No IBGE, presidido por uma mulher, a
Direção proibiu homenagem às Mulheres...
O que elas fizeram?
Resistiram, mantiveram o ato e
compareceram em peso!
O Núcleo Chile - ASSIBGE-SN programou atividade em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, para
o dia 12/03, 15h. Após obter autorização para realizá-la no auditório da Unidade, fomos surpreendidos por
notificação extrajudicial da Procuradoria da AGU junto ao instituto, enviada ao sindicato nacional,
ameaçando de punição legal caso o evento fosse mantido.
Nem consideramos a hipótese de desmarcar o evento. Afinal, como alguém pode proibir um debate sobre
gênero? Isso é inadmissível! Trata-se de um retrocesso enorme, justamente em uma instituição que
sempre se caracterizou por ter um amplo contingente de mulheres trabalhando e lutando ativamente por
melhores condições de trabalho e estrutura técnica.
Assim, realizamos a homenagem no mesmo dia e horário programados, no andar térreo do mesmo prédio,
mas fora das dependências do IBGE. Isso foi custoso para todos nós, pois significou um operativo muito
difícil de conseguir um local, transformá-lo de maneira adequada a receber nossas(os) colegas, fazer a
necessária denúncia da tentativa de inibir nosso direito à auto organização, entre outras questões.
Porém, a resposta das trabalhadoras e dos trabalhadores da Avenida Chile foi linda. Superlotamos o salão,
principalmente de companheiras. Realizamos uma bela atividade de resistência, de autoconhecimento, de
luta pelos nossos direitos coletivos e pelo nosso reconhecimento social. Tivemos momentos de profunda
emoção ao refletir sobre nossa condição de mulheres e trabalhadoras. Mesmo premidas(os) pela
repressão, pela catraca, pelo supercontrole de nossos tempos de trabalho e produção, pelas possibilidades
de descontos nos salários, soubemos ter a serenidade de quem sabe que está com a razão.
Para construir esta atividade, contamos com vários apoios e temos muito a agradecer. Primeiramente, a
todas(os) os(as) colegas que atenderam ao chamado do Núcleo e compareceram ao debate. À Fundação
Atlântico, que nos cedeu o salão para a atividade. Ao Núcleo Canabarro, que não só se fez presente, mas
registrou em imagens o evento. À Secretária do Núcleo, parceira indispensável, incansável e insistente em
cada detalhe fundamental à beleza e solidez do Ato. Às pessoas que vieram de fora mostrar sua
solidariedade, representando: as Comissões de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Vereadores do
Rio e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro; o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior – ANDES/RJ; o Sindicato de Profissionais de Educação (SEPE/RJ); a Associação de
Servidores da Fundação Osvaldo Cruz (ASFOC-SN). Temos um agradecimento especial a destinar à Casa da
Mulher Trabalhadora - CAMTRA, que não só contribuiu com uma linda e breve oficina, como soube
compreender a angústia de quem sofre a pressão do encarceramento das catracas.
Por um ambiente de bem estar no trabalho, por plena liberdade de organização coletiva, por dias mais
belos e felizes, seguiremos lutando.
Núcleo Chile – ASSIBGE/SN (Gestão “Unir para Reconstruir”)
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O que elas fizeram? Resistiram, mantiveram o ato e compareceram