Memória dos Catadores de Materiais Recicláveis de Assis (2001-2007)
ótimas. Considero como irmãs, entendeu? Tudo que elas vão fazer, elas conversam com a
gente. Sempre que eu vou fazer alguma coisa, sento com elas e converso. Graças a Deus,
esse grupinho de diretoria foi o melhor que a gente teve (rs).
Entrevistadoras: André, é isso. Agradecemos.
— A.L.M.: Então, respondido para vocês?
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3. Relato: Claudineis de Oliveira
Data da entrevista: 25/08/2011
Transcrição: Alison Leandro Dias
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Entrevistadoras: Claudineis, você sempre morou em Assis. Nasceu aqui?
— C.D.O.: Nasci em Assis, mas depois fui para Tarumã. Fiquei um tempo em Cândido
Mota e aí voltei quando tinha 13 anos para cá.
Entrevistadoras: Poderia contar por que você mudou de Assis e por que voltou?
— C.D.O.: Quando eu tinha 7 anos, minha mãe separou-se do meu pai e a gente foi
para Tarumã. Ficamos uns tempos lá. Não tinha muita oportunidade de trabalho e a gente
mudou para Cândido Mota. Em Cândido Mota, ficamos em um centro vocacional, das 7
da manhã até as 5 da tarde. Então, fiquei, acho, que três anos no Centro Vocacional Frei
Paulino.
Entrevistadoras: Também em Cândido Mota não deu certo?
— C.D.O.: Em Cândido Mota só tinha arca de mandioca. Tinha pouco trabalho, então a
gente resolveu voltar para Assis. Isso acabou prejudicando, porque você fica um tempo
numa escola um tempo na outra. É uma amizade num lugar, depois no outro.
Entrevistadoras: Essa mudança acaba atrapalhando um pouco. Mas, você continuou
estudando?
— C.D.O.: Continuei. A gente mudou depois para um sítio. Ficamos um tempo sem estudar.
Tivemos que começar a trabalhar meio cedo, porque a gente ia para aliar algodão, colher
algodão, colher feijão. Nós éramos oito irmãos.
Entrevistadoras: Oito irmãos. Você foi com a sua mãe ou com o seu pai?
— C.D.O.: Eu fiquei com minha mãe. O processo de adaptação demora, né. A gente teve
que começar a trabalhar muito novo. Todos trabalhavam. Um cuidava do outro, sempre.
Entrevistadoras: Então, da sua infância até a pré-adolescência foi só trabalhar?
— C.D.O.: Eu passei por um processo no Frei Paulino, de educação, muito bom. O período
era integral. A gente fazia uns cursos profissionalizantes. A escola era em dois períodos.
Tinha um reforço ao meio dia. Lá a gente tinha alimentação também. E, logo depois, a
gente foi para a zona rural trabalhar numa fazenda. E, nessa fazenda, a gente também
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