Levantamento bibliográfico: gênero no meio rural
ARTIGOS, REVISTAS E PERIÓDICOS
CARNEIRO, Maria José; e TEIXEIRA, Vanessa L. Mulher rural nos discursos dos
mediadores. Estudos Sociedade e Agricultura, 5 novembro 1995.
RATTO, Izabel Maria R. De boa mãe de família a consumidora esclarecida: os currículos
de Economia Doméstica. Estudos Sociedade e Agricultura, 3 novembro 1994.
CARNEIRO, Maria José. Mulheres no campo. Estudos Sociedade e Agricultura, 2 julho
1994.
Farah, Marta Ferreira Santos. Gênero e políticas públicas. REVISTA ESTUDOS
FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: gênero, política pública, política de gênero, agenda de gênero, governo
local.
Resumo: Análise da incorporação da perspectiva de gênero por políticas públicas
desenvolvidas por governos subnacionais no Brasil. O artigo inicia-se com uma
reconstituição da agenda de gênero e de sua relação com a agenda de reforma do Estado
e das políticas públicas desde a década de 1980. Identificam-se a seguir propostas
formuladas por movimentos de mulheres e entidades feministas no campo das políticas
públicas. Com base nessas propostas, são analisados programas das áreas de saúde,
combate à violência contra a mulher e geração de emprego e renda, destacando-se a
maior ou menor aderência das iniciativas locais à agenda feminista.
Brumer, Anita e Paulilo, Maria Ignez (organizadoras). As Agricultoras do Sul do Brasil.
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Deere, Carmem Diana. Os direitos da mulher à terra e os movimentos sociais rurais na
reforma agrária brasileira. REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO
CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: reforma agrária, movimentos sociais, direitos da mulher à terra, Brasil.
Resumo: Este artigo examina a evolução da reivindicação dos direitos da mulher à terra
na reforma agrária brasileira sob o prisma dos três principais movimentos sociais rurais:
o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os sindicatos rurais e o
movimento autônomo de mulheres rurais. O mérito maior por levantar a questão dos
direitos da mulher a terra e das mulheres dentro dos sindicatos rurais. Os direitos
formais das mulheres à terra foram conseguidos na reforma constitucional de 1988, e
em grande medida isso foi um subproduto do esforço para acabar com a discriminação
contra as mulheres em todos as suas dimensões. A conquista das igualdades formais,
contudo, não levou a um aumento na parcela de mulheres beneficiárias da reforma, a
qual permaneceu baixa até a metade da década de 1990. Isso aconteceu principalmente
porque garantir na prática os direitos da mulher à terra não estava entre as prioridades
dos movimentos sociais rurais. Além disso, o principal movimento social a determinar o
passo da reforma agrária, o (MST), considerava classe e gênero questões incompatíveis.
Próximo ao final da década de 1990, entretanto, havia uma consciência crescente de que
deixar de reconhecer os direitos da mulher à terra era prejudicial ao desenvolvimento e à
consolidação dos assentamentos da reforma agrária e, portanto, para o movimento. O
direito da mulher à terra, junto com um lobby efetivo, encorajou o Estado em 2001, a
adotar mecanismos específicos para a inclusão de mulheres na reforma agrária.
Brumer, Anita. Gênero e Agricultura: A situação da mulher na agricultura do Rio
Grande do Sul. REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL.
12, N. 1/2004
Palavras-chaves: gênero e agricultura, mulher rural, migração rural.
Resumo: O texto examina as formas de inserção das mulheres na agricultura familiar,
procurando explicar a seletividade de gênero do processo migratório. Primeiramente,
aborda a distribuição da população, por sexo e por grupos de idade, em diversas regiões
do Estado do Rio Grande do Sul, caracterizando o maior índice de emigração de
mulheres jovens do que dos demais grupos etários e de sexo. Depois, trata da divisão do
trabalho por sexo e idade, dos efeitos da modernização sobre o trabalho agrícola, da
inserção dos jovens no trabalho da unidade produtiva familiar, das atividades fora d
agricultura e dos procedimentos utilizados pelos produtores agrícolas para a transmissão
da propriedade rural para os filhos. Finalmente, discute o possível efeito do acesso das
mulheres rurais à Previdência Rural sobre suas perspectivas de permanecer ou não na
atividade agrícola.
Paulilo, Maria Ignez S. Trabalho Familiar: Uma categoria esquecida de análise.
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: movimentos sociais rurais, gênero, agricultura familiar, feminismo.
Resumo: A influência do marxismo na Sociologia do Trabalho e no feminismo foi e
ainda é muito grande, o que trouxe uma ênfase nos estudos sobre o operariado. Com
isso, o campesinato tornou-se um tema de difícil articulação dentro do marxismo e do
feminismo. Havia uma crença generalizada de que liberação das mulheres passaria
necessariamente por sua independência financeira, fruto da inserção individual no
mercado de trabalho. Como 'encaixar' aí as mulheres em regime de trabalho familiar?
Elas não foram bem 'encaixadas', havendo com freqüência um 'viés urbano' perpassando
as análises do trabalho feminino no campo. O surgimento de vários movimentos de
mulheres agricultoras no Brasil colocou em cheque a visão corrente de 'vítimas' que se
tinha sobre elas, na medida em que estão se impondo como 'atoras'. Neste momento,
porém, os movimentos feministas estão mais voltados para questões de reconhecimento,
de identidade, que de redistribuição de renda, propriedades e, o que nos interessa mais,
terra. Nosso objetivo neste trabalho é desvendar os preconceitos imbricados na análise
do campesinato e trazer de volta questões sobre a condição econ6omica desigual das
mulheres envolvidas na agricultura familiar, cujo acesso à terra se faz quase unicamente
pelo casamento. O direito de tomar decisões sobre a própria vida pode ser desvinculado
da obtenção de um salário individual, mas não do acesso a uma renda própria.
Stropasolas, Valmir Luiz. O valor do casamento na agricultura familiar. REVISTA
ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: agricultura familiar, juventude, gênero, casamento.
Resumo: O artigo aborda o questionamento de valores culturais na agricultura familiar
e, especificamente, coloca em relevo as diversas representações que vêm sendo
construídas por jovens e mulheres em torno da noção de casamento. Para discutir o
2
significado, a importância e as redefinições em curso na categoria casamento, resgatamse alguns depoimentos feitos por filhas/os de agricultores familiares na âmbito da minha
pesquisa de doutorado realizada na região Oeste de Santa Catarina. A partir da análise
das representações e das iniciativas da juventude rural, visualiza-se a emergência de
conflitos na horizonte das escolhas dos modelos de família e casamento, processo que
repercute nos projetos de vida formulados por moças e rapazes e que acarreta um viés
de gênero no movimento migratório de jovens.
Silva, Cristiani Bereta da. Relações de gênero e subjetividade no DEVIR MST.
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chave: movimentos sociais, gênero, subjetividades.
Resumo: Os relatórios internos e as diversas e distintas publicações do e sobre o MST
produzidos nos últimos 20 anos desvelam processos que permitem perceber que outras
preocupações foram constituídas em meio às lutas e disputas pela idas e vindas da
produção de idéias, práticas e sujeitos de um Movimento em construção. Este estudo é
um exercício crítico de reflexão sobre a natureza dessas produções nas relações
cotidianas, nas tentativas de construir sujeitos militantes. Busca investigar como as
mudanças foram sendo construídas e de forma foram investidas sobre as relações de
trabalho, sociais, políticas e, também afetivas de mulheres e homens, bem como de
homens e homens, e de mulheres e mulheres, nas dobras do MST.
Boni, Valdete. Poder e Igualdade: As relações de gênero entre sindicalistas rurais de
Chapecó, Santa Catarina. REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO
CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: Gênero, sindicalismo, empoderamento.
Resumo: A participação das mulheres na direção dos sindicatos, incluindo o Sindicato
de Trabalhadores Rurais, tem aumentado nos últimos anos. O movimento sindical rural,
historicamente masculino, não aceitava mulheres associadas até início dos anos de
1980. Hoje as mulheres vêm ocupando cargos nas direções executivas, o que não
significa que os sindicatos tenham mudado suas práticas discriminatórias. Neste texto
analiso as relações de gênero e poder que envolvem homens e mulheres dirigentes no
oeste do Estado de Santa Catarina. Mesmo com a abertura do espaço sindical para as
mulheres e a instauração da cota mínima de 30% de participação feminina estabelecida
pela CUT, não há muitas mulheres nos cargos de direção. Elas ficam 'escondidas' nos
quadros de apoio, ou não participam igualmente, já que o sindicato não evolui quanto às
suas práticas cotidianas, ainda discriminatórias. É uma batalha constante aliar
reivindicações de classe à busca por igualdade de gênero e poder. Às vezes as mulheres
precisam escolher uma das bandeiras.
Karan, Karen Follador Karam. A mulher na agricultura orgânica e em novas
ruralidades. REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12,
N. 1/2004
Palavras-chaves: mulher agricultura, ruralidade, agricultura orgânica.
Resumo: Conhecer e reconhecer o papel da mulher agricultora nos novos processos
produtivos em curso voltados a atualizar o lugar do rural nas sociedades
contemporâneas, a partir do sistema de produção da agricultura orgânica, é a pretensão
maior deste trabalho. Interessa identificar as estratégias adotadas pela agricultura
familiar para a dinamização e manutenção de modos de viver o meio rural nas
3
sociedade modernas. Nesse contexto é que se pesquisou a agricultura orgânica na
Região Metropolitana de Curitiba (RMC), analisou-se quem são os agricultores
envolvidos no processo e, dentro dele, buscou-se apontar o papel que a mulher
agricultora desempenha, desde o processo produtivo até a sociabilidade necessária à
manutenção de um "meio rural vivo", onde a agricultura orgânica aparece como uma
estratégia.
Salvaro, Giovana Ilka Jacinto. Jornadas de trabalho de mulheres e homens do MST.
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS, DO CFC/CCE/UFSC, VOL. 12, N. 1/2004
Palavras-chaves: assentamento coletivo, relações de gênero, divisão sexual do trabalho,
jornadas diárias de trabalho
Resumo: Este texto busca discutir a divisão sexual do trabalho em assentamento
coletivo do Movimento dos Sem Terra (MST), em Santa Catarina, marcado pela
proposta de coletivização da terra e dos meios de produção. Nessa forma de
organização, busca-se, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo MST, a transformação
igualitária e solidária da sociedade, incluindo a construção de novas relações de gênero.
O que se observou é que, no cotidiano, mulheres e homens, sujeitos históricos e
culturais, apropriam-se desses discursos de gênero, ao mesmo tempo que buscam lidar
com as contradições que se apresentam. Entre estas, colocam-se as diferentes jornadas
de trabalho que, apoiadas em padrões relacionais fixas, determinam oito horas diárias
para os homens na produção e quatro para as mulheres, em função do trabalho
doméstico e do cuidado das crianças.
Woortmann, Ellen F. Da complementaridade à dependência: espaço, tempo e gênero em
comunidades "pesqueiras"do nordeste. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS
SOCIAIS (ANPOCS), Ano 7, N. 18/1992
Palavras-chaves: espaço, gênero, identidade
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a relação entre o espaço, a construção
do gênero e a condição feminina em comunidades que se identificam como
"pesqueiras". Ele se divide em quatros partes. Na primeira, discuto a relação entre
identidade, classificação do espaço e classificação de gênero. Na Segunda, apresento
uma descrição etnográfica da perda sucessiva de espaços/ambientes e seus efeitos sobre
a mulher, periodizando a história dos grupos estudados a partir da percepção das
mulheres. A terceira parte está voltada para a relação entre o espaço e a construção do
tempo histórico, também do ponto de vista das mulheres. Finalmente, na Quarta parte,
considero a relação entre modernização, ambiente e condição feminina. As duas últimas
partes retomam algumas questões que foram sugeridas nas duas primeiras.
Brumer, A. - A REPRODUÇÃO DA UNIDADE FAMILIAR DE PRODUÇÃO:
GÊNERO, HERANÇA DA TERRA, EDUCAÇÃO E TRABALHO. In: XXIV
Congreso Latinoamericano de Sociologia, 2003, Arequipa (America Latina: Hacia una
Nueva Alternativa de Desarrollo. Associação Latino-Americana de Sociologia ALAS).Trabalho publicado na íntegra, no CD do congresso.
Palavras-chaves: Gênero, sucessão geracional, reprodução geracional.
Resumo: O trabalho examina as condições principais em que se dá a reprodução
geracional nas unidades familiares de produção, numa perspectiva de gênero. Examina
também as transformações que provocam mudanças na práticas tradicionais de sucessão
4
geracional, envolvendo aspectos tais como a herança da terra, o acesso à educação e a
atividades múltiplas no meio rural.
Brumer, A - A REPRODUÇÃO GERACIONAL NA UNIDADE DE PRODUÇÃO
FAMILIAR NA AGRICULTURA: UMA ABORDAGEM CONCEITUAL. In: XI
Congresso Brasileiro de Sociologia, 2003, Campinas, São Paulo (Sociologia e
Conhecimento: Além das Fronteiras - Sociedade Brasileira de Sociologia, 2003. Anais
do congresso, p.98.
Palavras-chaves: reprodução geracional, gênero, herança da terra, juventude rural.
Resumo: Com vistas a subsidiar pesquisas sobre juventude rural, neste trabalho,
apresentam-se e discutem-se alguns elementos do conceito de reprodução geracional na
unidade de produção familiar na agricultura. Merecem destaque, entre outros, os
seguintes aspectos: dimensões do conceito de reprodução (reprodução profissional X
reprodução da unidade produtiva); lógica de reprodução X transmissão do patrimônio;
gênero X herança da terra.
Brumer, A, Lopes, M. N., Sevilla, G., - A INSERÇÃO DE MULHERES JOVENS
NA AGRICULTURA FAMILIAR NO EXTREMO SUL DO BRASIL
Trabalho a ser apresentado no GT 31: 'Employment and labour relations in rural areas`,
no XI Congresso Internacional de Sociologia Rural, da IRSA, a ser realizado em
Trondheim, Noruega, no período de 25 a30 de julho de 2004.
Palavras-chaves: jovens agricultores, gênero, agricultura familiar.
Resumo: O objetivo principal deste trabalho é analisar as perspectivas de permanência
dos jovens agricultores, no meio rural, num enfoque de gênero. Procura-se explicar o
menor interesse das jovens mulheres em permanecer na atividade agrícola, devido às
formas diferenciadas em que são socializados rapazes e moças no trabalho agrícola, do
limitado acesso das jovens mulheres a responsabilidades, a uma renda própria e à
herança da terra.
Brumer, A - PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL E GÊNERO.
Sociologias. Porto Alegre, v.7, p.50 - 81, 2002.
Palavras-chaves: Gênero, Mulher Rural, Previdência Social Rural
Resumo: O trabalho apresenta uma análise das principais transformações da previdência
rural no Brasil, que culminaram com a inclusão das mulheres trabalhadoras rurais como
beneficiárias (direito à aposentadoria por idade e salário-maternidade) na legislação
aprovada pelo Congresso Nacional em 1988. Paralelamente, faz-se um exame do papel
do Estado e da sociedade civil na evolução da legislação relativa à previdência social
rural, procurando-se evidenciar seu caráter de ‘doação’ por parte do Estado ou da
‘conquista’ pelos próprios trabalhadores(as). Finalmente, são examinados alguns
impactos da implantação da previdência social rural no sul do Brasil, ressaltando-se seu
papel na diminuição da pobreza rural e da desigualdade na distribuição da renda, assim
como sua importância material e simbólica na mudança de relações de gênero no meio
rural.
Brumer, A - PREFÁCIO ao livro “O empoderamento da mulher; direitos à terra e
direitos de propriedade na América Latina”, publicado em Porto Alegre, pela Editora da
UFRGS, em 2002. p.5-8.
5
Brumer, A - PREFÁCIO ao livro “Jeito de mulher; a busca de direitos sociais e da
igualdade de gênero no Rio Grande do Sul”, de autoria de Alie van der Schaaf,
publicado pela EDUPF, Passo Fundo/RS, em 2001. p.5-7.
Brumer, A - RELACIONES DE GÉNERO Y SEGURIDAD SOCIAL EN EL SUR
DE BRASIL. In: Alicia Puyana y Guillermo Farlán (org.). Dessarrollo, Equidad y
Ciudadanía: Las políticas en América Latina. México: Plaza y Valdes, 2003. p. 261283.
Palavras-chaves: Gênero, assistência social
Resumo: El propósito central de este estudio es exponer la evolución que há tenido el
sistema de seguridad social en Brasil, poniendo especial atención en los avances que
han logrado las mujeres trabajadoras de las áreas rurales. Al hacer esto es importante
examinar los antecedentes de estos avances, sobre todo al enfatizar el carácter de
"donativo" que el imprime es Estado, o el de "conquista" que le dan las trabajadoras. Al
concentrar nuestros estudios en la parte sur de Brasil, nuestra intención también es la de
analizar los efectos sociales que tiene la seguridad social en sus beneficiarios y
considerar las posibles direcciones que pueden tomarse en las presentes circunstancias
de la sociedade brasileña.
Rosas, E.N.L., Brumer A, - APOSENTADORIA RURAL E GÊNERO NO SUL DO
BRASIL
Palavras-chaves: aposentadoria rural, gênero, meio rural.
Resumo: A partir da Constituição de 1988, as mulheres rurais passaram a ter acesso aos
benefícios da aposentadoria e da licença maternidade. Entre as conseqüências dessa
medida estão seu caráter redistributivo e sua importância na sustentabilidade da
agricultura como uma espécie de seguro agrícola. De acordo com uma perspectiva de
gênero, pode-se esperar que seus efeitos sejam diferentes para homens e mulheres. O
objetivo da pesquisa é verificar o impacto da aposentadoria sobre a situação das
mulheres rurais, examinando: 1º as formas de utilização dos recursos da aposentadoria
em domicílios onde a mulher é a única aposentada e em domicílios onde o beneficiário
é o homem ou o casal; 2º as possíveis alterações nas relações familiares. A análise
baseia-se na recodificação dos dados coletados pelo IPEA/Ipardes/Deser em 1998, num
total de 3000 questionários, em domicílios com pelo menos um beneficiário da
previdência rural, nos três estados do sul do Brasil. Foram feitas também observações e
entrevistas, com roteiro semi-estruturado, com mulheres e homens do meio rural, que
possibilitam uma análise qualitativa dos impactos do acesso à aposentadoria nas
relações familiares. A análise dos dados indica que as mulheres utilizam o recurso para
aumentar seu poder pessoal junto aos demais membros da família, enquanto que os
homens privilegiam o uso do recurso na esfera produtiva. Isto fica evidenciado, no caso
das mulheres, pela forma de utilização dos recursos da aposentadoria no auxílio aos
demais membros da família. Além disso, devido ao acesso a uma conta bancária em seu
nome, a um recurso que podem controlar diretamente e à percepção de que o acesso aos
benefícios da previdência resultou de uma conquista e não de uma dotação por parte do
Estado, elas têm maior autonomia, auto-estima e confiança no seu potencial.
Trabalho apresentado no VI Congresso da Associação Latino-Americana de Sociologia
Rural (ALASRU), realizado em Porto Alegre, em novembro de 2002. Publicado no
Livro de Resumos do Congresso, p. 106.
6
Lopes, M.N., Brumer,A - ANÁLISE DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO NA
UNIDADE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Palavras-chaves: Agricultura familiar, gênero, divisão sexual do trabalho.
Resumo: O objetivo principal da pesquisa é analisar a divisão sexual do trabalho dentro
da produção familiar agrícola, sob uma perspectiva de gênero. Geralmente as mulheres
participam ativamente das atividades na unidade produtiva, além de responsabilizar-se
pelas atividades domésticas. Com a modernização da agricultura, o trabalho humano é
em grande parte substituído pelas máquinas, o que resulta num relativo excesso de
trabalhadores permanentes, face “as necessidades produtivas”. A pesquisa procurará
examinar os arranjos existentes entre os membros da família (homens e mulheres, pais e
filhos) para distribuição do trabalho dentro da unidade produtiva e fora do
estabelecimento familiar. Serão examinados dados já coletados em duas regiões do Rio
Grande do Sul (Vale do Caí e Litoral), contanto com 200 questionários.
Trabalho apresentado no XIV Salão de Iniciação Científica da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, dezembro de 2003; e no XI Congresso Brasileiro de Sociologia,
realizado em Campinas, São Paulo, de 01 a 05 de 2003). (Sessão Sociólogos do Futuro)
Brumer, A; Souza, R .H. V; Zorzi, A - ETNIA, GÊNERO E ORGANIZAÇÃO
PRODUTIVA. In: XIV Salão de Iniciação Científica da UFRGS, 2002, Porto Alegre
Palavras-chaves: Etnia, gênero, agricultura familiar.
