ADUBAÇÃO VERDE E ROTAÇÃO DE CULTURAS EM SISTEMAS DE PLANTIO
DIRETO: opções para regiões de clima sub-tropical
Leandro do Prado Wildner. Eng.Agr. M.Sc. em Agronomia
Epagri/Cepaf, Chapecó, SC. E-mail: [email protected]
Palavras-chave: adubos verdes, cobertura do solo, culturas de inverno, culturas de verão.
A adubação verde e a rotação de culturas são práticas de conservação do solo conhecidas desde
milhares de anos atrás. Os chineses há mais de 2000 anos já utilizavam o tremoço para recuperar as
terras cansadas pelo cultivo. Mas foram os romanos que deixaram registros importantes sobre o uso
destas práticas. Marco Terêncio Varro, no documento “Rerum rusticarum” (Séc. I d.C.), numa alusão
aos adubos verdes, referiu-se a algumas plantas que ....”também devem ser plantadas, não tanto pelo
retorno imediato, mas tendo em vista o ano seguinte pois, cortadas e deixadas sobre o solo, elas o
enriquecem”. Mais tarde, Lucius Junius Moderatus Columella, no documento “De re rustica” (Séc. II
d.C.), comentou que ... “Uma vez derrubada a vegetação natural, as árvores cortadas pelo machado
param de nutrir sua mãe com sua folhagem. Entretanto, podemos colher safras maiores se a terra for
reavivada por uma adubação freqüente, oportuna e moderada”; mais adiante, no mesmo documento
Columella comentou que ... “a mais usada para esse fim era o tremoço, o primeiro entre os legumes
pois exige um trabalho mínimo, custa mínimo e, de todas as culturas que são semeadas, é a mais
benéfica para a terra. Ela oferece um excelente fertilizante para terras aráveis e vinhedos cansados. ela
brota mesmo em solo exaurido”. Para mostrar a consciência sobre a sustentabilidade da agricultura que
já havia naquele tempo, Varro, ainda, deixou registrado que ...”A agricultura é uma ciência que nos
ensina que culturas devem ser plantadas em cada tipo de solo, e que operações devem ser feitas para a
terra produzir os rendimentos mais altos, perpetuamente” (Conway, 2003). Entretanto, a mensagem
mais direta deixada pelos romanos, sobre o tema rotação de culturas, foi a seguinte: “SATOR AREPO
TENET OPERA ROTAS”, significando “Agricultor consciente continua a realizar rotações”.
No Brasil os primeiros relatos sobre adubação verde foram realizados por Dutra, em 1919, no
trabalho intitulado “Adubos verdes: sua produção e modo de emprego”. Neste trabalho o autor destaca
o efeito melhorador dos adubos verdes e que o sucesso da prática estava ligado ao estudo de cada
espécie e a sua escolha em função das condições naturais do local de cultivo e da cultura que se quer
beneficiar com o seu cultivo. Após este trabalho inicial, inúmeros outros foram realizados nos anos
subseqüentes, até o início dos anos 60, avaliando a introdução de espécies, comportamento
edafoclimático e efeito sobre as propriedades químicas do solo e o rendimento das culturas em
sucessão ou rotação. Todas as espécies avaliadas e recomendadas eram espécies de clima tropical,
mesmo sendo cultivadas no inverno, em São Paulo. (Miyasaka, 1984).
Na região Sul, algumas poucas iniciativas de cultivo de adubos verdes estavam polarizadas entre
áreas livres de geadas, nas quais alguns agricultores cultivavam adubos verdes de verão, em especial a
mucuna (introduzida e cultivada com informações de São Paulo), e em áreas de colonização européia
(em especial a italiana, na Serra Gaúcha; mais tarde no Oeste Catarinense e Sudoeste e Oeste do
Paraná) que costumavam fazer o “verdejo” do solo, com o cultivo de algumas plantas de inverno, com
destaque para a ervilhaca “vica” comum.
