pedro Sonego. Flores no caminho Outra ação desenvolvida dentro do Encontros e Caminhos foi o plantio de flores nas principais avenidas da cidade. Em parceria com o projeto Formação de Educadores Ambientais (FEA), mais de mil mudas de cravo-amarelo foram plantadas no município com a ajuda de estudantes. “Envolver as crianças nessa tarefa mostrou o interesse delas em cui- A ideia é sermos agentes multiplicadores dentro do Projeto Encontros e Caminhos Claudinéia Vilar Sônego, diretora de Cultura e responsável pelos projetos de Meio Ambiente Oficina de língua polonesa dar do meio ambiente e carinho com a cidade onde vivem”, destacou a diretora do Meio Ambiente, Carla Simões. Na Expedição ao Parque Nacional de Ilha Grande e na ação Rio+Limpo – realizada em parceria com o Consórcio Intermunicipal para a Conservação do Rema- nescente do Rio Paraná e Áreas de Influência (Coripa) – estudantes e outros moradores da cidade puderam manter contato direto com a natureza, contemplando o Rio Paraná até a foz do Rio Piquiri onde os dois rios se encontram. Na ação Rio+Limpo foi a vez de colocar mãos à obra e ajudar na coleta do lixo acumulado nas margens dos dois rios. youtube.com/anagovbr N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 29 encontros e caminhos encontros e caminhos Toledo Vera Cruz do Oeste Um caminho além do leito do rio Atividades aliaram resgate da importância do Rio Toledo com a promoção da consciência ambiental Nessa visita os alunos podem vivenciar na prática o que estudam na teoria Uma aula sobre plantas medicinais Alcenia May, professora Além da visita a uma propriedade de cultivo de ervas medicinais, programação incluiu também visita ao aterro sanitário e barracão de reciclagem Enfrentando uma manhã chuvosa, alunos participantes do Projeto Florir Toledo, dos Centros da Juventude e da Escola Municipal São Luiz deram início à programação dos Encontros e Caminhos – Expedição Rio Toledo. Plantio de árvores e flores Apresentação cultural Cerca de 50 jovens descobriram que a história do município corre por aquela nascente e a área, que hoje é uma frondosa floresta, foi o marco zero da cidade. Naquele território, jovens ajudaram no monitoramento participativo do rio, coletando a água para análise da qualidade; plantaram mudas de árvores nativas; e, com professores e instrutores de educação ambiental, passearam pela copa das árvores numa expedição sensorial, na qual espelhos sob o queixo permitem observar o que há em cima. Batizada “Um caminho que vai além do leito do rio”, a expedição teve uma ampla e intensa programação. “Queremos realizar um resgate da importância histórica, cultural, social e ambiental do Rio Toledo, que deu nome ao município, por meio de atitudes que promovam a consciência ambiental”, explicou a secretária de Comunicação Social e coordenadora do evento, Rosselane Giordani. A expedição incluiu ações em sete escolas municipais. Em cada unidade escolar foram desenvolvidas atividades que exploraram a diversidade de significados histórico, cultural, ambiental e social que permeiam o Rio Toledo por meio de palestras e oficinas sobre plantas medicinais, condimentares e aromáticas; distribuição de sementes ou folhas secas de plantas medicinais; apresentações teatrais; exposições itinerantes; depoimento de pioneiros; apresentações musicais; oficinas sobre meio ambiente e cultura; coleta de eletrônicos; oficina de poesia e grafitagem. “É importante para apreendermos mais. A cada palestra, a cada pessoa que a gente conhece é algo a mais de bom acrescentado em nossa vida, principalmente sobre o meio ambiente”, avaliou. Encerramento Toledo escolheu o Dia do Meio Ambiente para encerrar a programação. Houve apresentações culturais e como lembrança,mudas de alecrim e sachês de sal com ervas finas. Em Vera Cruz do Oeste, um dos grandes destaques das ações do Programa Cultivando Água Boa é o cultivo de plantas medicinais. Por isso, uma das ações do Encontros e Caminhos foi a visita dos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Casa Familiar Rural Getúlio Prate à propriedade de Guiomar Neves. que estudam na teoria” disse a professora Alcenia May. A agricultora explicou os usos de várias espécies e o funcionamento do secador de folhas e guiou o grupo pela sede da Cooperativa Gran Lago, onde são embaladas e processadas as plantas medicinais. Sem medo de perguntar, os estudantes sanaram as dúvidas sobre separação do lixo. “É importante que vocês também passem isso pra frente em suas casas,” disse a secretária de Meio Ambiente do município, Sílvia Maccari, que guiou o grupo na visita. No passeio, os alunos, que também estudam agricultura e pecuária, puderam integrar conteúdos. “Nessa visita os alunos podem vivenciar na prática o Biogás A expedição também incluiu a visita de adolescentes dos Centros da Juventude e do Projeto Florir Toledo à propriedade do agricultor e suinocultor Paulo Lunkes, no distrito de São Luiz do Oeste, onde puderam conhecer um biodigestor e os princípios da utilização de dejetos animais para produção de energia. E n c o n t ro s e C a min h o s Ita i pu Bi na c i ona l A Associação de Catadores de Vera Cruz do Oeste é presidida por Félix Ranzan, de 72 anos, um exemplo de vida e cuidado com o meio ambiente. “Sou jardineiro aposentado. Poderia estar em casa, descansando, mas não consigo”, contou. “O barracão é muito perto de casa, passava aqui todo dia, gostava do que via e sabia que essas ações poderiam melhorar. E cá estou eu, indo pro segundo mandato.” O estudante Yuri Nathan Maschio viu uma grande oportunidade no encontro. N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 N º 26 N o vemb ro 2 0 1 4 Pacto das Águas: comprometimento Pacto No encerramento das atividades do Encontros e Caminhos, Vera Cruz do Oeste celebrou mais um Pacto das Águas, dessa vez, na comunidade da microbacia do Jacutinga Alta. Após a solenidade, foram entregues os certificados de reconhecimento para os que se destacaram na preservação ambiental. Grafitagem 30 Outro destaque na programação do Encontros e Caminhos em Vera Cruz do Oeste foi a visita de estudantes ao aterro municipal e ao barracão para triagem de recicláveis. A turma passou observando todos os estágios de separação do lixo no barracão de recicláveis: a triagem, a separação, a estocagem e a compactação. Visita à Associação de Catadores: exemplo Visita ao aterro sanitário E n c o n t ro s e Ca m i n h o s I t a i pu B i n a c i o n a l 31