Resumo: As pequenas propriedade agrícolas, baseadas na mão-de-obra familiar,
constituem-se simultaneamente como unidades de produção (atribuídas aos homens) e
de reprodução (atribuídas às mulheres). O trabalho desenvolvido pelas mulheres na
esfera produtiva e o dos homens no espaço doméstico são geralmente concebidos como
‘ajuda’. Neste trabalho pretende-se relacionar a organização produtiva dos
estabelecimentos agrícolas com o espaço ocupado pelas mulheres, principalmente
jovens, na produção familiar, enfatizando a possibilidade da influência da cultura
(origem étnica das famílias estudadas) em sua na delimitação. A análise baseia-se em
dados primários coletados no estado do Rio Grande do Sul. Nas duas amostras formadas
por agricultores com predominância de origem étnica alemã, tanto a organização
produtiva como a divisão do trabalho por gênero são diferentes das características
encontradas nas duas amostras formadas por agricultores com predominância de origem
étnica luso-brasileira, aspectos que se sustentam na literatura existente sobre o assunto.
Trabalho publicado no livro de Resumos Iniciação Científica 2002. Porto Alegre:
Propesq-UFRGS, 2002, p.866.
Brumer, A e Giacoboo, E. O - A Mulher Na Pequena Agricultura Modernizada.
HUMANAS. UFRGS, v.16, n.1, p.139 - 156, 1993
Palavras-chaves: Pequena Produção, Produção Familiar na agricultura, Trabalho da
Mulher
Resumo: O trabalho parte da hipótese que as transformações que acompanham o
processo de modernização - mantida a tradicional divisão sexual do trabalho vigente em
nossa sociedade - provocam mudanças na pequena produção agrícola em aspectos tais
como a separação entre a produção para o auto-consumo e a produção para o mercado e
entre as esferas produtiva e doméstica, acentuando-se a divisão sexual do trabalho entre
homens e mulheres. O estudo examina a divisão sexual do trabalho existente em 47
unidades produtivas de pequenos produtores de soja e trigo de Ijuí (RS), focalizando os
7
seguintes aspectos: a) a chefia do estabelecimento; b) a divisão de tarefas entre os sexos
em diferentes tipos de unidades produtivas; c) o trabalho da mulher fora do
estabelecimento agropecuário. O estudo examinou, ainda, as diferentes oportunidades
dos filhos desses pequenos produtores de acordo com o sexo.
Brumer, A - O Sexo da Ocupação: Considerações Teóricas Sobre A Inserção da
mão-de-obra feminina na Força de Trabalho.
Revista Brasileira De Ciências Sociais (ANPOCS), v.8, n.3, p.20 - 38,
1988.
Palavras-chave : Divisão Sexual do Trabalho, Mulher, Trabalho.
Resumo: A partir do exame da forma como a mão-de-obra feminina se insere na força
de trabalho brasileira, o texto discute as principais teorias que tentam explicar a
estratificação do trabalho por sexo e a discriminação a que são submetidas as mulheres.
São apresentadas e discutidas as formulações teóricas do "exército industrial de reserva"
e da "segmentação do mercado de trabalho", mostrando-se suas limitações. Finalmente,
faz-se uma análise da "teoria do patriarcado" e de suas relações com o modo de
produção capitalista, examinando-se suas possibilidades de explicar as relações entre o
capital e o trabalho assalariado, em suas especificações de sexo.
Brumer, A., Freire, N. M. S. - O Trabalho da mulher na pequena produção
Agrícola, Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/UFRGS v.:XI/XII, n.3,
p.305 - 322, 1983.
Palavras-chave : Campesinato, Mulher Rural, Pequena Produção
Resumo: O presente trabalho tem como base a tese de mestrado de Nadia M. S Freire,
intitulado "Mulher, trabalho e capital no campo; um estudo da pequena produção em
Cruzeiro do Sul/RS" apresentada em 1983. O objetivo deste trabalho é duplo. De um
lado visa examinar as principais mudanças ocorridas em um grupo de pequenas
propriedades agrícolas durante um período de 10 anos. De outro lado, pretende analisar
o trabalho da mulher nessas propriedades, verificando como o avanço do capitalismo
trouxe transformações nas atividades que desenvolvem.
Brumer, A. - Mulher e Desenvolvimento Rural In: MULHER, FAMÍLIA E
DESENVOLVIMENTO RURAL Ed.SANTA MARIA: UFSM, 1996, p.39-58.
Palavras-chave : Mulher e desenvolvimento rural
Resumo: O exame da mulher rural em diversos países revela a existência de variações
consideráveis tanto entre as nações como entre diferentes regiões de um mesmo país.
Vários estudos têm demonstrado que o grau e o tipo de desenvolvimento sócioeconômicos apresentados por diferentes países ou regiões têm muito a ver com as
maneiras como as mulheres se inserem na divisão do trabalho e dos bens sociais e com
as possibilidades existentes para elas nessas sociedades. O objetivo primeiro deste
estudo é examinar os principais fatores que afetam a inserção das mulheres rurais em
atividades produtivas e como o desenvolvimento rural pode modificá-las. Para isso, são
considerados os resultados de algumas pesquisas realizadas na América Latina e de uma
pesquisa comparativa internacional sobre a produção familiar na agricultura, da qual a
autora participou, e de dados coletados pela autora numa região do sudoeste da Bahia,
em 1993. A hipótese principal é que existe uma relação entre o tipo de produção
desenvolvido, a tecnologia utilizada e a forma de inserção no mercado dos produtores e
a divisão de trabalho que se institui no interior dos estabelecimentos produtivos.
8
Brumer, A - A reprodução da unidade familiar de produção: gênero, herança da terra,
educação e trabalho In: XXIV Congreso Latinoamericano de Sociologia, 2003,
Arequipa.
Palavras-chaves: Gênero, herança da terra, educação, trabalho, agricultura familiar.
Resumo: Com vistas a subsidiar pesquisas sobre juventude rural, neste trabalho,
apresentam-se e discutem-se alguns elementos do conceito de reprodução geracional na
unidade de produção familiar na agricultura. Merecem destaque, entre outros, os
seguintes aspectos: dimensões do conceito de reprodução (reprodução profissional X
reprodução da unidade produtiva); lógica de reprodução X transmissão do patrimônio;
gênero X herança da terra.
Brumer, A. A Participação das Mulheres Na Produção Familiar Agrícola In: "O
desenvolvimento de uma outra agricultura: acesso à terra e a meios de produção, a
questão da fome e a integração social". Curitiba - Paraná: 1995.
Palavras-chave: Mulher Rural, Produção Familiar Na Agricultura
Resumo: Não disponível
Brumer, A - Divisão do Trabalho Na Pequena Produção Agrícola - O Trabalho da
Mulher. In: VIII Encontro Anual da Associação Nacional de pós-graduação e Pesquisa
em Ciências Sociais (ANPOCS). AGUAS DE SAO PEDRO: 1984. p. 650
Palavras-chaves: gênero, trabalho, agricultura familiar.
Brumer, A. - Mobilização de Mulheres No Campo No Sul do Brasil (Luta Por Uma
Identidade Camponesa Ou Movimento Feminista?) In: CONGRESSO DOS
AMERICANISTAS. AMSTERDAM, HOLANDA: 1988. p.0 - 0
Palavras-chaves: mulher, agricultura familiar, movimento feminista
Resumo: Resumo: A mobilização das agricultoras gaúchas visando sua inclusão como
beneficiárias do sistema de previdência social (SPS), iniciada no final dos anos 1970,
insere-se dentro de um quadro onde se destacam, de um lado, a crise econômica vivida
pelos produtores rurais, e, de outro, um contexto de mudança política. Essa mobilização
põe em destaque uma problemática mais ampla, que inclui a questão dos preços
agrícolas e do endividamento dos pequenos produtores modernizados, a consideração
das mulheres, juridicamente, como agricultoras de fato e de direito (o que significa,
entre outras coisas, inclusão, de formas autônomas, como beneficiárias do SPS e como
sócias do sindicato de trabalhadores rurais), a equiparação dos trabalhadores rurais aos
trabalhadores urbanos no que diz respeito ao recebimento de benefícios do SPS e, mais
timidamente, a relação homem/mulher dentro da família. Em resumo, trata-se de um
passo dentro de processo de construção de uma identidade camponesa, a qual provoca
efeitos no processo de construção da identidade feminina.
Brumer, A - Gênero e agricultura: a situação da mulher na agricultura do Rio
Grande do Sul. In: XXII Congresso Internacional da Latin American Studies
Association (LASA), Hyatt Regency Miami, 16-18 de março de 2000.
Palavras-chaves: Gênero e agricultura – mulher rural – migração rural
9
Resumo: O texto examina as formas de inserção das mulheres na agricultura familiar,
procurando explicar a seletividade do processo migratório. Primeiramente, aborda a
distribuição da população, por sexo e por grupos de idade, em diversas regiões do
estado, caracterizando o maior índice de emigração de mulheres jovens do que dos
demais grupos etários e de sexo. Depois, trata da divisão do trabalho por sexo e idade,
dos efeitos da modernização sobre o trabalho agrícola, da inserção dos jovens no
trabalho da unidade produtiva familiar, das atividades fora da agricultura, dos
procedimentos utilizados pelos produtores agrícolas para a transmissão da propriedade
rural e do possível efeito do acesso das mulheres à Previdência Rural sobre suas
perspectivas de permanecer ou não na atividade agrícola.
RUA, Maria das Graças; ABRAMOVAY, Miriam. Companheiras de luta ou
“coordenadoras de panelas”? As relações de gênero nos assentamentos rurais. Brasília:
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10
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Maria José Carneiro Esposa de Agricultor na França Rev. Estud. Fem. Volume 4 nº
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CARNEIRO, MARIA JOSÉ. Herança e gênero entre agricultores familiares. Rev.
Estud. Fem., 2001, vol.9, no.1, p.22-55. ISSN 0104-026X.
Entender as lógicas de transmissão do patrimônio familiar, particularmente no caso da
terra, levando-se conta as diferenças de gênero, exige identificar os distintos papéis
reservados ao homem e à mulher na dinâmica de reprodução social. A compreensão de
tais lógicas distintas requer que investiguemos os diferentes significados do patrimônio
territorial em cada contexto social e cultural. Embora a herança seja baseada na noção
de consangüinidade, as regras costumeiras não reconhecem os mesmos direitos para
todos os filhos. É precisamente sobre essas diferenças de que trataremos nesse artigo,
particularmente no que se diz respeito às distintas práticas derivadas das identidades de
gênero. Buscar-se-á entender a lógica das diferentes formas de transmitir a herança e
sua relação com a reprodução social de famílias de agricultores familiares em duas
regiões distintas: no município de Nova Pádua, na região de influência de Caxias do
Sul, no estado do Rio Grande do Sul, e na região serrana do estado do Rio de Janeiro,
município de Nova Friburgo.
Palavras-chave: reprodução social; agricultura familiar; herança; identidades de gênero
DI CIOMMO, Regina Célia. Relações de gênero, meio ambiente e a teoria da
complexidade. Rev. Estud. Fem., jul./dez. 2003, vol.11, no.2, p.423-443. ISSN 0104026X.
O trabalho utiliza a teoria da complexidade para a análise das questões de gênero,
mostrando que a sociedade as constrói em uma interação de informações entre natureza
e cultura. O enraizamento bioantropológico e as características socioculturais
comportam graus diversos de experiências, conhecimentos e sabedoria, em uma
complexa organização em que as oposições não devem significar extinção e as
diferenças não podem traduzir enfraquecimento ou superioridade. Dessa forma,
podemos aplicar o conceito do "anel tetralógico" de Edgar Morin, que comporta
desordem, organização, ordem e interação para a compreensão dos impasses entre seres
masculinos e femininos, humanos e não-humanos, em direção a uma mudança
paradigmática em nossas relações sociais e ambientais.
Palavras-chave: gênero; complexidade; meio ambiente; educação; ecologia humana.
NOBRE, Miriam e FARIA, Nalu. Feminismo em movimento: temas e processos
organizativos da Marcha Mundial das Mulheres no Fórum Social Mundial. Rev.
Estud. Fem., jul./dez. 2003, vol.11, no.2, p.623-632. ISSN 0104-026X.
O texto apresenta uma comparação entre o surgimento e desenvolvimento do processo
Fórum Social Mundial e a Marcha Mundial das Mulheres no Brasil. O Fórum teve uma
enorme contribuição para historicizar a globalização capitalista e mudar os termos do
debate, e o movimento de mulheres tem sua trajetória imersa neste contexto, assim
como o feminismo tem um grande potencial para desnaturalizar o discurso sobre a
globalização e a economia neoliberal. O texto também mostra as relações construídas
entre os movimentos sociais e suas agendas em comum que vêm se expressando no
conjunto das ações do movimento antiglobalização.
Palavras-chave: mulheres; feminismo; movimentos sociais; política.
11
NAZZARI, Muriel. Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira.
O desaparecimento do dote: mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil,
1600 ? 1900 - São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 361 p.
Texto na integra
O dote é uma antiga prática, herdada dos portugueses, que inúmeras novelas de época
da televisão brasileira já mostraram: o pai, poderoso escravocrata, senhor de engenho de
cana-de-açúcar ou fazenda de café, combina o casamento de sua filha com o filho de um
outro senhor igualmente poderoso. A moça, chorosa protagonista apaixonada pelo
mocinho da trama, levaria consigo um dote, em bens ou dinheiro. Moça sem dote corria
o risco de morrer solteira.
José de Alencar, no romance Senhora, foi porta-voz da moça pobre condenada ao
celibato forçado, criticando com veemência a prática do dote. Era um 'puxão de orelhas'
nos rapazes interesseiros.
Na Inglaterra, o costume do dote durou até o final do século XIX e na Alemanha parece
ter persistido até pouco depois da Primeira Guerra Mundial. Na Europa contemporânea
já se extinguiu quase completamente, resistindo ainda em pequenas localidades rurais
da Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, Portugal e Malta. A Índia não o abandonou. Alguns
estudos acompanharam o seu declínio em países da América de língua espanhola.1
Um livro recentemente traduzido pela editora Companhia das Letras analisa as
transformações sofridas por essa prática na longa duração da história de um núcleo
urbano específico: a sociedade paulista. Publicado originalmente em 1991, pela
Stanford University Press, O desaparecimento do dote foi um longo trabalho de
pesquisa, realizado pela professora emérita de história da Indiana University, em
inventários dos séculos XVII ao XIX.
Partindo de uma perspectiva da história econômica, a autora mostra como o declínio
dessa prática esteve condicionado às mudanças econômico-sociais sofridas pela
sociedade paulista. Conseqüentemente, o casamento, a família e o papel da mulher
sofreram profundas modificações ao longo do tempo.
Se no século XVII a mulher de elite era peça-chave do sistema produtivo, já que o dote
que trazia consigo era a base da viabilização material da família, no século XIX a autora
percebeu uma inversão desse papel, pois em um contexto urbano socialmente mais
complexo como o paulista, com uma grande maioria de pequenos proprietários,
comerciantes e profissionais liberais, os pais não dispunham dos recursos semelhantes
aos de seus antepassados para dotar suas filhas, de modo que as moças iam, em boa
medida, de mãos abanando para o casamento.
O declínio do dote deslocou a mulher de elite para uma posição secundária no
casamento, mas também alterou o próprio sentido do matrimônio, já que passaram a não
ser mais os atrativos de enriquecimento que levavam o noivo ao altar. A família extensa
e o poder do patriarca, conseqüentemente, foram diminuindo, com a maior necessidade
de autonomia dos filhos para se dispersarem em busca do próprio sustento, afinal, não
havia mais o aceno de um bom dote, e as transformações econômicas e jurídicas vividas
pela sociedade brasileira viriam a debilitar o outrora tão absoluto pater familis.
Antonio Candido, em estudo clássico sobre a família brasileira,2 já havia mostrado, em
1972, como se deu a passagem de uma família fortemente patriarcal para a maior
independência dos filhos. Sobre o dote, Laima Mesgravis, em 1976, identificou a sua
prática por entidades de caridade, como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que
até 1836 ainda notificava a dotação de uma jovem.3 Eni de Mesquita Samara apontou a
importância do dote, no século XIX, como estratégia familiar na transmissão do legado.
12
Embora a cidade de São Paulo passasse por transformações econômicas, ocorrendo
inclusive um empobrecimento da população, a prática do dote manteve-se, embora
readequada aos recursos disponíveis.
Muriel Nazzari, contudo, atenta às conclusões dessas pesquisas, inovou ao documentar,
através de uma minuciosa investigação em inventários, esse processo na longa duração
dos séculos XVII ao XIX. Para ela, o século XVIII foi a fase de transição, na qual o
costume do dote se enfraqueceu bastante, mas ainda era mantido pelas famílias que
podiam se dar o luxo de paramentar suas filhas com recursos suficientes para atrair um
casamento.
A autora relaciona o declínio do dote na sociedade brasileira, também, ao advento de
pressupostos individualizantes, próprios das sociedades modernas burguesas, o que teria
levado a uma maior autonomia dos filhos, ao declínio da família patriarcal e ao
predomínio do casamento baseado no amor.
Mas essa é uma conclusão bastante questionável, tendo em vista que, em uma sociedade
fortemente senhorial e com vigorosa herança personalista e privada, como a brasileira,
esses pressupostos individualizantes não parecem ter encontrado ambiente propício para
se desenvolverem plenamente, principalmente no século XIX.
A família patriarcal pode ter se enfraquecido na prática, mas em termos das estruturas
de pensamento ainda teve vida longa, se é que ainda não tem. Em uma sociedade como
a paulista, com o advento da grande lavoura cafeeira, o dote pode ter declinado não pelo
avanço do individualismo, mas pelo fortalecimento econômico das famílias cafeeiras,
de modo que o casamento pode ter passado a ser um meio de somar fortunas, não de
arranjar um genro que tocasse o empreendimento da família da noiva ou a enobrecesse
com seu sobrenome.
Temas como casamento e família têm inscrição direta no plano cultural de uma
sociedade, de modo que a perspectiva essencialmente econômica da autora a impediu de
perceber a especificidade da sociedade brasileira. Mesmo com o declínio da família
patriarcal, ainda parece predominar um aroma bem masculino. Mas avançamos, é
inegável, embora ainda seja preciso fazer mais. Ao contrário de nossas afortunadas
antepassadas, não são nossos pais que decidem sobre nossos maridos, mas continuamos,
em boa parte, sendo peça-chave no sustento de nossas famílias. E ai de nós se não
trabalharmos para o nosso dote de cada dia...
1
LAVRIN, Asunción, and COUTURIER, Edith. "Dowries and Wills: a View of
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2
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3
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settlements in Brazil.Paper preparado para UNRISD/FSS conference, Addis Ababa, 2021 September 2001, UNRISD Project on Agrarian Change, Gender and Land Rights
13
(em 2004 aprovado para publicação com correções em Natural Resources Forum,
Nações Unidas)
Abstract : In this article, we evaluate the position of Brazilian women farmers, in the
agrarian reform and the family farming sector on the basis of our field work in the
western region of Santa Catarina State. The research was designed to identify the
problems which women farmers face for access to land through formal and informal
processes. The western region of Santa Catarina was chosen as the locus of the research
for a number of reasons: 1) the historical relevance of its family farming in social,
economic and political terms; 2) the pattern of income distribution and land occupation
which is less concentrated than in other regions of the country; 3) one of the original
centres of the agrarian reform and women farmers’ movements; and 4) the great
heterogeneity both of organisational forms within the settlements (individual and
collective) and in the types of economic insertion of family farming (especially, the
prevalence of different forms of organisation and cooperation, including collective
production
Palavras chaves: gênero - agricultura familiar- agroindústria familiar- reforma agrária
BASTOS, Elide Rugai. Situación socioprofissional de la mujer en la agricultura.
Campinas: Cadernos Pagu (5), 1995, (pp. 277-284).
Palavras-chave: sociedade espanhola, setor agrário, mão-de-obra feminina rural,
processo de modernização agrária,
CUNHA, Auri Donato da Costa. Relações de Gênero na agricultura familiar no
perímetro irrigado de São Gonçalo. In: “Horizontes Plurais – Novos Estudos de
Gênero no Brasil.” Cristina Bruschini e Heloísa Buarque de Hollanda (orgs.), São
Paulo: FCC – São Paulo, Ed. 34, 1998, (pp. 193-224).
Palavras-chave: divisão sexual do trabalho, agricultura familiar, modernização da
agricultura, relações entre os gêneros no grupo doméstico.
SAFFIOTI, Heleieth & FERRANTE, Vera Lúcia Silveira. Famílias rurais no Estado
de São Paulo: algumas dimensões da vida feminina. In: “Trabalhadoras do Brasil”,
São Paulo: FCC: Ed. Brasiliense, 1982.
Palavras-chave: família rural, papel social, tarefa agrícola, processo de individualização
do trabalhador, mecanização da agricultura, estratégias de sobrevivência de famílias,
economia capitalista, nível de vida do trabalhador rural.