No período de 1977 a 1981, numa iniciativa pioneira do IAPAR e da GTZ, cerca de 100 espécies
de plantas tropicais e sub-tropicais, incluindo algumas variedades dessas mesmas espécies, foram
avaliadas em 8 localidades do Paraná, durante o período de outuno-inverno, para estudar a adaptação
às condições edafoclimáticas das diferentes regiões e selecionar as espécies mais indicadas para
cobertura verde e proteção do solo. Dentre as diversas espécies estudadas foram identificadas 14
adaptadas às condições climáticas do Paraná. Entre elas cita-se: tremoços (branco, azul e amarelo),
ervilhaca comum e peluda, serradela, chícharo, centeio, aveia preta, azevém, nabo forrageiro, colza,
espérgula e girassol. As espécies selecionadas permitiram amplas possibilidades de escolha para
promover a cobertura do solo e enriquecer as rotações de culturas, melhorando, assim, os sistemas de
produção vigentes. Os resultados pioneiros do efeito de plantas de cobertura mostraram que, na média
de 2 anos, a soja plantada após aveia preta produziu 770 Kg/ha a mias em comparação com a média de
todas as outras alternativas testadas. A aveia preta e o nabo forrageiro foram as melhores coberturas
antes do feijão enquanto que o tremoço e a ervilhaca comum promoveram os maiores aumentos de
rendimento do milho. (Derpsch et al., 1984). Maiores informações podem ser obtidas em Derpsch &
Calegari (1985), Paraná (1989) e IAPAR (1998).
Em Santa Catarina os trabalhos de avaliação de adubos verdes iniciaram a partir de 1979, na
Estação Experimental de Urussanga. No entanto, foi a partir de 1981 que os trabalhos de avaliação de
espécies de adubos verdes de inverno e verão nas diferentes condições edafoclimáticas do estado
começaram a tomar corpo. Só no Centro de Pesquisas para Agricultura Familiar foram avaliados cerca
de 200 materiais diferentes (espécies, cultivares e materiais coletados em propriedades). Até o
momento foram realizados ensaios de avaliação de adubos verdes em 7 regiões distintas caracterizadas
por clima, solo e culturas que vão desde as fruteiras, passando pelos grãos, até as hortaliças. Parte
significativa dos materiais avaliados veio do projeto inicial do IAPAR (Bulisani et al., 1993). A partir
das informações geradas pelo IAPAR, pelas informações dos projetos próprios, das iniciativas da
extensão rural e dos próprios agricultores e, posteriormente, de ações conjuntas pesquisa-extensão foi
possível desenvolver sistemas de manejo do solo adaptados às condições edafoclimáticas e sócioeconômicas dos agricultores de algumas regiões do estado tais como o cultivo mínimo do milho com
ervilhaca, cultivo intercalar da mucuna com milho, o sistema plantio direto para milho e feijão, cultivo
mínimo e plantio direto da cebola, o sistema plantio direto de hortaliças (SPDH) para tomate,
pimentão, moranga e o SPD para o fumo. Os adubos verdes recomendados para as diferentes regiões
de Santa Catarina são publicados, anualmente, em boletim técnico de avaliação de cultivares (Wildner
et al., 2005).
No Rio Grande do Sul, mesmo não se tendo conhecimento de um trabalho coordenado no estado
para a avaliação edafoclimática de espécies de adubos verdes realizado no mesmo período que no
Paraná e em Santa Catarina, vários trabalhos/projetos individuais foram e estão sendo realizados pelas
Universidades (UFRGS, UFSM, UFPel, UPF) e pelas instituições de pesquisa (FEPAGRO,
FUNDACEP) e de extensão rural (EMATER-RS), com o objetivo de estudar o manejo da fitomassa
produzida e sua incorporação aos sistemas de produção das principais culturas, em especial em SPD.
Em 1998, a FEPAGRO implantou uma rede de trabalho de avaliação de adubos verdes em 7 de suas
unidades localizadas nas diferentes regiões edafoclimáticas do estado. Os resultados deste projeto
podem ser encontrados em (Barni et. al, 2003).
