Contas Nacionais Trimestrais
Dezembro de 2015
3º Trimestre de 2015
No 3º trimestre de 2015, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais
Trimestrais do IBGE, registrou retração de 1,7% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre
anterior. Na comparação com o 3º trimestre de 2014, a queda verificada foi de 4,5%. No
acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB caiu 2,5% em relação ao período
anterior, aprofundando o ciclo de baixa (ver gráfico abaixo). Para 2015, a previsão do
mercado (Relatório Focus) é de que o PIB registre queda de 3,19%. Caso se confirme, será o
pior resultado desde 1990, quando houve retração de 4,35%.
Sob a ótica da demanda, todos os componentes da demanda interna apresentam resultado
negativo no acumulado em quatro trimestres. O Consumo das Famílias caiu 1,8%, ante
crescimento de 1,5% no período anterior, refletindo a queda dos níveis de emprego e da
massa salarial. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública)
também registrou queda no período em análise (-0,4%, contra 1,9%). O pior resultado
continua sendo o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que registrou redução de
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11,2%, ante decréscimo de 1,7% no período anterior. Vale destacar que a FBCF (taxa de
investimento da economia) é crucial para uma possível retomada do crescimento no Brasil. As
Exportações de Bens e Serviços registraram estabilidade (0,1%) e as Importações de Bens e
Serviços expressiva queda de 10,4%, contra alta de 0,9% no trimestre anterior.
Do lado da oferta, o resultado anualizado do 3º trimestre de 2015 reflete principalmente o
desempenho da Indústria, cuja queda foi de 4,7%. O setor de Serviços também apresentou
decréscimo (-1,6%). Por outro lado, a Agropecuária contabilizou alta de 2,1%. Entre as
atividades industriais, apenas Extrativa Mineral (8,7%) registrou alta, todas as outras
registraram queda no período analisado: Indústria de Transformação (-8,2%); Construção Civil
(-6,9%); e SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (-2,9%). A
desaceleração no consumo das famílias, o cenário externo adverso e um ambiente
desfavorável ao investimento devem continuar afetando o desempenho do setor industrial
brasileiro nos próximos trimestres.
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O PIB no 3º trimestre de 2015 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.481,4 bilhões, sendo R$
1.267,2 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 214,2 bilhões aos
Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Considerando o valor adicionado a preços
básicos, nota-se que a Agropecuária ganhou participação relativa no PIB, passando de 4,85%
no 3º trimestre de 2014 para 5,07% em igual período em 2015. A Indústria continua perdendo
importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 25,01%, no 3º trimestre de 2014,
para 23,3% no 3º trimestre de 2015. O setor de Serviços ganhou participação no PIB,
passando de 70,13% para 71,63%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao
desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive
impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 937,2 bilhões, o Consumo do Governo R$
289,1 bilhões e a FBCF R$ 268,4 bilhões (18,1% do PIB, contra 20,2% no 3º trimestre de
2014). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 211,9 bilhões e
R$ 219,9 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi negativa em R$ 5,4
bilhões.
Segundo a SEI, o PIB da Bahia caiu 1,9% no 3º trimestre de 2015 em relação ao mesmo
período do ano anterior, refletindo a queda da Indústria (-0,5%) e Serviços (-1,2%). Já a
Agropecuária registrou alta de 5,6%. Na Indústria, apenas o segmento de SIUP (Eletricidade,
Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana) registrou crescimento (+3,2%), enquanto a Indústria de
Transformação (-6,6%), Construção Civil (-1,4%) e Indústria Extrativa Mineral (-0,8%)
decresceram no período. No acumulado do ano (janeiro a setembro), o nível de atividade
econômica da Bahia recuou 2,2%.
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A expectativa é a de que o resultado da produção da indústria