PAULILO, Maria Ignez Silveira.
A mulher e a terra no brejo Paraibano. In:
“Trabalhadoras do Brasil”, São Paulo: FCC: Ed. Brasiliense, 1982.
Palavras-chave: mulheres de parceiros, mulheres volantes, forma de apropriação pelo
capital, roçado, motadeira, arrendatários, trabalhadores sem-terra.
FIÚZA, Ana Louise de Carvalho.
Mulheres nas políticas de desenvolvimento
sustentável. In: “Tempos e Lugares de Gênero”, Cristina Bruschini & Céli Regina
Pinto. (orgs.), São Paulo: FCC: Ed. 34, 2001.
14
Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, políticas de desenvolvimento rural,
preocupação ambiental, práticas produtivas “alternativas”, pequenos agricultores
familiares, êxodo rural, “mentalidade ecológica”.
SILVA, Maria Aparecida de Moraes. Mulheres Bóias-Frias a caminho do eito , In:
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Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; São Paulo: FCC, 1982.
Palavras-chave: trabalhadoras rurais bóias-frias, classe social, processo de dominação,
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Palavras-chave: inserção da mulher nas organizações sindicais, luta contra a
discriminação feminina, representação política, movimento sindical, classe
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MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo. Perfil da mulher camponesa no sudeste do Pará,
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Invisibilidade dos saberes: manejo e uso da palmeira do açaí por mulheres do rio
Atauá-apá-marajó (Pa). Belém.
Autoras: Ruth Almeida - aluna de Ciências Sociais da Universidade Federal do
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Etnocentrismo e educação de trabalhadoras e trabalhadores na Amazônia.
Trabalho apresentado no I encontro de etnobiologia da Região Norte, durante a
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temática Integrada. “Etnoconservação: uma questão
das populações
tradicionais da Amazônia. Manaus – Am ( 05/12/01).
Autor: Antonio Almérico Biondi Lima Instituição: Núcleo Trabalho Educação da
Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Disponível: www http:/
nerua. inpa.gov.br/NERUA.p.01.htm#02
Saberes “invisíveis” no uso da palmeira do açaí por mulheres em Muaná
Marajó/Pa. In: Olhares sobre gênero e políticas públicas. Belém-Pa
15
Autora: Ruth Helena Cristo Almeida - Grupo de Estudos e Pesquisa “ Eneida de
Moraes”/ GEPEM – Universidade Federal do Pará / UFPA - Belém- Pa. Disponível:
Fase/Pará – (biblioteca)
Tornar-se pescadora: Associação de mulheres e constituição de sujeitos políticos.
In: No mar, nos rios e na fronteira – faces do campesinato no Pará. Ed.Universitária
– UFPA, 2002. Autoras: Maria Cristina Maneschy e Marineide Pereira de Almeida
Resumo: Nos últimos anos, constata-se o aparecimento de associações de mulheres
ou de associações em que as mulheres são maioria em comunidades pesqueiras na
região do Nordeste paraense. Essa associação vêm somar-se às associações de
pescadores, de agricultores, de extrativistas e de outras categorias de trabalhadores
rurais que têm florescido e cuja criação, geralmente, esta voltada para a busca de
alternativas de renda, de melhorias nas condições de produção e comércio, ou na base
tecnológica. Suscita interrogações e interesse de pesquisa, esse surgimento de
associações de mulheres no meio pesqueiro, em que tradicionalmente as atividades
femininas ocupam papéis secundários, ou complementares aos homens pescadores,
sendo muitas vezes invisíveis, ou tidas como não trabalho. Paralelamente, em
organizações representativas da categoria profissional de pescadores artesanais emerge
a categoria pescadoras como figura de discurso. Disponível: Fase/Pará - (biblioteca)
DISSERTAÇÕES E TESES
FIÚZA, Ana Louise de Carvalho. O papel da mulher rural nas políticas de
desenvolvimento sustentável. 2001. Tese. CPDA/RJ
Resumo: Esta tese enfoca contradições presentes nos projetos e políticas de
desenvolvimento sustentável, no que diz respeito às representações sociais de gênero,
que enfatizam uma condição essencialista da mulher na agricultura e face aos recursos
naturais. Objetivou-se construir uma perspectiva crítica destas concepções, buscando-se
evidenciar a condição de sujeito da mulher rural, reveladas nas suas escolhas e
julgamentos de estratégias, práticas e experiências. Estudo de caso na região de
Porteirinha, Vale do São Francisco, Norte de Minas Gerais.
Santorum, Katia Maria Teixeira. Mulheres trabalhadoras e lesões por esforços
repetitivos: uma análise na perspectiva de gênero e trabalho. Santa Cruz do Sul CE. 01/07/1996. 1v. 168p. Mestrado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DO RIO GRANDE DO SUL - PSICOLOGIA.
Palvras-chaves: Mulher-Trabalho, Mulher-Saúde, Gênero e trabalho
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi buscar as relações entre Gênero e trabalho no
processo de adoecimento de mulheres portadoras de Lesões por Esforços Repetitivos
(LER). Compreender como se caracteriza o processo de adoecimento por LER e quais
são as repercussões subjetivas deste nas mulheres trabalhadoras, tanto no âmbito
profissional quanto no doméstico. Foram entrevistadas seis mulheres trabalhadoras de
diferentes categorias profissionais, com diagnóstico de LER: três provenientes do meio
rural e três, do maio urbano, com idades entre 36 e 48 anos. Todas possuem família e
filhos, sendo responsáveis por eles e pela casa. O procedimento metodológico escolhido
16
para a análise do discurso foi o desenvolvido por Max Pagès e colaboradores - um
método dialético de análise de conteúdo. A partir deste emergiram três grandes temas
(as rubricas): Lesões por esforços Repetitivos: um longo passado, uma história; LER e a
organização do trabalho: situação atual da mulher no âmbito profissional; O trabalho
doméstico e as mulheres lesionadas: quando a cuidadora necessita cuidados. As Lesões
por Esforços Repetitivos atingem cada vez mais as diversas categorias profissionais, nas
quais as mulheres são maioria. No momento em que as entrevistadas reconstituem sua
trajetória profissional, pude verificar os grandes riscos aos quais estão expostas, por sua
inserção no mercado de trabalho em ocupações com habilidades historicamente tidas
como femininas. As ocupações ditas femininas têm em comum a característica de
exigirem esforços repetitivos, produzindo efeitos a longo prazo, uma vez que são
acumulativos e não visíveis de imediato. Ainda que o adoecimento autorize a
paralização do trabalho profissional, a mulher não deixa de atender a outra parte de sua
dupla jornada de trabalho - as tarefas domésticas - apontando para uma relação entre a
maior incidência da LER em mulheres e a sua inserção na produção e reprodução social.
O não questionamento do papel socialmente atribuído ao gênero feminino, que é
também internalizado pelas mulheres lesionadas, acaba por manter a aliança entre
capitalismo e patirarcado, responsável pela super-exploração das mulheres. Isto vem a
impedir sua consciência sobre os determinantes da doença, dificultando a busca de
caminhos que permitem resignificar seu destino e resgatar sua saúde.
PEREIRA, Jorge Luiz de Goes. Lideranças femininas na luta pela terra no
assentamento Batatal e suas conseqüências para as relações de gênero. 1999. 160f.
Dissertação. CPDA/RJ
Resumo: Este estudo trata das relações sociais de gênero desenvolvidas no
Assentamento Batatal durante o período de janeiro de 1993 a março de 1995. Nesse
período, algumas mulheres evangélicas pentecostais assumiram a direção do grupo,
legitimadas por sua participação anterior à posse da terra e por seu nível de escolaridade
e, em alguns casos, pelo momento da sua trajetória de vida. Se, num primeiro momento,
o da desapropriação, as mulheres não tiveram dificuldades em participar das
organizações do grupo, num segundo momento, a luta pela permanência no local, elas
passam a sentir o peso da diferença nas relações de gênero. Algumas mulheres têm a
possibilidade de constituírem sua individualização nas suas opiniões e na sua
participação política, apesar de terem dificuldades em participar nas decisões sobre a
produção familiar. Os homens se vêem diante de uma nova realidade: já não são
totalmente os responsáveis pela aquisição da renda familiar e pela representação pública
do grupo.
ZASSO, Maria Aparecida de Carvalho. Da prática política às lidas domésticas: um
estudo do cotidiano das líderes do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais de
Santo Cristo (RS). 1997. 212f. Dissertação. CPDA/RJ
Resumo: O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santo Cristo (RS) é uma
forma de participação política diferente das demais existentes no município, pois
prioriza as questões específicas das mulheres em relação às lutas gerais. Este estudo
verifica como as lutas específicas fazem parte do cotidiano das mulheres que lideram o
Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do município. O objetivo é trabalhar
com o retorno das líderes ao universo privado após a participação na organização
política, estudando as possíveis alterações nas relações intrafamiliares promovidas por
17
esta participação. O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santo Cristo não
é uma forma de participação política isolada das demais organizações da sociedade civil
existentes no município, mas se diferencia delas. Neste sentido, estuda-se aqui a
interação desta organização política com o sindicato dos trabalhadores rurais do
município, com os clubes do lar da EMATER-RS, com a igreja e com os partidos
políticos.
PEREIRA, Sonilda F. da Silva. De senhoras a mulheres trabalhadoras rurais: a desordem
no MSTTR. 2002. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. (sob orientação de Malvina do Amaral
Dorneles)
FREITAS, Caroline Lorena Schulte de. O trabalho com o fumo: subjetivação e
precarização na atividade das trabalhadoras safristas. 2002. 106f. Dissertação (Mestrado
em Psicologia Social e Institucional) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2002. (sob orientação de Álvaro Roberto Crespo Merlo)
Resumo: O trabalho de safra no beneficiamento do fumo, em Santa Cruz do Sul, no Rio
Grande do Sul, se articula significativamente com as discussões contemporâneas sobre
precarização do trabalho e sobre tempo. Este trabalho sazonal traz a marca da
precarização desde seus primórdios, indicando que práticas precarizantes já existem há
muito tempo, embora sua discussão seja atual. A progressiva redução do número de
postos de trabalho, a redução do período da safra, a automação do processo do trabalho
desenvolvida pelas empresas e o aumento de exigência para a admissão de safristas, em
relação à escolaridade, indicam a instabilidade e exclusão social que perpassam estes
trabalhadores e que não ocorrem sem reflexos em seu processo de subjetivação. A partir
de uma pesquisa com safristas do sexo feminino, sindicalizadas, de diferentes funções e
empresas, procedemos, neste trabalho, a uma análise de como os safristas vivenciam
este trabalho de poucos meses, com repetição e interrupção previsível, quais os
elementos de precarização que estão presentes nas condições de trabalho, bem como os
efeitos que produzem na subjetivação destes trabalhadores. Para realizar a pesquisa e a
análise dos dados, utilizamos o aporte teórico da Psicologia, Sociologia, Psicodinâmica
do Trabalho e Filosofia, em uma metodologia qualitativa em que o tratamento dos
dados baseou-se na análise de conteúdo. Os resultados indicam que os safristas se
subjetivam pela negativa do emprego pleno, efetivo, sendo perpassados pela lógica da
desfiliação mesmo em período de safra, tendo inscrição social nesta condição de espera,
à margem do modelo imposto pelo capital.
FREIRE, Nadia Maria Schuch. Mulher, trabalho e capital no campo: um estudo da
pequena produção em Cruzeiro do Sul (RS). 1984. 155f. Dissertação. (Mestrado em
Economia Rural) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1984
TEDESCHI, Losandro Antonio. Do silêncio à palavra: construções e perspectivas em
gênero no meio rural do noroeste do Rio Grande do Sul. 2001. 169f. Dissertação
(Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2001.
(sob orientação de Ieda Gutfreind)
Palavras-chave: gênero, mulheres rurais, poder político, sindicato.
Resumo: As mulheres trabalhadoras rurais que guardam a história, que contam a seus
filhos e filhas, mostram uma longa vida em que as mesmas, para não falar de outras
18
dicotomias, tiveram que enfrentar permanentemente a desigualdade, embora nunca
tenham se submetido completamente a isso. Submissão e resistência sempre fizeram
parte da vida das mulheres. O presente apresenta uma análise histórica e teórica que
toma como referência a implementação do projeto Educação para os Direitos das
Mulheres Trabalhadoras Rurais, realizado na região Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul, voltado à pesquisa e à formação, envolvendo grupos de mulheres trabalhadoras
rurais nos temas referentes a gênero e direitos reprodutivos. Neste trabalho,
envolvemos, mulheres e homens. Criamos diversos espaços para um debate aberto entre
os diferentes agentes. Todas as pessoas envolvidas neste processo puderam confrontar
suas trajetórias e experiências de vida, refletindo sobre suas condutas, valores e práticas
sociais na sua história familiar e comunitária. Histórias de vida, relações de gênero na
agricultura familiar, participação das mulheres na construção do sindicalismo, conquista
de direitos sociais e da cidadania política, construção de um projeto alternativo de
desenvolvimento sustentável para o meio rural, dentre outros aspectos, constituem
temas centrais neste trabalho. A atualidade histórica e a complexidade desses assuntos
revelam a importância desse debate para os rumos da sociedade brasileira, em especial
para aqueles segmentos sociais que buscam, no seu cotidiano, construir novas formas de
relacionamento humano, em que se superam as desigualdades sociais e históricas que
marcam profundamente o mundo moderno.
VIEIRA, Sonia Regina Bressan. Imagens de organizações de mulheres no Rio Grande
do Sul. 2001. 375f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio
dos Sinos, São Leopoldo, 2001. (sob orientação de Ieda Gutfreind)
Palavras-chave: mulher, poder, organizações, gênero.
Resumo: A Dissertação "Rio Grande do Sul: Imagens de Organizações de Mulheres 1940/2001" tem como propostas, investigar e analisar as Organizações do Movimento
de Mulheres no Rio Grande do Sul, destacando as que permanecem, em atividade, neste
início de século. Através da visão foucaultiana de poder, estas Organizações são vistas e
sentidas como parâmetros dos avanços do campo do poder feminista/feminino, numa
época em que as questões de gênero adquirem visibilidade e se tornam relevantes e
sensíveis no contexto histórico. O estudo possui três eixos centrais: no primeiro,
recupera fragmentos do alicerce deste presente, as origens do Movimento Gaúcho de
Mulheres, identificando e categorizando grupos na esfera pública ou particular, muitos
dos quais não se encontram mais em atividade. No eixo seguinte, costura, através da
identificação, aspectos estruturais, históricos, objetivos e propostas das Organizações,
ainda em atividade, de acordo com sua formação. A partir daí, num terceiro eixo, busca
efetuar um balanço entre o compasso dos objetivos e propostas, e ações efetivas
realizadas por estas Organizações, nos aspectos da saúde, do jurídico, do político, do
rural e urbano, do econômico e cultural, atingindo a mulher branca, negra, índia, dona
de casa, profissional do sexo, profissional liberal etc. oferecendo imagens de como as
mulheres estiveram e estão organizadas no Rio Grande do Sul. A pesquisa desenvolvese alicerçada num referencial teórico a partir dos conceitos organização, poder, gênero
como categorias analíticas, num contexto de História do Tempo Presente, utilizando a
História oral como forma e meio de uma aproximação maior com a realidade. Resulta
de uma pesquisa de campo, de âmbito quantitativo e qualitativo com um enfoque
dialético, envolvendo mais de oito dezenas de lideranças destas Organizações, as ações
concretas, os projetos que estão sendo agilizados no Estado pelas mesmas, bem como
leis recentes que propiciam esta visibilidade da mulher gaúcha, na esfera pública e
privada, e na conquista de sua autonomia como sujeito histórico. As conclusões revelam
19
avanços significativos da participação da mulher nas questões políticas, econômicas,
sociais, educacionais, assistenciais no Estado, alertando para a necessária preocupação
com a continuidade e ampliação dos mesmos, confirmando e tornando explícito, o
conceito foucaultiano de poder, ressaltado nas premissas iniciais.
COTTA JUNIOR, Humberto. Mudança social nos arranjos familiares, trabalho e
conhecimento do meio ambiente em uma sociedade tradicional Amazônica: o caso
de Igarapé-Açu. 2001. 335f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara, 2001. (sob orientação de Maria
Ângela D'incao)
Palavras-chave: relação de gênero; sociabilidade; conhecimento tradicional
Resumo: O grupo de vizinhança estudado, localizado na Zona Bragantina, surgiu como
resultado de uma colonização planejada pelo governo do Pará, desde o final do império,
com o objetivo de abastecer a população de Belém em rápido crescimento, devido à
expansão da borracha e de outros produtos da floresta. Antes de 1970, eram muito
baratas, de maneira que as famílias, até a primeira geração, conseguiram ampliar o
número de lotes na proporção do úmero de filhos. Mas muitos filhos aventuraram-se em
outras profissões, deixando os lotes extras ociosos, que foram vendidos pêlos seus pais,
devido a mecanismos culturais de redistribuição. Os filhos que se aventuraram na sua
maioria não conseguiram se fixar em outros ramos voltando então para o lote do pai, o
que levou a superlotação, pois no novo contexto criado pela Rodovia Belém-Brasília, as
terras supervalorizaram devido a uma nova grande onda de migração. O aumento de
domicílios por lote levou à crise da agricultura tradicional itinerante, por eliminar as
áreas de reserva necessárias a viabilidade da mesma sem a adição de insumos agrícolas.
Mais tarde, com a adesão dos colonos a cultura do maracujá, que economizam a cultura
tradicional sofreu um impacto, interferido na relação de gênero dentro e fora do trabalho
e no contrato social pai e filho, no qual o filho assumia a responsabilidade da aquisição
dos próprios meios de trabalho, que antes era paterna. Por um outro lado refletiu em
uma nova tendência de diminuição de natalidade que começa a se manifestar, constada
mais nas representações, embora também nos fatos. Isto pode resultar em um futuro em
um menor impacto ambiental. Palavras chave: roçado; maracujá; agricultura familiar;
relação de gênero; sociabilidade; conhecimento tradicional.
ALMEIDA, Ana Maria Leal. Da casa e da roça: a mulher escrava em Vassouras no
século XIX. 2001. 140f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Severino
Sombra, 2001.
Palavras-chave: escravidão, gênero, Vassouras.
Resumo: Esta dissertação apresenta pontos fundamentais para o estudo da mulher
escrava, em Vassouras no período de 1850 a 1888, a partir de fontes documentais, da
literatura de época e da bibliografia moderna. Destaca, em especial, a presença da
mulher escrava em inúmeras ocupações, tanto no interior dos casarões urbanos ou
campestres, como no meio rural, nos mais diversos trabalhos da roça.
OLIVEIRA, Hersília Monteiro Cadengue de. Organização das mulheres e estratégia de
sobrevivência no semi-árido (Jaboatão dos Guararapes – PE). 2001. 130f. Dissertação
(Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, 2001. (sob
orientação de Vitória Régia Fernandes Gehlen)
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Palavras-chave: Gênero, subsistência, organização, mobilização, semi-árido.
Resumo: O presente trabalho procura analisar a organização dos pequenos produtores
do semi-árido nordestino, em especial das mulheres que trabalham no âmbito da
agricultura de subsistência como uma estratégia de sobrevivência face a seca. O estudo
foi realizado, através do estudo de caso dentro dos procedimentos da pesquisa e
observação participante, em Caraíbas, município de Arcoverde, envolvendo 40 unidades
de produção familiar, no assentamento do programa Cédula da Terra. A agricultura
familiar vem sendo colocada como um recurso ao enfrentamento da exclusão e
considerada como um setor estratégico à manutenção e recuperação do emprego, da
redistribuição da renda e de importância para o desenvolvimento sustentável. O estudo
procura contribuir para tornar visível o trabalho da mulher na organização da unidade de
produção familiar seja no trabalho reprodutivo, produtivo, de agente comunitário e de
gestão do ecossistema local. Neste sentido considera que a organização das mulheres
contribui para a valorização da força da ação coletiva na busca de soluções aos
problemas que afetam a comunidade e pelos direitos coletivos. Desta forma a
mobilização das mulheres vem facilitando a organização da agricultura familiar na área
e a gestão dos recursos necessários para a produção de subsistência das famílias do
semi-árido.
OLIVEIRA, Silvana Maria de. O trabalho das mulheres em projetos de geração de
emprego e renda na área rural: autonomia ou dependência. 2001. 90f. Dissertação
(Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.
(sob orientação de Maria de Fátima Gomes de Lucena; Zélia Maria Pereira da Silva)
Palavras-chave: geração de emprego e renda, gênero.