Passada a fase de introduções e avaliações das espécies com potencial para adubação verde, o
momento atual é de busca de novos materiais genéticos das espécies já selecionadas, mais produtivas
(quantidade de fitomassa – MS/ha), de ciclo vegetativo adequado às regiões de cultivo e, ainda,
resistentes ou tolerantes a pragas e doenças. Exemplo disso são os novos materiais genéticos de aveiapreta (EMBRAPA 29 – Garoa; IAPAR-61 Ibiporã, entre outros), tremoço azul (IAPAR-24 Vila
Velha), guandú anão (IAPAR-43 Aratã), ervilha forrageira (IAPAR 83), centeio (IPR 89), cevada
forrageira (IPR 93), nabo forrageiro (Sileta Nova; nabo pivotante), crotalária juncea (IAC-1 e IACKR-1), trigo mourisco (IPR-91 Bali e IPR-92). Já por outro lado, lamentavelmente, o que se percebe é
a perda de materiais genéticos crioulos. O resgate deste tipo de material genético é um dos principais
trabalhos realizados por instituições e ONGs ligadas aos temas agroecologia e agricultura familiar.
Para melhorar a performance dos adubos verdes, estão sendo estudadas novas épocas de semeadura,
sistemas consorciados de adubos verdes e de adubos verdes com culturas econômicas, densidade de
semeadura e, inclusive, sistemas de adubação com adubação da cultura econômica sendo antecipada
em cobertura no adubo verde. No Rio Grande do Sul o nabo forrageiro, em semeadura antecipada, e a
crotalária juncea, em semeadura retardada, por exemplo, estão sendo chamadas de culturas
intercalares, pois desenvolvem-se de fevereiro a junho e são manejadas para cobertura do solo em SPD
de trigo.
O papel dos adubos verdes
Os impactos do cultivo dos adubos verdes nas propriedades físicas, químicas e biológicas do
solo, no rendimento das culturas, na renda da propriedade e sobre o meio ambiente como um todo,
são, de um modo ou outro, já conhecidos. Cabe então, discutir e promover novos estudos com relação
ao modo como os adubos verdes devem ou podem se inserir nos sistemas de produção das principais
culturas e, em especial, naquelas que já são cultivadas em sistema plantio direto (SPD). A
recomendação técnica, de domínio público, para o cultivo dos adubos verdes, antes do início do SPD
propriamente dito, diz respeito à recuperação física, química e biológica do solo que deverá ser
submetido ao novo sistema. Para tanto, é indiscutível e indispensável a recuperação dos níveis de
matéria orgânica do solo, na maioria dos casos. Somente será possível promover aumento dos níveis
de matéria orgânica, promover a reestruturação (agregação) e aumentar a atividade biológica do solo
pela adição de consideráveis quantidades de PALHA e RAÍZES ao sistema. Nesta fase devem ser
recomendados adubos verdes com alto potencial de produção de fitomassa (parte aérea), com elevada
relação C/N (que garanta manutenção da cobertura do solo por um período longo, e/ou, até mesmo,
para incorporação ao solo, num primeiro momento) e que possua sistema radicular agressivo e
volumoso (para garantir incorporação do material orgânico em profundidade e promover a agregação
do solo). A recomendação recai sobre as gramíneas de inverno representadas, em especial, pela aveia
preta (Avena strigosa, Schreb) e o centeio (Secale cereale L.) No entanto, alternativas de verão tais
como o milheto, o teosinto ou, até mesmo, o próprio milho, podem ser utilizadas para esta finalidade.
Quando o sistema plantio direto alcançar a fase de estabilização, após 3 ou 4 anos de recuperação das
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo degradado, é possível começar a alterar a estratégia
de cultivo dos adubos verdes, incluindo no esquema de rotação de culturas espécies que, além de
prover o solo de cobertura para controle da erosão, influenciem direta e/ou indiretamente as culturas
sucessoras de valor econômico ou plantas de crescimento espontâneo com potencial de causar
prejuízos econômicos às culturas. No primeiro caso são indicadas, em especial, as leguminosas,
capazes de fixar o nitrogênio do ar e incorporá-lo ao solo (ervilhaca comum, ervilhaca peluda e
tremoço). Outra alternativa possível de uso é o nabo forrageiro (Raphanus sativus var. oleiferus) capaz
de promover o aporte de grandes quantidades de nitrogênio ao solo, além do cálcio e do magnésio
(Fiorin, 1999).