Resumo: Este estudo tem como objetivo identificar e analisar de que forma as
desigualdades que marcam as relações de gênero apresentam-se no trabalho das
mulheres nos projetos de geração de emprego e renda na área rural e em que medida
este trabalho constitui-se um instrumento que reforça a sua submissão e dependência ou
sinaliza numa perspectiva de autonomia. A pesquisa de campo foi realizado no
município de Montanhas, zona rural do Rio Grande do Norte, junto à "fabrica de
confecções das mulheres de montanhas" que se configura um projeto de geração de
emprego e renda, implementado no ano de 1996. As entrevistas semi-estruturadas foram
utilizadas como instrumento privilegiado no processo de coleta de dados. Os resultados
da pesquisa evidenciam: o trabalho doméstico e a maternidade constituem-se como
fatores limitantes na inserção das mulheres no projeto de geração de emprego e renda; a
relação entre trabalho e participação política possibilita a inserção das mulheres no
universo do trabalho assalariado, favorecendo o seu processo de organização política da
mesma forma que, a participação, nesta esfera, sinaliza na perspectiva de uma
consciência crítica de sua posição na sociedade, enquanto mulher e classe trabalhadora;
trabalho das mulheres apresenta-se como um locus contraditório que reproduz situações
de dominação e discriminação presentes em outras esferas de sua vida ao tempo em que,
contribui com seu processo de autonomia, uma vez que o acesso ao espaço público
significa a ruptura do isolamento do ambiente doméstico/familiar, a oportunidade de
profissionalização e qualificação, a interação com outras pessoas, a aprendizagem no
tomar decisões e a descoberta de seu potencial como mulher, como trabalhadora, como
sujeito social.
21
LAGO, Maria Regina. Gênero, agricultura familiar e desenvolvimento: o caso das
mulheres quebradeiras de côco babaçu, na região do médio Mearim. 2001. 90f.
Dissertação (Mestrado em Agriculturas Amazônicas) – Universidade Federal do Pará,
2001. (sob orientação de Maria de Nazaré Angelo Menezes)
Palavras-chave: mulheres, agricultura familiar, côco babaçu
Resumo: Os desafios da agricultura familiar e a questão de gênero são focalizados a
partir do papel da mulher quebradeira de côco de babaçu no Maranhão. O contexto é o
das políticas públicas e a importância da mulher no âmbito político-institucional,
produtivo, reprodutivo e cultural.
MENESES, Ana Cristina Carneiro de. A situação da mulher em um assentamento
rural: um enfoque a partir da saúde reprodutiva. 2001. 140f. Dissertação (Mestrado em
Ciência Ambiental) – Universidade Federal Fluminense, 2001. (sob orientação de
Vilma Aparecida da Silva;Ivan de Oliveira Pires)
Palavras-chave: fatores socioeconômicos
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a saúde da mulher em um
assentamento rural de Cachoeiras de Macacu, RJ - São José da Boa Morte. Para tanto
foram avaliadas todas as mulheres em idade reprodutiva (mulheres entre 15 e 50 anos),
(n=65) de uma amostra aleatória que compreendeu 50% do assentamento. Utilizamos
um questionário semi-aberto. A análise dos resultados demonstrou que as práticas e
funções dos serviços de saúde na região não incorporaram os significados e percepções
culturais da população local e estão distantes de atender as necessidades reais da
população feminina que está exposta a maiores riscos ambientais sobre sua saúde. Os
resultados indicam ainda que as condições de vida e os recursos a que as mulheres têm
acesso no assentamento não atendem as expectativas das mulheres.
NUÑEZ, Poppy Brunini Pereira. Mulheres rurais organizadas e suas perspectivas de
gênero. 2001. 152f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, 2001.
Palavras-chave: movimento social, organização social, mulheres rurais.
Resumo: o seguinte trabalho é uma análise comparativa entre duas organizações de
mulheres rurais, uma uruguaia e uma brasileira, esta última pertencente ao estado do rio
grande do sul, procurando analisar as estratégias utilizadas por estes grupos para
revalorizar individual e coletivamente as mulheres integrantes dos mesmos. as
organizações escolhidas para o estudo foram a asociación nacional de grupos de
mujeres rurales del uruguay (amgmru) e o movimento de mulheres trabalhadoras rurais
do rio grande do sul (mmtr/rs), duas organizações exclusivamente formadas por
mulheres rurais que trabalham de forma autônoma. ambas organizações foram
caracterizadas através de diferentes indicadores como origem, base social, modelo
organizativo, maneiras de luta, estratégias de ação coletiva, projeto político ideológico e
parcerias. a metodologia utilizada baseou-se na análise da bibliografia existente sobre o
assunto, pesquisas na internet, publicações das organizações estudados em roteiro de
entrevistas realizadas com lideranças de ambas organizações. a realização das
entrevistas teve o objetivo de identificar principalmente o empoderamento pessoal
dessas mulheres e o desenvolvimento de sua auto-estima a partir do trabalho em grupo.
dentro das conclusões do trabalho podemos destacar primeiramente que as organizações
possuem dois tipos de ações sociais, a partir daí surgem suas diferenças enquanto as
bandeiras de luta e parcerias desenvolvidas. apesar disso, não se encontraram grandes
22
diferenças em quanto a seus modelos organizativos, relativamente complexos, com
lideranças municipais, regionais e nacionais, assim como nas suas bases sociais que são
formadas principalmente por pequenas produtoras familiares. destaca-se como diferença
o modelo político ideológico, caracterizado por uma posição de esquerda de forte
confronto com o governo federal e suas políticas neoliberais, no caso brasileiro.
enquanto as mulheres uruguaias não identificam sua organização com uma posição
política, mostrando-a como uma associação de tipo econômico que, no entanto, trabalha
a favor de suas associadas dentro do campo social, econômico e produtivo. apesar de
suas diferenças e logo de analisar as entrevistas com a líderes de ambas as organizações,
pode-se afirmar que as mulheres que formam parte das mesmas criam uma consciência
crítica muito similar, revalorizando-se e empoderando-se como mulher e cidadã. esse
empoderamento e esse resgate da auto-estima permite que as relações de gênero no
meio rural começam a mudar, colocando mulher numa posição mais relevante e
participe dentro da sociedade onde vive.
NASCIMENTO, Josilene Barbosa do. O corpo belo: beleza e práticas de embelezamento
no discurso das mulheres da Zona Rural (estudo de caso no Mororó - distrito da cidade
de Barra de Santana-PB). 2001. 176f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) –
Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande, 2001. (sob orientação de Durval
Muniz de Albuquerque Júnior)
Palavras-chave: identidade; gênero; representações.
Resumo: Este trabalho é um estudo sobre beleza corporal e práticas de embelezamento
feminino e masculino, desenvolvido a partir das observações participantes e não
participantes e dos discursos das mulheres da zona rural, particularmente do Mororó. Os
objetivos principais do estudo são: identificar os ideais de beleza feminina e masculina
defendidos pelas depoentes da referida localidade; constatar de quais maneiras estas
avaliam esteticamente seus próprios corpos a partir da subjetivação e/ou reelaboração
dos padrões de beleza construídos e divulgados socialmente e da relação social com os
sujeitos; mostrar quais as práticas de embelezamento - cotidianas ou não - que as
mesmas dispõem como meio de ficarem mais bonitas. O estudo mostra que os cânones
de beleza feminina e masculina são construções sociais que definem faces e corpos
esteticamente belos e feios. As análises indicam que as práticas de embelezamento são
delimitadas pelo contexto social no qual as mulheres entrevistadas e/ou observadas
estão inseridas, por questões econômicas, morais, religiosas e históricas e, também,
diferenciadas de acordo com a faixa etária das mulheres e o gênero. Nesse sentido, as
identidades de gênero demarcam não apenas universos femininos e masculinos mas,
também, corpos e/ou aparências diferentes. Finalmente, divergindo das representações
da mulher rural divulgadas pela mídia, de que as mesmas são desatentas à beleza
corporal, à vaidade e ao cuidado de si, o resultado da pesquisa aponta que as mulheres
da zona rural buscam ser bonitas e atraentes.
LEITE, Sarah Ayesha. Le donne immigrante: famiglia, lavoro, vita (as italianas em
Franca, 1900-1934). 2000. 209f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, 2000. (sob orientação de Dulce Maria
Pamplona Guimarães)
Palavras-chave: imigração; mulheres italianas; Franca
Resumo: Destaca as mulheres italianas no fenômeno imigratório e revisa a história da
imigração no Brasil comparando-a à de outros países. Analisa condições de vida das
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mulheres no Brasil, modelos de comportamento feminino no Brasil e na Itália; toma
como contrapontos papéis ativos e contestatórios. Mapeia estratégias matrimoniais da
etnia e sua reinterpretação social. Destaca o papel da mulher na ascensão social. Destaca
o papel da mulher na ascensão social rural e urbana dos imigrantes, destacando
estratégias de transmissão de valores culturais.
PIRES, Antônio Geraldo Magalhães Gomes. As bóias-frias e suas representações
sociais sobre o tempo livre e lazer. 2000. 345f. Tese (Doutorado em Educação Física)
– Universidade Gama Filho, 2000. (sob orientação de Sebastião Josué Votre)
Palavras-chave: lazer; mulher; bóia fria; tempo livre.
Resumo: O objetivo do estudo foi identificar, analisar e interpretar as Representações
Sociais constituídas pelas bóias-frias sobre tempo livre e lazer. Para tanto, lançamos
mão do referencial teórico relativo às pesquisas de natureza qualitativa, visto que a
obtenção dos dados necessários à pesquisa foram obtidos no contato direto que
travamos com a situação estudada, tendo a perspectiva das atoras sociais como
referencial. Procuramos orientar a pesquisa a partir de uma leitura interdisciplinar das
possibilidades metodológicas em realiza-la. Neste sentido, lançamos mão de alguns
pressupostos pertinentes às perspectivas teórico-metodológicas Etnografia,
Etnometodologia e Análise do Discurso, em função de termos procurado evitar uma
construção apriorística de hipóteses, na medida em que optamos por mergulhar na
situação do estudo para buscarmos então um aprimoramento do problema proposto
inicialmente na pesquisa. Outro fator marcante em nossa opção pela etnografia, diz
respeito a possibilidades que ela nos oferece de combinarmos vários métodos de coleta
de dados conjugados entre si, o que nos permitiu traçar um quadro mais vivo e denso da
situação estudada. Como optamos por fazer da sociedade rural o locus de nosso estudo e
a trabalhadora bóia-fria foi constituída como sua atora social, tomamos o município
paulista de Taciba, com 5.051 habitantes; enquanto cenário da pesquisa em função dele
apresentar o algodão (palco da pesquisa), cultura altamente agregadora de mão-de-obra,
portanto de forte caráter social, como sua principal fonte de geração de riquezas. A
bóia-fria vende sua força de trabalho sem vínculo trabalhista com o capital, e por
temporalidade determinada. Para coletarmos os dados necessários ao estudo, fizemos
uso de uma entrevista semi-estruturada, da observação direta das atividades cotidianas
das atoras sociais tanto no ambiente do mundo privado (casa) quanto no universo do
público (trabalho). Participaram de forma direta das entrevistas bóias-frias que eram
mães. As entrevistas foram realizadas de forma individualizadas e em grupos, o que
propiciou a cada uma delas uma singularidade. No estudo não nos preocupamos com o
número de bóias-frias que colaborariam na pesquisa, pois entendemos que os dados
coletados valeriam pela sua qualidade, já que sua representatividade se construiria de
forma objetiva na medida em que as atoras sociais pertencem a um mesmo grupo. Em
função da natureza da pesquisa, incorporamos à pesquisa, como auxiliar, uma moradora
do cenário que partilhava de alguns valores das atoras sociais. Desenvolvemos a coleta
de dados tendo como ponto de referência levantar informações relativas a dois tipos de
fenômenos: um globalizante/periférico e outro focal/central. Para tanto, tomamos com
questão a investigar detonadora do processo de pesquisa a seguinte indagação: existiria
uma relação entre a forma como estão constituídas as representações sociais sobre o
tempo livre e lazer e a maneira pela qual a bóia-fria realiza trabalho na cultura do
algodão? Podemos dizer que as representações sociais identificadas sobre o tempo livre
e lazer foram: tempo de devaneio e direito social respectivamente, sendo que a primeira
se aproxima da noção de tempo de devaneio proposto por Bachelard (1991/96), e a
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outra aos princípios de cidadania propugnados por Teves Ferreira (1993), ao mesmo
tempo em que nos remetem as seguintes idéias fundamentais: imaginação, fantasia,
felicidade, exclusão e cidadania.
CAYRES, Guilhermina Maria Vieira. Nazarenos e Marias do rio Capim: relações de
gênero em uma comunidade amazônica. 1999. 234f. Dissertação (Mestrado em
Planejamento do Desenvolvimento) – Universidade Federal do Pará, Belém, 1999. (sob
orientação de David Gibbs McGrath)
Palavras- chave: Mão-de-obra, mulheres no desenvolvimento, agricultura
Resumo: Estudo de caso da comunidade de Nazaré (Paragominas-PA), cujos objetivos
são identificar as atividades envolvidas no sistema de produção tradicional dos grupos
domésticos caboclos e verificar como as relações de gênero manifestam-se na mão-deobra que exerce tais atividades, salientando especificamente, o papel das mulheres. Em
Nazaré, os grupos domésticos caboclos têm na agricultura a principal atividade de onde
provêm os recursos alimentícios e financeiros. Além das atividades agrícolas, os
membros dos grupos domésticos caboclos empregam mão-de-obra nas atividades
extrativistas, domésticas e outras. Essas atividades permitem a produção doméstica
cabocla da comunidade. A mão-de-obra familiar garante a execução dessas atividades
durante todo o ano.
CRUZ, Lindalva Alves. A emergência da mulher como sujeito político e coletivo na
história do M.M.T. 1999. 150f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 1999. (sob orientação de Celinda Lilian
de Lourdes Letelier Vasquez)
Palavras-chave: emergência ,mulher, sujeito, político, história, M.M.T.
Resumo: A dissertação apresenta uma visão do processo histórico e organizacional da
luta do movimento das Mulheres Trabalhadoras da Região do Agreste/Brejo Paraibano
no Estado da Paraíba, no período compreendido entre a sua criação até 1998, como
também, demonstra a relevância dessa luta no âmbito da cidadania, da transformação
social e da construção de novas relações políticas e culturais. No decorrer do trabalho
percebemos que a mulher do MMT tornou-se portadora de identidade própria, e pôs
questões de ordem política e cultural no contexto das lutas sociais. Como mulher, no
processo de luta assumiu-se enquanto sujeito político e sujeito coletivo. Conquistou
significativamente o espaço de participação nas instancias de decisão no âmbito
privativo e público. O MMT tem dado grandes contribuições no processo de construção
e exercício da cidadania não só da mulher trabalhadora rural mas também de outras
categorias como: professoras, garis, lavadeiras, domésticas etc. Como trabalhadoras,
assumiram as lutas gerais por direitos para todos.
GRANDI, Alessandra Bueno de. Relações de trabalho nas famílias agricultoras
associadas a mini-usinas de leite no estado de Santa Catarina. 1999. 93f.
Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 1999. (sob orientação de Maria Ignez Silveira Paulilo)
Palavras-Chave: gênero, agricultura familiar, produção leiteira.
Resumo: A divisão sexual do trabalho nas unidades de pequena produção agropecuária
é influenciada pelo sexo, idade e tamanho da família, uma vez que a mão-de-obra
utilizada nas mesmas é preponderantemente familiar. Apesar de trabalhar cerca de 10/16
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horas semanais a mais do que o homem (BULLOCK, 1994), o trabalho da mulher é
considerado atividade não econômica, não produtivo, além de ser não remunerado. Esta
situação de desconsideração pelo trabalho feminino é verificado na família produtora,
nos órgãos institucionais, e em algumas ONG's, muitas delas responsáveis por
programas de desenvolvimento junto a essas famílias agricultoras, que não levam em
consideração a participação real das mulheres nos mesmos. Estes programas ou projetos
provocam alterações no ritmo do ciclo produtivo e da vida dos agricultores, muitas
vezes prejudiciais às mulheres. Na análise de duas agroindústrias de pequeno porte,
duas mini-usinas de leite, que estão sendo consideradas uma alternativa para a crise
econômica vivida pelos agricultores, verificamos que as mulheres participaram no
processo de gestação e implementação das mini-usinas, mas o mesmo não ocorre
atualmente. Houve aumento da carga de trabalho delas, mesmo utilizando-se a
ordenhadeira mecânica, devida ao aumento do número de vacas e dos cuidados
necessários para com o leite. Como o associado é o marido, a renda do leite agora vai
para ele, resultando em perda de poder econômico para as mulheres, que antes
beneficiavam o leite e produziam derivados e, com a venda destes produtivos auferiam
um rendimento que elas mesmo administravam, o que não acontece mais. Uma
reestruturação dos projetos voltados para a agricultura familiar, no sentido de incentivar
e valorizar uma maior participação das mulheres e dos jovens em todas as etapas do
processo, se faz necessária para que haja um nível de aceitação maior por parte de toda
a família.
PELÚZIO, Adriana Mucci. Padrão de trabalho da mulher rural e sua contribuição no
desenvolvimento dos recursos familiares. 1998. 72f. Dissertação (Mestrado em
Economia Doméstica) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1998. (sob orientação
de Maria das Dores Saraiva de Loreto; Nerina Aires Coelho Marques; Therezinha
Mucci Xavier)
Palavras-chave: Padrão - trabalho - mulher
Resumo: Apesar de estarem surgindo, na atualidade, numerosos estudos sobre a mulher,
não têm sido avaliadas, pertinentemente, as atividades femininas no meio rural. Tal
avaliação é de suma importância para subsidiar novos projetos que contribuam para
elevar o padrão de seu trabalho, e, conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida de
suas famílias por meio do desenvolvimento dos recursos familiares. É importante
mostrar às autoridades o valor do trabalho da mulher rural, tornando-o mais visível e
dando condições para a permanência da família no campo, a fim de minimizar o êxodo
rural. Nessa perspectiva, esta pesquisa examinou a contribuição e o padrão de trabalho
feminino em três aspectos dimensionais: mulher, atividades e ambiente, nem como sua
variação em função da modernização das unidades de produção do Município de
Viçosa-MG. Dessa forma, analisaram-se os pontos inerentes ao perfil da mulher; às
características familiares, aos aspectos da unidade doméstica, às condições de trabalho e
ao output do trabalho feminino, considerando-se as comunidades como um todo e
dicotomizando-as em tradicionais e modernas. Para tal, foram coletados dados junto às
donas-de-casa rurais, utilizando-se procedimentos estatísticos descritivos e o modelo de
regressão do tipo Probit. Os resultados mostraram uma significativa participação da
mulher rural em atividades caseira que eram subvalorizadas pelo próprio segmento
feminino, possuíam um padrão de organização seqüenciado sendo restrita a colaboração
de outros membros familiares. A família predominantemente nuclear, de tamanho
reduzido, encontrava-se na fase de dispersão do ciclo de vida, possuindo, basicamente,
as mulheres acima de cinqüenta anos e baixo nível de escolaridade, o que dificultava o
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aproveitamento das potencialidade locais, por meio da produção doméstica, assim
como, a produção fora da unidade doméstica. Do ponto de vista estatístico as variáveis
que tiveram maior peso na probabilidade de a mulher rural trabalhar fora da unidade
doméstica estavam relacionadas mais com os aspectos familiares e do ambiente de
trabalho do que com suas características pessoais. Torna-se também imprescindível,
para conscientização da relevância do trabalho da mulher rural, a adoção de políticas
dirigidas nesse sentido, uma vez que, se suas atividades fossem reconhecidas,
contribuiriam amplamente para o crescimento econômico e social das famílias e dos
municípios.
BÉLENS, Jussara Natália Moreira. Trabalhando feito homem: o (des)compasso do
papel social das mulheres do Estreito, Campina Grande, PB. 1998. 155f. Dissertação
(Mestrado em Sociologia Rural) – Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande,
1998. (sob orientação de Maria Cristina de Melo Marin)
Palavras-chave: trabalho feminino - questões de gênero - cultura rural
Resumo: A sociedade tem naturalizado a distribuição de papéis sociais, tanto de
mulheres como de homens, baseada no discurso de que a mulher é frágil, dependente,
emocional, em contraposição ao homem, forte, determinado e racional. Contudo,
singularidades de mulheres, no Estreito - Campina Grande, transcendem ao modelo que
define a existência de um ser mulher único, dotado de docilidade e passividade,
levando-nos a repensar os limites das teorias patriarcalistas, dicotomizadoras,
essencialistas que elaboram idéias universais de mulher frágil, passiva, emocional. Estas
idéias podem ser observadas nos discursos, entendidos como articulação de poder e de
saber, uma pluralidade de elementos distintos que podem entrar em estratégias
diferentes. Utilizando-se o método qualitativo, com técnicas de histórias de vida, relatos
orais e participação observante percebeu-se o cotidiano das "viúvas" que são
consideradas como mulheres que "trabalham feito homem". Estas mulheres mantêm
suas famílias, depois da migração, morte ou doença dos maridos e até mesmo com a
presença deles em casa. Como, tradicionalmente, sustentar a casa com o trabalho no
roçado é tarefa ao homem, chefe de família, dessas mulheres diz-se que "trabalham feito
homem", como que a reforçar o modelo tradicional.
Halsema, Ineke van - Housewives in the Field: Power, Culture and Gender in a
South-Brazilian Village Amsterdam: Vrije Universiteit Te Amsterdam/CEDLA,
1991.170p.
Resumo:O tema da pesquisa é a mudança das relações de poder entre mulheres e
homens numa localidade (vila) da região do Alto Uruguai, no norte do Rio Grande do
Sul, chamada de Vila Itália para fins da pesquisa. A autora faz uma ampla abordagem
histórica e antropológica da vida nesta vila, enfatizando especialmente as relações de
gênero. A população de Vila Itália é predominantemente de origem italiana, com
algumas famílias de origem alemã ou polonesa, e praticante da religião católica. Cerca
de 150 famílias vivem nesta vila, cujo centro é a capela, um salão de festas, um jogo de
bocha, a escola elementar (até o quarto ano), um bar, um armazém, um engenho de
milho e as casas de 21 famílias. Todos os habitantes da Vila Itália são produtores rurais,
embora alguns tenham uma renda extra de profissões como ferreiro, professor e
pedreiro. A média das propriedades é 19 hectares.
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CUNHA, Auri Donato da Costa. Relações de gênero na agricultura familiar: a
produção frutícola no projeto irrigado de São Gonçalo (PB). 1998. 325f. Tese
(Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de Brasília, Brasília, 1998. (sob
orientação de Lourdes Maria Bandeira)
Palavras- chave: agricultura familiar e gênero
Resumo: Este trabalho teve por objetivo estudar as mudanças ocorridas na divisão
sexual do trabalho no âmbito da agricultura familiar no Perímetro Irrigado de São
Gonçalo, localizado no Sertão Paraibano, com o advento da modernização e da
especialização da agricultura. Ou seja, em que medida a introdução de novas
tecnologias na agricultura, tem contribuído para redefinir as relações e os papéis entre
os gêneros no interior do grupo familiar, considerando-se que o estudo das relações de
trabalho, no âmbito deste grupo, passam pelo estudo das relações sociais entre homens e
mulheres. O fio condutor que orientou as discussões, no plano teórico, no que concerne
ao gênero como categoria de análise, fundamentou-se no conceito elaborado por Scott
(1990) e outras (1) que também consideram o gênero no se refere ao modo como as
diferenças sexuais são construídas numa dada sociedade, num determinado grupo, em
determinado contexto, ou seja, a maneira como elas são trazidas para a práticas sociais e
tornadas partes do processo histórico. Por conseguinte, as características do lugar que os
homens e as mulheres ocupam no âmbito da agricultura familiar, constitui-se em um
locus privilegiado para o estudo das mudanças ocorridas na organização e na gestão do
trabalho na agricultura familiar, que utilizava novas tecnologias e está integrada ao
mercado. A agricultura familiar, denominada tradicional, é o segmento da agricultura
ancorada no trabalho família, onde o regime salarial só é utilizado de forma ocasional.
A família é o núcleo essencial, tanto que se refere à produção como ao consumo. As
estratégias familiares procuram satisfazer às necessidades do grupo doméstico e da
unidade de exploração, como também obter os meios para responder às exigências das
relações sociais ou institucionais da unidade produtiva. A agricultura tradicional
praticada pelos pequenos produtores, que residiam em São Gonçalo, sofreu
significativas alterações na sua organização produtiva e nas relações de trabalho, após a
desapropriação das terras onde trabalhavam, para instalação do Perímetro Irrigado, sob
administração do Departamento Nacional Contra as Secas. As famílias selecionadas
para fazerem parte deste Projeto Irrigado, passaram a morar em agrovilas, portanto a
conviver com vizinhos; a produzir em pequenos lotes culturas para o mercado, entre as
quais se destacou a fruticultura, com orientação técnica e utilização de tecnologias de
homens e mulheres no âmbito do grupo familiar. Portanto, a redefinição da divisão
sexual do trabalho gestada no bojo por processo das transformações da vida, da
organização e das relações de trabalho das famílias assentadas no Projeto, implica em
relações de gênero que estão em constante construção, tanto no contexto regional
quanto no tipo de organização social. A pesquisa foi realizada, a partir de um estudo de
caso. Fundamentou-se em dados coletados através de fontes orais e documentais,
colhidos junto as famílias de colonos assentadas no projeto e de técnicos que atuam na
área. (1)-LOBO, (1991); BRUSCHINI, (1992) e BENDINI, (1997) entre outras
DIEFENBACH, Carla Verônica Vasconcellos. O conceito, a proposta e a prática do
MMTR nas questões relativas à saúde da mulher rural. 1998. 103f. Dissertação
(Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
1998. (sob orientação de Joaquim Anécio de Jesus Almeida)
Palavras-chave: saúde da mulher, proposta e prática do MMTR.
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Resumo: este trabalho apresenta uma análise sobre o conceito, a proposta e a prática do
movimento de mulheres trabalhadoras rurais nas questões relativas à saúde da mulher
rural. foi desenvolvido no município de Júlio de Castilhos-RS e Nova Palma-RS e
apresenta um marco conceitual sobre movimentos sociais, movimento de mulheres
trabalhadoras rurais e saúde da mulher rural em questão. está fundamentado em diversos
autores, entre eles: Scherer, Navarro, Mynaio, Dallari, Godde, Almeida e outros. a
metodologia aplicada constou de coleta de dados (através de entrevistas e observação),
utilizados qualitativamente através de interpretação fundamentada na referência
bibliográfica e na análise do conteúdo das entrevistas. na discussão e análise dos dados,
caracterizou-se o grupo em estudo e após refletiu-se, a partir de suas falas, o
entendimento sobre o conceito de saúde, a proposta do mmtr para as questões de saúde
e o que o mmtr está pondo em prática. dividiu-se a prática por municípios e após em
tópicos, analisando-se não só os trabalhos desenvolvidos em cada município, a
participação das mulheres nas reuniões, as campanhas e informações trazidas pelo
mmtr, como também o atendimento médico e hospitalar da região e as informações que
as integrantes do movimento gostariam de debater. ao final da pesquisa, expôs-se a
diferença do atendimento á saúde em cada um dos municípios abordados com
considerações sobre o mmtr.
CAVALCANTI, Maria do Socorro Loureiro. "Gosto de ser mulher": representação da
sexualidade feminina em uma comunidade rural. 1998. 190f. Tese (Doutorado em
Enfermagem Fundamental) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1998. (sob
orientação de Dulce Maria Rosa Gualda)
Palavras-chaves: representação, sexualidade.
Resumo: neste trabalho procurei compreender o significado cultural da sexualidade de
mulheres de uma comunidade. procurei compreender como elas vivenciavam a
sexualidade e percebiam as influências dos fatores sociais em seus comportamentos e
no das outras mulheres da localidade. adotei como opção conceitual a antropologia
cultural, uma vez que esta tem uma abrangência considerável no que diz respeito aos
aspectos que constituem uma sociedade, como : suas atitudes, suas crenças, suas
tradições, dentre outros. procurei ancorar-me ainda nos conceitos oriundos dos
referenciais teóricos da representação social que consideram a representação social
como forma de conhecimento do senso comum, que ocorre de forma partilhada, que
assegura a comunicação dos códigos, que rompem e classificam as partes do mundo e
de suas histórias, quer individual ou coletivamente. parti dos pressupostos de que estas
mulheres detinham um saber próprio e especificidades de comportamentos e atitudes
gerados nas suas condições de vida. embora reconhecesse as interferências das
condições sócio-históricas e culturais sobre as mulheres, na manutenção dos processos
culturais, acatava a idéia de que elas também influenciavam, para que transformações
processassem. dentre as dificuldades encontradas a mais árdua foi optar por uma
maneira de apresentar e analisar os dados, sem promover uma fragmentação dos
mesmos. assim, ao adotar a forma de transformação dos relatos orais, colhidos durante
as "oficinas didáticas" e as entrevistas, em linguagem escrita, seguindo as fases de
transcrição, textualização, transcriação e conferência, tentei propiciar esta aproximação
entre as cinco colaboradoras e o público. recorri aos diversos constructos que formam o
conceito de cultura. vários deles que permeiam o inconsciente coletivo e como tal se
reproduzem nos rituais, como forma de perpetuação de mitos, crenças, normas, valores
e conhecimentos ; enquanto outros, vão surgindo pelo processo de metamorfose, próprio
de sociedades em transformação. a representação que permeou todas as narrativas, pode
29
ser assim colocada: "gosto de ser mulher". no entanto, o vivenciar a sexualidade esteve
sempre imbricado com todos os demais aspectos da vida e foram enfaticamente
apresentados nas palavras chave que resultaram na elaboração do "tom vital", que no
meu entendimento equivale a representação das narradoras. assim, a percepção que as
colaboradoras de Canaã expõe sobre a sexualidade das demais mulheres de sua
localidade, é a de que elas a vivenciam diferentemente uma das outras. todo o
conhecimento cultural levou-me a assumir compromissos e emitir propostas a ser
desenvolvidas no campo da enfermagem.
FRANCISCO, Maria Luiza Oliveira de. Trabalho familiar na agricultura do Município
de Rio Claro (SP): a mulher e a criança na pequena produção. 1997. 149f. Dissertação
(Mestrado em Geografia Humana) – Universidade de São Paulo, Presidente Prudente,
1997. (sob orientação de Rosa Ester Rossini)
Palavras-chave: geografia de gênero, trabalho familiar, agricultura.
Resumo: Esse trabalho procurou investigar as estratégias de sobrevivência familiar na
agricultura e as formas de inserção da mulher proprietária e da criança residentes nas
zonas rurais na força de trabalho na pequena produção do município de Rio Claro.
Especificamente, buscou-se analisar as estratégias de sobrevivência familiar na pequena
produção, procurando demonstrar o papel desempenhado pela mulher proprietária nas
atividades produtivas e reprodutivas, os papéis de gênero atribuídos à ela pela família, a
divisão sexual do trabalho, as relações de poder dentro da unidade doméstica e o papel
desenvolvido pela criança nas atividades produtivas e reprodutivas. Abordou-se assim,
as relações de gênero na Geografia, ou seja, na construção de uma Geografia de Gênero
e suas vinculações com as estratégias de sobrevivência familiar, fato que possibilitou o
estudo da inserção da mulher na força de trabalho na pequena produção. Tratou-se das
relações de trabalho desenvolvidas no colonato buscando-se entender os papéis de
gênero atribuídos à ela pela família, a divisão sexual do trabalho e as relações de poder
dentro da unidade doméstica. Verificou-se que as atividades produtivas e reprodutivas
desenvolvidas pela mulher e criança eram essenciais para a produção e reprodução da
força de trabalho. As atividades produtivas eram encobertas pelo trabalho familiar, ou
seja, o caráter integrativo e cooperativo do trabalho familiar mascarava o trabalho da
mulher e da criança que não eram valorizados, pois não eram remunerados. Constatouse também que a intensificação das relações capitalistas no campo rioclarense através da
sujeição da renda da terra tem levado a uma acentuação do trabalho familiar onde a
mulher e a criança trabalham mais intensamente nas atividades produtivas e
reprodutivas buscando fugir da expropriação da terra e do assalariamento. A soma das
atividades produtivas e reprodutivas tem levado a mulher a um elevado sobretrabalho,
ou seja, a uma dupla jornada de trabalho o que tem prejudicado seu tempo de repouso.
Hoje, o capital tem ocasionado uma maior subordinação da mulher à família e ao
próprio capital.
MELO, Ligia Albuquerque. Reprodução da subordinação de gênero: o caso da mulher
trabalhadora rural de empresa de uva do Sub-médio São Francisco. 1997. 183f.
Dissertação (Mestrado em Administração Rural) – Universidade Federal Rural de
Pernambuco, 1997. (sob orientação de Margot Barbosa Schulze)
Palavras-chave: gênero; trabalho rural.
Resumo: O estudo tenta mostrar que a Política Pública de Irrigação para o Nordeste
implantada na década de 60, incentivando a modernização da agricultura da Região,
30
abre espaço de trabalho para a mulher, na função de trabalhadora rural, embora esse não
fosse objetivo da referida política. Trata-se de uma experiência nova para o rurícola,
enquanto força de trabalho remunerada, que até então se dedicava à unidade familiar do
cultivo tradicional do sequeiro, de forma gratuita. A oportunidade dada à mulher
trabalhadora rural de ingressar no mercado de trabalho, proporcionada por empresários
rurais e colonos, usuários do Programa de Irrigação do Nordeste. Acontece pela
produtividade no trabalho por ela apresentada, em comparação com a do homem,
quando da realização de atividades agrícolas. Esse rendimento que é possível obter da
mulher pela condição de Ser subordinado ao homem e legitimado pela sociedade, cria
preferência do empregador pelo trabalho da mulher em culturas agrícolas, como a uva
que exige, dentre outras, paciência, habilidade manual e concentração na realização de
determinadas tarefas, qualidades ditas femininas. O capital ao reproduzir a subordinação
da mulher, estimula uma cadeia de violência do homem contra a mulher, por ela já
experimentado "em casa", pois também na esfera pública o homem mais do que a
mulher tem condições de exercer o poder, uma vez que, os cargos de maior prestígio,
são por ele ocupados. A mulher também se beneficia da chance de participar do
mercado de trabalho dada pelo capital. A saída "para a rua" além de tirar a mulher do
isolamento "da casa", a remuneração do trabalho pode lhe dar independência financeira
do homem, variável que exerce forte influência no comando do homem sobre a mulher.
As brechas deixadas pelo capital possibilitam à mulher, através do trabalho social,
minar a sua subordinação ao homem.
GOMES, Belkisse Corrêa. "Retrato" de mulheres "Pantaneiras" na década de 20 a
40: "Molduras" em educação e gênero. 1997. 216f. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, Campo Grande, 1997.
(sob orientação de Sônia da Cunha Urt)
Palavras-chave: representação social - gênero - educação
Resumo: Neste estudo procuramos desvelar o papel desempenhado pela mulher no
pantanal da Nhecolândia, no início deste século, através de suas representações sociais,
usando como instrumento as suas memórias. Buscamos através da teoria de gênero,
compreender e explicar a educação formal e informal dessas mulheres e a vida no
pantanal. na análise do discurso dessas mulheres encontramos nas atividades do
cotidiano, o trabalho, como principal atividade de todas da região. A educação informal
através do trabalho era realizada no cotidiano e a educação formal, através de
professores das escolas dos pantanais rural e urbano. Através da análise dos discursos,
chegamos à conclusão que essas mulheres pantaneiras assumiam culturalmente a
dominação masculina e a conseqüente submissão feminina, o que ficava evidenciado na
educação informal e formal que podiam "receber".
FIÚZA, Ana Louise de Carvalho. Verde-rosa/natureza-mulher: um estudo de caso
comparativo das relações de gênero em contextos tecnológicos distintos na Zona da
Mata mineira. 1997. 119f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, 1997. (sob orientação de José Norberto Muniz; Franklin
Daniel Rothman; Maria De Fátima Lopes)
Palavras-chave: Mulher - aspecto social; ecologia; sociologia rural.
Resumo: Esta dissertação constitui um estudo comparativo do "status" de mulheres que
vivem na zona rural de dois municípios da Zona da Mata mineira. O que diferencia
fundamentalmente as unidades produtivas familiares pesquisadas, em ambos os
municípios, é a difusão de tecnologias de concepções paradigmáticas distintas. Em uma
das regiões, difundem-se idéias e técnicas "alternativas", na outra há um predomínio de
31
idéias e técnicas do paradigma produtivista (industrial). O intuito deste trabalho foi o de
analisar a forma como vivem as mulheres em ambas as situações, a fim de
problematizar as críticas que se tem feito em relação às conseqüências negativas da
modernização tecnológica para a mulher, ao mesmo tempo em que se valorizam as
tecnologias alternativas como sendo benéficas a ela.
SILVA, Maria Goreti da. Mandona vem de família: um estudo de gênero, trabalho e
poder entre trabalhadoras rurais. 1996. 130f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social)
– Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996. (sob
orientação de Sebastiana Rodrigues de Brito)
Palavras-chave: Trabalho; Gênero; Agricultura familiar; Poder
Resumo: Este trabalho busca compreender a dimensão do poder feminino na lógica dos
atores sociais vinculados a pequena unidade familiar de produção e reprodução social
em São Bartolomeu, sul de Minas Gerais. Neste espaço, a mulher se insere enquanto
trabalhadora no tipo de atividade essencialmente familiar, domestica e, na condição de
trabalhadora que acumula atividades familiar/domesticas com as assalariadas. Nesta
perspectiva, busca-se compreender se o que os atores sociais entendem por poder
feminino corresponde a representação social contida na expressão, usual entre a
população do campo, "mulher mandona". A reflexão parte de uma abordagem teórica
acerca das categorias trabalho, relações sociais de gênero e de poder, passando para um
estudo geral a respeito da pequena unidade familiar de produção e reprodução social,
objetivando focalizar as pequenas unidades familiares de produção onde a mulher se
insere no processo produtivo. A partir deste entendimento, enfatiza-se o modo como a
mulher vive, cotidianamente, as relações sociais de gênero e poder. Sendo possível,
assim, entender a concepção que os atores sociais têm do poder feminino e o que
desvenda a representação social da "mandona".
SARTORI, Maria Salette. Saúde, doença e a representação: um estudo com mulheres
rurais. 1996. 116f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, 1996. (sob orientação de Joaquim Anécio de Jesus
Almeida)
Palavras-chave: mulher rural, saúde, doença.
Resumo: as concepções de saúde e de doença de um determinado grupo social, bem
como suas práticas, podem apresentar diferenciais semânticas importantes entre as
pessoas que cuidam e as que são cuidadas. interessada em compreender como se
constrói esses diferenciais no contexto de uma comunidade rural, a autora, utilizando-se
de uma abordagem qualitativa, analisa as representações e relações sociais de ordens
diversas, e que concorrem a construção destes conceitos e práticas desenvolvidas no
interior da comunidade.os dados para essa discussão foram obtidos através de
entrevistas não diretivas, organizadas de forma que as palavras que se repetissem
freqüentemente fizessem emergir os temas e estes foram indicando as concepções e
práticas de saúde, bem como suas inter-relações. o estudo mostra que é a partir da
percepção e classificação da doença que se estabelecem relações com os diversos
agentes de cuidado de saúde, confrontando assim, as diferentes concepções e práticas
relacionadas à saúde e à doença. a pesquisa toma como referência a mulher, e se centra
numa certa noção de que ela é quem primeiramente olha, avalia e trata os sintomas, de
acordo com conhecimentos disponíveis através de uma estrutura cognitiva
culturalmente transmitida e socialmente aceita. dessa forma, pretende dar conta de uma
32
determinada dimensão da realidade, onde o evento disruptivo do adoecer cria limites de
ordenamento dessa realidade, e no interior da qual, certas práticas de saúde adquirem
sentido.
ALVES, Maria de Fátima Paz. E o homem trabalha que nem a gente? um estudo sobre
relações de gênero e trabalho numa comunidade rural do agreste pernambucano. 1996.
149f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 1996. (sob orientação de Josefa Salete Barbosa Cavalcanti)
Palavras-chave: relações de gênero/trabalho/casa/tempo/espaço/homens/mulheres.
Resumo: nesta dissertação analiso o trabalho realizado por homens e mulheres de uma
comunidade rural do agreste setentrional de Pernambuco na comunidade, os homens
normalmente migram, enquanto as mulheres, que ficam realizam múltiplas atividades.
as relações de gênero - permeadas por um conflito entre papéis, ideais de homens e
mulheres e pela articulação entre estes(as) com vistas a reprodução de sua condição estruturam o tempo e o espaço vivenciado e concebido de modo diverso por homens e
mulheres. a casa apresenta-se como espaço do trabalho da mulher e do 'não trabalho' do
homem. no roçado familiar homens e mulheres realizam atividades embora a identidade
masculina esteja mais diretamente ligada a esta esfera com a imigração dos homens, as
mulheres, assumem maior responsabilidade no trabalho no roçado, participando de
modo efetivo na sociedade beneficente onde embricam-se relações de gênero e
parentesco. a maior flexibilidade do trabalho para as mulheres que podem fazer tudo
enquanto os homens tem delimitada a sua atuação, cria um tempo diferenciado para
ambos, favorecendo a que as mulheres tenham uma presença marcante na comunidade,
algumas vezes desquantificando os homens que não condizem com as expectativas,
enquanto sobrecarga de trabalho quanto numa maior. autonomia e poder das mulheres o
que implica necessariamente numa mudança ou questionamento da forma como as
relações de gênero se dão na comunidade.