Rotação de culturas
A rotação de culturas, conhecida desde a antigüidade, foi empregada com ótimos resultados ao
redor do mundo, até a 2ª Grande Guerra. A partir de então, devido à grande demanda por cereais,
algumas culturas passaram a ser cultivadas intensivamente na forma de monocultura. O trigo e a soja,
por muitas décadas, formaram a dobradinha das principais culturas de sequeiro na região sul. Técnicos
e produtores, erroneamente, no início, denominavam esta alternância de “rotação trigo-soja”, quando,
na verdade, não passava de uma sucessão de duas monoculturas, uma de inverno e outra, de verão.
O cultivo do trigo em larga escala, sem respeitar a rotação de culturas provocou a ocorrência de vários
problemas, em especial os de ordem fitossanitária. Os agricultores esperavam que o lançamento de
novas cultivares ou a melhoria nas recomendações de adubação e calagem pudessem reverter este
quadro. Como isto não foi suficiente, de forma isolada, foram iniciados estudos em outras áreas, entre
as quais a rotação de culturas cujos resultados preliminares geraram perspectivas positivas (Santos et
al., 1987).
Alternativas de inverno
Várias culturas foram introduzidas para avaliação como alternativas de cultivo de inverno no Sul
do Brasil desde a década de 70. A EMBRAPA-Trigo, desde 1979, vem introduzindo espécies de
inverno com possibilidade de servir como alternativas ao trigo. A colza, o linho, a aveia, tremoço,
ervilhaca e a serradela mostraram-se com potencial para rotação para controle das doenças radiculares
do trigo. Mas, apesar de tecnicamente viáveis, inicialmente, a maioria das alternativas identificadas
acabaram não tendo o sucesso esperado. Problemas fitossanitários, de produção de sementes, de infraestrutura para transporte, beneficiamento e armazenamento, carência de políticas de apoio, preço
mínimo e mercado, acabaram por inviabilizar o cultivo de algumas espécies. A colza, hoje
denominada de canola, apesar de todo o apoio recebido pelo setor cooperativo (Cotrijuí, em especial,
no RS, e OCEPAR, no Paraná), acabou, também, sendo abandonada.
O interesse em algumas espécies novas ou já estudadas voltou, em especial, sobre aquelas com
potencial forrageiro (para ser cultivada em um sistema de integração lavoura-pecuária, como a aveia e
o centeio) ou também como matéria-prima para alimentos alternativos (farinhas integrais de aveia ou
centeio) ou como culturas com potencial de produção de óleo (para produção de biodiesel, como o
nabo forrageiro, a canola e o linho). Detalhes podem ser obtidos em Santos (2001).
Rotação de culturas para o trigo
A identificação dos melhores esquemas para rotação de culturas para o trigo tem por objetivo
reduzir o potencial de inóculo de organismos causadores de podridões radiculares e de manchas
foliares. A rotação de culturas é o método mais eficiente e econômico para quebrar o ciclo biológico
dos organismos causadores destas patologias, uma vez que, até o momento, não existem cultivares
resistentes e o uso de fungicidas no solo é inviável economicamente. No final dos anos 80, Santos et
al. (1987) recomendavam os seguintes esquemas de rotação de culturas para trigo:
1. Três anos sem trigo: a área de cultivo deveria ser dividida em quatro partes, utilizando um esquema
de rotação do qual participassem outras 3 culturas não susceptíveis às doenças radiculares (aveia
preta ou branca para produção de grãos; linho ou colza; uma leguminosa: ervilhaca, tremoço,
serradela);
2. Dois anos sem trigo: a área de cultivo deveria ser dividida em 3 partes, utilizando um esquema de
rotação com outras duas culturas não susceptíveis às doenças radiculares (aveia preta ou branca para
grãos ou linho ou colza. uma leguminosa: ervilhaca, tremoço ou serradela).
Maiores informações a respeito podem ser obtidas em Santos & Reis (2001).