OLIVEIRA, Dalva Felipe de. Mulher trabalho e vida no campo: um estudo junto às
mulheres da comunidade rural do Ligeiro, no Cariri paraibano. 1996. 129f. Dissertação
(Mestrado em Sociologia Rural) – Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande,
1996. (sob orientação de Maria Cristina de Melo Marin)
Palavras-chave: mulher; trabalho; família.
Resumo: O trabalho executado pelas mulheres tomando como referência a casa e o
roçado ou as atividades a elas relacionadas, constitui o objeto central desta dissertação.
Procurei detectar os condicionamentos que influenciam o processo de diferenciação
social entre os sexos, essencialmente quando se refere ao trabalho executado por essas
mulheres no âmbito da casa como no âmbito do roçado com a representação do trabalho
de casa como trabalho de mulher, busquei apreender os mecanismos que condicionam a
atribuição "natural" das tarefas domésticas ao sexo feminino. Nesse estudo, tentei
analisar a imbricação do trabalho doméstico com o trabalho exercido pelas mulheres no
roçado, pois parti da hipótese que entre esses espaços, há uma relação de
complementaridade, embora reconheça o peso do trabalho doméstico, que se traduz na
responsabilidade pela socialização dos filhos e da manutenção da unidade doméstica
pretendi, a partir dessa análise, apreender as representações que as mulheres têm sobre o
trabalho, levando em consideração os fatores que as levam a considerá-lo apenas uma
ajuda. Procurei saber quais as vantagens e desvantagens de trabalhar em casa; que
explicações elaboram para o seu cotidiano e como ele se traduz.
33
RESSEL, Lucia. A cultura como mediadora na sexualidade da mulher rural. 1995. 181f.
Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, 1995. (sob orientação de Rossato Ricardo)
Palavras-chave: sexualidade mulher rural cultura
Resumo: este trabalho apresenta uma analise sócio-antropológica sobre a ação da
cultura na sexualidade da mulher rural. foi desenvolvido na localidade de são Rafael,
município de Restinga Seca - RS, e apresenta um marco conceitual sobre cultura e
sexualidade feminina, fundamentado em diversos autores.a metodologia aplicada foi
baseada principalmente em Minayo e constou da coleta de dados utilizando entrevista e
observação, sendo estes dados utilizados qualitativamente através de analise de
conteúdo, e ainda, de discrição de trajeto para a escolha do campo, entrada e
amostragem. na discussão dos dados, caracterizou-se, inicialmente sexualidade das
entrevistadas, relacionando com as agencias educativas,, família, religião, escola,
amigos e meios de comunicação de massa.completou-se a discussão com o exame de
mitos e tabus quanto a sexualidade das mulheres do grupo em estudo.
ROCKENBACH, Inácio Hugo. A mulher na administração da empresa familiar rural:
o caso de um grupo de gestão agrícola em Santa Catarina. 1995. 80f. Dissertação
(Mestrado em Administração Rural) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1995.
(sob orientação de Ricardo de Souza Sette).
Palavras-chave: administração rural participação da mulher, resultado.
Resumo: o objetivo do estudo foi verificar a participação da mulher nos processos
produtivo e administrativo da empresa familiar rural e a sua influencia no resultado
econômico. Como resultado verificou-se que ha expressiva participação da mulher no
processo produtivo e esta participação e mais requisitada nas fases mais criticas da
empresa. No processo administrativo verificou-se uma participação constante, atuando
como elemento harmonizador entre os demais componentes familiares. Verificou-se
também que, embora não significativo pelos testes estatísticos, ha indícios de que a
participação da mulher no processo administrativo.
LECHAT, Noelle Marie Paule. A questão de gênero no movimento dos trabalhadores
rurais sem terra (MST): estudo de dois assentamentos no Rio Grande do Sul. 1993.
257f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 1993. (sob orientação de Carlos Rodrigues Brandão)
Palavras-chave: gênero/movimento sem terra/camponês mulheres/assentamento/caboclo
colono/ita
Resumo: o gênero constrói a política e por esta e construído. a partir da ótica feminina,
eu analiso como as relações de gênero tecem-se no seio do MST-RS, a centralidade que
ai ocupam e o exercício do poder que as permeiam. o fio condutor e o gênero, como
categoria de analise e de significação, mas usei varias abordagens para este estudo. uma
visão histórica do processo de ocupação, perda e reconquista da terra na região de
origem dos sujeito da pesquisa de 1815 a 1990 destacando a participação da mulher
neste processo: uma etnografia dos assentamentos palco das relações de gênero em
estudo; a reconstituição do período de acampamento iabilidade do publico e do privado
no mst pois ele e composto por famílias e não por individuo isolados. especificidades
culturais, históricas e etárias levam as assentadas a processos diferenciados de
34
participação neste movimento, mas a maioria delas procura a transformação das
relações de gênero pois consideram-se na parte integrante do projeto político de
construção de uma sociedade mais justa.
LIMA, Isa Maria Meira Rocha de. Mulheres na luta pela terra e as relações
patriarcais na família camponesa. 1992. 145f. Dissertação (Mestrado em Serviço
Social) – Universidade Federal de Pernambuco, 1992. (sob orientação de Pinto João
Bosco Guedes)
Palavras-chave: gênero, mulher rural, patriarca.
Resumo: o estudo visa compreender ate que ponto a participação da mulher na luta pela
terra contribuiu para mudar as representações sobre as relações patriarcais da família
camponesa. A pesquisa foi realizada no assentamento do engenho pitanga i, município
de Abreu e Lima, estado de Pernambuco, utilizando o estudo de caso junto a dois
grupos de mulheres acrescido de dados secundários sobre o assentamento: grupo a,
forma do por mulheres que participaram da luta pela terra e o grupo b, formado por
mulheres que não participaram, mas que residiam no mesmo local.as categorias gênero
e patriarcado e os conceitos de família e papeis homem e mulher, como também
mudanças das condições devida. As representações das mulheres do grupo B somente
indicam mudanças relacionadas as condições de vida. As representações dos dois
grupos não revelam questionamentos, nem criticas sobre as relações patriarcais na
família camponesa, donde se conclui que estas permanecem na família, pois o poder
continua centrado no homem (varão).
PAIXÃO, Maria Lídia Gomide. Variação na estrutura de poder conjugal da família
rural microrregião de Viçosa. 1992. 202f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural)
– Universidade Federal de Viçosa (sob orientação de Jose Norberto Muniz)
Palavras-chave: ciclo de vida da família rural estrutura de poder conjugal autoridade.
Resumo: a proposta do estudo foi identificar as variações na estrutura de poder conjugal
ao longo do ciclo de vida de 20 famílias selecionadas na microrregião rural de viçosa. A
estrutura de poder conjugal estabelecida a partir da identificação de quem tem
autoridade nas decisões e de quem e responsável pela execução das tarefas nas áreas
agrícola de quintal e domestica serviu de marco teórico para este estudo. O ciclo de vi
da foi dividido em oito depois em cinco e apos as visitas iniciais ao campo ficou com
quatro estágios. Os procedimentos metodológicos utilizados na investigação
diversificaram entre um questionário observação d vida entrevistou-se cinco famílias.
As conclusões deste estudo podem ser assim resumidas: o ciclo de vida dessas famílias
não se apresenta padronizado.na analise do poder geral em relação aos diferentes
estagio s observou-se que o marido apresenta maior poder que a mulher nos três
primeiros estágios. Apenas no ultimo estagio e que se identificou uma quase igualdade
de poder entre marido e mulher motivada pela redução do poder do marido e o
aparecimento mais intenso dos filhos e meeiros.
CASAGRANDE, Jacir Leonir. Movimentos sociais no campo: mulheres agricultoras em
Santa Catarina. 1991. 87f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1991. (sob orientação de Ilse
Scherer-Warren)
Palavras-chave: produção familiar mulheres agricultoras meio rural
35
Resumo: o movimento de mulheres agricultoras de Santa Catarina surge um contexto de
lutas do meio rural pela continuidade da reprodução da vida camponesa. Quadro este
que se apresenta numa linha de agravamento gradativo das dificuldades para este modo
de vida e de trabalho familiar. Este coletivo, constituído a partir da problemática vivida
pela pequena produção, numa perspectiva de fortalecimento das lutas de classes, de
somar forcas com as demais organizações do campo, projeta-se por outro lado, numa
luta especifica por questões que denominamos de gênero. As mulheres agricultoras se
percebem submissas e subordinadas dentr especifico. Neste sentido, ser 'mulher
agricultora' na unidade de produção familiar, bem como na sociedade, lhe possibilita um
avanço, rumo a emancipação plena, como ser humano. O movimento de mulheres
agricultoras, como sujeito e ator social, e portador de um projeto utópico de
transformação social, que emancipa a classe trabalhadora e sobretudo a mulher
agricultora, submissa e subordinada na vida domestica e na sociedade.
BARROS, Márcia Ester Zorzo. Sindicatos rurais: organização e participação da mulher
em SC. 1990. 141f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 1990.
Palavras-chave: trabalhadora rural, sindicato.
Resumo: a presente dissertação tem como objeto a participação das trabalhadoras rurais
nos sindicatos de sua categoria profissional e analise do crescente envolvimento destas
nas lutas dos sindicatos de trabalhadores rurais. Aborda também as formas como os
sindicatos tem conseguido reestruturar a atuação para incluir a participação e as
reivindicações das mulheres no contexto da classe trabalhadora rural.
CATTANI, Rosane Maria Manica Rizzi. Trabalhadora rural: o despertar da mulher
(movimento das mulheres no Rio Grande do Sul). 1989. 268f. Dissertação (Mestrado
em Extensão Rural) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1989.
Palavras-chave: mulheres rurais movimento social trabalhadoras.
Resumo: o estudo versa sobre o movimento de mulheres rurais no rio grande do sul, nos
seus aspectos mais estruturais e cronologicamente iniciais. Foram identificados fatores
conjunturais, sociais, políticos e econômico s (período de 64 a 85) acrescidos dos
aspectos ideológicos revelando prováveis causas de um movimento em que as relações
de classe estão no âmago do processo. Desenvolveu-se uma analise do movimento sob o
ponto de vista da configuração tipológica feminina, feminista por apresentar uma
organização de gênero documentando-se as manifestações reivindicatórias do
movimento com vista a estudos posteriores.
ABRAMOWAY, Miriam. Por trás dos bastidores: uma análise de mensagens produzidas
por organizações governamentais e não governamentais que trabalham com a mulher.
1989. 441f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, São Paulo, 1989.
Palavras-chave: mulher, meios de comunicação agencias de desenvolvimento social
cultura
Resumo: estudo das mensagens transmitidas por instituições que trabalham com a
mulher com relação a, seus papéis sociais. As mensagens destas instituições reforçam os
papeis tradicionais que a sociedade impõe a mulher. O estudo tem, por base a análise de
meios radiofônicos, impressos e audiovisuais. Brasil e costa rica fornecerem os
36
principais exemplos para a verificação das hipóteses. A mulher rural foi analisada da
manei ra particular. A divisão dos papéis sexuais relega a mulher a uma posição
subordinada no plano do trabalho-onde ocupa, nas mensagens transmitidas, o lugar
domestico e também no terreno educacional. As mensagens igualdade de oportunidades
no trabalho. E através do sexo que se da diferenças entre o publico, o privado, o natural,
o cultural, o biológico e o psicológico. O local socialmente destinado a mulher e a
família e o espaço privado e de subordinação e submissão. Em suma, o discurso
encontrado e pseudo-modernizante e se encaixa perfeitamente na ideologia patriarcal.
CALEGARRO, Iara do Carmo. Estratégias de sobrevivência familiar em pequenas
propriedades rurais de três Barras (RS). 1989. 237f. Dissertação (Mestrado em
Extensão Rural) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1989.
Palavras-chave: pequena produção, agricultura familiar, trabalho da mulher, estratégia
de sobrevivência.
Resumo: partindo de uma analise sobre a extensão do modo de produção capitalista na
agricultura brasileira, o presente estudo consiste em uma pesquisa de campo sobre as
estratégias de reprodução social e sobrevivências adotadas por famílias de pequenos
produtores; abordando em especial o aspecto da produção artesanal rural e sua situação
frente aos produtores industrializados a nível urbano. A pesquisa de campo foi
desenvolvida numa comunidade rural no interior do rio grande do sul, formada
basicamente por imigrantes italianos e alemães a qual mais um dos exemplos da
sobrevivência camponesa nos diversos contextos brasileiro. A produmentos necessários
ao trabalho domestico e agrícola, são fundamentais para manutenção familiar. Toda esta
produção só e possível em função do trabalho familiar onde a mulher entra como
principal agente, pois alem do trabalho doméstico e agrícola e responsável por uma
diversificada produção artesanal.
FAVORITO, Celsina Alves. Deus no céu e o rádio na terra: papel do rádio junto a
mulheres rurais de Pitanga. 1989. 159f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social)
– Universidade Metodista de São Paulo, 1989.
Palavras-chave: mulher, rádio, rural, trabalhadoras, bíblia, terra, deus, comunicação.
Resumo: com o objetivo de verificar o papel que o radio exerce entre dois clubes de
mãe de pitanga, interior do Paraná, tomei como objeto de estudo quatro programas (um
feminino, um de variedades, um musical e um religioso), alem do serviço de utilidade
publica transmitidos pela radio auriverde de pitanga ltda., único meio de comunicação
de massa do município. Pelo fato de pitanga ser muito grande (2 em extensão do PR), e
possuir comunidades distantes, observei que o radio e um veiculo fundamental como elo
de ligação entre elas e entre o centro da cidade. Verifiquei que, com o radio, as
entrevistadas conversam, lamentam, riem, choram ponsavel pela vida das ouvintes, pela
continuidade do seus sonhos, de suas cartas amorosas. Acima do radio, só mesmo deus.
Finalmente constatei que apesar das inovações tecnológicas, da comunicação por
satélite , ha espaço para o radio. Eles convivem perfeitamente bem, porque atingem
públicos diferentes, com necessidades diferentes.
QUEIROZ, Maria da Gloria. Mulher sempre as vezes gente ocultamento e revelação
na linguagem da mulher rural. 1987. 131f. Dissertação (Mestrado em Extensão
Rural) –Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1987.
37
Palavras-chave: ditado popular, extensão rural mulher rural, mudança do papel da
mulher rural.
Resumo: a extensão rural tem ate hoje considerado a mulher camponesa principalmente
como domestica ensinando-o a cumprir seu papel de mãe esposa e dona de casa e
reforçando assim o modelo da família e de núcleo de pequena produção que interessa
conservar. As mudanças que estão em curso na re -orientação da extensão rural devem
portanto ter em conta as mudanças no papel da mulher. Por essa razão procuramos
descobrir quais sa o as frustrações e aspirações da mulher do campo para fornecer
subsídios as novas dimensões do relacionamento do extensionista com o seu publico e
sobretudo para que o camponês e sua família sejam vistos mais ver os ditados
populares. Tentamos assim definir um perfil local da mulher rural através de sua fala e
da construção de um modelo e anti-modelo que represente suas aspirações.
Cristiani Bereta da Silva. As fissuras na construção do “novo homem” e da “nova
mulher”. Relações de gênero e subjetividades no devir do MST – 1979-2000. Tese de
doutorado no programa de Pós-Graduação em História /UFSC, 2003.
Palavras-chave: conflitos entre homens e mulheres; construção do “novo homem” e da
“nova mulher”; transformação social.
Araujo, Lucimar de. O trabalho da mulher nos assentamentos rurais(o exemplo das
glebas XV de novembro, Rosana e Areia Branco no Pontal do
Paranapanema).01/05/1995. 1v. 137p. Mestrado. UNIVERSIDADE EST.PAULISTA
JÚLIO DE MESQUITA FILHO/PR.PRUDENT - GEOGRAFIA.
Orientadores: ARMANDO PEREIRA ANTONIO.
Palavras- chave: trabalho da mulher - trabalho familar - luta pela terra.
Resumo: O estudo aqui apresentado, traz uma analise sobre o trabalho da mulhernos
assentamentos rurais do pontal do paranapanema paulista, no contexto da luta pela
terra.ao conquistar a terra, o campones atinge uma nov a etapa de sua luta, onde o
trabalho familiar vai dar sustentacao para que ele juntamente com sua familia,
permanecam na area rural.embora a mulher nunca tenha estado ausente ao trabalho, as
atividades desempen hadas por ela, seja no espaco domestico ou fora dele, sempre
foram pouco valorizadas. nas ultimas decadas a mulher vem conquistando espaco nos
mais diferentes niveis da sociedade, destacando-se sobretudo na que ela resistencia ao
exodo rural.alem de verificar o seu envolvimento atraves das manifestacoes de suas
ideias diante das questoes que envolvem o assentamento como um todo
Giovana Ilka Jacinto Salvaro - Ainda precisamos avançar: os sentidos produzidos
por trabalhadoras/as rurais sobre a divisão sexual do trabalho em um
assentamento coletivo do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST)
em SC. Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia/ UFSC, 2004.
Palavras-chave: trabalhadores/as rurais assentados; assentamento coletivo; MST;
divisão sexual do trabalho
Alessandra Bueno De Grandi Relações de gênero nas famílias agricultoras
associadas à Mini-Usinas de leite no Estado de Santa Catarina. Mestrado. UFSC,
1999
Palavras-chave: Gênero, Agricultura Familiar, Leite
Vicente, Maria Carlota Meloni. "Inserção da força de trabalho feminina: as bóias
frias na agricultura do sudoeste paulista". SÃO PAULO - PA. 01/04/1998. 1v. 228p.
38
Doutorado. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - GEOGRAFIA (GEOGRAFIA
HUMANA).
Palavras- chave: Trabalhadora Rural; Trabalho Volante; Sudoste Paulista
Resumo: O presente estudo teve por objetivo analisar a inserção da trabalhadora volante
ou bóia-fria na agricultura de município do sudoeste paulista - Itaberá, Itararé e
Riversul. Inicialmente, foram apresentadas considerações sobre a inserção das mulheres
no mercado de trabalho, passando na seqüência, à analise do trabalho da mulher na
agricultura, com destaque para a ocupação das trabalhadoras volantes. Avaliou-se,
também, os principais condicionantes do crescimento do trabalho assalariado na
agricultura paulista, bem como a situação sócio econômica dos município pesquisados
do contexto do desenvolvimento do estado. Os resultados da pesquisa foram baseados
em informações obtidas por meio da pesquisa de campo, com a realização de entrevistas
junto às trabalhadoras rurais e a diversos setores ligados à agricultura local. A análise da
inserção da mulher como bóia-fria na agricultura dos municípios pesquisados mostrou
significativa relação do trabalho assalariado com o incremento do cultivo de feijão em
moldes empresariais, a partir da década de 70. Com a tecnificação dos cultivos e as
mudanças na composição da produção agrícola, as volantes passaram a seguir em
calendário de trabalho restrito e excludente, adotando estratégias de sobrevivência que
incluem diversos serviços na cidade. Diante do processo de exclusão do trabalho, e,
consequentemente, das precárias condições de reprodução como trabalhadores e
trabalhadoras rurais, uma parcela destes vai se mobilizar no obtenção de terra para
trabalhar.
Bock, Marinês Rosali A participação da mulher na luta pela terra. novo cabrais - .
01/10/1998. 1v. 92p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA EXTENSÃO RURAL.
Palavras- chave: mulher rural, luta pela terra, trabalhadora rural
Resumo: A mulher, a cada dia, vem conquistando novos espaços, em específico nos
movimentos sociais do campo. neles, homens e mulheres procuram condições mais
digna de vida. este trabalho objetiva estudar a forma como a mulher acampada do
movimento dos sem terra (mst) está ocupando o espaço dentro do acampamento. para
isso, torna-se necessário caracterizar esta mulher, verificar qual o seu grau e o nível de
participação no acampamento e identificar possíveis obstáculos a essa participação. o
trabalho foi realizado no acampamento dos sem terra, da fazenda alvorada, no
município de Júlio de Castilhos. primeiramente, contextualizou-se a mulher dento dos
movimentos sociais no campo. após utilizou-se a metodologia de entrevistas semiestruturadas, em que foram anotadas as falas das mulheres, observando-se o
comportamento delas perante as distintas situações. dessa forma, obtiveram-se dados
sobre a participação das mulheres, os quais foram relacionados com teorias sobre
participação. o trabalho apontou que um caminho muito longo ainda deve ser percorrido
para que se obtenha uma equidade entre os gêneros, respeitando, logicamente, as
diferenças entre sexos. no entanto, no acampamento do movimento dos sem terra, a
mulher está pouco a pouco conseguindo entrar no espaço público. isso pode ser
demonstrado através da sua presença em quase todas instâncias do acampamento onde
estão atingindo praticamente todos os níveis de participação, enfrentando para isso os
mais diversos obstáculos.
39
Panzutti, Nilce da Penha Migueles. As mulheres na produção familiar do algodão em
Leme.01/06/1992. 1v. 124p. Mestrado. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
CAMPINAS - SOCIOLOGIA.
Palavras- chave: produção familiar, mulher rural, modernização
Resumo: Este trabalho analisa a inserção produtiva e reprodutiva de um grupo de
mulheres produtoras familiares de algodão, que vivenciaram dois momentos distintos da
cultura: antes e depois da modernização agrícola, no período que vai de 1960 ate 1990.
esse grupo e especialmente importante pelo fato de ter vivenciado um processo de
transformação agrícola e por ter, como categoria social ascendido da condição de
trabalhadora a proprietária e posteriormente a proprietária modernizada. outra
peculiaridade e que passaram de uma sociedade tradicional rural para uma sociedade
urbano-industrial. assim analisamos a produção familiar que a her. Essa revisão teve
como objetivo, captar as principais questões que envolvem o gênero. no cap. ii e
colocado o referencial teórico e metodológico procurando conceitualizar a produção
familiar no contexto da s transformações da modernização capitalista e identificar nesse
panorama os produtores modernizados de leme caracteriza e delimita o objeto de
analise, alinhando os procedimentos utilizados. no cap. iii estão colocadas as
características da economia tradicional, pois grande parte das peculiaridades da
produção familiar de leme forma condicio......
Silva, Roselaine Berenice Ferreira da. Trabalho Infantil e Construção da Identidade
de Gênero. Santa Cruz do Sul - RS. 01/08/2000. 1v. 109p. Mestrado.
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - DESENVOLVIMENTO
REGIONAL.
Palavras- chave: Trabalho infantil, Construção de Identidade
Resumo: Esta pesquisa consiste em analisar uma das formas de trabalho infantil na
região de Santa Cruz faz Sul. Foi estudado o modo como a inserção precoce no trabalho
é assimilado pelas crianças, especialmente pela menina, sendo que o trabalho doméstico
é um deles. Os passos para a consolidação deste trabalho se deram, inicialmente, pelas
visitas às famílias do interior do município; em seguida, foi entrevistado seus
componentes, como também as crianças. Num outro momento, foi aplicado um teste de
personalidade (CAT-A), nas meninas, analisando-se seus vínculos afetivos e o modo
como a identidade feminina está se estruturando, já que ela está inserida precocemente
no mundo do trabalho. Cabe dizer que a aplicação deste teste de personalidade também
se deu nas meninas do meio urbano, com a intenção de fazer um comparativo de
respostas. A faixa etária estudada compreendeu as idades de 10 a 12 anos. As crianças
do meio rural pertenciam à famílias de pequenos produtores rurais, em que a atividade
agrícola principal é o cultivo do fumo. Os resultados alcançados salientam a
importância de um vínculo maior entre a criança e sua família. Meninas entrevistadas
comentam da impossibilidade de realizar seus sonhos profissionais, tendo que se
sujeitar à lavoura. Esta impossibilidade de consolidar seus projetos para o futuro,
enredam a menina no mundo doméstico, desde pequena. A identidade que ela forma
fica circunscrita às tarefas de organização da casa, como limpar, varrer, cozinhar. Não
lhe são dadas outras possibilidades, pois aprendem que o dever e o lugar da mulher é
ficar em casa, pois os homens trabalham na lavoura e as mulheres auxiliam. Esta forma
de ajuda reflete-se na formação de sua identidade que, por sua vez, fica calcada em cima
de pressupostos de deveres domésticos. O tempo para o estudo e a brincadeira tornamse, com isto, escassos. Não se tem tempo para ser criança e a identidade feminina, desde
cedo, é amarrada por valores preconcebidos e incutidos por um sistema consolidado
40
pelo trabalho familiar. Conclui-se, então, que o trabalho infantil interfere na capacidade
da menina em ser criança e isto faz com que ela desenvolva uma identidade baseada nas
relações de trabalho, já que suas relações familiares dão margem a estas relações numa
idade bastante precoce. Sabe-se que as primeiras relações e vínculos mantidos pelas
crianças constituem a base de uma construção de identidade e senso de eu muito
importantes para um desenvolvimento sadio. Caso estas sejam relegadas a um segundo
plano, a criança pode apresentar conseqüências, na vida adulta, prejudiciais para sua
personalidade. Então, estas meninas, além de não terem tempo para viver sua infância,
também carregam consigo o peso de construírem sua identidade feminina enredada num
mundo privado, ou seja, no mundo doméstico apenas, sem muitas chances de conhecer
e dar vazão às suas potencialidades inatas.
GOMES, Maria de Lourdes. Mulheres Líderes Macuxi: uma identidade política
Disponível: www.bc.ufrr/tesesdissertações_ufrr.html
LIMA, Josinete Pereira. Pescadoras e donas-de-casa: a invisibilidade do trabalho
das mulheres numa comunidade pesqueira – o caso da Baía do Sol. (dissertação de
mestrado - Sociologia – Universidade Federal do Pará / UFPA. Orientador: Prof. Drº
Lex Fiúza de Mello, 2003).
Resumo: Pescadoras e donas-de-casa: a invisibilidade do trabalho das mulheres num
comunidade pesqueira – o caso da Baía do Sol, retrata a realidade de algumas
mulheres, esposas, filhas e mães, membro de famílias de pescadoras artesanais na
comunidade de Baía do a Sol, localizada no município de Mosqueiro/Pa. São
mulheres que realizam cotidianamente atividades voltadas para os trabalhos domésticos,
agrícolas e da pesca artesanal. Mas esse rol de tarefas tende a contribuir para a sua
invisibilidade enquanto agente produtora, por não se tratar de um trabalho sistemático e
remunerado. Daí o interesse em investigar os trabalhos que realizam, tanto na atividade
de pesca artesanal quanto nas atividades de donas-de-casa. A hipótese é a que a inserção
da mulher nesses dois espaços é desvalorizada devido a não mercantilização de sua
tarefas que esta subjacente a eles. No estudo, foi necessário trabalhar com os conceitos
de gênero, trabalho, dona-de-casa, pescadores e direitos sociais. Via observações
entrevistas individuais e grupais masculino e feminino nas esferas do lar e da pesca
artesanal. Com essa investigação, foi possível, desmistificar a ideologia do discurso
sexista de que o trabalho feminino é meramente de complemento ou ajuda, pois, os
dados empíricos comprovam que homens e mulheres dividem os espaços produtivos
na atividade da pesca artesanal, desde as tarefas de pré-captura quanto na de captura e
na de pós-captura. Isso tanto na pesca do mar como nas proximidades da terra. Na
agricultura, ambos os sexos se apresentam dividindo espaço. Contudo, quando é na casa
ou no espaço do lar essa divisão se apresenta mais desigual, pois são as mulheres que
mais assumem tais funções. O trabalho também chama atenção ao fenômeno da eclosão
dos movimentos sociais e, em especial, os movimentos de mulheres, que passam a se
organizar em busca de melhores qualidades de ida para a categoria e nessa trilha, vão
se constituindo como sujeitos políticos. Outro aspecto importante nesse estudo é a
analise feia da atuação dos órgãos institucionais e das colônias de pescadores no
decorrer do processo. Uma das conclusões a que se chega é que as mulheres, não só
da Baía do Sol , mas de todo o país, estão se organizando esse fortalecendo
41
politicamente, visando o seu reconhecimento como pescadoras e a aquisição de seus
direitos previdenciários e sociais, na perspectiva de uma maior igualdade na
sociedade.
JULIÃO, Maria Romélia Silva. “Donas da História”: relações raciais, gênero e
mobilidade social em Belém. Dissertação de mestrado em Antropologia da
Universidade Federal do Pará / UFPA. Orientador: Prof(a) Drª. Maria Angélica Motta
Maués, Belém, 2000.
Resumo: Este trabalho trata das versões de mães de famílias, das camadas médias
urbanas de Belém, sobre relações raciais, lembrando a trajetória de suas famílias –
com maridos, filhas e filhos - elas revelam como retornam e atualizaram um antigo
projeto de mobilidade social ascendente (formulado por seus pais e conseguiram
mudar a vida pelo menos de algumas de suas filhas. O calculo continuou sendo,
como anteriormente, o mesmo alcançou a ascensão social através da escolaridade.
Considerando a situação da população negra em nossa sociedade e das mulheres
negras em particular, elas se constituíram, de um certo ponto de vista, “donas da
História” que traçaram (com seus
maridos) os rumos de vida das filhas: as
“doutoras” da família. São estas interpretações e esse processo que o trabalho
analisa. Disponível: Biblioteca Central da Universidade Federal do Pará / UFPA.
ALMEIDA, Marineide Pereira de Andrade. Usos Sociais do tempo por mulheres de
uma comunidade agropesqueira no Estado do Pará. (dissertação de mestrado em
Socilogia), Universidade Federal do Pará / UFPA. Orientadora: Profª. Drª. Maria
Cristina Maneschy,2002.
Resumo: Estudo sobre os usos sociais do tempo pelas mulheres em uma comunidade
agropesqueira do Estado do Pará, a vila de Alto Pareru, em Caetano de Odivelas. Na
localidade em 1998, foi criada uma associação de mulheres, que trouxe consigo
atividades expectativas e relações com o Estado, consideradas novas no local. Daí o
interesse em investigar como as mulheres administram seu tempo. Partir da hipótese de
que os valores associados à percepção tradicional dos papeis de mulher, mãe, dona-decasa e esposa, influem sobre o uso do tempo, de modo que assumir novos papéis
torna-se particularmente difícil para mulheres. No estudo foi necessário trabalhar com
os conceitos de gênero, tempo, papel social, e papel chave. Via observações, entrevistas
individuais e grupais e aplicações de formulários, o estudo analisou a divisão sexual
do trabalho doméstico e extra doméstico, a tempo das mulheres no quotidiano e o
calendário anual. O estudo mostrou que o tempo das mulheres e dos homens em Pareru
é, marcado por pressões dos tempos da natureza, nas pescas e na roça, bem como
pelos tempos do mercado. No trabalho e no lar, homens e mulheres participam em
graus variados de intensidade. Nos cuidados com as pessoas e o lar predominam as
mulheres. Conforme a situação econômica e a fase do ciclo da vida da família, há
maior ou menor diferenciação entre os sexos no trabalho. O calendário religioso e
cultural é importante para os moradores. A televisão trouxe a “hora da novela”, que
ainda não parece concorrer com as visitas, os mutirões e as trocas de favores, que
reforçam as relações sociais sobre as quais, depende a sobrevivência do grupo. Uma
das conclusões foi que o tempo das mulheres é mercado por muitas atribuições. Essa
situação contribui para a invisibilidade de seu trabalho. O exame das falas
associações representa para as envolvidas, sua constituição como sujeito políticos
que questionam também as relações de gênero, com suas hierarquias e exclusões e
42
invisibilidades. Porém, elas se vêem obrigadas a “esticar” seu tempo para responder as
muitas pressões entre os antigos e os novos papeis e se fazerem presentes na esfera
pública, através da cidadania.
NETO, Joaquim Shiraishi. A reconceituação do extrativismo na Amazônia: Praticas
de uso comum dos recursos naturais e normas de direito construídas pelas
quebradeiras de coco. (dissertação de mestrado), Universidade Federal do Pará –
UFPA.
Resumo: As categorias de designação coletiva conhecidas como seringueiras,
castanheiras e quebradeiras de coco babaçu emergem de forma organizada na defesa
de seus direitos a partir dos anos 1980. organizam Associações e Cooperativas de
Pequenos Produtores, reivindicando formas de acesso e uso dos recursos naturais,
com isto contribuem conceitualizando e construindo o direito. Assim podem ser
compreendidas as práticas formas de uso comum das quebradeiras de coco babaçu nas
áreas de ocorrência dessa palmeira. Essa emergência parece contradizer vasta
literatura e uma visão na literatura pensada para a Amazônia que insiste no fim do
extrativismo. A pesquisa de campo realizada nos “centros” e nas “ruas” iluminam as
práticas, formas de uso comum e situações de conflito na experiência social em grupo.
Disponível: Biblioteca Central da Universidade Federal do Pará.
NASCIMENTO, Maria Antonia Cardoso do. Tecelãs e tecelões: processo de trabalho
quotidiano e resistência. (dissertação de mestrado em Planejamento do
Desenvolvimento, Universidade Federal do Pará / UFPA, 1993, orientador, Prof(a).
Edna Ramos de Castro).
Palavras-chave: Trabalhadoras da indústria têxtil, Belém Pará.
Resumo: Este estudo tem como objetivo central conceber as diversas formas de
resistências manifestadas pelos operários e operárias de uma determinadas fábrica
têxtil de Belém. Esta analise tem como fio condutor a questão e de resistência
específica de mulheres, unindo dois espaços de estudos tradicionalmente separados –
fábrica e bairro.
PANTOJA, Ana Lígia Nauar. Mulheres negras em Belém do Pará: Política
públicas e estratégicas de sobrevivência (1890 –1910), (dissertação de mestrado em
Planejamento do Desenvolvimento, Universidade Federal do Pará / UFPA, Orientador.
Profª. Ligia Simonian).Belém, 2001.
Resumo: este estudo circunscreve-se a analise das políticas publicas em relação as
mulheres negras de Belém e as experiências no período compreendido entre 1890 e
1910, como este contexto foi marcado por mudanças estruturais tanto a nível
nacional como ao nível como ao nível local, busca-se recuperar as formas de
inserção das mulheres no chamado mundo “livre” de então além do mais na interface
das políticas publicas e estratégicas e sobrevivência objetivou-se compreender o que
de fato teria mudado na vida dessas mulheres, em especial no que diz respeito as
oportunidades de trabalho. Para além das paredes do lar as evidencias apostaram para a
complexidade do mundo vivido pelas mesmas. Nas ruas no mercado da cidade e em
outros espaços públicos, suas práticas adquiriam legitimidade e uma relativa
autonomia. De certo modo muito desse modo de vida persiste, pois as mulheres
contemporâneas que trabalham em tais ambientes, experimentam condições similares.
43
CAYRES, Guilhermina Maria Vieira. Nazarenos e Marias do rio capim: relações de
gênero em uma comunidade amazônica 1999.234 f. Dissertação (mestrado em
planejamento do desenvolvimento) – Universidade Federal do Pará, 1999. (sob
orientação de David Gibbs Macgrath)
Palavras – chave: Mão-de-obra, mulheres no desenvolvimento, agricultura.
Resumo: Estudo de caso da comunidade de Nazaré (Paragominas –Pa), cujos objetivos
são identificar as atividades envolvidas no sistema de produção tradicional dos
grupos domésticos caboclos e verificar como as relações de gênero manifestam-se na
mão-de-obra que exerce tais atividades,salientando especificamente o papel das
mulheres. Em Nazaré os grupos domésticos caboclos tem na agricultura a principal
atividade de onde provêm os recursos alimentícios e financeiros. Além das atividades
agrícolas, os membros dos grupos domésticos caboclos empregam mão-de-obra nas
atividades extrativistas, domestica cabocla da comunidade. A mão-de-obra familiar
garante a execução dessas atividades durante todo o ano.
LAGO, Maria Regina. Gênero, agricultura familiar e desenvolvimento: O caso das
mulheres quebradeiras de coco babaçu, na região do médio Mearim. 2001. 90f.
Dissertação (mestrado em Agriculturas Amazônicas) – Universidade Federal do Pará,
(Sob orientação de Maria de Nazaré Ângelo Menezes)
Palavras-chave: Mulheres, agricultura familiar, coco babaçu.
Resumo: os desafios da agricultura familiar e a questão do gênero são focalizados a
partir do papel da mulher quebradeira de coco babaçu no Maranhão. O contexto é o
das políticas publicas e a importância da mulher no âmbito político-institucional,
produtivo, reprodutivo e cultural.
PONTES, Romero Ximenes. Amazônia - A hipérbole e o pretexto. Belém. 2001,
181f. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Pará /UFPA – Antropologia.
Orientador: Raymundo Heraldo Maués).
Palavras-Chave: Amazônia, sociedade, mulheres.
Resumo: O autor trabalha a idéia de uma “sociedade de mulheres”, como o caminho
do imaginário amazônico para criar formar hiperbólicas e pretextuais da definição e
representação da região amazônica que se converteram em arquétipos reproduzidos
através da história. As Amazonas como hipérboles fundadora não representam o
delirante, nem o falso mas significam a “teoria da sociedade”. A coincidência entre os
imaginários indígenas e europeus em torno da “sociedade de mulheres” deu ao
mito/fabulas de um avalassador que o converteu em arquétipo do modo de pensar a
realidade.
CARDOSO, Denise Machado. Mulheres catadoras: uma abordagem antropológica
sobre a produção de massa de caranquejo. (Dissertação de mestrado em
Antropologia. Orientador: Lígia T.Simonian).
Palavras-chave: catação, caranguejo, pesca.
Resumo: A catação de caranguejo (ucides cordatus), desenvolvido por mulheres
caboclas em áreas do litoral norte da região amazônica, precisamente no nordeste
paraense, possibilita a análise da problemática ambiental e relações de gênero a partir
de uma abordagem antropológica sobre uma parcela da população tradicional
amazônica. Quando a questão ambiental é tratada em termos acadêmicos é reconhecida
a importância da mulher em termos de conservação, manejo e conhecimento de
44
recursos de conservação ambientais. A pesca desenvolvida nas áreas de manguezais
na vila de Guarajubal é feita artesanalmente e direcionada à captura e beneficiamento
do caranquejo. Essa produção passou a contar em sua fase de beneficiamento, com o
trabalho decisivo da mulher a partir da maior demanda nos centros urbanos próximos
a esta vila. A carne do caranquejo já catada passou a ser produzida com o fim de
comercialização e não mais para o consumo pelas próprias famílias catadoras. O
trabalho das catadoras, embora não seja enfatizado no âmbito público possibilita que
tais mulheres manifestem-se em relação aos problemas educacionais, falta de
saneamento e infra-estrutura de sua vila. Permite ainda que a relação entre sexo não
seja totalmente marcada pela hierarquização que privilegia o homem em detrimento
da mulher na pesca por permitir a superação da naturalização de determinadas
atividades, quando estas são atribuídas apenas ao universo masculino ou feminino. O
trabalho das mulheres catadoras da vila de Guarajubal acarretou mudanças referentes
aos aspectos econômicos desta localidade, mas também a aspectos relacionados a sua
organização social em e do seu ambiente.
LAGO, Maria Regina. Babaçu livre e roças orgânicas: a luta das quebradeiras de
coco babaçu do maranhão em defesa dos babaçuais e em busca de formas
alternativas de gestão dos recursos naturais. 2002, 121f. (dissertação – pósgraduação) em agricultura familiar e desenvolvimento sustentável, centro agropecuário
da Universidade Federal do Pará, (sob orientação: Maristela de Paula Andrade).
PINTO, Benedita Celeste de M. Nas veredas das sobrevivências: memórias, gênero
e símbolos de poder feminino em povoados amazônicos de antigos quilombolas.
Cametá Pa. 1999. Belém Pará, (sob orientação de Maria Odila Leite da Silva Dias).
Palavras-chave: mulheres negras, quilombolas, quilombos, Amazônia
Resumo: A presente investigação tem como problemática central a estudo das
experiências históricas e as relações sociais de gênero, analisa, principalmente a
construção da idéia de “ausência” de fragilidade e de “dependência” da mulher negra
rural, na região do Tocantins(Pará).
ÁLVARES, Maria Luzia Miranda. Saias, laços e ligas: construindo imagens e lutas:
(um estudo sobre as formas de participação política e partidária das mulheres
paraenses: 1910-1937), (orientadora, Edna Maria Ramos de Castro).
Resumo: No alvorecer da primeira republica e no pós trinta, no Pará, a representação
submissa, passiva, imóvel da mulher no espaço doméstico associada aos seus “papéis
históricos de mãe-esposa”, foi desestruturada por um grupo de mulheres de um
segmento social médio que conquista espaços no interior de partidos políticos locais.
Esta estrutura partidária, solidamente masculino, explora “qualidades” desse grupo
feminino de comportamentos insubmissos que constrói aberturas para discussão de
seus espaços sociais. Assim elas afinam-se com luta pelo sufragismo, formam filas
no apoio as lideranças partidárias, organizando ligas, legiões , constituindo-se em
forças auxiliando das agremiações partidárias um outro setor de sua efervescente
atividade toca o operariado, sem se sensibilizar pela essência da situação econômica
das mulheres trabalhadoras de fabricas, domesticas, nem pelas suas reivindicações
elementares. Este trabalho examina um movimento da sociedade paraense no seu
lado oculto, por proceder de um olhar masculinizado da história, encontra nele um
pensamento e um fazer femininos repletos de sentidos e contradições.
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Disponível: Biblioteca Central da Universidade Federal do Pará.
LIMA, Anita Eleonora Fonteles de. As operárias da Castanha e a Construção do
seu cotidiano em Belém.(dissertação de mestrado, orientadora: Prof(a): Edna Ramos
de Castro.