Atualmente a Comissão Sul Brasileira de Pesquisa de Trigo (Reunião da Comissão..., 2005)
recomenda:
1. A rotação de culturas com espécies não susceptíveis à podridão comum e ao mal-de-pé, de modo
que o tempo mínimo de intervalo de cultivo do trigo, na mesma área, seja de um inverno, mesmo em
SPD;
2. Em áreas nas quais não tenham ocorrido doenças radiculares, poderá ser cultivada uma segunda
safra de trigo, voltando , posteriormente, ao esquema de rotação de rotação estabelecido, se e
somente se: a- tenha sido obtido retorno econômico na safra anterior; b- tenha havido efetivo
controle de doenças da parte aérea e da semente; c- em caso de frustração, esta tenha sido causada
por fatores não controláveis tais como granizo, geada, seca, excesso de chuva, etc.; e, d- seja em
áreas com solos de níveis elevados de fertilidade.
Esquemas de rotação de culturas, incluindo espécies com potencial de produção de óleo, podem
ser encontradas em Santos & Reis (2001).
Rotação de culturas para a soja
Atualmente, para estabelecer/definir um sistema de rotação de culturas para a soja, assim como o
é para o trigo, deve-se, também, dar especial atenção ao manejo das doenças. Nos casos em que os
patógenos se mantém viáveis, livres no solo como Rhizoctonia solani (tombamento de plântulas e
morte em reboleira) ou viáveis por longos períodos, como os esclerócios de Sclerotinia sclerotiorum
(podridão branca da haste), deve ser dado prioridade à rotação de culturas. O milho e o sorgo são
indicados para rotação com soja por não serem hospedeiros dos mesmos patógenos. Já o girassol e o
tremoço não são recomendados para compor um esquema de rotação em razão da susceptibilidade a
Sclerotinia sclerotiorum e Diaporthe phaseolorum f. sp. meridionalis
(cancro da haste),
respectivamente (Reunião de Pesquisa...., 2005).
Resultados de pesquisa indicam como regra geral o suo de sistemas de produção de grãos ou
sistemas mistos (integração lavoura-pecuária) nos quais a soja é antecedida pelo cultivo de gramíneas
para grãos (trigo, triticale, cevada ou aveia branca) e o milho ou sorgo precedidas de leguminosas no
inverno (vica, serradela, etc.) ou de forrageiras de inverno com gramíneas + leguminosas (aveia preta
+ vica pastejados ou outras associações). Os principais sistemas de rotação indicados para o cultivo de
soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, segundo resultados da Reunião de Pesquisa de Soja da
Região Sul (2005), são:
1. Trigo/soja e ervilhaca/milho ou sorgo;
2. Trigo/soja e aveia preta+vica/milho;
3. Triticale/soja e ervilhaca/milho;
4. Trigo/soja, aveia branca/soja e ervilhaca/milho;
5. Trigo/soja, colza/soja, cevada/soja e ervilhaca ou serradela/milho;
6. Trigo/soja, trigo/soja, aveia branca/soja e ervilhaca/milho ou sorgo.
Considerações finais
O cultivo dos adubos verdes de inverno possibilitou a viabilização de vários sistemas de rotação
de culturas nos quais são cultivados trigo, soja e milho. Nos últimos anos os adubos verdes com
potencial forrageiro ou as forrageiras com potencial para adubação verde/cobertura do solo também
possibilitaram a viabilização de sistemas integrados lavoura-pecuária. É importante registrar que o
cultivo dos adubos verdes deve obedecer às orientações gerais usadas para o cultivo de qualquer
cultura econômica. A rotação de culturas, em especial, deve ser realizada para evitar que o cultivo de
determinada espécie de adubo verde seja inviabilizado em razão da incidência de pragas e doenças.
Em função dos resultados animadores dos estudos que estão sendo realizados com novas espécies, em
especial as de verão (Petrere, 2000), espera-se dentro de pouco tempo viabilizar novos esquemas de
rotação de culturas, não só para as tradicionais milho, soja e trigo, mas também para culturas de maior
densidade econômica como é o caso das hortaliças.
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