Resumo: O presente trabalho trata de conhecer as formas pelas quais as mulheres
operárias da castanha de Belém, constroem seu cotidiano, e a partir de que condições
concretas esse cotidiano é construído. Tenta viabilizar esta questão através de quatro
capítulos: Primeiro – estuda a industria da castanha e a formação do operariado;
Segundo – tenta analisar o cotidiano do operário como construção analíticos; Terceiro
– relaciona tempos e espaço no cotidiano operário em que vida pública e privada; e
Quarto – situa o lugar dos sonhos no cotidiano operário. Utilizando bibliografia
especializada sobre o tema, assim como entrevistas com a técnica de historia oral
junto às operárias da castanha em Belém.
BELTRÃO, Jane Felipe. Mulheres da Castanha: um estudo sobre o trabalho e o
corpo. Universidade Federal do Pará
Resumo: Conta da associação trabalho/corpo feita pelas operárias que desenvolvem
atividades objetivando atualizar a proposta a pesquisadora conviveu durante sete
meses junto as operárias pertencentes a cinco usinas dedicadas ao beneficiamento,
procurando coletar os dados necessários a partir de observações participante e entrevista
em profundidade completadas através de pesquisa documental feita nos arquivos das
referidas usinas. Buscando através do material aprender a representação social do
corpo mantida pelas operárias em função de seu trabalho, tentando captar tanto o
referencial cultural que informa a representação como as interferências sociais que
produzem alterações na maneira das operarias representarem socialmente seus corpos.
AZEVEDO, Helena Selma. “Identidade resgatada ou nova identidade?: Identidade
e cotidianidade de famílias de áreas de assentamento”. Programa de Pós Graduação
em Sociologia/UFC. Mestrado. Fortaleza, 1992.
SALES, Celecina de Maria Veras. “Conflitos no feminino: trajetórias políticas de
mulheres no campo”. Programa de Pós Graduação em Sociologia/UFC. Mestrado.
Fortaleza, 1995.
FARIAS, Maria Dolores Mota. “Sem medo de ser feliz: a experiência e a construção
das trabalhadoras rurais como categoria política”. Programa de Pós Graduação em
Sociologia/UFC. Doutorado. Fortaleza, 2001.
LEITE, Maria Jorge dos Santos. “Conceição das crioulas: terra, mulher e identidade
etnica no sertao de Pernambuco”. Programa de Pós Graduação em Sociologia/UFC.
Doutorado. Fortaleza, 2001.
SALES, Celecina de Maria Veras. “Criações coletivas da juventude no campo
político: um olhar sobre os assentamentos rurais do MST”. Programa de Pós
Graduação em Educação/UFC. Doutorado. Fortaleza, 2003.
46
ESMERALDO, Gema Galgani S. L. Esmeraldo. “O MST sob o signo de uma
economia subjetiva. O Assentamento José Lourenço”. Programa de Pós Graduação em
Sociologia/UFC. Doutorado. Fortaleza, 2004.
PINHEIRO, Salete Favin. Por uma história das Trabalhadoras Rurais Sindicalistas
no Rio Grande do Sul (1980 – 1997). Pós – graduação em mestrado de história – linha
de pesquisa: historia: discurso, imaginário e cotidiano. 03 de maio de 1999
O presente trabalho, tem o objetivo de reconstituir a história das trabalhadoras rurais
sindicalistas no Rio Grande do Sul, abrangendo o período entre 1980 a 1997. Procura
mostrar as representações e auto-representações das agriculturas na família e nos
sindicatos rurais, bem como os seus fazeres cotidianos. Tomando como fio condutor à
história oral, pretende trabalhar as diferentes vozes das trabalhadoras. Sujeitos de suas
histórias. Estudar homens e mulheres comuns, nessa perspectiva significa uma historia
em construção.
GONÇALVES, Kenia. (Dês) Encantos da Terra: A Desvalorização do Trabalho
Feminino nos textos Etnográficos (os). Gênero. Universidade de Brasília. 1995.
Woortman, Ellen Fensterseifer. Colonos e Sitiantes: um estudo comparativo do
parentesco e da reprodução social camponesa. Antropologia do Campesinato.
Universidade de Brasília. 1988
A tese analisa, pela comparação entre duas formações camponesas – sitiantes
nordestinos os colonos brasileiros do Rio Grande do Sul – o significado dos parentescos
como pratica de reprodução social. Descendência, casamento, compadrio e nominação
são considerados como constituição, sistema articulado. O estudo do parentesco e
colocado em perspectiva histórica, enfatizando-se memória mítico-historica dos grupos
estudados. Destaca-se, por outro lado, o papel da mulher nos grupos, particularmente
sua situação quanto à herança.
Maués, Maria Angélica Motta. Trabalhadoras e Camaradas: um estudo sobre o
status das mulheres numa comunidade de pescadores. Construção do Gênero.
Universidade de Brasília. 1977
A pesquisa foi realizada em Itapuã, povoado localizado no município de Vigia, no
Estado do Pará. Itapuã é uma comunidade de cerca de 600 habitantes, cujas atividades
econômicas principais são a pesca artesã e a agricultura de subsistência, que tem como
produto quase exclusivo a mandioca, destinada à fabricação de farinha. O trabalho visa
a investigação do status das mulheres e, implicitamente, dos homens, na comunidade
estudada, examinando, para isso, as atribuições próprias de cada sexo, com base nas
diferenças entre eles, que são manipuladas pelo grupo do qual fazem parte.
Alencar, Edna Ferreira. Pescadoras, companheiras e perigosas: pesca feminina na
ilha de Lençóis. Construção do Gênero. Universidade de Brasília. 1991
Esta dissertação é um estudo de caso sobre a construção do gênero na tradição
pesqueira. Foram dados etnográficos para a construção do diálogo com outras
etnografias brasileiras, contribuindo para o processo interpretativo da construção
47
etnográfica. O objetivo do estudo é a análise da construção e formas de organização do
trabalho na pesca tradicional na comunidade de Lençóis – Maranhão. São observadas as
práticas produtivas e os espaços de ação dos gêneros, assim como as representações,
levando em consideração as especificidades históricas, culturais e as formas de
envolvimento no qual o grupo interage com o meio natural.
Woortmann, Ellen.
Hucitec/UNB, 1995.
Herdeiros, parentes e compadres. São Paulo/Brasília:
BONI, Valdete. “Poder e igualdade: as relações de gênero entre sindicalistas rurais
– Chapecó/SC”. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC, fevereiro de 2002.
PELEGRINE, Edenilse. Trabalho feminino na maricultura do Sul da Ilha de
Florianópolis - SC". Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC, fevereiro
de 2003.
FERNANDES, Sirlei Aparecida. A participação das mulheres no agroturismo.
Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC, agosto de 2004.
Grupos de estudos
GRUPOS DE ESTUDOS - Universidade Federal do Pará/UFPA
Mulheres, gênero e desenvolvimento
Universidade: Universidade Federal do Pará - NAEA
Coordenadora: Ligia T. Simonian
Mulheres e gênero na Amazônia no contexto da produção de cuias
Universidade Federal do Pará – NAEA
Coordenadora: Ligia T. Simonian
Grupos de Estudos e Pesquisa “Eneida de Moraes” sobre mulheres e relações de
gênero.
Universidade: Universidade Federal do Pará – CFCH
Coordenadoras: Maria Luzia Miranda Álvares e Maria Cristina Maneschy
Linhas de Pesquisas: 1- Estudos sobre a mulher e relações sociais e políticas e de
gênero; 2- Mulher, trabalho e meio ambiente.
Grupo de trabalho de Políticas de Acesso à Universidade
Universidade: Universidade Federal do Pará - UFPA
Coordenadores: Prof: Roberto Ferraz Barreto – Pró-reitor de ensino de graduação;
Prof: Raimundo Jorge N. de Jesus – Depart. C. Política – CFCH; Prof(a): Zélia
Amador de Deus – Depart. de Art/CLA; Prof: Raimundo Alberto F. Dasmasceno–
Depart. Centro Educação; Prof(a): Marilú Márcia Campelo – Deptar. Antropologia CFCH Disponível: http://www.ufpa.br/proeg/negros/proposta.htm
48
Livros
ESMERALDO, Gema Galgani S. L. Esmeraldo; ARAGÃO, Lúcia Maria Paixão e
PINHEIRO, Margarida Maria de Souza. “Ceará no Feminino. As condições de vida da
mulher na zona rural”. Fortaleza: Editora UFC, 2003.
AAMOT, Daniel; SUASSUNA, Dantas; PORTELA, Ismael; PORTELLA, Tarciana;
CASTELLO BRANCO, Telma. “Viuvas da seca”. Recife: Edições Rebento,1999.105p.
ÁLVARES, Maria Luiza Miranda. A mulher existe? Uma contribuição do estudo da
mulher e gênero na Amazônia. GEPEM/ UFPA: MPEG, Belém, Universidade
Federal do Pará / UFPA,1995,234p.
CASTRO, Edna Maria Ramos de. Biodiversidade, política e conhecimento das
mulheres sobre a floresta. In: VI Reunião de antropólogos do Norte e Nordeste,
Belém, 1999. Palavras-Chave: Agroextrativismo, Amazônia, gênero, remanescentes de
quilombos, identidade.
CASTRO, Edna Maria Ramos de. O lugar da mulher e do negro no mercado de
trabalho: novos estudos, Cebrac, Belém, V.1, n.2, p.69-88.Belém.1988.
MAUES, Maria Angélica. “Trabalhadeiras” e “Camarados”: relação de gênero,
simbolismo e ritualização numa comunidade Amazônica. Maria Angélica Motta
Maués. Editora Universitária da UFPA. Belém: Universidade Federal do Pará / UFPA,
1993, 216p.
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres Amazônicas das áreas
preservadas, Brasil: Brasília : MMA, 2002.
de reservas
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres da Amazônia brasileira: entre o trabalho
cultura. Belém: NAEA – Universidade Federal do Pará / UFPA, 2001, 270p.
SIMONIAN, Lígia T. Seringueiras do rio Aripuanã (AM/MT):
condições atual e perspectivas futuras. Manaus: Secult – Am. 2002.
e/ou
e a
minorias,
Jornais
49
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres e violência nas sombras das florestas panamazônicas. O Liberal, Belém, 1998. (22 de Novembro). Caderno Mulher, p. 2
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres indígenas de Roraima discutem alcoolismo. Porantim.
Maio, p. 5, 1997.
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres indígenas de Roraima e seu II encontro. Folha de Boa
Vista. 16 de Janeiro, p.2, 1997
Congressos e seminários
MANESCHY, Maria Cristina. Da casa ao Mar: papéis das mulheres na construção da
pesca. Seminário Internacional sobre pesca responsável em Beberibe – Ceará, (5 a 7 de
Setembro de 1997).
SIMONIAN, Lígia T. Tradição e mudanças tecnológicas nas relações de gênero na
Amazônia Brasileira recente – 1° encontro da REDOR. Salvador, (29/10/2001).
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres da floresta: problemas, experiências e perspectivas.
Encontro Nacional das mulheres de carreira jurídica. Porto Velho, (Outubro de 2002).
SIMONIAN, Lígia T. Mulheres indígenas nas esferas do poder. Sexta Ciência.
Belém: Universidade Federal do Pará - Naea, (08/03/2002).
SIMONIAN, Ligia T. Mulheres seringueiras na Amazônia brasileira: uma vida de
trabalho e de silêncio. Brasília: SASC / MC e CTI / MIRAO, 1988, ( Manuscrito).
SIMONIAN, Lígia T. O cotidiano das mulheres do Maracá (AP): de glamour,
trabalho, poder e violência – I encontro sobre mulheres da Amazônia; GEPEM/UFPA
– Belém, (Dezembro de 1994).
III Encontro da REDOR – 1994 – Local: Natal/RN/UFRN
Título do trabalho: “O processo de construção de gênero com mulheres camponesas no
sul do Pará e a relação homem/mulher na esfera pública e privada”. Autora: Albenize da
Cunha Figueiredo.
VI Encontro da REDOR – 1997 – Local: Maceió/AL/UFAL
Título do trabalho: “A mulher da feira do Riachão: um modo de vida e experiência”.
Autora: Amy Adelina Alves/UFSe.
Título do trabalho: “Mulher e relações de trabalho no submédio São Francisco”. Autora:
Isaura Rufino Fischer/FJN/PE.
Título do trabalho: “Gênero e conflito da terra: notas sobre a dinâmica da violência no
campo”. Autora: Celecina de Maria Veras Sales/UFC.
50
Título do trabalho: “Pesquisa e participação: relato de uma experiência com mulheres
pescadoras do litoral do paraense”. Autora: Cristina Maneschy/UFPA.
Título do trabalho: “Relações de gênero na agricultura familiar: a produção frutícola no
perímetro irrigado de São Gonçalo/PB”. Autora: Auri Donato da Costa Cunha/UFPB.
Título do trabalho: “A mulher na produção da uva no sub-médio São Francisco:
libertação econômica ou estratégia de sobrevivência?”. Autora: Lúcia Maisy S. R. de
Oliveira/UNEB – Juazeiro.
Título do trabalho: “Do trabalho invisível à ação coletiva: uma experiência de pesquisa
e participação com mulheres de comunidades pesqueiras no litoral amazônico”.
Autoras: Maria Cristina Maneschi e Maria Luzia Alvares/UFPA.
Título do trabalho: “Pesca e lavoura: Espaço de complementaridade entre os sexos?”.
Autora: Marinelde Pereira de Almeida/UFPA.
VII Encontro da REDOR – 1998 – Local: São Luis/MA/UFMA.
Título do trabalho: “A incidência da doença de chagas em mulheres de carnaubais RN”. Autora: Carla Mara Dantas de Britto/UFRN.
Título do trabalho: “Gênero e família camponesa: repensando a unidade”. Autora:
Maria de Fátima Paz Alves/UFRPE.
Título do trabalho: “Assalariamento e conscientização: opostos que se atraem”. Autora:
Isaura Rufino Fischer/FJN/PE.
Título do trabalho: “O imaginário do empregador de uva sobre a trabalhadora rural: uma
questão de gênero”. Autora: Lígia de Albuquerque de Melo/FJN/PE.
Título do trabalho: “O despertar das sereias/gênero na prática organizativa das
marisqueiras”. Autoras: Isa Maria M. Rocha de Lima e Elza Maria Marquez
Vieira/UFRPE.
Título do Trabalho: “A mulher na agricultura: o beneficiamento de andiroba na Baixada
Ocidental Maranhense”. Autora: Marleze do S. Pastor Santos/UEMA.
Título do trabalho: “A realidade das mulheres assentadas no Maranhão”. Autora: Denise
Gomes Privado/MA.
Título do trabalho: “Cidadania, participação política e gênero: a questão de gênero no
âmbito da agricultura familiar”. Autora: Maria Sueli Rodrigues de Sousa.
Título do trabalho: “Envelhecer na luta: a trabalhadora idosa no Vale do São
Francisco”. Autora: Adélia de Melo Branco/FUNDAJ.
51
Título do trabalho: “Nem caladas nem silenciadas: as falas das mulheres trabalhadoras
rurais e a desconstrução de sujeitos políticos tradicionais”. Autora: Maria Dolores Mota
Farias/UFC.
Título do trabalho: “Ocupação e sonhos: notas sobre a participação dos jovens
assentados no campo político”. Autora: Celecina de Maria Veras Sales/UFC.
Título do trabalho: “A política e a pesca: espaços masculinos?”. Autora: Josinete Pereira
Lima/UFPA.
VIII Encontro da REDOR – 1999 – Local: Fortaleza/CE/UFC.
Título do trabalho: “Donas de casa, lavradoras e trabalhadoras da pesca: ocupações de
mulheres em duas comunidades do nordeste paraense, invisibilidade e organização
política”. Autoras: Maria Cristina Maneschi/UFPA e Marineide P. de Almeida/UFPA.
Título do trabalho: “O trabalhador e sua família: desvendando a cegueira de gênero na
agricultura familiar”. Autor: Emerson Inácio Cenzi/UFRN.
Título do trabalho: “Mulheres pescadoras: mudando o oceano onde navega o navio”.
Autoras: Isa Maria Meire Rocha/UFRPE e Elza Maria Marques Vieira/UFRPE.
Título do trabalho: “O feminino no território de Acauã: a luta pela terra e a construção
de uma subjetividadefeminina”. Autora: Mariana Moreira Neto/UFPB.
Título do trabalho: “A relação de poder no espaço fammiliar camponês”. Autora:
Francisca Aparecida F. da Silva/UEP.
Título do trabalho: “Relações de gênero na família rural da seca”. Autoras: Isaura R.
Fischer/FJN/PE.
Título do trabalho: “Gênero, geração de renda e conservação ambiental no projeto
Jupará: Ilhéus/BA”. Autora: Syvia Maria dos Reis Maia/UFBA.
Título do trabalho: “A perspectiva de gênero nos programas de tecnologia alternativa
para agricultura familiar do semi-árido”. Autora: Lígia Albuquerque de Melo/FJN/PE.
IX Encontro da REDOR – 2000 – Local: Teresina/PI/UFPI
Título do trabalho: “A participação política da mulher nas frentes produtivas da seca”.
Autoras: Vitória Régia Fernandes Gehlen; Cícera Maria dos Santos Gomes; Danielle de
Kássia V. Moura e Sulamy C. P. Borba.
Título do trabalho: “Pensando a categoria gênero na política agrícola”. Autora: Lígia
Albuquerque de Melo/FJN/PE.
Título do trabalho: “O estado e a questão feminina na reforma agrária”. Autora: Izaura
Rufino Fischer/FJN/PE.
X Encontro da REDOR – 2001 – Local: Salvador/BA/UFBA.
52
Título do trabalho: “Mulheres rurais e assentadas: uma experiência com atividades de
produção”. Autora: Gema Galgani S. L. Esmeraldo/UFC.
Título do trabalho: “Muito trabalho, pouco poder: participação/exclusão feminina nos
assentamentos rurais do estado de Sergipe”. Autora: Mônica Cristina Silva
Santana/UFBA.
Título do trabalho: “A participação da mulher na geração de renda de famílias
assentadas na região Cacaueira – Ba”. Autora: Sylvia Maria de Reis Maia/UFBA.
Título do trabalho: “A representação da terra para quem nela trabalha”. Autora: Auri
Donato da Costa Cunha/UFBA.
Título do trabalho: “Atividade doméstica e extradoméstica na casa da pescadora: limites
& junções”. Autora: Josinete Pereira Lima/UFPA.
Título do trabalho: “O ônus da invisibildade: o trabalho da mulher na agricultura
familiar”. Autora: Lígia Albuquerque de Melo/FJN/PE.
Título do trabalho: “Tempo e gênero em comunidades pesqueiras: olhares acadêmicos”.
Autora: Marineide Pereira de Almeida/UFPA.
Título do trabalho: “Indicadores de gênero em áreas do semi-árido nordestino de
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará”. Autoras: Adélia de Melo Branco/FJN/PE;
Françoise Dominique Valéry/UFRN e Célia Chaves Gurgel do Amaral/UFC.
Lista de fontes e forma de acesso:
Revistas e periódicos
Estudos Sociedade e Agricultura
http://www.alternex.com.br/~cpda/
Disponíveis os índices da Revista apenas até o nº 13
Teses e Dissertações:
CPDA/UFRRJ, Disponível em cd-rom
PGDR/UFRGS, Disponível em http://www.biblioteca.ufrgs.br/bibliotecadigital/ e em
http://www.ufrgs.br/pgdr/
Banco de Teses - CAPES, Disponível em http://www.capes.gov.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA.
LABORATÓRIO DE ESTUDOS SOBRE AGRICULTURA FAMILIAR (NAF1).
www.cfh.ufsc.br/~naf
1
Levantamento feito sobre a coordenação da professora Maria Ignez S. Paulilo, tendo como
colaboradora a Bolsista, Sirlei Aparecida Fernandes.
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REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS http://www.cfh.ufsc.br/~ref/ache.html
PUBLICAÇÕES NAEA
DISPONÍVEL EM: http://www.naea.ufpa.br/publicações
Junto aos Anais e Livros/Resumos dos Encontros da Rede Feminista Norte e Nordeste
de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Relações de Gênero/REDOR
Pesquisadores/as que realizaram o levantamento:
Trabalho realizado em parte pelas bolsistas Leila Schmitz e Cândida Zanetti (IC/CNPq,
Curso de Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial da Universidade Estadual do
Rio Grande do Sul, Unidade de Encantado), sob orientação de Renata Menasche, em
julho/2004. A continuação do trabalho foi feita pelas alunas do curso de Ciências Sociais
da UFRGS, bolsistas de iniciação científica do CNPq, Milena Nunes Lopes e Gabriela
Garcia Sevilla, sob orientação de Anita Brumer.
54
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Levantamento bibliográfico: gênero no meio rural